Período Helenístico
Epicurismo
Estoicismo
Cinismo
Período Helenístico
• Período Helenístico caracterizou-se por um
processo de integração entre a cultura grega
clássica e a cultura dos povos orientais
conquistados.
• A produção filosófica do período helenístico
corresponde basicamente à continuação das
atividades das escolas platônicas (Academia) e
aristotélicas (Liceu), dirigidas, respectivamente,
pelos discípulos dos dois grandes mestres, Platão
e Aristóteles.
Período Helenístico
• Com o declínio da participação do cidadão nos
destinos da cidade, a reflexão política também se
enfraqueceu.
• Substitui-se a vida pública pela vida privada
como centro das reflexões filosóficas.
• As preocupações coletivas cedem lugar às
preocupações individuais.
• As principais correntes filosóficas desse período
vão tratar da intimidade, da vida interior do
homem.
Epicuro de Samos
(341 - 269 a.C.)
Epicuro (341 - 269 a.C.)
- As almas pequenas na sorte se desenvolvem, nas adversidades
regridem.
- O homem sereno busca serenidade para si e para os outros.
- A morte não é nada para nós. Quando nos dissolvemos não temos
mais sensibilidade sem sensibilidade não nos resta nada.
- A vida do justo não é perturbada pelas inquietações, mas a vida do
injusto é cheia delas.
- Não faça nada que teu vizinho não possa saber.
- Não devemos pedir aos deuses o que podemos realizar.
- A morte não significa nada para nós pois quando nós somos ela não é
e quando ela é nós não somos.
- Nada é suficiente para quem considera o suficiente pouco.
- O prazer é o principal bem, ele é a ausência de dor no corpo e de
inquietações na alma.
Epicuro (341 - 269 a.C.)
Epicuro acreditava que a filosofia é o melhor caminho
para se chegar à felicidade que para ele significava se libertar dos
desejos. A filosofia é um instrumento para alcançar a felicidade
pois através dela o homem vai libertar-se do desejo que o
incomoda. A filosofia com Epicuro passa a ter uma finalidade
prática e não somente o objetivo de investigação dos
fundamentos últimos do mundo e do homem.
Ele divide a filosofia em três partes: a ética, a física e a
canônica, sendo que as duas últimas estão intimamente
ligadas.
Ética
Em sua ética Epicuro aponta a felicidade como
sendo diretamente ligada ao prazer. O prazer é o início e o
fim de uma vida feliz. O homem é inclinado a buscar o
prazer e a fugir da dor e através do critério do prazer é que
nós avaliamos todas as outras coisas. Existem para ele
duas formas de prazer, o primeiro é o prazer estável que é
a ausência da dor e da perturbação, o que ele chama de
ataraxia e aponia, nessa forma de prazer o homem não
sofre e mantêm-se em paz podendo atingir a felicidade.
Na segunda forma de prazer, que é a da alegria e a do
gozo, o homem pode tornar-se escravo do prazer e levar
uma vida perturbada, o que não é condizente com a
felicidade.
Ética
Segundo a filosofia de Epicuro é preferível
a sabedoria feliz do que a insensatez feliz e a
justiça é somente um acordo feito entre os
homens para atingirem um fim comum que
é impedir de fazerem-se o mal reciprocamente.
Epicuro (341 - 269 a.C.)
• Para suas idéias sobre teoria do conhecimento
e sobre lógica Epicuro deu o nome de
Canônica pois as duas servem como regra para
expor um critério de verdade, um cânon, que é
um princípio que vai direcionar o homem para
a felicidade. O cânon é formado pelas
sensações, pelas antecipações e pelas
emoções.
Teoria do Conhecimento
• O fluir dos átomos é o que produz as sensações nos homens.
O fluir dos átomos é o que cria as imagens que são similares
às coisas que os produzem. O fluxo dos átomos de uma
árvore é o que cria em nós a imagem da árvore. Nós temos
sensações dessas imagens e nossa percepção de mundo é
produzida pela combinação de diversas imagens diferentes.
Nossos conceitos são formulados pela repetição dessas
sensações e pela recordação de sensações que vivemos no
passado. As percepções do futuro também terão por base os
conceitos que formulamos no presente. Essas sensações são
o segundo e principal fundamento da verdade. O terceiro
fundamento para Epicuro é a emoção que se constitui em
nossa percepção do prazer e da dor.
