Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.67-73, 2010 ISSN 1517-8595 67 EXPRESSÃO DA ALFA E BETA AMILASE DURANTE A GERMINAÇÃO DE CEVADA Iratan Jorge dos Santos 1 , Yaro Luciolo dos Santos 2, Maria Goreti de Almeida Oliveira 3, Paulo Henrique Alves da Silva 4 RESUMO O presente trabalho teve o objetivo de monitorar a expressão da alfa e beta amilase, durante o processo de maltagem. Foram utilizadas sementes de cevada (Hordeum vulgare L.) da variedade BR-2, umedecidas em bandejas de inox, através do processo cíclico 2/4/1/4/1 intercalado que envolve umedecimento com água potável seguido de repouso a 20ºC, em seguida foi colocada para germinar com camada de 4 cm de espessura a 16ºC por 84 horas com umidade em torno 42 – 45 %, repondo água de 16 e 32 horas. Foram retiradas amostras em intervalos regulares de 8 horas para testes enzimáticos. Durante a germinação as atividades da enzima alfa amilase foram crescentes com incremento 24 e 72 horas. Com os maiores picos de aumento em relação ao tempo de germinação, pode-se monitorar a formação da enzima sugerindo melhores hidrólises amiláceas. Já a beta amilase Os maiores incrementos da atividade foram notados após 24, 32, e 64 horas de germinação. O estudo dos maiores aumentos dessa enzima em função da faixa de tempo de germinação pode fornecer informações necessárias para produção de malte com teores enzimáticos variados, sendo também importante, por ser indicativo de melhor poder diastático, crucial na produção de açúcares redutores. Palavra-chave: Hordeum vulgare L.; enzimas; maltagem; poder diastático. EXPRESSION OF ALPHA AND BETA AMYLASE DURING THE GERMINATION OF BARLEY ABSTRACT This study seeks to monitor the expression of alpha and beta amylase during malting process. Seeds of barley (Hordeum vulgare L.) of the variety BR-2, in trays of moistened steel, through cyclical process involving wetting 2/4/1/4/1 intermingled with drinking water put to rest at 20 ° C were then placed to germinate on a 4 cm thick layer at 16 ° C for 84 hours at a humidity level ranging from 42 to 45%. Water was restored at intervals of 16 - 32 hours. Samples were taken at regular intervals of 8 hours for enzyme tests. During germination, the activity of the alpha amylase enzyme increased with time extension to 24 and 72 hours. At the highest increasing peaks, in relation to germination time, one can monitor the formation of the enzyme and suggest better amylases hydrolysis. As for the beta amylase, the biggest increases in activity were noted after 24, 32, and 64 hours of germination. The study of the largest increase of this enzyme as a function of time of germination may provide the information needed to produce malt with varied enzyme levels, being also an important indication of much better diastatic power – crucial for the production of sugars. Keyword: Hordeum vulgare L., enzymes, malting, diastatic power . Protocolo 103.002 80 de 25/09/2008 1 Professor Doutor do Departamento de Tecnologia – Universidade Estadual de Feira de Santana. Br 116, km 03 Campus Universitário CEP:44031-460 Feira de Santana – BA, Brasil. E-mail: [email protected]. 2 Mestrando do Departamento de Microbiologia – Universidade Federal de Viçosa. Avenida Peter Henry Rolfs s/n, Campus Universitário, CEP 36579-000 Viçosa – MG, Brasil. E-mail: [email protected] 3 Professora Doutora do Departamento de Bioquímica – Universidade Federal de Viçosa. Avenida Peter Henry Rolfs s/n, Campus Universitário, CEP 36579-000 Viçosa – MG, Brasil. E-mail: [email protected]. 