“Mamão Hawai” – uma análise de preços e comercialização no Estado do Ceará. Débora Gaspar Feitosa Freitas1 José Nilo de Oliveira Júnior2 RESUMO O Brasil é o principal produtor mundial de mamão e tem grande representatividade no mercado internacional. O Estado do Ceará vem se destacando pelo crescimento da produção e comercialização desta fruta, principalmente da variedade “hawai”, portanto este trabalho visa analisar a flutuação de preços do mamão “hawai” no Estado no período compreendido entre 1999 a 2002, e as margens de comercialização para este mesmo período, verificando as margens brutas, as tendências das margens e sua composição, bem como a política de margens adotadas pelos comerciantes. Os resultados encontrados mostraram que o ano de 1999 foi o que apresentou maiores preços nos três níveis de mercado, produtor, atacado e varejo.Verificou-se uma tendência decrescente dos preços do mamão hawai ao longo do período analisado, bem como uma tendência decrescente das margens de comercialização, estas se mostraram maiores entre o nível de atacado e produtor do que entre atacado e varejo; constatou-se que as margens de comercialização são formadas de componentes mistos. PALAVRAS – CHAVE: Mamão, Preços e Comercialização 1. INTRODUÇÃO O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma planta herbácea tipicamente tropical que tem a característica de produção rápida e freqüente o ano inteiro. Seu fruto, o mamão, é uma boa fonte de cálcio, e vitaminas A e C, além da enzima papaína, que apresenta grande interesse por parte das indústrias têxteis, farmacêuticas e cosméticas, dessa forma, o mamão é muito apreciado tanto no mercado nacional, como internacional (ARAUJO FILHO, 2002). O Brasil é o primeiro produtor mundial de mamão, com uma produção anual em torno de 1,9 milhões de toneladas em 1999, representando um acréscimo de 154% em relação ao ano de 1990 (FRUTISÉRIES); o país situa-se também como principal fornecedor da fruta no mercado internacional, exportando principalmente para o mercado europeu. Entre os principais estados produtores destacam-se a Bahia, Espírito Santo e Paraná; no entanto, o Estado do Ceará, vem aumentando a área de plantio de mamão, em virtude das possibilidades econômicas, condições climáticas favoráveis e elevada rentabilidade da cultura. 1 Economista, Mestre em Economia Rural (UFC), aluna de Doutorado em Economia-CAEN/UFC. e-mail: [email protected]. 2 Economista, Mestre em Economia Rural (UFC), aluno de Doutorado em Economia-CAEN/UFC, bolsista da CAPES. e-mail: [email protected]. O “mamão Hawai” é uma variedade de mamão que representa grande parte do mamão plantado e comercializado no Brasil. No Estado do Ceará, a preferência por esta variedade é justificada pelos consumidores, principalmente pelo reduzido tamanho do fruto, sabor e boa qualidade. Tendo em vista o crescimento da produção de mamão da variedade hawai no Estado do Ceará e aumento de sua comercialização, este trabalho procura demonstrar a variação de preços desta fruta nos últimos quatro anos, e analisar a comercialização sob a ótica das margens de comercialização nos níveis de atacado, varejo e produtor. 2. METODOLOGIA 2.1. Base de Dados Os dados obtidos basearam-se numa amostra de dados secundários dos anuários estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e da Central de Abastecimento do Ceará (CEASA/CE); Utilizou-se uma amostra de 46 meses, referentes aos períodos de Janeiro de 1999 a Outubro de 2002. Os dados coletados foram: preço real médio mensal do “mamão hawai”, por quilo (kg) no varejo, no atacado, e ao nível de produtor, em valores correntes para o Estado do Ceará. Os valores dos preços foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços - IGP da Fundação Getúlio Vargas - FGV, calculados pela metodologia empregada pela SUMA ECONÔMICA e atualizados para base de valores de fevereiro de 2003. 2.2. Método de Análise 2.2.1.Análise de Preços Os preços foram dispostos em tabelas e gráficos para demonstração e comparação nos três níveis de mercado, varejo, atacado e produtor. 