Teoria do Conhecimento
• Nossas opiniões podem ser equivocadas
quando
não
são
confirmadas
pela
demonstração das sensações. Um bom
raciocínio é aquele que está em conformidade
com os fenômenos percebidos.
Física
•
Os estudos de física de Epicuro buscam rejeitar as coisas
sobrenaturais como princípios de explicação do mundo.
Para ele a física deve ser: 1° materialística, rejeitando
como seu fundamento qualquer explicação sobrenatural e 2°
mecanística, utilizando-se do movimento dos corpos como
única explicação, rejeitando ainda qualquer explicação que
busque uma finalidade para esses movimentos. Nada vem
do nada, todo corpo é formado por corpúsculos menores e
indivisíveis que são os átomos e os átomos se movimentam
no vazio infinito. Nesse vazio os átomos colidem uns contra
os outros podendo criar entre si as mais variadas
combinações. O número dos átomos não é infinito, mas
também não pode ser definido.
Física
A alma é formada por partículas corpóreas que
estão espalhadas por todo corpo. Essas partículas são
mais tênues e delicadas e se movimentam de forma
mais fácil que as outras pois são mais redondas. Com
a morte os átomos da alma se separam e nós não
podemos mais ter as sensações. A morte é o fim tanto
do corpo quanto da alma e por essa razão nós não
precisamos ter medo dos deuses.
Tetrapharmacon
[...] a sociedade do tempo de Epicuro era uma sociedade
doente. Os homens acreditavam que era preciso muito dinheiro,
luxúria e fama para alguém poder ser feliz. O medo da morte e do
sofrimento estava plantado em seus corações.Toda a miséria humana
era causada pelas falsas crenças e pelos desejos sem limites,que nelas
eram fundados. Epicuro partia da pressuposição de que a sociedade
humana era corrompida e era sua influência que corrompia os homens
e os fazia miseráveis.
As crenças que mais faziam os homens infelizes eram o medo
dos deuses, o medo do sofrimento e o medo da morte. Para curá-los
dessas crenças, o filósofo dispunha de um tetrajarμakon
(tetrapharmakon), ou seja, de um quádruploremédio: não há nada a
temer quanto aos deuses, não há nada a temer quanto à morte, a dor
é suportável e a felicidade está ao alcance de todos.
Pharmakon 1 – Não temer os deuses
Não se deve temer os deuses, porque eles
não se ocupam nem se preocupam com os homens,
como imagina o povo, nem são os artífices do
mundo como pensam os filósofos. Eles existem
porque a natureza imprimiu suas pré-noções e
imagens (proleyeiV) em nossas almas, mas eles não
são como nós os representamos ou imaginamos.
Por isso, não se deve temê-los e muito menos
temer seus castigos.
Pharmakon 2 – Não temer a morte
Não se deve temer a morte, porque nada mais
absurdo do que o medo da morte, uma vez que ela não é
outra coisa senão uma instantânea dissolução dos
átomos que constituem nosso ser e isto é inteiramente
insensível. O que amedronta os mortais é imaginar a
passagem da vida para a morte, mas essa passagem não
tem sentido, pois não existe um além-da-morte. Esta
acontece num instante, e, nesse instante, a vida termina
e nada mais se pode sentir. Inútil, pois, a preocupação
com a morte: “enquanto somos, ela não existe, e quando
ela
chegar,
nós
nada
mais
seremos”.
Pharmakon 3 – Suportar a dor
A dor pode ser suportada. O grande mal que
ameaça
a
existência
dos
mortais
é
indiscutivelmente a dor, pois a aponia (ausência de
dor) é o segredo da felicidade. Mas Epicuro acredita
que se pode facilmente desprezar esta ameaça,
porque os sofrimentos mais intensos têm breve
duração e, se persistem por muito tempo, causam a
morte. Ora, como já foi dito, da morte nada há que
se temer. Quanto aos pequenos sofrimentos, esses
são facilmente suportáveis.
Pharmakon 4 – Seja Feliz
Pode-se alcançar a felicidade, porque o
prazer quando buscado corretamente está à
disposição de todos.
