Conceição dos Bugres Conceição da Silva Freitas nasceu em Povinho de Santiago –RS, em 08/12/1914, e veio para o Mato Grosso do Sul aos seis anos de idade. Escultora, com golpes rápidos fez surgir da madeira bugres - os bugres da Conceição. Escultora, com golpes rápidos fez surgir da madeira bugres - os bugres da Conceição. mim tinha uma cepa de mandioca, que tinha cara de gente. Pensei em fazer uma pessoa e fiz. Aí, a mandioca foi secando e foi ficando parecida com uma cara de velha. Gostei muito. Depois eu passei para a madeira. (...) Começo a fazer e já vai saindo aquela forma de costume. Muitas vezes nem penso nisso e sai um rindo. Parece que a madeira é que quer sair assim. Acho que a madeira manda mais que eu." Conceição dos Bugres ficou conhecida por talhar na madeira imagens com características próprias e feições marcantes. Os Bugres da Conceição recebiam nomes escolhidos pela artista, como mostra o documentário de Cândido Alberto da Fonseca, realizado em 1979 e exibido no 7º Festival de Inverno de Bonito. No filme de 10 minutos, a escultora mostra os instrumentos que utilizava para fazer os bugres. Com facão e machadinha, Conceição dava forma às toras de madeira bruta. Com cera vestia os bugres. Contam que o uso da cera surgiu de um sonho, no qual o marido trouxe do mato muito mel de abelha. Ela extraiu a cera, ferveu e passou nos bugres. No dia seguinte pediu ao filho para comprar cera, porque em sonho já havia gostado do resultado. Quando começou a esculpir os bugres, Conceição utilizava cepas de mandioca que tinha em seu quintal, na fazenda onde morava. Em seguida, passou a esculpir em madeira. Conceição morreu em 1984. Atualmente, a arte de Conceição é perpetuada por seu neto Mariano, MARIANO Mariano Neto é o sucessor. Se não fosse ele, a peça de artesanato mais importante de Mato Grosso do Sul teria acabado. Mariano é neto de Conceição Freitas da Silva, criadora dos bugrinhos no final dos anos 60. Em 1987, quando faleceu, a avó de Mariano já era conhecida como Conceição dos Bugres. escultura nasceu em uma cepa de mandioca. Assim como a avó, Mariano vende principalmente para turistas, o que fez com que o bugrinho se espalhasse pela Europa, Estados Unidos e Japão. Encontrar um original de Conceição para adquirir é coisa rara, apesar dela ter produzido milhares. No ateliê do artesão, localizado em um bairro popular de Campo Grande, entre os quase 50 bugres de diversos tamanhos fabricados por Mariano, havia um de Conceição. Enquanto o maior de Mariano custa R$ 250, o pequeno de sua avó sai a bagatela de R$ 6 mil. Cada bugre da artista Conceição tem uma fisionomia, são rústicos e esculpidos a machadadas. Únicos. Já os bugrinhos de Mariano são mais bem acabados. A madeira guiava Conceição. O neto segue um padrão e trabalha com eucalipto. Ele é capaz de fazer por dia de 10 a 15 bugrinhos. Admite que sua avó era mística e repete a história que já virou lenda. A inspiração para fazer o bugrinho veio para Conceição em um sonho. Ao acordar, foi até o quintal, sentou embaixo de uma árvore e percebeu uma rama de mandioca. Quando olhou a raiz viu a mesma figura que tinha enxergado no sonho. Teve a idéia então de talhar a feição na própria cepa e o resultado foi a nascensa do bugre, o artefato que já virou sinônimo de Mato Grosso do Sul. A imagem do bugrinho se tornou tão famosa que é usada excessivamente em propagandas, papéis timbrados, estampas, revistas e publicidades. Cada vez mais as pessoas recriam o bugrinho, fazendo suas versões e estabelecendo uma espécie de domínio público sobre a obra de Conceição e Mariano. O que deixa ingenuamente preocupado o artesão em relação a direito autoral. Ele reclama que qualquer um pode fazer o bugrinho e não há como a família de Conceição ser recompensada por isso. E a melhor foto do ano!!!!!!!