EFICIÊNCIA TÉCNICA E RETORNOS À ESCALA NA AGROPECUÁRIA DA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS MARIELCE DE CÁSSIA RIBEIRO TOSTA WILSON DA CRUZ VIEIRA ANTONIO JOSÉ MEDINA DOS SANTOS BAPTISTA RESUMO: Este artigo teve como objetivo analisar a eficiência técnica e o retorno à escala na produção agropecuária dos municípios da região Sul de Minas Gerais. Para tanto foi utilizada a análise envoltória de dados - DEA. De acordo com os resultados, constatou-se que a região Sul possui 10 municípios considerados como Benchmark considerando retornos constantes à escala e 20 municípios, quanto aos retornos variáveis à escala. Além disso, observou-se ainda, que grande parte dos municípios operam com ineficiência de escala, devido à presença de retornos decrescentes, o que indica sobreexploração dos recursos. Desta forma, poucos municípios podem ter seu nível de eficiência melhorado por meio de aumentos nos níveis dos insumos. Pode-se concluir que há uma estagnação quanto à atividade agropecuária na região Sul de Minas Gerais, tornando-se imprescindível que o Governo e o setor privado adotem medidas que viabilizem uma diversificação de atividades econômicas para garantir maior desenvolvimento da região. Além disso, para que a atividade agropecuária se torne mais eficiente o governo poderia adotar políticas qualitativas no sentido de melhorar a utilização dos insumos. PALAVRAS-CHAVE: Eficiência técnica, retornos à escala, região Sul de Minas Gerais. 1. Introdução Minas Gerais sempre foi um Estado pautado por grande diversidade interna em questões econômicas, sociais e políticas. Destaca-se a grande desigualdade na distribuição de riqueza gerada no Estado resultante da conjunção de uma série de fatores: extensão territorial, especificidades geográficas (clima, relevo, hidrografia), modo de produção e forma de ocupação do território. Buscando estabelecer políticas que levem em conta as diversidade regionais, assim como as demandas específicas, o governo de Minas Gerais adotou, para fins de planejamento, uma divisão territorial em regiões. A análise desagregada dessas regiões é de suma importância para se verificar o seu comportamento. Analisando-se a distribuição regional do Estado verifica-se, que em termos da agropecuária há representação em todas as regiões, embora dispersa os municípios mais expressivos estão localizados no Triângulo, Alto Paranaíba, Noroeste e Sul de Minas, sendo este último responsável pela liderança na agropecuária em termos do Produto Interno Bruto (PIB) de 2000. Além disso, observando-se a estrutura produtiva regional verifica-se que a região Central lidera a geração de riqueza do Estado seguida pela região Sul (Fundação João Pinheiro, 2000). A região Sul de Minas apresenta bons resultados na agropecuária para as culturas de café, milho, cana-de-açúcar, leite, produção de carne suína e aves. Destaca-se, nessa região, os municípios de Campestre, Três Pontas, Machado, Carmo do Rio Claro, Alfenas, Varginha, Guaxupé, São Sebastião do Paraíso, Campos Gerais, Botelhos e Poços de Caldas. Mas, de modo geral, aumentos em sua produtividade é uma das mais importantes metas que os governos têm perseguidos ao longo do tempo. Em razão de a agropecuária ser um dos setores da economia que mais emprega e gera excedente exportável, é importante analisar alternativas que possam melhorar ainda mais a 1 alocação dos recursos disponíveis e melhorar a produtividade por meio de aumentos nos níveis de eficiência técnica na produção agropecuária. Desta forma, este estudo pretendeu analisar a eficiência técnica dos municípios da região Sul1 de Minas para a produção agropecuária. Além disso, este estudo abordou a questão dos retornos à escala, com vistas em oferecer subsídios ao governo mineiro para que possa planejar, estrategicamente, suas ações e adotar políticas coerentes para a agropecuária. 