BRONQUIOLITE ALFONSO EDUARDO ALVAREZ Pneumologista Pediátrico Mestre e Doutorando em Pediatria – UNICAMP Membro do Comitê de Pneumologia Pediátrica da Sociedade de Pediatria de São Paulo Presidente do Departamento de Pediatria da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas PIRACICABA 6 de Julho de 2013 BRONQIOLITE ➡ Epidemiologia ➡ Fisiopatologia ➡ Manifestações Clínicas ➡ Prevalência dos Vírus ➡ Diagnóstico ➡ Fatores de Risco Epidemiológicos ➡ Fatores de Risco Genéticos ➡ Fatores de Risco: Tipo de Vírus e Coinfecção Prevenção: Palimizumabe Tratamento BVA como fator de risco para Asma Conclusões INTRODUÇÃO Bronquiolite Viral Aguda pelo Vírus Sincicial Respiratório ➡ Principal infecção das vias aéreas inferiores em crianças menores de 2 anos de idade no mundo ➡ Principal causa de internação nessa faixa etária em países desenvolvidos ➡ Praticamente 100% das crianças são infectadas pelo VSR até os 2 a 3 anos de idade ➡ É responsável por 3000 a 4000 mortes por ano nos Estados INCIDÊNCIA Hospitalização por VSR nos Estados Unidos ➡ 150000 hospitalizações por ano em menores de 5 anos ➡ 48,9 para 1000 em menores de 3 meses ➡ 26 para 1000 em menores de 1 ano ➡ 1,8 para 1000 em crianças de 1 a 5 anos Estudo brasileiro com 5304 crianças menores de 1 ano, demonstrou-se que 113 (2,1%) foram internadas por BVA. Albernaz EP - Rev Saude Publica. 2003 Gasto anual ➡ Visitas à emergência: 50,5 milhões de dólares ➡ Internações: 650 milhões de dólares FISIOPATOLOGIA ➡ Inflamação Aguda ➡ Edema ➡ Aumento da produção de muco ➡ Broncoespasmo Bronquíolo Normal Bronquiolite Viral Aguda FISIOPATOLOGIA ➡ Necrose das células epiteliais das pequenas vias aéreas Bronquíolo Normal Bronquiolite Viral Aguda Manifestações Clínicas ➡ Rinorréia ➡ Taquipnéia ➡ Tosse ➡ Sibilos ➡ Estertores ➡ Utilização da musculatura acessória ➡ Batimento de asa de nariz Manifestações Clínicas Grande variabilidade na gravidade e na evolução do quadro ➡Sintomas leves de infecção em vias aéreas superiores ➡Bronquiolite ➡Pneumonia ➡Internação em UTI (2,7%) ➡Ventilação mecânica (1,5%) ➡Óbito (0,2%) Prevalência dos Vírus ➡VSR: 41,7 a 83,6% ➡Em nosso meio: 31,9 a 64% ➡Outros Vírus: ✓ Rinovírus: 18 a 40% ✓ Adenovírus ✓ Bocavírus ✓ Influenza A e B ✓ Parainfluenza 1, 2 e 3 Vírus Sincicial Respiratório DIAGNÓSTICO O diagnóstico da BVA é baseado em dados clínicos. A definição mais aceita na literatura considera bronquiolite o primeiro episódio agudo de dificuldade respiratória com sibilos, precedido por um quadro catarral de vias aéreas superiores (rinite, tosse, com ou sem febre) em menores de 2 anos de idade. American Academy of Pediatrics - Pediatrics. 2006 DIAGNÓSTICO RECOMENDAÇÃO O pediatra deve diagnosticar Bronquiolite e avaliar a gravidade baseado na história e exame físico. O pediatra não deve solicitar exames laboratoriais e radiológicos de rotina para o diagnóstico. American Academy of Pediatrics - Pediatrics. 2006 FATORES DE RISCO Devido a possibilidade da doença evoluir de forma grave é importante tentar identificar os fatores de risco que contribuem para uma evolução desfavorável. Fatores de risco bem demonstrados ➡ Prematuridade ➡ Tabagismo passivo ➡ Baixa idade ➡ Ausência de aleitamento materno ➡ Doença pulmonar crônica ➡ Cardiopatia congênita PREMATURIDADE ➡ 230 lactentes menores de 24 meses ➡ Prematuridade: fator de risco para internação (RR 2,29, 95% IC 1,48-3,56). Grimwood K - Epidemiol Infect. 