FUNCIONAMENTO NEUROPSICOLÓGICO DE UMA CRIANÇA COM TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO E RESPOSTA AO TRATAMENTO. Wandersonia Moreira Brito Medeiros (laboratório de ciências cognitivas e percepção- Universidade Federal da Paraíba – PB)** Aracelly Maria Marques Trigueiro (Centro Universitário de João Pessoa – PB) Carla Alexandra da Silva Moita Minervino (Núcleo de Estudos em Saúde Mental, Educação e PsicometriaUniversidade Federal da Paraíba) Morgana do Nascimento Andrade (laboratório de ciências cognitivas e percepção- Universidade Federal da Paraíba – PB)** Nelson Torro Alves (laboratório de ciências cognitivas e percepção- Universidade Federal da Paraíba – PB) Introdução: estudos neuroanatômicos de pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) sugerem associação do transtorno com disfunção de estruturas frontoestriatais. Os estudos neuropsicológicos destes indivíduos confirmam essa hipótese, porém há pouca investigação acerca de como estes pacientes evoluem cognitivamente em resposta ao tratamento. Objetivo: O seguinte trabalho apresenta os dados de uma avaliação e reavaliação neuropsicológica de uma criança com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e as evoluções decorrentes do tratamento. Método: foi utilizada uma bateria de testes neuropsicológicos incluindo rey auditory verbal (RALVT), escala de inteligência wechsler para crianças 4ª Edição (WISC-IV), Winsconsin, questionário Infanto-Juvenil, inventário de depressão infantil (CDI) e bateria geral de funções mentais- BGFM, TECON na avaliação inicial e na reavaliação. Resultados e Discussão: ABDN, sexo masculino, tinha 06 anos quando os sintomas surgiram, apresentava rituais de contaminação, contagem e repetição: Ficava amedrontado, andava no canto da parede, não queria tocar em ninguém, tinha medo de mendigos, não pegava em bananas, repetia tudo que fazia. Com tratamento psicológico os sintomas amenizaram até que em 2012, aos 14 anos apresentou uma crise muito forte incluindo delírios de perseguição e episódio depressivo ocasionado também muitos déficits na aprendizagem. Suas obsessões e compulsões voltaram e passou a ter vários rituais no banho. A criança era acompanhada por um psiquiatra e fazia uso de kitapen 100mg efexor 150mg. A avaliação neuropsicológica inicial evidenciou déficits de memória operacional, velocidade de processamento, funções executivas, memória imediata, atenção e sintomas emocionais como ansiedade e depressão. Logo em seguida iniciou-se um acompanhamento psicológico na abordagem cognitivo-comportamental. Após um ano as evoluções foram significativas, a criança reduziu o número de repetições, não apresentava mais os rituais do banho, voltou a estudar e passou de ano. A reavaliação foi aplicada após um ano do início do tratamento, os mesmos testes foram aplicados. Os resultados apontam aumento dos escores de velocidade de processamento e memória operacional do WISC-IV, melhora do nível de memória recente. O déficit de atenção permanecia porém em menor intensidade. Os sintomas de ansiedade e depressão também melhoraram levando em consideração o relato do jovem e pais e a diminuição dos escores das escalas. Através da avaliação neuropsicológica pudemos vislumbrar não só a melhora do quadro clínico e qualidade de vida, mas também as evoluções cognitivas que acompanharam a melhora. Observamos uma eficácia do tratamento da terapia cognitivo-comportamental aliado ao tratamento famacológico. Palavras-chave: TOC, avaliação neuropsicológica, terapia cognitivo-comportamental. Área Tematica - Neuropsicologia Cognitiva C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5