2º H12m Esta prova contém M 4 B 14/05/2008 questões. INSTRUÇÕES: Verifique se sua prova está completa. Preencha corretamente todos os dados solicitados no cabeçalho. Resoluções e respostas somente a tinta, azul ou preta. Utilize os espaços determinados para respostas, não ultrapassando seus limites. Evite rasuras e o uso de corretivos. Resoluções com rasuras ou corretivo não serão revisadas. Resoluções e respostas que estiverem a lápis não serão corrigidas. Sapere Aude! Leia o texto e responda as questões 1 a 3. 1. Destaque do texto a segunda, a quarta e a sexta razões, mencionadas por Zurara, que impulsionaram os portugueses para o mar.(1,5) 2. Analise o trecho em negrito explicando as diferenças entre o projeto de Colombo e o lusitano. (1,5) PRIMEIRO, OS PORTUGUESES "E se mais mundo houvera, lá chegara." Ilustrando seus descobrimentos, essa orgulhosa epígrafe bem diz o que foram as viagens desses grandes exploradores que, ainda hoje, glorificam a tradição. De Vasco da Gama a Serpa Pinto, por mar e por terra, eles alcançaram os limites e o centro do planeta, "para lá levando a civilização". Em sua Crônica de Guiné, escrita em meados do século XV, Gomes Eanes de Zurara já enunciava as "cinco e uma razões"* dessas expedições. O infante d. Henrique, que as organizou, "é impelido pelo serviço de Deus"; acha que naqueles países existem cristãos, e que de lá será possível trazer mercadorias; que, se não houver cristãos, há de se saber até onde vai o poder dos infiéis; que talvez algum senhor estrangeiro queira ajudá-lo em sua guerra contra os inimigos da fé; que grande é seu desejo de propagar a Santa Fé de NSJC. Foi, aliás, ao rei d. João II de Portugal que Cristóvão Colombo pediu, por volta de 1484, que lhe fornecesse o necessário para chegar a Cipango (o Japão) pelo Ocidente, pois era de Portugal que saíam todas as viagens. O monarca consultou seus cosmógrafos, que o demoveram desse projeto alucinado. Como escreveu Fernand Braudel, "os portugueses sempre preferiram as certezas científicas à quimera. Com isso, perderam a América. Quando descobriram o Brasil, era tarde demais". Na verdade, eles tinham de fato sido os primeiros a se lançar para o Sul, munidos, porém, de todas as garantias e, sobretudo, daquelas cartas náuticas com as rosas-dos-ventos; a de Pedro Reynel, datada de 1485, descreve com grande exatidão as costas da Europa e da África atlântica até o ponto extremo atingido por Diogo Cão, mais adiante do golfo da Guiné. Depois de se desenvolver graças aos italianos, a cartografia virou a ciência portuguesa por excelência, assim chamada pelo visconde de Santarém. Produziu seus primeiros atlas de oito mapas no século XVI. Outra segurança: as diferentes caravelas que substituem aquelas barcas com as quais Gil Eanes dobrara o cabo Bojador em 1434. Dispondo de uma superfície de velas duas vezes maior do que a usada até então, as caravelas podiam navegar à bolina, isto é, manobrar constantemente o velame para avançar em ziguezague, contra o vento se necessário. Com o surgimento dos galeões, mais espaçosos e adaptados à guerra no mar, Portugal tornouse o centro europeu da construção naval. Para os negros da costa ocidental da África, a chegada dos navegadores brancos, portugueses e italianos sobretudo, era uma descoberta, assim como as suas bombardas e as suas velas de cera. Para os portugueses, ver os negros comerem no chão ou morarem em casebres de palha logo lhes infundiu um sentimento de superioridade. Observaram que, quanto menos contato os negros tinham com os muçulmanos, mais a cor da pele era escura. Muitos se diziam vassalos do imperador do Mali. Um dos primeiros reis africanos encontrados, Battimansa, em Gâmbia, declarouse vassalo do imperador do Mali, mas isso não impressionou os portugueses; tendo em vista a pobreza daqueles africanos, eles não tiveram nenhum interesse em penetrar ou ocupar o interior do país. Já eram senhores de Madeira e Açores — a ilha dessas aves de rapina —, tinham cruzado o mar tenebroso e o cabo Bojador, de onde, até então, ninguém voltava, pois os alísios de nordeste empurravam na direção do Atlântico; graças à caravela, puderam chegar, em 1444, ao Cabo Verde, em seguida aos rios da Guiné e, em 1460, à Serra Leoa. Quando d. João II subiu ao trono, o tratado de Alcáçovas acabava de ser assinado, dois anos antes, em 1479, definindo a sucessão de Castela e delimitando as zonas de influência ao sul da península Ibérica: o golfo da Guiné estava reservado a Portugal. Em 1482, Diogo Cão chegou ao Zaire e enviou emissários ao rei do Congo. Em 1487-8, Bartolomeu Dias dobrou o cabo das Tormentas, desde então chamado cabo da Boa Esperança, e chegou, na região do atual Port Elizabeth, à baía das Vacas, assim chamada porque os negros ali criavam bovinos. Depois, os portugueses se lançaram rumo às Índias. Com o desembarque de Cristóvão Colombo numa das ilhas Lucaias — as Bahamas —, e justo antes de Vasco da Gama chegar à Índia, o papa Alexandre VI interveio para pôr um termo na concorrência desenfreada que se estabelecera entre portugueses e espanhóis. As ásperas discussões havidas no momento do tratado de Tordesilhas (1494) para fixar o limite das possessões portuguesas, não a cem léguas a oeste dos Açores [obs:o correto seria Cabo Verde- o autor deve ter se enganado], mas a 370 léguas a oeste do Cabo Verde — o que incluía uma parte do Brasil —, levantam um problema real: foi por questão de princípio que os portugueses obtiveram esse deslocamento para o Oeste, ou porque pressentiam a existência de terras naquela zona — o Brasil, "descoberto" seis anos depois, em 1500? Vários indícios faziam supor sua existência, desde que os portugueses tinham chegado a São Tomé e Príncipe, no golfo da Guiné, descobertos em 1471 e colonizados a partir de 1493... por judeus e criminosos. São Tomé não tinha um único habitante. Foi a primeira colônia ligada à aventura dos Grandes Descobrimentos. (*) "Mas sobre estas cinco razões tenho eu a VI que parece que é a raiz donde todas as outras procedem, isto é, inclinação das rodas celestiais", Zurara, Crônica de Guiné, cap. VII, p. 66. (N. T.) (FERRO, Marc- História das Colonizações- das conquistas às independências, séculos XIII a XX.. Trad. Rosa Freire D’Aguiar. São Paulo. Cia das letras. 1996, pp. 43-45.) 3. Descreva as diferenças entre as três embarcações mencionadas no texto (1,5) 4. (UNICAMP-adaptada) No final da Idade Média, pelo menos cinco regiões européias serão palco de um processo histórico que, por sua vez, irá determinar um ciclo de acontecimentos que deu origem ao Antigo Sistema Colonial. a-) Identifique esse processo histórico, citando os países em que ocorreu.(2,5) b-) Descreva, resumidamente, a série de acontecimentos que está na origem do Antigo Sistema Colonial. (3,0)