Um átomo é composto por um núcleo rodeado de elétrons. O núcleo contém nêutrons e prótons carregados positivamente e possui uma carga líquida positiva. Os elétrons, negativamente carregados, são mantidos presos ao núcleo por uma força de atração eletrostática. A carga elétrica “q” carregada por um elétron ou próton é de 1,6 x 10-19C. Devido ao fato do número de elétrons e de prótons serem iguais, o átomo permanece eletricamente neutro. O número atômico de um elemento químico é definido como sendo igual ao número de prótons desse elemento, que é exatamente igual ao número de elétrons. A maior parte da massa de um átomo está contida no seu núcleo. A massa de cada próton e cada nêutron é 1,67 x 10-24 g, mas a massa de cada elétron é apenas 9,11 x 10-31 g. A massa atômica "M", que é igual ao número médio de prótons e nêutrons no átomo, é a massa do número de Avogadro (NA) de átomos. NA = 6,02 x 1023 mol-1 é o número de átomos ou moléculas por mol. Dessa forma, a massa atômica tem unidade de g/mol. Uma unidade alternativa para ela é unidade de massa atômica (uma), que é 1/12 da massa do carbono 12. Como um exemplo, um mol de ferro contém 6,02 x 1023 átomos de ferro e tem uma massa de 55,847 g ou 55,847 uma. Exemplo 1: Calcule o número de átomos em 100 g de prata. 1mol de prata ......................107,868g.................... 6,02 x 1023 átomos 100,000g..................... X (100 g ).(6,02).10 átomos x= = (5,581).10 átomos 107,868 g 23 23 Os elétrons ocupam níveis discretos de energia dentro do átomo. Cada elétron possui uma energia particular, com não mais que dois elétrons tendo a mesma energia em cada átomo. Isso também implica que existe uma diferença de energia discreta entre dois níveis de energia. NÚMEROS QUÂNTICOS. O nível de energia para o qual o elétron pertence é determinado por um conjunto de quatro (04) números quânticos. O número de níveis de energia possíveis é determinado pelos três primeiros números quânticos. 1 – O número quântico principal “n”, assume valores inteiros: 1, 2, 3, 4, 5, ... que refere-se a camada a qual o elétron pertence (Fig. 1). As camadas são também representadas por uma letra; assim, a camada para n = 1 é representada por K, para n = 2 é L, para n = 3 é M, e assim por diante. 2 – O número de níveis de energia em cada camada é determinado pelo número quântico azimutal “ ” e pelo número quântico magnético “m”. O número quântico azimutal é também identificado por números: = 0, 1, 2, ..., n-1. Se n = 2, então existem também dois números quânticos azimutais, = 0 e = 1. Os números quânticos azimutais são sempre representados por letras minúsculas: = 0 para o orbital “s” = 2 para o orbital “d” = 1 para o orbital “p” = 3 para o orbital “f” Fig.1: A estrutura atômica do sódio (Z=11), mostrando os elétrons nas camadas K, L e M. O número quântico magnético “m”, dá o número de níveis de energia, ou orbitais, para cada número quântico azimutal. O número total de números quânticos magnéticos para cada número quântico azimutal “ ” é 2( ) + 1. Os valores para m são dados pela faixa de números entre – e + . Para = 2, existem 2x(2) + 1 = 5 números quânticos magnéticos, com valores –2, -1, 0, +1, +2. 3 – O princípio da Exclusão de Pauli especifica que não mais que dois elétrons com spins eletrônicos opostos, podem estar presentes em cada orbital. O número quântico spin ms é representado por valores +1/2 e –1/2, para refletirem os diferentes spins. A Figura 2 mostra os números quânticos e os níveis de energia para cada elétron num átomo de sódio. A notação taquigráfica, frequentemente usada para denotar a estrutura eletrônica de um átomo, combina o valor numérico do número quântico principal, a notação de letra para o número quântico azimutal e um sobre-escrito mostrando o número de elétrons em cada orbital. Figura 2: Conjunto completo de números quânticos para cada um dos elétrons do sódio. A notação taquigráfica para o Germânio, que tem um número atômico de 32 é: 1s22s22p63s23p63d104s24p2. Tabela 1: Padrão usado para representar elétrons nos níveis de energia. =0 ( ( =1 =2 =3 =4 n = 1( k ) 2 n = 2( L ) 2 6 n = 3( M ) 2 6 10 n = 4( N ) 2 6 10 14 n = 5( O ) 2 6 10 14 18 n = 6( P ) 2 6 10 14 18 =5 22 DESVIOS DAS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS ESPERADAS: A construção ordenada da estrutura eletrônica não é sempre seguida, particularmente quando o número atômico é grande e os níveis “d” e “f” começam a ser preenchidos. Como exemplo, espera-se que a estrutura eletrônica do ferro seja: 1s22s22p63s23p63d8 Entretanto, a estrutura real é: 1s22s22p63s23p63d64s2 O nível 3d não preenchido é responsável pelo comportamento magnético do ferro. O nível 3d não preenchido é responsável pelo comportamento magnético do ferro. VALÊNCIA A valência de um átomo está relacionada com a habilidade do átomo combinar-se quimicamente com outros elementos e é frequentemente determinada pelo número de elétrons no nível sp combinado mais externo. Exemplos: Mg: 1s2 2s2 2p6 3s2 valência = 2 Al: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 valência = 3 Ge: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p2 valência = 4 ESTABILIDADE ATÔMICA E ELETRONEGATIVIDADE: SE UM ÁTOMO POSSUI SEUS ORBITAIS sp, OU SOMENTE O ORBITAL "s", DA CAMADA MAIS EXTERNA, TOTALMENTE PREENCHIDOS, ENTÃO ELE SERÁ CLASSIFICADO COMO GASES NOBRES. EXEMPLOS: 1 – O ÁTOMO DE HÉLIO (Z = 2). SUA CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA É: 1s2, SIGNIFICANDO QUE A ÚNICA, E PORTANTO MAIS EXTERNA CAMADA (n=1) ESTÁ TOTALMENTE PREENCHIDA. 