O GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DA INFORMAÇÃO COM INCIDÊNCIAS NO PROCESSO DECISÓRIO E NOS RESULTADOS DAS EMPRESAS AGRO-INDUSTRIAIS. 1 Adilson Leite 2 , Leonardo Tavares Santos 3 & Reginaldo Ferreira de Souza4 Universidade Federal de Lavras/Departamento de Administração e Economia, caixa postal 37 CEP:37200 – Campus Universitário Lavras/MG “ Cientistas e homens de empresa são pragmáticos. Fazem o diabo atrás de … resultados. É o resultado quem os legitima.” ( Revista Exame edição nº 658, pg 77) RESUMO Discute-se de maneira sucinta o problema da visão dos gerentes em confronto com as necessidades das empresas, principalmente no contexto das Agroindústrias, onde a ação gerencial e os resultados de decisão mais acertadas, tornam-se elementos imprescindíveis para que as empresas mantenham ou ampliem seu nível de competitividade e produtividade. Neste trabalho, buscamos contemplar aspectos básicos como os fundamentos pragmáticos e sistêmicos para a praxis gerencial cujo o desafio da nossa época seria transformar executivos gerentes em executivos líderes; bem como, discutir o modo como a tecnologia se desenvolve, e o que significa esse desenvolvimento para a competição (Gerinternet). ABSTRACT Discuss the fast maner the problem of vision by managementer in confrontation with the enterprise’s necessity, main in the context in agribusiness, where the action manegement and the results of decision more correction, make components necessaries so that the enterprises mantain or enlarge theirselves point of competitive and productive. In this work, entend to containplate basic aspect like the fundaments pragmatic and sistem for the management praxis that the challenge of the our time would be change executive manegement in executive lidership; well like, discuss the mode like the tecnology development itself, and the means this development to the competition (Gerinternet). ÁREA DE ESTUDO: Estratégia Empresarial INTRODUÇÃO A dinâmica social prende-se à duas forças que regem e estão transformando as nossas sociedades. A própria revolução tecnológica em curso, apoia-se em novos softwares e hardwares que exigem dos dirigentes, a capacidade de enfrentar situações novas, cujo acervo de conhecimentos, encontra-se apoiado em um ambiente cada vez mais científico e cultural, diminuindo assim os espaços existentes entre os elos do saber. Revitalizando as áreas de Hardware informático, das novas gerações de softwares, do potencial das telecomunicações, da multimídia, dos vídeos, dos bancos de dados e outros, vem responder às exigências de 1 Trabalho realizado na Universidade Federal de Lavras – Departamento de Administração e Economia – Caixa postal 37, Lavras/MG, CEP 37200-000. 2 Mestre em administração e professor na área de sistema de informações e estratégia 3 Graduando no 5º período de administração – aluno do PET/Administração 4 Graduado em matemática e pós-graduando em gestão de tecnologia da informação 1 conhecimento mais elevado e mais generalizado da Revolução Tecnológica. Intrínseca nesta nova dinâmica social, aproveitamos o momento para situar que o capital humano (conhecimento) passa a ser o espaço onde iniciam-se todas as escadas! A fonte de inovações. “ O dinheiro fala, mais não pensa, as máquinas trabalham, mas não criam.”5 Pensar e criar são os ativos fixos dos quais dependem o trabalho de conhecimento e às empresas de conhecimento. Sendo assim, para o presente estudo, queremos tratar dos seguintes pontos: 1. 2. 3. Destacar fundamentos sistêmicos para a praxis gerencial; Enfatizar a Internet como uma das novas formas de fazer negócios, discutindo o modo como a tecnologia se desenvolve e o significado desse desenvolvimento para a competição; e Explicitar a respeito da evolução e do conceito de gerenciamento a partir da Administração de Resultados, numa abordagem sistêmica. Termos para Indexação: Estratégia; Tecnologia da Informação; Gerenciamento Rural. UMA SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO : O PROGRESSO TECNOLÓGICO E OS FUNDAMENTOS SISTÊMICOS PARA UMA NOVA PRAXIS GERENCIAL É importante definir, antes de tudo, os grandes eixos de mudança que atingem a sociedade neste fim de século. Um dos sistemas é o sistema técnico, do qual fazem parte os componentes não humanos e que, em certa medida, independem das pessoas: propósito, divisão do trabalho, coordenação, tecnologia e burocracia. O outro sistema é o sistema social, do qual fazem parte todas as manifestações do comportamento dos indivíduos e dos grupos. _____________________ 5 Revista Exame 658 pg.7 Esses sistemas não são independentes um do outro. Ao contrário, qualquer alteração num deles provocará alterações nos demais. Esse é o resultado importante do uso do enfoque sistêmico: aprendemos que há uma cadeia de causas e efeitos dentro da qual as ocorrências ou eventos numa parte de um sistema provocam efeitos e conseqüências nas outras. Assim o comportamento e o desempenho dos sistema sempre resultam da interação de todos seus elementos. Sendo assim o enfoque sistêmico, aqui abordado, é uma forma de pensar e de enxergar a realidade, que tem inúmeras aplicações. Quando aplicada às organizações Agro-industriais, essa maneira de pensar tem dois pontos principais: a compreensão da totalidade e a compreensão dos resultados. Em primeiro lugar, aplicar ou utilizar o enfoque sistêmico significa enxergar as organizações como conjuntos complexos de elementos interdependentes, que se influenciam mutuamente para produzir diferentes resultados, alguns deles imprevistos e até mesmo indesejados. Muitos serviços são planejados e operados sem levar em conta esta complexidade. Simultaneamente, o enfoque sistêmico concentra a atenção nas saídas ou nos resultados esperados do sistema. Tão importante quanto enxergar a totalidade de conjuntos complexos de elementos interdependentes é compreender o objetivo final do sistema, a partir da especificação e sua utilidade ou propósito. Baseando-se nas indagações anteriores, as transformações mais significativas podem ser resumidas em cinco grandes eixos: a informática, que está revolucionando todas as áreas, em particular aquelas que lidam com o conhecimento; a biotecnologia, que ainda não invadiu o nosso cotidiano, mas deverá constituir a força principal de transformação na agricultura, indústria farmacêutica e outros setores na próxima década; as novas formas de energia, em particular o laser, permitindo aplicações que estão se generalizando na medicina, comércio, eletrodomésticos e outros setores; as telecomunicações, que conhecem uma revolução tecnológica ainda mais profunda e dinâmica do que a da informática, tornando possível e cada vez mais barato transmitir tudo- textos, imagens, som- em grandes volumes e com rapidez, em particular através da telemática, associação da informática com as telecomunicações; finalmente, os novos 2 materiais, que incluem as novas cerâmicas, os supercondutores, as novas formas de plástico, etc., que, por sua vez, permitem novos avanços na eletrônica, na informática, nas telecomunicações e assim por diante. Não há provavelmente nada de novo para o leitor nesta enumeração, más é importante lembrarmos até que ponto este ritmo de transformação é novo e decisivo para a praxes gerencial no Contexto Agro-industrial. Basta lembrar que um estudo da Comunidade Européia considera que nos últimos 20 anos dobraram os nossos conhecimentos científicos, relativamente à totalidade de conhecimentos técnicos acumulados durante a história da humanidade. Por precárias que sejam as avaliações deste tipo, o fato é que estamos no meio de um gigantesco turbilhão de renovação científica, e este fato deve ocupar um lugar central nas nossas reflexões sobre os espaços empresariais. As muitas mudanças rápidas que ocorrem no ambiente externo das organizações exigem cada vez mais atenção dos executivos – gerentes . O componente da ação direta do meio ambiente consiste nos Stakeholders- isto é, nos grupos que têm impacto direto sobre as atividades da organização. Entre os Stakeholders externos estão os consumidores, fornecedores, governos, grupos de interesse especiais, a mídia, os sindicatos de trabalhadores, instituições financeiras e competidores. Entre os internos estão os empregados e os acionistas. Novas tecnologias nunca são implementadas como planejado, principalmente se considerarmos a relação entre os Stakeholders e sua variáveis através do equilíbrio dos interesses, que devem ser gerenciados pelos administradores para o bem da organização como um todo. A avaliação estratégica da importância da Informática na empresa agro-industrial pode ser realizada por diversos instrumentos; os dois conjuntos mais utilizados são os conceitos baseados no Modelo de Mac Farlan (1997) e as diversas adaptações baseadas na teoria e modelos de Porter (1995). As principais forças internas que afetam, desafiam e mudam as organizações, numa perspectiva do papel da tecnologia da informação na mudança dessas forças, podem ser caracterizadas em: 1- Relacionamento com clientes; 2- Canais de Distribuição; 3- Concorrência e Competitividade; 4- Funções Administrativas; e 5- Tecnologia. O sucesso no mercado de hoje cada vez mais está demandando a integração de todas atividades da organização: produção, Vendas, Marketing, Serviços, Finanças e outras. Poucas empresas podem dar-se ao luxo de decidir se devem ao realizar mudanças ou melhoramentos; elas têm de realizá-los para sobreviver. O modelo de Mac Farlan, citado anteriormente e mostrado no diagrama a seguir, relaciona quatro cenários denominados: Suporte, Operacional, Reviravolta e Estratégia, em função da importância relativa da carteira de aplicações atuais e futuras. Trata-se de uma abordagem clássica e contingencial para a avaliação do papel da informática. O modelo além de intuitivo, fornece uma estrutura sólida para direcionar o planejamento de Informática. As evidências empíricas da sua aplicação comprovam estas afirmações. Examinando o modelo, podemos identificar que normalmente a empresa encontra-se no cenário de reviravolta. Esse cenário caracteriza empresas nas quais as aplicações atuais fornecem um suporte operacional importante. Porém a empresa não depende essencialmente da informática para alcançar seus objetivos e metas. O mesmo não acontece em relação à carteira de aplicações futuras de sistemas, pois a competitividade e principalmente o crescimento da empresa dependem criticamente de novas aplicações, planejados ou potenciais. Sem dúvida, a sofisticação da tecnologia, as exigências de qualidade, a crescente inteligência dos equipamentos e as necessidades de planejamento e programação da produção, de redução de custos e aumento da eficiência, tanto na fábrica como nos escritórios, fazem da Informática na empresa um componente essencial no futuro. Para cada cenário, Mc Farlan sugere uma estratégia para Informática, conforme a tabela 1. 3 Tabela 1: Estratégia Geral para Informática da Empresa Assunto Comitê Diretor de Sistemas Cenário-Ontem Suporte/Operacional Nível médio não é crítico Planejamento da informática Não é crítico, erro na alocação de recursos não é fatal Carteira de Aplicações Evita projetos de alto risco Nível e estilo gerencial Cenário-Hoje Reviravolta/Estratégica Nível alto, papel chave. Envolvimento da alta administração é crítico. Vital, deve estar intimamente relacionado ao planejamento da empresa. Alocar bem os recursos. Projetos avançados que possibilitem à empresa ganhos estratégicos. Alto e crítico ( na informática) Médio e flexível (na informática) Tecnologia Postura conservadora (Alguns anos atrás das inovações) Assumir riscos e adotar as últimas inovações. Envolvimento dos usuários Pequeno Dinâmica de Ação Maior tempo para tomada de Crítico, as decisões devem ser imediatas. decisão Fonte: MEIRELLES, Fernando de Souza. Informática: Novas aplicações com Microcomputadores. 2 ed. Makron books. A partir do quadro acima, a empresa visualiza que a Informática constitui um componente essencial à sua eficiência e a seu desenvolvimento futuro. Considera a situação atual insatisfatória tanto em termos de sistemas como de equipamento disponível. Está consciente da necessidade de expandir a capacidade atual. Não se trataria apenas de resolver um problema específico de hardware, é necessária uma política de Informática que a coloque tão em controle desta tecnologia quanto da tecnologia dos produtos que fabrica. Ao observ armos o quadro, destacamos a parte correspondente ao nível e estilo gerencial, pois achamos que nessa área, Senge (1990), propõe organizações de aprendizagem, caracterizadas por uma visão sistêmica do processo, de suas inter-relações sociais, culturais, econômicas, organizacionais, psicológicas, etc. Gerentes perdem a visão das conseqüências de suas ações por perderem o senso de conexão como parte de um todo. Assim eles pensam que compreendem relações entre ações e resultados quando, na verdade, essas relações são extremamente complexas. Tal pensamento linear expressa-se através dos padrões usuais de causa e efeito e do “jugo do pré - estabelecido” (Epstein, 1990). Esse domínio do pensamento lógico, linear, sobre a intuição e imaginação, nos mais diversos campos do saber, foi legado que nos deixou Descartes, no século XVII. Contudo, na proximidade do segundo milênio, a tendência para a síntese acontece em todos os movimentos científicos. Esse relacionamento entre ciência e negócios já existe desde há vários anos. Embora o pensamento newtoniano tenha sido, em muitos aspectos, a fonte inconsciente de inspiração para o projeto organizacional a ciência foi incorporada deliberadamente à teoria da administração, creditando-se a ela a virtude de conferir a esta última maior validade na era da “administração científica”, nos primeiros anos deste século.( Wheatley, 1995 ). Os empreendimentos da ciência e dos negócios permitem uma tremenda liberdade de expressão. O que ele não aceitam é ausência de “resultados”, porque aí nossas histórias ficam sem substância. Nossa ciência e nossas empresas de nada valeriam. Ausência de resultados é a fraude na ciência e nos negócios. Resultado? “Resultado é o que define “verdades” em ciência, e eu me permitiria dizer também em negócios e mesmo na arte, ainda que com conotações diferentes em cada campo”.(Nobrega, 1998). No contexto empresarial, os gerentes tentam administrar estabilidade, quando deveriam liderar mudanças. You manage stability; you must lead change ( Letwin, Bray e Brooke, 1996, p. l40), são as palavras desses autores ao se 4 referirem às estratégias de mudança e ao papel dos gerentes como líderes no sentido de tratabalha-las, de forma efetiva, em todos os níveis organizacionais. Isso significa levar a estratégia para vida ( bringing strategy to life, Litwin, Bray e Brooke, 1996), enfrentando a frustração, a vulnerabilidade, o medo, os questionamentos (- mas, vale a pena ?) de empregados e gerentes. Enfim, em função dos aspectos anteriormente comentados e de algumas recomendações suscitadas durante a redação, a concepção sistêmica parece evidenciar que a realidade pode ser melhor entendida quando se aprimora a qualidade do pensamento, integrando as funções de ambos os hemisférios cerebrais. E que, ao invés de retas, ela tece desenhos em espirais (Peçanha, 1996). Recorre-se aqui ao uso de imagens porque “as palavras são importantes, as imagens mais. Para lidar com a nova era, precisamos de novas metáforas”( Peters, 1994, p.216). GERINTERNET: UMA NOVA FORMA DE FAZER E GERENCIAR MUNDIAL NO CONTEXTO DE EMPRESAS AGROPECUÁRIAS. NEGÓCIOS ATRAVÉS DA REDE “Reengenharia: rei morto, rei posto…” Como é de costume na nossa estranha comunidade de negócios, já estamos matando e decretando o fracasso daquela que foi há bem pouco tempo atrás apontada como a única saída. A Reengenharia, surgida no início desta década como uma verdadeira revolução na maneira de fazer e gerir negócios, viveu seu ciclo glorioso nas etapas de encantamento, apogeu e decadência, como toda nova forma de conhecimento. O natural desencantamento daqueles que esperavam mais do que a reengenharia poderia proporcionar, somado ao fracasso dos que tentaram implementá-la sem ao menos entender sua cartilha básica, acabou por proporcionar aos críticos, cépticos e acomodados que desde o princípio torciam para que mudanças não fossem implementadas, a tão esperada chance de cantar a derrota das idéias revolucionárias de Hammer (1994). Da mesma forma que todas as outras tecnologias que foram moda, ela não desaparece simplesmente. Diríamos que remodela-se, porém os seus princípios básicos permanecem. Por exemplo, a Reengenharia carece de conceitos mais completos, como o de focar-se mais em aspectos estratégicos , ser mais voltada para fora da empresa, e tratar melhor os aspectos humanos envolvidos. Natural seria uma revisão dos pontos fracos e melhorar aquilo que não deu certo e não decretar o fim de algo que está apenas por começar. Porém, mais forte que a imobilidade de alguns e a incompetência de outros permanece cada vez mais presente a necessidade de mudança. A verdadeira revolução criadora que Hammer (1994) proclama, na verdade não é conseqüência da reengenharia. Muito pelo contrário, é o motivo imperioso para a reengenharia. Desta forma, não basta “tapar o sol com a peneira, esconder a cabeça embaixo da terra”, e proclamar a queda da Reengenharia, uma vez que não se poderá decretar a imobilidade e a redução de ritmo alucinante de inovações na face da Terra. Assim, se o termo “Reengenharia”, hoje se encontra desgastado, as sua idéias serviram para que a sociedade como um todo percebesse que vivemos de profundas mudanças na nossa realidade e que grande parte delas tem como origem as inovações criadas pela Tecnologia da Informação. E nessa ciranda consumista de novas idéias, mal decreta-se a falência da reengenharia, já começamos a reeleger nossos novos “profetas”. Nesta “esteira”, surge Nicholas Negroponte (1995), que através de sua obra “A vida digital ”, estabelece um conceito extremamente simples, mas fundamental para se entender o panorama das instituições da nova sociedade informatizada. Apesar de criticado por não saber concluir adequadamente o impacto que seu conceito terá no mundo dos negócios, Negroponte (1995) nos abre um espaço bastante interessante para discutirmos projeções e interpretações das perspectivas que sua idéias nos apontam. 5 O conceito básico a que nos referimos, trata de distinguir BITS e ÁTOMOS, ou seja, separar claramente as coisas que se movimentam e manipulam fisicamente ( átomos) da riqueza maior do próximo período da história humana, que será sem dúvida a informação (BIT). Desta forma, tudo aquilo que pode ser tratado virtualmente, através da digitalização de uma informação, implicará na desnecessidade de sua manipulação física. Todos os negócios, sem exceção, serão afetados pela explosão e proliferação do mundo digital. Uma boa parte das organizações que conhecemos continuará fabricando os átomos que comemos, vestimos, e servem para nos levar de uma lado para o outro. A complexidade desta operação não diminuirá e continuará sujeita a todas as regras da física. Assim as funções de Fabricar, armazenar e transportar são tarefas que continuarão a existir. Todo o resto, no entanto, será radicalmente mudado. O comércio, a administração, as finanças e os serviços se tornarão radicalmente digitais. Toda intermediação humana e organizacional será feita através de elétrons binários que se movimentarão no éter, ou no chão. Igualmente, o entretenimento será digital, mesmo que necessite de átomos para ser acessado e distribuído como o caso do CD de áudio e de vídeo. A maioria das organizações que conhecemos são puramente processadoras de bits. Enquadram-se nesta modalidade, os bancos e todo o setor financeiro, jornais, revistas, editoras, estúdios de TV e cinema, etc. Mesmo nas organizações cujo segmento de negócio é mais ligado ao átomo, grande parte de suas áreas funcionais serão tremendamente afetadas. A fabricação e logística que são atividades mais físicas passarão a ser planejadas e controladas cada vez mais por instrumento digitais, simplificando o registro, reduzindo custos e agilizando o fluxo. Será na área comercial que surgirão as maiores transformações dessa revolução digital. Toda forma de intermediação será substituída pela integração digital. O aprimoramento dos sistemas EDI Eletronic Data Interchange, fará com o cliente e fornecedor se falem, combinem, negociem e se acertem financeiramente sem a necessidade de intermediários. As funções e careiras ligadas ás áreas de Compras e Vendas, devem sofrer profundas reformulações. Assim as burocracias e processos ligados a processamento, de requisições e ordens de compra, pedidos, faturas, duplicatas, cobrança escritural, etc. No mundo digital, toda forma de intermediação que não agregue valor corre o risco de desaparecer. Dentre, as mais recentes aplicações da Tecnologia da Informação está a criação de uma super rede mundial, que a Internet, possibilitando atualmente idéias como a da virtualidade das empresas, e a adoção cada vez mais de “bits” como forma de interface entre parceiros de negócios, cada vez menos “átomos” fluirão entre elas, tornando cada vez mais digital o ambiente de negócios. Aquilo que se observa como realidade clara no setor financeiro, passará a estender-se a todo o setor de serviços, abrangendo boa parte da intermediação comercial, fazendo com que simplesmente desapareçam os processos de compras e de vendas da forma com que se realizam hoje. As grandes transações poderão ser realizadas dentro do modelo High- Tech/ Low-touch, ou seja, reduzindo o contato físico e ampliando o interfaceamento tecnológico. Pesquisas realizadas pela Andersen Consulting em 1996, apontaram que 18% do custo da mercadoria vendida no varejo se encontram nas despesas da loja. Itens como salários e encargos, aluguel, impostos, luz, segurança etc… Além do mais, as lojas virtuais dispensam ponto comercial valorizado, vendedoras sorridentes e motivadas. Assim, as novas lojas abertas no ciberespaço, atraem clientes com preços menores, maior comodidade e segurança e impõem a que seus concorrentes acompanhem as suas condições. 6 Nesse ambiente, ainda mais acirradamente competitivo é que surge então a verdadeira idéia de reengenharia, que foi plantada pela semente de Michael Hammer, onde não basta a automação comercial, ou colocar-se uma máquina de impressão de cheques. Para se manter competitivo e sobreviver nos novos tempos, será necessário recriar a empresa, repensar os processos de negócio de modo a explorar de maneira estratégica o tremendo potencial oferecido pelas novas tecnologias. Temos hoje já na Internet, cerca de 21000 empresas ocupando o espaço virtual para divulgar seus serviços e produtos e para atender seus clientes. Acredita-se que até o final desta década um bilhão de pessoas por toda a face do planeta estarão ligados a esse fabuloso mercado. CONCLUSÃO O processo de gerenciamento por resultados, apresenta uma intervenção no subsistema técnico da organização, mas é importante não esquecer suas implicações no subsistema social. Também devemos levar em consideração a divisão da estrutura feita com base no processo de informações e tomada de decisões, que estabelece diferenças entre o nível estratégico, administrativo e operacional. Cada um deles merece atenção e tratamento diferenciados. Os recursos empregados no processo de implantação tem sido basicamente Treinamento e Consultoria. As habilidades necessárias para o desenvolvimento de seminários e atividades de caráter educacional são importantes no processo de consultoria. As experiências da última enriquecem a primeira. Podemos dizer, como aspecto final e importante, que em todo o desenvolvimento do sistema temos em mente que desenvolvemos um processo de aprendizagem de adultos (Andragogia) que, como tal, deve respeitar as experiências anteriores e procurar gradativo desenvolvimento dos indivíduos. Grande parte do êxito de qualquer mudança organizacional, voltamos a repetir, muita vezes depende mais forma do que do conteúdo. BIBLIOGRAFIA BERTALANFFY, L. V. General System Theory. New York: George Braziller, 1968. BION, W. R. Learning from Experience. London: Heinmann, 1962. CHILDE, G. A evolução Cultural do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. FLEURY, A & FLEURY, M.T.L. Aprendizagem e Inovação Organizacional. 2º ed. São Paulo: Atlas, 1995. FLEURY, M.T.L. Desafios e impasses na formação do gestor inovador. In Davel, E. e Vasconcelos, J. ( orgs.) Recursos Humanos e subjetividade. Petrópolis: Vo zes, 1995, p. 187-196. 7 LITWIN, G.H., BRAY, J. & BROOKE, K.L. Mobilizing the Organization: Bringing Strategy to Life, 1996. MEIRELES, F. de S. Informática: Novas Aplicações com Microcomputadores. 2. Ed. São Paulo: Makron Books, 1995. PEÇANHA, D.L. Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais. Porto Alegre: SEBRAE, 1994. PETERS, P. 1995. O Seminário de Tom Peters– Tempos Loucos Exigem Organizações Malucas. São Paulo: Harbra, SENGE, P.M. A Quinta Disciplina. São Paulo: Nova Cultural, 1990. 8