AS ESCOLAS
FILOSÓFICAS
DA ERA HELENÍSTICA
Atenas do século V a.C. - Philip von Foltz, 1853
A PASSAGEM DA
ERA CLÁSSICA
PARA A ERA
HELENÍSTICA
Período Helenístico
• 338 a.C. – Felipe da Macedônia derrotou os
atenienses na Batalha de Queronéia.
• Tebas incendiada e população escravizada.
• A grande expedição de Alexandre Magno
(334 – 323 a.C.) provocou uma
reviravolta radical no espírito do mundo
grego. Marcou o início de uma nova era.
• 323 a.C. - Morte de Alexandre
PERÍODO HELENÍSITICO
Conseqüência política: o desmoronamento da
importância sociopolítica da Pólis.
As pólis não decidem mais os seus destinos, passam a
integrar vasto império onde o poder está centralizado
(perda da liberdade política)
O homem grego tornou-se súdito
PERÍODO HELENÍSITICO
• Durante o conturbado Período Helenístico, o homem
deixou de ser o componente mais importante de uma
comunidade restrita para se tornar um simples súdito de
vastos impérios. A perda da importância política
individual fez muitos se dedicarem cada vez mais à
busca da felicidade pessoal através da religião, da
magia ou da Filosofia.
• As principais escolas filosóficas do Período Helenístico
foram o cinismo, o ceticismo, o epicurismo e o
estoicismo. Todas procuravam, basicamente,
estabelecer um conjunto de preceitos racionais para
dirigir a vida de cada um e, através da ausência do
sofrimento, chegar à felicidade e ao bem-estar.
OS CÍNICOS
• O Cinismo surgiu em Atenas por volta dos
séculos III e IV a.C. e deve-se a Antístenes
(440 – 336 a.C.), um filósofo grego, o crédito
de iniciador de tal filosofia.
• Apesar de ter sido Antístenes o iniciador do
cinismo e o criador de suas principais
teses, é impossível falar de cinismo sem
falar de Diógenes de Sínope (413 – 323
a.C.), que fora discípulo de Antístenes
(embora esse inicialmente o repelisse a
pauladas) e tornara-se o maior expoente do
cinismo.
Alexandre e Diógenes
cachorro"(kýon,kynos=cão)
Estava Diógenes jantando seu costumeiro prato de lentilhas, quando
Arístipos se aproximou. Arístipos, de Cirene, era também filósofo,
adepto do prazer como único bem absoluto na vida. Para poder levar
uma vida confortável, vivia sempre bajulando o Rei.
Disse, então, Arístipos a Diógenes: —Se aprendesses a bajular o Rei,
não precisarias reduzir tua alimentação a um prato de lentilhas. Por
sua vez, Diógenes retrucou: — E tu, se tivesses aprendido a te
satisfazeres sempre com um prato de lentilhas, não precisarias passar
tua vida bajulando o Rei.
Diógenes, o Cínico
DIÓGENES
• A missão que Diógenes se propôs foi trazer à vista
aqueles fáceis meios de vida, e demonstrar que o homem
tem sempre à sua disposição o que é necessário para ser
feliz, desde que saiba dar-se conta das efetivas
exigências da sua natureza.
• Desprezar a riqueza e rejeitar as convenções sociais. As
matemáticas, a física, a astronomia e a música são, para
ele, "inúteis e desnecessárias".
• É um animal que indica ao cínico o modo de viver: um
viver sem metas (que a sociedade propõe como
necessárias), sem necessidade de casa e de morada fixa
e sem o conforto das comodidades oferecidas pelo
progresso.
• Diógenes proclamou a liberdade de palavra. O
cínico diz o que pensa a todos. Junto com a
liberdade de palavra, Diógenes proclamou a
liberdade de ações, uma liberdade às vezes levada
ao limite da imprudência.
• O método de Diógenes, que pode conduzir à
liberdade e à virtude e, portanto, à felicidade,
resumi-se nos dois conceitos essenciais de
"exercício" e "fadiga", que consistiam numa prática
de vida própria para temperar o físico e o espírito
ante as fadigas impostas pela natureza e, ao mesmo
tempo, apta para habituar o homem ao domínio
dos prazeres e ao "desprezo" deles.
• O desprezo do prazer é fundamental
na vida do cínico.
• Seu ideal supremo era o bastar-se a
si-mesmo. O não ter necessidade de
nada, a "autarquia" já pregadas pelo
mestre, assim como a "apatia" e a
"indiferença.