2 – O ÁTOMO DE NEÔNIO (Z = 8), COM CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA: 1s2 2s2 2p6, INDICANDO QUE A CAMADA 2 ESTÁ PREENCHIDA. A TENDÊNCIA DESSES ELEMENTOS NÃO É DOAR E TAMPOUCO RECEBER ELÉTRONS, POR ISSO QUE SE LIGAM SOMENTE ENTRE ELES. O alumínio (Al) tem três elétrons no seu nível sp mais externo. Um átomo de alumínio doa prontamente seus três elétrons mais externos para esvaziar seu nível 3sp. A ligação atômica e o comportamento químico do alumínio são determinados pelo mecanismo através do qual os seus elétrons interagem com os átomos ao seu redor. Por outro lado, o cloro contém sete elétrons no nível mais externo 3sp. A reatividade do cloro é causada pelo seu desejo de preencher seu nível de energia mais externo, recebendo um elétron. ELETRONEGATIVIDADE: Descreve a tendência que um átomo possui em ganhar um elétron. Átomos com os níveis de energia mais externos quase completamente preenchidos – tais como o cloro - são fortemente eletronegativos e prontamente aceitam elétrons. Entretanto, átomos com os níveis mais externos quase vazios – tais como o sódio – prontamente doam elétrons e são fortemente eletropositivos. Elementos de números atômicos elevados, também possuem baixa eletronegatividade, porque seus elétrons mais externos encontram-se a uma grande distância do núcleo positivo, dessa forma os elétrons não estão fortemente atraídos pelo átomo. EXEMPLO 2: Usando as estruturas eletrônicas, compare as eletronegatividades do cálcio e do bromo. Ca Br Z = 20 Z = 35 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p5. Pode-se observar que o Cálcio possui apenas dois elétrons no seu orbital 4s mais externo, e a tendência desse elemento é doá-los, assim fica com o orbital 3sp como sendo o mais estável e totalmente preenchido. Portanto, esse elemento é fortemente eletropositivo. Por outro lado, o Bromo, apresenta os seus orbitais 4sp com sete elétrons e para ganhar estabilidade química, seria preciso receber mais um elétron para o preenchimento total da última camada. LIGAÇÕES QUÍMICAS: Existem quatro importantes mecanismos pelos quais os átomos são ligados nos sólidos. Em três dos quatro mecanismos, a ligação é lidos atingida quando os átomos preenchem seus níveis s e p. 1 - Ligação Metálica: Os elementos metálicos, que têm uma baixa eletronegatividade, doam seus elétrons de valência para formar um mar de elétrons ao redor dos átomos, conforme figura seguinte. A ligação metálica forma-se quando os átomos doam seus elétrons de valência, que então formam o “mar” de elétrons. Os núcleos atômicos, carregados positivamente, são ligados por atração mútua pelos elétrons, carregados negativamente. O alumínio, por exemplo, doa seus três elétrons de valência, deixando para trás a parte central que consiste de um núcleo e os elétrons mais internos. Uma vez que esses três elétrons, carregados negativamente, são liberados do núcleo forma-se uma carga positiva de três ( 3 ). Os elétrons de valência movem-se livremente dentro do mar de elétrons e tornam-se associados com vários núcleos. Os núcleos atômicos, carregados positivamente, são mantidos unidos por uma atração mútua dos elétrons, produzindo assim uma forte ligação metálica. Como os elétrons dos metais não são fixados em uma posição definida, esses materiais são bons condutores de eletricidade. Sob a influência de uma voltagem aplicada, os elétrons de valência movem-se, fazendo uma corrente fluir, se o circuito estiver completo. Quando uma voltagem é aplicada a um metal, os elétrons podem mover-se no “mar” de elétrons e conduzirem corrente. EXEMPLO 3: Calcule o número de elétrons capazes de conduzir uma carga elétrica em dez (10) cm3 de prata. SOLUÇÃO: Dados da Prata (Ag): MAT = 107,868g/mol, m ρ = V Ag Ag= 10,49g/cm3. g m = ( ρ ).V = (10,49) .10cm cm Ag m = 104,9 g 3 3 O problema consiste em saber quantos átomos existem em 10 cm3 de Ag, que correspondem a 104,9g de Ag. Então, 1 mol de Ag 6,02 x 1023 átomos Ag X átomos Ag 107,868 g/mol 104,9g [(6,02).10 23 átomos / mol ].(104,9) g = ( x)(átomos ).