2.2.2. Margens de Comercialização As margens de comercialização correspondem às diferenças de preços de um nível de mercado a outro. Estas foram analisadas sob o aspecto de: margens brutas que é a diferença em valores absolutos dos preços comercializados entre os níveis de mercado; composição das margens, que corresponde ao modo de formação destas margens, no que respeita a valores fixos, percentuais ou mistos; tendência das margens de comercialização, que demonstra como as margens vêm se comportando ao longo do tempo; e políticas de margens de comercialização, que retrata se os comerciantes estão adotando políticas de margens constantes, crescentes ou decrescentes. 2.2.2.1.Tendência O modelo de tendência irá indicar se as margens de comercialização estão tendo uma tendência crescente ou decrescente nos últimos cinco anos. Para a verificação da tendência das margens de comercialização, utilizou-se o modelo de regressão descrito por BRANDT, 1980. Utiliza-se um modelo de regressão utilizando o método dos mínimos quadrados ordinários. Portanto foi utilizado séries temporais, onde o preço pago ao produtor é posto como variável dependente e o preço pago pelo consumidor e o tempo, como variáveis independentes. Ajustou-se um modelo do tipo: Pp = βo + β1 Pv + β2 t Onde: Pp = Preço pago ao produtor; Pv = Preço pago pelo consumidor; t = Tendência; Se o coeficiente parcial da variável de tendência (β2) for estatisticamente significativo e apresentar sinal positivo, dizemos que o preço pago ao produtor tem tendência crescente, mantendo-se constante o preço pago pelo consumidor, significando uma tendência decrescente da margem de comercialização, (tendo em vista que esta é a diferença entre os níveis de mercado); Já quando o sinal do coeficiente for estatisticamente significante mas negativo, a tendência das margens de comercialização é crescente. 2.2.2.2. Composição das margens O modelo de composição das margens de comercialização calculado pelos métodos sistemáticos indicará se as margens são formadas por componentes fixos, percentuais ou mistos. Para a verificação da composição das margens de comercialização foi utilizado o modelo de econométrico de regressão dos mínimos quadrados ordinários, onde se empregou o preço de varejo como a variável dependente e o preço do produtor como a variável independente. De acordo com MARQUES E AGUIAR (1993), o modelo pode ser descrito como: M =Pv –Pp Onde: M =Margem Total ; Pv = Preço pago no varejo; Pp = preço pago ao produtor; a) Métodos sistemáticos a. (1) Margem absoluta fixa, que é o caso de quando o intermediário adiciona uma quantia fixa ao preço pago pra obter o preço de venda: M = a (constante), então Pv = Pp +a a. (2) Margem percentual fixa, é quando o valor da margem de comercialização é um percentual calculado sobre o preço de compra: M = b Pp, sendo b um percentual fixo, então Pv = Pp + bPp ou Pv = Pp (1 + b) a.(3) margens mistas, são a combinação das margens absoluta e percentual, ou seja os dois métodos são aplicados : M = a + bP ou Pv = Pp + a + bPp = a + (1+b)Pp Fazendo: a = βo e (1+ b) = β1 Se só coeficiente βo for estatisticamente diferente de zero, dizemos que o mercado trabalha com o sistema de margens constantes. Se só o β1 for estatisticamente diferente de zero, dizemos que o mercado trabalha com margens percentuais fixas. Se ambos os coeficientes βo e β1 forem estatisticamente diferentes de zero, dizemos que o mercado trabalha com uma combinação dos dois sistemas. Então, o modelo para encontrar a composição das margens de comercialização é dado por: Pv = βo + β1 PP 2.2.2.3. Política de margens O modelo de política de margens de comercialização determinará se os comerciantes estão adotando margens relativas (percentuais) constantes, crescentes ou decrescentes em relação ao nível de produtor. Para determinar o tipo de política de margem, utilizou-se o modelo descrito por BRANDT, 1980, no qual é feito uma regressão simples, utilizando-se o método dos mínimos quadrados ordinários, sendo a margem de comercialização uma variável dependente do preço pago ao produtor, apresentado da seguinte forma: Mc = βo + β1 PP Onde: Mc = Margem unitária de comercialização PP = preço pago ao produtor Diz-se que a política de margem é constante quando βo = 0 e β1 > 0; a política será decrescente quando βo > 0 e β1 > 0, e a política será de margem relativa decrescente quando βo < 0 e β1 > 0. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Análise de Preços Os preços do mamão hawai têm variado bastante no Estado do Ceará nos últimos quatro anos. Ao longo de um ano, o nível de produtor é o que apresenta maiores oscilações de preços, chegando a uma variação de mais de 50% de um mês ao outro, sendo que no ano de 1999, os preços desta fruta foram os mais elevados nos três níveis de mercado. Vejamos cada nível separadamente. 3.1.1. Nível de Produtor Conforme se pode observar na FIGURA 1, dos quatro anos em análise, o ano de 1999 apresenta grandes variações de preços, no qual se encontram valores entre R$0,27/kg a R$0,52/kg, representando uma variação de quase 100% num mesmo ano. Já no ano seguinte, estes preços mantiveram-se mais estáveis e em um nível mais baixo, sendo até os menores valores encontrados entre os anos em observação. De acordo com a trajetória observada no gráfico, constata-se que as maiores oscilações de preços ocorrem no primeiro semestre de cada ano, permanecendo com variações menores no segundo semestre. 0,60 0,50 0,40 1999 2000 0,30 2001 2002 0,20 0,10 0,00 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte: Dados da pesquisa. FIGURA 1 – Variação de preços mensais do mamão hawai (kg) ao nível de produtor no Estado do Ceará- 1999 a 2002. Pelas médias anuais (QUADRO 1) também se pode verificar que o ano de 1999 apresenta maiores valores em relação aos demais e que o ano de 2002, é o que apresenta menor valor médio. Outro fato relevante, é a queda dos preços médios ao nível de produtor, onde o preço médio do ano de 2002 corresponde a 80% do preço médio praticado no primeiro ano em análise. QUADRO 1 – Média anual de preços pagos ao produtor do mamão hawai no Estado do Ceará. Mamão Hawai (R$/kg) 0,42 1999 0,30 2000 0,38 2001 0,35 2002 Fonte: Dados da pesquisa. Anos 3.1.2. Nível de Atacado Nos dois primeiros anos analisados, 1999 e 2000, o mamão hawai apresenta grandes variações de preços no nível de atacado, ao passo que, nos dois anos seguintes essas variações observadas foram menores, fazendo com que os preços se mantivessem mais estáveis. Verificando a FIGURA 2, constata-se que o ano de 2002, é o que tem praticado menores preços neste nível de mercado entre os quatro últimos anos, demonstrando uma tendência decrescente dos preços de mamão hawai no atacado no Estado do Ceará. 1,60 1,40 1,20 1999 1,00 2000 0,80 2001 0,60 2002 0,40 0,20 0,00 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte: Dados da pesquisa. FIGURA 2 - Variação de preços mensais do mamão hawai (kg) ao nível de Atacado no Estado do Ceará- 1999 a 2002. No QUADRO 2, pode-se observar os valores médios encontrados para o quilo (kg) do mamão hawai no nível de atacado no Estado do Ceará. Semelhante ao nível de produtor, o preço médio do ano de 1999 foi o maior entre os quatro anos e o de 2002 corresponde a pouco mais de 70% do preço médio praticado no ano de 1999. Comparando com os preços médios do nível imediatamente anterior (produtor), se verifica que estes correspondem à metade dos preços praticados no nível de atacado. Esta grande diferença ou margem, pode ser atribuída a fragilidade e possibilidade de perdas durante a comercialização da fruta. QUADRO 2 – Média anual de preços no atacado do mamão hawai no Estado do Ceará. Mamão Hawai (R$/kg) 1,17 1999 0,91 2000 1,03 2001 0,87 2002 Fonte: Dados da pesquisa Anos 3.1.3. Nível de Varejo Os preços de varejo não sofreram grandes variações no período analisado, somente o ano de 1999 apresentou oscilações maiores, como aconteceu nos dois níveis de mercado mencionados anteriormente, e também foi o que apresentou maiores valores entre os demais anos, quando o preço do quilo (kg) do mamão hawai chegou a custar R$ 1,75 no mês de fevereiro. Já no ano de 2002 os preços têm se mostrado inferiores, e para este mesmo mês, o quilo da fruta foi de apenas R$ 0,97. 