Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Inserção de Tecnologias no Ensino da Matemática Thiago Henrique das Neves Barbosa Luiz Alberto Pilatti Resumo O cenário científico-tecnológico a cada ano tem mudado aceleradamente de tal forma que a grande maioria da população está inserida neste contexto. É inevitável a inserção gradativa de todas as áreas do conhecimento ou da ciência como um todo neste cenário. No contexto escolar é notável essa mudança. Hoje se fala de tecnologias no ensino. Desta forma, este artigo apresenta e discute a inserção de novas tecnologias no ensino da matemática. Em particular, são analisadas duas dessas tecnologias: o uso de computadores juntamente com softwares e o uso de calculadoras. Além disso, ressalta pesquisas que demonstram os benefícios da inserção desses recursos no processo de ensino-aprendizagem em matemática, salientado quando é possível usar e qual o objetivo de se usar tais instrumentos. Palavras-chave: Tecnologia, escola, educação matemática. Abstract Insertion Technology in Mathematics Teaching The scientific-technological scenario each year has changed so quickly that the vast majority of the population is placed in this context. It’s inevitable the gradual integration of all areas of knowledge or science as a whole in this scenario. In the school context is remarkable this change. Today we talk about technology in education. Thus, this paper presents and discusses the integration of new technologies in the teaching of mathematics. In particular, the analysis of these two technologies: the use of computers along with software and the use of II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT calculators. In addition, highlights research demonstrating the benefits of integration of these resources in the teaching and learning in mathematics, stressed when you can use and what the purpose of using such instruments. Keywords: Technology, school, math education. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Introdução A invenção de inúmeros artefatos tecnológicos tem como objetivo facilitar o cotidiano de uma sociedade que exige velocidade na recepção, troca e envio de informações. Estes estão cada vez mais acessíveis a qualquer pessoa, algo que não acontecia há algumas décadas atrás. Hoje a grande maioria tem acesso à internet, a televisão, rádio, etc. que deixam todos os integrantes de uma sociedade a par das mínimas informações necessárias para que haja integração do indivíduo no meio em que ele vive. Não ter informações atualizadas sobre acontecimentos cotidianos, significa para a sociedade de hoje estar num patamar surreal. Desta forma cada vez mais são desenvolvidas novas maneiras para que essas informações sejam transmitidas de maneira sucinta, prática, rápida e em grande quantidade de tal forma que todo indivíduo tenha o máximo de informações para que ele possa integrar-se num grupo social. Além disso, as tecnologias não são criadas somente para a troca e recepção de dados. Mas também, de maneira geral, para otimizar a vida dos seres humanos: no trabalho, nos afazeres domésticos, nos lazeres, inclusive no ensino. Este último por sua vez tem sido alvo de muitas pesquisas por parte dos professores pesquisadores, pois cada vez mais as TIC’s (Tecnologia de Informação e Comunicação) estão sendo inseridas dentro dos estabelecimentos de ensino em todos os níveis. Em particular, podese pensar no uso de tecnologias no ensino de matemática, pois se trata de uma disciplina base para o desenvolvimento tecnológico. Isto é, não existe um curso de graduação na área tecnológica que não tenha disciplinas de matemática. Logo, essa ciência e a tecnologia estão intimamente ligadas. Então por que não inserir dentro da sala recursos que beneficiam o processo de ensino-aprendizagem em matemática? Pesquisas feitas por inúmeras pessoas da área mostram que uso de calculadoras gráficas e softwares têm contribuído muito no processo educacional. A questão é quando e como inserir estes recursos numa aula de matemática. Não se pode aderir somente a recursos computacionais, pois no processo de ensino-aprendizagem o debate e as discussões são essenciais. Se somente o recurso for usado, a interação (perguntaresposta e réplica-tréplica) passa a não existir mais. Entender conceitos matemáticos exige a discussão da teoria, algo que não pode ser realizado com o aluno somente defronte a um computador ou a uma calculadora. Estes dois são somente, ferramentas que podem auxiliar de maneira considerável tanto professor como estudante para aperfeiçoar e desvendar propriedades matemáticas. Analisando este contexto se faz necessário uma análise qualitativa do uso de tecnologias na escola. A idéia não é simplesmente o uso do recurso, mas a influência positiva que ele causa na aquisição de novos conceitos por parte dos alunos. Desta forma, desfrutar destas inovações exige II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT uma avaliação