UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
GRUPO DE PESQUISA TRABALHO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Sociologia Econômica:
Compilação Comentada de Obras de Interesse em 122 Temas
Matheus Fontella
Trabalho em andamento
Porto Alegre, abril de 2011
2
Matheus Fontella é doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – Ufrgs (2010). É mestre em Sociologia por essa instituição (2003) e graduado em
Comunicação Social – Habilitação Jornalismo pela Universidade Federal de Santa
Maria – Ufsm (1996). Seus interesses de pesquisa são: Sociologia Econômica;
Mercados; Internet Corporativa; Inovação e Tecnologia; Associações de Negócios;
Jornalismo; Artes.
3
“...obtinha respostas, tantas que teve a impressão de ter chegado a uma terra estranha”.
August Strindberg*
“A verdadeira pedra filosofal é comprar barato e vender caro”.
Francisco de Quevedo**
“Hoje, quando se faz do dinheiro a garantia social universal”.
Honoré de Balzac***
*STRINDBERG, August. Gente de Hemsö. São Paulo: Hedra, 2010.
**QUEVEDO, Francisco de. A Hora de Todos. São Paulo: Escala, 2007.
***BALZAC, Honoré de. Esplendores e Misérias das Cortesãs. Porto Alegre: L&PM,
2007.
4
Sociologia Econômica: Compilação Comentada de Obras de Interesse em 122
Temas
A Sociologia Econômica é disciplina que ressurge com força ao final do século
passado, nos anos 1970 e sobretudo nos 1980, com a publicação de diversas obras,
sobretudo nos Estados Unidos, com destaque para as reflexões de Mark Granovetter e
seu orientador de doutorado – entre o final dos anos 1960 e começo dos 70 – Harrison
C. White, ambos pioneiros na utilização da análise de redes sociais aplicada a processos
econômicos, além de Richard Swedberg, Arthur L. Stinchcombe, Wayne E. Baker,
Nicole Woolsey Biggart, Viviana A. Zelizer e Neil Fligstein. Entretanto, como bem se
sabe, as atividades econômicas possuem uma dimensão central em obras de autores
clássicos da Sociologia, a exemplo de Karl Marx (O Capital), Max Weber (A Bolsa; A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo; Economia e Sociedade; História
Econômica Geral), Georg Simmel (Filosofia do Dinheiro; Os Pobres), Émile Durkheim
(Da Divisão do Trabalho Social e o póstumo Lições de Sociologia) e Vilfredo Pareto
(Os Sistemas Socialistas, Manual de Economia Política, Tratado de Sociologia Geral).
Variáveis sociais também se encontram em trabalhos de economistas, ao final do século
19 e começo do seguinte, caso de autores díspares como Alfred Marshall (Princípios de
Economia) e Thorstein Veblen (A Teoria da Classe Ociosa) – o primeiro uso, aliás, da
designação de ‘Sociologia Econômica’ encontra-se na obra de outro economista, W.
Stanley Jevons, em 1879, como destacam autores da dimensão de Philippe Steiner e
Richard Swedberg. Na Sociologia, ainda em fase de consolidação acadêmica, Émile
Durkheim utiliza a expressão ‘Sociologie Économique’ nos anos 1890. (1)
No começo do século 20, pode se destacar ainda a obra hoje relativamente
esquecida de Werner Sombart (O Burguês) sobre o capitalismo e, mais adiante, as
proposições de um jovem austríaco, aluno de Weber, Joseph Schumpeter (Teoria do
Desenvolvimento Econômico), acerca de uma Sociologia Econômica. Acrescenta-se,
depois, a chamada Antropologia Substantivista de Karl Polanyi e sua famosa crítica da
‘autonomia’ da esfera dos mercados na Inglaterra do século 19, expressa em sua obra
máxima, A Grande Transformação, publicada durante a II Guerra Mundial.
Em 1956, Talcott Parsons e Neil J. Smelser publicam Economia e Sociedade,
obra que assinala o primeiro resgate da Sociologia Econômica. Convém lembrar que
Parsons é o introdutor nos Estados Unidos do pensamento de Weber, Sombart,
5
Durkheim e Pareto. Sete anos mais tarde, Smelser publica um elegante manual, A
Sociologia da Vida Econômica.
Com a eclosão de uma série de eventos sociais, econômicos e políticos entre o
final dos anos 1960 e toda a década seguinte (as duas crises do petróleo, em 1973 e
1979, o final da Guerra do Vietnã, a atenção despertada nos EUA e na Europa Ocidental
para o desenvolvimento em países do Terceiro Mundo, a crise de emprego na GrãBretanha, entre outros acontecimentos), o terreno para o segundo resgate da Sociologia
Econômica começa a ser pavimentado. O ápice desse multifacetado empreendimento
intelectual ocorre com a publicação de ensaio de Mark Granovetter, em 1985, marco da
chamada Nova Sociologia Econômica e uma reação ao que era avaliado como
‘imperialismo econômico’, notadamente em obras de Gary Becker. O texto de
Granovetter também é uma resposta crítica a teorizações de outro economista, Oliver E.
Williamson, e sua abordagem sobre mercados e hierarquias (de empresa).
Hoje, a Sociologia Econômica é marcada por grande dinamismo teórico e
empírico nos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Escócia, Suécia,
Rússia, Portugal, entre outros países. Na América Latina, destaca-se o enraizamento
cada vez mais rápido da disciplina, especialmente no Brasil, abrangendo temas como
trabalho, mercados, empreendedorismo, finanças, crédito, combate à pobreza, capital
social, meio ambiente, cooperação, consumo, mercados e práticas ilícitas, etc.
Neste trabalho, há indicações de obras relativas a diversos assuntos da disciplina
(autores e obras reconhecidos como integrantes da SE) ou de interesse para a disciplina
(autores e obras com perspectivas de estabelecer nexos com a SE), com destaque, nesse
segundo aspecto, para autores de ramos do conhecimento próximos – ainda que não
necessariamente convergentes –, caso da Ciência Política (como, por exemplo, no
tópico sobre capitalismo, a partir da abordagem influente, mas criticada por Richard
Swedberg, sobre variedades de capitalismo), Economia Política, Nova Economia
Institucional (com tópico específico aqui) e Antropologia Econômica (religião, bolsa de
valores, mercados e práticas ilegais). A SE engloba não apenas a área – predominante –
de mercados (lucro, construção social de preços, esferas mercantis no âmbito do regime
capitalista, concorrência, cooperação e avaliação de valor, relações entre produtores e
clientela, etc) e dinheiro ou moeda (usos sociais do dinheiro, valor monetário, efeitos da
inflação, etc). A SE reúne ainda estudos sobre crédito e finanças (microcrédito e crédito,
bolsa de valores, bancos, corporações – sociedades anônimas, sistemas financeiros,
produtos financeiros, dimensão social de crises econômicas), produção (trabalho,
6
capital, tecnologia e inovação, organizações e empresas), empreendedorismo, profissões
e ocupações, consumo e clientela, direitos de propriedade, papel do Estado (Sociologia
Fiscal, Sociologia Econômica do Direito), SE e estratificação social (gênero, classes,
elites, desigualdade, riqueza e pobreza) e SE Histórica (exame de fenômenos sociais,
culturais e econômicos em períodos como Renascença, Mercantilismo, Liberalismo,
ascensão do Capitalismo, economia de mercado em países de regime socialista ou
comunista, Globalização, etc).
Esta compilação reúne indicações de obras em língua inglesa, francesa,
espanhola e portuguesa. A escolha das obras fundamenta-se em critérios como
relevância do tema, projeção do(s) autor/autores no âmbito da disciplina e data de
publicação (edição mais recente possível) – observa-se que em determinados tópicos
haverá inserção de autores não necessariamente ‘enquadrados’ em correntes atuais da
Sociologia Econômica, com a inserção justificada em decorrência da temática
abordada, em uma série de assuntos, tais como profissões e ocupações (a obra ímpar de
Freidson, por exemplo), trabalho, fontes de energia (a obra pioneira de Cottrell ou a de
Hughes, este último um clássico no ramo de Ciência-Tecnologia e Sociedade, ao lado
de Pinch, Bijker, Callon e MacKenzie), arte e economia, moda, crime organizado,
Internet como esfera de negócios (Castells, mais um exemplo de ‘não-enquadramento’,
ainda que o autor trate de negócios, mercados, empreendedorismo, cooperação
interfirmas, globalização, trabalho, capital...) para citar alguns exemplos. A seleção de
autores é, portanto, arbitrária e não faltariam, aqui e ali, observações sobre este ou
aquele nome fora do âmbito da Sociologia Econômica (e que aqui não estão presentes),
mas que tratam de aspectos sociais e econômicos: poder-se-ia citar Giddens
(globalização, confiança, revisão de Durkheim e Weber); Bauman (globalização,
consumo, endividamento, trabalho, capitalismo); Elias (Estado, crítica da gênese do
homo oeconomicus, profissão naval); Luhmann (economia como sistema, poder,
confiança), e Habermas (capitalismo, Estado, publicidade e esfera pública). Clássicos do
pensamento social brasileiro, aqui sem citação, caso de Raymundo Faoro e sua análise
dos “donos do poder” no Brasil, ou o exame acurado que Gabriel Cohn realiza da obra
de Weber e de Simmel também poderiam ser evocados, para lembrar dois exemplos.
Em relação aos tópicos, estes compreendem, em geral, abordagens
diferenciadas sobre o assunto em destaque. Naturalmente, há temáticas que se
conectam diretamente a outras, caso de dinheiro e finanças, empreendedorismo e
inovação, mercados e competição/concorrência, Estado e direitos de propriedade,
7
organização e empresa, relações interfirmas e redes sociais, e assim por diante. Para a
seleção dos 122 tópicos com indicações de autores e obras, primeiro considera-se a
centralidade de alguns temas para a Sociologia Econômica, tais como mercados,
dinheiro/moeda, empreendedorismo e os trabalhos de clássicos, notadamente Weber,
Simmel e Durkheim; segundo, opta-se por obras sobre instituições/organizações
essenciais em regimes capitalistas, caso de Estado, empresas, bancos, bolsa de valores e
demais áreas de finanças, crédito e, claro, estudos sobre a própria definição de
capitalismo; terceiro, define-se pelas indicações de obras sobre fenômenos históricos – e
controversos – como a Globalização, o Liberalismo e o Comunismo; quarto, incluem-se
áreas clássicas da Sociologia em geral, como trabalho, profissões/ocupações e gênero
(este relacionado aqui a aspectos sociais e econômicos envolvendo mulheres e homens);
quinto, opta-se pela escolha de temas mais do que costumeiros em qualquer sociedade,
mas que nem sempre despertam interesse sociológico concreto e contínuo, embora sua
abordagem seja crescente e dinâmica em anos recentes: futebol, moda, jornalismo
econômico, consumo, tecnologia, herança, tributos (Sociologia Fiscal), mercados e
práticas ilegais, serviços funerários, estímulo à doação de órgãos; sexto, indica-se
temática de processos fundamentais na análise de fenômenos e atividades sociais e
econômicas, caso de competição, cooperação, confiança, incerteza, racionalidade,
embeddedness, agência; sétimo e último, observa-se que a SE revela uma gama de
autores com interesses bastante amplos e de orientação intelectual e acadêmica bastante
diversa em relação a muitos dos tópicos/temas que aqui constam, o que pode ser
exemplificado por meio de análises sobre mercados, como sintetiza o quadro a seguir:
Perspectivas sobre mercados
Mark Granovetter – mercados como redes de relações
Harrison C. White – mercados como nichos próximos e ‘espelhados’ / identidade e controle
Neil Fligstein – mercados como construção política-cultural
Viviana A. Zelizer – mercados como expressão de fatores sociais e culturais
Michel Callon e Fabian Muniesa – mercados como dispositivos coletivos de cálculo
Pierre Bourdieu – mercados como campos
Beckert, Aspers, Möllering (Instituto Max Planck para o Estudo de Sociedades - MPIfG) –
mercados e respostas à incerteza; mercados e mecanismos de competição, cooperação e
avaliação de valor – revisão crítica de outras perspectivas
Fonte: elaboração do autor a partir de algumas obras (2)
8
Justifica-se esta compilação em decorrência da profusão de obras acerca de
Sociologia Econômica e seus variados ramos/subcampos, especialmente em língua
inglesa e francesa, com a edição de diversos manuais, tratados, reedições de textos
clássicos e enciclopédia sobre o assunto. Soma-se a isso a variedade de artigos em
revistas e jornais especializados, ensaios e textos de conferências, congressos, fóruns e
seminários abordando a profunda variedade de temas da disciplina. Adiciona-se a
publicação relativa à Sociologia Econômica em outras linguagens, ainda que em
proporção bem menor, como espanhol e, em particular português (e aqui não se inclui o
alemão e o italiano, embora existam referências a publicações nesses países), e tudo se
torna ainda mais complexo e difuso.