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 1999 2000 2001 2002 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte: Dados da pesquisa. FIGURA 3 – Variação de preços mensais do mamão hawai (kg) ao nível de varejo no Estado do Ceará- 1999 a 2002. Pelas médias anuais (QUADRO 3), verifica-se que no varejo a tendência de preços é a mesma dos níveis de atacado e varejo, sendo maior no ano de 1999 e menor no ano de 2002, chegando a corresponder a 73% do preço inicialmente analisado. QUADRO 3 – Média anual de preços no varejo do mamão hawai no Estado do Ceará. Mamão Hawai (R$/kg) 1,42 1999 1,13 2000 1,16 2001 1,03 2002 Fonte: Dados da pesquisa Anos 3.1.4. Trajetória dos níveis de mercado De acordo com a FIGURA 4, pode-se observar que os níveis de mercado seguem exatamente a mesma trajetória de preços ao longo do período analisado. Embora seguindo a mesma trajetória, percebe-se a diferença de preços de um nível para outro de mercado, sendo maior a distância entre o nível de produtor e atacado, do que do atacado para o varejo. Tais diferenças correspondem às margens de comercialização que serão discutidas adiante. 1,60 1,40 1,20 1,00 Produtor 0,80 Atacado 0,60 Varejo 0,40 0,20 0,00 1999 2000 2001 2002 Fonte: Dados da pesquisa. FIGURA 4 – Trajetória de preços do mamão hawai (kg) no Estado do Ceará – 1999 a 2002. 3.2. Comercialização Segundo dados da CEASA/SIMA/CE o mamão hawai no Estado do Ceará apresenta uma comercialização mais forte nos meses correspondentes ao segundo semestre do ano, conforme se pode verificar no quadro abaixo. QUADRO 4 – Comercialização do mamão hawai no Estado do Ceará. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Fraco Regular Forte Fonte: CEASA/SIMA/CE – Disponível em www.ceasa-ce.com.br Ago Set Out Nov Dez Embora, a comercialização desta fruta seja mais forte no segundo semestre do ano, não há evidências de relações de preços menores neste período do ano nos níveis de mercado analisados, somente o nível de produtor apresenta oscilações maiores no início do ano quando a comercialização é mais fraca. 3.2.1. Margens Brutas de Comercialização Conforme se pode observar no QUADRO 5, entre os níveis de mercado seguidos, a margem de comercialização entre o nível de produtor e atacado é bastante alta e corresponde a quase o dobro do preço que os produtores recebem pelo quilo da fruta. QUADRO 5 – Margens de comercialização do mamão hawai (kg) no Estado do Ceará. Anos 1999 2000 2001 2002 Pa – Pp (R$) Pv – Pa (R$) Pv – Pp (R$) 0,75 0,25 1,00 0,65 0,23 0,88 0,65 0,13 0,78 0,52 0,16 0,68 Fonte: Dados da pesquisa. Já entre o nível de varejo e atacado essa margem bruta ou absoluta é bem menor. Verificase também que nas três diferenças de preços, as margens estão diminuindo ao longo do período analisado, o que fica bem visível na FIGURA 5, que corresponde à margem bruta total do mamão hawai (kg) no Estado do Ceará, que corresponde à diferença entre as médias de preços do nível de varejo (Pv) para os preços pagos ao produtor (Pp); no primeiro ano (1999) essa margem era de R$1,00 enquanto que no ano de 2002, essa mesma margem correspondeu a 68% do valor da margem inicialmente praticada. Este fato também pode ser verificado na FIGURA 4, que retrata a trajetória dos preços, podendo-se constatar uma redução da distância de um nível de mercado a outro. 1,00 1,20 0,88 1,00 0,78 0,68 1999 2000 0,80 2001 0,60 2002 0,40 0,20 0,00 Margem Fonte: Dados da pesquisa. FIGURA 5 – Margem bruta total de comercialização do mamão hawai (kg) no Estado do Ceará. 