Ambiente, etologia e cultura: tentando compreender o problema da
separação homem-natureza a partir do pensamento greco-romano clássico
Nestor Francisco Rambo*
RESUMO - Com o avanço da ciência que estuda o comportamento dos animais na sua
vida em grupo – a etologia, percebe-se que o viver em sociedade é uma característica do
reino dos seres vivos, sobretudo dos animais. O homem, ao longo da história, para viver
em paz fez um contrato social. Estabeleceu regras para a vida em sociedade. Ao fazer o
contrato, deixou a natureza de fora, julgando-se superior a ela. Esta natureza que ficou
em segundo plano, se vinga do homem. A destruição da natureza a partir da Revolução
Industrial é muito rápida e a mesma não consegue mais se regenerar. Percebe-se ao
longo da história, principalmente nos dois últimos séculos, que a ciência como progresso
entra em conflito com a natureza, devido ao avanço técnico. Mas a técnica não é
dominação da natureza; é dominação da relação entre natureza e humanidade. A técnica
é muito importante ao homem, para facilitar seu trabalho, sendo a essência de um saber.
Com a posse de um saber, torna-se um ser constantemente insatisfeito e muitas vezes
alienado. Almeja o domínio sobre os homens e a natureza. Torna-se violento e não se vê
mais membro da natureza. Como sujeito seqüestrado, o homem é moldado ao aparato
técnico e vai perdendo esperanças, sonhos, utopias e fantasias. Urge que crie uma
identidade emancipatória, para reconquistar sua utopia perdida e pare de dar as costas à
natureza e ao futuro.
Palavras-chave: Ambiente, etologia, cultura, paisagem e identidade.
SUMMARY - With the progress of the science that studies the behavior of the animals in
his life in group - the ethnology, is noticed that living in society is a characteristic of the
alive beings' kingdom, above all of the animals. The man, along the history, to live in
peace made a social contract. He established rules for the life in society. When doing the
contract, he left the nature outside, feeling superior to her. This nature that was in second
plan, takes revenge of the man. The destruction of the nature starting from the Industrial
Revolution is very fast and the same doesn't get more if it regenerates. It is noticed along
the history, mainly in the last two centuries, that the science as progress enters in conflict
with the nature, due to the technical progress. But the technique is not dominance of the
nature; it is dominance of the relationship between nature and humanity. The technique is
very important to the man, to facilitate his work, being the essence of a knowledge. With
the ownership of a knowledge, he becomes constantly unsatisfied and a lot of times
alienated. He longs for the domain on the men and the nature. He becomes violent and
more member of the nature is not seen. As kidnapped subject, the man is molded to the
technical apparatus and it is going losing hopes, dreams, Utopias and fantasies. It urges
that it creates and emancipate identity, to reconquer his lost Utopia and stop giving the
backs to the nature and the future.
Key words: Surroundings, ethnology, culture, landscape and identity.
_______
*Mestre em Geografia pela UFRGS. Doutorando em Geografia na UFRGS.
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Introdução
Desde que o homem aparece sobre a face da terra, a natureza
está constantemente sendo redescoberta.
Com o fim de sua História Natural e a criação da Natureza
Social, o natural cede lugar ao artefato e a racionalidade se revela com a natureza
domesticada, a qual nos é apresentada como sendo sobrenatural.
Até o início da Revolução Industrial, o homem escolhia o que
lhe podia ser útil para a renovação de sua vida: espécies animais e vegetais,
pedras, árvores, florestas, rios e feições geológicas. Com o advento da máquina,
conforme desta Santos (1997, p. 17), “o homem se descobre como indivíduo e
inicia a mecanização do planeta, armando-se de novos instrumentos para dominálo...Hoje, com a tecnociência, alcançamos o estágio supremo dessa evolução”.
Outrora, os cataclismos naturais são um incidente, um
momento. Hoje, os estudos de Santos (1997, p. 17), nos mostram que “a ação
antrópica tem efeitos continuados, e cumulativos, graças ao modelo de vida
adotado pela humanidade. Daí vêm os graves problemas de relacionamento entre
a atual civilização material e a natureza”.