Outra motivação está no avanço da Sociologia Econômica na academia
brasileira, inclusive além das fronteiras do país – em 2010, por exemplo, duas edições
de Economic Sociology – The European Electronic Newsletter, publicação já
emblemática da disciplina, são consagradas a textos de autores nacionais, e, quatro anos
antes, dois textos sobre a Sociologia Econômica no país e o trabalho do Núcleo de
Estudos em Sociologia Econômica e das Finanças (Nesefi) da UFSCar são apresentados
em edição da Accounts, publicação da seção de Sociologia Econômica da Associação
Sociológica Americana (ASA). Logo, esta reunião de indicações apresenta-se como
uma modesta tentativa de exposição, sugestão, revisão não exaustiva (apesar de sua
dimensão razoável) e quiçá (re)descoberta de assuntos, autores e obras nesta área de
conhecimento ou de interesse/afinidade com a Sociologia Econômica – em entrevista
recente, publicada em 2009, um autor prolífico e de obra instigante como Michel Callon
afirma que a teoria é 10% de tudo. Sim, isto mesmo, 10% de tudo, todavia o quanto,
muitas vezes, demanda imenso trabalho selecionar e aplicar razoavelmente 10% da
literatura que sustenta o debate em uma tese, dissertação, livro ou artigo?...
Ressalva-se que este trabalho integra um amplo projeto do autor, que
compreende a defesa de tese, realizada em março de 2010, na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (Ufrgs), sobre o papel de uma associação de negócios na formação
de um mercado de empresas de Internet (agências digitais) no Rio Grande do Sul, com
extensa revisão de literatura acerca de esferas mercantis, além da publicação de duas
compilações de literatura, esta sobre temas da Sociologia Econômica e outra a respeito
de inovação e tecnologia e já apresentada. No momento, esboça-se um dicionário de
9
Sociologia Econômica, além de um ensaio sobre Sociologia dos Mercados, com a
terceira parte desta última obra dedicada a trabalhos de Sociologia Econômica no Brasil.
Ao final deste trabalho, apresenta-se um registro, meramente ilustrativa, de
eventos e fatos ligados de alguma maneira à disciplina, bem como acontecimentos
históricos de notável transformação social, cultural e econômica. Uma listagem sintética
de autores é oferecida. Centros e núcleos de pesquisa, nacionais e estrangeiros, em
Sociologia Econômica também são indicados.
Notas
(1) – Confronte Richard SWEDBERG: Max Weber e a Idéia de Sociologia Econômica.
Rio de Janeiro, São Paulo: Editora UFRJ, Beca, 2005; Mark GRANOVETTER: The
Old and the New Economic Sociology. In: FRIEDLAND, R.; ROBERTSON, A. F.
(eds.). Beyond the Marketplace. New York: Aldine de Gruyter, 1990, p.89-112; JeanJacques GISLAIN; Philippe STEINER: La Sociologie Économique 1890-1920: Émile
Durkheim, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter, François Simiand, Thorstein Veblen et
Max Weber. Paris: PUF, 1995.
(2) – Conforme Mark GRANOVETTER: Ação Econômica e Estrutura Social: o
problema da imersão. RAE – eletrônica, Vol.6, nº1, jan/jun 2007 [1985]; Harrison C.
WHITE: Where Do Markets Come From? American Journal of Sociology, Vol. 87, nº3,
November 1981, p.517-547; Neil FLIGSTEIN: Markets as Politics: a political-cultural
approach to market institutions. American Sociological Review, Vol. 61, nº 4, august
1996, p.656-673; Viviana A. ZELIZER: Repenser le Marché: la construction sociale du
“marché aux bébés” aux Etats-units, 1870-1930. Actes de la Recherche en Sciences
Sociales, nº94, septembre 1992, p.3-26; Michel CALLON e Fabian MUNIESA:
Economic Markets as Calculative Collective Devices. Organization Studies, 26(8),
2005, p.1229–1250; Pierre BOURDIEU: Les Structures Sociales de l’Economie. Paris:
Seuil, 2000; Jens BECKERT: The Social Order of Markets. Theory and Society, 38,
2009, p.245-269; Patrik ASPERS: How Are Markets Made? MPIfG Working Paper,
March 2009; Guido MÖLLERING: Market Constitution Analysis: a new framework
applied to solar power technology markets. MPIfG, July 2009.
10
Lista de 122 temas:
Ação; ação coletiva
Agência
Agricultura e alimentação, meio rural e atividade econômica
Ambiente, Meio / Meio Ambiente e Economia, Economia e Sociologia Ambiental
Ambivalência
Antropologia Econômica e Sociologia Econômica
Arte e economia, arte e mercado e campo de bens simbólicos
Associações de Negócios, Associações Comerciais
Bancos
Bancos centrais
Bolsa de Valores
Bourdieu, Pierre
Burocracia
Campo, campo econômico
Capitalismo
Capital social
Carisma
Classe
Clássicos da Sociologia Econômica e da Economia
Competição, concorrência
Comunismo / socialismo e transição para / implantação de economia de mercado
Confiança
Conhecimento econômico, Sociologia do
Construção social, noção de
Consumo, compra e clientela
Contabilidade e auditoria
Contrato
Convenções
Cooperação
Corrupção
Crédito e microcédito
Crises e depressões econômicas
11
Cuidados
Cultura, Cultura e Economia
Desemprego
Dinheiro / moeda
Direito e Economia
Durkheim, Émile
Economia (disciplina), economistas
Economia Informal
Economia e Sociologia: conexões, refutações, aproximações
Economia Social, Economia Solidária
Educação e Economia
Eficiência
Elites
Embeddedness (imersão, incrustação, imbricação, enraizamento)
Emoções e aspectos sociais e econômicos
Empreendedorismo, empreendedores
Empresa
Energia, fontes de / eletricidade, mercado de
Estado
Finanças
Fiscal, Sociologia
Funerários, Mercado de Serviços
Futebol; Mercado do; Mercado de Trabalho do; Globalização do
Gênero
Geografia Econômica e Sociologia Econômica
Globalização / mundialização
Grupos Econômicos
Habilidades sociais
Herança
Homo oeconomicus
Imigração
Incerteza
Inovação
Instituições, institucionalismo
12
Interesses
Internet, Novas Mídias e Nova Economia
Intimidade
Jornalismo, mercado de trabalho do / Jornalísticas, empresas / Jornalismo Econômico &
mídia financeira
Leilões
Liberalismo e neoliberalismo
Liderança
Loterias
Marx, Karl
Mercados
Mercados, atividade econômica e práticas ilegais
Mercantilização
Moda e vestuário
Modelo de negócios
Moral e ética em mercados / em atividades econômicas
Nova Economia Institucional e Sociologia Econômica / Instituições na Economia
Organizações
Órgãos e sangue humano, Mercado de,
Pareto, Vilfredo
Parsons, Talcott
Performatividade, performação
Pobreza
Poder
Polanyi, Karl
Preço
Profissões e Ocupações
Propriedade
Prostituição / mercados de serviços sexuais
Protecionismo
Publicidade e Marketing
Racionalidade Econômica
Redes Sociais
Relações Interfirmas
13
Religião
Renda
Riqueza
Risco
Saúde
Schumpeter, Joseph
Seguros
Sexo
Simmel, Georg
Sindicatos
Sociologia Econômica (história, temas gerais e obras de referência da disciplina)
Sombart, Werner
Status em mercados
Tecnologia
Telefonia móvel
Tempo
Trabalho, Mercado de, Mundo do Trabalho
Troca
Universidade-empresa / relações comerciais, transferência de conhecimento
Valor
Veblen, Thorstein
Weber, Max
White, Harrison C., Sociologia de
14
Temáticas, autores e obras de interesse:
Ação; ação coletiva
BARBALET, Jack. Disinterestedness and Self Formation: Principles of Action in
William Hazlitt. European Journal of Social Theory, 12(2), May 2009, p.195-211.
BECKERT, Jens. Economic Sociology and Embeddedness: How Shall We
Conceptualize Economic Action. Journal of Economic Issues, 37(3), 2003, p.769-787.
_______________. What Is Sociological about Economic Sociology? Uncertainty and
the embeddedness of economic action. Theory and Society, 25, 803-840, 1996.
HARRINGTON, Brooke; FINE, Gary Alan. Where the Action Is: Small Groups and
Contemporary Sociological Theory. Small Group Research 37: 1-16, 2006.
KNOKE, David. Collective Action. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006, p.7276.
ROY, William G.; PARKER-GWIN, Rachel. How Many Logics of Collective Action?
Theory and Society, 28, 1999, p.203-237.
Agência
Ainda que utilizado na obra de cientistas sociais influentes como Pierre Bourdieu e
Anthony Giddens, o conceito de agência não deixa de suscitar ambiguidades,
revelando-se fonte de confusão no pensamento social, como observam Emirbayer e
Mische (1998). Usando como ilustração material extraído de A Ética Protestante e o
Espírito do Capitalismo, de Max Weber, Campbell (2009) procura abrir essa “caixapreta” da agência pessoal (personal agency), ao distinguir duas concepções do
fenômeno: os dois conceitos são referidos pelo autor como tipo 1 e tipo 2 ou o poder da
agência (power of agency) comparado com o poder agenciador (agentic power); o
primeiro se refere à capacidade de um ator para iniciar e manter um programa de
15
ação, enquanto o segundo se refere à capacidade de um ator para atuar de forma
independente do poder limitante da estrutura social.
Temas relacionados:
ARNOLDI, Jakob; BORCH, Christian. Market Crowds between Imitation and Control.
Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–8), 2007, p.164–180.
BECKERT, Jens. Agency, Entrepreneurs, and Institutional Change. The role of strategic
choice and institutionalized practices in organizations. Organization Studies, 20/5,
1999, p.777-799.
CALLON, Michel; LASCOUMES, Pierre; BARTHE, Yannick. Acting in an
Uncertain World: an essay on technical democracy. Cambridge, MA: MIT Press, 2009
[2001].
CAMPBELL, Colin. Distinguishing the Power of Agency from Agentic Power: a note
on Weber and the "black box" of personal agency. Sociological Theory, 27 (4),
December 2009, p.407-418.
EMIRBAYER, Mustafa; MISCHE, Ann. What Is Agency? American Journal of
Sociology, Volume 103, Number 4, January 1998, p.962-1023.
____________________; GOODWIN, Jeff. Network Analysis, Culture, and the
Problem of Agency. American Journal of Sociology, Volume 99, Nº6, May 1994,
p.1411-1454.
MÖLLERING, Guido. Trust, Institutions, Agency: Towards a Neoinstitutional Theory
of Trust. In: BACHMANN, Reinhard; ZAHEER, Akbar (eds.). Handbook of Trust
Research. Cheltenham: Edward Elgar, 2006b, p.355-376.
SEWELL, William H. A Theory of Structure: duality, agency, and transformation.
American Journal of Sociology, Volume 98, Number 1, July 1992, p.1-29.
Agricultura e alimentação, meio rural e atividade econômica
16
ABRAMOVAY,
Ricardo.
O
Capital
Social
dos
Territórios:
repensando
o
desenvolvimento rural. Economia Aplicada, Vol. IV, nº2, abril/junho 2000, p.379-397.
ALLAIRE, Gilles. L’Économie de la Qualité, en ses Secteurs, ses Territoires et ses
Mythes. Géographie, Économie, Société, Vol.4 (2), 2002, p.155-180.
_______________;
BLANC,
Michel.
Local/Global
Institutional
Systems
of
Environmental Public Action. Sociologia Ruralis, Vol.43(1), January 2003, p.17-33.
_______________; BOYER, Robert (eds.). La Grande Transformation de
l’Agriculture. Paris: INRA-Economica, 1995.
BELL, Michael Mayerfeld; LOWE, Philip. Regulated Freedoms: the market and the
state, agriculture and the environment. Journal of Rural Studies, 16, 2000, p.285-294.
BENDER, Karen L; WESTGREN, Randall E. Social Construction of the Market(s) for
Genetically Modified and Nonmodified Crops. The American Behavioral Scientist,
vol. 44, nº8, April 2001, p. 1350-1370.
BUSCH, Lawrence. Performing the Economy, Performing Science: from neoclassical to
supply chain models in the agrifood sector. Economy and Society, Volume 36, Number
3, August 2007, p.437-466.
ÇALISKAN, Koray. Market Threads: How Cotton Farmers and Traders Create a
Global Commodity. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2010.
CHIFFOLEAU, Yuna; LAPORTE, Catherine. La Formation des Prix: le Marché des
Vins de Bourgogne. Revue Française de Sociologie, Volume 45 (4), 2004, p.653-680.
DAVIRON, Benoît; PONTE, Stefano. The Coffee Paradox: Global Markets,
Commodity Trade and the Elusive Promise of Development. London: Zed Books, 2005.
17
DUBUISSON-QUELLIER, Sophie. Confiance et Qualité des Produits Alimentaires:
une approche par la sociologie des relations marchandes. Sociologie du Travail, 45,
2003, p.95–111.
