Temas freqüentes em Ginecologia Rastreamento do câncer ginecológico Rastreamento (screening): Exame feito em pessoas assintomáticas, objetivando identificar aquelas que possam apresentar a doença em fase muito inicial, quando a intervenção precoce pode ter grande benefício. Sem finalidade de diagnóstico Selecionar indivíduos para investigação diagnóstica Ministério da Saúde Rastreamento em Oncologia RISCOS BENEFÍCIOS Reduzir a mortalidade 2004: 1.368.030 cancer 563.700 mortes (3 - 35%) Reduzir a morbidade Diagnóstico precoce Complicações do método Colonoscopia: perfuração intestinal Falso positivo Ansiedade Procedimentos diagnósticos desnecessários Falso negativo Atraso diagnóstico e terapêutico Over diagnosis Rastreamento (screening): • • • • Fácil execução Baixo custo Bem aceitos pela população Capazes de detectar as lesões em seus estágios iniciais • Doenças de alta prevalência • História natural bem estabelecida Peckam & Dezateux, 1998 Rastreamento (screening): Detecção do câncer na fase préclínica (antes dos sintomas) Evidências que o tratamento instituído precocemente (em consequência do rastreamento) melhore o prognóstico MORTALIDADE CAUSAESPECIFICA Câncer de vulva • NIV: história natural desconhecida Existência de uma fase pré-clínica, na qual o rastreamento poderia ser efetivo? • Fatores de risco: idade avançada, baixo nível sócio econômico, HPV, imunossupressão e tabagismo. • Diagnóstico: inspeção da vulva + colposcopia + biópsia Sensibilidade e especificidade? RASTREAMENTO NA POPULAÇÃO EM GERAL NÃO É EFETIVO incidência NIV e câncer de vulva Benefício nas pacientes risco? Edwards et al., 1996 Câncer de colo uterino • Incidência anual de 471.000 casos e 233.000 mortes Parkin, 2001 • A maior parte dos casos: países em desenvolvimento Risco de câncer de colo uterino durante a vida EUA, 1997-1999 1 : 123 Waggoner, 2003 • Evolução lenta: fase precursora até câncer invasor em 10 anos Richart & Burron,1969; Porten et al,1995 National Cancer Institute, 2002 Taxas brutas de mortalidade por 100.000 mulheres para os tumores mais freqüentes, Brasil, 1979 - 2000 e projeção 2003 Estimativas para o ano 2005 do número de casos novos de câncer, em mulheres, segundo localização primária. Localização Casos novos Pele não melanoma 56.600 Mama 49.470 Colo do útero 20.690 Cólon e reto 13.640 Traquéia, brônquios e pulmão 8.680 Estômago 7.975 Leucemias 4.075 Casos novos Minas Gerais: 1.420 Belo Horizonte: 250 Mortes/2003: 4.110 Cavidade oral 3.895 Melanoma 3.065 Esôfago 2.450 Outras 67.290 Ministério da Saúde. Estimativa de incidência e mortalidade por câncer no Brasil 2005. http://www.inca.gov.br Câncer de colo uterino Fatores de risco • Início precoce das atividades sexuais: – < 12 anos versus > 18 anos: OR: 3,5 (IC95%: 1,1 a 10,9) • Mulheres com relações extraconjugais: – OR: 5,5 (IC95%: 1,5 a 19,5) EV III Biswas et al, 1997 • Muliparidade: – 7 ou mais gestações a termo: OR: 3,8 (IC95%: 2,1 a 5,5) EV III Muñoz et al, 2002 • Uso ACO: – < 5 anos: OR: 0,73 (IC95%: 0,52 a 1,03) – 5 a 9 anos: OR: 2,82 (IC95%: 1,46 a 5,42) – > 10 anos: OR: 4,03 (IC95%: 2,09 a 8,02) EV III Fatores de risco independentes Moreno et al, 2002 HPV HIV Tabagismo Câncer de colo uterino História natural Infecção transitória Infecção persistente HPV Alterações citológicas HPV Invasão Progressão Colo normal Infecção HPV Clearance Regressão Lesões pré-invasoras Câncer +10 