VIDA, EDUCAÇÃO E UTOPIA: CONSTRUÇÃO DE PROFESSORES EMANCIPATÓRIOS Jussara da Rocha Freitas 1 Palavras-chave: educação, docência Essa pesquisa teve como propósito principal a defesa da tese de que a emergência de um professor emancipatório é fruto de sua trajetória de vida, das suas opções, das suas circunstâncias, das suas motivações, das suas oportunidades, da sua consciência sociocultural, suas reflexões sobre a prática, dos grupos com os quais interage, da sua criticidade, de como vai elaborando ao longo da sua formação, a sua imagem profissional. O que ensina é a pessoa do professor. E a pessoa é esse todo em constante fluxo de construção. Desde a concepção desse trabalho, passando por todas as etapas do seu desenvolvimento, uma questão sempre me acompanhou: como se constrói o professor emancipatório? Essa indagação emergiu de uma necessidade profundamente arraigada à minha trajetória de vida pessoal e profissional, na qual em muitos momentos deparei-me com limitações, buscando respostas para meus questionamentos. Foram nas experiências de trabalho com professores, no magistério na área de formação de professores, no estudo, na reflexão com os meus colegas e alunos, que fui aprendendo a relativizar a idéia de que existiria uma relação de causa e efeito entre a formação acadêmica e a gênese do professor emancipatório. Embora a maioria dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Formação de Professores inclua a pretensão de preparar sujeitos com 1 Professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). características emancipatórias, existem outras influências e circunstâncias que escapam a sua abrangência. O processo de construção desses educadores poderá ser compreendido somente se analisarmos a trama de múltiplas razões para a sua existência. Nesta perspectiva, FREIRE (1993, P.18) afirma que: Nunca um acontecimento, um fato, um gesto de raiva ou de amor, um poema, uma tela, uma canção, um livro têm por trás de si uma única razão. Um acontecimento, um fato, um feito, uma canção, um gesto, um poema, um livro se acham sempre envolvidos em densas tramas, tocados por múltiplas razões de ser de que algumas estão mais próximas do ocorrido ou do criado, de que outras são mais visíveis enquanto razão de ser. Por isso é que a mim me interessou sempre muito mais a compreensão do processo em que e como as coisas se dão do que o produto em si. O professor emancipatório não é fruto apenas da sua bagagem genética ou da sua titulação, como poderia ser defendido pelo senso comum. São múltiplos e relacionados os elementos constituintes desses educadores. O professor emancipatório viveu sua infância em plenitude, foi acolhido numa família na qual sentiu-se amado e onde aprendeu os primeiros passos da amorosidade. O contexto familiar saudável é fundamental para a vivência da socialização primária, onde o sujeito apreende a estar e a pertencer a um grupo, inicia o processo de constituição identitária, ingressa no mundo da cultura, internaliza valores. A infância com acesso ao brincar, imaginar, criar, garante o exercício da curiosidade diante do mundo, condição importante para o desenvolvimento da curiosidade epistemológica. O convívio com a diversidade sociocultural, desde a mais tenra idade, forja a capacidade de tolerância às diferenças, amplia o universo cultural e, ao mesmo tempo semeia a fraternidade, o respeito à dignidade humana, além de modificar a cultura existente. No tempo-espaço das relações interpenetram o mundo físico e o mundo social. No contexto físico, concreto pelas suas configurações, insere-se o contexto social das interações humanas, o contexto das intersubjetividades, da racionalidade de múltiplas vozes, o contexto imaginativo da cultura e das produções do espírito. Entrelaçam-se as regionalidades do espaço físico e do tempo e as do saber, do poder, do querer e do fazer. Para poder transitar com naturalidade pelo problema delineado, decidi utilizar a investigação narrativa 2. Entendo que esta abordagem pode ser o veículo mais adequado para captar a maneira com que as pessoas constituem seu autoconhecimento e o modo pessoal como expressam suas experiências, organizando-as numa perspectiva temporal e seqüencial. ABRAHÃO (2001a, 2002a) esclarece que a narrativa em investigação – que possibilitou a realização de estudo de história de vida de 12 destacados educadores rio-grandenses – implica sempre uma “construção”, da qual participa o próprio investigador, sendo impossível confundi-la com um mero relato. Nessa concepção ABRAHÃO (2001a,2002a) nos lembra que, ao narrar, o sujeito filtra informações, desde que está trabalhando com a memória, que é eminentemente reconstrutiva e, nesse sentido, explicita que o que interessa na investigação que se utiliza de narrativas não é simplesmente um retorno ao passado, para entender fatos em si, mas, sim, perceber como os sujeitos significaram suas trajetórias de formação e profissional à época e como os ressignificam no momento da narrativa. De outra parte, assinala, a mesma autora, que a investigação narrativa é momento de auto-conhecimento para ambas as partes (narrador e investigador) que ao ressignificarem, pela narração, fatos vividos exercem uma auto-reflexão sobre sua prática pedagógica atual. Na entrevista da investigação narrativa, o sujeito é um ser humano que habita um mundo, junto com outras pessoas, por isso, é fundamental considerá-lo no seu entorno sócio-histórico-cultural, evitando tratá-lo apenas como objeto da investigação. 