TEMA: FRAGILIDADE E
INSTABILIDADE FINANCEIRA
ALUNAS: LARISSA BENJAMIN – RA:1309293
MAYARA GARCIA – RA: 130936-6
YARA COMMAR CURIA – RA: 130958-7
COMO NASCE A
FRAGILIDADE FINANCEIRA
E QUAL A TRAJETÓRIA MAIS
PROVÁVEL AO SISTEMA?
•A
relação
inevitável
entre
crescimento
e
endividamento, aliada à possibilidade, sempre
presente, de que este resulte em crise financeira é a
essência da "hipótese de fragilidade financeira" de
Minsky.
• A fragilidade inerente ao crescimento nas economias de
mercado reside no fato de que, a atividade econômica e
as relações financeiras que a viabilizam, derivam e
dependem de um "sistema de confiança". Este envolve,
de um lado, as expectativas de renda futura daqueles que
assumem dívidas (empresas, famílias e instituições
financeiras, além do governo) e, de outro, as expectativas
de retorno-risco daqueles que adquirem estes ativos
(outra empresas, famílias e instituições financeiras).
• O problema é que as expectativas que motivam (ou não) a
emissão e aquisição de dívidas são em parte baseadas em
avaliações objetivas e, no que Keynes chamou de
"otimismo [ou pessimismo] espontâneo". O pagamento
regular das dívidas depende da confirmação dessas
expectativas e, em economias de mercado, não há
qualquer garantia neste sentido.
•Nas palavras de Minsky: “Tal economia capitalista é
instável devido a forças endógenas que refletem os
processos de financiamento. Esses processos
transformam um sistema tranqüilo e relativamente
estável em um no qual a contínua expansão acelerada
de dívidas, investimentos, lucros e preços é necessária
para prevenir uma profunda depressão.”
• Quando
as expectativas dos agentes não se
concretizam, cresce a inadimplência no crédito e/ou
desvalorizam-se os títulos negociados no mercado. Em
condições normais, esta frustração de expectativas
pode resultar em uma simples desaceleração da
atividade econômica.
•A situação se agrava, porém, se as dificuldades de
pagamento persistirem. Com esse cenário, os bancos
são obrigados a ajustarem seus balanços, por exemplo,
elevando as exigências de capital, de provisões contra
crédito, etc. Essa crise de crédito pode dar origem à
uma crise de confiança (com aumento da preferência
por liquidez em detrimento dos ativos financeiros),
configurando, assim, uma quadro de crise financeira.
• Se tal tendência não for rapidamente contida por uma
política macroeconômica que restaure a confiança,
desencadeia-se um "comportamento de manada", pelo
qual, mesmo aqueles que ainda não têm razões objetivas
para se desfazer de ativos, tornam-se também vendedores
apressados, apenas porque os que já sofreram perdas
estão agindo assim. Esta prevenção individual, porém, em
vez de proteger os portfólios, acaba por levar à deflação de
ativos, espalhando a crise.
• Nessa estrutura, as crises estariam relacionadas às
expectativas frustradas levando a um sobre-endividamento,
retração de crédito pelos bancos, queda no investimento,
corridas bancárias e fragilização do sistema financeiro.
 A DECISAO DE INVESTIMENTO
• A decisão fundamental de uma firma é como financiar sua
necessidade de capital, quanto através de seus próprios
recursos e quanto através de empréstimos. Essa decisão
define o tamanho da firma e a taxa de crescimento de seus
ativos e vendas.
•Dois tipos de risco afetam o volume de investimento
realizado por uma firma: o do tomador e o do emprestador. O
primeiro se refere as dúvidas que o tomador tem de que ganhar os
rendimentos que espera, e o segundo trata de um padrão moral ou
insuficiência da margem de segurança devido a possibilidade de
decepção da expectativa sobre o pagamento do empréstimo.
• O risco do tomador tem dois lados: primeiro, em um mundo de
incerteza, onde os ativos e firmas podem diferir muito, um
agente avesso ao risco deve diversificar sua carteira de ativos.
Segundo, o tomador vê as dívidas a serem pagas com certeza e
os rendimentos potenciais como incertos, diminuindo sua taxa
de segurança. Assim, ele diminui a taxa de capitalização que
aplica a seus próprios recursos.