e análise peculiar do que e para que se quer usar. A partir destes argumentos, o presente artigo tem como objetivo discutir os benefícios que algumas tecnologias podem trazer e já trazem no ensino da matemática, enfatizando o uso de softwares e calculadoras, e os cuidados que devem ser tomados ao inseri-los numa aula. Softwares no ensino da matemática: quais aplicativos podem ser podem ser usados. Existe uma variedade de softwares que podem ser usados para o ensino da matemática, no entanto é necessário distingui-los. Aqui serão diferenciados da seguinte forma. Softwares educacionais – são programas que são desenvolvidos com o intuito de auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de determinada área do conhecimento. São criados exclusivamente para o ambiente escolar. Exemplo: Tarsia. Nesse programa é possível desenvolver jogos pedagógicos para ensinar matemática. Observe que ele foi desenvolvido para ser aplicado na educação matemática. Softwares não-educacionais – qualquer aplicativo que é desenvolvido sem o intuito de ser aplicado no contexto escolar. Como exemplo, pode-se citar o MATLAB que se trata de um software para trabalhar com problemas de análise numérica. No entanto, um software que não foi criado com objetivo pedagógico não significa que não pode ser inserido no contexto escolar. Muitas teses, dissertações foram feitas analisando a melhora do ensino de matemática a partir de softwares como o MATLAB, MAPLE, WINPLOT. Todos esses aplicativos não foram desenvolvidos com o intuito de ser aplicado no ensino. Para exemplificar a potencialidade de um desses aplicativos, analise a seguinte problema: Verifique a igualdade: i(cosx + isenx ) = cos(x + π 2) + isen(x + π 2) , onde i é a unidade imaginária dos números complexos e x é um número qualquer do conjunto dos reais. Analisando este problema, a maneira mais conveniente de explicar isso ao aluno de ensino médio é a partir da visualização dos gráficos. Aplicando a distributiva no primeiro membro teremos: − senx + i cos x = cos(x + π 2) + isen(x + π 2) . Assim pela definição de igualdade de números complexos temos que − senx = cos(x + π 2) ou cos x = sen(x + π 2) . Se estas duas últimas igualdade forem verificadas então a primeira igualdade é verdadeira. O objetivo aqui não é demonstrar matematicamente isso, mas verificar a partir da visualização se esta igualdade é verdadeira ou não. Neste caso o aplicativo que será usado é o WINPLOT. Observe os gráficos abaixo: II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT y 3 2 1 x −2π −3π/2 −π −π/2 π/2 π 3π/2 2π π/2 π 3π/2 2π −1 −2 −3 Este primeiro gráfico indica a função − senx y 3 2 1 x −2π −3π/2 −π −π/2 −1 −2 −3 Este segundo gráfico indica a função − senx e a função cos x . Observe que para que para os gráficos sejam equivalente, basta que o gráfico da função cosseno translade para a esquerda π 2 no eixo das abscissas. Fazendo o gráfico da função cos(x + π 2) temos: II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT y 3 2 1 x −2π −3π/2 −π π/2 −π/2 π 3π/2 2π −1 −2 −3 O que você leitor consegue concluir em relação a esses gráficos? A partir disso é possível fazer uma série de atividades de investigação com os alunos. Neste caso, verifica-se que se temos a função cos x , e tomarmos então outra função cos( x + a ) com “a” positivo, teremos que o gráfico da função se deslocara uma distância “a” para esquerda do gráfico. Analogamente podese verificar a segunda igualdade que faltava. O leitor pode se perguntar no que o software foi relevante, visto que tudo poderia ser feito no quadro-negro pelo professor. Aí estão algumas vantagens relevantes: • Os gráficos são precisos. Não é necessário se preocupar com escalas ou se a curva está de acordo o que de fato deve ser. • A velocidade de transmissão de dados, ou seja, os alunos podem fazer vários gráficos simultâneos e compará-los. Além disso, pode alterar facilmente os parâmetros das funções e observar o seu comportamento. • A interação, ou seja, o aluno manipula da maneira que ele achar conveniente. O professor será somente um mediador do processo de ensino-aprendizagem. Em relação à última vantagem citada, Leme (2007, p. 42) ressalta: II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT “O computador pode ser um importante recurso para promover a passagem da informação ao usuário ou facilitar o processo de construção do conhecimento. No entanto, o processo não deve estar restrito ao software, mas a interação do aluno-software [...]” Como foi comentado anteriormente, o programa junto com a ferramenta computacional deve ser apenas um artefato que ajuda a melhorar qualitativamente o ensino da matemática, mas nunca o ensino pode ser totalmente dependente desses recursos. Uma experiência realizada no CEFET Rio Pombas por Vargas e Silva (2008) comprova o potencial do WINPLOT. Os dois pesquisadores realizaram uma experiência com seis alunos que foram reprovados na disciplina de cálculo diferencial e