4 Professor Doutor do Departamento de Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa. Avenida Peter Henry Rolfs s/n, Campus Universitário, CEP 36579-000 Viçosa – MG, Brasil. E-mail: [email protected] Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.67-73, 2010 68 Expressão da alfa e beta amilase durante a germinação de cevada INTRODUÇÃO Na germinação da semente de cevada durante a etapa de maltagem ocorrem três fases evidentes: embebição de água, alongamento da célula e aumento do número de células. O início da germinação da cevada ocorre somente a partir de determinados teores de umidade acima de 30% (Ma et al., 2002; Helland et al., 2002). As enzimas na cevada são produzidas como resultado da ação de hormônios, que são distribuídos com a penetração de água do escutelo ao longo da camada de aleurona (Maya-ampudia & Bernal-lugo, 2006). Dentre as enzimas produzidas a alfa e beta amilase caracterizam-se por serem as principais enzimas produzidas durante a germinação (Onyeka & Dibia, 2002; Muralikrishna & Nirmala, 2005). A alfa-amilase (1,4-α-Dglucanohidrolase, EC 3.2.1.1, enzima dextrinizante) pode atacar as cadeias dos componentes do amido em qualquer ponto no interior da cadeia linear. Isto eqüivale dizer que a alfa-amilase é uma endoenzima que hidrolisa ligações O-glicosídicas α(1-4), produzindo oligossacarídeos que contêm ligações α(1-6), além de glicose e maltose. As ligações α(1-6) não são quebradas pela alfa-amilase (Georgkraemer et al., 2000; Macgregor et al, 2001; Juge et al., 2006; Xiao et al., 2006; Eneje et al., 2004; Adewale et al., 2006). Segundo Kunze (1996), a alfa-amilase não está acentuadamente presente na cevada; a maior parte da alfa-amilase é produzida no segundo e quarto dias de germinação e a quantidade desta enzima pode ser aumentada durante o prolongamento da germinação. Segundo Georg-kraemer et al. (2000) é crucial saber os momentos de ascensão das amilases durante a germinação. A beta amilase, α-1,4- α glucan maltohidrolase (EC 3.2.1.2) é uma exoenzima e hidrolisa ligações α(1-4), a partir da extremidade não-redutora, produzindo maltose (Clark et al., 2003; Mohan et al., 2005; Brien & Fowkes, 2005; Sahlström et al., 2003). Antes da germinação, a beta-amilase já está presente em quantidades maiores na Santos et al. cevada, quando comparada à alfa-amilase. Depois de uma diminuição inicial, a quantidade de beta-amilase tem aumentos consideráveis no segundo e terceiro dias de germinação (Molinacano et al., 2000, 2001; Kunze, 1996). A quantidade de alfa e beta-amilase depende de vários fatores: variedade da cevada, condições climáticas, tamanho do núcleo embrionário, conteúdo de água mais elevado na produção de malte verde, temperatura de germinação e maceração; quanto mais elevada à temperatura, mais rápido é o processo (Saika et al., 2005). Em função da importância desses fatores se faz necessário o estudo das condições com determinação de variáveis específicas de forma a otimizar as atividades enzimáticas. O objetivo do presente trabalho foi examinar as mudanças na expressão da alfa e beta amilase no endosperma da cevada da variedade BR2 em termos de atividade específica durante a germinação no processo de maltagem, de forma a verificar as maiores produções em relação ao tempo de germinação. Baseado no ponto de vista que são enzimas de fundamental importância para fabricação da cerveja na etapa de mosturação, pois são responsáveis pela hidrólise dos polissacarídeos em açúcares mais simples. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi conduzido nos Laboratórios de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas (Departamento de Engenharia Agrícola), de Tecnologia e Produção de Sementes (Departamento de Fitotecnia) e de Enzimologia (Núcleo de Biotecnologia Aplicada a Agropecuária), todos da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG. Foram utilizadas sementes de cevada (Hordeum vulgare L.) da variedade BR-2, processadas, fornecidas pela Companhia Brahma (Filial Malteria Navegantes, Porto Alegre-RS). As principais etapas do processo de malteação utilizadas no experimento foram: classificação, maceração, germinação, secagem e desbrotamento (Figura 1). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.67-73, 2010 Expressão da alfa e beta amilase durante a germinação de cevada 100 − U i Mt f = Mt i 100 − U f CLASSIFICAÇÃO MACERAÇÃO GERMINAÇÃO SECAGEM DESBROTAMENTO Figura 1 - Fases do processo de malteação da cevada. Na etapa de maceração foram utilizadas amostras de 300 g de cevada, acondicionadas em bandejas de alumínio inoxidável, em um ambiente com temperatura controlada a 20 oC. Utilizou-se um processo cíclico, denominado “2/4/1/4/1” intercalado, recomendado pela Empresa Brahma. Este processo consiste de três etapas, que envolvem umedecimento com água potável, seguido de repouso ao ar ambiente. Na primeira etapa, o período de reumedecimento foi de 2 horas e o de repouso, 4 horas. Na segunda, os períodos de reumedecimento e de repouso foram, respectivamente, de 1 e 4 horas. Finalizando, na terceira etapa, os grãos foram umedecidos durante 1 hora. As pesagens das amostras foram realizadas no início do teste e após 2, 6 e 12 horas. Os grãos, durante o processo, foram revolvidos manualmente, para retirada de CO2. Em todos os testes, as bandejas provenientes da etapa de maceração, contendo camadas finas de 4 cm de grãos, para facilitar o controle de CO2, foram colocadas em germinadores a 16 oC, onde permaneceram durante 84 horas. O teor de água do produto, controlada por pesagens periódicas em balança eletrônica, foi mantida em torno de 42 – 45% b.u., com reposição de água nos intervalos de tempo de 16 e 32 horas. A quantidade de água usada na reposição foi determinada pela equação: 69 Santos et al. (1) Mtf = massa total final; Mt i = massa total inicial; Ui = umidade inicial; Uf = umidade final. Durante o período de germinação (84 horas), foram retiradas amostras em intervalos regulares de 8 horas. Estas amostras foram submetidas a testes enzimáticos, para o acompanhamento do desenvolvimento da atividade da beta-amilase. Cinco gramas de malte, finamente triturados, foram dissolvidos em 100 ml de cloreto de sódio 0,5%, permanecendo por 1 hora a 30 oC, em constante agitação. Em seguida, foram centrifugados (9.000 rotações por 5 minutos) e filtrados em papel-filtro. Dez mililitros do filtrado, diluídos em 100 ml de cloreto de sódio 0,5%, foram deixados à temperatura ambiente, antes da determinação da atividade. Foram pipetados 0,04 – 1,0 ml da solução de maltose com 5 micromoles/ml, fazendo-se a diluição para 2 ml, em cada tubo, com água deionizada. Após adicionar 1 ml de ácido dinitrossalicílico reativo de cor à solução, esta foi incubada em banho de água fervente, durante 5 minutos. Após o resfriamento à temperatura ambiente, a solução foi diluída com 10 ml, de água deionizada, em cada tubo, e fez-se a leitura a 540 nm, com o aparelho calibrado com o branco. Foi determinada a maltose liberada na curva-padrão. A atividade da alfa-amilase foi determinada pelo método de Bernfeld (1955), utilizando amido como substrato. Para isto, foi pipetado 0,5 ml da solução de extrato de cevada ou malte ou água, no caso do controle, adicionado a 0,5 ml da solução de amido 1% (p/v), em tampão fosfato de sódio 0,2 M, pH 6,9, com 0,006 M de cloreto de sódio. Após a incubação dessa solução durante 3 minutos, a 25 oC, adicionou-se 1 ml de ácido dinitrossalicílico 1% (p/v), reativo de cor, e, novamente, ela foi incubada durante 5 minutos, em banho-maria. Após este procedimento, levou-se a solução a 25 oC e, em seguida, foram adicionados 10 ml de água deionizada, determinando-se a absorvância da mistura de reação a 540 nm. A quantidade de micromoles de maltose liberada foi obtida por meio da curva-padrão. A partir desses valores, foram calculadas as atividades, utilizando a seguinte equação: Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.67-73, 2010 70 U mg = Expressão da alfa e beta amilase durante a germinação de cevada Micromoles liberados 3 minutos x mg proteinas (2) Utilizou-se o mesmo procedimento anterior, para determinação da beta-amilase. Neste caso, a solução-tampão utilizada foi acetato de sódio 0,016 M, pH 4,8. As dosagens de proteínas foram realizadas pelo método do ácido bicinconínico Smith et al. (1985), utilizando albumina sérica bovina como padrão, na concentração de 2,0 mg/mL de água deionizada. Os compostos utilizados para reagir com