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Instituto Fractal
ABBC
Famílias e empresas têm mais tempo para pagar dívidas
24/02/2014
http://www.abbc.org.br/noticiasview.asp?idNoticia=5155
FAMÍLIAS E EMPRESAS TÊM MAIS TEMPO PARA PAGAR DÍVIDAS
Os prazos médios de pagamento de concessões de crédito subiram no ano passado.
Dados do Banco Central (BC) mostram que em dezembro de 2012 os empréstimos
tinham um período de pagamento médio de 87,5 meses. No mesmo período do ano
passado, esse tempo subiu para 101,6 meses.
O alongamento nos prazos aconteceu tanto entre pessoas físicas quanto jurídicas, mas
foi maior no primeiro. Segundo o Banco Central, as famílias tinham um tempo médio
de 123 meses para quitar suas dívidas em dezembro de 2012, ao final do ano passado
esse prazo subiu para 139,2 meses em média.
Esse crescimento foi puxado, sobretudo pelo financiamento imobiliário que se tornou
a maior linha para pessoas físicas em agosto do ano passado, superando os
empréstimos pessoais. Por ser de longo prazo, conforme o crédito para compra de
imóveis ganha espaço, os prazos médios também sobem.
"As pessoas estão financiamento cada vez mais imóveis, e é da natureza desse tipo de
crédito ser de longo prazo. Conforme essa linha ganha mais representatividade, os
prazos médios acompanham e também se alargam", afirmou o presidente do Instituto
Fractal de pesquisas, Celso Grisi.
Já entre as empresas, o tempo médio subiu de 60,8 meses para 72,6 meses no mesmo
intervalo de tempo. Algumas linhas impulsionaram o crescimento, o financiamento
para investimento com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) foi uma delas. Nesse segmento, que cresceu 15,9% em 2013, o prazo
médio para pagamento é mais alto que em outras linhas.
Em média, as empresas tiveram 134,7 meses para pagar o financiamento para
investimentos em dezembro do ano passado. No mesmo período de 2012, esse tempo
foi de 105,5 meses.
O capital de giro, outra linha bastante importante para empresas cresceu 5,9% em 12
meses. O prazo médio para a quitação dessa dívida caiu de 34,3 meses em dezembro
de 2012 para 33,6 meses em igual período de 2013.
"Algumas linhas de menor prazo, como capital de giro, tiveram um desempenho fraco
no ano passado em comparação com linhas com maior tempo para quitação da dívida.
Da mesma forma como aconteceu nas pessoas físicas, isso fez com a média do crédito
para pessoas físicas subisse", afirmou Celso Grisi.
Ainda de acordo com especialistas, os bancos estão dando preferência em créditos
mais seguros e que normalmente são de longo prazo. A inadimplência em capital de
giro foi de 3,6% em dezembro do ano passado, enquanto que no financiamento para
investimentos, 0,4%. Ou seja, a segunda linha é mais segura para os bancos que a
primeira.
Para o economista da Boa Vista Serviços, Flávio Calife, a seletividade dos bancos deve
continuar. "Em 2013 o receio com o crescimento da inadimplência fez com que os
grandes bancos, sobretudo os privados, passassem a ser mais rigorosos concessão do
crédito, diferente do que aconteceu em 2012, e isso deve se manter em 2014",
analisou.
Fonte: DCI - 24.02.14
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