UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Ciências Contábeis
Angélica da Silva Oliveira Teixeira
Carina Nasimbem
Flavio Rafael Paulo Guidastre
Rafaél Teixeira de Sousa
IMPAIRMENT TEST
Panificadora 2 M LTDA
Lins - SP
LINS - SP
2013
ANGÉLICA DA SILVA OLIVEIRA TEIXEIRA
CARINA NASIMBEM
FLAVIO RAFAEL PAULO GUIDASTRE
RAFAÉL TEIXEIRA DE SOUSA
IMPAIRMENT TEST
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Ciências Contábeis
sob a orientação do Prof. Me. Ricardo
Yoshio Horita e orientação técnica da
Prof° Ma. Heloisa Helena Rovery da
Silva.
LINS - SP
2013
Teixeira, Angélica da Silva Oliveira; Nasimbem, Carina; Guidastre,
Flávio Rafael Paulo; Sousa, Rafaél Teixeira.
T264i
Impairment Test: Padaria Brasil / Angélica da Silva Oliveira
Teixeira; Carina Nasimbem; Flávio Rafael Paulo Guidastre; Rafaél
Teixeira de Sousa. – – Lins, 2013.
63p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Ciências Contábeis, 2013.
Orientadores: Ricardo Yoshio Horita; Heloisa Helena Rovery da
Silva
1. Impairment Test. 2. Ativo Imobilizado. 3. Panificadora. I Título.
CDU 657
ANGÉLICA DA SILVA OLIVEIRA TEIXEIRA
CARINA NASIMBEM
FLAVIO RAFAEL PAULO GUIDASTRE
RAFAÉL TEIXEIRA DE SOUSA
IMPAIRMENT TEST
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para a obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovada em ___/___/___
Banca Examinadora:
Professor Orientador: Me. Ricardo Yoshio Horita
Titulação: Mestre em Engenharia da Computação pela UFSCAR – São Carlos
Assinatura______________________
1° Prof. (a): _____________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _____________________
2° Prof. (a): _____________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _____________________
Angélica da Silva Oliveira Teixeira
Dedico esse trabalho primeiramente a Deus que sempre esteve
comigo e me ajudou a suprir todas minhas necessidades, aos meus pais que
sempre fizeram de tudo para eu atingir esse sucesso e sempre torceram
por mim, ao meu marido que esteve ao meu lado nos momentos bons e ruins
me motivando todos os dias, aos meus familiares que me ajudaram a chegar
até aqui, aos meus colegas de sala, principalmente aos meus amigos,
parceiros da monografia que estiveram sempre comigo na alegria e na
tristeza e aos meus professores e orientadores que colaboraram para meu
ensino.
Carina Nasimbem
Dedico a Deus, minha família e a todos que direto ou indiretamente
puderam contribuíram na evolução deste trabalho, ajudando, apoiando,
incentivando e acima de tudo acreditando que nossos sonhos e objetivos
podem ser concretizados.
Flávio Rafael Paulo Guidastre
Dedico este trabalho aos meus familiares que sempre me apoiaram na
realização de um curso superior. Aos meus amigos que sempre estiveram ao
meu lado nos momentos difíceis. Aos meus parceiros de monografia pela
dedicação e empenho na realização do trabalho. Aos professores da
Instituição Salesiana que sempre estiveram dispostos a esclarecer nossas
dúvidas, em especial nossos professores orientadores, Heloisa e Horita. Aos
meus colegas de sala pelo companheirismo durante os 4 anos de estudos. Por
último, mas não menos importante, os funcionários da Instituição Salesiana,
principalmente do setor da Biblioteca, que sempre nos atenderam com
prontidão e cordialidade.
Rafaél Teixeira de Sousa
Deus é o responsável por me guiar neste caminho, portanto,
primeiramente dedico esse trabalho a Ele, o qual influencia constantemente
em meus atos. Posteriormente, dedico aos meus pais que me encaminharam
na ética e moral, nas quais, em nossa sociedade são valorosas, a minha
esposa, que faz dos meus dias símbolos de felicidades, e assim posso
alcançar minhas metas com o privilégio da paz espiritual. Dedico também,
aos meus professores, colegas de sala e principalmente aos amigos e
parceiros de monografia, os quais dividiram as responsabilidades de realizar
este trabalho com dedicação.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus que nos deu discernimento para
prosseguir durante todo o desenvolvimento deste trabalho.
À empresa Panificadora 2M LTDA conhecida como Padaria Brasil que
nos permitiu a realização deste trabalho, colaborando com conhecimento
teórico e prático da produção de seus produtos.
Ao nosso orientador Ricardo Yoshio Horita que sempre esteve
disposto em todas as etapas deste trabalho, orientando e nos aconselhando
para toda nossa vida profissional.
A professora Heloisa, que nos ajudou com bom humor a estruturar
todo o trabalho de forma simples e objetiva.
Aos funcionários da Instituição Salesiana, que sempre estiveram de
prontidão para nos atender.
Aos demais professores e companheiros de sala, que se tornaram
amigos ao longo dos 4 anos de trajetória.
RESUMO
O Pronunciamento Técnico CPC 01 trata da Redução ao Valor
Recuperável de Ativos na qual aborda a aplicação e metodologia do
Impairment Test nos ativos imobilizados das empresas. O presente estudo
aborda a aplicação deste tema em um setor da Padaria Brasil situada na
cidade de Lins, São Paulo. Esta empresa é classificada como Empresa de
Pequeno Porte e adota o Simples Nacional como regime de tributação. Os
imobilizados desta empresa envolvidos na linha de produção do pão francês,
assim como qualquer equipamento, sofrem desvalorização ao longo do tempo
e o valor contabilizado não pode estar registrado a um valor superior ao valor
real de recuperação dos bens que compõe o seu grupo de ativos. A avaliação
real destes bens torna-se um desafio para a contabilidade. Neste contexto,
deve-se seguir o estabelecido pelo Impairment Test, método que visa a
realização periódica de avaliações nos ativos imobilizados para reconhecer o
real valor de recuperação. Os objetivos deste trabalho foram abordar os
conceitos e aplicação do Impairment Test através de pesquisa em fontes
especializadas, além da realização de um estudo de caso, onde buscou-se
avaliar os equipamentos envolvidos no processo produtivo através do
levantamento e tratamento dos dados estimando o valor dos bens pelo seu
Valor em Uso, baseados no Valor Presente do Fluxo de Caixa Futuro a ser
gerado por tais equipamentos e, assim, comparar o valor dos ativos obtidos
pela contabilidade tradicional, para que os imobilizados sejam registrados pelo
seu menor valor para atender as normas estabelecidas pelo CPC 01.
Palavras-chave: Impairment Test. Ativo Imobilizado. Valor Presente Líquido.
ABSTRACT
The Technical Pronouncement CPC nº 01 deals with the reduction of the
recoverable value of assets in which covers the application and methodology of
the Impairment Test in the fixed asset of a company. The present study
addresses the application of this theme in a sector of a company named
Padaria Brasil located in the city of Lins, São Paulo. This company is classified
as a small business and adopts a simplified tax system known as Simples
Nacional. The assets of this company involved in the production line of French
bread, as well as any equipment, suffer devaluation over time and the
accounting value cannot be recorded at an amount that exceeds the actual
value of assets recovery that makes up its asset group. The actual assessment
of these assets becomes a challenge to accounting. In this context, it must be
followed the established by the Impairment Test, method that aims to conduct
periodic evaluations in fixed assets to recognize the actual value of recovery.
The goals of this project were to address the concepts and application of
Impairment Test through research in specialized sources, besides conducting a
case study, where it sought to evaluate the equipment involved in the
production process through the collection and processing of data estimating the
value of the goods by its value in use, based on the present value of the future
cash flow to be generated by such equipment and thus to compare the value of
the assets obtained by the traditional accounting, in order to fixed asset be
recorded at its smallest value to comply with the standards set by CPC nº 01.