2. Metodologia 2.1. Modelo teórico O estudo de análise de eficiência produtiva em economia baseia-se nos princípios da teoria da produção, especificamente no conceito de função de produção, que indica a relação técnica entre a produção máxima obtida em determinada unidade de tempo e os insumos utilizados no processo de produção. Dessa base conceitual deriva-se o desenvolvimento da técnica Data Envelopment Analysis (DEA) para análise de eficiência relativa de unidades. A seguir apresenta-se uma discussão simplificada de seus aspectos fundamentais. As funções de produção são a base da análise de eficiência. As considerações em torno dessas funções visam definir uma relação entre insumos e produtos. As hipóteses que são consideradas para a relação entre insumos e produtos determinam que há retornos constantes, crescentes ou decrescentes à escala. A função apresenta retornos constantes à escala se, ao aumentar os fatores de produção, a produção aumentar na mesma proporção. Haverá retornos crescentes quando o aumento na produção for mais do que proporcional ao aumento nos fatores; caso contrário, haverá retornos decrescentes. Outro aspecto que pode ser analisado por meio da função de produção diz respeito à produtividade e à eficiência. Geralmente, de acordo com Tupy e Yamaguchi (1998), ao analisar a produtividade, utiliza-se, freqüentemente, a produtividade parcial dos fatores, isto é, um produto em relação a um insumo. Esses indicadores, geralmente, não conseguem captar a idéia de que a produção seja resultado da interação de um conjunto de fatores. Nesse contexto, o enfoque da eficiência, que leva em conta a relação global de todos os insumos e produtos, parece ser mais realístico do que os tradicionais indicadores parciais de produtividade. A medida de eficiência, que incorpora o aspecto global da produção, aparece com o trabalho de Farrell (1957). Nessa perspectiva, cada unidade de produção é avaliada em relação às outras unidades de um conjunto homogêneo e representativo. Dessa maneira, a medida de eficiência é relativa e o respectivo valor para uma unidade de produção corresponde ao desvio observado em relação àquelas unidades consideradas eficientes. De acordo com Coelli et al. (1998), a definição de eficiência leva em conta a distinção entre eficiência técnica e eficiência alocativa. A eficiência técnica refere-se à habilidade da unidade de produção obter o máximo nível de produção, dado um conjunto de insumos ou, a partir de um determinado nível de produto, conseguir produzir com a menor combinação de insumos. Uma produção é tecnicamente eficiente se não existir outro processo ou combinação de processos que consiga produzir o mesmo nível de produto, utilizando-se menores quantidades de insumos. A eficiência alocativa indica a habilidade de uma unidade de produção utilizar os insumos em proporções ótimas, dados os seus respectivos preços e obter um determinado nível de produção com o menor custo ou, para um determinado nível de custos, obter a máxima quantidade de produtos. A combinação destas duas medidas de eficiência resulta na eficiência 1 Considerou-se os municípios da região Sudeste, pelo fato desta está inserida juntamente a região Sul no censo agropecuário de 1995-96. 