2 De acordo com Gérard Genette, na obra discurso da narrativa, 1995, p.23, narrativa, no sentido que hoje é mais evidente, designa o enunciado narrativo, o discurso oral ou escrito que assume a relação de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos. O instrumento que utilizei para coletar as narrativas dos sujeitos desta investigação foi a entrevista semi-estruturada, por desdobrar-se a partir de um esquema básico, porém, flexível, permitindo ao entrevistador fazer as necessárias adaptações (LÜDKE e ANDRÉ, 1986). A entrevista foi elaborada a partir de eixos norteadores, visando favorecer as narrativas dos sujeitos quanto ao que me determinei investigar. A interlocução realizou-se a partir da expressão pessoal de cada docente, facilitando o entendimento de “como os sujeitos vivem e como percebem, pensam e sentem” (Bernardes, 1991, p. 16). Lancei-me o desafio de retirar do evidente aquilo que estava oculto. As entrevistas foram realizadas por mim, em função da especificidade do tipo de trabalho proposto; gravadas com a permissão dos participantes e, posteriormente, transcritas uma a uma pela investigadora do trabalho. Acredito que este procedimento facilitou a compreensão do problema estudado, pois à medida em que fui ouvindo e escrevendo, fui também familiarizado-me com o vivido e com o sentido atribuído pelas seis (06) professoras entrevistadas. A escolha dos sujeitos foi intencional, em função das suas características. Estes sujeitos foram selecionados após uma triagem feita nas turmas de graduação e pós-graduação da FACED/PUCRS, junto às alunas e professoras. Adotei este procedimento por considerar que para uma Faculdade de Educação convergem pessoas oriundas de trajetórias escolares diversificadas que trazem consigo inúmeras imagens de professores e que, por estarem inseridas no universo das discussões educacionais, teriam mais facilidade em compreender a proposta de meu trabalho e fazer indicações procedentes. Este procedimento foi feito com duas turmas dos últimos semestres do Curso de Pedagogia e com um grupo de alunas do Pós-Graduação (nível de mestrado e doutorado). Nos encontros com os(as) alunos(a), ocorridos em períodos de aula, distribuía uma lista com algumas características daquilo que os meus estudos apontavam como um professor emancipatório. Após uma breve discussão, na qual os(as) alunos(as), inclusive, sugeriam algumas outras características e buscávamos argumentos para fundamentar estas sugestões, solicitava que procurassem lembrar se haviam convivido com algum professor que apresentava aqueles traços e, finalmente, escrevessem numa ficha o nome e a provável localização deste profissional. As características que utilizei para iniciar a sondagem com os(as) alunos(as) foram: • Consciência do inacabado • Curiosidade diante da vida • Concepção do conhecimento como provisório • Visão otimista do ser humano – • Consciência de que somos construtores do nosso próprio projeto humano, e de que nos formamos humanos na relação com os outros • Postura crítica contextualizada : ação- reflexão- ação • Habilidade para o trabalho coletivo, comprometido com o desenvolvimento da consciência democrática e do conhecimento libertador • Desafia o(a) aluno(a) a superar-se (exige, mas ampara) Interessante destacar que os nomes sugeridos pelas alunas do Curso de Pedagogia remetiam para o passado, num espaço de tempo que variava entre três (3) a quinze (15) anos. Tal fato parece indicar a necessidade de um certo afastamento temporal para a análise e identificação de algum professor que tenha se destacado como emancipatório. Semelhante à postura que temos ao apreciar uma obra de arte, precisamos nos afastar alguns passos para perceber o quadro em suas múltiplas possibilidades. Nesse garimpo, cheguei à localização de inúmeros nomes de professores que poderiam ser os sujeitos da minha investigação. Todos os nomes correspondiam ao sexo feminino, o que talvez possa ser justificado pela predominância numérica da mulher na profissão. Iniciei, então, o processo de filtragem das informações para selecionar os sujeitos da investigação, priorizando nomes que se localizassem nos seguintes parâmetros: convergência de indicação - quando o(a) professor(a) era indicado(a) pelos(as) alunos(as) e, também pelos seus colegas docentes; indicações espontâneas - depoimentos que confirmavam a existência de profissionais com algumas das características apontadas pelos estudos prévios, obtidos de outros(as) alunos(as) e professores(as), em situações informais. Ao final desse processo, estava diante do nome de seis (6) professoras, ou seja seis mulheres: uma da rede