Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Estudo Computacional do Mecanismo Antioxidante do α-Tocoferol,
Eugenol e Isoeugenol
1,2
2
2
José R. Cândido Júnior* (PG) , Adelaide S. Bessa (IC) , Glaydson L. F. Mendonça (PG) , Pedro de
2
3
Lima Neto (PQ) , Luiz A. S. Romeiro (PQ) . E-mail:[email protected]
1 – Departamento de Ensino - IFCE - Campus de Iguatu,CEP 63500-000 - Cajazeiras - CE
2 – Dep. de Quím. Analítica e Físico Química – UFC - Campus do Pici, Bloco 940 CEP 60455-960 Fortaleza – CE.
3 – Faculdade de Ciências da Saúde – UNB - Campus Darcy Ribeiro Campus CEP : 70904-970 – Brasília – DF.
Palavras Chave: Antioxidante, Eugenol, Isoeugenol, α-Tocoferol, DFT.
Introdução
Eugenol (EUG) e Isoeugenol (IEG) são isômeros e
componentes principais dos óleos essenciais do
cravo-da-índia e da noz moscada, respectivamente.
O α-tocoferol (aTOC) é a forma preferencial da
vitamina E que é absorvida pelo organismo. Estas
três moléculas fenólicas desempenham atividade
antioxidante no organismo. Dados experimentais da
literatura apontam que, dentre as três, a que possui
maior atividade antioxidante no teste de DPPH é o
aTOC com SC50 10 µM, seguido por IEG, com SC50
1
19 µM, e o EUG com SC50 67 µM. Neste trabalho,
mostramos por cálculos baseados na Teoria do
Funcional da Densidade (DFT), usando o método
BB1K/6-311+G(d,p)
presente
no
programa
Gaussian 09, que o fator cinético é predominante
para a atividade antioxidante no teste de DPPH.
Neste
trabalho
consideramos
conveniente
representar
aTOC
pelo
2,2,5,7,8pentamentilcroman-2-ol
(PMC),
uma versão
simplificada do α-Tocoferol, a fim de reduzir o custo
computacional, entretanto preservando os sítios
reacionais. A Figura 1 mostra as estruturas
bidimensionais para EUG, IEG, aTOC e PMC.
R=H
HO
PMC
mostra os valores de ∆GRAD-PAD para os dois
radicais mais estáveis do EUG, IEG e PMC.
Tabela 1. Energias livres de Gibbs padronizadas
dos radicais
R
R=
O
O
EUG
H
IEG
H
O
O
a
36 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
PMC-RF
394,2
PMC-RM2
406,5
EUG-RF
403,5
EUG-RBZ
393,8
IEG-RF
401,2
IEG-RF
399,6
Nossos resultados sugerem que estabilidade do
radical formado não implica, obrigatoriamente, em
maior atividade antioxidante no teste de DPPH,
especificamente. Já o fator cinético da reação,
representado pela energia do estado de transição,
parece ser o principal responsável pelo SC50 das
espécies estudadas.
Agradecimentos
CNPq, CAPES, CENAPAD-UFC.
____________________
1
Para padronizar as energias livres de Gibbs dos
radicais foi subtraído o valor da energia das
moléculas: ∆GRAD/PAD =∆GRAD - ∆GMOL. A Tabela 1
∆G RAD/PAD
Kcal/mol
Conclusões
Figura 1. Estruturas em 2D das moléculas
Resultados e Discussão
Espécie
Em fase gasosa, a formação do radical benzílico do
Eugenol (EUG-RBZ) foi a mais favorável, sendo 0,4
-1
kcal.mol mais estável que o radical fenólico (RF)
do PMC. No entanto, essa maior estabilidade do
EUG-RBZ não explica a menor atividade
antioxidante relativa do EUG. Cálculos semelhantes
foram realizados para padronizar os valores de
energia livre para os estados de transição: ∆GTS/PAD
= ∆GTS - ∆GMOL. O estado de transição para a
formação dos RF das três moléculas foi o de menor
energia, sendo que o ∆GTS para o PMC foi mais
favorável, sendo 3,6 e 4,2 kcal/mol mais estável
que os valores de ∆GTS do IEG e EUG,
respectivamente. Estes resultados estão de acordo
com os valores de SC50 obtidos na literatura.
aTOC
O
∆GRAD/PAD
Kcal/mol
Espécie
Zasshi, Y. The Pharmaceutical Society of Japan, 2005,125(4), 371375.
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Estudo Computacional do Mecanismo Antioxidante do α