Keywords: Impairment Test. Fixed Asset. Net Present Value.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Composição do CPC.....................................................................23
Quadro 2: Itens que são passíveis de Impairment Test.................................25
Quadro 3: Contabilização do Impairment Test...............................................29
Quadro 4: Valores dos Maquinários Novos....................................................44
Quadro 5: Receita genérica do pão francês para 20 unidades......................45
Quadro 6: Custos Mensais.............................................................................46
Quadro 7: Salário do cargo Padeiro...............................................................47
Quadro 8: Salários dos demais Funcionários................................................48
Quadro 9: Pro labore (Administrador Geral)......................................................48
Quadro 10: FGTS............................................................................................48
Quadro 11: Contribuição Patronal..................................................................49
Quadro 12: Provisões.....................................................................................49
Quadro 13: Preço médio unitário do Pão Francês.........................................49
Quadro 14: Expectativa da Receita Mensal (28 dias)........................................50
Quadro 15: Perdas de produtos acabados....................................................50
Quadro 16: Fluxo de Caixa Futuro.................................................................51
Quadro 17: Função Valor Presente Líquido...................................................53
Quadro 18: Mensuração dos Ativos produtivos.............................................54
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Comparação entre valores..............................................................26
Figura 2: DKW 1973.......................................................................................31
Figura 3: Kombi..............................................................................................31
Figura 4: Fachada da Empresa......................................................................32
Figura 5: Empresa Reformada.......................................................................32
Figura 6: Localização da empresa.................................................................33
Figura 7: Organograma Geral........................................................................34
Figura 8: Estoque da matéria prima...............................................................35
Figura 9: Cesta com Pães..............................................................................35
Figura 10: Balcão com Roscas Húngaras......................................................36
Figura 11: Esfirra............................................................................................36
Figura 12: Geladeira com refrigerantes..........................................................37
Figura 13: Mesa de Frios................................................................................38
Figura 14: Gráfico sobre o Crescimento da Panificação................................39
Figura 15: Amassadeira Espiral.....................................................................41
Figura 16: Cilindro..........................................................................................42
Figura 17: Mesa de descanso........................................................................42
Figura 18: Modeladora...................................................................................43
Figura 19: Estantes........................................................................................43
Figura 20: Forno Industrial.............................................................................44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Tributos recolhidos pelo Regime Simplificado Nacional.................18
Tabela 2: Taxas de depreciação adotadas fiscalmente..................................21
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIP - Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria
ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas
APIMEC - Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do
Mercado de Capitais
BM&F - Bolsa de Mercadorias e Futuros
BOVESPA - Bolsa de Valores São Paulo
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CPC - Comitê de pronunciamentos Contábeis
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
DAS - Documento de Arrecadação do Simples Nacional
DRE - Demonstração do Resultado do Exercício
EPP - Empresa de Pequeno Porte
FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras
IAS - International Accouting Standard
IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias
IFRS - International Financial Reporting Standards
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
IPI - Imposto sobre Produtos industrializados
IR - Imposto de Renda
IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ISS - Imposto de Serviço de qualquer Natureza
ME - Micro Empresa
PIS - Programa Incentivo Social
SRF - Secretaria da Receita Federal
VPL - Valor Presente Líquido
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 15
CAPÍTULO I – IMPAIRMENT TEST ................................................................. 17
1
IMPAIRMENT TEST ............................................................................... 17
1.1
Informação Contábil ............................................................................... 17
1.1.1 Sistema de Tributação Simplificado ........................................................ 17
1.1.2 Lucro Real .............................................................................................. 18
1.1.3 Lucro Presumido ..................................................................................... 19
1.1.5 Conceitos e método de Depreciação ...................................................... 20
1.1.6 Conceito de Custos ................................................................................ 21
1.2
Contabilidade Internacional ..................................................................... 22
1.2.1 CPC – 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos .............................. 23
1.3
Aspectos conceituais do Impairment Test ............................................... 24
1.3.1 Mensuração do Valor recuperável .......................................................... 25
1.3.1.1O Valor em Uso ..................................................................................... 26
1.3.1.2Valor Líquido de Venda ......................................................................... 27
1.3.2 Critérios para a aplicação do Impairment Test ...................................... 27
1.3.3 Reversão do valor .................................................................................. 28
1.3.4 Contabilização do Impairment Test ....................................................... 28
CAPÍTULO Il – PADARIA BRASIL ................................................................. 30
2
A EMPRESA .......................................................................................... 30
2.1
Como tudo começou ............................................................................... 30
2.2
Estrutura Física e Logística ..................................................................... 32
2.3
Organograma .......................................................................................... 33
2.4
Portfólio ................................................................................................... 35
2.4.1 Pão Francês ........................................................................................... 35
2.4.2 Rosca Húngara ....................................................................................... 36
2.4.3 Salgado .................................................................................................. 36
2.4.4 Refrigerante ........................................................................................... 37
2.4.5 Frios ....................................................................................................... 37
2.5
Mercado Consumidor ............................................................................. 38
2.6
Mercado Corrente .................................................................................. 38
2.7
Desenvolvimento do ramo de panificação .............................................. 38
CAPÍTULO III – APLICAÇÃO DO IMPAIRMENT TEST .................................. 40
3
INTRODUÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO .................... 40
3.1
Ativo Imobilizado Produtivo ................................................................. 41
3.1.1
Amassadeira Espiral ............................................................................ 41
3.1.2
Cilindro................................................................................................. 41
3.1.3
Mesa de descanso ............................................................................... 42
3.1.4
Máquina de modelagem ...................................................................... 43
3.1.5
Estantes ............................................................................................... 43
3.1.6
Forno industrial .................................................................................... 44
3.2
Custos de produção do Pão Francês .................................................. 45
3.2.1
Receita do Pão Francês ...................................................................... 45
3.2.2
Mensuração dos custos ....................................................................... 46
3.2.3
Custos com Mão de Obra .................................................................... 47
3.3
Geração de receita ............................................................................... 49
3.4
Aplicação do Imparment Test............................................................... 50
3.4.1
Notas explicativas ................................................................................ 52
3.4.1.1 Aluguel do Prédio ................................................................................. 52
3.4.2
Taxa de Rentabilidade do Patrimônio .................................................. 52
3.4.3
Valor Presente Líquido ........................................................................ 53
3.5
Mensuração dos valores dos maquinários .......................................... 54
3.6
Resultados e impactos na empresa ..................................................... 54
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 56
CONCLUSÃO ................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58
APÊNDICES ..................................................................................................... 61
15
INTRODUÇÃO
O Impairment Test no Brasil deu início através da resolução emitida pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) 2010.
A cada crise econômica mundial torna-se ainda mais evidente a
interdependência entre os países, ressaltando a necessidade de uma
linguagem
contábil
mundialmente
unificada,
para
assim,
permitir
a
interpretação das demonstrações financeiras nos mais variados mercados.
O objetivo da pesquisa foi proporcionar para a empresa a mensuração
do valor recuperável de seus ativos, verificando se o ativo imobilizado da
mesma está registrado com seu valor justo, não superior ao seu real valor de
mercado para atender as normas estabelecidas pelo CPC 01.
A questão que motivou este trabalho foi se a mensuração do valor real
dos ativos imobilizados envolvidos na produção através da obtenção do Valor
Presente do Fluxo de Caixa Futuro a ser gerado por estes bens possibilita a
aplicação do Impairment Test, com a finalidade de contabilizar os valores
destes ativos conforme estabelece o CPC 01.
Para responder a este questionamento, chegou-se ao seguinte
pressuposto teórico: os imobilizados utilizados na produção muitas vezes
avaliados apenas por seu valor residual podem encontrar-se desproporcionais
ao seu real valor quando comparados a seu grau de produção. A mensuração
do valor dos ativos através do seu valor em uso permite avaliar o valor dos
bens não está avaliado acima do seu valor justo, ou seja, em função das
riquezas que eles podem gerar para a empresa.
Com a aplicação do estudo de caso, foi realizada uma pesquisa de
campo na empresa Panificadora 2 M LTDA – ME, nome fantasia Padaria Brasil,
na cidade de Lins – SP, no período de fevereiro a outubro de 2013, analisando
os aspectos voltados aos valores dos Ativos da empresa e sua mensuração de
acordo com a produção, sendo computados os dados da produção dos Ativos
Imobilizados para comprovar seu impacto no fluxo de caixa futuro.
16
Utilizando-se também do Método de Observação Sistemática, foram
analisados os registros contábeis do Ativo Imobilizado e acompanhados os
valores da produção na empresa.
O trabalho foi dividido em três capítulos:
Capítulo I: descreve sobre os conceitos e definições do Impairment Test.
Capítulo II: apresenta a história da Padaria Brasil.
Capítulo III: apresenta o estudo de caso desenvolvido na empresa
estudada.
Por fim, apresenta-se a Proposta de Intervenção e a Conclusão do
trabalho.
17
CAPÍTULO I
CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA
1
IMPAIRMENT TEST
1.1
Informação Contábil
Para ter um controle rigoroso de suas finanças e cumprir com as
exigências fiscais, as empresas, independentemente do seu porte, devem
adotar a contabilidade como ferramenta que produz informações essenciais
para os gestores tomarem suas decisões.
As demonstrações contábeis têm por objetivo proporcionar
informação a respeito da posição patrimonial e financeira, do
desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um
grande número de usuários em suas avaliações e tomada de
decisões econômicas. (SANTOS; SCHMIDT, 2011, p.37).
Com registros contábeis realizados de forma minuciosa, são gerados
relatórios que apresentam as informações necessárias para a visualização do
estado atual, assim como avaliar a evolução histórica da empresa, além de
permitir realizar planejamento de ações futuras dentro do seu ambiente
econômico e financeiro.
A Contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o
mesmo papel que a História na vida da humanidade. Sem ela não
seria possível conhecer o passado nem o presente da vida
econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões
para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa.
(FRANCO, 2006, p.22).
Tendo a contabilidade como sustentação, o profissional contábil deve
atentar-se a todos os aspectos que influenciam a situação real da empresa.
Neste contexto, a avaliação do Imobilizado deve ser considerado substancial
na geração de uma informação contábil segura.
1.1.1 Sistema de Tributação Simplificado
De acordo com Rezende, Pereira e Alencar (2010), o Simples Nacional é
um dos principais regimes tributários adotados pelas empresas de pequeno
18
porte que foi instituído pela Lei Complementar nº123, de 14/12/2006, Lei geral
das micro e pequenas empresas, para simplificar as formas de recolhimento de
oito impostos públicos das três esferas: federal, estadual e municipal. Esse
imposto unificado é recolhido através do Documento de Arrecadação do
Simples Nacional (DAS). A base de cálculo deste tributo é a Receita Bruta. As
alíquotas variam de acordo com o nível de faturamento, tendo preocupação de
dar vantagem à pequena empresa.