estadual de ensino, outra da rede municipal, três que atuam na Educação Básica e no Ensino Superior simultaneamente e duas que, atualmente, trabalham somente com o Ensino Superior, configurando um universo bem distribuído em termos de atuação profissional. Todas elas cursaram o Magistério no Ensino Médio ou Curso Normal, com idades que variam entre os 30 e 60 anos. A técnica que utilizei para analisar os dados qualitativos obtidos no transcorrer do trabalho foi a análise de conteúdo proposta por BARDIN (1977, p.95). Devido a especificidade do assunto investigado, considerei necessário fazer algumas adaptações e descrições que esclarecem os atalhos que percorri a partir do caminho proposto por Bardin, conforme o quadro que segue: PASSOS SELECIONADOS A PARTIR DE BARDIN PROPOSTA METODOLÓGICA MEUS PASSOS METODOLÓGICOS DE BARDIN 1. Pré-análise 1. Elaboração dos entrevista e da eixos análise, norteadores da degravação e organização do texto 2. Exploração do material 2. Leitura exaustiva das narrativas buscando porções de sentido 3. Tratamento dos resultados 3. Agrupamento das porções de sentido em categorias abrangentes, costura das falas com a base teórica Ao ler e reler as narrativas na busca do sentido do todo, fui destacando as porções de sentido para alcançar uma exposição clara e consistente do foco de estudo. Desse processo surgiram os seguintes temas recorrentes nas falas dos sujeitos: - o universo cultural familiar as relações afetivas – vínculos o brinquedo o brincar de professora a plenitude da infância o acesso aos bens culturais: rádio, TV, cinema, música... a inquietude a curiosidade epistemológica a liderança o trabalho como espaço de formação profissional a perspectiva do trabalho coletivo em educação a consciência sócio-crítica a visão política da sua prática a busca de coerência entre teoria e prática o gostar do que faz Estas porções de sentido foram agrupadas em três categorias, totalmente interconectadas: o universo social e cultural, a presença da consciência sociopolítica e a formação gerada nas experiências de estudo e do trabalho docente. Nesse sentido, estas três categorias complexas, caracterizam-se recursivamente, pois ao mesmo tempo são causas e efeitos de seu próprio processo e são também conhecimentos pontuais que regressam ao todo. Assim, estas categorias não são lineares e nem estanques, são dinâmicas e contínuas. As seis educadoras entrevistadas foram crianças amadas, protegidas e, ao mesmo tempo, desafiadas à liberdade. Algumas cresceram em famílias de imigrantes ou descendentes, o que oportunizou o convívio com uma multiplicidade de signos e significados. Outras também tiveram a oportunidade de interagir com diferentes grupos e classes sociais, na medida em que residiram, em momentos específicos, em lugares de matizes distintos, tais como: a zona rural e a grande cidade, a periferia e o centro da cidade, a serra e o planalto, o litoral e a campanha. As experiências vividas, as aprendizagens construídas dão-se na interiorização progressiva da vida e do pensamento. Saber é ter aprendido. Este processo se desenvolve sustentado por uma organização inicialmente externa, porém, o que a pessoa aprende não é simplesmente registrado, mas reconstruído, sensivelmente pensado, inquietamente desejado, favorecido por motivos de coerência próprios a quem aprendeu. É o enriquecimento interior que determina os avanços. A amorosidade corporificada, a rebeldia assumida, o olhar embevecido para ver criativamente os espetáculos mais comuns do dia-a-dia, a imaginação pululante na contínua busca de algo mais são algumas das características pessoais de professores emancipatórios. O professor emancipatório apresenta uma sensibilidade estética sobre a vida, a natureza, as artes. Como se sempre estivesse afinando as suas cordas para sentir mais profundamente, para o apreender. Relacionada a esta postura, desenvolve uma sensibilidade para o outro, uma capacidade para compreender, se colocar no lugar do outro. A escuta e a análise das narrativas das educadoras revelam caminhos múltiplos, práticas diferenciadas, histórias genuínas, mas, ao mesmo tempo, convergem para uma utopia comum: a humanização da humanidade. Dentre as diversidades de trajetórias, uma que me pareceu emblemática, revelando os movimentos socioculturais que constituem a história, ao longo das gerações, foi o modo como escolheram o magistério. Num extremo encontra-se Lia, que foi cursar a Escola Normal porque era a única possibilidade, socialmente aceita na sua época, de continuidade de estudos para as moças da sua pequena cidade natal. No outro, encontra-se Luciana, mais jovem, que se rebelando contra seus pais, resolveu ser professora, apesar de eles considerarem um desperdício uma pessoa tão inteligente escolher essa profissão. Essas trajetórias de vida revelam elementos da história da mulher, da nossa cultura e do trabalho, ao longo do tempo, mas também revelam como se constróem os diversos modos de ser professor emancipatório. Outro elemento importante na constituição do professor emancipatório diz respeito a sua trajetória escolar. Marcas escolares, tanto as consideradas positivas como as negativas, afetam o modo de ser professor. TARDIF (2002) relata ter encontrado em suas pesquisas dados semelhantes: Outros professores também falaram da influência de seus antigos professores na escolha de sua carreira e na sua maneira de ensinar.