GARCIA, Marie-France. Grupo Doméstico e Estratégias de Conversão: o caso da
vinicultura francesa. Revista Pós Ciências Sociais, v.7, nº13, 2010, p.13-42.
_____________________. La Construction Sociale d’un Marché Parfait: le marché au
cadran de Fontaines-en-Sologne. Actes de la recherche en Sciences Sociales, Vol.65,
novembre 1986, p.2-13.
GARCIA-PARPET, Marie-France. A Construção Intelectual dos Mercados Agrícolas: a
Sociedade Francesa dos Economistas Rurais e a Revista Economie Rurale. Mana,
16(1), 2010, p.75-97.
___________________________. Le Marché de l’Excellence: les grands crus à
l’épreuve de la mondialisation. Paris: Édtions du Seuil, 2009.
___________________________. Mondialisation et Transformations du Monde
Viticole: processus de reclassement des vins du Languedoc-Roussilon. Sociétés
Contemporaines, nº68, 2007/4, p.37-57.
___________________________. Dinâmica de Mercado e Trajetória de Produtores em
Face do Sistema de Classificação de vinhos. Revista de Administração de Empresas,
Vol.47, nº2, Jun.2007, p.1-11.
____________________________. Mundialização dos Mercados e Padrões de
Qualidade: Vinho, o Modelo Francês em Questão. Tempo Social, Vol. 16, nº 2,
novembro 2004, p.129-150.
____________________________. Le Marché de l'Excellence: le classement des
grands crus à l'épreuve de la mondialisation. Gèneses, 56, sept.2004, p.72-96.
18
____________________________. A Construção Social de um Mercado Perfeito.
Estudos Sociedade e Agricultura, nº20, abril 2003 [1986], p.5-44.
____________________________. Représentations Savantes et Pratiques Marchandes.
Genèses, 25, 1996, p.50-71.
GLENNA, Leland L.; LACY, William B.; WELSH, Rick; BISCOTTI, Dina.
University Administrators, Agricultural Biotechnology, and Academic Capitalism:
Defining the Public Good to Promote University–Industry Relationships. Sociological
Quarterly, 48, 2007, p.141–163.
GONÇALVES JUNIOR, Oswaldo. "Práticas de Mercado" e Reestruturação de Laços
Sociais: uma combinação possível? Cadernos Gestão Pública e Cidadania, v.15, nº57,
2010, p.161-179.
HARVEY, Mark. Genetically Modified Food: A Suitable Case for an Economic
Sociology Treatment. Economic Sociology - European Electronic Newsletter, Vol. 1,
n3, June 2000, p.6-11.
______________; McMEEKIN, Andy. Brazilian Genomics and Bioinformatics:
instituting new innovation pathways in a global context. Economy and Society,
Volume 34, Issue 4, November 2005, p.634 – 658.
______________; QUILLEY, Steve; BEYNON, Huw. Exploring the Tomato:
Transformations of Nature, Society and Economy. Cheltenham, UK: Edward Elgar,
2002.
HINRICHS, C. CLare. Embeddedness and Local Food Systems: notes on two types of
direct agricultural market. Journal of Rural Studies, 16,2000, p.295-303.
JANSEN, Kees; VELLEMA, Sietze. Agribusiness and Society: corporate responses to
environmentalism, market opportunities and public regulation. London: Zed Books,
2004.
19
LAFERTÉ, Gilles. Imagem Social ou Luta Política e Cultural pelo Controle do
Mercado. Maná, Vol.14, nº2, 2008, p.399-427.
MAGALHÃES, Reginaldo Sales. Habilidades Sociais no Mercado de Leite. Revista de
Administração de Empresas, Vol.47, nº2, abr./jun. 2007, p.15-25.
RAUD, Cécile. Os Alimentos Funcionais: a nova fronteira da indústria alimentar.
Análise das estratégias da Danone e da Nestlé no mercado brasileiro de iogurtes.
Revista de Sociologia e Política, Vol. 16, 2008, p. 85-100.
ROESE, Mauro. O Mondovino de Cabeça para Baixo: as transformações no mercado
internacional do vinho e o novo empresariado vinícola. Revista de Sociologia e
Política, Vol.16, nº31, 2008, p.71-83.
TAYLOR, Peter Leigh. In the Market But Not of It: Fair Trade Coffee and Forest
Stewardship
Council
Certification
as
Market-Based
Social
Change.
World
Development, Vol. 33, Issue 1, January 2005, p.129–147.
WILKINSON, John. Transformações e Perspectivas dos Agronegócios Brasileiros.
Revista Brasileira de Zootecnia, Vol.39, 2010, p.26-34.
________________. Mercados, Redes e Valores: o novo mundo da agricultura
familiar. Porto Alegre: Editora da Ufrgs, 2008.
_______________. Transgênicos: a competitividade internacional do Brasil e novas
formas de coordenação. Estudos Sociedade e Agricultura, 12, nº1, abril 2004, p.95127.
________________. The Food Processing Industry, Globalization and Developing
Countries. Journal of Agricultural and Development Economics, v.1, n.2, 2004.
_________________. Sociologia Econômica, a Teoria das Convenções e o
Funcionamento dos Mercados: inputs para
analisar os micro e pequenos
20
empreendimentos agroindustriais no Brasil. Ensaios FEE, Vol.23, nº2, 2002, p.805824.
_________________. Os Gigantes da Indústria Alimentar entre a Grande Distribuição e
os Novos Clusters a Montante. Estudos Sociedade e Agricultura, Número 18, abril
2002, p.147-174.
_________________. Sociologia Econômica e Agroindústria. Estudos Sociedade e
Agricultura, Número 6, julho 1996, p.81-90.
WINTER, Michael. Embeddedness, the New Food Economy and Defensive Localism.
Journal of Rural Studies, 19, 2003, p.23-32.
ZHAO, Wei. Market Institutions, Product Identities, and Valuation of California
Premium Wines. The Sociological Quarterly, 50, 2009, p.525–555.
Ambiente, Meio / Meio Ambiente e Economia / Economia e Sociologia Ambiental
Como conciliar atividade econômica e desenvolvimento social com a preservação do
meio ambiente? Esta é a questão central para a Sociologia Ambiental (vide Lenzi,
2006).
Temas relacionados: Agricultura e alimentação; Energia; Mercados
ABRAMOVAY, Ricardo. Desenvolvimento Sustentável: qual a estratégia para o
Brasil? Novos Estudos Cebrap, 87, 2010, p.97-113.
_____________________. Eficiência e Contestação Socioambiental no Caminho do
Etanol Brasileiro. Política Externa, Vol. 17, nº 2, Set/Out/Nov 2008.
ABRAMOVAY, Ricardo; VOIVODIC, Mauricio de Almeida; CARDOSO, Fatima
Cristina; CONROY, Michael E. Social Movements and NGOs in the Construction of
New Market Mechanisms. Economic Sociology - The European Electronic
Newsletter, Volume 11, Number 2, March 2010, p.24-30.
21
BEDUSCHI FILHO, Luiz Carlos. Mercados e Meio Ambiente: o que têm em comum a
Sociologia Ambiental e a Nova Sociologia Econômica? IV Encontro Anual da
ANPPAS – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e
Sociedade, Brasília-DF, 4 a 6 de junho de 2008.
CALLON, Michel. Civilizing Markets: carbon trading between in vitro and in vivo
experiments. Accounting, Organizations and Society, 34, 2009, p.535-548.
CARNEIRO, Marcelo Sampaio. A Construção Social do Mercado de Madeiras
Certificadas na Amazônia Brasileira: a atuação das ONGs ambientalistas e das empresas
pioneiras. Sociedade e Estado, v.22, n.3, set./dez. 2007, p.681-713.
LENZI, Cristiano Luis. Sociologia Ambiental: risco e sustentabilidade na
modernidade. Bauru, SP: Edusc, 2006.
LEVIN, Peter; ESPELAND, Wendy Nelson. Pollution futures: commensuration,
commodification, and the market for air. In: HOFFMAN, AJ; VENTRESCA, MJ (eds.).
Organizations, Policy, and the Natural Environment. Stanford, CA: Stanford
University Press, 2002, p. 119–47.
MACKENZIE, Donald. Making Things the Same: Gases, Emission Rights and the
Politics of Carbon Markets. Accounting, Organizations and Society, 34, 2009, p.440455.
RAUD, Cécile. Indústria, Território e Meio Ambiente no Brasil. 1ªed.
Florianópolis/Blumenau: UFSC/FURB, 1999.
SCHNAIBERG, Allan. The Economy and the Environment. SMELSER, Neil J.;
SWEDBERG, Richard. The Handbook of Economic Sociology. 2nd edition.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.703-726.
__________________. The Environment: from surplus to scarcity. New York /
Oxford: Oxford University Press, 1980.
22
TAYLOR, Peter Leigh. In the Market But Not of It: Fair Trade Coffee and Forest
Stewardship
Council
Certification
as
Market-Based
Social
Change.
World
Development, Vol. 33, Issue 1, January 2005, p.129–147.
VOIVODIC, Mauricio de Almeida; BEDUSCHI Filho, Luiz Carlos. Bases Conceituais
para o Entendimento de Conflitos Sociais entre Empresas Florestais Certificadas,
Comunidades e Outros Atores Locais. IV Encontro Nacional da Anppas, Brasília - DF,
4 a 6 de junho de 2008.
Ambivalência
Georg Simmel (1964) considera o comércio como a esfera mais expressiva da
ambivalência. Ambivalência que pode ser expressa na indagação: como competidores,
concorrentes cooperam? Em determinados mercados ou na dimensão interna de
organizações como associações de negócios ou comerciais, a dicotomia competiçãocooperação pode ser recorrente, devido à heterogeneidade de interesses. A busca de
junção desses interesses ocorre, então, como esforço de sobrevivência de dado setor,
em um processo por essência ambivalente, caracterizado por paradoxos, em que
aspirações coletivas coexistem com interesses individuais: “A typical example of
multiple group-affiliations with a single group is the competition among persons who
show their solidarity in other respects. On the one hand the merchant joins other
merchants in a group which has a great number of common interests: legislation on
issues of economic policy, the social prestige of business, representation of businessinterests, joint action as over against the general public in order to maintain certain
prices, and many others. All of these concern the world of commerce as such and make
it appear to other as a unified group. On the other hand, each merchant is in
competition with many others. To enter this occupation creates for him at one and the
same time association and isolation, equalization and particularization. He pursues his
interests by means of the most bitter competition with those with whom he must often
unite closely for the sake of common interests. This inner contrast is probably most
pronounced in the area of commerce” (Simmel, 1964, p.155, com grifo nosso).
Fernando Robles (2000) ressalva que outra manifestação estudada por Simmel, a
moda, é um dos elementos mais evidentes da ambivalência da vida moderna, moda que
para Simmel tem duas funções básicas na sociedade, simultaneamente: unir e
23
diferenciar. Assim, segundo Robles, em relação à moda “siempre se supone que su
existencia tiende a la expansión, pero en el momento en que su ejercicio se generaliza,
disminuye en ella el elemento delimitador; «su cuestión no es ser o no ser, sino que ella
es simultáneamente ser y no ser, se sitúa siempre en la divisoria de las aguas entre el
pasado y el futuro, proporcionándonos así mientras está en su apogeo un sentimiento
de presente tan intenso como pocos fenómenos». Por eso, la moda domina
inextricablemente la conciencia social de la vida moderna ya que las grandes
convicciones (Lyotard diría los metarrelatos) van perdiendo fuerza paulatinamente. Y si
el carácter efímero de la existencia de una moda específica permite visualizar la
inmensa relevancia del presente, ello no es sino una expresión indiscutible de la
hegemonía de la linealidad temporal, propia de la modernidad: homogeneización e
individuación, globalización y particularización de la forma de vida, búsqueda de los
elementos comunes y obsesión por la particularidad de lo individual, tales son las
propiedades paradógicas de la modernidad que en la moda se manifiestan" (Robles,
2000, p.227).
Temas relacionados: Georg Simmel
ROBLES, Fernando. La Ambivalencia como Categoría Sociológica en Simmel. Revista
Española de Investigaciones Sociológicas (REIS), 89, enero-marzo 2000, p.219-235.
SMELSER, Neil J. The Rational and the Ambivalent in the Social Sciences. American
Sociological Review, Vol.63, February 1998, p.1-16.
SIMMEL, Georg. Conflict & The Web of Group Affiliations. Free Press, 1964.
Antropologia Econômica e Sociologia Econômica
ASPERS, Patrik; DARR, Asaf; KOHL, Sebastian. An Economic Sociological Look at
Economic Anthropology. Economic Sociology – The European Electronic
Newsletter, Volume 9, nº1, November 2007, p.3-10.
BOURDIEU, Pierre. Principles of an Economic Anthropology. In: SMELSER, Neil J.;
SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second Edition.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.75-89.