Tabela 1: Tributos recolhidos pelo Regime Simplificado Nacional.
Sigla do Tributo
Municipal
Estadual
Federal
IRPJ
X
CSLL
X
IPI
X
PIS
X
COFINS
X
ICMS
X
ISS
X
INSS Patronal
X
Fonte: Adaptado de REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010, p.175.
1.1.2 Lucro Real
O Lucro Real é uma forma de apuração tributária que leva em conta o
Lucro Bruto do exercício para a tributação do Imposto de Renda Pessoa
Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Assim,
além da apuração do Balanço Social, a contabilidade escritura a Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE).
Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração, apurado de
acordo com a legislação societária e ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela
legislação do IR. Qualquer empresa pode optar pela tributação pelo
Lucro Real, mas algumas são obrigadas a utilizar essa modalidade
em função de características relacionadas a tamanho e tipo de
atividade desenvolvida. (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010,
p.131)
19
1.1.3
Lucro Presumido
O Lucro Presumido é uma maneira mais simples de se calcular o IRPJ e
o CSLL, onde se estima o valor desses impostos através da aplicação de um
percentual sobre a receita bruta aferida pelo contribuinte. A margem de lucro
que a empresa teria é definida através de suposição, representada pelo
percentual. O percentual varia de acordo com o porte e atividade da empresa e
é definido por lei.
Lucro Presumido consiste em uma modalidade mais simplificada de
apuração em relação ao lucro real, na qual o lucro é estimado
(presumido) pela aplicação de um percentual sobre a receita bruta
obtida pelo contribuinte. O percentual representa, portanto, a suposta
margem de lucro que a empresa obteve no período. O porcentual é
estabelecido em legislação, e tem variações em função do porte e
atividade da empresa. (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010,
p.131)
1.1.4 Ativo Imobilizado
No ambiente empresarial, o Ativo Imobilizado é o alicerce para manter o
desenvolvimento das atividades, consistindo nos conjuntos de bens da
empresa, destacando-se entre eles os maquinários e equipamentos do
processo produtivo.
Ativos imobilizados (ou ativos fixos tangíveis) representam todos os
bens de longa permanência na empresa, destinados ao atendimento
do funcionamento normal das atividades da empresa e de seu
empreendimento. (PADOVEZE; BENEDICTO; LEITE, 2012, p.293.).
O assunto tratado pelo ativo imobilizado é regulamentado pela IAS 16 e
o CPC 27, assim o padrão adotado nas empresas deve estabelecer de forma
ampla todos os critérios adotados por esses órgãos regulamentadores, sendo
também semelhantes nos seus principais aspectos.
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil
para ativos imobilizados, de forma que os usuários das
demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre o
investimento da entidade em seus ativos imobilizados, bem como
suas mutações. Os principais pontos a serem considerados na
contabilização do ativo imobilizado são o reconhecimento dos ativos,
a determinação dos seus valores contábeis e os valores de
depreciação e perdas por desvalorização a serem reconhecidas em
relação aos mesmos. (CPC 27, 2009).
Em uma empresa, independente do seu porte, há a necessidade de se
conhecer profundamente os ativos destinados à produção. Estes ativos, além
de manter em pleno funcionamento a fabricação de mercadorias para venda,
20
representam o porte produtivo e assim, quando analisados corretamente e
adotando as normas contábeis, sua contabilização procura retratar os valores
mais próximos da realidade dos bens tangíveis.
Como bem lembra Franco (2006), os bens do ativo imobilizado podem
ser classificados em tangíveis e intangíveis. Como bens tangíveis, percebemse os imóveis, móveis, máquinas e mercadorias. Como bens intangíveis, citamse os créditos a receber, marcas e patentes. Os bens tangíveis podem ser
classificados de acordo com sua destinação. Podem ser destinados à
instalação, à transformação, ao consumo, à circulação, à defesa, ao transporte,
às comunicações, à venda e à produção. Este último incluem os maquinários e
seus acessórios, instrumentos e ferramentas e os equipamentos diversos.
1.1.5 Conceitos e método de Depreciação
De acordo com a Lei nº11.941, de 2009, Art. 183 § 2º, alínea a, todo
Ativo Imobilizado, ao decorrer do tempo, tem uma perda significativa em
relação ao seu valor de compra devido ao desgaste por uso, desatualização,
insuficiência na produção e ações da natureza.
A Depreciação, tradicional método contábil, tem como finalidade a
contabilização periódica dessa perda para tentar chegar o mais próximo
possível ao valor real do seu bem e assim realizar corretamente a
contabilização.
A palavra depreciação é de uso muito frequente tanto na linguagem
popular como na linguagem tecnológica, econômica e contábil. Em
sentido vulgar está quase sempre ligada à ideia de valor, porém esse
valor, em geral, nunca é bem definido. Na acepção tecnológica, a
palavra é aplicada no sentido de perda de eficiência funcional dos
bens, como máquinas, instalações, veículos etc. Para a economia, a
depreciação está intimamente relacionada com a ideia de diferença
entre valores. Tais valores podem ser objetivos (valores de mercado)
ou subjetivos (valores atribuídos pelos proprietários aos seus próprios
bens). (IUDICIBUS, et al., 2008, p.212).
A geração da depreciação mais comum é feita pela adoção de quotas de
valores constantes. Nela consiste em dividir o valor depreciado do bem pela
sua vida útil e contabilizar a despesa mensalmente ou anualmente. Essa
despesa deve ser contabilizada no mesmo exercício, seguindo o princípio da
competência, e sua influência no ativo será redutora, subtraindo do bem
depreciado.
21
É o método mais utilizado devido a sua simplicidade. Nesse método,
a depreciação é obtida por meio da divisão do valor a ser depreciado
pelo tempo de vida útil do bem, ou seja, estima-se que o bem perca
valor de forma constante. Esse método é aceito pelo fisco e
largamente utilizado pela empresa. (SANTOS; SCHMIDT, 2011,
p.62).
De acordo com Santos e Schmidt (2011), as parcelas constantes são
regulamentadas por taxas anuais estabelecidas pela Secretaria da Receita
Federal (SRF), conforme sua Instrução Normativa nº130/99.
Tabela 2: Taxas de depreciação adotadas fiscalmente
Ativos Imobilizados
Taxas (% a.a.)
Móveis e Utensílios
10
Software
20
Equipamentos de Informática
20
Tratores
25
Prédios (em uso)
4
Veículos
20
Instalações
10
Máquinas e Equipamentos
10
Fonte: Adaptado de SANTOS; SCHMIDT, 2011, p.61
1.1.6 Conceito de Custos
Custos fixos são aqueles que não variam de acordo com o volume de
produção, entre eles estão as despesas com salários e encargos sócias e os
aluguéis de prédios e máquinas produtivas. “São aqueles custos que
permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada,
independente do volume de produção. (OLIVEIRA; PEREZ, 2000, p.66)”
Custos variáveis são aqueles que variam de acordo com o volume de
produção, dentre eles estão a matéria-prima e a mão de obra direta.
São aqueles custos que mantém uma relação direta com o volume de
produção ou serviço e, consequentemente, podem ser identificados
com os produtos. Dessa maneira, o total dos custos variáveis cresce
à medida que o volume de atividades da empresa aumenta.
(OLIVEIRA; PEREZ, 2000, p.70).
22
Custos diretos são aqueles que estão envolvidos diretamente no custo
do produto final, fazendo parte de sua composição, como por exemplo:
matérias-primas, componentes, embalagens, entre outros.
São os custos que podem ser quantificados e identificados aos
produtos e serviços e valorizados com relativa facilidade. Dessa
forma, não necessitam de critérios de rateio para serem alocados aos
produtos fabricados ou serviços prestados, já que são facilmente
identificados. (OLIVEIRA; PEREZ, 2000, p.72).
Os recursos consumidos no processo de produção, porém que não
fazem parte do produto final são definidos como custos indiretos. Como por
exemplo: limpeza, seguros, serviços de manutenção, depreciação entre outros.
Outros realmente não oferecem condição de uma medida objetiva e
qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada
e muitas vezes arbitrária (como aluguel, a supervisão, as chefias
etc.). São os Custos Indiretos com relação aos produtos. (MARTINS,
1996, p.53)
1.2
Contabilidade Internacional
No atual contexto social e econômico, as relações comerciais entre os
países, influenciados constantemente pela globalização, criam novos usuários
para as informações contábeis.
Esses novos usuários, por sua vez, são provenientes de outros países,
portanto, as demonstrações contábeis devem seguir um padrão internacional a
fim de que sejam compreendidas e analisadas uniformemente por todos.
No contexto internacional, a contabilidade, por meio das
demonstrações contábeis, pode ser entendida como o processo de
reporte de informações realizado pela empresa junto aos seus
usuários internacionais que, por sua vez, se encontram localizados
em países diferentes do seu país de origem. Percebe-se, portanto,
que a contabilidade internacional apresenta uma dimensão muito
importante no processo de evidenciação de informações econômicofinanceiras: a dimensão dos usuários. (PADOVEZE; BENEDICTO;
LEITE, 2012, p.4).
No Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi instituído
para ser o único órgão com a responsabilidade de emitir pronunciamentos que
normalizam a contabilidade brasileira e também a equiparando à contabilidade
internacional.
A seguir um quadro com os órgãos que compõem o CPC e seus
respectivos objetivos.
23
Quadro 1 – Composição do CPC.
Órgãos que compõem o CPC
Objetivo
Defender as posições das companhias
abertas junto aos centros de decisão e à
opinião pública, desenvolver mecanismos do
ABRASCA - Associação Brasileira das
mercado
de
capitais
e
disseminar
Companhias Abertas
informações sobre os principais títulos, tais
como ações, debêntures, notas comerciais,
FIDC e CRI.
Desenv básicos até MBAs, reuniões com
APIMEC - Associação dos Analistas e
empresas, visita a parques fabris, seminários,
Profissionais de Investimento do Mercado de
palestras, mesas redondas, reuniões técnicas
Capitais
e participação em comitês e comissões.
Negociar
ações,
títulos
e
contratos
BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, referenciados em ativos financeiros, índices,
Mercadorias e Futuros
taxas,
mercadorias
e
moedas
nas
modalidades a vista e de liquidação futura.
Orientar, normatizar, fiscaliza e promover o
exercício da profissão contábil, por intermédio
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
dos Conselhos Regionais de Contabilidade.
Realizar pesquisas, desenvolver e promover
a divulgação de conhecimentos da área
contábil, financeira e atuarial; incentivar a
participação de professores e estudantes em
congressos e seminários com trabalhos
científicos; produzir e incentivar a produção
FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas de livros, artigos, papers e material científico
Contábeis, Atuariais e Financeiras
no seu campo; financiar laboratórios de
pesquisa nas áreas de contabilidade,
finanças, atuária, logística, tecnologia;
promover a internacionalização da PósGraduação em Contabilidade da Universidade
de São Paulo; promover cursos e
consultorias.
Discutir, desenvolver e aprimorar as
questões éticas e técnicas da profissão de
IBRACON
Instituto
dos
Auditores auditor e de contador, auxiliar na difusão e na
correta interpretação das normas que regem
Independentes do Brasil
a profissão e colaborar para o aprimoramento
da formação profissional.
Fonte: Adaptado de COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010.
1.2.1 CPC – 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos
Toda a empresa, em seu ativo imobilizado, muitas vezes utilizando a
depreciação como método para registrar o valor do seu bem, pode apresentar
divergências entre o valor registrado contabilmente e o valor justo de seu
imobilizado. Com essa questão, surgiu o CPC 01 para regulamentar os
procedimentos que objetivam estabelecer que os registros contábeis estejam
corretos, não interferindo, assim, no valor recuperado de um bem.
24
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer
procedimentos que a entidade deve aplicar para assegurar que seus
ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda
seus valores de recuperação. Um ativo está registrado contabilmente
por valor que excede seu valor de recuperação se o seu valor contábil
exceder o montante a ser recuperado pelo uso ou pela venda do
ativo. Se esse for o caso, o ativo é caracterizado como sujeito ao
reconhecimento de perdas, e o Pronunciamento Técnico requer que a
entidade reconheça um ajuste para perdas por desvalorização. O
Pronunciamento Técnico também especifica quando a entidade deve
reverter um ajuste para perdas por desvalorização e estabelece as
divulgações requeridas. (CPC 01, 2010).
De acordo com o Manual de Normas Internacionais de Contabilidade:
IFRS versus Normas Brasileiras (2009), o Impairment Test demonstra que o
valor registrado no imobilizado de uma empresa é superior ao real valor
recuperável do ativo. No Brasil, o CPC 01 traz esse conceito do Impairment
Test, razão pela qual será utilizado este conceito como base na pesquisa
realizada.
1.3
Aspectos conceituais do Impairment Test
Tradicionalmente, a depreciação é um método mais disseminado em
relação à mensuração contábil do valor da vida útil de um imobilizado.
Entretanto, no cotidiano de uma empresa nem sempre o valor de registro de
um bem é fiel ao seu valor de recuperação. O Impairment Test visa à
realização periódica de avaliações nos ativos imobilizados para reconhecer o
real valor de recuperação do ativo.
Impairment é uma palavra em inglês que significa, em sua tradução
literal, deterioração. Tecnicamente trata-se da redução do valor
recuperável de um bem ativo. Na prática, quer dizer que as
companhias terão que avaliar, periodicamente, os ativos que geram
resultados antes de contabilizá-los no balanço. Cada vez que se
verificar que um ativo esteja avaliado por valor não recuperável no
futuro, ou seja, toda vez que houver uma projeção de geração de
caixa em valor inferior ao montante pelo qual o ativo está registrado,
a companhia terá que fazer a baixa contábil da diferença. (LUNELLI,
2013).
O CPC 01 menciona que todos os ativos geradores de caixa futuro são
passíveis da aplicação do Impairment Test, contudo o procedimento também
relata que algumas categorias de ativos não se aplica o teste de
recuperabilidade. A seguir um quadro com as categorias de ativos nas quais
aplicam-se o e não se aplicam o Impairment Test.
25
Quadro 2 – Itens que são passíveis de Impairment Test
Aplica-se Impairment Test
Não se aplica Impairment Test
Ativos geradores de fluxo de caixa futuro;
ativos financeiros classificados como:
controladas,
conforme
definido
no
Pronunciamento Técnico CPC 36(R1) –
Demonstrações Consolidadas e no
Pronunciamento Técnico CPC 18 –
Investimento
em
Coligada
e
em
Controlada; e empreendimento controlado
em conjunto, conforme definido no
Pronunciamento Técnico CPC 19 –
Investimento
em
Empreendimento
Controlado em Conjunto (Joint Venture).
Estoques; ativos advindos de contratos de
construção; ativos fiscais diferidos; ativos
advindos de planos de benefícios a
empregados; ativos financeiros que
estejam
dentro
do
alcance
dos
Pronunciamentos Técnicos do CPC que
disciplinam
instrumentos
financeiros;
propriedade para investimento que seja
mensurada ao valor justo; ativos biológicos
relacionados à atividade agrícola que
sejam mensurados ao valor justo líquido
de despesas de venda; custos de
aquisição diferidos e ativos intangíveis
advindos de direitos contratuais de
companhia de seguros contidos em
contrato de seguro dentro do alcance do
Pronunciamento Técnico CPC 11 –
Contratos de Seguro; ativos não
circulantes
(ou
grupos
de
ativos
disponíveis para venda) classificados
como
mantidos
para
venda
em
consonância com o Pronunciamento
Técnico CPC 31; ativos financeiros dentro
do alcance dos Pronunciamento Técnico
CPC 38, CPC 28 e CPC 29;
Fonte: Adaptado de CPC 01, 2010.
De acordo com Carvalho, Lemes e Costa (2009) o CPC 01 não prevê
nenhuma valoração na avaliação do bem, mas quando ocorrer qualquer
aumento do valor contábil do ativo acima do valor contábil anteriormente
registrado, caracteriza-se uma reavaliação e como tal deverá ser contabilizada.
1.3.1 Mensuração do Valor recuperável
O valor justo ou de recuperação de um ativo é a correta mensuração
para se contabilizar um imobilizado diante das normas internacionais. Em
outras palavras, todo ativo tem um preço estabelecido e esse é adotado por
critérios justificáveis por procedimentos contábeis, como por exemplo, o valor
em algumas concepções se torna utópico quando comparado ao valor
recuperável, isso é, o montante adquirido em uma possível venda.
26
Podemos definir, então, o valor justo como preço negociado entre um
comprador e um vendedor que age racionalmente, defendendo o seu
próprio interesse (uma transação arm’s-lenght) ou, na ausência desse
valor objetivo, como valor presente do fluxo de caixa esperado pelo
ativo. (PADOVEZE; BENEDICTO; LEITE, 2012, p.278).
Assim, é necessária a aplicação do Impairment Test visando, por meio
de procedimentos, definir o seu valor justo e, dessa forma, observar os fatores
que influenciam nessa estimativa. Em suma, valor justo é aquele que é
comercializado no mercado, o qual depende do cálculo do valor líquido de
venda e o valor em uso.
Para identificar o valor recuperado a entidade depende do calculo de
dois outros montantes: valor em uso e o valor justo líquido dos custos
de venda. O valor recuperável, do ativo ou da unidade geradora de
caixa é o maior entre os dois. (LEMES; CARVALHO, 2010, p. 148).
Figura 1: Comparação entre valores.
Fonte: MANUAL DE NORMAS..., 2009 p. 301.
1.3.1.1 O Valor em Uso
O valor em uso é estimado por fundamentos ligados aos fluxos de caixa
futuros que representam o fluxo gerado pelo ativo de forma corrente e a
arrecadação com uma possível venda.
No cálculo do valor em uso, a entidade deverá estimar as futuras
entradas e saídas de caixa decorrentes do uso contínuo do ativo e de
sua eventual venda e, em seguida, descontar aqueles fluxos de caixa
(calcular o valor presente) por uma taxa apropriada. (LEMES;
CARVALHO, 2010, p.150).
De forma ampla será abordado a receita gerada com o uso contínuo
desse ativo e as possíveis investimentos, com manutenção preventiva
(reparos) e as perdas com trocas de peças. Também será considerada uma
27
taxa que deverá ser independente da estrutura financeira da empresa
baseando-se nas estimativas do mercado vigente.
A taxa de desconto deverá ser uma taxa (ou taxas) que reflita as
avaliações do mercado: (a) o valor do dinheiro no tempo; e (b) dos
riscos específicos do ativo não contemplado nas estimativas do fluxo
de caixa. A taxa que reflete tais variações do mercado é a taxa de
retorno que os investidores teriam em investimentos que gerariam
fluxos de caixa, tempo e perfil de risco equivalentes ao retorno do
ativo. (CARVALHO; LEMES; COSTA, 2009, p. 262).
1.3.1.2Valor Líquido de Venda
O Valor Justo Líquido é utilizado para identificar uma venda de um Ativo
onde a parte vendedora dessa transação estabelece um preço, no qual são
deduzidos os custos para o comprador. Dessa forma o Ativo Imobilizado
corresponde ao Valor Justo menos os encargos com despesas derivadas da
transação, onde não há o favorecimento em nenhuma das partes envolvidas.
Um mercado ativo é aquele em que os itens negociados são
homogêneos, podem ser encontrados compradores e vendedores
dispostos a negociar a qualquer momento e os preços são
disponíveis ao público. Em ultima instância, na indisponibilidade
desses preços, o preço de uma transação mais recente do Ativo sob
análise ou de Ativos similares poderá ser usado como indicativo do
Valor Justo. Adicionalmente, estimativas, médias e métodos
computacionais podem ser usados no cálculo aproximado do Valor
Justo menos os custos de venda. Nos Custos de Venda devem ser
contemplados todas as taxas fiscais, os custos de transporte e todos
os demais custos diretamente relacionados à colocação do ativo em
condições de uso. (CARVALHO; LEMES; COSTA, 2009, p 261).
1.3.2 Critérios para a aplicação do Impairment Test
Para a aplicação do Impairment Test, as empresas devem ficar atentas
no período de encerramento contábil a fim de verificar se há algum indício de
desvalorização em seus ativos. Caso haja algum indício de desvalorização,
deve-se aferir o valor recuperável destes ativos.
A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte, se há
alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização.
Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o valor
recuperável do ativo. (CPC 01, 2010.)
Existem indicações de que deve ser aplicado o Impairment Test. Há
duas fontes a serem consideradas As fontes externas de informação, são
aquelas que indicam a diminuição do preço de venda do ativo, diminuição do
28
valor de mercado da empresa e alteração relevante com efeito adverso na
empresa de origem econômica, tecnológica, mercadológica ou legal; as fontes
internas de informação que indicam as atividades que reduzam a vida útil do
bem, obsolescência ou danificação do bem, expectativa de vida útil do bem
reduzida e indicação de que o ativo avaliado não terá o resultado esperado.
(PADOVEZE; BENEDICTO; LEITE, 2012.).
1.3.3 Reversão do valor
Após a aplicação do Impairment Test, como procedimento contábil, é
retratada a mensuração das perdas, entretanto existe uma margem para a
alocação dessa perda e não deverá ser alocado um valor negativo.
Sob qualquer circunstância, ao alocar uma perda por impairment, a
entidade não poderá reduzir o valor contábil de um ativo abaixo do
maior entre: seu valor justo menos os custos de venda, seu valor em
uso e zero. Ou seja, o valor contábil do ativo será reduzido (caso haja
perda) até o maior entre o valor justo líquido e o valor em uso. Caso
esses dois valores sejam negativos, o valor contábil do ativo será
reduzido somente até zero. (LEMES; CARVALHO, 2010, p.155)
Em alguns casos, a perda gerada pelo Impairment Test poderá ser
revertida quando houver mudanças substanciais ou não na estimativa do valor
do ativo imobilizado, isso pode ser gerado por um aumento significativo da
capacidade produtiva nos períodos reconhecidos pela contabilidade.
Na reversão da perda por Impairment, o valor contábil do ativo deverá
ser aumentado, sem exceder o valor contábil que existiria (líquido da
amortização ou depreciação), caso a perda por Impairment nunca
tivesse sido reconhecida. Qualquer aumento do valor contábil do ativo
acima do valor contábil anterior é uma reavaliação e como tal deverá
ser contabilizada. (CARVALHO; LEMES; COSTA, 2009, p 265).
1.3.4 Contabilização do Impairment Test
Após realizar o Impairment Test, deve ser adotado procedimentos
contábeis para seus registros.
A seguir um quadro onde é exemplificada a contabilização do
Impairment de um ativo imobilizado. Utilizou-se como exemplo um maquinário
de grande porte.
29
Quadro 3: Contabilização do Impairment Test.
Exemplo de Impairment de imobilizado
Avaliação de Impairment de máquinas de grande porte:
Valor contábil líquido
= R$ 1.000.000 (já descontada a depreciação)
Valor em uso
= R$
Valor liquido de venda
Perda por impairment
= R$
= R$
950.000 = Valor recuperável (maior valor)
900.000
50.000 (R$ 1.000.000 – R$ 950.000)
Contabilização:
Débito = Perda por desvalorização de ativos (resultado)
Crédito = Perda por desvalorização de ativos (redutora do ativo imobilizado)
Observação:
O Princípio do Conservadorismo/Prudência foi aplicado na avaliação do ativo.
Fonte: PADOVEZE; BENEDICTO; LEITE, 2012, p. 278.
1.4
Vivenciando o Impairment Test
Após analisar e interpretar a contextualização teórica dos principais
pontos relacionados com a aplicação do Impairment Test percebe-se a
relevância da sua aplicabilidade no ambiente empresarial.
A aplicação dessas teorias e a verificação da sua eficácia para
mensuração correta do valor do ativo imobilizado será demonstrado a seguir na
caracterização da empresa estagiada e na descrição do estudo de caso.
30
CAPÍTULO Il
PADARIA BRASIL
2
A EMPRESA
2.1
Como tudo começou
A empresa Panificadora 2 M Ltda – EPP está instalada na Rua Floriano
Peixoto, nº 1263 no Centro da Cidade de Lins, Estado de São Paulo, com
atendimento das 5h 45min. às 21 horas. Sua atividade social é a exploração do
ramo de Panificadora, Confeitaria e Mercearia.
Com muita dificuldade, empenho e dedicação, os proprietários Maurílio
da Silva e Marcela Esperança da Silva adquiriu o estabelecimento no ano de
1965, aplicando um capital de R$ 6.000,00 (seis mil reais), distribuído 50%
para cada sócio e uma experiência na área da panificação por ter trabalhado
10 anos em outras panificadoras da cidade, seu objetivo era construir um futuro
melhor para sua família.
No início com muito sacrifício o Sr. Maurílio entregava os pães pela
madrugada em uma carroça de padeiro. Com aumento da clientela,
funcionários foram registrados para melhor atendimento da demanda, pelo fato
da população estar conhecendo a qualidade da padaria, adquiriram uma
bicicleta, e nela colocavam uma grande cesta para entregar os pães. Não
importava o clima do dia, os pães tinham que ser deixados na frente da casa
de todos os clientes, mesmo daqueles que moravam em vilas afastadas, só
que às vezes os clientes não encontravam os pães na frente de suas casas,
pois eram roubados junto com o leite que o leiteiro deixava. Para não perder a
clientela, os pães eram entregues novamente, causando prejuízo para a
padaria.
Em 1973 foi comprado um DKW (um veículo que a porta era aberta do
lado contrário em relação aos carros de hoje), que foi útil a empresa por muitos
anos, pois as vendas estavam aumentando a cada dia, mas a fama da
qualidade e atendimento foi crescendo, assim foi necessário adquirir uma
31
Kombi, que era um veículo maior, melhor e bem mais útil do que o carro
anterior.
Figura 2: DKW 1973
Fonte: Revista WebMotors, 2013.
Figura 3: Kombi
Fonte: Cozot Carros, 2013.
32
Uma reforma no prédio era necessária ser feita, então para melhorar a
entrada da padaria, foi instalado a parte de atendimento na esquina da Rua
Floriano Peixoto, que melhorou a visibilidade da empresa.
Figura 4: Fachada da Empresa
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
2.2
Estrutura Física e Logística
O imóvel que sustenta as instalações físicas da padaria têm
aproximadamente 250 metros quadrados e foi construído por volta dos anos de
1948 a 1950, com diversas reformas para adequação em 1983.
Figura 5: Empresa Reformada
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
33
Ao seu redor, existem bairros residenciais e microempresas. É
importante ressaltar que o fluxo de carros é alto por se tratar de uma rua
principal de entrada para a cidade.
Figura 6: Localização da empresa
Fonte: Google Maps, 2013.
2.3
Organograma
O proprietário da empresa é o administrador geral que fica responsável
por gerenciar todos os setores, assim como cuida do departamento de recursos
humanos, na parte de recrutamento de funcionários e treinamento.
O departamento de compras é o responsável por adquirir os
suplementos necessários para manter viva a empresa, pois em muitos casos
saber negociar o que comprar é peça fundamental para obter um preço
competitivo diante a mercado.
34
O departamento de vendas é de muita importância, porque é através
deste que adquire se a receita, além de ser a vitrine da loja, isso é os clientes
tem contato direto com eles.
