PERFIL MICROBIOLÓGICO E FÍSICO-QUÍMICO DO QUEIJO COALHO COMERCIALIZADO EM FEIRAS LIVRES DE SÃO LUÍS-MA. PROFILE MICROBIOLOGICAL AND PHYSICAL CHEMISTRY OF CURD CHEESE MARKETED IN SHOWS ARE FREE OF LUIZ-MA. Lidiane Soares Pereira1, Ana Cristina Ribeiro2, Lúcia Maria Coelho Alves2, Nancyleni Pinto Chaves1, Joyce Bitencourt Ataíde Lima1, Débora de Matos Pereira3 1 Médica Veterinária – Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Professora do Departamento de Patologia – Universidade Federal do Maranhão – UEMA 3 Acadêmica de Medicina Veterinária-UEMA 2 Palavras-chave: Produto lácteo, higiene, Staphylococcus spp, umidade Introdução Entre os derivados lácteos da Região Nordeste, destaca-se a produção de queijo coalho, sendo um dos principais tipos de queijo de elaboração artesanal e elevado consumo incorporados à cultura regional de tradição secular, transferida através de gerações (MUNCK, 2005). Apesar de sua importância econômica e grande popularidade, servindo também como alternativa para programas da agricultura familiar, a fabricação na grande maioria, não conta com tecnologia apropriada, ocorrendo de forma artesanal, a partir de leite não pasteurizado, sem os devidos cuidados de higiene ou em pequenas fábricas que não adotam Boas Práticas de Fabricação (BORGES et al., 2003). Objetivou-se com o estudo avaliar a qualidade microbiológica e físico-química do queijo coalho comercializado em feiras livres de São Luís-MA. Material e Métodos Foram avaliadas 15 amostras de queijo coalho comercializado em feiras livres. Todas as amostras foram analisadas em triplicata para garantir um menor erro experimental, totalizando 45 análises microbiológicas e 45 análises físico-químicas, sendo utilizado para efeito dos resultados, apenas as médias das repetições. A metodologia de coleta foi efetuada de acordo com as normas estabelecidas pela ABNT (1988). As análises microbiológicas realizadas foram: contagem e identificação de Staphylococcus coagulase positiva, determinação do NMP de Coliformes a 45°C e pesquisa de Salmonella sp. Nas análises físico-químicas foram determinadas a umidade e gordura no extrato seco. As análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água e Laboratório de Físico-Química de Produtos de Origem Animal da UEMA. Resultados e Discussão Das 15 amostras de queijo coalho analisadas, 53,33% (n=8) estavam fora dos padrões exigidos para Coliformes a 45°C, que estabelecem valor máximo de 5 x 102 NMP/g (BRASIL, 2001). Staphylococcus coagulase positiva estava presente em 33,33% (n=5) das amostras. A presença de Salmonella sp foi identificada em 6,67% (n=1) dos queijos analisados. Durante a coleta das amostras observou-se métodos anti-higiênicos dos manipuladores responsáveis pela comercialização dos produtos, ausência de EPI´s (máscara, gorro e luvas) e procedimento inadequado de higienização das mãos. Além disso, foi observada manipulação errônea dos alimentos com risco de contaminação cruzada, entre os produtos, tais pontos podem ter favorecido a contaminação, multiplicação e sobrevivência dos microrganismos associado ainda às características intrínsecas do queijo avaliado. Um fator muito relevante é a padronização físico-química do queijo coalho para se determinar o teor de umidade e matéria gorda, sendo que alimentos com elevada atividade de água e altamente nutritivos, constituem um ótimo substrato para o crescimento e multiplicação de microrganismos. De acordo com as médias obtidas nas análises físicoquímicas das amostras, o queijo coalho da capital maranhense pode ser caracterizado como queijo gordo sendo o percentual médio de Gordura no Estrato Seco de 50,14% e umidade média de 40,30%, estando dentro dos padrões legais estabelecidos (BRASIL, 2001). Sugere-se maior controle de ordem tecnológica na produção de queijo coalho, assim como da matéria-prima utilizada para garantir um produto em conformidade com padrões microbiológicos e físico-químicos estabelecidos em legislações específicas. Conclusões A qualidade microbiológica do queijo coalho comercializada em feiras livres da cidade de São Luís-MA encontrava-se inadequada à legislação brasileira. Não houve variação na qualidade físico-química do produto, sendo este produto classificado como queijo gordo e com teor de umidade média. Referências ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Preparo de amostras para exame microbiológico. Rio de Janeiro: ABNT, mar., 1988, 03p (NBR 10203). BORGES, M. F.; FEITOSA, T.; NASSU, R. T.; MUNIZ, C. R.; AZEVEDO, E. H. F.; FIQUEIREDO, E. A. T. Microrganismos patogênicos e indicadores em queijo de coalho produzido no Estado do Ceará. Boletim do Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos. Curitiba, v.21, n.1, p.31-40, 2003. BRASIL. Ministério da Agricultura. Resolução Nº 30, de 16 de julho de 2001. Regulamento técnico de Identidade e Qualidade do Queijo Coalho e Manteiga. Disponível: http//www.agricultura.gov.br/das/dipoa/. [Acesso em 08/12/2004]. MUNCK, A. V. Queijo de Coalho – Princípios Básicos de Fabricação. Disponível: http//www.cienciadoleite.com.br. [Acesso em 29/01/2006]. Autor a ser contactado: Lidiane Soares Pereira, Cidade Universitária Paulo VI, CP 09 - Tirirical - CEP 65055-970 - São Luís-MA, Médica Veterinária - e-mail: [email protected]