(107,868)( g / mol ) x = (5,85).10 ( átomos ) 23 Como cada átomo de Prata possui apenas um elétron de valência, então os números de carregadores de cargas serão iguais aos números de elétrons de valência, multiplicado pelos números de átomos. Logo: x = (5,85).10 ( portadores ) 23 2 – LIGAÇÃO COVALENTE: Materiais com ligações covalentes compartilham elétrons com dois ou mais átomos. Por exemplo, o átomo de silício, que tem uma valência de quatro ( 4 ), obtém oito elétrons na sua camada de energia mais externa, por compartilhar seus elétrons com quatro átomos de silício mais externos, vide Figura. Cada instância de compartilhamento representa uma ligação covalente; assim, cada átomo de silício é ligado com quatro átomos vizinhos por intermédio de quatro ligações covalentes. As ligações covalentes requerem que elétrons sejam compartilhados entre átomos, de tal maneira que cada átomo tenha seu orbital sp mais externo preenchido. Para as ligações covalentes serem formadas, os átomos de silício devem estar arranjados de tal forma que as ligações tenham uma relação direcional fixa uma com a outra. No caso do Si, esse arranjo produz um tetraedro com ângulos de 109,5o entre as ligações covalentes (vide Figura). Ligações Covalentes no Silício. Como as ligações covalentes são muito fortes, os materiais ligados dessa maneira têm baixa ductilidade e baixa condutividade elétrica e térmica. Para um elétron mover-se e carregar corrente, a ligação covalente deve ser quebrada, quebrada requerendo para isso altas temperaturas ou altas voltagens. Muitos materiais cerâmicos, semicondutores e poliméricos são totalmente ou parcialmente ligados por ligações covalentes, justificando o por quê vidros quebram quando caem e tijolos são bons isolantes. Exemplo 4: Descreva como a ligação covalente une átomos de oxigênio e de silício na sílica SiO2. Solução: Para o Si Z = 14 1s2 2s2 2p6 3s2 3p2. última camada tem 4 elétrons. Isso significa que a Para o Oxigênio Z = 16 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4. que a última camada tem 6 elétrons. Isso significa O Silício tem valência 4 e compartilha seus elétrons com mais quatro (4) átomos de oxigênio, dando assim um total de oito elétrons para cada átomo de silício. Entretanto, o oxigênio tem valência 6 e compartilha seus elétrons com dois átomos de silício, dando ao oxigênio um total de oito elétrons. A Figura seguinte mostra uma das possíveis estruturas. Como no silício, uma estrutura tetragonal é produzida. Estrutura tetragonal da sílica (SiO2), que contém ligações covalentes entre átomos de silício e de oxigênio. Segundo SHACKELFORD, J. “Introduction to Materials Science for Engineers”, p. 36 – 42, cp. 2, o nome covalente deriva do compartilhamento de elétrons de valência, valência entendendo por elétrons de valência aqueles elétrons dos orbitais mais externos que fazem parte das ligações. A figura seguinte ilustra uma linha de ligação de uma molécula covalente, o etileno (C2H4). A linha dupla representa uma dupla ligação, ou compartilhamento de dois elétrons de valência. Por converter a dupla ligação em duas ligações simples, as moléculas adjacentes de etileno podem ser covalentemente ligadas umas às outras, formando uma molécula de cadeia longa chamada polietileno. Cada molécula de C2H4 (chamada de monômero) é a unidade básica estrutural do polímero. As curvas para a força de ligação e para a energia de ligação são similares àquelas das ligações iônicas. A natureza diferente dos dois tipos de ligações, implica que as equações da força iônica não se aplicam nesse caso. Molécula de Etileno Molécula do Etileno Reativo Valores de energia e comprimento da ligação do tipo covalente. LIGAÇÃO ENERGIA LIG. (Kcal/mol) ENERGIA LIG. (KJ/mol) COMPRIMENTO LIGAÇÃO (nm) C-C 88 370 0,154 C=C 162 680 0,13 C≡ ≡C 213 890 0,12 C-H 104 435 0,11 C-N 73 305 0,15 C-O 86 360 0,14 C=O 128 535 0,12 C-F 108 450 0,14 C-CI 81 340 0,18 O-H 119 500 0,10 O-O 52 220 0,15 0-Si 90 375 0,16 N-H 103 430 0,10 N-O 60 250 0,12 F-F 38 160 0,14 H-H 104 435 0,074 EXEMPLOS: 1 – Esquematize o processo de polimerização para o poli cloreto de vinila (PVC). A molécula de cloreto de vinila é C2H3Cl. SOLUÇÃO: A representação da molécula de cloreto de vinila é dada por: A dupla ligação deve ser “quebrada” para formarem mais dois pontos de ligações simples em cada átomo de carbono. Observa-se que são abertos dois pontos reativos nos átomos de carbono da cadeia da molécula de cloreto de vinila. Esses dois pontos reativos serão os precursores da reação de polimerização, pois outras moléculas de cloreto de vinila comportar-se-ão da mesma maneira. A partir de quantidades calculadas dessas moléculas (monômeros), promove-se a reação de polimerização no reator. É evidente, que para formarem os pontos de reação, as duplas ligações devem ser “quebradas”, e para isso uma quantidade de energia deve ser fornecida. Essa quantidade é a própria energia de ligação. 2 – Calcule a energia de reação para a polimerização do poli cloreto de vinila do exemplo anterior. SOLUÇÃO: Como foi comentado anteriormente, a dupla ligação entre os átomos de carbono é “quebrada” para originar duas ligações simples entre moléculas diferentes de cloreto de vinila (monômero). ∆E = -680KJ/mol + 2x(370KJ/mol) = -680KJ/mol + 740KJ/mol ∆E = 60KJ/mol. A energia de ligação é liberada durante na polimerização, tornando-a uma reação espontânea na qual o produto, poli cloreto de vinila é mais estável que as moléculas de cloreto de vinila. 3 – Calcule o comprimento de uma molécula de polietileno, onde n = 500, (C2H4)n . SOLUÇÃO: Olhando somente para os átomos de carbono na cadeia polimérica, pode-se calcular o comprimento da ligação. Projetando-se o tamanho da ligação na direção horizontal, através das relações métricas no triângulo retângulo, tem-se: = (compr.lig .C − C ). sen(54,75 ) = (0,154nm). sen(54,75 ) = 0,126nm 0 0 Com dois (02) comprimentos de ligação por monômero e com 500 monômeros, o comprimento total (L) da molécula pode ser calculado por: L = (500).