3.2.3. Tendência das Margens de Comercialização A tendência decrescente também pode ser verificado com o modelo de tendência descrito por BRANDT (op. cit), no qual foi feita uma regressão pelos mínimos quadrados ordinários e obteve-se os seguintes resultados: Pp = - 4,67 + 9,34 Pv + 0,06 t Valor p (0,0364) (0,0000) (0,0023) R2 = 0,70 Todos os coeficientes parciais da regressão foram significativos a um nível de 0,05 de probabilidade. O sinal positivo do coeficiente correspondente à variável tempo, indica que o preço pago ao produtor cresce quando se mantém constante o preço de varejo, correspondendo a uma tendência decrescente da margem de comercialização do mamão hawai no Estado do Ceará entre esses dois níveis de mercado, tendo em vista que a margem corresponde a diferença de preços entre eles. 3.2.4. Composição das Margens Através dos métodos sistemáticos, utilizando o modelo descrito por MARQUES e AGUIAR (op. cit), obteve-se os seguintes resultados: Pv = 0,66 + 1,07 Pp Valor p (0,0000) (0,0000) R2 = 0,78 Os coeficientes parciais foram estatisticamente diferentes de zero e significantes a um nível de 0,01 de probabilidade, dessa forma de acordo com o modelo, constata-se que o mercado varejista trabalha com margens mistas, ou seja, combina margens fixas com margens percentuais sobre o preço do produtor. Os coeficientes βo = 0,66 e β1 = 1,07 , indicam que o os preços no varejo do mamão hawai (kg) no Estado do Ceará, são obtidos pela aplicação de uma margem de comercialização constante equivalente a R$ 0,66 mais uma margem percentual fixa de 0,07% sobre os preços pagos ao produtor. 3.2.5. Política de Margens O modelo de política de margens adotadas vem reforçar a tendência de margens decrescentes, já observadas nos itens anteriores. Foram obtidos os seguintes resultados para o período de 1999 a 2002, para o mamão hawai no Estado do Ceará: M = 0,66 – 0,93 Pp Valor p (0,0000) (0,0000) R2 = 0,99 Os coeficientes foram estatisticamente significantes a um nível 0,01 de probabilidade e o sinal positivo de βo e negativo de β1 indicam que a política de margem adotada é a de margem relativa decrescente. 4. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que os preços do mamão hawai no Estado do Ceará seguem a mesma trajetória nos níveis de produtor, atacado e varejo ao longo dos anos de 1999 a 2002, sendo observados os maiores preços no ano de 1999. Verifica-se também que os preços comercializados do mamão hawai vêm decrescendo ao longo do período analisado no Estado do Ceará. Observando as médias anuais, constata-se que a diferença de preços entre os níveis de atacado e produtor é bem maior do que entre atacado e varejo, ou seja, as margens brutas de comercialização são maiores na primeira diferença. Quanto à margem bruta total do mamão hawai, conclui-se que ela apresenta tendência decrescente nos últimos quatro anos. Estas margens são formadas de componentes mistos, ou seja de um valor constante acrescido de um valor percentual sobre o preço do produtor. 5. BIBLIOGRAFIA ARAÚJO FILHO, Geraldo Correia de. [et. Al..] Produtor de Mamão – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; Instituto Centro de Ensino Tecnológico, 2002. 72p. BARROS, Geraldo Santana de Camargo. Economia da Comercialização Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 1987.306p. BRANDT, Sérgio Alberto. Comercialização Agrícola. Piracicaba, Livroceres, 1980.195 p. CEASA/CE – Central de abastecimento do Ceará. FRUTISÉRIES. Mamão. www.integracao.gov.br. Ministério da Integração Nacional. Disponível em GUJARATI, Damodar N. Econometria básica. São Paulo: Makron books, 2000. 846p. IBGE, SIDRA. Banco de Dados. Disponível em www.ibge.gov.br. MARQUES e Aguiar, Pedro Valentim. Comercialização de Produtos Agrícolas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,1993.295p. SUMA ECONÔMICA – Consultoria e Publicações, n ° 299, março 2003. São Paulo, 2003. TRINDADE, A.V. [et al.]. Mamão. Produção: Aspectos técnicos (Frutas do Brasil: 3). Brasília: Embrapa Comunicação para transferência de Tecnologia, 2000. 72p.