Estoicismo
Epicurismo x Estoicismo
O estoicismo se opõe ao epicurismo.
O epicurismo é essencialmente ”hedonista”.
Para os estóicos, o fim supremo, o único bem do
homem, não é o prazer, a felicidade, mas
virtude.
O Bem e o Mal
Como o bem absoluto e único é a virtude,
assim o mal único e absoluto é o vício.
A paixão, na filosofia estóica, é sempre
má; pois é movimento irracional, vício da alma?
quer se trate de ódio, quer se trate de piedade.
Atitude Estóica
De tal forma, a única atitude do
sábio estóico deve ser o aniquilamento da paixão,
até a apatia.
O ideal ético estóico não é o domínio racional
da paixão, mas a sua destruição total, para dar
lugar unicamente à razão: maravilhoso ideal de
homem sem paixão, que anda como um Deus entre
os homens.
Daí a guerra justificada do estoicismo contra
o sentimento, a emoção, a paixão, donde deriva
o desejo, o vício, a dor, que devem ser aniquilados.
Cinismo
Ou a Autarquia
Dicionário
Significado de Cinismo
s.m. P.ext. Comportamento ou ação de quem é cínico; ato
daquele que demonstra descaso pelas normas sociais ou
por uma moral preestabelecida; ausência de prudência.
Filosofia. Doutrina filosófica de origem grega que,
fundamentada por Antístenes, estabelecia os privilégios
de uma vida simples e natural cujos valores principais
eram buscados no desapego às normas sociais, bens e
riquezas, sendo efetivada através do autocontrole;
espelhava-se
na
vida
canina.
(Etm. do grego: kynismós/ pelo latim: cinismus.i)
Dicionário
Sinônimos de Cinismo
Desaforo, descaramento, desfaçatez e
impudência.
Antônimos de Cinismo
candura e pudor.
O que é Cinismo
• Cinismo, palavra com origem no termo
gregokynismós, é um sistema e doutrina
filosófica dos cínicos. Em sentido figurado o
cinismo tem uma conotação pejorativa, sendo
que designa um homem agudo e mordaz que não
respeita os sentimentos e valores estabelecidos
nem as convenções sociais.
• Alguém considerado cínico também pode ser
alguém
que
é
desavergonhado,
descarado, imprudente, impassível ou obsceno.
O que é Cinismo
O cinismo foi uma escola filosófica grega, fundada
por Antístenes, discípulo de Sócrates. O seu nome deriva,
segundo vários testemunhos, do fato de alguns membros
da escola se reunirem no Cinosargo, ginásio situado perto
de Atenas. Segundo outros, a sua origem vem da palavra
grega kýon (que significa "cão"), pelo fato de Diógenes de
Sinope dormir no local que era usado frequentemente
como abrigo para cães, para assim demonstrar o seu
desacordo com o modo de viver dos homens.
Virtude cínica
A maior virtude para eles era a autarquia,
o que se basta a si mesmo, e renunciar os bens e
prazeres terrenos até conseguir uma total
independência das necessidades vitais e sociais.
O autodomínio permitia alcançar a felicidade,
entendida como o não ser afetado pelas coisas
más da vida, pelas leis e convencionalismos, que
eram valorizados de acordo com o seu grau de
conformidade com a razão.
Virtude Cínica
O ideal do sábio era a indiferença perante
o mundo. As origens da escola, que remontam
aos séculos III e II A.C., com um ressurgimento
posterior, nos séculos I e II d.C., foram objeto de
discussão. Alguns filósofos a classificam como
escola socrática, na linha de SócratesAntístenes-Diógenes. Outros negam a relação
Antístenes-Diógenes, não a consideram uma
escola socrática e vêm em Diógenes o seu
fundador e inspirador.
Diógenes de Sínope
• "Na casa de um rico não há lugar para se cuspir, a não ser em sua
cara”.
• Diógenes nasceu em Sínope no ano de 413 a.C. Ele acabou sendo
exilado de sua cidade natal, pois seu pai adulterou uma moeda do
Estado. Outros estudiosos dizem que foi o próprio Diógenes que
adulterou a moeda, visto que seu pai tinha confiado a ele a
cunhagem delas. Assim, mudou-se para Atenas, onde começou a
viver como os mendigos vivem hoje em dia. Lá, tentou ser discípulo
de Antístenes, que não queria acolhe-lo. Devido a sua
perseverança, Diógenes conseguiu o aval de Antístenes, fato que
rendeu o seguinte episódio: Após Antístenes estender um bastão
sobre a cabeça de Diógenes, este disse “Pode golpear, pois não
encontrarás um bastão tão duro que possa me fazer desistir de
obter que me digas algo, como a mim parece que devas”.