2008 ➡ Em nosso meio, 77 pacientes com BVA ➡ Prematuridade: maior probabilidade de internação em UTI (OR 24,51, 95% IC 3,21 – 186,92). Nascimento NS - Clinics (Sao Paulo). 2010 ➡ Acompanhamento ➡ de 5301 crianças por um ano 113 crianças foram hospitalizadas por BVA Risco de hospitalização: 80% maior nas crianças prematuras. Albernaz EP - Rev Saude Publica. 2003 TABAGISMO PASSIVO ➡ 378 pacientes internados com BVA ➡ Tabagismo passivo foi fator de risco para: • Oxigênio suplementar (OR=2,45, 95% IC 1,60-3,74) • Ventilação mecânica (OR=5,49, 95% IC 2,78- 10,83) Semple MG - PLoS One. 2011 ➡ 240 crianças internadas com BVA ➡ Tabagismo passivo: maior gravidade do quadro e maior tempo de hospitalização (OR=2,2, 95% IC 1,1-3,6). Chatzimichael A - Minerva Pediatr. 2007 ➡ Recente metanálise, avaliando 60 estudos ➡ Tabagismo passivo: importante fator de risco BVA (OR=2,51, 95% IC 1,96-3,21) Jones LL - Respir Res. 2011 BAIXA IDADE ➡ Em nosso meio ➡ Idade apresentou um OR de 0,838 (95% IC 0,718 – 0,979, p-0,026) em relação à internação ➡ Indica que idade maior leva a diminuição da Nascimento NSde - Clinics (Sao Paulo). incidência internação 2010 ➡ 229 pacientes internados em UTI por BVA ➡ Idade era inversamente proporcional ao tempo necessário de UTI (p<0,0001) e ao tempo necessário de suporte ventilatório (p<0,039) Oñoro G - An Pediatr (Barc). 2011 AUSÊNCIA DE ALEITAMENTO MATERNO ➡ 12.474 crianças com BVA ➡ 1588 necessitaram internação ➡ As crianças que não iniciaram aleitamento materno na maternidade tinham maior risco de serem internadas (RR: 1,33; 95% IC 1,14– Koehoorn 1,54) M - Pediatrics. 2008 ➡ Estudo prospectivo em nosso meio com 175 crianças internadas com BVA ➡ Duração do aleitamento materno exclusivo foi inversamente relacionada ao tempo de utilização de oxigênio e duração da internação ➡ Para cada mês de aleitamento materno exclusivo havia uma redução de 11 hs no tempo de utilização de oxigênio Dornelles CT - J Health Popul Nutr. 2007 DOENÇA PULMONAR CRÔNICA A presença de doença pulmonar crônica tem sido relacionada à maior gravidade de BVA em diversos Paes et al, 2011; Ochoa Sangrador et al, 2010; Al-Shehri et al, estudos. 2005 CARDIOPATIA CONGÊNITA A presença de cardiopatia congênita tem sido relacionada à maior gravidade de BVA em diversos Jung et al, 2011; Paes et al, 2011; Ochoa Sangrador et al, estudos. 2010 ➡ 764 pacientes internados com BVA ➡ Presença de cardiopatia congênita estava associada com tempo de internação 50% maior Fjaerli HO - BMC Pediatr. 2004 OUTROS FATORES DE RISCO ➡ Baixo peso na admissão ➡ Tabagismo materno na gestação ➡ Apresentar quadro de Dermatite Atópica ➡ Ter sido submetido a ventilação mecânica no período neonatal ➡ Antecedente materno de Atopia ➡ Antecedente materno de Asma na gestação ➡ Época do ano em que nasceram ➡ Baixo nível socioeconômico ➡ Ser portador de Síndrome de Down ➡ Morar em área com elevada poluição ambiental ➡ Morar em altitude maior que 2500 metros acima do nível do mar ➡ Ter nascido através de parto cesariana FATORES GENÉTICOS A maior parte dos lactentes internados por BVA não apresenta nenhuma dessas condições!!!!!!!! Suspeita de que os fatores epidemiológicos não seriam os únicos responsáveis pela determinação da gravidade do quadro. Começou-se a estudar se características genéticas estariam associados à evolução mais grave da doença. ➡ 12346 pares de gêmeos por 10 anos ➡ Concordância entre os gêmeos em relação a hospitalização por VSR: • 0,66 nos gêmeos homozigóticos • 0,53 nos gêmeos dizigóticos ➡ Estimou-se uma contribuição genética de 16 a 20% para a gravidade da doença Thomsen SF - Pediatrics. 