A natureza sem o homem, antes da história, era una. Continua
a sê-lo, mas socialmente fragmentada. A natureza está agora à serviço e em
benefício de firmas, Estados e classes hegemônicas. Mas, no dizer de Santos
(1997, p. 17) “não é mais a Natureza Amiga, e o Homem também não é mais seu
amigo”.
A supervalorização do homem e o desprezo da natureza
A
separação
homem-natureza
(cultura-natureza,
história-
natureza), tem suas raízes na literatura filosófica greco-romana clássica. Esta
oposição entre homem e natureza verifica-se nas obras de Sócrates, Platão e
Aristóteles. É com eles que se começa a assistir a um certo desprezo pelas
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pedras e pelas plantas e a uma supervalorização do homem e da idéia. A physis
(natureza) fica em segundo plano.
O modo de pensar (e de escrever) na chamada época présocrática, de filósofos como Tales, Heráclito, Pitágoras, Diógenes e Demócrito, era
o de um homem mais integrado à natureza (physis). Neste aspecto, o filósofo
Bornheim (1985, p. 13), enfatiza que “em nossos dias, a natureza se contrapõe ao
psíquico, ao anímico, ao espiritual...mas, para os gregos, tudo tem uma
alma...Esta idéia da alma, de forças misteriosas que habitam a physis, transformaa em algo inteligente, empresta-lhe certa espiritualidade...”.
É sobretudo, com René Descartes, que a oposição homemnatureza, espírito-matéria, sujeito-objeto, se torna mais completa e se constitui no
centro do pensamento moderno e contemporâneo. A natureza passa a ser vista
como um recurso (um meio para se atingir um fim). Além disso, o homem passa a
ser visto como o centro do mundo. À imagem e semelhança de Deus, torna-se um
todo-poderoso. É nessa perspectiva, que no início da ocupação, exploração e
colonização brasileira, feita pelos portugueses, a natureza e os indígenas podiam
ser destruídos, já que nâo possuíam almas. A Améria Latina como um todo,
sempre foi marcada por um espaço geográfico de dominação, tanto cultural
quanto fisicamente. Com o advento dos europeus, os nativos sofreram imposições
drásticas, como o trabalho escravo, perda de seu lugar e território, além da
imposição de traços culturais: outra religião e língua, outra educação e costumes
diferentes. Essa nova metamorfose (de contradições), não foram sendo
assimilados rapidamente pelos índios. Foi um lento e difícil processo de superação
empurrado pela força da cultura européia (via dominação). O resultado foi uma
hibridação, uma miscigenação de culturas e raças.
É o antropocentrismo
consagrando a capacidade humana de dominar a natureza.
A natureza antes do período técnico é uma natureza mágica,
das tempestades, das florestas, do ar puro. Até a Revolução Agrícola a
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sobrevivência humana estava atrelada à natureza, às suas intempéries e daquilo
que ela ofertava. Ao analisar este período Luchiari (2001, p. 21), destaca:
Se pudéssemos transportar o conceito de qualidade
de vida para este período, certamente ele seria
associadoà manutenção da rotina e à distância das
ameaças naturais.A apropriação da natureza era, via
de regra, local.
Ao longo da história, as relações do homem com o ambiente,
passaram por diversas fases. Rodrigues (1989), destaca-as em quatro, que são
resumidamente: 1.) A primeira fase que teve início por volta de 500mil a 35 mil
anos, caracterizada pelo domínio do fogo pelo homem. A biomassa da lenha
utilizada, fez com que o homem utilizasse bem mais energia do que outros
animais de sangue quente. 2.) A segunda fase iniciou-se por volta de 10 mil anos,
com a domesticação de animais e plantas. Com isso aumentou sua capacidade
em utilizar a biomassa do ambiente, desperdiçando menos tempo para procurar
sua comida. Com o excedente, mais bocas poderiam ser alimentadas, leia-se,
mais eficiência em utilizar a biomassa do ambiente. 3.) A terceira fase é
caracterizada pela urbanização. Os artesãos e donos de oficinas estavam nas
cidades. As minas e jazidas forneciam a matéria-prima e os precisavam ser
explorados. 4.) A quarta fase inicia com a Revolução Industrial no século XVIII. De
lá até os dias de hoje, o homem utiliza os recursos naturais numa escala nunca
imaginada.
