NOTA Nº 553-A
O PAÍS
Rogério Fernandes Ferreira
Uma ideia comum poderá ser que nada acaba, tudo se transforma.
Sobre o meu país a ideia também tem sentido - não acabará. Porém, há
adversidades, circunstâncias e propósitos que tornam a situação pior ou não
permitem que melhore.
Igual tipo de análise poderia fazer-se sob
outros aspectos, por
pessoas que a tal se dispusessem. Ou poderiam fazer-se trabalhos
conjuntos por especialistas de variadas áreas e não me importaria de
colaborar.
O que venho referindo é ponto de partida para o que quero referir
quanto ao meu País.Tive ensejos vários para apreciar condutas de outras
pessoas, pobres e ricas, infelizes e felizes, bons e maus.
Fui concluindo que a diversidade é inúmera. Encontrei pessoas
inteligentes mas extremamente perversas, que usavam as suas faculdades
para conseguirem o que queriam, enganando e mentindo.
Convenci-me por isso que a principal dificuldade para o meu País
melhorar está nos portugueses, nos muitos cuja conduta é egoística,
mentirosa, falseadora. Naturalmente que também há pessoas capazes que
podem conseguir mais construção do que destruição.
Com os meus contemporâneos vim assistindo à assunção do actual
Primeiro Ministro. Fui vendo nele qualidades muito positivas para fazer o
País progredir.
Vim verificando o muito que está mal.
Preocupações de cidadania conduzem a interrogar-nos sobre a
situação, preocupado que se esteja por não se verem melhorias. Referimos
em especial:
Que os portugueses querem para si o que é dado a outros, mesmo
sabendo que não merecem tais atribuições ou que elas são ilegítimas,
imorais, ilegais.
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Que o anterior regime político corporativo extinguiu-se, mas deixou
indelével o espírito de protecção classe a classe, que culmina hoje em
excessos ou desfavores até de natureza criminal.
Que alguns dos políticos dos últimos trinta anos adoptaram má
gestão, não sensibilizando os concidadãos para consumir compativelmente
com o que produzem.
Que é habitual culpar quem está no Governo quando a culpa é de
todos, de quem esteve nos anteriores e demais portugueses que não se
empenham em criar um valor acrescentado que não seja só para si próprios,
mas também para a comunidade.
Considera-se negativo que correligionários de cada partido entendam
não dever colocar acima de seus interesses pessoais e partidários os
legítimos interesses da nação portuguesa e que o seu papel se centre em
procurar denegrir acções válidas, apenas por serem praticadas por quem
estiver na governação local ou nacional, ou, de modo mais geral, por a
actuação advir de pessoas ou instituições de partido adversário ao seu. Este
facciosismo dificulta a resolução de problemas colectivos relevantes, como
são os que estão por resolver na educação, saúde, justiça, criminalidade,
segurança colectiva e individual, etc.
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