2 econômica. Considerando-se a possibilidade de que determinado nível de insumos possa produzir uma quantidade inferior de produto, tem-se uma hipótese adicional sobre esta relação, na qual o conjunto de alternativas de produção é formado abaixo da função de produção. Neste caso, a programação matemática é utilizada para resolver os sistemas de inequações que permitiram maximizar os resultados sendo atendidas as restrições com relação aos insumos e ao processo produtivo. Foi dessa forma, que Charnes et al. (1978) generalizaram o estudo de Farrel (1957) no sentido de trabalhar com múltiplos recursos e múltiplos resultados, na obtenção de um indicador que atendesse ao conceito de eficiência, dando origem à técnica de construção de fronteiras de produção e indicadores de eficiência conhecida como DEA. Assim, a DEA é a utilização da programação matemática para obter avaliações ex post da eficiência relativa dos resultados dos gestores, quer tenham sido planejados ou executados. 2.2. Análise envoltória de dados - DEA A análise envoltória de dados é uma técnica não-paramétrica utilizada para analisar a eficiência relativa de Decision Making Units (DMUs), como são chamadas as unidades analisadas que podem ser grupos empresariais, empresas individuais, departamentos, divisões ou unidades administrativas. No entanto, essas devem atender a alguns pré-requisitos: ser comparáveis; devem atuar sob mesmas condições; devem ter autonomia para tomar decisões e os fatores (insumos e produtos) devem ser os mesmos para cada unidade, diferindo apenas na intensidade ou magnitude. Segundo Charnes et al. (1994), para estimar e analisar a eficiência relativa das DMUs, a DEA utiliza a definição de ótimo de Pareto, segundo o qual nenhum produto pode ter sua produção aumentada sem que sejam aumentados os seus insumos ou diminuída a produção de outro produto, e, de forma alternativa, quando nenhum insumo pode ser diminuído sem ter que diminuir a produção de algum produto. A eficiência é analisada, relativamente, entre as unidades. A DEA pode ser definida com orientação-insumo ou orientação-produto. A com orientação-insumo caracteriza a tecnologia de produção pela minimização proporcional (contração) do vetor insumo, dado um vetor de produto, enquanto a DEA com orientaçãoproduto caracteriza a tecnologia de produção pela maximização proporcional do vetor produto, dado um vetor de insumo. Neste trabalho, utilizou-se o modelo DEA com orientação-produto, ou seja, analisou-se o aumento proporcional nos níveis de produto, mantendo fixa a quantidade de insumos. De acordo com Charnes et al. (1994) e Lins e Meza (2000), pode ser representado, algebricamente, por maxφ,λ,S+,S- φ s.a φyi - Yλ + S + = 0, - xi + Xλ + S - = 0, - λ ≤ 0, - S + ≤ 0, - S - ≤ 0. (1) em que yi é um vetor (m x 1) de quantidades de produto da i-ésima DMU; xi é um vetor (k x 1) de quantidades de insumo da i-ésima DMU; Y é uma matriz (n x m) de produtos das n DMUs; X é uma matriz (n x k) de insumos das n DMUs; λ é um vetor (n x 1) de pesos; S+ é um vetor de folgas relativo aos produtos; S- é um vetor de folgas relativos aos insumos; e φ é uma escalar que 3 tem valores iguais ou maiores do que 1 e indica o escore de eficiência das DMUs em que um valor igual a um indica eficiência técnica relativa da i-ésima DMU, em relação às demais, e um valor maior do que um evidencia a presença de ineficiência técnica relativa. (φi - 1) indica o aumento proporcional nos produtos que a i-ésima DMU pode alcançar, mantendo constante a quantidade de insumo. Nota-se, também, que 1/φ é o escore de eficiência técnica da i-ésima DMU e varia de 0 a 1. O problema apresentado em (1) é resolvido n vezes - uma vez para cada DMU, e, como resultado, apresenta os valores de φ e λ, sendo φ o escore de eficiência da DMU sob análise e λ fornece os peers (as DMUs eficientes que servem de referência ou Benchmark para a i-ésima DMU ineficiente). Com vistas em incorporar a possibilidade de retornos variáveis à escala, Banker et al. (1984) propuseram o modelo denominado