2008 FATORES GENÉTICOS “Pattern recognition receptors” (PRRs) são os mediadores chave da resposta imune inata contra o VSR. No trato respiratório inferior o VSR é reconhecido pelo receptor transmembrana Toll-like 4 (TLR4) presente em macrófagos e células dendítricas, e ocorre a produção de citocinas próinflamatórias e a subseqüente ativação da resposta imune. Variações genéticas do TLR4 foram associadas com o risco de BVA grave por VSR, mas os resultados são controversos. SNP no gene TLR4 Asp299Gly e Thr399Ile 99 internados por por VSR 82 pacientes ambulatoriais 90 adultos saudáveis Os polimorfismos no TLR4 foram mais freqüentes no grupo com BVA grave comparado aos 2 outros grupos. Tal G - J Infect Dis. 2004 Influência dos polimorfismos no gene TLR4 Asp299Gly e Thr399Ile sobre a produção de citocinas Douville RN - PLoS One. 2010 FATORES GENÉTICOS Avaliação se polimorfismo em outros receptores Toll-like, além do TLR4, estão relacionados a susceptibilidade a BVA por VSR. Investigados 19 polimorfismos nos receptores Toll-like 1, 2, 3, 5, 6, 9 e 10. Encontrou-se associação entre polimorfismos nos receptores 9 e 10. Mailaparambil B - Dis Markers. 2008 106 crianças hospitalizadas por VSR // 126 adultos saudáveis Associação de três SNP, -28C/C, -403A/G, e In1.1T/T no gene RANTES com a gravidade da doença. Não houve associação com polimorfismos isoladamente, mas os 3 polimorfismos combinados, formando haplótipo gênico, eram mais comuns nos casos que nos controles. Amanatidou V - Pediatr Infect Dis J. 2008 296 pacientes com VSR / 113 controles Polimorfismo no receptor da Vitamina D (Thr1Meth; rs10735810) está associado com a propensão a ter BVA. Portadores do polimorfismo do alelo T “minor” tem maior propensão Kresfelder TL - J Med Virol. 2011 Análise de 384 polimorfismos em 470 crianças hospitalizadas por VSR e 1008 controles Polimorfismos nos genes da resposta imune inata no receptor da Vitamina D (rs10735810), JUN (rs11688), IFNA5 (rs10757212) e NOS2 (rs1060826) demonstraram forte associação com BVA. Janssen R - J Infect Dis. 2007 TIPO DE VÍRUS O VSR leva a um quadro mais grave comparado aos outros Vírus? 152 lactentes internados por BVA. Oximetria de pulso na admissão menor que 90% estava associada à presença de VSR (RR 2,19; 95% CI 1,10-4,37). Ricetto AGL - Brazilian Journal of Infectious Disease - 2006 89 lactentes internados por BVA 47,1% - VSR Conclusão: Não há diferenca na gravidade da BVA nos pacientes infectados pelo VSR quando comparada a outros vírus. D’Elia C - Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2005 Estudo retrospectivo com 2384 lactentes internados por BVA. 62,7% - VSR Conclusão: A gravidade da BVA é maior nos pacientes infectados pelo VSR quando comparada a outros vírus. Hervás D - Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2012 COINFECÇÃO VIRAL A coinfecção leva a um pior prognóstico? 176 lactentes hospitalizados com infecção aguda por VSR 121 - apenas VSR 55 - coinfecção Conclusão: As coinfecções virais parecem não alterar o prognóstico de lactentes hospitalizados com infecção aguda por VSR. De Paulis M - J Pediatr. 