HIV/AIDS E INFERTILIDADE MASCULINA: GENOTOXICIDADE ESPERMÁTICA EM USUÁRIOS DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL DE ALTA POTÊNCIA Rafael Amoroso Santos (PROBIC-FAPERGS), João Antônio Pegas Henriques; Viviane Raquel Buffon, Fabio Firmbach Pasqualotto (Orientador(a)) Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é desencadeada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Apenas dois anos após a sua identificação, desenvolveram-se fármacos que reduziram a infectividade e replicação virais. Apesar de todos os benefícios proporcionados, um número crescente de comorbidades relacionadas à terapia antirretroviral de alta potência (TARV) foi diagnosticado. Entre elas, menor probabilidade de concepção sugere redução da competência reprodutiva. Objetivo: Determinar, em homens adultos com HIV aderentes a TARV, a genotoxicidade espermática induzida por esses fármacos através do ensaio cometa e do espermograma, comparativamente a pacientes com HIV naive de TARV. Metodologia: Estudo caso-controle, qualitativo e quantitativo, realizado nos ambulatórios de infectologia do Centro Especializado de Saúde (CES) de Caxias do Sul e da Universidade de Caxias do Sul. A análise foi realizada utilizando-se nível de significância 5%, poder 80% e desvio padrão de 6,2um com aumento esperado de 5um da cauda do cometa nos pacientes em uso de TARV por meio do software WinPepi versão 10.4, totalizando 52 pacientes, sendo 26 naive. Os critérios de exclusão foram: diagnóstico prévio de infertilidade, má adesão ao tratamento, idade inferior a 18 anos e doença oportunista com diagnóstico recente. Resultados: O índice de dano analisado nos espermatozoides de 45 pacientes com e sem TARV variou de 1 a 364. Já a frequência de dano oscilou de 1% a 100%. Observou-se que quanto mais recente o diagnóstico de HIV, maior o índice de dano. No entanto, a frequência de dano foi semelhante entre os períodos anuais analisados. Quanto menor o CD4+ e maior a carga viral, maior o índice e frequência de danos, apesar do estudo não haver mostrado diferença estatística. Contudo, houve um aumento dos danos quando CD4+ maior de 500. Verificou-se um possível fator protetor entre tempo de uso de TARV e redução dos índices de dano. No esquema de TARV, o inibidor de protease relacionou-se a menor genotoxicidade. Uso de drogas e etilismo conferiram maior dano genético quando comparado aos não dependentes químicos. Conclusão: Pode-se inferir uma correlação benéfica entre a redução da carga viral pelo uso de TARV e a genotoxicidade espermática de pacientes com retrovirose, reduzindo a infertilidade masculina nesse grupo de pacientes. A ampliação da amostra é necessária para concluir se a TARV é um fator genoprotetor a longo prazo para o DNA espermático. Palavras-chave: HIV, infertilidade, genotoxicidade Apoio: Sem financiamento