as proteínas da cevada foram os reagentes A e B. Para o preparo do reagente A, dissolveram-se 1,0 de bicinconinato de sódio, 160,0 mg de tartarato de sódio, 1,8 g de carbonato de sódio, 400,0 mg de hidróxido de sódio e 950,0 mg de bicarbonato de sódio, em Santos et al. 100,0 ml de água deionizada, e o pH foi ajustado para 11,3. Para o preparo do reagente B, dissolveram 4,0 g de sulfato de cobre em 100,0 ml de água deionizada. Para as dosagens, em triplicatas a 50 µl da amostra, adicionou-se 1,0 ml do reagente de trabalho (100:2 reagente A: reagente B). A solução foi agitada e levada para banho-maria a 37 oC, por 30 minutos. Em seguida, os tubos foram resfriados à temperatura ambiente, por 20 minutos, e a absorvância foi lida a 540 nm. RESULTADOS E DISCUSSÃO Procedendo ao processo germinativo do grão de cevada sob temperatura controlada de 16°C foi conferido um incremento na enzima alfa-amilase (Figura 2). Figura 2 - Perfil de formação da alfa-amilase Nas primeiras horas de germinação, até atingir 8 horas, ocorreu redução, da atividade específica da enzima alfa-amilase de 79% que provavelmente segundo Georg-kramer et al. (2000), pode estar ligada a presença de um inibidor cujo principal propósito é amortecer a atividade da alfa amilase para evitar uma germinação prematura (Figura 2). Em trabalhos desenvolvidos por Kunze (1996) também foi observado que a alfa-amilase não está acentuadamente presente na cevada não malteada. No intervalo de tempo restante durante o processo germinativo a atividade da enzima permaneceu sempre em crescimento. Pode-se observar que nas 8 horas finais do primeiro dia, até completar 24 horas, ocorreu o primeiro grande aumento da enzima alfaamilase (141%), seguido de um aumento moderado até 64 horas (160%) (Figura 2). Após 72 horas de germinação, notou-se um aumento acentuado da enzima, que passou de 0,0437 U/mg (tempo zero) para 0,0828 U/mg (tempo 84 horas), resultados que estão de acordo com relatos de Kunze (1996), onde afirma que a maior parte da alfa-amilase é produzida no segundo e quarto dias de germinação e a quantidade desta enzima pode ser aumentada durante o prolongamento da germinação, quando são requeridos maltes muito ricos em enzimas para converter grandes quantidades de amido nas cervejarias. Também de acordo com trabalhos efetuados por Georgkraemer et al. (2000) os níveis das amilases produzidas na cevada aparecem em ascensão durante a maltagem com atividades diferentes ao longo do processo, e é importante determinar Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.67-73, 2010 Expressão da alfa e beta amilase durante a germinação de cevada quando este momento ocorre durante a germinação porque é crucial para obter máxima produção da enzima para assegurar a degradação do amido em açúcares mais simples utilizados no processo fermentativo e para se ter um controle do tempo de germinação. Provavelmente os aumentos e diminuições na síntese da alfa amilase estão relacionadas a processo fisiológico na formação do grão e no desenvolvimento e início da germinação. Essa síntese está submetida ao controle hormonal das giberelinas na camada de Santos et al. 71 aleurona (Maya-ampudia & Bernal-lugo, 2006; Muralikrishna & Nirmala, 2005). Durante as oito primeiras horas de germinação (Figura 3), foi observada redução, da atividade específica da enzima beta-amilase de 81% em relação ao total inicial da enzima. Isso pode estar relacionado provavelmente com a forma compacta em que a beta amilase está presente no grão de cevada, não tendo sua atividade totalmente evidenciada. Outras diminuições durante a germinação também foram observadas em trabalhos por Molinacano et al. (2001). Figura 3 - Perfil de formação da beta amilase em atividade específica No intervalo de tempo restante, a atividade da enzima foi sempre crescente (Figura 3) o que concorda com os resultados obtidos por Ziegler (1999) e Evans et al. (1997), que relataram aumentos sensíveis na atividade enzimática no decorrer da germinação. Foram observados três aumentos marcantes na atividade específica nos tempos de germinação de 24, 32 e 64 horas. Os resultados estão parcialmente de acordo com os de Kunze (1996), que relatou um aumento da enzima nos segundo e terceiro dias de germinação. As atividades dessa enzima podem estar relacionadas a processos fisiológicos ocorrentes na formação do grão e no inicio do desenvolvimento da germinação. Esses resultados estão de acordo com as pesquisas efetuadas por Evans et al. (1997) que também observou as maiores produções da beta amilase durante o desenvolvimento do grão tendo as maiores atividades no segundo dia de germinação e nos dias subsequentes, que podem estar relacionados à mudança da forma compacta para forma livre que ocorre nessa enzima. Em pesquisas realizadas por Wang et al. (2003) o autor afirma que a beta-amilase é sintetizada e acumulada durante desenvolvimento do grão, apresenta-se em duas formas principais: um complexo de proteína insolúvel (forma compacta) principalmente associado com a periferia dos grânulos de amido, e uma forma solúvel ou livre. A forma compacta é ligada por pontes de dissulfeto situadas na periferia dos endospermas dos grânulos de amido. A forma compacta não é completamente inativa, mas expressa uma fração da atividade após a liberação. A ativação enzimática pode ser em decorrência da redução das ligações dissulfeto levando a uma mudança na conformação na parte ativa ou em conseqüência de alguma despolimerização de oligômeros. A atividade de beta-amilase nesse experimento passou de 0,0510 U/mg (tempo zero) para 0,1136 U/mg (tempo 84 horas), um aumento de 2,23 vezes (Figura 3). A otimização do tempo de germinação adequado para atingir o nível de atividade da Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.67-73, 2010 72 Expressão da alfa e beta amilase durante a germinação de cevada beta amilase e encerrar a germinação é fundamental para atingir bons resultados na maltagem. Para Georg-kramer et al. (2000) muitas empresas produtoras de malte vêm tentando reduzir o período de germinação no processo de maltagem, o que permitiriam a redução de despesas e a maltagem de uma quantidade de grãos em menos tempo. O processo de maltagem induz a germinação e assegura o crescimento da semente com produção de beta amilase de relevante influência no poder diastático. CONCLUSÃO Existe sempre uma tendência de aumento na atividade das duas enzimas. A beta amilase apresenta maiores atividades que a alfa amilase nas condições testadas Os maiores aumentos de atividade da alfa amilase acontecem após 24 e 72 horas de germinação. Já para beta amilase os maiores incrementos da atividade específica ocorrem após 24, 32, e 64 horas de germinação. O estudo dos maiores aumentos dessa enzima em função do faixa de tempo de germinação forneceu informações necessária para produção de malte com teores enzimáticos variados, podendo ser utilizado na hidrólise de amidos de varias origens. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adewale, I. O.; Agumanu, E. N.;Otihokoronkwo, F.I. Comparative studies on #x3b1;-amylases from malted maize (Zea mays), millet (Eleusine coracana) and Sorghum (Sorghum bicolor). Carboidrate polymers, v.22, p. 2-16, 2006. Bernfeld, P. Amylase α and β in methods in enzymology. In: Colowick, S.P., Kaplan, N. (Eds.). New York: Academic Press, 1955, 149p. Brien, R. O.; Fowkes, N. Modification patterns in germinating barley—malting II. Journal of Theoretical Biology, v. 23, p. 315-325, 2005. Clark, S. C.; Hayes, P. M.; Henson, C. A. Effects of single nucleotide polymorphisms in β-amylase1 alleles from barley on functional properties of the enzymes. Plant physiology and biochemistry, v. 41, p. 798-804, 2003. Santos et al. Eneje, L.O.; Ogu, E.O.; Aloh, C.U.; Odibo, F.J.C.; Agu, R.C.; Palmer, G.H. Effect of steeping and germination time on malting performance of Nigerian white and yellow maize varieties. Process Biochemistry, v. 39, p. 1013–1016, 2004. Evans, D. E.; Wallace, W.; Lance, R. C. M.; Macleod, L. C. Measurement of betaamylase in malting barley (Hordeum vulgare L.). The effect of germination and kilning. Journal of cereal, v.26, p. 241 – 250, 1997. Georg-kraemer, J.E.; Mundstock, E. C.; Cavalli-molina, S. Developmental expression of amylases during barley malting. Journal of cereal science, v. 33, p.279-288, 2000. Helland, M.H.; Wicklund, T.; Narvhus, J.A. Effect of germination time on α-amylase production and viscosity of maize porridge. Food Research International, v 35, p. 315– 321, 2002. Juge, N., Nøhr, J.; Gal-coëffet, M. F.; Kramhøft, B.; Furniss, C. S. M.; Planchot, V.; Archer, D. B.; Williamson, G.; Svensson, B. The activity of barley αamylase on starch granules is enhanced by fusion of a starch binding domain from Aspergillus niger glucoamylase. Biochimical et biophysica (BBA) – Proteins & Proteomics, v. 1764, p. 275– 284, 2006. Kunze, W. Technology brewing and malting. Research and teaching institute of brewing, 1996. Disponível em: < http:// www.vlbberlin.org/english/kunze/enzym.htm>. Acesso em 18 abr. 2007. Ma, Y.; Langridge, P.; Logue, S. J.; Evans D. E. A Single Amino Acid Substitution that Determines IEF Band Pattern of Barley Beta-amylase. Journal of Cereal Science, v.35, p. 79 – 84, 2002. Macgregor, E.A.; Janecek, S.; Svensson, B. Relationship of sequence and structure to specificity in the α-amylase family. Biochim. Biophys., Acta 1546, p. 1–20, 2001. Maya-ampudia, V.; Bernal-lugo, I. Redoxsensitive target detection in gibberellic acidinduced barley aleurone layer. Free radical biology and medicine, v. 40, p.1362 – 1368, 2006. Mohan, B.H.; Gopal, A.; Malleshi, N.G.; Tharanathan, R.N. Characteristics of native and enzymatically hydrolyzed ragi (Eleusine Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.67-73, 2010 Expressão da alfa e beta amilase durante a germinação de cevada coracana) and rice (Oryza sativa) starches. Carbohydrate polymers, v.59, p.43-50, 2005. Molina-cano, J.L.; Rubió, A.; Igartua, E.; Gracia, P.; Montoya, J.L. Mechanisms of malt extract development in barleys from different European regions. II. Effect of barley hordein fractions on malt extract yield. Journal of the Institute of Brewing, v.106, p. 117–123, 2000. Molina-cano, J. L.; Polo, J. P.; Romera, E.; Araus, J.L.; Zarco, J.; Swanston, J.S. Relationships between barley hordeins and malting quality in a mutant of cv. Triumph I. Genotype by environment interaction of hordein content. Journal of Cereal Science, v.34, p. 285–294, 2001. Muralikrishna, G.; Nirmala, M. Cereal αamylases—an overview. Carbohydrate polymers, v.60, p.163-173, 2005. Onyeka, U.; Dibia, I. Malted weaning food made from maize, soybean, groundnut and banana. Journal of the Science of Food and Agriculture, v.82, p. 513–516, 2002. Sahlström, S.; Bævre, A. B.; Bråthen, E. Impact of starch properties on hearth bread characteristics. II. Purified A- and B-granule Santos et al. 73 fractions. J. Cereal Sci., v.37, p. 285–293, 2003. Saika, H.; Nakazono, M.; Ikeda, A.; YamaguchI, J.; Masaki, S.; Kanekatsu, M., Nemoto, K. A transposon-induced spontaneous mutation results in low #x3b2;amylase content in rice. Plant science, v.169, p.239-244, 2005. Smith, P.K.; Krohn, R.I.; Hermanson, G.T.; Mallia, A.K.; Gartner, F.H.; Provenzano, M.D.; Fujimoto, E.K.; Goeke, N.M.; Olson, B.J.; Klenk, D.C. Measurement of protein using bicinchoninic acid. Anal. Biochem., v.15, p.76-85, 1985. Xiao, Z.; Storms, R.; Tsang, A. A quantitative starch–iodine method for measuring alphaamylase and glucoamylase activities. Analytical Biochemistry, v.351, p. 146148, 2006. Ziegler, P. Cereal beta-amylases. Journal of science, n, 29, 195 –204, 1999. Wang, J.; Zhang, G.; Chen, J.; Shen, Q.; Wu, F. Genotypic and environmental variation in barley beta-amylase activity and its relation to protein content. Food Chemistry, v. 83, p. 163-165, 2003. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.73-79, 2010 74 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.74, 2010