Banker, Charnes e Cooper, ou melhor, modelo BCC da análise envoltória de dados, introduzindo uma restrição de convexidade no modelo descrito em (1). O modelo BCC, descrito em (2), é menos restritivo do que o modelo (1), por permitir menor discriminação das diferenças entre as DMUs. Para analisar a eficiência de escala, torna-se necessário estimar a eficiência das DMUs, utilizando-se tanto o modelo (1) como o (2), sendo a ineficiência de escala evidenciada quando existir diferenças no escore desses dois modelos. O modelo BCC, que pressupõe retornos variáveis à escala, pode ser representado pela seguinte notação algébrica: maxφ,λ,S+,S- φ s.a φyi - Yλ + S + = 0, - xi + Xλ + S - = 0, N1’λ =1, - λ ≤ 0, - S + ≤ 0, - S - ≤ 0. (2) em que N1 é um vetor (nx1) de números uns. As demais variáveis foram anteriormente descritas. Mesmo que seja evidenciada a existência de ineficiência de escala, ainda não se sabe qual a natureza dessa ineficiência, isto é, se ela se deve a retornos crescentes ou a retornos decrescentes à escala. Para que seja contornada esta situação, torna-se necessário estimar a eficiência das DMUs utilizando-se uma restrição que pressupõe a existência de retornos não crescentes à escala, o que resulta na substituição da restrição N1’λ =1 pela restrição N1’λ ≤ 1, no modelo apresentado em (2). A natureza dos retornos à escala é analisada, comparando-se os resultados dos modelos com pressuposição de retornos constantes, variáveis e não-crescentes. Caso o resultado sob pressuposição de retornos constantes for igual aos resultados sob pressuposição de retornos variáveis, existe eficiência de escala (escala ótima), caso contrário fica evidente a ineficiência de escala, que se deve a retornos crescentes (caso os resultados do modelo retornos constantes for igual ao modelo retornos não-crescentes) ou retornos decrescentes (caso retornos constante for diferentes de retornos não-crescente). O conceito de escala ótima foi definido por Banker et al. (1984), como um conceito estritamente quantitativo e que está relacionado com a presença de retornos constantes à escala. 2.3. Dados utilizados no estudo Foram utilizados dados do Censo Agropecuário 1995/96, para os municípios da região Sul e Sudeste do Estado de Minas Gerais. Para analisar a eficiência relativa e os retornos à escala, utilizaram-se as variáveis: valor da produção vegetal e valor da produção animal, expressas em 4 mil reais, como proxies da quantidade produzida. Os insumos utilizados foram: número de tratores como proxy do capital; equivalente-homens2 como proxy do trabalho e a área explorada3, em mil hectares, como proxy da terra. 3. Resultados e discussão Os resultados estão apresentados na Tabela 1. Cabe ressaltar que, apesar do modelo utilizado na análise ter sido formulado com orientação-produto, os escores foram apresentados em termos relativos (1/φ). Nesse sentido, os escores têm valores iguais ou menores que a unidade e indicam o nível de eficiência, em que, valores iguais à unidade indicam eficiência técnica relativa da i-ésima unidade e valores menores que a unidade, presença de ineficiência técnica relativa. Segue abaixo uma análise comparativa entre os escores com retornos constantes à escala e os escores com retornos variáveis à escala. Posteriormente, será feita uma análise quanto à natureza dos retornos a escala. Quanto ao retorno constante a escala (RCE), obteve-se 10 municípios considerados como Benchmark sendo que os demais apresentaram comportamento irregular em relação à eficiência técnica na produção. Já os retornos variáveis a escala (RVE), o número de municípios considerados eficientes tecnicamente aumentou, passando a 20. Repetiram-se os 10 municípios anteriores