24
Arte e economia, arte e mercado e campo de bens simbólicos
Em relação a mercados artísticos, a Sociologia Econômica dos Mercados possui ainda
lacunas a preencher, embora a música transpareça como campo vibrante de pesquisas
sociológicas nas últimas décadas (Roy, Dowd, 2010). Apesar de o mercado de arte
(pintura) de nível mais elevado manter-se, nos dias atuais, cercado de ar rarefeito, em
que as transações de obras são para muito poucos em um círculo estreito, “construído
sobre redes de comunicação extremamente precisas, e cuja unidade de conta é o milhão
de dólares” (Moulin, 2007, p.15), há certamente esferas de inovação, com a realização
por exemplo de leilões online, embora destinados em essência à comercialização de
produtos de média e baixa categoria (Moulin, 2007, p.62) Em 2008, o artista plástico
Damien Hirst provocou uma das últimas revoluções comerciais do setor, ao buscar
eliminar a figura do marchand na intermediação de venda de suas obras polêmicas,
não raro acusadas de mau gosto ou ainda tomadas como supostamente a denúncia ou a
negação do capitalismo, caso da célebre caveira cravejada de diamantes. O fato é que
criações de Hirst atraem altas somas e o seu ato não é novo na História da Arte, já que
o mestre holandês Rembrandt buscara romper com as limitações (estéticas e
econômicas) impostas pelo mecenato, na Amsterdã do século XVII, estabelecendo as
bases de um novo mercado formado por maior número de compradores (confronte
McMillan, 2004, p.30-31, para uma visão da Economia; e Alpers, 2010 [1988], para
uma abordagem da História da Arte). Hoje, em relação ao mercado global de arte,
Diana Crane (2009) considera tal esfera mercantil como exemplo de processos em que
a globalização dos mercados expande a desigualdade econômica e cultural,
favorecendo o privilégio de pequenos segmentos sociais na contemporaneidade:
The global art market is an illustration of the way in which the
globalization of markets is expanding economic and cultural
inequality by increasing the wealth and privileges of small segments
of the world’s population at the expense of the remainder. This in
turn has produced a high-end enclave in the art market in which very
expensive art works circulate among extremely wealthy collectors
whose tastes shape the symbolic and material aspects of the products.
Sales at auction houses provide reliable indicators of demand for
25
these products. Bypassing urban art markets and art communities,
these transactions take place at a small number of international art
fairs under the aegis of a small group of powerful dealers. As is the
case in other global markets, serious players in this market require
high levels of disposable income and high levels of capital for
investment (CRANE, 2009, p.352).
Outros temas com potencial de exploração pela Sociologia dos Mercados são a fruição
e mediação em esferas mercantis de status, isto é, mercados caracterizados pela
unicidade, raridade e valor simbólico de seus artigos, ao contrário de mercados do tipo
standard (vide Aspers, 2007). Tais esferas mercantis são: pintura de autores
consagrados ou nomes com potencial de crescimento comercial e simbólico; fotografia
artística; moda como expressão artística por si mesma e/ou em interação com outras
artes (pintura, escultura, música, alta literatura).
Temas relacionados: Cultura; Incerteza; Mercados; Preço; Valor
ABREU, Paula. A Indústria Fonográfica e o Mercado da Música Gravada – histórias de
um longo desentendimento. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº85, junho de 2009,
p.105-129.
____________. Músicas em Movimento. Dos contextos, tempos e geografias da
performance musical em Portugal. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº70,
dezembro de 2004, p.159-181.
ACCOMINOTTI, Fabien. Marché et Hiérarchie. La structure sociale des décisions de
production dans un marché culturel. Histoire & Mesure, XXIII-2, 2008, p.177-218.
ALEXANDER, Victoria D. Sociology of the Arts: exploring fine and popular forms.
Oxford, UK: Blackwell, 2003.
ALPERS, Svetlana. O Projeto de Rembrandt. O Ateliê e o Mercado. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010 [1988].
26
ASPERS, Patrik. Theory, Reality and Performance in Markets, American Journal of
Economics and Sociology, Volume 66, Issue 2, April 2007, p.379-398.
BAKER, Wayne E.; FAULKNER, Robert R. Role as Resource in the Hollywood Film
Industry. American Journal of Sociology, Vol.97, nº2, September 1991, p.279-309.
BECKER, Howard S. Art Worlds. Berkeley, CA: University of California Press, 1982.
BOURDIEU, Pierre. As Regras da Arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
________________. La Distinction: critique sociale du jugement. Paris: Les Éditions
de Minuit, 1979 (tradução: BOURDIEU, Pierre. A Distinção: crítica social do
julgamento. São Paulo; Porto Alegre: Edusp / Zouk, 2007).
BUENO, Maria Lúcia. O Mercado de Galerias e o Comércio de Arte Moderna: São
Paulo e Rio de Janeiro nos Anos 1950-1960. Sociedade e Estado, v.20, n.2, maio/ago
2005, p.377-402.
CRANE, Diana. Reflections on the Global Art Market: implications for the Sociology
of Culture. Sociedade e Estado, v. 24, n. 2, p. 331-362, maio/ago 2009.
____________. The Transformation of the Avant-Garde: The New York Art World,
1940-1985. Chicago: University of Chicago Press, 1989 [1987].
DEMIL, Benoît; LECA, Bernard. Architecture de Marché et Régulation dans
l'Exploitation Cinématographique Française. Revue Française de Gestion, nº142,
2003/1, p.229-252.
DIMAGGIO, Paul. Cultural Entrepreneurship in Nineteenth Century Boston: The
Creation of an Organizational Base for High Culture in America. In: MUKERJI,
Chandra; SCHUDSON, Michael (eds.). Rethinking Popular Culture: Contemporary
Perspectives in Cultural Studies. Berkeley: University of California Press, 1991, p.374397.
27
_______________. Classification in Art. American Sociological Review, Volume 52,
Number 4, August 1987, p.440-455.
DOWD, Timothy J. Production Perspectives in the Sociology of Music. Poetics, 32,
2004a, p.235–246.
________________. Concentration and Diversity Revisited: Production Logics and the
U.S. Mainstream Recording Market, 1940 to 1990. Social Forces, 82, 2004b, p.14111455.
________________. Structural Power and the Construction of Markets: The Case of
Rhythm and Blues. Comparative Social Research, 21, 2003, p.147-201.
DURAND, José Carlos. Arte, Privilégio e Distinção: artes plásticas, arquitetura e
classe dirigente no Brasil, 1855-1985. São Paulo: Perspectiva, 1989.
FAVARETO, Arilson; ABRAMOVAY, Ricardo; MAGALHÃES, Reginaldo. As
estruturas sociais de um mercado aberto: o caso da música brega do Pará. XXXI
Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais
(Anpocs). Caxambu, Minas Gerais, 22 a 26 de outubro de 2007.
FRANÇOIS, Pierre. Prototype, Competition, and Market: the market for early music
concerts. Revue Française de Sociologie, 47, Supplement, 2006, p.183-210.
HAVEMAN, Heather A. Antebellum Literary Culture and the Evolution of American
Magazines. Poetics, 32, 2004, p.5-28.
HEINICH, Nathalie. A Sociologia da Arte. Bauru, SP: Edusc, 2008.
HENNION, Antoine. Music Lovers: taste as performance. Theory, Culture & Society,
Vol.18 (5), 2001, p.1-22
_________________. Baroque and Rock: music, mediators and musical taste. Poetics,
24, 1997, p.415-435.
28
HERRERO, Marta. Performing Calculation in the Art Market. Journal of Cultural
Economy, 3(1), 2010, p.19-34.
_______________. Art Markets, Sociology and the Emotional Art Object. Sociology
Compass, Vol. 3(6), September 2009, p.911-919.
JONES, Candace. Coevolution of Entrepreneurial Careers, Institutional Rules and
Competitive Dynamics in American Film, 1895-1920. Organization Studies, 22, 2001,
p.911-944.
KIRSCHBAUM, Charles. Renascença da Indústria Brasileira de Filmes: destinos
entrelaçados? Revista de Administração de Empresas, Vol.46, nº3, jul./set. 2006,
p.58-71.
LEYSHON, Andrew; WEBB, Peter; FRENCH, Shaun; THRIFT, Nigel; CREW,
Louise. On the Reproduction of the Musical Economy after the Internet. Media,
Culture & Society, 27, 2005, p.177-209.
McMILLAN, John. A Reinvenção do Bazar: uma história dos mercados. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2004.
MOULIN, Raymonde. O Mercado da Arte: mundialização e novas tecnologias. Porto
Alegre: Zouk, 2007.
__________________. L'Artiste, l'Institution et le Marché. Paris: Flammarion, 1992.
O’NEIL, Kathleen M. Bringing Art to Market: the diversity of pricing styles in a local
art market. Poetics, 36, 2008, p.94–113.
PÉQUIGNOT, Bruno. La Sociologie de L'Art et de La Culture en France: un état des
lieux. Sociedade e Estado, Vol.20, nº2, maio/ago 2005, p.303-335.
29
PINCH, Trevor. Giving Birth to New Users: How the Minimoog Was Sold to Rock &
Roll. In: OUDSHOORN, Nelly; PINCH, Trevor(eds.) How Users Matter: The CoConstruction of Users and Technology, Cambridge, MA : MIT Press, 2003, 247-70.
ROY, William G; DOWD, Timothy J. What Is Sociological about Music? Annual
Review of Sociology, 36, 2010, p.183–203.
SAPIRO, Gisèle. Globalization and Cultural Diversity in the Book Market: the case of
literary translations in the US and in France. Poetics, 38, 2010, p.419-439.
_____________. The Literary Field between the State and the Market. Poetics, 31,
2003, p.441-464.
TEPPER, Steven J.; HARGITTAI, Eszter. Pathways to Music Exploration in a Digital
Age. Poetics, 37, 2009, p.227–249.
VELTHUIS, Olav. Talking Prices: Symbolic Meanings of Prices on the Market for
Contemporary Art. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
_______________. An Interpretative Approach to Meanings of Prices. The Review of
Austrian Economics, 17:4, 2004, p.371-386.
_______________. Symbolic Meaning of Prices: constructing the value of
contemporary art in Amsterdam and New York galleries. Theory and Society, 32,
2003, p.181-215.
WHITE, Harrison C. Careers and Creativity: Social Forces in the Arts. Boulder, CO:
Westview, 1993.
________________; WHITE, Cynthia A. Canvases and Careers - Institutional Change
in the French Painting World Chicago: The University of Chicago Press, 1992 [1965].
ZOLBERG, Vera L. Capital Creativo em um Mundo Global: as artes, a mídia e o futuro
das cidades. In: BUENO, Maria Lucia; CAMARGO, Luiz Octávio de Lima (orgs.).
30
Cultura e Consumo: Estilos de Vida na Contemporaneidade. São Paulo: Senac, 2008,
p.41-68.
________________. Para Uma Sociologia das Artes. São Paulo: Senac, 2006 [1990].
________________. Success and Failure of the Sociology of Culture? Bringing the Arts
Back. Sociedade e Estado, Vol.20, n2, maio/ago. 2005, p.337-350.
Associações de Negócios, Associações Comerciais
Por associação considera-se a instituição responsável pela construção de ambiente
capaz de criar consenso acerca de regras e convenções, além da coordenação de
interesses e negociação de conflitos. Uma associação deveria gerar reciprocidade,
confiança, credibilidade e cooperação entre seus membros e em relação aos seus
públicos externos, pois esses parâmetros, construídos socialmente, constituem fontes
de previsibilidade em sua área de atuação. De acordo com a literatura (Streeck,
Hassel, 2002; Schmiter, Streeck, 1999[1981]), associações como as de negócios são
organizações intermediárias, isto é, realizam intermediação entre a lógica de afiliação
ao grupo (percepções e demandas dos associados, disposição dos integrantes em
cumprir decisões coletivamente e possibilidade de concessão de benefícios coletivos) e
a lógica de representação do grupo associativo (os incentivos efetivamente concedidos;
condução de negociações, por exemplo, com outras organizações e governos;
oportunidades e constrangimentos resultantes do estabelecimento de relações de
barganha política, e garantia de acesso privilegiado a informações e de conquista de
status). Logo, a associação ao passo que partilha recursos e informações, em um
princípio de reciprocidade e identificação (lógica da afiliação), também estabelece
hierarquia de comando e obediência a parâmetros ou estratégias definidos de maneira
centralizada, conforme um princípio de redistribuição e influência (lógica da
representação).
Temas relacionados: Cooperação; Interesses
BERK, Gerald; SCHNEIBERG, Marc. Varieties in Capitalism, Varieties of Association:
colaborative learning in American Industry, 1900 to 1925. Politics & Society, Vol. 33,
nº 1, March 2005, 46-87.
31
ROY, William G.; PARKER-GWIN, Rachel. How Many Logics of Collective Action?
Theory and Society, 28, 1999, p.203-237.