anos Modificado: Wright & Schiffman, 2003 Câncer de colo uterino Diagnóstico Rastreamento Diagnóstic Propedêutica complementar o definitivo - Citologia oncótica - Tipagem HPV - Vizualização direta com ácido acético (VIA) - Biópsia Colposcopia - Cone propedêutico -Curetagem endocervical Histologia Visualização direta com ácido acético (VIA) TÉCNICA Inspeção do colo a olho nú sob iluminação após aplicação de ácido acético 3-5%. Treinamento em 5-10 dias (médicos/não médicos) Positivo/Negativo Resultado imediato: sceen-and- treat concordância interobservador (Kappa=0,38) Sensibilidade: 69 a 79% Especificidade: 49 a 86% Sankaranarayanan et al, 2005 Citologia oncótica REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA E MORTALIDADE POR EV II CÂNCER DE COLO UTERINO Mortalidade últimos 20 anos: 80% Groelândia 50% Finlândia 34% Suécia Dr, George Nicholaus Papanicolaou 1883 - 1962 Lăără et al., 1987; Christopherson et al., 1976; Miller et al.; 1976; Johannesson et al., 1978 Citologia oncótica Papanicolaou • Risco de ca de colo é 3-10x maior nas mulheres não rastreadas (estudos casocontrole) Aristizabal et al., 1994; Clarke & Anderson, 1979; La Vecchia et al., 1984; Herrero et al., 1992 SEM ESTUDOS CONTROLADOS E RANDOMIZADOS Diagnóstico Citologia oncótica • Bristol (Inglaterra) para cada morte evitada: – – – – 1.000 mulheres rastreadas por 35 anos 150 mulheres com resultado CO anormal 80 mulheres encaminhadas 50 mulheres tratadas Raffle et al., 2003 RISCOS Detecção de lesões que nunca progredirão para ca (LSIL) (Resolução espontânea?) Procedimentos desnecessários: colposcopia, crioterapia e CAF Repercussões no futuro reprodutivo? Pacientes jovens Diagnóstico Citologia oncótica NIC 2/3 e carcinoma invasor do colo uterino (22.663 pacientes) Sensibilidade: 61% (IC95%: 56-66) Especificidade: 95% (IC95%: 94-95) Melhora dos resultados Técnica adequada de coleta Martin-Hirsch et al, 1999 Combinação de outro teste Wright et al, 2004 Sankaranarayanan et al, 2004 Diagnóstico Citologia oncótica Combinar a coleta com espátula de Ayre e a escova endocervical apresenta resultados melhores que qualquer método isolado. EV I 36 estudos prospectivos 6 estudos comparativos Martin-Hirsch et al,. The Cochrane Library, Issue 2, 2005 Diagnóstico Citologia oncótica • A biópsia e não a citologia oncótica deve ser realizada em pacientes com tumor visível no colo uterino EV II Sasieni et al, 1996 Diagnóstico Citologia oncótica Citologia monocamada: • NIC: – > Sensibilidade – < Especificidade Hartmann et al, 2004; McCrory et al, 2004 Tipagem do HPV no mesmo material Custo Sem evidências que a citologia de monocamada reduza mortalidade por ca de colo comparada à citologia convencional EV II Cochand-Priollet et al, 2003 Diagnóstico Tipagem HPV Qual o teste ideal? Captura híbrida / PCR • Captura híbrida 2: – 13 tipos HPV – Sensibilidade: 66 a 100% – Especificidade: 91 a 96% Hartmann et al, 2004; Sankaranarayanan et al, 2005. • ASC-US: – Mais eficaz que colposcopia imediata – Mais eficaz que nova citologia Solomon et al., 2001; The ASCUS/LSIL Triage Study (ALTS) - Custo - Infecções transitórias pelo HPV Diagnóstico Tipagem HPV Probabilidade de negativação DNA -HPV em pacientes jovens 50% 40% 39% 31% Total: 81% 30% 20% 11% 10% 0% 1-6 meses 6-12 meses 12-18 meses % HPV (-) após 1o. teste (+) Ho GYF et al. NEJM. 1998;328:423-428 Diagnóstico Colposcopia Afastar carcinoma