mais 10 municípios novos, e os demais também apresentarem comportamento irregular no período analisado. Quanto aos demais 10 municípios considerados eficientes apenas com RVE, estes obtiveram escores diferentes, sendo que os municípios de Seretinga e São Lourenço, apresentaram, respectivamente, escores iguais a 0,317 e 0,267. Já os municípios de São Bento Abade, Alpinópolis, Passos, Wenceslau Braz, Monte Belo e Cabo Verde apresentaram escores entre 0,549 e 0,853, que também podem ser considerados escores baixos. Destacam-se Marmelópolis e Campo do Meio, ambos com escores de 0,988 muito próximo à unidade, podendo ser considerados municípios eficientes tecnologicamente. Esses resultados, de certa forma, estão coerentes com a realidade, já que os municípios de Machado e Alfenas, considerados como Benchmarks, são municípios importantes quanto à agropecuária para a região Sul de Minas. Quanto aos demais municípios citados na introdução deste trabalho, cabe destacar que apesar de não terem sido considerados Benchmarks alguns apresentaram elevados escores quanto ao RVE, entre eles os municípios de Campestre, Três Pontas, Guaxupé e Campos Gerais. Os demais, Carmo do Rio Claro, Varginha, São Sebastião do Paraíso, Botelhos e Poços de Caldas, apresentaram escores em torno de 0,70, valor relativamente baixo. 2 O equivalente-homem utilizado no estudo refere-se à homogeneização do trabalho do homem, da mulher e das crianças, de acordo com a metodologia proposta por Graziano da Silva e Kageyama (1983). 3 O conceito de área explorada refere-se à soma de áreas com lavouras permanentes e temporárias, pastagens plantadas, matas plantadas, áreas com pastagens naturais e matas naturais. 5 Tabela 1 – Eficiência técnica e retornos à escala dos municípios da região Sul e sudeste de Minas Gerais em 1995/96 Municípios RCE RVE escala Municípios RCE 1. Alfenas 1 1 constante 37. Virgínia 0.602 2. Alterosa 0.355 0.446 decrescente 38. Wenceslau Braz 0.687 3. Areado 0.856 0.958 decrescente 39. Alpinópolis 0.603 4. Carmo do Rio Claro 0.61 0.733 decrescente 40. Bom Jesus da Penha 0.494 5. Carvalhópolis 0.431 0.433 crescente 41. Capetinga 0.256 6. Conceição da Aparecida 0.533 0.642 decrescente 42. Capitólio 0.39 7. Divisa Nova 0.447 0.459 crescente 43. Cássia 0.448 8. Fama 0.357 0.363 crescente 44. Claraval 0.184 9. Machado 1 1 constante 45. Delfinópolis 0.462 10. Paraguaçu 0.908 0.974 decrescente 46. Fortaleza de Minas. 0.404 11. Poço Fundo 0.481 0.683 decrescente 47. Ibiraci 0.359 12. Serrania 0.715 0.717 crescente 48. Itaú de Minas 0.507 13. Aiuruoca 0.356 0.441 decrescente 49. Passos. 0.66 14. Andrelândia 0.273 0.365 decrescente 50. Pratápolis 0.572 15. Arantina 1 1 constante 51. São João Batista do Glória 0.587 16. Bocaina de Minas. 0.48 0.489 decrescente 52. Albertina 1 17. Bom Jardim de Minas 0.384 0.391 decrescente 53. Andradas 0.726 18. Carvalhos 0.729 0.776 decrescente 54. Bandeira do Sul 0.644 19. Cruzília 0.346 0.393 decrescente 55. Botelhos 0.683 20. Liberdade 0.536 0.589 decrescente 56. Caldas 0.341 21.Minduri 0.359 0.565 crescente 57. Campestre 0.732 22. Passa Vinte 0.456 0.461 decrescente 58. Ibitiúra de Minas 0.664 23. São Vicente de Minas 0.245 0.257 decrescente 59. Inconfidentes 0.318 24. Seritinga 0.317 1 crescente 60. Jacutinga 0.433 25. Serranos 0.749 0.762 decrescente 61. Monte Sião 0.216 26. Brasópolis 0.354 0.454 decrescente 62. Ouro Fino 0.499 27. Consolação 0.279 0.284 crescente 63. Poços de Caldas 0.812 28. Cristina 0.662 0.873 decrescente 64. Santa Rita de Caldas 0.487 29. Delfim Moreira 0.404 0.493 decrescente 65. Bom Repouso 1 30. Dom Viçoso 0.846 0.894 crescente 66. Borda da Mata 0.368 31. Itajubá 0.325 0.344 decrescente 67. Bueno Brandão 0.515 32. Maria da Fé 0.807 0.816 crescente 68. Camanducaia 0.686 33. Marmelópolis 0.988 1 crescente 69. Cambuí 0.244 34. Paraisópolis 0.497 0.572 decrescente 70. Congonhal 0.28 35. Piranguçu. 