2011 76 lactentes com BVA Desfechos avaliados: internação e internação em UTI 93,5% de identificação do vírus (40% - coinfecção) Conclusão: As coinfecções virais não estão associadas a pior prognóstico. Nascimento MS - Clinics 2010 260 lactentes hospitalizados por BVA 85% de identificação do vírus 65% - codetecção Codetecção de VSR e RVH apresentaram maior tempo de internação e de suplementação de O2 comparados aos sem codetecção( p=0,004). da Silva ER - BMC Infectious Disease 2013 da Silva ER - BMC Infectious Disease 2013 da Silva ER - BMC Infectious Disease 2013 van Drunen Littel - Current Opinion in Virology 2012 PALIMIZUMABE ANTICORPO MONOCLONAL ESPECÍFICO CONTRA VSR Prematuros com IG < 29 semanas até 1 ano de idade Prematuros de 29 a 32 semanas até 6 meses de idade Cardiopatas ou portadores de doença pulmonar crônica até 2 anos de idade, desde que em tratamento clínico para essas condições nos últimos seis meses. Prematuros de 32 a 35 semanas até seis meses de vida, desde que apresentem dois ou mais fatores de risco: criança institucionalizada, irmão em idade escolar, poluição ambiental, doenças neuromusculares e anomalias congênitas de vias aéreas. Sociedade Brasileira de Pediatria / Sociedade Brasileira de Imunizações PALIMIZUMABE ANTICORPO MONOCLONAL ESPECÍFICO CONTRA VSR DOSE: 15 mg/kg de peso VIA: Intramuscular NÚMERO DE DOSES: 5 MESES: Março a Setembro Sociedade Brasileira de Pediatria / Sociedade Brasileira de Imunizações TRATAMENTO ➡ OXIGENOTERAPIA ➡ TRATAMENTO DE SUPORTE ➡ BRONCODILATADOR INALATÓRIO ➡ CORTICÓIDE SISTÊMICO OU INALATÓRIO ➡ FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ➡ EPINEFRINA INALATÓRIA ➡ SOLUÇÃO HIPERTÔNICA INALATÓRIA ➡ HELIOX ➡ VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA ➡ VENTILAÇÃO COM ALTO FLUXO POR CÂNULA NASAL OXIGENOTERAPIA APESAR DO AUMENTO DE ARTIGOS NA LITERATURA SOBRE AS OPÇÕES DE TRATAMENTO, A SUPLEMENTAÇÃO DE OXIGÊNIO CONTINUA SENDO O ASPECTO MAIS IMPORTANTE DA TERAPÊUTICA PARA BRONQUIOLITE Da Dalt L - Early Hum Dev. 2013 Jun OXIGENOTERAPIA RECOMENDAÇÃO Suplementação de Oxigênio é indicada se a Saturação de Oxigênio estiver abaixo de 90% em lactentes previamente saudáveis. Pode ser utilizada a Oximetria de Pulso. American Academy of Pediatrics - Pediatrics. 2006 TRATAMENTO DE SUPORTE ASPIRAÇÃO NASAL - aumenta a permeabilidade das vias aéreas e melhora a ingesta oral. Não há evidência da eficácia da Aspiração Nasofaríngea. HIDRATAÇÃO - muito importante nas crianças com dificuldade de se alimentar. ALIMENTAÇÃO - para os casos leves orientar dieta fracionada e manutenção do aleitamento materno. Para casos moderados ou graves optar por via endovenosa ou sonda nasogástrica. Da Dalt L - Early Hum Dev. 2013 Jun Bronchodilators for bronchiolitis 28 estudos incluindo 1912 crianças com BVA atendidas na emergência ou internadas, comparando o uso de broncodilatadores inalatórios com placeboA utilização de Broncodilatadores inalatórios:Não melhorou a saturação de oxigênioNão reduziu a taxa de internaçõesNão reduziu a duração da internaçãoEm alguns estudos demonstrou melhora nos sintomas CONCLUSÃO: BRONCODILATADORES INALATÓRIOS NÃO MELHORAM A SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO, NÃO DIMINUEM A TAXA DE INTERNAÇÃO E NÃO REDUZEM A NA DURAÇÃO DA MESMA. Gadomski AM - Cochrane Database Syst Rev. 2010 BRONCODILATADORES RECOMENDAÇÃO Broncodilatadores beta-adrenérgicos e alfa-adrenérgicos não devem ser utilizados de rotina. Broncodilatadores beta-adrenérgicos (Albuterol / Salbutamol) podem ser testados e devem ser continuados apenas se for verificada uma resposta positiva. Anticolinérgicos não demonstraram alterar o curso da BVA, não havendo justificativa para sua utilização. American Academy of Pediatrics - Pediatrics. 