SAXENIAN, AnnaLee. In Search of Power: the organization of business interests in
Silicon Valley and Route 128. Economy and Society, Vol.18, Nº 1, February 1989.
SCHMITTER, Philippe; STREECK, Wolfgang. The Organization of Business Interests:
studying the assocative action of business in advanced industrial societies. Cologne:
Max Planck Institute for the Study of Societies (MPIfG), 1999 [1981].
SCHNEIBERG, Marc. Political and Institutional Conditions for Governance by
Association; Private Order and Price Controls in American Fire Insurance. Politics &
Society, 1999, 66-102.
SPILLMAN, Lynette. A Special Camaraderie with Colleagues: Business Associations
and Cultural Production for Economic Action. In: REED, Isaac; ALEXANDER, Jeffrey
(eds.). Meaning and Method: The Cultural Approach to Sociology. Boulder CO:
Paradigm Publishers, 2009, p.17-43.
STREECK, Wolfgang. Business Associations. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI,
Milan. International Encyclopedia of Economic Sociology. London and New York:
Routledge, 2006, p.33-35.
__________________; HASSEL, Anke. Interest Group Organization. In: WARNER,
Malcolm (ed.). International Encyclopedia of Business and Management. 2nd
edition. London: Thomson Learning, Vol.4, 2002, p.3182-3192.
Bancos
DAVIS, Gerald F.; MIZRUCHI, Mark S. The Money Center Cannot Hold: Commercial
Banks in the U.S. System of Corporate Governance. Administrative Science
Quarterly, Vol. 44, No. 2., June 1999, p.215-239.
32
GUILLÉN, Mauro F. The Limits of Convergence: globalization and organizational
change in Argentina, South Korea and Spain. Princeton, NJ: Princeton University Press,
2001.
__________________. The Internationalization of Retail Banking: The Case of Spanish
Banks in Latin America. Transnational Corporations, 9 (3), December 2000, p.63-97.
__________________; TSCHOEGL, Adrian. Building a Global Bank: The
Transformation of Banco Santander. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.
KEISTER, Lisa A. Financial Markets, Money, and Banking. Annual Review of
Sociology, 28, 2002, p.39-61.
MARQUIS, Christopher; MIZRUCHI, Mark. S. Banks: Social Dimensions. In:
BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan Zafirovski (eds.). International Encyclopedia
of Economic Sociology. London: Routledge, 2006, p.20-22.
MINELLA, Ary César. Bancos e Banqueiros no Brasil: uma análise sociopolítica. In:
MONDADORE, Ana Paula Carletto et al. (orgs.). Sociologia Econômica e das
Finanças: um projeto em construção. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2009, p.275-298.
___________________. Representação de Classe do Empresariado Financeiro na
América Latina: a rede transassociativa no ano 2006. Revista de Sociologia Política,
Curitiba, 28, junho 2007a, p.31-56.
___________________. Maiores Bancos Privados no Brasil: um perfil econômico e
sociopolítico. Sociologias, ano 9, nº18, jul/dez 2007b, p.100-125.
___________________. Globalização Financeira e as Associações de Bancos na
América Latina. Civitas – Revista de Ciências Sociais, Vol.3, nº2, jul/dez, 2003, p.245272.
Bancos centrais
33
CARRUTHERS,
Bruce
G.;
BABB,
Sarah
L.;
HALLIDAY,
Terence
C.
Institutionalizing Markets, or the Market for Institutions? Central Banks, Bankruptcy
Law and the Globalization of Financial Markets. In: CAMPBELL, John L.;
PEDERSEN, Ove K. (eds.). The Rise of Neoliberalism and Institutional Analysis.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2001, p.94-126.
LAPAVITSAS, Costa. The Political Economy of Central Banks: agents of stability or
source of instability? International Papers in Political Economy, 4(3), 1997, p.1-52.
LEBARON, Frédéric. Central Bankers in the Contemporary Global Field of Power: a
‘social space’ approach. Sociological Review, Volume 56, May 2008, p.121-144.
_________________. The Space of Economic Neutrality. Trajectories and Types of
Legitimacy of Central Bank Managers. International Journal of Contemporary
Sociology, 37, 2, October 2000, p.208–229.
MORAIS, Lecio. Evolução Institucional do Banco Central e as Mudanças de Política
Monetária no Brasil no período 1964-1998. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005,
p.221-246.
POLILLO, Simone; GUILLÉN, Mauro F. Globalization Pressures and the State: The
Worldwide Spread of Central Bank Independence. American Journal of Sociology,
110(6), May 2005, p.1764-1802.
Bolsa de Valores
Max Weber, entre 1894 e 1896, escreve uma série ‘didática’ a respeito da bolsa de
valores, para esclarecer eventuais investidores acerca do funcionamento dessa
instituição capitalista, que o autor define como uma moderna esfera de circulação
comercial (Weber, 2004). A abordagem sócio-econômica da bolsa, entretanto, tem o
interesse renovado a partir dos anos 1980, em estudos como o já clássico de Wayne E.
Baker (1984) sobre o pregão na Bolsa de Chicago.
Temas relacionados: Finanças; Globalização; Mercados; Tempo
34
ABOLAFIA, Mitchell Y. Making Markets: Opportunism and Restraint on Wall Street.
Cambridge, MA: Harvard University Press, 1996.
BAKER, Wayne E. The Social Structure of a National Securities Market. The
American Journal of Sociology, Vol. 89, nº 4, January 1984, p.775-811.
BEUNZA, Daniel; STARK, David. La Organización de la Respuesta: innovación y
recuperación en las salas de operaciones financieras del Bajo Manhattan. Revista
Española de Investigaciones Sociológicas (Reis), nº107, 2004, p.89-122.
BLOMBERG, Jesper. Gendering Finance: Masculinities and Hierarchies at the
Stockholm Exchange. Organization, Volume 16(2), 2009, p.203–225.
MÜLLER, Lúcia Helena Alves. Mercado Exemplar: um estudo antropológico sobre a
bolsa de valores. Porto Alegre: Zouk, 2006.
_________________________. Caminhos e Sentidos da Informação no Mercado de
Ações. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005, p.133-164.
_________________________. Livre Mercado. Civitas, v.3, n°2, jul.-dez. 2003, p.301325.
MUNIESA, Fabian. Market Technologies and the Pragmatics of Prices. Economy and
Society, Volume 36, Number 3, August 2007, p.377-395.
________________. Contenir le Marché: la transition de la criée à la cotation
électronique à la bourse de Paris. Sociologie du Travail, 47, 2005, p.485–501.
________________. Un Robot Walrasien. Cotation électronique et justesse de la
découverte des prix. Politix, Vol. 13, n°52, Quatrième trimestre 2000, p.121-154.
WEBER, Max. A Bolsa. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2004.
Bourdieu, Pierre
35
A Sociologia da Economia proposta por Pierre Bourdieu (1930-2002) é tratada, ao
longo de boa parte de sua vasta produção, em torno de obras que abrangem quarenta
anos de intervalo. A preocupação com o que o autor denomina de economia dos bens
simbólicos em oposição à economia de trocas econômicas, característica de mercados
de regime capitalista (em que a explicitação do preço é a principal, mas não a única,
característica) assinala a obra de Bourdieu desde seus trabalhos ainda como etnólogo,
na Argélia, entre o final dos anos 1950 e começo dos anos 1960 (época de ebulição
histórica naquele país, em razão da luta contra o colonialismo francês e posterior
conquista da independência), até sua última grande obra, As Estruturas Sociais da
Economia (2000), o que é destacado pelo próprio autor e pela análise de sua produção
(Bourdieu, 1996, p.157-163; Garcia-Parpet, 2006; Swedberg, 2010, 2009).
Temas relacionados: Campo; Estado; Interesses; Mercados
BOURDIEU, Pierre. O Senso Prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009 [1980].
_________________. O Campo Econômico. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005a,
p.15-57.
_________________. Principles of an Economic Anthropology. In: SMELSER, Neil J.;
SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. 2nd Edition.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005b, p.75-89.
_________________. Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004 [1987].
_________________. Les Structures Sociales de l’Economie. Paris: Seuil, 2000.
_________________. As Regras da Arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996a.
_________________. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus,
1996b [1994].
_________________. Le Capital Social: notes provisoires. Actes de la recherche en
sciences sociales, Vol. 31, janvier 1980, p. 2-3.
36
_________________. La Distinction: critique sociale du jugement. Paris: Les Éditions
de Minuit, 1979 (tradução: A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo; Porto
Alegre: Edusp / Zouk, 2007).
BOYER, Robert. L’Anthropologie Économique de Pierre Bourdieu. Actes de la
Recherche en Sciences Sociales, n. 150, 2003, p.65-78.
DIMAGGIO, Paul J. Review Essay on Pierre Bourdieu. American Journal of
Sociology, 84 (1), 1979, p.460-474.
FLIGSTEIN, Neil. Social Skills and the Theory of Fields. Sociological Theory, 19:2,
July 2001, p.105-125.
GARCIA-PARPET, Marie-France. A Gênese Social do Homo-economicus: a Argélia e
a Sociologia da Economia em Pierre Bourdieu. Mana, 12(2), 2006, p.333-357.
LEBARON, Frédéric. Pierre Bourdieu: Economic Models against Economism. Theory
and Society, Volume 32, Numbers 5-6, 2003, p.551-565.
_________________. Bases of a Sociological Economy: from François Simiand and
Maurice Hawlbachs to Pierre Bourdieu. International Journal of Contemporary
Sociology, Volume 38, nº1, April 2001, p.54-63.
SALLAZ, Jeffrey J.; ZAVISCA, Jane. Bourdieu in American Sociology, 1980–2004.
Annual Review of Sociology, 33, 2007, p.21-41.
SWEDBERG, Richard. The Economic Sociologies of Pierre Bourdieu. Cultural
Sociology, Volume 5(1), 2010, p.1-18.
___________________.
Bourdieu's
Contribution
to
Economic
Sociology.
In:
HEDSTRÖM, Peter; WITTROCK, Björn (eds.). Frontiers of Sociology. Leiden: Brill,
2009, p.231-244.
37
___________________. Sociologia Econômica: hoje e amanhã. Tempo Social, 2004,
Vol.16, nº2, p.7-34.
Burocracia
EVANS, Peter B. Análise do Estado no Mundo Neoliberal: Uma Abordagem
Institucional Comparativa. Revista de Economia Contemporânea, nº4, jul.-dez.1998,
p.51-85.
HELAL, Diogo Henrique e NEVES, Jorge Alexandre Barbosa. Burocracia e inserção
social: uma proposta para entender a gestão das organizações públicas no Brasil.
Sociologias, Vol.12, n.25, 2010, p. 312-340.
Campo, campo econômico
Em seu grande estudo sobre o mercado da casa própria na França, Bourdieu (2000)
apresenta abordagem sociológica da atividade econômica que leva em conta as
posições estruturais em um campo econômico, a disposição dos atores (agentes sociais)
e a utilização de capitais variados. Para o autor, campos são as diversas arenas em que
se efetuam distintas atividades sociais e se travam lutas, embates por distinções
hierárquicas e poder, com o campo econômico sendo a tradução perfeita de um campo
de lutas, em que há, por exemplo, empresas dominantes e empresas dominadas (vide
também Bourdieu, 2009[1980], p.85; Raud, 2007). Bourdieu argumenta que a noção de
campo rompe com a lógica abstrata da Economia (como ciência) da determinação
automática, mecânica e instantânea dos preços sobre os mercados livres de uma
concorrência sem constrangimentos. Segundo o autor, a estrutura do balanço de poder
entre as empresas, que não interagem a não ser de maneira indireta através de preços,
contribui essencialmente para definir os preços por determinar, através da posição
ocupada pelas empresas nesta estrutura, as chances diferenciais de influenciar a sua
formação - por exemplo, o efeito das economias de escala resultantes do fato de que a
força na negociação com os fornecedores aumenta com o porte da empresa ou o custo
de investimento por unidade diminui com o aumento total de capacidade de produção.
Conforme Bourdieu, é essa estrutura social que controla as tendências imanentes aos
mecanismos do campo e, ao mesmo tempo, a margem de liberdade para as estratégias
38
dos agentes sociais. Assim, Bourdieu sintetiza a pressão estrutural do campo
econômico com a frase já célebre: se não são os preços que fazem o todo, é o todo o
que faz os preços (Bourdieu, 2000, p.240). Quanto às disposições dos agentes, devemos
atentar para a noção de habitus, isto é, disposições incorporadas, condicionamentos
sociais, com alguma margem de liberdade, “espécie de senso prático do que se deve
fazer em dada situação” (Bourdieu, 1996). No estudo sobre a casa própria, Bourdieu
busca evidenciar que o comportamento dos consumidores depende de uma variedade de
fatores, como o capital econômico e cultural, a trajetória social, a situação
familiar/matrimonial e a localização da moradia, o que implica também a análise da
dimensão coletiva dos agentes sociais (ao contrário do que propõe a visão econômica
neoclássica de indivíduos atomizados), no caso em questão, uma família de
consumidores à procura de uma casa, além de sua posição em dada estrutura social
(quanto mais baixa a posição na hierarquia social, menor a preocupação com o
aspecto simbólico da casa). Observamos que Bourdieu entende por capital a
distribuição de poderes que determinam as posições relativas em determinado campo.