0.256 0.279 decrescente 71. Córrego do Bom Jesus 0.217 36. Piranguinho 0.303 0.304 decrescente 72. Espírito Santo do Dourado 0.433 6 RVE 0.836 1 1 0.5 0.269 0.493 0.569 0.2 0.513 0.418 0.397 0.977 1 0.597 0.595 1 0.758 0.69 0.698 0.466 0.953 0.668 0.373 0.51 0.307 0.583 0.831 0.538 1 0.433 0.55 0.705 0.277 0.288 0.25 0.482 escala decrescente crescente decrescente crescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente crescente decrescente crescente decrescente crescente decrescente constante decrescente crescente decrescente decrescente decrescente crescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente constante decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente Tabela 1 – Continuação... Municípios 73. Estiva 74. Extrema 75. Gonçalves 76. Ipuiúna 77. Itapeva 78. Munhoz 79. Pouso Alegre 80. Sapucaí-Mirim 81. Senador Amaral 82. Senador José Bento 83. Toledo 84. Cachoeira de Minas 85. Careaçu 86. Conceição das Pedras 87. Conceição dos Ouros 88. Cordislândia 89. Heliodora. 90. Natércia 91. Pedralva 92. Santa Rita do Sapucaí 93. São Gonçalo do Sapucaí 94. São João da Mata 95. São José do Alegre 96. São Sebastião da Bela Vista 97. Silvianópolis 98. Turvolândia 99. Alagoa 100. Baependi 101. Cambuquira 102. Carmo de Minas 103. Caxambu 104. Conceição do Rio Verde 105. Itamonte 106. Itanhandu. 107. Jesuânia 108. Lambari RCE 0.621 0.193 0.299 0.556 0.47 0.95 0.495 0.251 0.954 0.364 0.443 0.436 0.459 1 0.528 0.484 0.465 0.573 0.683 0.618 0.638 0.421 0.26 0.506 0.372 0.424 1 0.426 0.58 0.636 0.28 0.663 0.572 1 0.39 0.725 RVE 0.625 0.195 0.316 0.563 0.476 0.95 0.586 0.274 0.979 0.367 0.446 0.571 0.466 1 0.598 0.515 0.477 0.703 0.799 0.844 0.678 0.469 0.264 0.519 0.491 0.446 1 0.575 0.587 0.798 0.282 0.756 0.581 1 0.453 0.904 escala decrescente crescente decrescente decrescente crescente constante decrescente decrescente crescente decrescente crescente decrescente crescente constante decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente crescente decrescente decrescente decrescente constante decrescente crescente decrescente decrescente decrescente decrescente constante decrescente decrescente Municípios 109. Olímpio Noronha 110. Passa Quatro 111. Pouso Alto 112. São Lourenço 113. São Sebastião do Rio Verde 114. Soledade de Minas 115. Arceburgo 116. Cabo Verde 117. Guaranésia 118. Guaxupé 119. Itamogi 120. Jacuí 121. Juruaia 122. Monte Belo 123. Monte Santo de Minas 124. Muzambinho 125. Nova Resende 126. São Pedro da União 127. São Sebastião do Paraíso 128. São Tomás de Aquino 129. Boa Esperança 130. Campanha 131. Campo do Meio 132. Campos Gerais 133. Carmo da Cachoeira 134. Coqueiral 135. Elói Mendes 136. Guapé 137. Ilicínea 138. Monsenhor Paulo 139. Santana da Vargem 140. São Bento Abade 141. São Thomé das Letras 142. Três Corações 143. Três Pontas 144. Varginha Fonte: Resultados da pesquisa. 7 RCE 1 0.843 0.669 0.267 0.431 0.287 0.527 0.853 0.538 0.84 0.522 0.256 0.707 0.745 0.431 0.496 0.488 0.385 0.543 0.387 0.846 0.339 0.988 0.801 0.609 0.731 0.574 0.456 0.54 0.412 1 0.549 0.305 0.676 0.931 0.756 RVE 1 0.868 0.758 1 0.643 0.3 0.531 1 0.538 0.905 0.528 0.352 0.905 1 0.444 0.532 0.489 0.406 0.708 0.405 0.988 0.357 1 0.983 0.611 0.737 0.637 0.687 0.592 0.423 1 1 0.346 0.831 0.951 0.763 escala constante decrescente decrescente crescente crescente decrescente decrescente decrescente constante decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente decrescente crescente decrescente decrescente crescente decrescente crescente crescente