• O risco do emprestador pode aparecer explicitamente nos
contratos, através de um acréscimo sobre as obrigações de
pagamentos de dívidas, seja na forma de maiores taxas de
juros, menores prazos, restrições ao pagamento de dividendos e
limites de crédito que impeçam a contratação de novas dívidas,
seja através da exigência de garantias ou colaterais. Tais
exigências aumentam, à proporção em que se amplia a
razão entre as dívidas e os recursos próprios, o que é uma
medida de fragilidade financeira.
•curva Qi representa os financiamentos internos que a firma espera que estarão disponíveis em um
determinado período (que é independente dos níveis de investimento da firma).
•PI é o preço de oferta do ativo de capital, que é determinado pelos produtores desses ativos
•O montante de investimento que pode ser financiado pela firma é: Îi = Qi/Pi. . Se a quantidade de
investimento desejada é maior que Î, então a firma terá um débito a ser financiado com pagamento futuro.
•A firma capitaliza seus recursos a uma taxa K. Para o investimento acontecer é necessário que Pk≥Pi, ou
seja, que o preço de uma unidade de capital seja maior ou igual ao preço de uma unidade de
investimento.
•Sendo assim, o nível de investimento é determinado pela
interseção da curva de demanda, que compreende o risco do
tomador, com a oferta efetiva de bens de capital – que
incorpora o risco marginal do emprestador, levado em conta
que uma unidade adicional de dívida pode elevar o risco
de todo o montante de financiamentos concedidos. O
vínculo entre os preços do produto corrente, da demanda
por investimento e dos bens de capital atua na geração de
instabilidades endógenas, nas instabilidades financeiras.
 A TRAJETÓRIA
•Dentro do arcabouço teórico desenvolvido por Minsky, a
possibilidade ciclos econômicos, isto é, a passagem de um
período de expansão, para um boom e a reversão para uma
crise financeira, levando a uma recessão e eventualmente a
um processo de deflação e depressão, é unicamente um
resultado natural do processo capitalista.
•Além dos elementos apresentados anteriormente, tais
quais os lucros, as expectativas e a dinâmica dos dois
preços na determinação do investimento, as posturas
financeiras
prevalecentes
na
economia
são
os
ingredientes adicionais na dinâmica do sistema.
Uma realidade última em uma economia é o conjunto de
balanços inter-relacionados entre as várias unidades.
Alguns itens no balanço criam fluxos de caixa. Fluxos de
caixa são resultado de :
(1) rendimento de produção do sistema (salários, impostos
e não-corporativos financeiros);
(2) estrutura financeira (juros, dividendos, rendas e
reembolsos de empréstimos);
• As transações em rubricas do balanço geram fluxos de
caixa que afetam, também, o preço de mercado de tais
ativos. Esta capacidade de gerar fluxos de caixa com a
venda de um ativo sem grandes concessões de preços
mede a liquidez do ativo.
• Sempre que, como resultado de uma melhoria de
confiança e do crédito, a alavancagem de investimento
aumenta, os proprietários do estoque herdado de bens
de capital, cuja responsabilidade é compatível com a
estrutura de um estágio anterior de confiança,
encontram-se com uma margem não-utilizada de
“empréstimo poder”.
• Esta margem é boa e, fornecer uma base para
expansão de propriedade dos bens de capital.
• Um aumento na confiança e no estado de crédito é
equivalente quanto ao seu efeito sobre o potencial de
financiamento da dívida de investimento para a melhoria
do rendimento atual;
• Os banqueiros podem ser especuladores, assim como
os empresários. Eles estão sempre especulando em sua
capacidade de refinanciar as suas posições de ativos
como os levantamentos de depósitos. Especulam
também sobre a composição de seus ativos.
• Durante booms banqueiros compram de volta a
capacidade de empréstimo com a venda de sua carteira
de investimento para as famílias.
• O efeito de substituições de carteira é gerar, no
agregado e no curto prazo, uma curva de oferta elástica
de finanças. Como se desenvolve um boom, a curva de
oferta de financiamento da substituição da carteira é
absorvida, e a curva de oferta de financiamento pode
tornar-se menos elástica.
• Isso significa que na fase inicial de crescimento,
condições de financiamento não mudam muito até que a
dívida-financiamento se expanda rapidamente. Em fases
posteriores ao do crescimento, condições de
financiamento podem subir abruptamente.
• Assim o progresso de um boom vê experimentação em
três níveis:
- As empresas se engajam mais fortemente no
financiamento da dívida;
- Empresas e famílias cortam o dinheiro e o líquido de
ativos, respectivamente, em relação a sua dívida;
- E os bancos aumentam os seus empréstimos à custa
das detenções de títulos, especialmente da dívida
pública.
• A especulação tem três aspectos:
- Os proprietários de capitais de ativos especulam por dívidas de
financiamento de investimento e as posições no estoque de bens de
capital;
- Os bancos e outras instituições financeiras especulam sobre o mix
de responsabilidades que eles devem;
- E as empresas e famílias especulam sobre os ativos financeiros de
sua propriedade e sobre como eles financiam suas posições nesses
ativos.
Durante um boom a demanda especulativa por moeda diminui e
portfólios tornam-se mais fortemente ponderados com posições de
dívida financiada. Os proprietários de bem de capital cometem
parcelas maiores de seus fluxos de caixa esperados em operações
de formulário. Os bancos aumentam a sua propriedade de
empréstimos às custas de investimentos,por gestão de passivos
aumentam a sua escala de investimentos, e por gestão de
responsabilidade aumentam a sua escala de operações para as
reservas de dinheiro.
• Outras instituições financeiras também aumentam a sua
escala de operações buscando ativamente fundos.
Famílias e empresas substituem os ativos nãofinanceiros de dinheiro para o dinheiro como suas
reservas líquidas.
• Como um boom desenvolve famílias, empresas e
instituições financeiras, estas são obrigadas cada vez
mais a se aventurar em atividades de tomada de
posições.
• Quando o limite de sua capacidade de tomar
emprestado de um para pagar o outro é atingido, a
opção é ou vender alguma posição ou levar a um
impasse no que se refere a aquisição de ativos.
• Como os efeitos da dívida-deflação desgastam, como
ocorre o desinvestimento e as posições financeiras são
reconstruídas durante a fase de estagnação, uma
recuperação e expansão começa.
• Uma recuperação começa com lembranças fortes da
sanção extraída por causa de posições passivas
expostas durante a deflação da dívida e com estruturas
de responsabilidade que foram removidos da dívida.
• Estabilidade - mesmo de uma expansão - é
desestabilizadora ao passo que se o financiamento mais
aventureiro de investimentos vale a pena para os
líderes, os outros os seguem. Assim, uma expansão, em
ritmo acelerado, alimentar o boom.
• Para Minsky, o gasto do governo poderia ao menos atenuar a
queda no fluxo de lucros resultante do declínio do investimento,
ou da reversão de expectativas excessivamente otimistas, e
dessa forma, dar suporte ao preço dos bens de consumo.
Contudo, o governo não é capaz de conter a instabilidade.
• Ele também acredita que o governo (Big Government) e um
banco central ativo (Big Bank) são os dois grandes
‘estabilizadores’ necessários ao bom funcionamento da
economia. O motivo pelo qual as economias capitalistas
foram capazes de escapar das implicações catastróficas da
instabilidade financeira é porque, na crença de Minsky, tais
estabilizadores foram suficientemente hábeis em manter a
economia no limiar de um eventual colapso.
• Concluindo: A partir dessa trajetória, pode-se extrair a visão de
um setor público atento com uma estrutura institucional que
incentive o setor privado, privilegiando o bem-estar da população
e dificultando a emergência endógena de crises financeiras mais
severas. O Estado deve funcionar como um ‘sistema
preventivo’.
• Estando ciente do caráter eminentemente instável do sistema
capitalista, a mensagem de Minsky é que a sociedade deve
perseguir o desenvolvimento e manutenção de instituições e
de políticas que assegurem uma ‘‘good financial society’
(uma “boa sociedade financeira“), em que a tendência por parte
das empresas e banqueiros em se engajar em finanças
especulativas é limitada.
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