A sociedade moderna não negou os postulados e as doutrinas
religiosas. Adaptou-as e anexou-as aos interesses do mercado. Houve assim uma
convivência pacífica entre os princípios metafísicos e os princípios materialistas. O
tratamento das questões ambientais ficaria por longo tempo em segundo plano.
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Da natureza ao ambiente construído e subordinado pelo homem
Com o capitalismo, a tendência de explorar e subordinar o
ambiente será levada às últimas consequências. Com o Iluminismo e a Revolução
Industrial, o avanço das ciências e técnicas no século XIX e a globalização e o
meio técnico-científico-informacional no final do século XX e limiar do século XXI,
o homem afastou muitas ameaças naturais, e dominou o controle sobre a
natureza. Mas a problemática da base territorial do homem continua e até
aumentou no último século. A natureza é feita cada vez mais objeto pelo homem.
Contraditoriamente, ao separar-se da natureza, a sociedade
moderna inventou e valorizou a concepção de paisagem. No estudo de Luchiari
(2001, p. 23), isto fica bem evidente quando afirma que:
no processo de construção de paisagem pelo
imagináriosocial, ela não se revelou apenas como
quadro onde se desenvolve a trama de práticas
sociais: configurou-se na própria representação de
práticas sociais que lhe dá novo conteúdo,
transformando-a em espaço geográfico.
Este saber olhar a paisagem ainda demonstra uma grande
carência e confusão do homem, provocado pelo acelerado processo de
industrialização e urbanização, para decifrá-la. O autor salienta ainda que temos
um novo modelo de paisagem ao nosso redor; mas que somos carentes na
decifração a
qual precisamos aprender. Assim sendo, Luchiari (2001, p.32)
aponta que
temos um novo modelo de paisagem ao nosso
redor mas não sabemos decifrá-lo. A fobia urbana,
o ecologismo radical e a deteriorização material de
paisagem que invadem nossa visão, nos deixam
ver que existem, sim belas paisagens, moldadas
pelo engenho da arte e pelo labor humano.
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Esta confusão e abusos e consequente perda da decifração da
natureza começaram (num problema de escala), com a Revolução Industrial no
século XVIII, elevando-se extraordinariamente nos séculos XIX e XX. Além disso,
tivemos um aumento populacional, devido às melhoras obtidas na ciência, higiene
e saúde (medicina com mais técnicas e recursos, vacinas e saúde preventiva).
Com relação aos dois últimos turbulentos séculos para o ambiente, Dubos (1975,
p. 45), enfatiza que:
Os séculos XIX e XX tem sido mais destruidores do
que criadores, porque usaram e muitas vezes
esbanjaram a riqueza armazenada sob a forma de
recursos naturais. Os homens modernos foram
beneficiados por essa economia extrativa e tiveram a
ilusão de que os benefícios se deviam inteiramente
ao conhecimento e à perícia técnica. O rápido
crescimento tecnológico dos últimos dois séculos só
foi possível...porque o homem se mostrou
impiedoso na exploração na exploração de recursos
naturais incapazes de renovação...Mas essa fase da
vida humana terá em breve de terminar.