2006 Glucocorticoids for acute viral bronchiolitis in infants and young children 17 estudos incluindo 2596 crianças com BVA atendidas na emergência ou internadas, comparando o uso de corticosteróides inalatórios ou sistêmicos com placeboA utilização de Corticóide:Não reduziu a taxa de internaçõesNão reduziu a duração da internaçãoNão alterou a gravidade da evolução, os sintomas ou a função pulmonar CONCLUSÃO: AS EVIDÊNCIAS ATUAIS NÃO DEMONSTRAM UM EFEITO CLÍNICO RELEVANTE DA UTILIZAÇÃO DE CORTICÓIDES SISTÊMICOS OU INALATÓRIOS NA TAXA DE INTERNAÇÃO OU NA DURAÇÃO DA MESMA. Fernandes RM - Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jun CORTICOSTERÓIDES RECOMENDAÇÃO Corticosteróides Sistêmicos não devem ser utilizados de rotina. Corticosteróides Inalatórios não devem ser utilizados de rotina. American Academy of Pediatrics - Pediatrics. 2006 Chest Physiotherapy for Acute Bronchiolitis in paediatric patients between 0 and 24 months old Revisão dos artigos que compararam a realização ou não de fisioterapia respiratória para pacientes com BVA Selecionados 9 estudos incluindo 891 pacientesNão houve diferença em relação à: Gravidade da evolução Duração da internação Utilização de oxigênio CONCLUSÃO: A FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NÃO DIMINUI A GRAVIDADE DA DOENÇA, O TEMPO DE INTERNAÇÃO OU A UTILIZAÇÃO DE OXIGENIO. Roque I Figuls M - Cochrane Database Syst Rev. 2012 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA RECOMENDAÇÃO Fisioterapia Respiratória não deve ser indicada de rotina. American Academy of Pediatrics - Pediatrics. 2006 Epinephrine for bronchiolitis Avaliação de 19 estudos randomizados (2256 pacientes) comparando o uso de inalação de Epinefrina com placebo ou outra intervenção Para pacientes não internados a Epinefrina foi superior ao placebo em evitar a internação no primeiro dia mas não no sétimo dia Não houve diferença no dia 1 ou 7 em relação à utilização de broncodilatadores Para pacientes internados não houve diferença na duração da internação CONCLUSÃO: A INALAÇÃO COM EPINEFRINA DEMONSTROU SUPERIORIDADE EM RELAÇÃO AO PLACEBO NAS PRIMEIRAS 24 HORAS. NÀO HOUVE BENEFÍCIOS EM RELAÇÃO AO TEMPO DE INTERNAÇÃO. HARTLING L - Cochrane Database Syst Rev. 2011 Estudo multicêntrico, duplo cego, comparando inalação com adrenalina e solução salina em 404 pacientes com bronquiolite moderada a grave.Não houve diferença em relação à: Duração da Internação Utilização de oxigênio Necessidade de suporte ventilatório Melhora do escore clínico Skjerven- N Engl J Med 2013 Jun CONCLUSÃO: A UTILIZAÇÃO DE ADRENALINA INALATÓRIA NÃO FOI SUPERIOR A INALAÇÃO COM SOLUÇÃO SALINA. Skjerven- N Engl J Med 2013 Jun Nebulized hypertonic saline solution for acute bronchiolitis in infants Avaliação de 4 estudos randomizados comparando o uso de inalação de Solução Salina Hiertônica a 3% com placebo Incluídos 254 lactentes com BVA, 189 internados e 65 ambulatoriais Pacientes tratados com salina hipertônica: Menor tempo de internação (-0,94 dias - p=0,0006) Melhor escore clínico (p = 0,003) Não houve efeitos adversos CONCLUSÃO: A INALAÇÃO COM SALINA HIPERTÔNICA PODE REDUZIR A DURAÇÃO DA INTERNAÇÃO E MELHORAR O ESCORE CLÍNICO DE LACTENTES COM BVA. ZHANG L - Cochrane Database Syst Rev. 2008 Heliox inhalation therapy for bronchiolitis in infants Revisão dos artigos que avaliaram crianças internadas em UTI por BVA e que receberam inalações com Heliox Selecionados 4 estudos incluindo 84 pacientes Os pacientes que receberam inalações com Heliox tiveram