decrescente decrescente decrescente crescente constante crescente decrescente decrescente decrescente crescente Com relação à natureza dos retornos à escala, que também estão apresentados na Tabela 1, pode-se perceber que a maioria dos municípios da região Sul de Minas Gerais não estavam operando em escala ótima (em 1995/96), ou seja, não apresentavam retornos constates a escala, apresentando, predominantemente (69,44% do total), retornos decrescentes à escala. Tendo em vista que aumentos na produtividade estão relacionados a estes insumos, pode-se dizer que há possibilidade de ineficiência alocativa destes insumos nos municípios. Quanto aos municípios que apresentaram retornos crescentes à escala, estes podem ter seus níveis de eficiência aumentados por meio de maiores investimentos nos fatores de produção. Dentre os municípios citados como importantes para a agropecuária na região Sul do Estado apenas Varginha apresentou esta possibilidade. Para finalizar, quanto à natureza do retorno à escala, torna-se importante citar que entre os 12 municípios que apresentaram retornos constantes a escala, ou seja, foram considerados municípios operando em escala ótima, apenas Munhoz e Guaranésia não foram considerados Benchmarks quanto aos RCE e RVE. Mas, o destoante foi o fato de Munhoz apresentar escores altos quanto aos RCE e RVE, sendo ambos iguais a 0,95 e Guaranésia apresentar um escore relativamente baixo 0,538 para a mesma situação. 4. Conclusões Os resultados indicaram que existe ineficiência técnica relativa na produção agropecuária da região. Desta forma, as políticas de promoção para o setor devem ser diferenciadas para os municípios, pelo fato de além de ineficiência técnica existem evidencias de ineficiências de escala devido à presença de retornos decrescentes à escala. Constatou-se que grande parte dos municípios da região Sul de Minas Gerais operam com ineficiência de escala, devido à presença de retornos decrescentes à escala, o que indica ineficiência na alocação dos recursos, dificultando o aumento no nível de eficiência por meio de aumentos nos níveis dos insumos (tratores, equivalente-homem e área explorada). Neste sentido, as políticas adotadas para os municípios ineficientes e com ineficiência de escala devido a retornos decrescentes deverão ser direcionadas a questões qualitativas, como por exemplo, treinamento de mão de obra, manutenção de equipamentos de produção, uso racional do trator, alocação eficiente dos fatores de produção etc. Desta forma, pode-se aumentar os níveis de eficiência destes municípios, com um mínimo de alteração nas quantidades dos fatores de produção, preocupando-se apenas com o uso racional desses fatores de produção. Ao Governo e o setor privado, sendo evidente a existência de ineficiências na produção, é imprescindível que sejam adotadas medidas que viabilizem uma diversificação de atividades econômicas para maior desenvolvimento da região, bem como assistência técnica, incentivo ao uso de insumos modernos etc. Também, melhorar a alocação de recursos e permitir que a agropecuária da região participe de forma significativa no PIB agrícola da região e do Brasil. 5. Referências Bibliográficas BANKER, R.D. Estimating most productive scale size using DEA. European Journal of Operational Research, v. 17, p. 35-44, 1984. 8 CHARNES, A., COOPER, W.W., RHODES, E. Measuring the efficiency of decision making units. European Journal of Operational Research, v. 2, p. 429-444, 1978. CHARNES, A., COOPER, W.W., LEWIN, A.Y., SEIFORD, L.M. Data envelopment analysis: theory, methodology, and application. Dordrecht: Kluwer Academic, 1994. COELLI, T.J., RAO, P., BATTESE, G.E. 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