(2).(0,126nm) L = 126nm L = 0,126µm 4 – A borracha natural é o poli isopropeno. A reação de polimerização é conforme esquematizado abaixo. Calcule a energia de reação (por mol) para a polimerização. SOLUÇÃO: A cada dupla ligação “quebrada”, são geradas duas ligações simples entre átomos de carbono e mais uma reação dupla, também entre átomos de carbono. De uma forma mais simples, a reação de polimerização pode ser representada por: 2.(C=C) 2.(C-C) + 1.(C=C). As quantidades de energia envolvidas no processo são: ∆E = - (2 x 680) + (2 x 370) + (1x 680) ∆E = 60KJ/mol. 5 – O neopreno é uma borracha sintética (poli cloroprene) com uma estrutura química similar a borracha natural, exceto que ela contém um átomo de cloro no lugar do grupo CH3 da molécula de isoprene. (a) Esquematize a reação de polimerização para o neoprene. (b) Calcule a energia de reação (por mol) para essa polimerização. (c) Calcule a energia total liberada durante a polimerização de 1,0Kg de cloroprene. SOLUÇÃO: (a) A reação de polimerização pode ser esquematizada conforme especificado abaixo. (b) De forma simples, a reação pode ser representada por: 2.(C=C) 2.(C-C) + 1.(C=C). As quantidades de energia envolvidas no processo são: ∆E = - (2 x 680) + (2 x 370) + (1x 680) ∆E = 60KJ/mol. c) A energia liberada na polimerização de 1,0Kg de neoprene é calculada iniciando-se pelo cálculo do peso molecular do monômero de neoprene: (P.M.)Neoprene = (4 x M.A.)carbono + (5 x M.A.)hidrogênio + (1 x M.A.)cloro (P.M.)Neoprene = (4 x 12,01) + (5 x 1,008) + (1 x 35,45) (P.M.)Neoprene = 88,53g/mol. Então, 1 mol de neoprene pesa 88,53g. Porém, verificou-se no item (b), que para reagir 1mol de neoprene são necessários 60KJ. Logo, para reagir 1,0Kg precisa-se: 1 mol de neoprene...............88,53g.............................60KJ 1000g............................... X X = 677,7KJ. 6 – Os polímeros acetatos, que são amplamente usados para aplicações de engenharia, podem ser representados pela reação de polimerização do formoldeído. Calcule a energia de reação para essa polimerização. SOLUÇÃO: A reação de polimerização consiste da “quebra” de uma ligação dupla entre carbono e oxigênio e da formação de duas ligações simples, sendo uma delas entre um átomo de carbono e outro de oxigênio (extremidade direita da molécula) e entre dois átomos de carbono (extremidade esquerda da molécula). A reação esquemática é: 1 x (C=O) [1 x (C-C) + 1 x (C-O)] O balanço energético dessa reação pode ser calculado da seguinte maneira: ∆E = - (1 x 535) + (1 x 370) + (1x 360) ∆E = 195KJ/mol. 7 – O monômero, sobre o qual o poli metacrilato de metila (acrílico) é baseado, está representado abaixo. Calcule o peso molecular de uma molécula de poli metacrilato de metila com n = 500. SOLUÇÃO: PRIMEIRAMENTE DEVE-SE CALCULAR O PESO MOLECULAR DO MONÔMERO. (P.M.)Monômero = (5 x P.M.carbono) = (8 x P.M.hidrogênio) + (2 x P.M.oxigênio) (P.M.)Monômero = (5 x 12,01) + (8 x 1,008) + (2 x 16) (P.M.)Monômero = 100,114g/mol. Se o polímero tem uma cadeia contendo 500 moléculas, então o peso molecular total será: (P.M.)TOTAL = (500) x (100,114) (P.M.)TOTAL = 50.057g/mol. 3 – A LIGAÇÃO IÔNICA: Quando mais que um tipo de átomo está presente num material, um átomo pode doar seus elétrons de valência para outro átomo diferente, preenchendo a camada mais externa desse outro átomo. Ambos os átomos têm agora suas camadas mais externas preenchidas ou vazias, mas ambos adquiriram uma carga elétrica e comportam-se como íons. O átomo que cede os elétrons fica com uma carga elétrica positiva e é chamado de cátion, enquanto aquele que recebe, adquire uma carga elétrica negativa e é chamado de ânion. Os íons carregados com cargas opostas são atraídos e formam uma ligação iônica. Por exemplo, a atração entre os íons cloro e sódio produz o cloreto de sódio (NaCl) ou sal, figura seguinte. Uma ligação iônica é formada entre dois átomos dissimilares com diferentes eletronegatividades. Quando o sódio doa seus elétrons de valência para o cloro, cada um torna-se um íon; a atração ocorre e a ligação iônica é formada. A condutividade elétrica é pobre; a carga elétrica é transferida pelo movimento de íons inteiros (figura seguinte), que pelos seus tamanhos não se movimentam tão fácil quanto os elétrons. Exemplo 6: Descreva a ligação iônica entre cloro e magnésio. Solução: O cloro tem número atômico 17, então, a distribuição eletrônica fica da seguinte maneira: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. Portanto, a camada eletrônica mais externa do Cloro possui 7 elétrons. Para que esta camada fique completa é preciso que esse elemento receba mais um elétron. Dessa forma, o Cloro ficará com oito elétrons na última camada, atingindo uma configuração semelhante a um gás inerte. Por outro lado, o magnésio tem número atômico igual a 12 e conseqüentemente sua distribuição eletrônica ficará conforme: 1s2 2s2 2p6 3s2. Como pode ser visto, a tendência do Magnésio é doar seus dois elétrons mais externos e adquirir uma configuração mais estável energeticamente. É mais fácil para o Magnésio doar seus dois elétrons do nível 3s do que adquirir mais 6 elétrons e preencher o nível 3p. Então, a cada átomo de Magnésio estarão ligados dois átomos de Cloro, formando um composto MgCl2. 