melhor Escore clínico na primeira hora de tratamento quando comparados aos que receberam ar ou O2 (p=0,006) Não houve diferença em relação à: Necessidade de Intubação Tempo de Ventilação Mecânica Duração da internação na UTI Liet JM- Cochrane Database Syst Rev. 2010 Estudos prospectivo, randiomizado, com lactentes < 6 meses internados em UTI por infecção grave por VSR Um grupo recebeu CPAP nasal (6 cm H2)) e o grupo controle recebeu O2 por umidificador aquecido Após 6 horas o grupo que recebeu CPAP nasal apresentou: Maior melhora do Escore Clínico (p=0,03) Maior melhora do Esforço Respiratório (p=0,04) CONCLUSÃO: O CPAP NASAL RAPIDAMENTE MELHORA O ESCORE CLÍNICO E DIMINUI O ESFORÇO RESPIRATÓRIO. Milési C- Pediatr Pulmonol. 2013 Branco - Controle Preto - CPAP nasal Milési C- Pediatr Pulmonol. 2013 Estudo com 520 crianças internadas com BVA em UTI pediátrica de 2000 a 2009 77,6% necessitaram Suporte Ventilatório Destes, 71,4% tentaram Ventilação não-invasiva antes da intubação 83,2% destes pacientes não necessitaram Intubação Ao longo dos anos aumentou a utilizacão de VNI (2,8% / ano) e diminuiu a taxa de intubação (1,9% / ano) Os pacientes em VNI titeram uma diminuição no tempo de internação comparados aos pacientes que foram intubados (2,38 dias X 5,19 dias) Ganu SS - Intensive Care Med. 2012 Ganu SS - Intensive Care Med. 2012 Ventilação Não-Invasiva Ventilação Invasiva CONCLUSÃO: A VENTILAÇÃO NÃ0-INVASIVA FOI BEM SUCEDIDA NA MAIORIA DOS PACIENTES E REDUZIU O TEMPO DE INTERNAÇÃO PELA METADE Ganu SS - Intensive Care Med. 2012 Objetivo: Determinar se a introdução de Ventilação de Alto Fluxo por Cânula Nasal (HFNC) diminuiu a taxa de intubação em pacientes internados com BVA na UTI MÉTODO: estudo retrospectivo comparando a evolução dos pacientes antes e após a introdução da HFNC RESULATDOS: após a introdução da HFNC 9% dos pacientes internados em UTI necessitaram intubação contra 23% antes dessa terapia (p=0,043), diminuição de 68% Após a introdução da HFNC o tempo de internação em UTI caiu de 6 para 4 dias C - J Pediatr. CONCLUSÃO: A HFNC DIMINUI A TAXA DE INTUBAÇÃO McKiernan E O TEMPO DE 2010 INTERNAÇÃO EM UTI Ventilação de Alto Fluxo por Cânula Nasal ANTIBIÓTICOS RECOMENDAÇÃO Agentes antibacterianos devem ser utilizados em crianças com indicativos de coexistência de infecção bacteriana. Quando presente , a infecão bacteriana deve ser tratada da mesma maneira que na ausência de BVA. Estudos retrospectivos e prospectivos identificaram infecção bacteriana secundária em 0 a 12% dos pacientes. American Academy of Pediatrics - Pediatrics. 2006 232 lactentes internados por BVA 227 realizaram Radiografia de Tórax: ➡ 62,4% - Distensão ou espessamento das paredes brônquicas ➡ 19,9% - Opacidade focal ➡ 17,7% - Atelectasia A radiografia de Tórax levou à prescrição de antibióticos em 6 dos pacientes (2,6%) e ao diagnóstico de malformação vascular em 1 paciente (0,4%). Carsin A - Arch Pediatr. 2012 35 pacientes (15,4%) realizaram uma segunda Radiografia de Tórax ➡ 62,9% - Pneumonia e/ou Atelectasia ➡ 17,1% dos pacienets teve a conduta modificada em função da Radiografia CONCLUSÃO: A RADIOGRAFIA DE TÓRAX CONTRIBUI PARCIALMENTE PARA O TRATAMENTO. POR OUTRO LADO, É ÚTIL QUANDO O PACIENTE NÃO APRESENTA A MELHORA ESPERADA OU QUANDO O QUADRO É GARVE. A INDICAÇÃO DE RADIOGRAFIA DE TÓRAX PARA BVA DEVE SER FEITA CASO A CASO. Carsin A - Arch Pediatr. 