As sociedades alteram também a paisagem existente ao
criarem os centros urbanos, ou quando ocorre um processo de ocupação e
desapropriação ou desocupação de um lugar, espaço ou território, como é o caso
da agricultura familiar minifundiária, ou de fazendas que também precisam cada
vez menos de mão-de-obra (por causa das máquinas e tecnologia à sua
disposição), criando uma paisagem cultural que se modifica com o correr do
tempo. A utilização dos recursos do solo, água, vegetação, ar, clima e paisagem
sofrem um processo de alteração, que cria um novo ambiente: o ambiente urbano
com aspecto de enchimento, de ocupação; o espaço rural com aspecto de
agredido, mas vazio. O mais grave é quando a ocupação ocorre de forma
desordenada e densa com carência dos serviços públicos essenciais, como por
exemplo, tem acontecido na maioria dos perímetros urbanos dos países
subdesenvolvidos, como o Brasil, a partir da década de 1950 prá cá. Estão agora
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desordenados o meio rural (a desocupação foi maciça e rápida demais,
principalmente a desestruturação, abandono e exclusão de famílias da pequena
propriedade agrícola familiar – que vão para outras frentes de trabalho – ou
sujeitam-se
aos
ditames
das
agroindústrias,
tornando-se
verdadeiros
subordinados integrados) o meio urbano e principalmente o ambiente.
Na agricultura brasileira, o ambiente sempre sofreu grandes
ataques, desde a ocupação e posterior colonização feita pelos portugueses em
1500. Mas foi principalmente com a Revolução Verde, como parte da estratégia de
modernização da agricultura, implementada por aqui em meados da década de
1960.
Esta euforia e desenvolvimento dos anos 60, se deve em
grande parte à influência dos países ricos que haviam desenvolvido experiências e
tecnologias ao longo da Segunda Guerra Mundial, e depois dela, na agricultura.
Surgiram os inseticidas, herbicidas, fungicidas e sementes milagrosas (os
híbridos). A indústria dos países ricos se desenvolveu para produzir estes
insumos, tratores, implementos e outras máquinas.
Esses países, donos desse “pacotão”, começaram a se
interessar pelos países novos e pobres para comercializar seus produtos a eles.
Esse pacote chamou-se de “Revolução Verde” e, com a concessão e incentivos
do governo ela entrou no Brasil (na ditadura militar, nos anos 60). A ONU
(Organização das Nações Unidas) e os governos incentivaram a “Revolução
Verde” como instrumento para acabar a fome dos povos necessitados da Ásia,
África e América Latina. Os Estados Unidos, foi o país que liderou este pacote
aqui na América e foram os que mais se beneficiaram. Grupos, como a Rockfeller,
Ford e Shell são exemplos dos que conduziram esses projetos.
A Revolução Verde modificou o ambiente, já que o objetivo era
aumentar a produção e a produtividade agrícola no planeta, através do
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desenvolvimento de experiências na genética vegetal e a aplicação de modernas
técnicas agrícolas. Além disso, houve uma transposição do modelo de produção e
consumo norte-americano para as regiões citadas anteriormente. A cultura da soja
ganhou destaque, para substituir a proteína animal pela proteína vegetal. No dizer
de Pessôa (2001, p. 22), o novo quadro na agricultura brasileira é radical e de
transformação, ao enfatizar que:
Dessa forma, consolidava-se o pacote tecnológico
da Revolução Verde. A partir desse momento
ocorreu um processo de transformação radical na
agricultura brasileira, tendo em vista sua integração
industrial . A ocupação do cerrado brasileiro, de
forma mais intensiva, a partir da Segunda metade da
década de 70, representa uma parcela significativa
dessas transformações e também a conquista de um
espaço considerado improdutivo do ponto de vista
agrícola. A modernização caracterizou-se como um
processo induzido e somente se tornou possível
mediante a intervenção do Estado.
No Brasil, no auge da destruição ambiental, no início da década
de 1970, lentamente passamos a ter uma consciência ambiental mais efetiva.