integral. Uma das problemáticas observadas pelos pesquisadores foi que os alunos sabiam regras de derivação de funções, mas não entendiam o conceito. Algo muito comum no ensino de matemática. Após a atividade em ambiente informatizado onde os alunos manipulavam o software, houve resultados satisfatórios em relação à concepção que os alunos passaram a ter em relação ao conteúdo de derivadas. Tal assunto geralmente é visto pelos alunos nos primeiros períodos de qualquer curso da área tecnológica ou exata (Engenharias, matemática, física, ciência da computação, etc). A interação entre aluno-máquina é fundamental caso for inserido na aula de matemática. Segundo Ruthven e Hennessy (2002, p. 48): “[...] Não é de estranhar que os estudos do uso do computador na matemática escolar foram amplamente examinadas situações explicitamente inovadoras, geralmente ligados a projetos de desenvolvimento de algum tipo [...]” “[...] Do mesmo modo, o foco desses estudos tem sido predominantemente na cognição e interação aluno máquina”. (Tradução pessoal) Desta forma o professor deve estar em sala como mediador entre o aluno e a máquina. O programa não dará as respostas para os alunos. Com ele apenas será possível manipular entes matemáticos de tal forma que os estudantes possam criar suas próprias conjecturas. Toumasis (2004, p. 8) comprova isto em uma atividade cujo tema era logaritmos: II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT “Olhando para as mudanças substanciais que a tecnologia trouxe nos últimos anos, acreditamos que o ensino da matemática terá que se adaptar com as novas circunstâncias ou então se tornará cada vez mais irrelevante. Esta exploração é um exemplo de como o uso da tecnologia em uma aula de matemática permite que os alunos descubram e explorem as relações matemáticas. Nesta atividade agradável, os alunos descobriram um resultado com base em uma atividade no computador e, em seguida, verificaram o resultado analítico. As principais questões foram colocadas e resolvidas de forma interativa pelo aluno e o computador. Convém salientar que este esforço de investigação não acrescenta fatos novos ao mundo da matemática. Aquele não era o nosso propósito. O ponto era que o conhecimento adquirido às vezes era novo tanto para o professor como para o aluno. Estes resultados não existem em livros comuns de texto de cálculo que os alunos utilizam e, portanto, eles tiveram a oportunidade de redescobri-los apreciando as experiências únicas escondidas em uma aventura”. (tradução pessoal) Outra vantagem de fazer uma atividade em ambientes informatizados, como o autor acima relata, é o fato de o aluno criar conjecturas que não são esperadas pelo professor, ou seja, novas alternativas de ensino são desvendadas pelos próprios alunos. Desta forma o docente acaba absorvendo novos conhecimentos a partir das experiências e descobertas dos seus estudantes, participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, a impressão que o aluno tem de que a matemática é uma ciência pronta e acabada mude. Uso de Calculadoras no Ensino de Matemática Outra questão a ser analisada é o uso de calculadora na aula de matemática. Alguns cuidados precisam ser tomados antes de inserir esta tecnologia em sala. O primeiro deles é que só se deve beneficiar o aluno com esse recurso desde que ele saiba como operar sem ela. Isto é, um erro comum que muitos professores de matemática do ensino fundamental cometem, por exemplo, é permitir seu uso, conscientes de que os alunos não sabem fazer as quatro operações básicas. A calculadora deve ser usada como ferramenta para otimizar o processo de aprendizagem de outras matérias. Desta forma, obviamente não se deve usar quando o objetivo é ensinar as quatro operações básicas. Ela deve ser usada mais tarde quando o foco não for mais II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT esse. Além disso, o fato da dela ser uma ferramenta implica que o estudante na falta de uma, deve ter bagagem matemática para resolver determinado problema. Ele não pode tornar-se dependente do recurso. Partindo deste pressuposto de que o aluno, independentemente do grau de instrução no qual ele está inserido, deve usar a calculadora como uma ferramenta a qual ele não pode se tornar dependente, pesquisas indicam que o uso de calculadoras gráficas no ensino da matemática tem contribuído para seu aprendizado. Segundo Graham e Thomas (2000, p. 268) existem duas qualidades que não foram explorados com relação ao uso de calculadora na educação matemática: “[...] Em primeiro lugar, como a informática, as variáveis são intrinsecamente empregadas em suas operações e seu grande número de variáveis que podem ser designadas são identificadas ou rotuladas pelo uso de letras maiúsculas. [...] O ato de armazenar e recuperar números das variáveis fornece uma relação direta com o uso de letras no início da álgebra. Em segundo lugar, o visor múltiplo permite ver uma linha, refletir sobre