Diógenes de Sínope
A vida de Diógenes causava curiosidade entre os
atenienses. Além de viver em um tonel, vestia apenas uma
túnica, lambia água das poças e sempre respondia “procuro o
homem”, a todos que lhe perguntavam o porquê de perambular
pelas ruas de Atenas em plena luz do Sol com uma lanterna nas
mãos. Na verdade, este estilo de vida era uma resposta contra as
comodidades e atividades intelectuais. Diógenes era contra
qualquer forma de erudição e expressava-se por atitudes e
escolhas concretas. Uma história famosa sobre sua vida ilustra
sua maneira satírica de responder às perguntas sobre sua
personalidade: certo dia, enquanto tomava um banho de sol,
Alexandre disse-lhe de forma inesperada, “pede-se me o que
quiseres”. Então Diógenes respondeu “devolva meu sol”.
Diógenes de Sínope
Mas outras histórias são conhecidas e estão no
livro de Diógenes Laércio, “Vidas e Opiniões de Filósofos
Eminentes”. Segundo a obra, um dia Diógenes viu um rato
correndo pela rua de um lado para o outro, sem direção.
Isso foi entendido pelo filósofo como um remédio para
suas dificuldade, pois o rato não procurava abrigo, não
temia as trevas e nem procurava nenhuma comodidade.
Em outro episodia, Diógenes viu uma mulher suplicando
aos deuses, ele parou do lado dela e disse: “Não achas, ó
mulher, que o deus pode estar atrás de ti, pois tudo está
pleno de sua presença, e que devas envergonhar-te de
rogar por ele de modo indecente?”.
Diógenes de Sínope
O filósofo Diógenes faleceu em 323 a.C.
Em sua homenagem, foi construída uma coluna
com um cão no topo, simbolizando seu modo de
viver e até mesmo seu apelido, “Diógenes, O
Cão”. Em seu túmulo foi escrita a seguinte frase:
“O próprio bronze envelhece com o tempo, mas
tua gloria, Diógenes, nem toda a eternidade
destruirá; pois apenas tu ensinaste aos mortais a
lição da auto-suficiência na vida e a maneira
mais fácil de viver”.
Bibliografia
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Diógenes_de_Sínope
•
http://rgirola.sites.uol.com.br/Diogenes.htm
•
http://jorgelrg.sites.uol.com.br/ENTREVISTA_DIOGENES.ht
m
•
Nicola, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: Das origens
à idade moderna. São Paulo: Editora Globo, 2005.
• http://www.infoescola.com/filosofos/diogenes-de-sinope/
Fim do Período Helenístico
O fim da antiguidade e as novas
preocupações filosóficas
• Nos séculos posteriores ao florescimento das
escolas filosóficas, não se desenvolveram
correntes de pensamento que possam ser
consideradas realmente originais.
• Nesse período, que vai de meados do século
III a.C. até o início da Idade Média, os filósofos
que surgiram repetiam as idéias dos antigos.
• O surgimento do cristianismo, no século I,
trouxe à filosofia novas questões.
O fim da antiguidade e as novas
preocupações filosóficas
• O cristianismo ganhou numerosos adeptos entre os
povos do antigo mundo helenístico, trazendo novas
formas de ver o mundo.
• Ao mesmo tempo, no século I a.C. surgiu uma potência
militar que superou a dominação macedônia: o
Império Romano, que absorveu muito da cultura grega,
inclusive sua filosofia.
• Entre os século I a.C. e III d.C., assistimos a um
ressurgimento do platonismo mesclado com idéias
aristotélicas, que veio a influenciar a filosofia dos
pensadores cristãos durante a Idade Média.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4 ed.
São Paulo: Ática, 2012.
• ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS,
Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
Filosofia. São Paulo; Ática, 1993.
• COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
história e grandes temas. 16 ed. reform. e
ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.
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