A contabilidade é feita pelo escritório Checape, que é responsável por
transformar as rotinas administrativas em informações contábeis, entre eles o
mais importante o balanço patrimonial, também é de responsabilidade do
escritório toda parte formal do departamento pessoal.
Figura 7: Organograma Geral
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
As
formas
de
estocagem
da
matéria
manualmente, 50 sacas de 50 kg de farinha.
prima
são
controladas
35
Figura 8: Estoque da matéria prima
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
2.4
Portfólio
A Padaria Brasil trabalha com um portfólio diversificado de produtos,
para assim atender de forma adequada seus clientes, pois no mercado atual o
pão francês deixou de ser o único produto da mesa do brasileiro.
Apresentam-se a seguir 5 dos produtos mais vendidos na Padaria Brasil
em ordem decrescente.
2.4.1 Pão Francês
O pão foi criando antes da Idade da Pedra, era feito com grãos triturados
molhados na água e no leite, mas o verdadeiro pão francês tem como nome
Baguete, foi criado em 1840, medindo 80 cm de comprimento.
Figura 9: Cesta com Pães
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
36
2.4.2 Rosca Húngara
Os ingredientes que compõem a massa da Rosca Húngara são: açúcar,
ovos, sal, leite morno, fermento e trigo. Seu delicioso recheio é feito com
margarina, coco ralado e açúcar, assim o sabor é elemento fundamental para a
fidelização dos clientes.
Figura 10: Balcão com Roscas Húngaras
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
2.4.3 Salgado
A Esfirra é um salgado assado muito consumido, com a farinha de trigo,
fermento, açúcar, sal, margarina, e água morna é feita sua deliciosa massa e
seu recheio é composto por carne ou frango, tomate, cebola, pimenta e sal.
Com estes ingredientes formamos a famosa esfirra da Padaria Brasil.
Figura 11: Esfirra
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
37
2.4.4 Refrigerante
O refrigerante surgiu em 1676 em Paris, mas chegou no Brasil apenas
em 1941 na cidade de Recife. Uma curiosidade foi que os primeiros
refrigerantes foram desenvolvidos a partir de fórmulas para digestão dos
alimentos.
Figura 12: Geladeira com refrigerantes
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
2.4.5 Frios
Mussarela, mozzarella ou muçarela, qual dessas grafias é a mais
correta? Todas. A mais empregada é a mussarela, antigamente era fabricada
apenas com leite de búfala, hoje é mais fabricada com o leite de vaca.
O presunto é um embutido feito com as pernas traseiras do porco muito
apreciado pelas pessoas, sendo um dos alimentos muito usado como petiscos.
A Mortadela é fabricada com a gordura extraída da papada do porco,
com carne (magra) de porco e com sobras cruas de presunto, é um dos
alimentos preferidos pelos italianos.
38
Figura 13: Mesa de Frios
Fonte: Casa Amiga, 2013.
2.5
Mercado Consumidor
A Padaria Brasil, por ter uma grande tradição perante a sociedade
linense, qualifica a maior parte do seu público consumidor como fiel, isso é, o
cliente que diariamente consome algo dentre o seu portfólio de produtos.
É importante frisar que, de acordo com sua logística, parte de seus
clientes são viajantes e passantes, diversificando assim sua clientela.
Dentre as formas de pagamentos, a Padaria Brasil, disponibiliza a venda
à vista, cartão de débito/crédito e a antiga caderneta, demonstrando assim o
quão fiel são seus clientes.
2.6
Mercado Corrente
A Padaria Brasil tem como concorrente a Padaria Cristal que esta
localizada em frente, os Supermercados Amigão, Avenida e Hirata, que
passaram a fornecer o pão Frances com um menor custo.
2.7
Desenvolvimento do ramo de panificação
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e
Confeitaria (Abip), o crescimento do faturamento da panificação em 2012 foi de
11,6% em relação a 2011. Este Setor é constituído por 64 mil padarias de
39
pequeno e médio porte, é o segundo maior canal de distribuição de alimentos
do país e um dos seis maiores seguimentos industriais responsáveis por gerar
802 milhões de empregos diretos e 1,85 milhão de empregos indiretos.
Figura 14: Gráfico sobre o Crescimento da Panificação.
Fonte: ABIP, 2013.
Analisando a trajetória da Padaria Brasil, hoje se resume em tradição e
qualidade em servir o mercado consumidor. Sua história demonstra o grande
exemplo de consolidação, pois independentemente dos desafios, a empresa
comandada pelo Sr. Maurílio é umas das principais do ramo na cidade de Lins.
Portanto, com atitudes empreendedoras a Padaria Brasil se torna
presente na vida de seus consumidores, presando sempre a qualidade e a
excelência em servir seus clientes.
40
CAPÍTULO III
APLICAÇÃO DO IMPAIRMENT TEST
3
INTRODUÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO
Foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Panificadora 2 M
LTDA – ME, nome fantasia Padaria Brasil, na cidade de Lins, no período de
fevereiro a outubro de 2013, com o objetivo de avaliar os imobilizados
utilizados na produção, pois, muitas vezes, seus valores estão registrados pelo
seu valor residual, e encontram-se desproporcionais ao seu real valor quando
comparados aos seus resultados que tais bens geram para a empresa.
Os métodos utilizados foram Estudo de Caso e Observação Sistemática,
buscando analisar os aspectos voltados aos valores dos Ativos da empresa,
sua mensuração de acordo com capacidade produtiva e seus registros
contábeis.
As técnicas aplicadas foram os roteiros de estudo de caso, observação
sistemática, entrevista com os proprietários e contador da empresa.
A Padaria Brasil conta com um imobilizado diversificado para atender
sua demanda produtiva. De forma sintética o imobilizado da empresa compõese de seus maquinários que, em média, estão incorporados no ativo há um
longo tempo. Tais equipamentos atendem à produção exigida pelo setor de
vendas. Entretanto, o Impairment Test tem como objetivo reavaliar os
imobilizados, especificamente neste trabalho, os maquinários envolvidos na
produção.
Utilizando as técnicas propostas pelo Impairment Test, a Padaria Brasil
poderá encontrar uma forma alternativa para reavaliar os imobilizados de sua
linha produtiva, e assim gerar informações mais próximas a respeito de seus
valores reais.
Dessa forma, foram colhidos dados para desenvolver um fluxo de caixa
futuro e assim mensurar os ativos para que sejam contabilizados com valores
mais próximos aos valores reais diante a sua eficiência no processo produtivo.
41
3.1
Ativo Imobilizado Produtivo
A Padaria Brasil desenvolve seu processo produtivo com um maquinário
específico para panificação, e por estar há muito tempo incorporado ao setor
produtivo, suas máquinas não representam a atual tecnologia.
Em seguida serão descritos os atuais equipamentos utilizados pela
empresa na produção.
3.1.1 Amassadeira Espiral
Tem como principal função garantir que os ingredientes da receita sejam
misturados de forma uniforme e constante. Esta amassadeira é o primeiro
maquinário da linha produtiva.
Figura 15: Amassadeira Espiral
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
3.1.2 Cilindro
Com a massa pronta, o cilindro tem o papel de sová-la, para isso o
equipamento tem a funcionalidade de afinar a massa para uma maior facilidade
em seu manuseio.
42
Figura 16: Cilindro
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
3.1.3 Mesa de descanso
A mesa de descanso é utilizada para repousar a massa enquanto ela
cresce e fica apta a próxima etapa.
Figura 17: Mesa de descanso
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
43
3.1.4 Máquina de modelagem
Para que sejam uniformes as unidades dos produtos, a máquina de
modelagem tem como principal objetivo padronizar os tamanhos e formas das
massas.
Figura 18: Modeladora
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
3.1.5 Estantes
As estantes asseguram um local higiênico para a estocagem dos
produtos semiacabados (massas modeladas) e produtos finais (assados).
Figura 19: Estantes
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
44
3.1.6 Forno industrial
O forno industrial alimentado à lenha é utilizado para assar os produtos.
Figura 20: Forno Industrial
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
As informações sobre o valor dos bens contabilizados fornecida pela
empresa não foram documentadas. Desta forma, foram pesquisados os valores
de máquinas e equipamentos novos para serem utilizados como parâmetro
para o Impairment Test.
Quadro 4: Valores dos Maquinários novos.
Máquinas e Equipamentos
Valor atual de mercado (em R$)
Amassadeira Espiral
5.920,35
Cilindro Sovador
4.976,40
Modeladora de Pão
2.914,50
Forno Industrial Elétrico
6.862,85
Mesa de Descanso
575,00
Estante
169,00
Total
21.418,10
Fonte: Dados coletados da empresa ESM EQUIPAMENTOS – SÃO JOSÉ, 2013.
45
3.2
Custos de produção do Pão Francês
O fluxo de caixa futuro foi elaborado a partir de informações fornecidas
pela própria empresa, dessa forma, foram especificados os principais aspectos
que estão relacionados à produção do pão francês e sua geração de receita.
3.2.1 Receita do Pão Francês
A receita do Pão Francês da Padaria Brasil é composta pelos seguintes
ingredientes: farinha, fermento, sal, açúcar e gordura.
Entretanto, foi realizada a apuração do custo de uma receita de pão
francês genérica, pois as proporções da receita utilizada na empresa não
podem ser divulgadas devido ao sigilo empresarial, pois sua receita é
considerada um diferencial, devido à sua longa tradição.