2012 Comparação da conduta antes e após a publicação do Consenso Americano no Tratamento da Bronquiolite. Não houve redução da utilização de: ✓ Broncodilatadores (53.6% vs 54.2%, P = 0.91) ✓ Corticóides Sistêmicos (21.9% vs 17.8%, P = 0.31) ✓ Antibióticos (33.6% vs 29.7%, P = 0.51) Houve redução na realização de Radiografias de Tórax (65.3% vs 48.6%, P = 0.005) Johnson LW - Pediatrics. 2013 Mar Não houve necessidade de internação em UTI nos pacientes que fizeram O2 domiciliar A taxa de internação por BVA caiu de 40% para 31% Halstead EFETIVA S - Pediatrics DE CONCLUSÃO: A OXIGENOTERAPIA DOMICILIAR É UMA FORMA 2012 A BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA AUMENTA O RISCO DA CRIANÇA DESENVOLVER ASMA? Adolescent asthma after rhinovirus and respiratory syncytial virus bronchiolitis Questionário enviado a 96 pacientes com idade média de 16,5 anos hospitalizados antes dos 2 anos de idade por BVA por VSR ou Rinovírus. A partir do qusetionário foi realizado um acompanhamento prospectivo Comparação da ocorrência de Asma nesse grupo com grupo controle. Diagnóstico médico de Asma: 30% dos pacientes com antecedente de BVA 5 % dos pacientes do grupo controle CONCLUSÃO: PACIENTES INTERNADOS POR BVA POR VSR OU RINOVÍRUS ANTES DOS 2 ANOS DE IDADE TEM MAIOR RISCO DE APRESENTAR ASMA ENTRE 15 E 18 ANOS DO QUE A POPULAÇÃO GERAL. Ruotsalainen M - Pediatr Pulmonol. 2013 Jul (IN PRESS) James KM - JACI 2013 Jul (IN PRESS) BVA na infância é um fator de risco para sibilância persistente e Asma. Se a associação entre BVA e Asma subsequente é causal ou reflexo de uma predisposição provavelmente depende de fatores do hospedeiro e efeitos específico dos vírus. Beigelman A - Curr Opin Allergy Clin Immunol. 2013 94 pacientes avaliados um ano após internação por BVA grave. Desfechos avaliados: # Tosse crônica - 30% # Asculta alterada - 32% # Rx Tórax alterado - 62% # 3 desfechos alterados - 11% # 2 desfechos alterados - 71% Trenholme AA - Ped Pulmol. 2012 Genes com Polimorfismos associados à sibilância persistente após BVA por VSR: # IL-8, IL-19, IL-20, IL-13, IFNG, RANTES Drysdale SB - Acta Paediatrica 2012 Portadores do alelo G na posição -1082 do gene IL-10 apresentam proteção contra desenvolvimento de Asma após BVA. Koponen P - JACI 2013 CONCLUSÕES ✓ A BVA apresenta uma enorme relevância em relação à morbidade nos primeiros 2 anos de vida ✓As manifestações clínicas e a evolução apresentam muita variabilidade ✓O diagnóstico é clínico, não sendo necessários exames subsidiários Prematuridade, tabagismo passivo, baixa idade, ausência de aleitamento materno, doença pulmonar crônica e cardiopatia congênita são fatores de risco bem definidos ✓ ✓Existem polimorfismos genéticos que estão associados a maior gravidade CONCLUSÕES ✓ Ainda existe controvérsia em relação a se o tipo de vírus e a coinfecção viral se relacionam com a gravidade ✓O Palimizumabe deve ser indicado nos grupos de risco ✓A oxigenoterapia é o fator principal no tratamento ✓Os broncodilatadores podem ser tentados, mas só devem ser continuados se houver uma resposta satisfatória ✓Não devem ser usados corticoides sistêmicos ou inalatórios CONCLUSÕES ✓ A Fisioterapia respiratória não apresenta benefício comprovado ✓A inalação com solução salina hipertônica melhora os sintomas e diminui a taxa de internação ✓A Ventilaçãoo Não Invasiva pode contribuir para a diminuição da necessidade de intubaçãoA Ventilação de Alto Fluxo por Cânula Nasal diminui a taxa de intubação e internação em UTIA BVA grave é um fator de risco para o desenvolvimento de Asma Email: [email protected]