4 – LIGAÇÃO DE VAN DER WAALS: As ligações químicas do tipo Van der Waals, juntam moléculas ou grupos de átomos através de fracas atrações eletrostáticas. Muitos plásticos, cerâmicas, água e outras moléculas são permanentemente polarizados, isto é, uma porção de moléculas é carregada positivamente enquanto outra porção é carregada negativamente. A atração eletrostática entre as regiões carregadas positivamente de uma molécula e as regiões carregadas negativamente de outras moléculas, une fracamente uma molécula a outra, figura seguinte. Esse tipo de ligação é também chamado de ponte de hidrogênio, quando o hidrogênio representa uma das regiões polarizadas. As ligações de Van der Waals são formadas como o resultado da polarização de moléculas ou grupos de átomos. Na molécula água, os elétrons do oxigênio tendem a concentrar-se próximo ao hidrogênio. A diferença de carga resultante permite que a molécula seja fracamente ligada a outras moléculas de água. As ligações de Van der Waals são ligações secundárias, mas os átomos dentro das moléculas ou grupos de átomos, são fortemente unidos por ligações covalentes ou iônicas. Aquecendo-se a água até o ponto de fusão, “quebram-se” as ligações de Van der Waals e muda-se o estado físico da água de líquido para vapor, mas muito mais temperatura é requerida para quebrar as ligações covalentes que unem os átomos de oxigênio e hidrogênio. As ligações de Van der Waals podem mudar dramaticamente as propriedades dos materiais. Uma vez que os polímeros têm ligações covalentes, espera-se que o policloreto de vinil (PVC) seja muito frágil, mas esse material contém cadeias de moléculas muito longas (figura seguinte). Dentro de cada cadeia, a ligação é covalente, mas as cadeias individuais são ligadas umas com as outras por ligações de Van der Waals. O policloreto de vinil pode ser deformado por intermédio da quebra das ligações de Van der Waals, permitindo que as cadeias deslizem umas sobre as outras. No policloreto de vinil, os átomos de Cloro (anexos ao polímero) têm uma carga negativa e os átomos de hidrogênio são positivamente carregados. As cadeias são fracamente ligadas por forças de Van der Waals. Quando uma força é aplicada ao polímero, as ligações de Van der Waals são quebradas e as cadeias deslizam umas sobre as outras. 5 – LIGAÇÕES MISTAS: Em muitos materiais, as ligações entre os átomos são misturas de dois ou mais tipos. O ferro (Fe) por exemplo, é ligado por uma combinação de ligações metálicas e covalentes, as quais permitem que os átomos se empacotem de forma muito eficiente. Compostos formados a partir de dois ou mais metais (compostos intermetálicos), podem ser ligados por uma mistura de ligações iônicas e metálicas, principalmente quando existe uma grande diferença de eletronegatividade entre os elementos. Devido ao fato do Lítio ter uma eletronegatividade de 1,0 e o Alumínio ter uma eletronegatividade de 1,5, espera-se que o AlLi tenha uma combinação de ligações metálicas e iônicas. Por outro lado, o Alumínio e o vanádio têm eletronegatividades de 1,5; então, espera-se que o Al3V seja ligado originalmente por ligações metálicas. Muitas cerâmicas e compostos semicondutores, que são combinações de elementos metálicos e não metálicos, têm uma mistura de ligações covalentes e iônicas. Conforme a eletronegatividade entre os átomos aumenta, as ligações tornam-se mais iônicas. A fração de ligações covalente pode ser estimada pela equação: F .C. = exp(−0,25∆E ) 2 Onde E é a diferença de eletronegatividades. EXEMPLO 7: A sílica é usada como exemplo de um material covalentemente. Que fração da ligação é covalente? Solução: ligado A eletronegatividade do Silício é 1,8 e a do Oxigênio é 3,5. Então: Fração Covalente = exp(- 0,25 E2). Logo, Fração Covalente = exp[- 0,25( 3,5 – 1,8 )2] Fração Covalente = 0,486 Embora as ligações covalentes representam apenas cerca da metade do total de ligações, a natureza direcional dessas ligações representa um papel importante na estrutura da sílica. ENERGIA DE LIGAÇÃO E ESPAÇAMENTO INTERATÔMICO. Espaçamento interatômico. A distância de equilíbrio entre átomos é obtida por um balanço entre as forças repulsivas e atrativas. Na ligação metálica, por exemplo, a atração entre os elétrons e os núcleos dos átomos é balanceada pela repulsão entre os núcleos dos átomos. IMPORTANTE! A separação de equilíbrio ocorre quando a energia total do par de átomos está no mínimo, ou quando nenhuma força resultante está agindo ou para atrair ou para repelir os átomos, (figura seguinte). Os átomos ou íons são separados por um espaçamento de equilíbrio, brio que corresponde à energia mínima dos átomos ou dos íons (ou quando nenhuma força está agindo para atrair ou repelir os íons ou os átomos). O espaçamento interatômico num sólido metálico é igual ao diâmetro atômico, ou duas vezes o raio atômico r. Não se pode usar esse conceito para materiais ligados ionicamente, uma vez que o espaçamento é a soma de dois raios atômicos diferentes. IMPORTANTE! A energia mínima, na figura, é a energia de ligação, ou energia requerida para criar ou quebrar a ligação. Materiais tendo alta energia de ligação, ão têm também uma resistência mecânica elevada e alto ponto de fusão. Materiais fusão ionicamente ligados possuem uma elevada energia de ligação devido a grande diferença de eletronegatividades entre os íons, ons vide tabela 2. Os metais têm energia de ligação menor, porque as eletronegatividades dos átomos são similares. Tabela 2: Energias de ligação para os quatro tipos de ligação. TIPO DE LIGAÇÃO ENERGIA DE LIGAÇÃO (Kcal/mol) LIGAÇÃO IÔNICA 150 A 370 LIGAÇÃO COVALENTE 125 A 300 LIGAÇÃO METÁLICA 25 A 200 LIGAÇÃO DE VAN DER WAALS < 10 O módulo de elasticidade de um material, que é a quantidade que um material estica quando uma força é aplicada, está relacionada com a inclinação da curva força-distância, figura seguinte. Uma inclinação íngreme, ngreme que correlaciona a uma energia de ligação maior e elevado ponto de fusão, significa que maior força é requerida para esticar a ligação; assim, o material possui um grande módulo de elasticidade. elasticidade Curva força-distância para dois materiais, mostrando a relação entre ligação atômica e o módulo de elasticidade. Uma inclinação acentuada (dF/da) proporciona um elevado módulo. O coeficiente de expansão térmica, rmica que descreve quanto um material expande ou contrai quando sua temperatura é mudada, também está relacionado à resistência das ligações atômicas. Para os átomos atômicas moverem-se de suas posições de equilíbrio, energia deve ser introduzida ao material. Se um “vale” muito profundo na curva de energia, causado por ligações atômicas muito fortes, fortes é característico do material, (figura seguinte), os átomos separam-se num menor grau e possuem um coeficiente linear de expansão térmica pequeno. pequeno Materiais com coeficientes de expansão térmica pequenos, mantêm suas dimensões mais precisamente quando a temperatura muda. Curva energia-separação para dois átomos. Materiais que mostram uma curva íngreme com um “vale” profundo, profundo têm um baixo coeficiente de expansão térmica linear. A compreensão de muitas das propriedades físicas dos materiais está baseada no conhecimento das forças interatômicas que unem os átomos. Talvez os princípios das ligações atômicas possam ser ilustrados de forma mais clara, considerando-se as interações entre dois átomos isolados à medida que eles são colocados em proximidade, desde uma separação infinita. A grandes distâncias, distâncias as interações entre eles são desprezíveis; veis no entanto, à medida que os átomos se aproximam, aproximam cada um exerce forças sobre o outro (Figura seguinte). Essas forças são de dois tipos: tipos atrativa e repulsiva, e a magnitude de cada uma delas é função da separação ou distância interatômicas. interatômicas A origem de uma força atrativa FA, depende do tipo específico de ligação que existe entre os dois átomos. A sua magnitude varia com a distância, como está representado esquematicamente na figura "a". (a) Comportamentos funcionais das forças atrativa, atrativa repulsiva e líquida em função do espaçamento interatômico. (b) Comportamentos funcionais das energias atrativa, atrativa repulsiva e líquida em função do espaçamento interatômico. No final das contas, as camadas eletrônicas mais externas dos dois átomos começam a se superpor, superpor e uma intensa força repulsiva FR entra em ação. A força líquida FL entre os dois átomos é exatamente a soma das componentes de atração e de repulsão, isto é: FL = FA + FR que também é uma função da separação interatômica, interatômica conforme plotado na figura "a". Quando FA e FR anulam-se, se ou tornam-se iguais, não existe qualquer força líquida ou resultante, isto é: FA + FR = 0. Então, existe um estado de equilíbrio. brio Os centros dos dois átomos permanecerão separados pela distância de equilíbrio r0, conforme indicado na figura "a". Para muitos átomos, r0 é de 0,3nm ( 3Å ). Uma vez nessa posição, ão pela ação de uma força atrativa os dois átomos irão neutralizar qualquer tentativa de separá-los, los e pela ação de uma força repulsiva também neutralizarão as tentativas de aproximar um contra o outro. outro Algumas vezes é mais conveniente trabalhar com as energias potenciais entre dois átomos ao invés das forças entre eles. Matematicamente, a energia E e a força F estão relacionadas através da expressão: E = F .dr ou r E L = F .dr ∞ Apenas para sistemas atômicos. onde: EL = Energia Líquida; EL = EA + ER EA = Energia Atrativa e ER = Energia Repulsiva, para dois átomos adjacentes isolados. isolados A curva da energia líquida, que é a soma das outras duas, apresenta um vale ou uma depressão de energia potencial ao redor do seu mínimo. Aqui, a mesma distância de equilíbrio, brio r0, corresponde à distância de separação no ponto mínimo da curva de energia potencial. A energia de ligação para esses dois átomos, E0, corresponde à energia neste ponto de mínimo (também mostrado na figura b); ela representa a energia que seria necessária para separar esses dois átomos até uma distância de separação infinita. EXERCÍCIOS: 1 – Aumentando a temperatura de um semicondutor quebram-se as ligações covalentes. Para cada ligação quebrada, dois elétrons covalentes tornam-se livres para moverem-se e transportarem carga elétrica. Que fração do total de elétrons de valência, valência representa os elétrons livres para moverem-se e que fração das ligações covalentes devem ser quebradas, para que 5 x 1015 elétrons conduzam carga elétrica em 50g de silício? SOLUÇÃO: Primeiramente, deve-se determinar quantos elétrons tem em 50g de Si. Para tal é indispensável o uso da massa atômica do Si, que é de 28,08g/mol. Então, 1 mol de Si................28,08g....................6,02 x 1023 átomos Si 50,00g.................... X átomos Si X = [(50) x (6,02 x 1023)] / (28,08) = 1,07 x 1024 átomos de Si. Em cada átomo de Si, tem-se: 4 elétrons de valência. valência Portanto, o total de elétrons de valência pode ser calculado por: Total elétrons valência =( 4 ) x (1,07 x 1024 ) = 4,28 x 1024 elétrons. (5,0).1015 −9 Fração( ElétronsLivres) = = ( 1 , 17 ). 10 ( 4,28).10 24 Para cada ligação quebrada Para X ligações quebradas X= 2 elétrons livres 5 x 1015 elétrons livres 2,5 x 1015 ligações quebradas. Nos 4,28 x 1024 elétrons de valência disponíveis nos 50g de Si, existem 1,07 x 1024 ligações covalentes, pois cada átomo faz 4. Portanto, a fração de ligações covalentes a serem quebradas será: (2,5).1015 −9 Fração( Lig .Quebradas) = = ( 2 , 34 ). 10 (1,07).10 24 2 – Que fração do total dos átomos de Silício deve ser substituída por átomos de Arsênio para obter um milhão de elétrons, trons que são livres para moverem-se em uma libra de Silício? SOLUÇÃO: Primeiramente faz-se a conversão da massa dada em libras para gramas. Então: 1Kg = 2,205lb. Logo, 2,205lb.....................................1000g 1,0 lb......................................... X X = [1000 x 1] / 2,205 X = 453,51g A partir dessa informação, calcula-se o número de átomos de Silício em uma libra deste elemento. 1mol de Si.......................28,08g...............6,02 x 1023 átomos Si 453,51g............... X X = 9,72 x 1024 átomos de Silício. Como a valência do Silício é 4 e a do Arsênio é 5 então haverá um portador de carga para cada átomo de Arsênico que entrar. Portanto, se se quiser 1.000.000 de portadores de carga, o número de átomos de Si a serem substituídos será exatamente 1.000.000. Logo: (1.000.000) −19 Fração (átomosSi ) = = ( 1 , 03 ). 10 (9,72).10 24 3 – A energia potencial líquida entre dois íons adjacentes, EL, pode ser representada pela soma abaixo: EL = [ (- A/r) + (B/rn) ]. Calcule a energia de ligação E0 em termos dos parâmetros A, B e n. SOLUÇÃO: A curva da energia líquida em função da distância de separação "r" apresenta um ponto de inflexão, que particularmente também é um ponto de mínimo da função. Esse ponto de mínimo da curva tem coordenadas (r0,E0). Porém, esse ponto é determinado calculando-se a derivada primeira da função e igualando-a a zero. Assim, EL = −A r −1 + B rn E L = [(− A.r −1 ) + ( B.r − n ) dE L d ( A.r −1 ) d ( B.r − n ) =− + dr dr dr −n dE L d [(− A.r ) + ( B.r )] = dr dr Igualando-se essa derivada a zero, tem-se o ponto de inflexão da função. dE L d ( A.r −1 ) d ( B.r − n ) =− + =0 dr dr dr − A.( −1).(r0 ) −2 + B.( − n).(r0 ) − n −1 =0 ou A n.B − =0 2 ( n +1) ( r0 ) ( r0 ) A n.B = (r0 ) 2 (r0 ) ( n +1) (r0 ) 2 A = (n.B) (r0 ) ( n +1) ( r0 ) = A = (r0 ) [ 2−( n +1)] (n.B ) A n.B A = (r0 ) (1− n ) (n.B) 1 1−n Então, a expressão da energia mínima pode ser obtida a partir da substituição de r0 na equação da energia. Logo, EL = −A r + B n r E0 = −A ( A / n.B ) 1 (1− n ) + B ( A / n.B ) n (1− n ) E0 é a energia de ligação dos íons hipotéticos, que quimicamente significa a energia necessária para formar essa ligação iônica, ou rompê-la. la 4 – A energia potencial líquida EL entre dois íons adjacentes é algumas vezes representada pela expressão: −r −C EL = + D. exp . r ρ onde: "r" representa a separação interiônica, C, D e ρ são constantes, cujos valores dependem do material específico. (a) Desenvolva uma expressão para a energia de ligação E0 em termos da separação interiônica em condições de equilíbrio r0 e das constantes D e ρ. (b) Desenvolva uma outra expressão para E0, desta vez em termos de r0, C e ρ, utilizando-se um procedimento análogo ao descrito para a parte (a). (a) A energia de ligação é por definição a energia mínima entre os íons, isto é, o ponto de mínimo da curva EL x r. Nesse ponto, a r derivada da curva é uma reta paralela ao eixo da distância interiônica r, que do ponto de vista algébrico é nula. dE L =0 dr dE L d [(−c.r −1 ) + D. exp .(−r / ρ )] = =0 dr dr d [(−c.r −1 )] d [( D. exp .(−r / ρ ) + =0 dr dr (−1).(−c.r − 2 ) + D. −1 ρ . exp .(−r / ρ ) = 0 Como no ponto de mínimo r = r0, então onde houver "r" na expressão acima, será substituido por r0. −2 (−1).(−c.r0 ) + D. −1 − r0 c D . exp . = 2 ρ ρ (r0 ) ρ . exp .(−r0 / ρ ) = 0 c = ( r0 ) 2 . D ρ − r0 c D . exp . =0 − 2 ρ ρ (r0 ) . exp . − r0 ρ c= D ρ . (r0 ) 2 r0 ( e) ρ Substituindo-se o valor de "c" na expressão da energia líquida, já calculada no ponto de mínimo, ter-se-á a energia de ligação. −r −C EL = + D. exp . r ρ SUBSTITUINDO-SE r0 NA EXPRESSÃO DE EL, OBTÉM-SE E0. − ( D / ρ ).(r0 ) 2 . exp .[−(r0 ) / ρ ] − r0 E0 = + D. exp r0 ρ E 0 = −( D / ρ ).(r0 ). exp .[−(r0 ) / ρ ] + D. exp E 0 = D. exp − r0 ρ . 1− r0 ρ − r0 ρ − r0 c D = . exp . ρ ρ (r0 ) 2 C = 2 (r0 ) r0 C .ρ D= . exp 2 ρ (r0 ) c D .e = 2 ρ (r0 ) − r0 ρ = D r0 ρ .e ρ r0 D r0 ρ .e ρ C ρ . ρ . e =D 2 (r0 ) SUBSTITUINDO-SE ESSE VALOR NA EXPRESSÃO DE E0, TEM-SE: r0 C ( ρ .C ).e + .e E0 = − (r0 ) ( r0 ) ρ − r0 ρ C ρ E0 = − . 1− (r0 ) r0 C ( ρ .C ) + E0 = − (r0 ) (r0 ) 5 - Para um par iônico K+, Cl-, as energias atrativa e repulsiva EA e ER, respectivamente, dependem da distância entre os íons r, de acordo com as expressões: 1,436 E =− r A 5,86 x10 E = r R −6 9 Para essas expressões, as energias estão expressas em elétrons volts por par K+, Cl-, e “r” representa as distâncias entre os íons em nanômetros. A energia líquida EL é simplesmente a soma das duas expressões acima. (a) Superponha em um único gráfico EL, ER e EA em função de r, até uma distância de 1,0nm. (b) Com base nesse gráfico, determine (i) o espaçamento r0 entre os íons K+, Cl-, em condições de equilíbrio, e (ii) a magnitude da energia de ligação E0 entre os dois íons. (c) Determine matematicamente os valores de r0 e E0 usando as formas algébricas e compare esses resultados com os resultados gráficos obtidos para a parte b. SOLUÇÃO: Das equações 1,436 E =− r A 5,86 x10 E = r R 9 −6 Elabora-se a tabela abaixo: r(nm) 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,20 0,30 EA(eV) -71,8 -35,9 -23,9 -18,0 -14,4 -7,2 -4,8 ER(eV) 11,4x109 22,4x106 5,81x105 4,37x104 5860 11,45 0,298 EL(eV) 11,4x109 22,4x106 5,81x105 4,37x104 5845,6 4,25 -4,50 r(nm) 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 EA(eV) -3,6 -2,9 -2,4 -2,1 -1,8 -1,6 -1,4 ER(eV) 2,2x10-2 3x10-3 5,8x10-4 1,5x10-4 4,4x10-5 1,5x10-5 5,9x10-6 EL(eV) -3,58 -2,9 -2,4 -2,1 -1,8 -1,6 -1,4 b) (i) r0 ≅ 0,30nm, (ii) E0 ≅ - 4,49eV ENERGIAS DE LIGAÇÃO ENERGIAS (eV) 11,00 6,00 1,00 0,15 0,35 0,55 0,75 0,95 -4,00 -9,00 DISTÂNCIA INTER-IÔNICA (nm) EA(eV) ER (eV) EL (eV) 1,15 A EXPRESSÃO DA ENERGIA LÍQUIDA É DADA POR: E =E +E L A SUBSTITUINDO-SE OS VALORES DAS ENERGIAS INDIVIDUAIS, TEM-SE: 1,436 − r E = L 5,86 x10 + r −6 9 DESSA FORMA, A DERIVADA É DADA POR: d (E ) (1,436).d (r ) (5,86 x10 ).d (r ) =− + dr dr dr −1 L −6 −9 R Como a derivada no ponto de mínimo é nula, então: − (−1).(1,436).r + (−9).(5,86 x10 ).r = 0 −2 −6 −10 1,436 (9).(5,86 x10 ) − =0 r r −6 2 1,436 (52,74) x10 = r r 2 10 10 r = 3,6727 x10 8 r (52,74) x10 = r (1,436) 10 −6 −6 2 −5 r = 3,6727 x10 8 −5 r = 0,279nm 0 Substituindo-se esse valor na expressão da Energia Líquida, temse: − (1,436) (5,86 x10 −6 ) E0 = + 0,279 (0,279) 9 E 0 = −4,57eV RESUMO DOS VALORES OBTIDOS MATEMATICAMENTE E DE FORMA GRÁFICA. VALORES/FORMA GRÁFICA MATEMÁTICA DESVI O(%) r0(nm) 0,30 0,279 7,50 E0(eV) - 4,49 - 4,57 1,75 6 - Uma maneira comum de descrever a curva de energia de ligação para ligações secundárias é através do potencial “6-12”, o qual descreve que: K K E=− + a a A 6 R 12 onde KA e KR são constantes para a atração e para a repulsão, respectivamente. Essa forma relativamente simples é um resultado da mecânica quântica para esse tipo relativamente simples de ligação. Dados KA=10,37x10-78J.m6 e KR = 16,16 x 10-135 J.m12. (a) Plote num mesmo gráfico a Energia de Atração, a Energia de Repulsão e a Energia Total como função da distância inter atômica numa faixa de 0,33nm a 0,80nm. (b) determine graficamente a distância de equilíbrio entre os átomos, isto é, o comprimento da ligação e (c) a energia de ligação. Trabalhe com as energias em eV e as distâncias em nm. SOLUÇÃO: (a) r(nm) 0,33 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 EA(eV) ER (eV) EL (eV) -0,0520000,0605000000 0,008500 -0,0156000,0060000000-0,009600 -0,0078100,0014600000-0,006350 -0,0041200,0004130000-0,003710 -0,0023400,0001320000-0,002208 -0,0013900,0000463000-0,001340 -0,0008550,0000177000-0,000837 -0,0005490,0000072900-0,000540 -0,0003600,0000031800-0,000357 -0,000247 0,00000147 -0,000246 ENERGIAS DE LIGAÇÃO 0,07 ENERGIAS (eV) 0,05 0,03 0,01 0,30 -0,02 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 -0,04 -0,06 -0,08 DISTÂNCIA INTER-IÔNICA (nm) EA(eV) ER (eV) EL (eV) 0,90 r0 = 0,410nm E0 = 9,6 x 10-3 eV 7 - (a) Calcule matematicamente a distância de equilíbrio e (b) calcule matematicamente a energia de ligação. Solução: K K E=− + a a A 6 dE d [− K .a ] d [ K .a ] = + =0 dA da da −6 R 12 −12 A R dE = −(−6).K .a + (−12) K .a = 0 dA −7 A −13 R 6.K 12.K = a a 6.K 12.K − =0 a a A R 7 13 0 a 12.K = a 6.K 0 2K a = K R 0 2K a = K R 0 −135 − 78 a = 4,29 x10 m −10 6 A A 2 x(16,16 x10 ) a = (10,37 x10 ) 0 0 0 A R 13 0 6 7 6 7 0 13 0 A a = 6,23 x10 6 −57 0 a = 0,429nm 0 R K K E=− + a a A 6 K K E =− + a a R 0 12 A R 6 12 0 0 10,37 x10 16,16 x10 E =− + (0,429 x10 ) (0,429 x10 ) −78 0 −9 E = −1,66 x10 + 4,16 x10 −21 −135 −9 6 E 0 = −1,24 x10 −21 J −22 0 E = −1,24 x10 J −21 0 ou 12 E = 7,75 x10 eV −3 0