Pronunciamento do Senhor Deputado Oliveira Filho na Sessão de 26 de abril de 2005. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Eu sou contra o Ato Médico e não imagino qual argumento é possível para ser favorável a esse projeto. Imagine que os médicos querem que todos os outros profissionais da saúde sejam subordinados a eles. Isso não faz o menor sentido. As pessoas estudam e se formam em universidades para serem profissionais completas em suas áreas e querem colocar um profissional acima do outro é ridículo. Vou explicar um pouco melhor. Está no Congresso um projeto de lei, chamado Ato Médico, que diz o seguinte: um médico deve autorizar o acesso de pacientes a vários serviços de saúde tais como psicologia e nutrição. Ou seja, se você quiser consultar um psicólogo, teria que primeiro passar por um médico. E, convenhamos, isso não é necessário. Mais assustador ainda é pensar que a menina que me contou essa história estava apenas com cinco quilos a mais, é jovem e estava 6F6DD6AF14 Eu vou aproveitar e contar uma história aqui. É de uma amiga que me relatou uma história assustadora. Essa menina engordou um pouco e resolveu fazer uma dieta. Muito responsável e preocupada com a saúde, ela procurou uma nutróloga – ou seja, uma médica que seria especializada em nutrição. Qual não foi a surpresa da minha amiga ao perceber que a doutora só tinha interesse em lhe receitar remédios para emagrecer e massagens na clínica que ela chefiava. *6F6DD6AF14* Para mim fica parecendo corporativismo, arrogância, prepotência dos médicos, propor algo assim. Sem falar que é praticamente proibitivo para os pacientes. Ao invés de uma conta, terão que pagar duas. E isso para ter a autorização de um médico para consultar um outro profissional que passou por uma faculdade tanto quanto ele, que tem especialização tanto quanto ele e preparo para lidar com os pacientes tanto quanto ele. disposta a fazer dieta e exercícios. Ela até comentou que chegou a dizer para a nutróloga que não queria tomar remédios, principalmente tarja preta e com antidepressivos. A médica disse que se ela não tomasse os remédios, não iria emagrecer. Revoltada, minha amiga procurou uma nutricionista. Não uma médica, mas uma profissional formada em nutrição. Recebeu uma dieta equilibrada, não tomou remédio, emagreceu o que gostaria e ficou extremamente satisfeita. Eu contei essa história para dizer o seguinte: os médicos deveriam pensar duas vezes antes de propor algo como esse projeto. Deveriam sim priorizar a formação de profissionais da medicina mais responsáveis e efetivamente preocupados com a saúde de seus pacientes. O foco dos médicos não deveria ser apenas quanto dinheiro estão ganhando ou se estão perdendo mercado para outros profissionais. Áreas afetadas pelo projeto e que estao contra o Ato médico *6F6DD6AF14* Biologia • Biomedicina • Educação Física • Enfermagem • Farmácia • Fisioterapia e Terapia Ocupacional • Fonoaudiologia • Nutricionistas • Odontologia • Psicologia • Serviço Social • Técnicos em Radiologia Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado. OLIVEIRA FILHO Deputado Federal 6F6DD6AF14 Sala das Sessões em 26 de abril de 2005.