Nessa década, começam as pressões internacionais pela preservação ambiental,
principalmente pela experiência prática da Revolução Verde à pleno galope
naquele período histórico, que se desenvolvia por aqui. O Governo Federal saiu
com o argumento inicial de que a pobreza é a maior poluiçã” e, para eliminar esse
mal maior, poderia custar o ambiente. Num balanço suscinto e coerente do
período da ditadura, esta não conseguiu eliminar a pobreza e nem tampouco
preservar o ambiente. Na verdade os dois pioraram neste período. Basta lembrar
dos incentivos governamentais para os grandes projetos agropecuários no CentroOeste e Norte do país, onde a Amazônia é a maior prejudicada pelo seu rico e
diversificado ecossistema. Algumas ONGs (Organizações Não Governamentais)
surgem para defender com um lema pró ambiental, interesses de empresas,
pessosas interesseiras e ambições de proveito e poder.
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Conclusão
O avanço da ciência que estuda o comportamento dos animais
na sua vida em grupo (etologia), nos mostram que o viver em sociedade é uma
característica do reino dos seres vivos, sobretudo dos animais. Gonçalves (1989,
p. 15), afirma que “isto não quer dizer que o homem não seja um animal social,
mas que é social porque é animal e os animais vivem socialmente”.
O homem, ao longo da história, para viver em paz fez um
contrato social. Estabeleceu regras para a vida em sociedade. Conforme SERRES
(1991), o homem
ao fazer o contrato
deixou a natureza de fora; julgou-se
superior a ela. Esta natureza que ficou em segundo plano, poderá se vingar do
homem. Na visão do autor, devemos parar e refletir esta situação. Isto porque a
destruição da natureza é muito rápida e não consegue se regenerar.
Percebe-se ao longo da história, principalmente nos dois
últimos séculos, que a ciência como progresso entra em conflito com a natureza,
devido ao avanço técnico. Mas a técnica não é dominação da natureza: é
dominação da relação entre natureza e humanidade. A técnica é muito importante
ao homem, para facilitar seu trabalho, sendo a essência de um saber. Com a
posse de um saber, torna-se um ser constantemente insatisfeito e muitas vezes
alienado: ele quer mais; almeja o domínio sobre os homens e a natureza; torna-se
violento e não se vê mais membro da natureza. Como sujeito seqüestrado, onde o
corpo e a alma dos indivíduos são moldados ao aparato técnico, vai perdendo
esperanças, sonhos, utopias e fantasias. Torna-se urgente que o homem crie uma
identidade emancipatória, para reconquistar sua utopia perdida e pare de dar as
costas à natureza e ao futuro.
De qualquer forma, portanto, existe uma relação simbiótica
entre o homem, natureza, planeta e universo. Tudo e todos influenciam uns aos
outros e em todos os momentos. Mas, se o homem continuar a agir de uma forma
desorganizada sobre a natureza, esta, modificada se vingará ainda mais sobre o
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próprio homem. A Geografia e o ambiente, hoje, devem incluir o homem não como
ser naturalizado, mas como um ser social produto/produtor de várias tensões
ambientais. É necessário uma reaprendizagem das relações dos homens entre si
e deles com a natureza. Não podemos separar o homem da natureza. Trata-se da
necessidade da adoção de uma nova cultura, que enxergue na natureza e no
outro, conforme Morin (2003) uma alma. Trata-se na verdade, do resgate e do
cultivo do amor biológico, da emoção e da paz interior. Precisamos de uma
cultura, que se baseie no respeito à diversidade, amparada no princípio ético do
respeito à vida.
Referências Bibliográficas
BORNHEIM, G. Os Filósofos Pré-Socráticos. São Paulo: Cultrix, 1985.
DUBOS, René. Um deus interior. São Paulo: Melhoramentos/Edusp, 1972.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente. São
Paulo: Contexto, 1989.
LUCHIARI, Maria Teresa Duarte Paes. A (Re)significação da Paisagem no
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Paisagem, Imaginário e Espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001.
MORIN, Edgar. Ciência com Consciência. 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2003.
RODRIGUES, S. de A. Destruição e Equilíbrio: o Homem e o Ambiente no
Espaço e no Tempo. São Paulo: Atual, 1989.
SANTOS, Milton. TÉCNICA, ESPAÇO, TEMPO – Globalização e meio técnicocientífico-informacional. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1997.
SERRES, M. O Contrato Natural. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
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