BPI
ESTUDOS ECONÓMICOS
E FINANCEIROS
COMENTÁRIO
DE
MERCADO
26 de Outubro de 2009
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OS INDICADORES ECONÓMICOS DA SEMANA
Na última semana, os indicadores económicos divulgados nos EUA e na Europa confirmaram a existência de
cenários de recuperação de ambas as economias, embora estes se desenhem a um ritmo moderado. Nos EUA, foi
publicado o livro Bege, que revelou uma estabilização, ou recuperação ligeira, em vários sectores nos vários
distritos analisados. De acordo com a análise do Livro Bege, à semelhança do que já havia sido sugerido pela
anterior análise e pelos indicadores económicos entretanto conhecidos, a estabilização/recuperação da actividade
económica está a ser liderada pelo sector da manufactura e pelo sector imobiliário. Ao longo da última semana
foram conhecidos vários indicadores referentes ao mercado imobiliário em Agosto/Setembro, que confirmam a
estabilização da actividade do sector, embora se verifique ainda a falta de dinamismo. Designadamente, as vendas
de casas usadas aumentaram mais do que o esperado em Setembro, +9.4%, acima das expectativas; o número de
novas construções de habitações também aumentou +0.5%, embora menos que o esperado em Setembro: as
construções na categoria multi-familiar caíram 15.2%, para 89,000 unidades; as construções na categoria
unifamiliar cresceram 3.9%, para 501,000 unidades. Em termos homólogos, a construção de novas casas caiu
28.2%; isto acresce que as licenças de construção, que dão uma indicação da construção futura, caíram 1.2%,
para 573,000 unidades em Setembro; finalmente, refira-se que o indicador de evolução dos preços das casas caiu
0.3% em Agosto. Nos EUA, foi também conhecido o índice avançado do Conference Board, que subiu para 103.5
em Setembro, o patamar mais elevado desde Outubro de 2007. No entanto, os dados relativos aos pedidos
semanais de subsídios de desemprego surpreenderam negativamente, aumentado em 11,000, para 531,000,
acima do que se estava à espera, revelando as dificuldades de recuperação do mercado de trabalho.
Esta semana, nos EUA, está agendada a divulgação dos dados do PIB do terceiro trimestre (5ªfeira), relativamente
aos quais se espera que confirmem que a economia se encontra em processo de recuperação, tendo deixado para
trás a mais grave crise das últimas décadas. Outros dados ao longo da semana deverão dar indicações acerca do
desempenho da economia nos últimos meses. Na 3ªfeira e 6ªfeira, serão conhecidos os dados dos índice de
sentimento do consumidor do Conference Board da Universidade de Michigan, respectivamente. A expectativa é a
de que o índice do Conference Board apresente uma evolução positiva em Outubro, relativamente a Setembro; mas
os números preliminares do índice de Michigan revelaram uma queda relativamente ao mês anterior,
possivelmente reflectindo as dúvidas que o mercado de trabalho ainda suscita. Na 4ªfeira, as encomendas de bens
duradouros poderão apresentar uma evolução positiva em Setembro, depois de em Agosto se ter observado um
movimento negativo.
Na Europa, a última semana foi marcada por um conjunto de indicadores económicos favoráveis. Nomeadamente,
foram divulgados os Flash PMI de Outubro, que surpreenderam pela positiva. O PMI da manufactura subiu para
50.7, face a 49.3 em Setembro, situando-se acima da barreira dos 50, que indica a fronteira a partir do qual o
sector entra em expansão; o PMI dos serviços subiu para 52.3, face a 50.9 em Setembro; e, o indicador compósito
subiu de 51.1 para 53.0 em Outubro. Por países, destaca-se o desempenho de França, em que o PMI da
manufactura subiu para 55.3 e dos serviços subiu para 57.8. Na Alemanha, o índice da manufactura subiu para
51.1 e o dos serviços caiu. Mas, ainda na Alemanha, há a destacar o desempenho do índice Ifo, referente ao
sentimento entre os empresários alemães, que subiu para 91.9 em Outubro, face a 91.3 em Setembro, atingindo o
patamar mais elevado desde Setembro de 2008. Há a assinalar que o Ifo tem apresentado uma evolução positiva,
confirmando a recuperação dos níveis de confiança dos agentes económicos, embora a um ritmo mais moderado
que o esperado. A componente de condições correntes subiu para 87.3 (o mais elevado desde Dezembro); a
componente de expectativas subiu para 96.9 (o mais elevado desde Maio de 2008). Também na UEM, em Agosto,
as encomendas às fábricas cresceram a um ritmo mais acentuado que o antecipado. Registou-se uma taxa de
crescimento de 2.0%, sendo que em termos homólogos se observou uma variação de -23.1% (-24.9 e -25.7%, em
Julho e Junho, respectivamente). Em termos mensais, verifica-se uma série de quatro meses positivos
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consecutivos. Este indicador, aliado aos dados dos PMI’s, reforça a convicção de que o sector industrial estará a
desempenhar um papel relevante no processo de recuperação da economia europeia. No entanto, observando
detalhadamente, é importante verificar que as encomendas de bens de consumo apresentaram variações negativas.
Esta semana, na UEM, está prevista a divulgação dos dados de sentimento económico na 5ªfeira, relativamente
aos quais as estimativas deixam antever uma subida significativa em Outubro relativamente a Setembro,
consolidando a tendência de subida observada desde Março, constituindo mais um sinal de maior vigor por parte
da economia europeia. Aguarda-se também a publicação da inflação de Outubro (6ªfeira). De acordo com as
estimativas, o índice de preços deverá retomar uma variação mensal positiva, depois de uma variação nula no mês
passado. Finalmente, na Alemanha, destaca-se a divulgação da taxa de desemprego (5ªfeira).
Dep. EEF – Comentário Semanal_ALA_15/10/2009
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