ela e interagir com vários dados anteriores de entrada e saída, verificando alguma mudança na natureza de uma variável. Este elemento dinâmico é um aspecto importante a salientar, ao apresentar ideias sobre variável”. (tradução pessoal) Os autores comentam sobre o uso de letras (variáveis) no ensino da álgebra. Até o quarto ano o aluno, em geral, somente trabalha com problemas numéricos, onde nenhuma variável é inserida. A partir do quinto ano o aluno se depara com o as “letras” no estudo da álgebra. Trata-se de uma fase do processo de ensino da matemática muito impactante para o aluno, pois é uma fase transitória onde ele desvincula-se do concreto para entrar na etapa que Piaget designa abstrata reflexiva. Trata-se de uma etapa onde o indivíduo consegue construir relações entre objetos de tal forma que a variável (letras) consegue ser observada e analisada mesmo que ela não seja mensurável e/ou visível. Para facilitar o trabalho, a manipulação destas “letras” em uma calculadora ajuda expressivamente a desenvolver esta etapa. Em geral, aulas de matemática são somente expositivas, isto é, o aluno ouve muito mais do que age. Quando é permitido ao aluno explorar este tipo de recurso ele acaba transferindo os dados da memória de trabalho (onde as informações são armazenadas por pouco tempo e por II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT isso também é chamada de memória de curto prazo) para a memória de longo prazo (onde as informações são gravadas por tempo ilimitado). O interessante no processo de ensinoaprendizagem é sempre conseguir atingir no aluno a memória de longo prazo. A ação do aluno favorece isso. Considerações Finais As tecnologias em um curto prazo de tempo serão integradas no contexto escolar, talvez não totalmente, mas em grande parte das escolas do país. Todas as áreas do conhecimento possuem e criam cada dia mais novos recursos que podem e devem ser trabalhadas em sala de aula. Hoje existe uma série de problemas burocráticos de cunho governamental que impedem o investimento (principalmente nas escolas públicas) de novas tecnologias. No entanto, observa-se que no ensino privado tem investido bastante em novos recursos. Dificilmente nos deparamos com uma escola privada que não possui uma sala de informática. Se está sendo usado ou não, isto caracteriza outra problemática que não é o objeto de discussão desse artigo. Outro fator preocupante é a formação continuada dos professores. Será que os docentes estão capacitados a realizar suas aulas em ambientes informatizados o fazendo uso de uma tecnologia? Será que ele tem bagagem teórica para poder desenvolver tal atividade. Desta maneira, pode-se pensar na prática reflexiva do professor. Uma pós-graduação é muito importante que o educador esteja sempre a par de novos conhecimento e teorias e forneçam suporte no seu dia-a-dia de trabalho junto aos alunos. Porém, a autorreflexão do professor com relação a sua prática docente é fundamental. É desperdício possuir toda uma infraestrutura tecnológica ideal de ensino sem que haja profissionais capacitados para usufruir dos vários recursos. Outra problemática é a formação dos licenciados durante a graduação. Analisando quatro cursos de licenciatura em matemática em quatro regiões distintas do país, observou-se que em aproximadamente 2% das disciplinas de cada curso são de áreas que envolvem tecnologia. E não necessariamente essas disciplinas da área tecnológica são voltadas diretamente para o ensino. Está incluso nestes 2% disciplinas como: programação de computadores e métodos numérico onde o uso de tecnologias (neste caso o computador) é fundamental, no entanto estas duas não estão focadas no ensino. A estruturação desses currículos devem se adequar ao cenário científico-tecnológico atual para que o profissional que termine o curso de licenciatura em qualquer área do conhecimento II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT esteja apto, isto é, tenha bagagem teórica e prática para adequar-se ao uso de recursos tecnológicos em sua aula. Referências LEME, Nelson D. O ensino-aprendizagem de matemática financeira utilizando ferramentas computacionais: uma abordagem construcionista. 2007. 199 f. (Mestrado em Educação Matemática) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007. RUTHVEN, Kenneth; HENNESSY, Sara; BRINDLEY, Sue. Teacher representations of the successful use of computer-based tools and resources in secondary-school English, mathematics and science. 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Thiago Henrique das Neves Barbosa, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Ponta Grossa, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia (PPGECT), [email protected] Luiz Alberto Pilatti, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Ponta Grossa, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia (PPGECT), [email protected] II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 24 ISSN 2178-6135