invasor Direcionar biópsias CO anormais devem ser encaminhadas para colposcopia EV V Nguyen et al, 2000; Duggan et al, 1993 Metanálise de 86 estudos 6.281 mulheres • Tecido normal x anormal – Sensibilidade: 96% – Especificiade: 48% EV I Mitchel et al, 1998 Pacientes sem o colo uterino Sem evidências que o rastreamento reduza a mortalidade • Lesões de alto grau ou ca de vagina em pacientes submetidas à remoção do colo por doença benigna < 1:1000 The effect of hysterectomy on the risk of an abnormal screening Papanicolaou test result Fox, John MD; Remington, Patrick MD, MPH; Layde, Peter MD, MSc; Klein, Gail MS Am J Obstet Gynecol 180 (5): 1104-9, 1999 Cytopathological findings on vaginal Papanicolaou smears after hysterectomy for benign gynecologic disease Pearce KF, Haefner HK, Sarwar SF, Nolan TE. N Engl J Med 335 (21): 1559-62, 1996 2561 mulheres (idade média: 66,7 anos) • 110 citologias oncóticas anormais nos 2 primeiros anos – Ca invasor: 0 – NIC 2-3: 0 – NIC 1-2: 1 • Valor preditivo positivo após uma citologia oncótica negativa – 1 ano: : 0% anos: 9% após teste negativo Citologia oncótica –de2 2/2 anos Ann Intern Med 133 (12): 942-50, 2000 Intervalo rastreamento Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(1): 13-15 Pacientes > 65 anos • > prevalência NIC: 20-30 anos • HSIL: rara após os 65 anos em pacientes previamente rastreadas • NIC 3 em uma nova citologia: 2-6/10.000 com + 60 anos e citologia normal Sawaya et al., 2000 Recomendações para realização de citologia oncótica O exame colpocitopatológico deveria ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade, ou que já tivessem tido atividade sexual mesmo antes desta faixa de idade, uma vez por ano e, após 2 exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos. Vacina HPV Perspectivas •(1990-1998): Estudos casocontrole câncer de colo •Primeiras “VLP” •Descoberta HPV 16 e 18 •(1982-1992): Determinação oncogenes HPV HPV: Papiloma Vírus Humano VLP: virus-like particle •(1995-2001): Estudos prospectivos HPV •Relatos eficácia •HPV definido como causa do câncer de colo •Início dos estudos com “VLP” •Licença vacina Modificado: Schiller & Davies, 2004 Vacina HPV Perspectivas HPV-16/18 L1 VLP ERC e duplo-cego 1.113 mulheres (15-25 anos) • Eficácia HPV16 e 18: – Infecção transitória: 91,6% – Infecção persistente: 100% EV I Harper et al, 2004 HPV-6/11/16/18 L1 VLP ERC e duplo-cego 1.058 mulheres (16-23 anos) • Eficácia HPV 6, 11, 16 e EV18: I – Infecção ou doença (NIC/condiloma genital): 90% Vacina HPV Perspectivas Estudos da Eficácia da Vacina HPV Participação do HC-UFMG Modificado: Schiller & Davies, 2004 Vacina HPV DIFICULDADES Perspectivas • Vacinação de meninas pré-puberes para DST. • Dificilmente substituirá o rastreamento do câncer de colo uterino – HPV 16 e 18: 75% dos carcinomas de colo • Falsa sensação de segurança • Países em desenvolvimento: – Custo Schiller & Davies, 2004 – Tempo para se evidenciar impacto na Câncer de endométrio • 90% são adenocarcinomas • Mais comum : – após os 50 anos – raça branca (88%) Risco de câncer de endométrio durante a vida EUA, 1997-1999 1 : 37 • Associação: ca mama e tu ovarianos produtores de estrogênio • 1974-2004: 26% mortalidade National Cancer Institute, 2002 95% DAS PACIENTES APRESENTAM ALGUM SINAL OU SINTOMA DA DOENÇA (Hemorragia ou secreção vaginal: 90% dos casos) Fatores de risco • Estrogênioterapia sem associação com progesterona • Nuliparidade • Menarca precoce e Menopausa tardia • Uso tamoxifen • Síndrome do câncer colorretal hereditário não polipoíde – 20%-60% até os 70 anos Watson et al., 1994; Aarnio et al., 1995; Aarnio et al., 1999; Cass et al., 1999 Obesidade / Diabetes Melittus / Hipertensão arterial Hiperplasia endometrial EVOLUÇÃO HISTOPATOLÓGICA ENDOMÉTRIO PROLIFERATIVO HIPERPLASIA SIMPLES SEM ATIPIA COM ATIPIA 1% HIPERPLASIA COMPLEXA SEM ATIPIA 8% COM ATIPIA 3% 29% Indicação de propedêutica endometrial • Sangramento uterino na pósmenopausa • Piométrio na pós-menopausa • Pacientes assintomáticas com células endometriais observadas na CO cervical • Pacientes na peri-menopausa com SUA • Pacientes na menacme com SUA e história de ciclos anovulatórios: SOP Sangramento uterino na pós-menopausa: • • • • • Atrofia (70%) TRH (15%) Câncer (10%) Pólipos ( 5%) Hiperplasia(5%) Diagnóstico • Exame Físico: – pouco valor (estádios iniciais) • Citologia Oncótica: – + em 30% a 50% dos casos • Dilatação e curetagem: – 70% de FN • US endovaginal: – S: 92%; E: 81% • Biópsia endometrial por aspiração: – S: 99,6%; E: 98% BIÓPSIA ENDOMETRIAL Citologia oncótica Papanicolaou • Pouco sensível como rastreamento • Falso-negativo: 82% Burk et al., 1974 • Coleta de material no fundo de saco vaginal posterior em mulheres na peri e pós menopausa Anormal Investigação Presença de células endometriais em pacientes climatéricas, sem TRH Yancey et al., 1990; Koss et al., 1984 Biópsias endometriais • Pacientes sintomáticas (SUA): acurácia de 85-93% Pritchard et al., 1989 • Aspiração de endométrio: – 2.586 mulheres assintomáticas – Sem padrão ouro – Sensibilidade: 81% Koss et al., 1984 • TRH assintomáticas: desnecessária a biópsia de endométrio ACOG 1997; Korhonen et al., 1997 USTV SEM EVIDÊNCIAS QUE JUSTIFIQUEM SUA UTILIZAÇÃO COMO RASTREAMENTO PACIENTES SINTOMÁTICAS • • • • Espessura endometrial de > 5 mm: – 96% das pácientes com ca – 92% das pacientes com doença endometrial Especificidade: – Doença endometrial: 81% – Câncer: 61% Espessura endometrial < 5mm: 90% risco ca Espessura endometrial > 5mm: 57% risco ca Smith-Bindman et al., 1998 EXAME ALTERADO Propedêutica complementar Pacientes em uso de Tamoxifen Pacientes em uso de Tamoxifen • Risco ca de endométrio: 2 em 1.000 / ano Fisher et al., 1994 • Não há dados disponíveis que suportam o uso rotineiro da ultra-sonografia ou biópsia endometrial como métodos de rastreamento. Wilking et al., 1997; Barakat 1996 • Redução em 0,03% da mortalidade Barakat et al., 2000 Rastreamento câncer de endométrio População geral SEM EVIDÊNCIAS REDUÇÃO MORTALIDADE Pritchard 1989; Eddy 1980 Grupos de risco SUPOSTO BENEFÍCIO Estrogênio sem Progesterona Uso Tamoxifen Sind. Câncer colorretal nâo polipóide hereditária (sem ECR evidenciando mortalidade) Burke ET AL., 1997 Câncer de ovário • Últimos 60 anos: sem redução na mortalidade com alta letalidade • Sexta causa de morte por câncer ginecológico no Brasil • EUA (2005): 22.220 novos casos com 16.210 mortes Risco de câncer de ovário durante a vida EUA, 1997-1999 1 : 158 National Cancer Institute, 2005 National Cancer Institute, 2002 60% das pacientes diagnosticadas nos estádios III e IV com uma expectativa de vida em 5 anos de 10-20% Pecorelli et al., 1998 Fatores de risco Te Linde, 1999 Causa Risco aumentado Talco Dieta rica em gorduras Infertilidade Drogas para tratamento de infertilidade Hereditariedade HF de CA mamário Um parente de 1ºgrau com CA mamário <55 55 Local específico CA ovariano familiar HF de CA mamário Risco Relativo 1,9 2,6 1,6 2,8 1,7 4,5 7,4 3,7 39,1 Fatores de risco Te Linde, 1999 Causa Risco diminuído Gravidez Contraceptivos orais Laqueadura tubária Amamentação Risco Relativo 0,6 0,6 0,3 Câncer de ovário - Herança Familiar – 5% C A D E O V Á R I O 1. Câncer ovariano familiar local-específico 2 ou mais parentes de 1º e/ou 2º grau portadoras de CA de ovário 2. Síndrome do câncer familiar ou Síndrome de Lynch II CA de cólon e outros adenocarcinomas primários (mama, ovário e endométrio). Inclui mutações no gene BRCA-1 3. Síndrome do câncer de mama-ovário Famílias com 2 ou mais casos de CA de mama de instalação precoce e 2 ou mais casos de CA de ovário Te Linde, 1999; Novak, 2002 Câncer de ovário - Ooforectomia Profilática - Métodos de rastreio com preços proibitivos e sem precisão reprodutível - Marcador genético: possibilidade remota - Sintomas usualmente aparecem depois da ocorrência de metástases Ooforectomia em pacientes submetidas a histerectomia por doença benigna Ooforectomia em mulheres com história familiar de CA de ovário Te Linde, 1999; Novak, 2002; Cannistra, 2004 Diagnóstico • • • • História clínica Exame físico Radiografia de tórax Marcadores tumorais: – CA-125 – Alfa-fetoproteína (tu embrionário ,tu seio endodérmico) – Beta-hCG (tu embrionário) – LDH (disgerminomas) – CEA, CA 19.9, SCCCA • Ultra-sonografia abdominal e pélvica Características clínicas sugestivas de malignidade - Massa fixa na pelve - Ascite - Obstrução intestinal - “Omental cake” - Linfadenomegalia USTV Características ultra-sonográficas Risco de malignidade Baixo Alto Tamanho tumoral < 10 cm 10 cm Septação Ausente ou fina (1-2 mm) Espessa Loculação Unilocular Multilocular Ecodensidade* Hipoecogênico Homogêneo Aumentada e/ou mista e/ou componente sólido Excrescências papilares Ausentes Presentes * Exceto cisto dermóide e endometrioma USTV • 1601 mulheres com HF ca ovário (US e Doppler) – 909: alterações ovarianas – 61: cirurgia – 6: câncer Br.Med.J.306:1025-29.1993 • 5479 pacientes: 18 a 78 anos – 326: alterações morfológicas ovarianas – 5: câncer Br.Med.J.299: 1363-67.1989 • 3220 mulheres na pós-menopausa assintomáticas – 44: alterações ovarianas – 41: doença benigna – 3: câncer Gynecol.Oncol.51205-9.1993 Câncer de ovário Idade < 9 anos: 80% malignas Adolescência: 50% teratoma Idade reprodutiva: 33% teratomas 25% endometriomas (AFP, hCG, LDH) 10% maligna Pós-menopausa: 3,3-14,8% cistos simples Tu de células germinativas 10-20% malignas Tu epiteliais (CA125) Câncer de ovário Rastreamento CA-125 • CA-125 > 35U/ml: – Sensibilidade: 20-57% – Especificidade: 95% Helzlsouer et al., 1993; Jacobs et al., 1993 • Associado ao toque bimanual e US Jacobs et al., 1988 PODE SER POSITIVO EM: • • • • • • 0.2% dos doadores de sangue sadios 1% das mulheres sadias 5% das doenças ginecológicas benignas (DIP, endometriose) 16% das gestantes no 1o. Trimentres 25% das condições não ginecológicas como: tumores gastrointestinais e câncer de mama Níveis séricos elevados em: adenocarcinoma de colo uterino, endométrio e tuba A utilização isolada do CA 125 não tem sensibilidade alta o suficiente para o seu emprego rotineiro como método de rastreamento do câncer de ovário CA-125 Diagnóstico e seguimento • Sensibilidade: – Estadio