Anécdotas de cínicos
• Diógenes de Sinope - Cuando Diógenes llegó Atenas, quiso ser discípulo de
Antístenes, pero este no quiso. Ante su insistencia, Antístenes le amenazó con su
cayado, pero Diógenes le dijo: “no hay un bastón lo bastante duro para que me
aparte de ti, mientras piense que tengas algo que decir”. - Cuando fue puesto a la
venta como esclavo, le preguntaron que era lo que sabia hacer, y el contestó:
“mandar, comprueba si alguien quiere comprar un amo” - Una vez le preguntaron
por qué la gente daba limosna a los pobres y no a los filósofos, a lo que respondió:
“Porque piensan que pueden llegar a ser pobres, pero nunca a ser filósofos ” Cuando le invitaron a una lujosa mansión le advirtieron de no escupir al suelo, acto
seguido escupió al dueño, diciendo que no había encontrado otro sitio más sucio. En un banquete, algunos, para reírse de él le pusieron unos huesos, como un perro.
Él, acto seguido, orino encima, como un perro.
• Antístenes - Una vez le preguntaron que había aprendido de la filosofía, respondió:
“A ser capaz de hablar conmigo mismo” - Hay que prestar atención a nuestros
enemigos, porque son los primeros en descubrir nuestras debilidades. - La virtud
del hombre y de la mujer son la misma. - Decía que por todo equipaje se debería
llevar solo el que en el caso de naufragio, pudiera nadar con él. - Al preguntarle qué
cosa era mejor para los hombres, dijo: "Morir felices".
EPICURISMO
EPICURO
(341 –270 a.C.)
• Descendente de uma família de
•
•
•
•
Atenas.
Em 306 a.C., fundou sua escola
numa casa que tinha um grande
jardim
A filosofia deve servir para
libertar o homem do medo do
destino, da morte e das
divindades.
A alma seria composta de
partículas imateriais, muito leves
e imperceptíveis (átomos) –
Conceito herdado de Demócrito.
A finalidade da vida é o PRAZER.
EPICURISMO
 A finalidade da vida é a busca da
felicidade, obtida ao se atingir a
ataraxia
(gr. ἀταραξία), a "ausência
de distúrbios", a tranquilidade da alma.
FRAGMENTOS - Epicuro
 Todo desejo incômodo e inquieto se dissolve no amor
da verdadeira filosofia.
 Habitua-te a pensar que a morte nada é para nós, visto
que todo o mal e todo o bem se encontram na
sensibilidade: e a morte é a privação da sensibilidade.
 O limite da magnitude dos prazeres é o afastamento de
toda a dor. E onde há prazer, enquanto existe, não há
dor de corpo ou de espírito, ou de ambos.
FRAGMENTOS - Epicuro
 Nem a posse de riquezas nem a abundância das coisas
nem a obtenção de cargos ou o poder produzem a
felicidade e a bem aventurança; produzem-na a
ausência de dores, a moderação nos afetos e a
disposição do espírito que se mantenha nos limites
impostos pela natureza.
 A quem não basta pouco, nada basta.
 De todas as coisas que nos oferece a sabedoria para a
felicidade de toda a vida, a maior é a aquisição da
amizade.
Epicuro escreveu:
 Quando se é jovem, não se pode evitar de filosofar e, quando se é
velho, não se deve cansar de filosofar. Nunca é muito cedo ou
muito tarde para cuidar de sua alma. Aquele que diz que não é
ainda, ou que não é mais tempo de filosofar, parece àquele que diz
que não é ainda, ou não é mais tempo de atingir a felicidade.
Deve-se, então, filosofar quando se é jovem e quando se é velho,
no segundo caso (...) para rejuvenescer ao contato do bem, pelas
lembranças dos dias passados, e no primeiro caso (...) afim de ser,
ainda que jovem, tão firme quanto um velho diante do futuro.
1- que são vãos os temores em relação aos deuses e ao
além.
Não devemos ter medo (nem esperar nada) dos
deuses, eles conosco não se preocupam.
2 - que o pavor em relação à morte é absurdo, pois ela
não é nada.
Enquanto estamos presente a morte está ausente;
quando ela se apresenta, já não estamos.
3- A intensidade suprema dos prazeres é a máxima
redução de todas as dores. O prazer, quando o
entendemos corretamente, está a disposição de
todos.
4 - o mal dura pouco ou é facilmente suportado.
ESTOICISMO
Zenão de Cítio
(334 –262 a.C.)
• Zênon (333-262 a.C.), o fundador do
estoicismo, era oriundo da Ilha de Chipre.
Considerado fenício por seus contemporâneos,
praticamente nada se sabe de sua vida
pessoal, exceto que em 308 a.C. começou a
ensinar na stoá poikíle ("pórtico pintado") em
Atenas. Da palavra stoá derivou o nome da
Escola Estóica.
