Os Modelos de Learning By Doing [Arrow (1962)] PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO UFRGS Bibliografia Recomendada Charles Jones (2000, cap.8) Arrow (1962) Debraj Ray (1998, cap. 17, p. 670 - 676) Mookherjee & Ray (1993) 2 Externalidades e os Modelos de Learning by Doing Um modo pelo qual o progresso técnico (as melhorias na produtividade) pode ser concebido como endógeno aos sistema econômico foi desenvolvido por Arrow (1962 – Economic Implications of Learning by Doing). Arrow (1962) assumiu que a aquisição de conhecimento ou aprendizado era produto da experiência, e o modo que o aumento de produtividade da economia poderia advir ou derivar do montante de experiência adquirido na profissão ou na elaboração de um determinado produto ou processo. 3 Pressupostos sobre o crescimento da produtividade no modelo de Arrow (1962) O processo de learning-by-doing ocorre através do investimento que cada firma faz em seu processo produtivo. A idéia aqui é que um aumento no estoque de capital da firma leve a um aumento paralelo no seu estoque de conhecimento (Ai). Este processo reflete a idéia de que os ganhos de conhecimento e produtividade tem origem no investimento e na produção da firma. Tal formulação, têm fundamento nos estudos empíricos dos efeitos positivos com relação a experiência adquirida sobre os ganhos de produtividade na construção de aviões, navios e manufaturas. 4 Economias de Escala vs. Efeitos de Aprendizagem Custo por unidade de produto Economia de escala A B AC1 Learning C AC2 produto 0 5 Learning Curve 6 Average Revenue per Unit (constant $) Exemplo do Boston Consulting Group Study: Transistors de Silicone, 1954-1969 100. PR = 90% 10. PR = 80% 1. PR = 70% 0.1 0.01 0.01 0.1 1. 10. 100. 1,000. Key Milestones: 1947: 1st Demonstration (Bell Labs) 1954: 1st Commercial Production (TI) 1960s: Expansion into Televisions (Sony) 10,000. Cumulative Units Produced (million) 7 A NASA recentemente calculou as seguintes curvas de experiência para várias indústrias: Aeroespacial: 85% Construção de navios: 80-85% Máquinas complexas para novos modelos:75-85% 8 Pressupostos sobre o crescimento da produtividade no modelo de Arrow (1962) O segundo pressuposto chave deste tipo de modelo é que o conhecimento de cada firma é um bem-público que qualquer outra firma pode ter acesso a um custo zero. Assim, uma vez descoberto, um dado conhecimento transborda instantaneamente por toda a economia. Isto implica que uma mudança na tecnologia de cada firma [Ai], corresponde ao aprendizado geral de todas a economia e é proporcional a mudança no estoque agregado de capital. 9 Externalidades e os Modelos de Learning by Doing Uma das principais implicações do modelo de Arrow (1962, p.168) e de seu conceito de aprender fazendo (learning by doing) é que um ato de investimento beneficie investidores futuros, mas esse benefício não é pago pelo mercado. Os benefícios diretos de um investimento podem ser apropriados pelo investidor, mas os benefícios indiretos em termos de aumento da experiência beneficiam toda a sociedade. Esta divergência ente os retornos privados e sociais implica em que os mercados geram menos investimento do que seria socialmente ótimo. 10 Externalidades e os Modelos de Learning by Doing Kennett Arrow: a acumulação de conhecimento é um subproduto acidental de outras atividades na economia. 1 Y BK L Assumimos que as firmas individuais tomam o nível de B como dado. Mas aqui assumimos que a acumulação de capital gera um novo conhecimento sobre a produção na economia como um todo (learning by doing). 11 Externalidades e os Modelos de Learning by Doing B AK 1 onde: A é uma constante; O capital é remunerado segundo seu produto físico marginal (em concorrência perfeita [Y/K]), mas a acumulação de capital provê benefícios para toda a sociedade. 12 Externalidades e os Modelos de Learning by Doing Combinando as equações ( X) e (X), obtemos que: Y AKN 1 Normalizando a população da economia em 1, isto nos proporciona uma função de produção do tipo AK. Uma importante implicação teórica deste modelo é que nós podemos modelar os retornos crescentes com competição perfeita assumindo a existência de externalidades positivas reultantes do processo de investimento. 13 Externalidades e os Modelos de Learning by Doing As externalidades podem ser muito importantes no processo de pesquisa, visto que o conhecimento criado pelos pesquisadores do passado pode tornar a pesquisa de hoje muito mais efetiva. 14 Externalidades e os Modelos de Learning by Doing "What Descartes did was a good step. You have added much several ways, and especially in taking ye colours of thin plates into philosophical consideration. If I have seen further it is by standing on ye shoulders of Giants." --Newton to Hooke, 5 Feb. 1676; 15 Sites Recomendados http://minneapolisfed.org/pubs/region/95-12/int9512.cfm http://www1.jsc.nasa.gov/bu2/learn.html [NASA] 16 FIM PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO UFRGS