I: 50% – Estadio II: 60% – Aumenta com associação da ultrasonografia e exames seriados • “Second-look”: – VPP (>35u/ml): 100% – VPN (<35u/ml): 56% • Níveis persitentemente altos após QT: clones de células tumorais resistentes à QT Rastreamento câncer de ovário US Exame pélvico CA-125 SEM EVIDÊNCIAS REDUÇÃO MORTALIDADE POR CÂNCER DE OVÁRIO FALSO POSITIVO Riscos Ansiedade Laparoscopias / Laparotomias Ooforectomias Câncer de mama Principal causa de morte por câncer nas mulheres brasileiras desde 1980, apresentando curva ascendente com tendência à estabilização nos últimos anos. 1979: 5,77/100.000 2000: 9,74/100.000 +80,31% Estimativas para o ano 2003 das taxas brutas de incidência por 100.000 e de número de casos novos e de óbitos por câncer, em mulheres, segundo localização primária. 216.035 / 58.610 CASOS NOVOS ÓBITOS Pele não melanoma 43.155 365 Mama 41.610 9.335 Traquéia, brônquios e pulmão Estômago Colo do útero Cólon e reto Esôfago Leucemias Cavidade oral Melanoma Outras 6.920 7.010 16.480 10.545 2.120 3.315 2.885 2.185 79.810 4.915 3.815 4.110 4.270 1.275 2.095 705 480 27.245 Ministério da Saúde. Estimativa de incidência e mortalidade por câncer no Brasil 2003. http://www.inca.gov.br Fatores de risco câncer de mama Risco relativo de desenvolver carcinoma invasivo de mama associado a lesões benignas detectadas em biópsias Auto-exame Auto-engano Sem evidências entre o auto-exame da mama e a redução da mortalidade Baines 1990; Morrison 1991; Newcomb et al., 1991; O'Malley & Fletcher, 1987 RR 1.15; 95% CI= 0.73-1.81 Newcomb PA, Weiss NS, Storer BE, et al.: Breast self-examination in relation to the occurrence of advanced breast cancer. J Natl Cancer Inst 83 (4): 260-5, 1991 RR 1.07; 95% CI 0.93-1.22 Ellman R, Moss SM, Coleman D, et al.: Breast cancer mortality after 10 years in the UK trial of early detection of breast cancer. UK Trial of Early Detection of Breast Cancer Group. The Breast 2 (1): 13-20, 1993 ERC com 266.064 mulheres • Instruções auto-exame • Instruções prevenção dor lombar – Sem outros métodos de rastreamento • Após 10-11 de seguimento: – 135 mortes ca de mama (auto-exame) – 131 mortes ca de mama (grupo controle) (RR 1.04; 95% CI 0.82-1.33) Grupo auto-exame Mais biópsias de mama Mais diagnósticos de lesões benignas Study of the role of breast self-examination in the reduction of mortality from breast cancer The Russian Federation/World Health Organization Study Vladimir Fedorovich Semiglazov , Vsevolod Nicolaevich Sagaidak , Vladimir Michaelovich Moiseyenko and Eduard Alexaevich Mikhailov Iniciado 1993 193.000 mulheres Idade: 40 a 64 anos Caso-contole 3 – 15 anos de seguimento Exame clínico Ausência de estudos avaliando o exame clínico isolado como rastreamento • • • • • 752.081 exames 6,9% anormais 3,8 ca invasor / 1,2% CDIS Sensiblidade: 58,8% Especificidade: 93,4% VPP: 4,3% Bobo et al., 2000 Mamografia Sensibilidade 63 a 88% Kerlikowske et al., 1993 • Tamanho da lesão • Densidade do tecido mamário • Idade – 54-58% mulheres < 40 anos – 81-94% mulheres > 65 anos Rosenberg et al., 1998; Kerlikowske et al., 1996 • Status hormonal do tumor • Qualidade da imagem • Capacidade de interpretação do radiologista Implicações legais 50% dos pagamentos de indenizações MMG consideradas negativas Breast Cancer Study. Washington, DC: Physician Insurers Association of America, 1995 Mamografia Intervalo ? Intervalo ótimo entre as mamografias • Anual x 3/3 anos • Mulheres com 50-62 anos – Anual: mais ca de < tamanho – Sem diferenças quanto ao grau de diferenciação e status linfonodal The Breast Screening Frequency Trial Group, 2002 • Ca detectado no intervalo: – Rápido crescimento Hakama et al., 1995; Porter et al., 1999 – Estádios avançados Tabár et al., 1998 • Primeiro teste de rastreamento: 9-26:1000 • Testes seguintes: 1-3:1000 Kerlikowske et al., 1993 Mamografia < 40 anos Risco de desenvolver câncer de mama nos seguintes intervalos de tempo (anos) Adaptado: Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER) registry for 1997-1999 +10 +20 +30 Toda a vida 30 0.40% 1.85% 4.56% 13.48% (1 em 7) 40 1.47% 4.21% 7.53% 13.24% (1 em 8) 50 2.84% 6.25% 9.68% 12.16% (1 em 8) 60 3.67% 7.35% 9.54% 10.00% (1 em 10) Mamografia 40-49 anos • Sensibilidade 10% menor Kerlikowske et al., 1996 • Redução da mortalidade em 17% (rastreamento bianual) – Estatisticamente significativa 15 anos após o início do rastreamento • • • • • Landis et al., 1999 • MMG anual é controversa Seidman et al., 1987 • PACIENTES DE RISCO QUE SE BENEFICIARIAM DO RASTREAMENTO ANUAL Ca de mama prévio Mutações BRCA1 e BRCA2 Mãe, irmã ou filha com história de câncer de mama. Hiperplasia atípica em uma biópsia de mama prévia. > 75% de tecido denso à MMG entre 45 a 49 anos. 2 ou mais biópsias de mama Gail et al., 1998 Mamografia 50 a 69 anos • MMG com um intervalo nunca superior a dois anos • Redução da mortalidade em 25 a 30% nos 10 a 12 anos subseqüentes • Inicia-se 5 anos após a instituição do rastreamento Seidman et al., 1997; Gail & Rimer, 1998; Fletcher et al., 1993 70 ou + anos • Rastreamento naquelas com expectativa de vida favorável e condições clínicas que permitam a adequada realização do exame • Evidências insuficientes de benefício Câncer de mama Risco de morte por idade: Câncer de mama x Todas as causas Adaptado: Woloshin & Schwartz, 1999 Idade Risco de morte por ca de mama nos próximos 10 anos Risco de morte por qualquer causa nos próximos 10 anos 40-44 0.3% (1 in 333) 2.1% (1 in 48) 45-49 0.4% (1 in 250) 3.3% (1 in 30) 50-54 0.6% (1 in 167) 5.1% (1 in 20) 55-59 0.7% (1 in 143) 8.1% (1 in 12) 60-64 0.8% (1 in 125) 12.0% (1 in 8) 65-69 1.0% (1 in 100) 18.0% (1 in 6) 70-74 1.1% (1 in 91) 27.0% (1 in 4) 75-79 1.2% (1 in 83) 41.0% (1 in 2) 80-84 1.2% (1 in 83) 67.0% (2 in 3) 85+ 1.1% (1 in 91) 79.0% (4 in 5) Suscetibilidade genética pela mutação dos gens BRCA1 E BRCA2 • Nenhum dos testes hoje disponíveis para se avaliar a susceptibilidade genética a neoplasias é apropriado para aplicação na população geral. Rastreamento câncer de mama US RNM Sem evidências de benefício no rastreamento em qualquer idade Teh & Wilson, 1998 Diagnóstico diferencial cicatrizes, prótese mamárias, massas palpáveis pós-cirurgia ou RT Sem evidências de benefício no rastreamento Kuh et al., 1997; Lawrence et al., 1998; Weinreb & Newstead, 1995 Rastreamento câncer de mama Auto-exame: • Realização por todas as mulheres a partir dos 20 anos de idade. A periodicidade deve ser mensal, 4 a 6 dias após o término do fluxo menstrual. Exame clínico: • Deve ser realizado a cada três anos entre os 20 e 40 anos, e depois anualmente. Mamografia: • A recomendação é de se fazer triagem mamográfica a cada dois anos entre os 40 e os 49 anos, anualmente a partir de 50 anos e, de acordo com a expectativa de vida, após os 70 anos