A seguir o quadro com as informações resumidas:
Quadro 5: Receita genérica do pão francês para 20 unidades.
Ingrediente
Medida
Custo (em R$)
Farinha de trigo
½ quilo
0,9200
Fermento
15 gramas
0,0480
Sal
15 gramas
0,0255
Açúcar
20 gramas
0,0280
Gordura
15 gramas
0,0570
Total de Custo
1,0785
Fonte: Adaptado de ALMANAQUE CULINÁRIO, 2013.
As proporções da receita esboçada no quadro anterior rendem em
média 20 pães. Assim, para aproveitar a capacidade máxima de produção, a
padaria realiza 33 receitas por vez.
46
Portanto, o custo referente à matéria prima para um 1 ciclo produtivo é
de R$ 35,5905, o qual é representado pelo total de custo multiplicado pela
quantidade de receitas processadas por ciclo, ou seja, 33 x R$ 1,0785.
Para atender as vendas diárias, a produção tem como meta render em
média 1980 unidades de pães francês, dessa forma deve ser realizado 3 vezes
o ciclo produtivo, pois em cada ciclo, em média, rende 660 pães.
Assim é estabelecido um custo total diário de aproximadamente R$
106,7715, o qual é composto pela multiplicação do custo da matéria prima de 1
ciclo produtivo pelo o custo da meta diária de produção, ou seja, 3 ciclos
produtivos.
De acordo com informações administrativas, a Padaria Brasil trabalha,
em média, 28 dias por mês, dessa forma, mensalmente o custo da matéria
prima é de R$ 2.989,6020.
3.2.2 Mensuração dos custos
Além da matéria prima, a Padaria Brasil têm outros custos que são
essenciais para a mensuração do fluxo de caixa futuro, pois estabelecem
saídas de recursos objetivando a manutenção e alimentação do processo
produtivo, além das obrigações de seu regime tributário (Simples Nacional).
No quadro a seguir será descrito os valores referentes aos custos
mensais.
Quadro 6: Custos Mensais.
(continua)
Descrição da conta
Valor (em R$)
Água e Esgoto
125,8800
Energia Elétrica
1.255,0700
Combustível (madeira)
80,0000
IPTU
620,0000
Telefone
111,7500
47
(conclusão)
Manutenção do Maquinário
500,0000
Honorário Contábil
1.035,0000
Simples Nacional (Imposto)
1.516,2840
Total
5.243,9840
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
3.2.3 Custos com Mão de Obra
A mão de obra agregada na produção é realizada pelos profissionais
padeiros que desenvolvem suas jornadas de trabalho para suprir todas as
necessidades do mercado consumidor. No quadro de funcionários, há dois
padeiros e um confeiteiro, porém no processo produtivo do pão francês apenas
os primeiros estão envolvidos.
Quadro 7: Salário do cargo Padeiro
Cargo
Qtde../Func.
Carga horária
Salário
Padeiro 1
1
220 horas
R$ 1.400,00
Padeiro 2
1
220 horas
R$ 1.309,00
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
Importante destacar que as diferenças dos salários entre os padeiros
são por motivos de aumentos salariais por mérito e experiência dentro da
empresa. Este mesmo critério é válido para o cargo de balconista.
Além do padeiro que está diretamente envolvido no processo produtivo,
existem os cargos que realizam as venda das mercadorias e a limpeza do
estabelecimento, inclusive na limpeza da área produtiva.
No quadro a seguir, serão descritos os salários dos cargos de
balconista, serviços gerais e ajudante geral. Para efeito de segregação, no
cargo de balconista foi especificado dois valores de salários, sendo que o de
48
R$ 885,00 é referente a 4 funcionários e o de R$ 1.045,00 é de apenas uma
funcionária, a qual ganha mais por mérito e experiência no cargo.
Quadro 8: Salários dos demais Funcionários
Cargo
Qtde./Func.
Carga horária
Salário por
funcionários
Balconista
4
220 horas
R$ 885,00
Balconista
1
220 horas
R$ 1.045,00
Serviços Gerais
1
220 horas
R$ 954,00
Ajudante Geral
1
220 horas
R$ 954,00
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
Toda parte gerencial da Padaria Brasil é feita pelo sócio administrador, o
qual contribui significativamente nos departamentos de compra e venda, além
de exercer a função de fiscalizar todos os demais departamentos.
Quadro 9: Pro labore (Administrador Geral)
Cargo
Qtde../Func.
Carga horária
Pro Labore
Administrador Geral
1
220 horas
R$ 3.400,00
Elaborada pelos autores, 2013.
Todos os valores apresentados representam os pagamentos realizados
mensalmente aos funcionários. Dessa forma ainda faltam dois parâmetros para
a mensuração correta dos custos com a mão de obra, elas são: obrigações
sociais e provisões. É importante observar que os valores calculados para o
INSS, contribuição confederativa e sindical são apenas demonstrativos, pois os
mesmos já estão compondo os salários brutos dos funcionários.
Quadro 10: FGTS
Base de Calculo
FGTS (8%)
R$ 9.202,00
R$ 736,16
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
49
Quadro 11: Contribuição Patronal
Capital Social
Alíquota %
Contribuição Patronal
R$ 6.000,00
Contribuição mínima
R$ 90,61
Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.
A seguir foram apresentadas as provisões contábeis referentes a um
terço de férias e aos décimos terceiros salários, que pode ser considerado
como uma reserva para esses pagamentos futuros. Dentro desses critérios,
deveriam ser calculadas as provisões com férias, entretanto, a empresa tem a
política de não substituir os funcionários. Assim, no mês que algum cargo tirar
férias, para o fluxo de caixa não haverá acréscimo de valores.
Quadro 12: Provisões.
Base de Calculo
Qtde. mês
Provisão 1/3 Férias
Provisão de 13º
R$ 9.202,00
1
R$ 255,61
R$ 766,83
Fonte: Elaborada pelos Autores, 2013.
3.3
Geração de receita
Atualmente o seu quilograma é comercializado a R$ 9,00 resultando em
média de 18 pães. Como o processo de produção tem grande influência
humana, os pães não são uniformes, podendo assim seu preço unitário variar.
Quadro 13: Preço médio unitário do Pão Francês
Produto
Preço/Kg.
Qtde./Kg.
Preço/Un.
Pão Francês
R$ 9,00
18 un.
R$ 0,50
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
A padaria Brasil, trabalha em média 28 dias por mês e tem a expectativa
de fabricar por dia 1.980 unidades de pão francês, resultando assim 55.440
unidades por mês.
50
Quadro 14: Expectativa de Receita Mensal (28 dias)
Produto
Vendas/dia
Vendas/mês
Preço/Un.
Receita/mês
Pão Francês
1.980 un.
55.440 un.
R$ 0,50
R$ 27.720,00
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
Embora já com grande experiência no ramo, as perdas de produtos
acabados devem ser calculadas, dessa forma, por dia há 35 pães em média
que não são vendidos, os quais são subtraídos da receita.
Quadro 15: Perdas de produtos acabados
Produto
Perdas diárias
Perdas Mensais
Valor Unitário
Perdas Mensais
Pão Francês
35
980
R$ 0,50
R$ 490,00
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
3.4
Aplicação do Imparment Test
De acordo com o CPC 01 o fluxo de caixa futuro deve ser baseado em
informações recentes e aprovadas pela administração, observando que as
previsões não devem ser estendidas em um período superior a cinco anos.
Basear as projeções de fluxo de caixa nas previsões ou nos
orçamentos financeiros mais recentes aprovados pela
administração que, porém, devem excluir qualquer estimativa
de fluxo de caixa que se espera surgir das reestruturações
futuras ou da melhoria ou aprimoramento do desempenho do
ativo. As projeções baseadas nessas previsões ou orçamentos
devem abranger, como regra geral, o período máximo de cinco
anos, a menos que se justifique, fundamentadamente, um
período mais longo. (CPC 01, 2010).
Portanto, foi realizada uma contextualização de todas as informações
até então demonstradas, para calcular qual o lucro líquido gerado caso a
empresa tivesse como único produto gerador de receita o pão francês.
É importante destacar que as contas ainda não explicadas e detalhadas,
serão mencionadas nas notas explicativas.
51
Quadro 16: Fluxo de Caixa Futuro
(continua)
Descrição da Conta
Valor em R$
Venda de Pães Francês
27.720,0000
Impostos (Simples Nacional)
(1.516,2840)
Custos Matéria Prima
(2.989,6020)
Perda na produção
(490,0000)
Combustível (Madeira)
(80,0000)
Energia
(1.255,0700)
Água e esgoto
(125,8800)
IPTU
(620,0000)
Telefone
(111,7500)
Manutenção do Maquinário
(500,0000)
Honorário Contábil
(1.035,0000)
Pro Labore
(3.400,0000)
Padeiro (1)
(1.400,0000)
Padeiro (2)
(1.309,0000)
4 Balconistas (1)
(3.540,0000)
1 Balconista (2)
(1.045,0000)
Ajudante Geral
(954,0000)
Serviços Gerais
(954,0000)
FGTS (8%)
(736,16)
52
(conclusão)
Contribuição Patronal
(90,6100)
Provisão de 1/3
(255,6100)
Provisão de 13°
(766,8300)
Aluguel Prédio
(4.300,0000)
Fluxo de Caixa Líquido Mensal
245,2040
Fluxo de Caixa Líquido Anual
2.942,4480
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
3.4.1 Notas explicativas
Para efeito de cálculo e mensuração, não foram rateados a mão de obra
e os custos/despesas envolvidos na produção e venda do pão francês em
relação aos demais produtos comercializados pela empresa. Um dos fatores
que impossibilitou esse procedimento foi a falta de informações do volume de
venda dos demais produtos envolvidos.