• De sua obra restam apenas curtos
fragmentos e títulos de livros; é praticamente
impossível determinar com certeza sua
contribuição individual à doutrina estóica.
Segundo a tradição, conservada pelos filósofos
que o sucederam, para Zênon a virtude era
aparentemente o objetivo final da vida e o
prazer e a dor não tinham importância.
Sêneca - Lucius Aneus Seneca
(4a.C. - 65d.C.)
A origem dos vícios reside numa
vontade fraca que subordina a
razão aos prazeres fortuitos,
porque "aquele que persegue o
prazer coloca todas as coisas
em segundo plano, é indiferente
à liberdade e sacrifica tudo ao
seu estômago, não comprando
de modo nenhum os prazeres,
mas, pelo contrário, a eles se
vendendo". O homem sábio,
pelo contrário, opta pelos
prazeres da alma, os quais são
calmos, inesgotáveis, ternos,
moderados e discretos.
ESTOICISMO
Quanto mais se é impassível, mais se é forte.
Assim como a aflição demonstra fraqueza, a
cólera também. Ambos magoam e
inferiorizam.
Marco Aurélio (121 – 180)
(imperador romano e autor de Meditações)
O nihil mirari (não se admirar) tornou-se a
divisa comum entre os estóicos latinos, pois as
coisas ocorrem independente de nossa
vontade individual.
Para os estóicos, o supremo bem está em viver de
acordo com a natureza. As pessoas comuns correm atrás
das paixões, submetem-se aos desejos e, com isso,
apenas conseguem intranquilidade e angústia. O estóico,
pelo contrário, sabe que tudo o que acontece não pode
deixar de acontecer, pois nada se pode evitar nem nada se
pode deplorar. Ao homem apenas resta a sua liberdade
interior e a paz de espírito só se atinge com o autodomínio:
"para um estóico, o princípio da moralidade assenta em
distinguir o que depende de nós daquilo que nos é
estranho. Segundo Zenão, o homem deve aceitar essa
fatalidade universal, refugiar-se na sua interioridade,
da qual poderá chegar a ser dono e senhor, e organizá-la
segundo uma estrita consequência. Viver
consequentemente é a forma de responder com elegância
a essa certeza da própria situação"
A liberdade atinge-se quando se controlam
as paixões e os bens exteriores. As
paixões são impulsos que alteram a ordem
universal. E são enganosas. O estóico
domina as paixões não desejando nada. A
apatia estóica é sinônimo de austeridade e
ascetismo. Se o estóico desprezar os bens
exteriores nunca sente falta daquilo que
não tem: consegue ficar imperturbável.
ESTOICISMO
• Escola localizada no Pórtico (Stoa em grego)
• Propunha um modo de viver
• Estado de tranqüilidade plena, que só podia ser atingida
por meio da prática virtuosa.
• Consistia na indiferença dirigida a todas as expectativas
da vida
• O máximo de virtude seria alcançado quando o homem
ficasse alheio a tudo
• O único valor é a sabedoria
• Cosmopolitismo – o homem não pertencia a um país ou a
uma cidade, mas ele seria cidadão do mundo.
• Busca da ataraxia, a supressão das paixões
estóicos
ESTOICISMO
CETICISMO
Pirro
(365/360 - 275/270 a.C.)
• O fundador do ceticismo grego é Pirro (fim do IV séc.
a.C.). Ele não deixou nenhum escrito filosófico.
Nasceu em Élis, pequena vila do Peloponeso, onde
viveu inicialmente como pintor, depois se interessou
pela filosofia, principalmente sob a influência de
Anaxarco de Abdera, em companhia de quem seguiu
Alexandre, o Grande, por ocasião da campanha da
Ásia. Retornando à Élis, fundou uma escola
filosófica que lhe valeu uma enorme reputação junto
a seus concidadãos. Ele vivia de maneira pobre e
simples em companhia de sua irmã, Filista, que
exercia a profissão de parteira
Pirro
• As coisas são em si indiferenciadas,
incomensuráveis e indiscrimináveis, ou
seja, não têm em si uma essência estável, e
por isso seu ser se reduz a pura
aparências. Seu caráter de provisoriedade
e de inconsistência e inconsistência
emerge quando as comparamos com a
natureza do divino, que é absolutamente
estável e sempre igual.
• A atitude que o sábio deverá assumir é a
da afasia, ou seja, calar e jamais
expressar qualquer julgamento definitivo,
e assim atingir a ataraxia ou
imperturbalidade (não se deixará
perturbar por nada). Pondo-se à parte de
tudo aquilo que pode perturbá-lo ou tocálo, o sábio poderá viver a vida “mais
igual” e, portanto, mais feliz.
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Escola Filosóficas Helenísticas