Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT INSTIGANDO A APRENDAGEM DA QUÍMICA ORGÂNICA POR MEIO DE UMA POSTURA DOCENTE EMPREENDEDORA: PROCESSOS DE RECICLAGEM DE ÓLEO VEGETAL E A OBTENÇÃO DE SABÕES EM UM ESTUDO EXPLORATÓRIO Débora Barni de Campos Marcos Flávio Pádua Góes Moraes Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira Luis Mauricio Martins de Resende Renato de Mello Resumo A Química Orgânica como integrante das Ciências Naturais facilita um importante elo da disciplina com a crítica sensata ambiental, auxiliando o docente a lecionar para educar cidadãos críticos capazes de tomar decisões. Os resíduos domésticos apresentam-se como um grande abjeto da atualidade que polui degradando a natureza quando provém das residências e comércios. O presente artigo mostra uma experiência feita em sala de aula com óleo vegetal já utilizado para alimentação, onde ocorre a transformação, utilizando-se de soda cáustica para a fabricação de sabão. Produto com excelente viabilidade econômica e aplicabilidade extensa, fomentando assim uma atitude sócio-responsável nos discentes além de elucidar os conteúdos programáticos de química orgânica. Palavras-chave: Docência empreendedora; Resíduos domésticos; Reciclagem; Sabão de óleo vegetal. Abstract I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 266 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Prompting the learning of organic chemistry by a teacher entrepreneurial attitude: recycling processes of vegetable oil and soap in obtaining an exploratory stud. The Organic Chemistry of the Natural Sciences, facilitates an important link in the discipline with the critical environmental sense, helping the teachers to teach and to educate citizens ables to make critical decisions. Household waste are a large and important problem that pollutes and degrading, when its nature comes from the homes and shoppings. This article describes an experiment done in the classroom with vegetable oil already used for food, where the transformation occurs, using caustic soda for the manufacture of soap. Excellent product with extensive applicability and economic viability, thus promoting a social and responsible attitude in students as well as clarify the programmatic content of organic chemistry. Keywords: Teaching entrepreneurship, domestic waste, recycling, vegetable oil soap. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 267 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Introdução O professor em processo de re-elaboração de sua prática, pode direcioná-la de forma a desenvolver uma atitude empreendedora de fomento ao entusiasmo discente. A docência atuante e preocupada em melhorar, procura diversificar a praxis para buscar uma resposta próativa em seus alunos. Para Moraes et al (2001), a implementação de uma nova metodologia de ensino e sua aplicação em sala de aula requer uma mudança de atitude do professor, mais interiorizada e resistente que possíveis alterações nas estratégias de ensino, passíveis de serem revistas em planejamento. A transformação nas atitudes é complexa, porque envolve mais que substituições, e dilatada, pois depende de comportamento ativo, dinâmico demandando bastante produção extra e tempo. A utilização de variados recursos didáticos possibilita o aluno participar do processo de construção do conhecimento, permitindo que se perceba a relação entre teoria e prática. A interdisciplinaridade e contextualização devem caminhar de encontro ao conteúdo químico, abordando os temas com ênfase na problemática ambiental e desenvolvendo uma atitude socialmente responsável no aprendiz. Devido à fragmentação de conteúdos herdadas do positivismo e como modelo contemporâneo de ensino, há uma dificuldade em se trabalhar de forma holística um assunto multidisciplinar. A partir desta prática, o aluno começa a perceber que aquilo que aprende em ambiente escolar está diretamente relacionado à sua vivência, colaborando na formação de cidadãos conscientes, capazes de tomar decisões e atuar na sociedade em que vivem. A química orgânica, enquanto componente das ciências naturais, pode contribuir com muitos conceitos inerentes à própria ciência para o entendimento dos sistemas ambientais. Além disso, a disciplina, aliada à educação ambiental, contribui no papel formador de pessoas cientes e aptas para influenciar na sociedade, através da geração e promoção do conhecimento. Pedagogia pró-ativa Segundo Morin (2000) cabe ao educador criar condições para que a educação ambiental seja incorporada como filosofia de vida e se expresse por meio de uma ação transformadora. Não existe educação ambiental apenas na teoria, o processo de ensino-aprendizagem na área ambiental implica exercício de cidadania pró-ativa. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 268 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Não é o educador que educa, mas o educador é aquele que cria condições para que as idéias, o conhecimento, sejam incorporados pelo educando. Esse conhecimento, para fazer parte da vida do educando, precisa ser aceito como verdade, precisa ser valorizado e corresponder às necessidades sentidas. O educador estimula o educando que, motivado, valoriza as idéias, de modo a ter certeza que elas serão significativas para a sua vida (PHILIPPI, Jr, 2004) Philipe Jr. et al (2004) defende que entre os diferentes conhecimentos disciplinares que possibilitam uma visão integral dos problemas de ordem ambiental, pode-se destacar as ciências ambientais. O professor de química precisa ter noções gerais sobre essas ciências, incluindo aqui a ecologia e a biologia, mas deve saber corretamente a diferença entre educação ambiental enquanto educação política de intervenção para transformação da sociedade e a ecologia que estuda seres vivos e não vivos e as relações entre eles e o meio onde vivem. Colocando o professor na posição de educador consciente, é que se reinventa a prática de sala de aula e contextualiza os alunos com o meio em que vivem. O processo de obtenção de sabão a partir de soda cáustica e óleo comestível já utilizado, é empregado em aula, procurandose demonstrar as reações orgânicas e a maneira como o sabão utiliza os grupos polar e apolar da molécula, além de apresentar um método eficaz para minimizar o impacto do descarte de óleo comestível no meio ambiente. A questão dos resíduos domésticos Há uma grande preocupação com um crescente problema da atualidade: o lixo. Uma alternativa para diminuir com os impactos ambientais provocados pelos resíduos é a reciclagem transformando em insumos e contribuindo para a minimização da depleção dos recursos naturais. Tanto os dejetos domésticos, quanto os industriais são extremamente nocivos ao meio ambiente. Quando os esgotos domésticos, tratados ou não, são lançados num corpo d´água, eles alteram as características físicas, químicas e biológicas desse corpo. Essa alteração será maior ou menor em função do grau de tratamento a que se submeteu o esgoto doméstico, assim como em função do grau de diluição proporcionado pelo corpo receptor. Os esgotos domésticos de uma área urbanizada são o somatório dos esgotos sanitários, provenientes das residências, com os esgotos provenientes de atividades comerciais, que podem ser muito representativos dependendo do ramo de atividade. As características básicas dos esgotos domésticos que demandam preocupação com o meio ambiente envolvem principalmente matéria orgânica, I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 269 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT microorganismos patogênicos e concentrações de fósforo e nitrogênio. PHILIPPI Jr, et al (2004, p.374). A proposta deste trabalho é a obtenção, através da reciclagem, de óleo comestível para a fabricação de sabão, como atividade pedagógica em laboratório didático. Conforme Alberici e Pontes (2004), tanto os estabelecimentos comerciais quanto as residências, em sua grande maioria, jogam o óleo vegetal utilizado na rede de esgoto. O óleo, mais leve que a água, fica na superfície, criando uma barreira que dificulta a entrada de luz e a oxigenação, comprometendo assim, a base da cadeia alimentar aquática, o fitoplâncton. Além de gerar graves problemas de higiene e mau cheiro, a presença de óleos e gorduras na rede de esgoto causa entupimento, bem como o mau funcionamento das estações de tratamento. Para desentupir e retirar o óleo são empregados produtos químicos extremamente tóxicos, o que acaba causando graves danos ao meio ambiente, além de se constituir numa prática ilegal punível por lei. Assim procurou-se aliar o benefício adquirido com o produto gerado da reciclagem do óleo comestível – o sabão – com a elucidação do conteúdo programático de química orgânica: a reação química, o caráter anfótero da molécula e a polaridade das moléculas, associado à incorporação da prática da educação ambiental. Características físico-químicas do sabão De acordo com uma antiga lenda romana, a palavra saponificação tem a sua origem no Monte Sapo, onde eram realizados sacrifícios animais. A chuva levava uma mistura de sebo animal (gordura) derretido, com cinzas e barro para as margens do Rio Tibre. Essa mistura resultava numa borra (sabão). As mulheres descobriram que usando essa borra, as suas roupas ficavam mais limpas. Os romanos passaram a chamar essa mistura de sabão. (PERUZZO E CANTO, 1999, p. 180). Quimicamente, a descoberta desta “borra” acima descrita foi uma reação do éster de ácido graxo contido na gordura com o hidróxido de sódio. Esta reação orgânica chama-se saponificação que resulta no produto sabão. O caráter anfótero de uma molécula, revela-se na propriedade do sabão poder se misturar com óleo, gordura e água ao mesmo tempo auxiliando assim na limpeza da sujeira. A extremidade carboxílica (-COO-) de um ânion do sabão é POLAR, solúvel em água e denominada de hidrofílica. A cadeia longa, hidrocarbônica é APOLAR, solúvel em óleos e chamada de hidrofóbica. Esta estrutura permite que os sabões dispersem pequenos glóbulos de óleo em água. Quando uma gota de óleo é atingida pelo sabão, a cadeia de hidrocarbonetos do sabão penetra I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 270 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT nos glóbulos oleosos, enquanto as extremidades polares ficam na água, o que solubiliza a gota de gordura (HEIDRICH et al, 2004). Na Figura 1 é mostrada a reação de saponificação. Nesse processo o óleo vegetal é fervido com uma base forte, gerando uma reação química que produz o sabão. Figura 1 – A reação de saponificação (Fonte:http://www.ucs.