3.4.1.1 Aluguel do Prédio
Em um ponto nobre da cidade de Lins, como já citado no Capítulo II, o
prédio que sustenta as instalações da padaria Brasil tem, aproximadamente
250 metros quadrados.
A partir dessas informações, para efeito de estimativa de despesa para
o fluxo de caixa, foi mensurado o valor de R$ 4300,00 para a locação do
prédio.
3.4.2 Taxa de Rentabilidade do Patrimônio
Um dos componentes para aplicação do Impairment Test é a taxa de
retorno sobre a rentabilidade do patrimônio, a qual pode se definir como
pagamento ao sócio por ter investido no empreendimento.
53
A expressão taxa de retorno significa um percentual do
investimento realizado, que a empresa paga mensalmente para
os sócios, como se fosse uma prestação mensal, referente ao
investimento feito. Como comparação mais imediata, o negócio
é bom se gerar uma taxa de retorno superior ao que outro
investimento proporcionaria para o mesmo capital investido.
(VALEU A PENA..., 2010).
De acordo com a edição especial de 40 anos da revista Exame, a taxa
de rentabilidade do patrimônio do setor de varejo é de 13,3% no período do
ano de 2012. (INDICADORES..., 2013).
3.4.3 Valor Presente Líquido
Após encontrar o valor do Lucro Líquido por intermédio do fluxo de caixa
futuro, para realizar a aplicação do Impairment Test deve-se utilizar o Valor
Presente Líquido (VPL), a qual é uma formula de análise referente ao
investimento.
O valor presente líquido (VPL) é uma função utilizada na
análise da viabilidade de um projeto de investimento. Ele é
definido como o somatório dos valores presentes dos fluxos
estimados de uma aplicação, calculados a partir de uma taxa
dada e de seu período de duração. (VALOR...).
Portanto o quadro a seguir demonstra os valores utilizados para o
cálculo o VPL, e após a explicação dos seus componentes.
Quadro 17: Função Valor Presente Líquido
Função
Taxa de Retorno
Período
VPL
13,3%
5 anos
Fluxo de Caixa
Líquido Anual
2.942,4480
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
Após a aplicação da fórmula o resultado obtido foi de R$10.273,9623,
este representa os valores dos ativos voltados à produção que gerou a receita
expressada no fluxo de caixa futuro.
54
3.5
Mensuração dos valores dos maquinários
Depois de realizado todos os procedimentos voltados ao Fluxo de Caixa
Futuro, encontrou-se o valor de R$ 10.273,9623.
Desta forma, os valores dos ativos existentes na empresa que estão
envolvidos no processo produtivo foram mensurados proporcionalmente ao
orçamento dos ativos novos existentes no mercado conforme apresentado no
quadro 4.
No próximo quadro, foram calculados os valores que representam os
ativos atuais da Padaria Brasil.
Quadro 18: Mensuração dos Ativos produtivos
Máquinas e
Valor atual de
Percentagem
Maquinários da
Equipamentos
mercado (em R$)
(%)
empresa (em R$)
Amassadeira Espiral
5.920,35
27,65
2.840,7506
Cilindro Sovador
4.976,40
23,24
2.387,6688
Modeladora de Pão
2.914,50
13,60
1.397,2589
6.862,85
32,05
3.292,8049
Mesa de Descanso
575,00
2,68
275,3422
Estante
169,00
0,78
80,1369
Total
21.418,10
100
10.273,9623
Forno Industrial
Elétrico
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
3.6
Resultados e impactos na empresa
Com a metodologia proposta para avaliar os ativos do setor produtivo foi
possível encontrar o valor estimado dos bens pelo seu Valor em Uso previsto
pelo CPC 01. Desta forma, é possível fornecer parâmetros para efetuar o
registro contábil ao real valor de uso dos imobilizados envolvidos no setor caso
seja menor que o valor atual contabilizado pelo critério da contabilidade
55
tradicional, ou seja, pelo valor histórico de compra depreciado segundo a
legislação vigente.
Vale salientar que os dados foram estimados no presente trabalho foram
obtidos a partir de informações fornecidos pela empresa, porém os mesmos
devem ser considerados como dados fictícios, pois para estimar o real valor, é
necessário levantar com maior precisão os dados envolvidos nos cálculos.
O
valor
dos
imobilizados
abordados
não
estão,
atualmente,
contabilizados de forma discriminada pelos seus valores de compra e sim pelo
seu valor global de todos os imobilizados, portanto não é possível identificar o
valor atual contabilizado de cada bem, o que prejudica a decisão da aplicação
do Impairment Test.
56
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A Panificadora 2M LTDA, conhecida como Padaria Brasil, é uma
empresa do ramo de panificação situada na cidade de Lins que possui uma
grande tradição e preferência pela população devido a qualidade de seus
produtos. Por se tratar de uma empresa que está em funcionamento desde
1965, seus ativos imobilizados, especialmente os maquinários e equipamentos
utilizados na produção do pão francês, já não estão registrados com o valor
contábil que represente a realidade, ou seja, o valor de mercado.
Neste trabalho demonstrou-se através de um estudo de caso realizado
na empresa Panificadora 2M LTDA o procedimento de reavaliação dos ativos
imobilizados, especificamente aqueles envolvidos na produção do pão francês.
Como a empresa Panificadora 2M LTDA é enquadrada no Simples
Nacional não há obrigatoriedade da apuração do teste de recuperabilidade.
Entretanto, a aplicação deste teste faz-se necessária como estratégia
empresarial, pois devidos os resultados apresentados no estudo de caso
constantes no Capítulo III, propõe-se a empresa a utilizar a avaliação do Valor
em Uso com maior precisão, com o objetivo de apurar um valor do ativo mais
próximo da realidade, garantindo que o imobilizado seja registrado com o valor
contábil correto.
Propõe-se, também, levantar os demais produtos comercializados pela
empresa para que possa avaliar todos os bens pelo seu valor real de uso,
registrando os bens discriminadamente na contabilidade.
57
CONCLUSÃO
Mensurar o valor real de um ativo diretamente voltado ao setor produtivo
não é um procedimento contábil comum. Na maioria dos casos, as empresas
utilizam o tradicional valor histórico de compra aplicando o critério tradicional da
depreciação, método aceito legalmente nas demonstrações; entretanto pode
haver divergências com o real valor do ativo imobilizado.
Portanto, há a necessidade de mensurar os ativos produtivos de acordo
com o seu Valor em Uso, pois assim, por meio do fluxo de caixa futuro existe a
estrutura para calcular os valores pelos quais os ativos deveriam ser
registrados.
Com essa aplicação, de desconsiderar a depreciação e projetar novos
valores aos ativos, baseados na produção dos mesmos, é fundamental que se
entenda sobre Impairmet Test.
O Impairmet Test, esta baseado no CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos, o qual foi pronunciado para gerir normas para aplicação
dessa ferramenta, desenvolvida, nesta ocasião na Padaria Brasil.
Vale ressaltar que não foi abordado o outro critério de avaliação do bem
pelo Valor Líquido de Venda devido ao desconhecimento de um mercado ativo
dos bens analisados, onde haja vencedores e compradores dispostos a
transacionar tais bens em curto espaço de tempo com preços amplamente
acessíveis ao público, conforme determina o CPC 01.
Vale lembrar que o trabalho não teve como objetivo avaliar o real valor
dos bens abordados, mas propor uma metodologia de avaliação dos bens para
a aplicação do Imparment Test.
58
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CONFEITARIA.
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61
APÊNDICES
62
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1
INTRODUÇÃO
O objetivo principal do estudo é a análise da mensuração do valor da
empresa Padaria Brasil após aplicar o Impairment Test. Serão relatados os
métodos e técnicas utilizados na coleta de dados para o desenvolvimento do
mesmo.
1.1
1.2
Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado:
a)
Esclarecimento sobre o tema Impairment Test;
b)
Depoimento do proprietário sobre a atual situação da empresa;
c)
Análise dos relatórios contábeis da empresa.
Discussão
Analisando a estrutura patrimonial da empresa, sera mensurado o real
valor dos ativos de produção. Dessa forma haverá uma contextualização entre
a metodologia do Impairment Test com as rotinas, até então estabelecidas na
contabilização da empresa. Portanto, o método de mensuração rotineiro
aplicado na empresa, sofrerá ou não variações com a adequação do
Impairment Test?
1.3
Será apresentada a relação entre a teoria dos primeiros capítulos com a
prática observada na empresa.
63
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
I
IDENTIFICAÇÃO
Empresa: ___________________________________________
Ramo de atividade:____________________________________
Localidade: __________________________________________
II
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1. Quadro de colaboradores da empresa;
2. Maquinário utilizado na empresa;
3. Variedades dos produtos;
4. Espaço físico;
História da empresa;
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