O capital pode ser, por exemplo, econômico, cultural, político, social e simbólico,
sendo este último, conforme ressalva de Bourdieu, em geral chamado de prestígio,
reputação, fama, o que se aplica à fidelidade a uma determinada marca de produto ou
empresa, em uma expressão de confiança ou de (re)conhecimento: “capital symbolique
reside dans la maîtrise de ressources symboliques fondées sur la connaissance et la
reconnaissance, comme l’image de marque (goodwill investiment), la fidelité à la
marque (brand loyalty), etc.; pouvoir qui fonctionne comme une forme de crédit, il
suppose la confiance ou la croyance de ceux qui le subissent parce qu’ils sont disposés
à accorder crédit” (Bourdieu, 2000, p.237). A teoria do campo de Bourdieu é contrária
à teorização de sociólogos da chamada Nova Sociologia Econômica, caso do norteamericano Mark Granovetter. Em texto publicado em 1985 e considerado como marco
fundador dessa corrente analítica, Granovetter propõe a noção de embeddedness
(imersão, incrustação) da ação econômica em redes (networks) de relações sociais.
Segundo Bourdieu, nesta visão o agente econômico é tomado como uma mônada
egoísta, com suas decisões sendo postas fora de qualquer constrangimento social. Erro
que, conforme Bourdieu, também é cometido pelo individualismo metodológico e
mesmo pela proposição de um interacionista clássico como Anselm Strauss, que evoca
o chamado “contexto de consciência” para pensar a influência exercida nas redes
sociais pelos agentes em relação à si e a outro atores. Para Bourdieu, individualista ou
39
holista, tais abordagens ignoram os efeitos da estrutura, as relações de poder, além da
ausência de noções rigorosas sobre, por exemplo, capital social. Aspers (2008, p.307)
comenta que, ao analisar a obra de Bourdieu sobre a estrutura social e valores
concentrando-se nos mercados, o autor francês trata freqüentemente sobre o mercado,
embora a relação entre os campos e os mercados não seja totalmente clara. Esta é
assim em parte porque as relações entre os próprios campos não seriam claras. A
interpretação de Aspers é que o mercado conecta dois campos ou subcampos, cada
qual possuindo sua própria lógica específica, ou de valor. O que é avaliado nos campos
difere, dependendo de como o jogo do campo é jogado, e que tipo de capital (e valores)
do lado vencedor se impõe. Aspers, todavia, ressalva que Bourdieu indica a relação
entre as duas noções de campo e de mercado em diversas ocasiões. Bourdieu considera
mercado como uma relação entre campos de produção e áreas de consumo. Assim
campos autônomos, tais como os campos literário ou artístico, são parcialmente
construídos em relação ao mercado, ou seja, em relação aos consumidores. Esta
questão está no centro das atenções de uma obra como As Regras da Arte, observa
Aspers. Conceitos da obra de Pierre Bourdieu encontram profunda ressonância nas
teorizações de autores como Richard Swedberg (2003, noção de interesse) e Neil
Fligstein (2008, noções de campo, skills). Bourdieu tem obras relevantes para a
Sociologia Econômica, caso de Razões Práticas, Regras da Arte, A Distinção, além de
estudos sobre moda, pesquisa sobre a economia tradicional na Argélia (esta pioneira
na abordagem de Bourdieu, nos anos 1960) e de seu já citado estudo sobre o mercado
da casa própria na França (2000). Na revista Actes de la Recherche en Sciences
Sociales, Bourdieu assegura ainda espaço para pesquisadores da França e de fora do
país na área de Sociologia Econômica, caso de Marie France Garcia-Parpet, Frédéric
Lebaron e Neil Fligstein.
Temas relacionados: Mercados
ASPERS, Patrik. Analyzing Order: social structure and value in the economic sphere.
International Review of Sociology - Revue Internationale de Sociologie, Vol. 18(2),
July 2008, p.301-316.
BOURDIEU, Pierre. O Senso Prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009 [1980].
40
_________________. O Campo Econômico. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005a,
p.15-57.
_________________. Principles of an Economic Anthropology. In: SMELSER, Neil J.;
SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second Edition.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005b, p.75-89.
_________________. Les Structures Sociales de l’Economie. Paris: Seuil, 2000.
_________________. As Regras da Arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
FLIGSTEIN, Neil. Social Skills and the Theory of Fields. Sociological Theory, 19:2,
July 2001, p.105-125.
_______________; McADAM, Doug. Toward a General Theory of Strategic Action
Fields. Sociological Theory, 29 (1), March 2011, p.1-26.
RAUD, Cécile. Bourdieu e a Nova Sociologia Econômica. Tempo Social. Revista de
Sociologia da USP, v. 19, p. 203-232, 2007.
Capitalismo
Em análise da abordagem do regime capitalista nas obras clássicas de Smith, Marx,
Weber, Schumpeter e Keynes, Geoffrey Ingham (2008) enfatiza que três elementos
constitutem a essência da economia capitalita: sistema monetário para produzir
dinheiro na forma de crédito bancário (bank-credit money); mercado para trocas
(market exchange) e empresa privada para produção de mercadorias (commodities).
Temas relacionados: Crises e Depressões Econômicas; Estado; Mercados
BERGER, Peter L. A Revolução Capitalista. Belo Horizonte: Itatiaia, 1992.
BLOCK, Fred. Crisis and Renewal: the outlines of a twenty-first century new deal.
Socio-Economic Review, 9, 2011, p.31-57.
41
BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Éve. O Novo Espírito do Capitalismo. São Paulo:
Martins (Martins Fontes), 2009.
BOYER, Robert. Are There Laws of Motion of Capitalism? Socio-Economic Review,
9, 2011, p.59-81.
_____________. How and Why Capitalisms Differ. Economy and Society, Volume 34,
Number 4, November 2005, p.509-557.
_____________. Une Théorie du Capitalisme, est-elle Possible? Paris: Odile Jacob,
2004.
BURNS, Tom R.; DEVILLE, Philippe. Teoria dos Sistemas Dinâmicos: teorizações
sobre o capitalismo e a sua evolução. Sociologia, Problemas e Práticas, nº50, 2006,
pp.11-44.
DEEG, Richard; JACKSON, Gregory. Towards a More Dynamic Theory of Capitalist
Variety. Socio-Economic Review, 5, 2007, p.149–179.
DEUTSCHMANN, Christoph. A Pragmatist Theory of Capitalism. Socio-Economic
Review, 9, 2011, p.83–106.
FRIEDEN, Jeffry A. Capitalismo Global: História Econômica e Política do Século
XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.
HALL, Peter A.; SOSKICE, David. An Introduction to Varieties of Capitalism. In: In:
HALL, Peter A.; SOSKICE, David (eds.). Varieties of Capitalism: The Institutional
Foundations of Comparative Advantage edited with David Soskice. Oxford: Oxford
University Press, 2001, p.1-68.
HIRSCHMAN, Albert O. As Paixões e os Interesses: argumentos políticos a favor do
capitalismo antes do seu triunfo. Rio de Janeiro: Record, 2002.
42
HOLLINGSWORTH, J. Rogers; BOYER, Robert (eds.). Contemporary Capitalism:
the embeddedness of institutions. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1997.
INGHAM, Geoffrey. Capitalism. Cambridge: Polity Press, 2008.
LAZZARINI, Sérgio G. Capitalismo de Laços: os donos do poder e suas conexões.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
MARTÍNEZ, Juliana; MOLYNEUX, Maxine; SÁNCHEZ-ANCOCHEA, Diego. Latin
American capitalism: economic and social policy in transition. Economy and Society,
Volume 38, Number 1, February 2009, p.1-16.
NEE, Victor; SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of Capitalism.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
SCHNEIDER, Ben Ross. Hierarchical Market Economies and Varieties of Capitalism
in Latin America. Journal of Latin America Studies, Vol. 41 (3), August 2009, p.553575.
STREECK, Wolfgang. Taking Capitalism Seriously: towards an institutionalist
approach to contemporary political economy. Socio-Economic Review, 9, 2011, p.137167.
__________________. E Pluribus Unum? Varieties and Commonalities of Capitalism.
MPIfG Discussion Paper, October 2010 (Também disponível em: GRANOVETTER,
Mark, SWEDBERG, Richard (eds.). The Sociology of Economic Life. 3rd edition.
Boulder, CO: Westview, 2011, p.419-455).
__________________. Institutions in History: Bringing Capitalism Back In. Cologne:
MPIfG, November 2009.
__________________; YAMAMURA, Kozo (eds.). The Origins of Nonliberal
Capitalism: Germany and Japan in comparison. Ithaca, NY: Cornell University Press,
2001.
43
SWEDBERG, Richard. The Economic Sociology of Capitalism: an introduction and
agenda. In: NEE, Victor; SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of
Capitalism. Princeton, NJ: Princeton, University Press, 2005, p.3-40.
___________________. Towards an Economic Sociology of Capitalism. L'Année
Sociologique, 55, nº2, 2005b, p.419-450.
___________________. Capitalisme et Éthique. Comment les dispositions législatives
relatives aux conflits d’intérêts peuvent être utilisées pour prévenir les dilemmes. Revue
Internationale des Sciences Sociales, n° 185, 2005/3, p.523-534.
__________________.
The
Economic
Sociology of
Capitalism: Weber and
Schumpeter. Journal of Classical Sociology, Vol. 2, nº3, November 2002, p.227-255.
THRIFT, Nigel. Knowing Capitalism. London: Sage, 2005.
VISSER, Oane; KALB, Don. Financialised Capitalism Soviet Style? Varieties of State
Capture and Crisis. Archives Européennes de Sociologie / European Journal of
Sociology, Volume 51 (2), 2010, p.171-194.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004a [1904-1905].
Capital social
Hoje, conceito disseminado e amplamente utilizado na Sociologia e na Ciência Política,
no Exterior e no Brasil (vide revisões de Portes, 2000; Woolcock, 1998; Fialho, 2008;
Higgins, 2005), e sujeito a debates e contestações (Fulkerson e Thompson, 2008;
Koniordos, 2008), uma noção contemporânea mais bem acabada de capital social
encontra-se inicialmente em breve texto de Pierre Bourdieu. Conforme o autor francês,
capital social é o conjunto, o agregado de recursos existentes ou potenciais ligados à
posse de uma rede durável de ligações, de vínculos mais ou menos institucionalizados
de conhecimento ou reconhecimento (Bourdieu, 1980, p.2). Alejandro Portes (2000)
44
destaca a influência de obras de outros autores para a utilização, nem sempre clara, do
conceito, caso da abordagem de James S. Coleman (1988), que designaria na mesma
definição os mecanismos geradores do capital social (normas, por exemplo), as suas
conseqüências (acesso a informações privilegiadas) e o contexto de realização de
ambos. Na ótica de Portes (2000, p.137), “um tratamento sistemático do conceito tem
de distinguir: (a) os possuidores de capital social (os que fazem as solicitações); (b) as
fontes do capital social (os que acedem às solicitações); (c) os recursos propriamente
ditos”. Na Sociologia Econômica, a definição e aplicação do conceito podem ser
encontradas primeiramente em obras de Wayne E. Baker (1990; Baker e Faulkner,
2009), e Ronald Burt (1997; 1992). Mais recentemente, há trabalhos da socióloga
Brooke Harrington (2001) e do historiador social Dario Gaggio (2007), este último
sobre capital social no setor joalheiro em cidades italianas. Já artigo de Carlo Trigilia
(2001), além de discutir aspectos positivos e negativos (como conluio e comportamento
oportunista) de capital social, aponta os benefícios que uma autonomia política, em
tempos de globalização, representa para o desenvolvivimento econômico local.
Temas relacionados: Competição; Confiança; Instituições; Redes Sociais
BAKER, Wayne E. Market Networks and Corporate Behavior. American Journal of
Sociology, Volume 96, Number 3, November 1990, p.589-625.
________________; FAULKNER, Robert R. Social Capital, Double Embeddedness,
and Mechanisms of Stability and Change. American Behavioral Scientist, Volume 52,
Number 11, July 2009, p.1531-1555.
BARBERA, Filippo. Social Networks, Collective Action and Public Policy: The
Embeddedness Idea Reconsidered. In: KONIORDOS, Sokratis M. (ed.). Networks,
Trust and Social Capital: Theoretical and Empirical Investigations from Europe.
Aldershot, UK; Burlington, VT: Ashgate, 2005, p.119-142.
BOURDIEU, Pierre. Les Structures Sociales de l’Economie. Paris: Seuil, 2000.
________________. Le Capital Social: notes provisoires. Actes de la recherche en
sciences sociales, Vol. 31, janvier 1980, p. 2-3 (em português: O Capital Social: notas
45
provisórias. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio (orgs.). Escritos de
Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999, p.65-69).
BURT, Ronald S. The Contingent Value of Social Capital. Administrative Science
Quarterly, Vol.42, nº2, Jun. 1997, p.339-365.
_______________. Le Capital Social, Les Trous Structuraux et l'Entrepreneur. Revue
Française de Sociologie, 36-4. 1995, p.599-628.
_______________. Structural Holes: The Social Structure of Competition. Cambridge,
MA: Harvard University Press, 1992.
COLEMAN, James S. Social Capital in the Creation of Human Capital. American
Journal of Sociology, Vol.94, Supplement, 1988, p.S95-S-120.
DESCHENEAUX, Frédéric; LAFLAMME, Claude. Réseau Social et Capital Social:
une distinction conceptuelle nécessaire illustré à l'aide d'une enquête sur l'insertion
professionnelle de jeunes Québécois. SociologieS [En ligne], Théories et recherches,
mis en ligne le 02 juin 2009.
FERRARY, Michel. Trust and Social Capital in the Regulation of Lending Activities.
Journal of Socio-Economics, 31, 2003, p.673-699.
FIALHO, Fabrício Mendes. As Múltiplas Definições do Conceito de Capital Social.
BIB, nº65, 2008, p.71-87.
FULKERSON, Gregory M.; THOMPSON, Gretchen H. The Evolution of a Contested
Concept: A Meta-Analysis of Social Capital Definitions and Trends (1988-2006).
Sociological Inquiry, Vol. 78, nº4, November 2008, p.536–557.
FURLANETTO, Egidio Luiz. Instituições e Desenvolvimento Econômico: a
importância do capital social. Revista de Sociologia e Política, Vol.16, suppl., 2008,
p.55-67.
46
GAGGIO, Dario. In Gold We Trust: social capital and economic change in the italian
jewelry towns. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2007.
HARRINGTON, Brooke. Organizational Performance and Corporate Social Capital: a
contingency model. Research in the Sociology of Organizations, Volume 18, 2001,
p.83-106.
HIGGINS, Silvio Salej. Fundamentos Teóricos do Capital Social. Chapecó, SC:
Argos Ed. Universitária, 2005.
KONIORDOS, Sokratis M. Social Capital Contested. International Review of
Sociology – Revue Internationale de Sociologie, Vol. 18, nº2, July 2008, p.317-337.
________________________ (ed.). Networks, Trust and Social Capital: Theoretical
and Empirical Investigations from Europe. Aldershot, UK; Burlington, VT: Ashgate,
2005.
LAZEGA, Emmanuel; LEBEAUX, Marie-Odile. Capital social et Contrainte Latérale.
Revue Française de Sociologie, 36-4, 1995, p.759-777.
LIN, Nan. Social Capital. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006, p.604612.
________. Social Capital: a theory of social structure and action. Cambridge:
Cambridge University Press, 2002.
________. Social Networks and Status Attainment. Annual Review of Sociology, Vol.
25, 1999, p. 467-487.
_________. Les ressources sociales: une théorie du capital social. Revue Française de
Sociologie, 36-4. 1995, p.685-704.
47
MANEIRO, José Manuel; SOTELSEK, Daniel. La Caracterización Económica de la
Lengua y su Relación con el Capital Social. Revista Internacional de Sociología,
Vol.67, nº3, septiembre-diciembre 2009, p.589-607.
NOOTEBOOM, Bart. Social Capital, Institutions and Trust. Review of Social
Economy, 65/1, 2007, p. 29-53.
PORTES, Alejandro. Capital Social: origens e aplicações na sociologia contemporânea.
Sociologia, Problemas e Práticas, nº 33, 2000 [1998], p. 133-158.
ROBISON, Lindon J.; RITCHIE, Bryan K. Relationship Economics: the social capital
paradigm and it's application to business, politics and other transactions. Aldershot:
Gower, 2010.
TRIGILIA, Carlo. Social Capital and Local Development. European Journal of Social
Theory, 4 (4), 2001, p.427-442.
WOOLCOCK, Michael. Social Capital and Economic Development: toward a
theoretical synthesis and policy framework. Theory and Society, 27, 1998, p.151-208.
___________________; NARAYAN, Deepa. Social Capital: implications for
development theory, research, and policy. World Bank Research Observer, 15(2),
2000, p.225-49.
Carisma
ALLDREDGE, Penney; BIGGART, Nicole Woolsey. Charisma. In: BECKERT, Jens;
ZAFIROVSKI, Milan (eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology.
London: Routledge, 2006, p.53-55.
BIGGART, Nicole Woolsey. Charismatic Capitalism: Direct Selling Organizations in
America. Chicago: University of Chicago Press, 1989.
48
WEBER, Max. Economía y Sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
Classe
ASPERS, Patrik. Alfred Marshall and the Concept of Class. American Journal of
Economics and Sociology, Volume 69, nº1, January 2010, p.151-165.
PORTES, Alejandro. Economic Sociology: a systematic inquiry. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2010.
_________________. Instituciones y Desarrollo: una revisión conceptual. Cuadernos
de Economía, v. XXV, nº45, 2006, p.13-52.
__________________; HOFFMAN, Kelly. Latin American Class Structures: their
composition and change during the Neoliberal Era. Latin American Research Review,
Vol.38, n1, February 2003, p.41-82.
WRIGHT, Erik Olin. Class. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVISKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006, p.6268.
__________________. The Shadow of Exploitation in Weber's Class Analysis.
American Sociological Review, Vol.67, 2002, p.832-853.
__________________. Working-Class Power, Capitalist-Class Interests, and Class
Compromise. American Journal of Sociology, Vol.105, Number 4, January 2000,
p.957-1002.
__________________. Classes. London: Verso, 1985.
Clássicos da Sociologia Econômica e da Economia
49
Sinteticamente, destaca-se aqui algumas das contribuições de fundadores da Sociologia
e de economistas do período clássico dessas disciplinas para as correntes atuais da
Sociologia Econômica: de Émile Durkheim, a argumentação em torno dos aspectos
não-contratuais dos contratos, tal como a noção de contrato justo, o papel das normas
sobre as transações e a importância das representações sociais nas atividades
econômicas; de Max Weber, a ênfase em elementos carismáticos e irracionais na
atividade econômica, além do entrelaçamento das esferas econômica e religiosa e de
sua proposta analítica da estrutura, da formação histórica e da significação cultural
das atividades socioeconômicas; de Georg Simmel, sua teoria da monetarização a
partir do incremento da objetificação e do instrumentalismo da vida moderna e sua
análise da ambivalência das variadas esferas de competição e conflito (da família ao
comércio); de Alfred Marshall, sua ênfase na análise da informação e da dimensão
temporal dos mercados; de Thorstein Veblen, sua teorização do consumo ostentatório,
as contradições da administração da empresa industrial e sua visão das instituições
como processuais, isto é, hábitos arraigados; de Vilfredo Pareto, a sua análise sobre os
efeitos sociais e econômicos do protecionismo, ao qual o autor italiano denomina de “o
socialismo dos empreendedores e dos capitalistas”; de Joseph Schumpeter, a proposta
de fazer da Sociologia Econômica a disciplina responsável pelo exame do arcabouço
institucional influente nas atividades econômicas, além de sua abordagem do fenômeno
do empreendedorismo, ainda hoje tomada como ponto de partida para reflexão; de
Karl Polanyi, sua crítica fundamental ao postulado do homo oeconomicus; e de Talcott
Parsons, a sua tentativa de integrar o exame de fatores de produção como trabalho e
capital à análise de outros sistemas sociais como a política e a cultura. A obra de Karl
Marx também não deve ser eclipsada, com sua crítica da “mercantlização” no regime
capitalista de produção sendo ainda um ponto de referência. Quanto à famosa
proposição de Adam Smith, da mão invisível do mercado, esta se mantém como uma
das mais contestadas formulações pela Sociologia Econômica.
Temas relacionados: Capitalismo; Dinheiro; Direito e Economia; Estado; Mercados;
Religião; Sociologia Econômica
DURKHEIM, Émile. Da Divisão do Trabalho Social. 3ªedição. São Paulo: Martins
Fontes, 2008.
_________________. Lições de Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002 [1950].
50
MARSHALL, Alfred. Princípios de Economia. Rio de Janeiro: Epasa, 1946 [1890].
MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2008.
PARETO, Vilfredo. Manual de Economia Política. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
________________. Escritos Sociológicos. Madrid: Alianza, 1987.
_________________. Os Sistemas Socialistas. In: RODRIGUES, José Albertino (org.).
Vilfredo Pareto: Sociologia. São Paulo: Ática, 1984, p.112-164.
PARSONS, Talcott. A Estrutura da Ação Social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010 (2v.).
________________. O Sistema das Sociedades Modernas. São Paulo: Pioneira,
1974[1971].
________________; SMELSER, Neil J. Economy and Society: a study of economic
and social theory. London: Routledge, 1998 [1956].
POLANYI, Karl. A Grande Transformação: as origens de nossa época. 2ªedição. Rio
de Janeiro: Campus, 2000 [1944].
SCHUMPETER, Joseph A. A Teoria do Desenvolvimento Econômico: uma
Investigação sobre Lucros, Capital, Crédito, Juro e o Ciclo Econômico. São Paulo:
Abril Cultural, 1982 [1911].
SIMMEL, Georg. Filosofia da Moda e Outros Escritos. Lisboa: Texto & Grafia, 2008.
______________. Questões Fundamentais da Sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2006 [1917].
51
______________. As Grandes Cidades e a Vida do Espírito. Mana, 11 (2), 2005[1903],
p.577-591.
______________. The Philosophy of Money. Third Edition. London and New York:
Routledge, 2004.
______________. Les Pauvres. Paris: Presses Universitaires de France (PUF), 1998
[1907].
______________. Sociología: estudios sobre las formas de socialización. Madrid:
Alianza, 1986 (2v).
______________. Conflict & The Web of Group Affiliations. Free Press, 1964.
______________. Fashion. American Journal of Sociology, Vol. 62, nº6, May 1957,
p.541–558.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. São Paulo: Madras, 2009.
SOMBART, Werner. ¿Por que no hay Socialismo en los Estados Unidos? Revista
Española de Investigaciones Sociologicas (REIS), nº 71-72, Julio-Diciembre 1995,
p.277-370.
WEBER, Max. História Geral da Economia. São Paulo: Centauro, 2006.
____________. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004a [1904-1905].
____________. A Bolsa. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2004b [1894-1896].
____________. Economía y sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
____________. Sociología del Trabajo Industrial. Madrid: Editorial Trotta, 1995.
52
Competição, concorrência
Em relação ao problema da competição em mercados, Jens Beckert (2007) recupera o
argumento weberiano de que o conflito de interesses constitui o embate de mercado, o
qual toma forma entre competidores do mercado, o Estado e grupos de interesse do
lado da demanda, todos envolvidos no conteúdo, expansão, modelagem e regulação da
competição. Para modelar os termos da competição, os atores de mercado criam e
modificam estruturas de mercado, o que afeta sua posição de mercado e
conseqüentemente suas oportunidades de lucro e fatias de distribuição de mercado.
Segundo o autor, a organização específica da competição é um fenômeno político e
histórico contingente, refletindo as estruturas de poder dentro do campo de um
mercado (market field). Para uma macrossociologia dos mercados é a investigação da
evolução dessas estruturas de competição o que permite o entendimento do
desenvolvimento capitalista. Beckert ressalta que a ordem dos mercados depende não
apenas de mundos estáveis, como propõe Fligstein (1996), mas também de contornos
socialmente aceitáveis. Nesse ponto, o sociólogo alemão salienta o papel do Estado e a
consideração do mercado de trabalho como fundamentais na regulação da competição.
Beckert argumenta que a regulação institucional não apenas reduz a incerteza no
mercado, como também determina a distribuição da riqueza econômica. Nessa ótica,
Beckert enfatiza que o quanto exatamente os riscos são distribuídos entre trabalho,
capital e sociedade constitui o resultado de contínuos embates de mercado.
Temas relacionados: Cooperação; Estado; Mercados
BECKERT, Jens. The Social Order of Markets. MPIfG Discussion Paper 07/15,
December 2007 (também disponível em: The Social Order of Markets. Theory and
Society, 38, 2009, p.245-269).
BENGTSSON, Maria; KOCK, Sören. ”Coopetition” in Business Networks—to
Cooperate and Compete Simultaneously. Industrial Marketing Management, 29,
2000, p.411–426.
BURT, Ronald S. Structural Holes: The Social Structure of Competition. Cambridge,
MA: Harvard University Press, 1992.
53
DOBBIN, Frank; DOWD, Timothy J. The Market That Antitrust Built: Public Policy,
Private Coercion, and Railroad Acquisitions, 1825 to 1922. American Sociological
Review, Vol.65, nº5, October 2000, p.631-657.
______________________________. How Policy Shapes Competition: early railroad
foundings in Massachusetts. Administrative Science Quarterly, 42, 1997, p.501-529.
FLIGSTEIN, Neil. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol, 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
LEIFER, Eric M.; WHITE, Harrison C. A Structural Approach to Markets. In:
DOBBIN, Frank (ed.). The New Economic Sociology: a reader. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2004 [1987], p.302-324.
PODOLNY, Joel. Status Signals: A Sociological Study of Market Competition.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
_______________. A Status-based Model of Market Competition. American Journal
of Sociology, Volume 98, Number 4, January 1993, p.829-872.
TROMPETTE,
Pascale.
Une
Économie
de
la
Captation:
les
dynamiques
concurrentielles au sein du secteur funéraire. Revue Française de Sociologie, 46-2,
2005, p.233-264.
WHITE, Harrison C. Where Do Markets Come From? American Journal of
Sociology, Vol. 87, nº3, November 1981, p.517-547.
Comunismo / socialismo e transição para / implantação de economia de mercado
BANDELJ, Nina. The Global Economy as Instituted Process: The Case of Central and
Eastern Europe. American Sociological Review, 74, 2009, p.128-149.
54
_____________. From Communists to Foreign Capitalists. The social foundations of
foreign direct investment in postsocialist Europe. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 2008.
_____________. Negotiating Global, Regional, and National Forces: Foreign
Investment in Slovenia. East European Politics and Societies, Vol. 18, nº3, 2004,
p.455-480.
_____________. Embedded Economies: Social Relations as Determinants of Foreign
Direct Investment in Central and Eastern Europe. Social Forces, 81 (2), 2002, p.411444.
BRUSZT, László; STARK, David. Who Counts? Supranational Norms and Societal
Needs. East European Politics and Societies, Vol. 17, n1, 2003, p.74–82.
BURAWOY, Michael. Transition without Transformation: Russia's Involutionary Road
to Capitalism. East European Politics and Societies, Vol.15, n2, 2001, p.269-290.
BURAWOY, Michael; KROTOV, Pavel; LYTKINA, Tatyana. Involution and
Destitution in Capitalist Russia. Ethnography, Vol. 1(1), 2000, p.43-65.
_____________________________________. The Soviet Transition from Socialism to
Capitalism: Worker Control and Economic Bargaining in the Wood Industry. American
Sociological Review, Volume 57, February 1992, p.16-38.
CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. Vol. 1 –
A sociedade em rede. 3ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
CHEVALIER, Sophie. Uma Sociedade em Mudança: antropologia de uma "transição"
na Bulgária. Horizontes Antropológicos, Vol.7, nº15, 2001, p.37-55.
CLARKE, Simon. The Development of Capitalism in Russia. Abingdon, UK; New
York: Routledge, 2007.
55
_______________; KABALINA, Veronika. The New Privacte Sector in the Russian
Labour Market. Europe-Asia Studies, Vol.52, nº1, 2000, p.7-32.
ERICSON, Richard E. Does Russia Have a "Market Economy"? East European
Politics and Societies, Vol.15, nº2, 2001, p.291-319.
EYAL, Gil. Anti-Politics and the Spirit of Capitalism: Dissidents, Monetarists, and the
Czech Transition to Capitalism. Theory and Society, Volume 29, Number 1, 2000,
p.49-92.
FLIGSTEIN, Neil. The Economic Sociology of the Transitions from Socialism.
American Journal of Sociology, Volume 101, Number 4, January 1996, p.1074-1081.
GUSEVA, Alya. Building New Markets: A Comparison between Russian and
American Credit Card Markets. Socio-Economic Review, 3, 2005, p.437-466.
HAMILTON, Gary. Commerce and Capitalism in Chinese Societies. London:
Routledge, 2006.
HASS, Jeffrey K. Economic Sociology: an introduction. New York: Routledge, 2007.
______________. The Great Transition: The Dynamics of Market Transitions and The
Case of Russia, 1991-1995. Theory and Society, 28, 1999, p.383-424.
KING, Lawrence P.; SZELÉNYI, Iván. Post-Communist Economic Systems. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (ed.). The Handbook of Economic
Sociology. Princeton, NJ: Princeton University Press: 2005, p.205-229.
NEE, Victor. Organizational Dynamics of Institutional Change: China's Market
Economy. CSES Working Paper Series, September 2001 (revised, Ocotober 2003).
___________. The Emergence of a Market Society: Changing Mechanisms of
Stratification in China. American Journal of Sociology, Volume 101, Number 4,
January 1996, p.908-949.
56
___________.
Social
Inequalities
in
Reforming
State
Socialism:
Between
Redistribution and Markets in China. American Sociological Review, Volume 56, June
1991, p.267-282.
___________. A Theory of Market Transition: From Redistribution to Markets in State
Socialism. American Sociological Review, Volume 54, October 1989, p.663-681.
___________; OPPER, Sonja. Political Capital in a Market Economy. Social Forces,
88 (5), July 2010, p.2105-2132.
____________; CAO, Yang. Market Transition and the Firm: Institutional Change and
Income Inequality in Urban China. Management and Organization Review, 1(1),
2004, p.23-56.
OBERSCHALL, Anthony. The Great Transtition: China, Hungary, and Sociology Exit
Socialism into the Market. American Journal of Sociology, Volume 101, Number 4,
January 1996, p.1028-1041.
RADAEV, Vadim. Informal Institutional Arrangements and Tax Evasion in the Russian
Economy. In: KONIORDOS, Sokratis M.(ed.). Networks, Trust and Social Capital:
Theoretical and Empirical Investigations from Europe. Aldershot, UK; Burlington, VT:
Ashgate, 2005a, p.189-204.
_______________. Competitive Changes on Russian Markets. The Example of Retail
Chains. Russian Social Science Review, Vol.46, nº4, July–August 2005b, p.31–58.
_______________. Russian Entrepreneurship and Violence in the Late 1990s.
Alternatives, Vol.28, nº4, August-October 2003, p.459-472.
_______________. The Development of Small Entrepreneurship in Russia. UNUWIDER Discussion Paper, 135, November 2001, 32p.
57
_______________. The Market as an Object of Sociological Investigation. Russian
Social Science Review, Vol.41, nº5, September-October 2000a, p.23-38.
_______________. The Role of Violence in Russian Business Relations. Russian
Social Science Review, Vol.41, nº5, September-October 2000b, p.39-66.
REDDING, S. Gordon. The Spirit of Chinese Capitalism. Berlin / New York: de
Gruyter, 1993.
___________________; WITT, Michael A. The Future of Chinese Capitalism.
Oxford: Oxford University Press, 2007.
SÁNCHEZ-ANDRÉS, Antonio; MARCH-POQUET, José M. The Construction of
Market Institutions in Russia: a view from the institutionalism of Polanyi. Journal of
Economic Issues, Vol.XXXVI, n3, September 2002, p.707-722.
STARK, David. Recombinant Property in East European Capitalism. American
Journal of Sociology, Volume 101, Number 4, January 1996, p.993-1027.
_____________; VEDRES, Balázs. Social Times of Network Spaces: Network
Sequences and Foreign Investment in Hungary. American Journal of Sociology,
Volume 111, Number 5, March 2006, p.1367–1411.
_____________; BRUSZT, László. Postsocialist Pathways: trnasforming politics and
property in East Central Europe. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.
VERHOEVEN, Willem-Jan; JANSEN, Wim; DESSENS, Jos. Income Attainment
During Transformation Processes: A Meta-Analysis of the Market Transition Theory.
European Sociological Review, Volume 21, Number 3, July 2005, p.201-226.
VISSER, Oane; KALB, Don. Financialised Capitalism Soviet Style? Varieties of State
Capture and Crisis. Archives Européennes de Sociologie / European Journal of
Sociology, Volume 51 (2), 2010, p.171-194.
58
WALDER, Andrew G. Markets and Income Inequality in Rural China: Political
Advantage in an Expanding Economy. American Sociological Review, 67(2),April
2002, p.231-253.
__________________. Markets and Inequality in Transitional Economies: Toward
Testable Theories. American Journal of Sociology, Volume 101, Number 4, January
1996, p.1060-1073.
___________________. Property Rights and Stratification in Socialist Redistributive
Economies. American Sociological Review, 57 (4), August 1992, p.524-539.
___________________; NGUYEN, Giang Hoang. Ownership, Organization, and
Income Inequality: Market Transition in Rural Vietnam. American Sociological
Review, 73(2), April 2008, p.251-269.
YAKUBOVICH, Valery; YAROSHENKO, Sveta. Economic Sociology in Russia.
Economic Sociology - European Electronic Newsletter, Vol. 1, nº3, June 2000, p.2428.
Confiança
ADLER, Paul S. Market, Hierarchy, and Trust: The Knowledge Economy and the
Future of Capitalism. Organization Science, Vol. 12, No. 2, March–April 2001, p.
215–234
BARBALET, Jack. A Characterization of Trust, and Its Consequences. Theory and
Society, Vol. 38, Number 4, 2009, p.367-382.
BECKERT, Jens. Trust and the Performative Construction of Markets. Cologne:
MPIfG, September 2005.
CARRUTHERS, Bruce G. A Sociologia do Crédito e da Finança. In: MONDADORE,
Ana Paula Carletto et al. (orgs.). Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em
construção. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2009, p.365-380.
59
CHANTELAT; Pascal; VIGNAL, Bénédicte. L’Intermédiation du Marché de
l’Occasion. Échange marchand, confiance et interactions sociales. Sociologie du
Travail, 44, 2002, p.315-336.
GAMBETTA, Diego. Can We Trust Trust. In: GAMBETTA, Diego (ed.). Trust:
Making and Breaking Cooperative Relations. Oxford: Basil Blackwell, 1988, p.213237.
_________________; HAMILL, Heather. Streetwise: How taxi drivers establish
customers’ trustworthiness. New York: Russell Sage Foundation, 2005.
GRANOVETTER, Mark. Ação Econômica e Estrutura Social: o problema da imersão.
São Paulo: RAE – eletrônica, v.6, n.1, art.9, jan/jun 2007 [1985].
LAPAVITSAS, Costa. Information and Trust as Social Aspects of Credit. Economy
and Society, Volume 36, Number 3, August 2007, p.416-436.
LOCKE, Richard M. Construindo Confiança. Econômica, v.3, nº2, dezembro 2001,
p.253-281.
MÖLLERING, Guido. Trust: Reason, Routine, Reflexivity. Oxford: Elsevier, 2006a.
________________. Trust, Institutions, Agency: Towards a Neoinstitutional Theory of
Trust. In: BACHMANN, Reinhard; ZAHEER, Akbar (eds.). Handbook of Trust
Research. Cheltenham: Edward Elgar, 2006b, p.355-376.
_________________. The Nature of Trust: From Georg Simmel to a Theory of
Expectation, Interpretation and Suspension. Sociology, 35 (2), 2001, p.403-420.
TONKISS, Fran. Trust, Confidence and Economic Crisis. Intereconomics, 44/4, JulyAugust 2009, p.196-202.
Conhecimento econômico, Sociologia do
60
BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A Construção Social da Realidade:
tratado de sociologia do conhecimento. 32ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
LEBARON, Frédéric. La Croyance Économique. Les Économistes entre Science et
Politique. Paris: Seuil, 2000.
STEINER, Philippe. The Sociology of Economic Knowledge. European Journal of
Social Theory, 4(4), 2001, p.443-458.
________________. Sociologie de la Connaissance Économique. Essai sur les
Rationalisations de la Connaissance Économique (1750-1850). Paris: PUF, 1998.
Construção social, noção de
Conforme Mark Granovetter (1992), a concepção de construção social origina-se da
obra de Peter Berger e Thomas Luckmann (2001[1966]).
Temas relacionados: Mercados
BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A Construção Social da Realidade:
tratado de sociologia do conhecimento. 20ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001 [1966].
GRANOVETTER, Mark. A Theoretical Agenda for Economic Sociology. In: guillén,
Mauro; COLLINS, Randall; ENGLAND, Paula; MEYER, Marshall (eds.). The New
Economic Sociology: Developments in an Emerging Field. New York: Russell Sage
Foundation, 2002, p.35-59.
____________________. Economic Institutions as Social Constructions: a framework
for analysis. Acta Sociologica, 35, 1992, p.3-11.
ZAJAC, Edward J.; WESTPHAL, James D. The Social Construction of Market Value:
Institutionalization and Learning Perspectives on Stock Market Reactions. American
Sociological Review, Vol. 69, nº3, June 2004, p.433-457.
61
Consumo, compra e clientela
O consumo, processo social, cultural e econômico de escolher bens, não é objeto de
pesquisa empírica sistemática de teóricos clássicos como Marx, Weber, Simmel e
Durkheim (Zukin, Maguire, 2004). