Formar equipes de alta performance: o desafio dos dias atuais
“Lembre-se: não existe quem está certo ou errado. Existem apenas
percepções diferentes dos mesmos fatos. Não tente só querer ficar
convencendo sua contraparte de que você está com a razão. O mais
importante é combinar como agirão no futuro em relação ao assunto tratado
e como buscarão sinalizar quando alguém “fugir” do combinado.”
Em geral existe uma tendência de se dirigir empresas de forma puramente
tecnocrata. Estes tipos de dirigentes vêem a Organização como se fosse uma
máquina, algo que pode ser projetado, medido e controlado – em outras palavras,
gerenciado. Mas isso funcionou bem para nós no passado, quando as empresas
produziam tipicamente equipamentos eficientes de um ou outro tipo. Hoje e no
futuro, entretanto, podemos ver que as Organizações são e serão bem diferentes,
muito mais semelhantes a redes do que máquinas. No entanto, nossos corações
ainda estão presos às máquinas. Se não pudermos mudar nosso pensamento e
nosso discurso sobre as empresas, tropeçaremos e caíremos.
Com a evolução meteórica da tecnologia e da forma de se fazer negócios no
mundo atual, a importância de se utilizar o potencial máximo das pessoas que
fazem parte de uma empresa tornou-se a prioridade mais importante e desejada
por todos os dirigentes bem-sucedidos das organizações mais importantes de
todo o mundo.
Sabemos que as pessoas são diferentes. Cada ser humano possui sua própria
idiossincrasia. Cada um possui uma educação e uma forma singular de ver o
mundo. È fundamental entender isso efetivamente e saber como lidar com as
diversas situações que se apresentam no dia-a-dia, respeitando as diferenças
para que possamos aproveitar ao máximo as competências e contribuições de
cada profissional.
Com a chegada do Terceiro milênio, transformar idéias em ações efetivas e gerar
resultados num curto prazo se torna um desafio cada vez mais complexo. As
equipes precisam apresentar uma alta performance, exigindo que sejam
compostas de profissionais com perfis e características multidisciplinares e
gerentes que reúnam as condições para conseguir os melhores resultados através
das pessoas, com as pessoas.
Por estas razões, temos comprovado que a única opção realista para lidar com
pessoas é reuní-las em grupos de forma a fazer com que competências diferentes
se somem e com isso seja possível conseguir resultados brilhantes e competitivos
no menor curto prazo possível. Nestes grupos especiais de trabalho, todos devem
ter a oportunidade de participar e dar sua contribuição para o resultado final. São
os diversos matizes de características destas pessoas , bem como sua qualidade
de contribuição, que levam todos a sentirem que são parte de algo maior, de uma
crença, de uma visão, de forma que estejam cada vez mais integrados e
mobilizados a alcançar grandes metas. Outro segredo para o sucesso do trabalho
em equipe está no papel exercido pelos líderes. Um líder deve conhecer bem as
pessoas comandadas. Deve saber quem atira melhor para o gol, quem dribla
melhor, quem melhor defende as situações.
Cabe a ele saber lidar com pessoas e ser de fato competente no que faz. É
preciso que ele saiba ensinar seus liderados e saiba doar seu conhecimento com
qualidade, de forma que todos trabalhem realizando suas tarefas diárias tendo a
exata noção e a perspectiva do quanto colaboram para o sucesso do negócio da
empresa. Agindo assim, todos ficarão motivados e procurarão aprimorar cada vez
mais seu desempenho, consolidando o grupo como uma equipe de alta
performance.
A liderança de equipes de trabalho a que me refiro não deve ser aquela que exige
sempre uma intervenção direta do tipo chefe-que-pega-no-pé. A liderança menos
direta concentra-se em comunicar uma visão e valores estimulantes, em ouvir os
seguidores. O líder deve conhecer bem as pessoas e cuidar delas, orientando-as
através do exemplo. Esta é a forma capaz de conseguir criar condições de
liberdade ideais propostas por Adam Smith: “Uma mão invisível dirige de forma
automática as pessoas para servirem ao bem comum”. Desta forma, as pessoas
que compõem uma equipe dizem, “fizemos isso sozinhos”. Quanto mais o líder
pratica o respeito e a sabedoria para direcionar as competências que possue em
sua equipe, mais condições estará criando para que surjam e se formem novos
líderes em uma Organização.
Para finalizar este pequeno artigo, posso dizer que ninguém nasce sabendo. Por
isso, a vida é um contínuo aprendizado. Da mesma forma que uma Organização
que sobrevive bem precisa ser competitiva nos dia de hoje, é fundamental que crie
o espaço e as condições necessárias para o aprendizado.
José Angelo Lopes Hasselmann
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