Arquivo FURNAS FURNAS RECOMPÕE TORRES EM ANGOLA BIF - BOLETIM INFORMATIVO DE FURNAS ANO XII - MAIO/ JUNHO - 1985, PÁG.3 D ez torres metálicas denominadas “torres de emergência”, similares às utilizadas nas linhas de transmissão de Itaipu (construídas em tempo recorde – 10 dias – pela SBE – Sociedade Brasileira de Eletrificação), foram entregues por FURNAS à República Popular de Angola, através do seu Ministério de Energia e Petróleo e da sua empresa Sonefe - Sociedade Nacional de nais, como, também, do grupo técnico dirigente da empresa, Estudos e Financiamento Ultramarinos – , a fim de prevenir a tendo sido mesmo relevantes o empenho e o apoio do grupo possibilidade de atos de sabotagem nas linhas de transmissão de envolvido na tarefa que, sob a liderança do vice-ministro 220 kV do país, que poderiam causar a total interrupção do Carlos Santos – presença diária no local –, não mediu esforços fornecimento de energia elétrica à cidade de Luanda, sua capital. nem sacrifícios para o êxito nos trabalhos. O pronto atendimento da reivindicação do governo angola- Cabe destacar, por fim, que durante a última fase de no deveu-se ao convênio de intercâmbio que este mantém com realização dos trabalhos, diversas autoridades civis e militares o Brasil, através de FURNAS e da Construtora Norberto Odebrecht, do governo angolano visitaram o local, recebendo detalhadas que prevê amplo apoio material, técnico e de recursos humanos informações sobre o desenvolvimento das tarefas. à Sonefe e a sua operacionalização. Por solicitação da Gerência de Capanda ao Departamento de Apoio Técnico, da Superinten- MATERIAL dência de Transmissão, coube à Divisão de Apoio e Manutenção Para a construção daquele trecho de linha com as referidas de Linhas de Transmissão, que, juntamente com a Construtora torres, foi necessário especificar e efetuar a aquisição, em Norberto Odebrecht, montou um rápido esquema de trabalho, diversos fabricantes, de diferentes materiais, tais como: ferra- cujas etapas mais significativas foram a especificação, aquisição gens para cadeia de isoladores, cabos de aço, talhas mecânicas, e transporte de material e o treinamento de pessoal. conectores, dinamômetro, mastros auxiliares e outros, que perfizeram um total de 70 itens de material, sendo que os complementos de materiais não existentes no mercado nacional TREINAMENTO A tarefa de desenvolver e consolidar o programa de im- foram cedidos por FURNAS, por empréstimo. Nesta etapa, foi plantação e de utilização das “torres de emergência” em fundamental o apoio prestado pela Divisão de Material Campi- Luanda, pertenceu à Diretoria de Operação de FURNAS, sob nas, na separação, embalagem e transporte dos mesmos. a direção do engenheiro Orlando Paulo dos Santos (Departa- Quanto às torres, destaca-se o esforço da Sociedade Brasi- mento de Apoio Técnico), que teve como auxiliar direto o leira de Eletrificação que, em Belo Horizonte, sob a orientação técnico Luiz Gonzaga Nunes, lotado na Divisão de Transmis- do Escritório Regional de FURNAS, colocou toda a sua linha de são Triângulo Mineiro, do Departamento de Produção Oeste. produção trabalhando durante cinco dias, 24 horas por dia, a O programa desenvolvido foi idêntico ao existente para treinamento de eletricistas de linhas de transmissão, e consti- O transporte de todo o material para Luanda foi uma tuiu-se de fundamentos técnicos relativos à aplicação das operação complexa, tendo em vista não apenas a rapidez torres e à logística para armazenamento e atendimento às requerida no atendimento da solicitação do ministério ango- emergências, além de treinamento de técnicos angolanos na lano, mas também a grandeza do volume transportado (cerca locação, montagem, içamento e nivelamento das mesmas. de 30 toneladas), que exigiu um planejamento adequado. Neste treinamento, houve não somente a participação de funcionários da Sonefe lotados na capital e nas áreas regio- 38 fim de atender à solicitação no prazo previsto. REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 321 JUNHO 2005 Vale destacar que o trajeto Rio-Belo Horizonte – Luanda foi feito por via aérea, através do aluguel de um avião.