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_27/reaca o_saponificacao.jpg) Moléculas de Água Ligação de Hidrogênio Figura 2 – Ilustração de moléculas de água, mostrando a formação de Pontes de Hidrogênio. (Fonte:http://www.ucs.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_26/molec lula_de_agua.jpg) I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 271 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Figura 3 – Ilustração de uma molécula de sabão. (Fonte:http://www.ucs.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_25/molec ula_de_sabao.jpg) Este composto de longa cadeia, sintetizado a partir de óleos ou gorduras, é facilmente degradado pelas bactérias e tem um tempo de permanência ambiental menor que um dia (WAITE, 2001). Assim sendo, a sua ocorrência nos sistemas aquáticos não corresponde a um problema ambiental (DA CUNHA, et al. 2000). Metodologia Para Costa (2006), quando se faz uso do método indutivo a abordagem principal é caracterizada pela percepção de que o homem é o responsável por descobrir a verdade das coisas e com conhecimento direcionado pode produzir, construir sua pesquisa científica. Do mesmo modo, nesta pesquisa mostra-se uma experiência em sala de aula e suscita questões para solucionar algumas deficiências existentes no ensino de química orgânica. O presente estudo é de natureza aplicada porque foi dirigido, por meio da utilização de um jogo de tabuleiro, para 30 alunos de Tecnologia Mecânica da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Educação do Planalto Norte (São Bento do Sul/SC). O lúdico foi utilizado para operacionalizar os conteúdos de química orgânica e vincular com situações e demandas contemporâneas, além de auxiliar na fixação dos assuntos já abordados em sala de aula. Entusiasmo, espírito de coletividade, caráter competitivo, domínio dos conteúdos programáticos são elementos que, quando analisados e interpretados podem caracterizar uma pesquisa qualitativa e estão presentes neste estudo. As abordagens qualitativas em pesquisa são aquelas “capazes de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu avento, quanto na sua transformação, como construções humanas significativas” (MINAYO, 2000, p. 47) I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 272 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT De acordo com a problemática da educação e no propósito de preparar os alunos para serem cidadãos críticos e responsáveis, o artigo é conduzido como uma pesquisa exploratória porque proporciona maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito bem como faz análise de exemplo quando se utiliza o lúdico para estimular a compreensão. Materiais e Métodos Os materiais os insumos, utilizados em laboratório para a confecção do sabão, são apresentados na Tabela 1 e na Figura 4: Tabela 1 - Materiais e insumos utilizados em laboratório para a confecção do sabão Materiais Insumos bico de bunsen NaOH - 25g tripé água - 50ml tela de amianto óleo vegetal usado - 100ml balança digital de precisão álcool etílico - 25ml béqueres de 50ml e 500ml óleo essencial de melancia (aromatizante) - 2ml bastão de vidro proveta de 10ml pipeta de 20ml pinças de madeira espátula I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 273 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Figura 4 - Vista dos materiais e insumos utilizados na fabricação do sabão. (Fonte: Os autores, 2008) Procedimentos: Foram aquecidos 50ml de água em banho Maria. Antes de levantar fervura, adicionou-se a soda cáustica (Figura 5). A B Figura 5 - A. Conjunto de Béqueres em aquecimento da água, em banho Maria. B. Adição da soda cáustica à água. (Fonte: Os autores, 2008) I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 274 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Em seguida juntou-se à solução o óleo vegetal. Foram necessários 20 minutos misturando as substâncias até a formação uma pasta como mostra a figura 6. Figura 6 - Agitação do composto para a formação de uma pasta (Fonte: Os autores, 2008) À pasta foram adicionados os 25ml de álcool lentamente. Retirou-se do fogo e adicionouse 2ml do óleo essencial para conferir um aroma agradável. A pasta pronta foi despejada e acomodada em um copo descartável que serviu de forma (Figura 7A). Após 24h o preparado foi desenformado (Figura 7B) e então realizado o teste com água para se avaliar a formação de espuma. O sabão apresentou boa consistência e formou quantidade suficiente de espuma, mostrando-se eficaz para limpeza. O peso final do produto pronto, para as quantidades de insumo utilizadas, foi de 82,5g. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 275 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT A B Figura 7 - A. O sabão acomodado no copo plástico. B. O sabão pronto e desenformado. (Fonte: Os autores, 2008.) Considerações Finais Para o bom desenvolvimento das aulas de química, o professor, no desenrolar do currículo programático da disciplina, deve, não só se utilizar do material didático convencional, mas ao planejar suas atividades, procurar ter como alicerce, a discussão com o discente, baseado na premissa “o que, como e para que ensinar química”. Com o planejamento e a execução de uma nova didática de sala, o professor tem autonomia para separar quais os temas que irá interpelar e a forma pela qual ministrará esta abordagem. Assim, é fundamental que o educador produza um material didático-prático, que este esteja em correspondência com seus alvos e percepções, seja coeso com as necessidades dos seus alunos e pertinente com as diretrizes educacionais. O professor que assume a pesquisa em suas aulas propõe-se, possivelmente, a aprender e ensinar também o que não sabe a partir do que ele e seus alunos já sabem. Com isso torna-se mediador e provocador dos seus alunos, superando o papel transmissivo e desafiando-se constantemente a utilizar as contribuições e conhecimentos dos alunos para encaminhar sua reconstrução e superação. Assim, o processo implica uma mudança radical em relação ao que se realiza em muitas aulas em todos os níveis de ensino. De algum modo o professor deixa de ensinar de ensinar no sentido tradicional, para investigar junto com seus alunos. Assume o papel de ensinante, sem deixar de ser aprendente (REZZADORIL & CUNHA, 2005). I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 276 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT É importante que o professor como educador e conseqüentemente formador de opinião veja a questão ecológica como fator de suma relevância e auxilie seus alunos e terem noção do contexto da problemática ambiental, promovendo atitudes empreendedoras. No experimento realizado o óleo que já havia sido utilizado no preparo de alimentos, cumprindo com sua função primária, quando reciclado passa a fazer parte de um novo produto relevante na economia doméstica: o sabão. Assim, alia-se uma atividade prática da química orgânica à da reciclagem de materiais, tendo como resultado um produto útil e barato. Os alunos têm mostrado interesse e entusiasmo nessa prática além de sentirem-se despertos para a questão ambiental como elemento de aderência à química orgânica. A compreensão dos assuntos e conteúdos trabalhados não permanece resumida à memorização de enunciados e expressões matemáticas, possibilitando aos alunos realmente atingir o objetivo maior da compreensão e da aplicação do conteúdo no seu dia-a-dia. Referências ALBERICI, Rosana Maria; PONTES, Flávia Fernanda Ferra de. Reciclagem de óleo comestível usado através da fabricação de sabão. Espírito Santo do Pinhal: 2004 v.1, p. 073-076, jan./dez., CUNHA, C. P.; LOBATO, N.; DIAS, S. Problemática dos Tensioactivo na Indústria de Produção de Detergentes em Portugal. Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, Centro de Biotecnologia do Departamento de Engenharia Química, Lisboa: 2000 – p. 25 CUNHA, Márcia Borin da; REZZADORI, Cristiane B. Dal Bosco. Revista Varia Scientia. Artigos & Ensaios – Produção de material didático: uma proposta para química ambiental na escola: 2005, v. 05, n. 09, p. 177-188. HEIDRICH, Denise Nogueira; RICARDO, Juan; FERREIRA, Valquíria Barbosa Nantes; SILVA, Pedro Luiz Ferreira da. Resgatando Vidas e Esperança Através da Reciclagem de Resíduos de Óleo Vegetal: Sabão Esperança. 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte: 12 à 15 de setembro de 2004. MORAES, Roque; RAMOS, Maurivan Güntzel; GALIAZZI, Maria do Carmo. O processo de fazer ciência para a reconstrução do conhecimento em Química: a linguagem na sala de aula como pesquisa MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 277 ISBN: 978-85-7014-048-7 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT PERUZZO, Miragaia Tito; CANTO, Eduardo Leite do. Química. São Paulo: Moderna, 1999. PHILIPPI JR, Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de Andrade e BRUNA, Gilda Collet. Curso de Gestão Ambiental. Barueri, SP: Manole, 2004. WAITE, T. D. Principles of water quality. Academic Press Inc,: 2001, p. 86-91. Débora Barni de Campos: aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Ponta Grossa. [email protected] ou [email protected] Marcos Flávio Pádua Góes Moraes: professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Ponta Grossa. [email protected] Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira: professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Ponta Grossa. [email protected] Luis Mauricio Martins de Resende professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Ponta Grossa. [email protected] I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 278 ISBN: 978-85-7014-048-7