[...]outros, ainda, falaram de experiências escolares importantes e positivas, como por exemplo o prazer que tinham em ajudar os outros alunos da sala sempre que havia oportunidade .(p. 76-77) Os dados relatados por Tardif apoiam-se, apenas, nos relatos de experiências positivas. Porém, a maioria das narrativas que registrei também descreve ocorrências desagradáveis, ocorridas ao longo da escolarização, as quais serviram como uma espécie de desafio para a produção de práticas docentes opostas. Neste sentido, uma criança que sentiu na pele os efeitos de uma avaliação injusta ou da exclusão pode vir a ser uma professora que trabalha por uma educação inclusiva, resignificando o ato de avaliar. Uma professora que se destaca pela capacidade relacional e dialógica pode ter sido uma aluna que não foi ouvida ou compreendida por algum professor quando criança. As marcas negativas e positivas, dialeticamente, partilham o mesmo espaço na construção de propostas emancipadoras. Talvez essa ressignificação seja possível especialmente para pessoas que tiveram uma saudável socialização primária, condição necessária para que a criança, sentindo-se segura, protegida, se lance curiosamente a descobrir o mundo. O professor emancipatório realizou a sua formação profissional, em nível de graduação, quando já estavam envolvidos com o trabalho docente, contrariando a lógica positivista na qual em primeiro lugar vem o estudo, a fundamentação teórica e só depois a prática. O saber constituído por meio da experiência, por meio da reflexão crítica sobre a prática, coadunado aos estudos e ao diálogo com seus companheiros de trabalho, são elementos que, interligados, qualificam a formação docente. Essa formação, gerada na experiência de estudo, trabalho e reflexão crítica coletiva permite ao professor emancipatório apropriar-se do seu fazer, de tal modo que é capaz de reinventá-lo a cada nova situação, fugindo da repetição de receitas. O professor emancipatório se constrói com seus pares, com os seus alunos, com uma prática investigativa do seu fazer pedagógico, sem perder de vista as dimensões sócio-político-culturais nas quais está inserido. O professor emancipatório evidencia um profundo respeito à dignidade humana, o que lhe impulsiona a uma ação política pela justiça, pela democracia. Esse respeito e solidariedade no trabalho pela realização do bem comum revelam a crença numa utopia. Sonha, apesar de viver numa sociedade na qual as forças conservadoras capturam as utopias, pasteurizam os sonhos, desviando as possibilidades de concretização de projetos emancipatórios. Sonha e age num contexto no qual o sistema educacional captura a potência da imaginação e a prende em normas, regulamentos, tirando-lhe as possibilidades revolucionárias. Toda a pesquisa nos remete a novas possibilidades. Por isso, apesar de ter referido, ao longo deste trabalho, sobre a temática da formação de professores, ainda gostaria de expressar algumas idéias relacionadas à seguinte questão: de que modo a compreensão de como um professor se constrói poderá contribuir para repensarmos a formação inicial e continuada de professores? Numa tentativa de síntese: - abandonando a lógica da desintegração/ divisão entre os que pensam e os que fazem educação, propondo a lógica da = academia na escola e escola na academia; - qualificando humana e tecnicamente os professores que formam os professores: não é suficiente, embora seja importante, apenas a titulação de altos estudos; é fundamental a ética e o trânsito pela humana docência; - ressignificando o papel das Práticas de Ensino e dos Estágios, retirando-lhes o caráter meramente aplicativo, instaurando-lhes a dimensão da pesquisa (ação- reflexão- ação); - refletindo crítica e coletivamente na e sobre a prática pedagógica como meio de conscientização e comprometimento; REFERÊNCIAS ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (org.). História e Histórias de Vida – Destacados Educadores fazem a História da Educação Rio-grandense. Porto Alegre: EDIPUCRS,2001a. ______________________. Brazilian Teacher Education Revealed Through the Life Stories of Selected Great Educators, Journal of Education for Teaching – JET, England, nº 28.1, 2002a. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Martins Fontes, 1977. BERNARDES, Nara G. Análise compreensiva de base fenomenológica e o estudo da experiência vivida por crianças e adultos. EDUCAÇÃO. Porto Alegre: n.20, 1991 _____________. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, Olho D’Água, 1993. GENETTE, Gérard. Discurso da Narrativa. Portugal: Veja, 1995. LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo:EPU, 1986. TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis, RJ:Vozes,2002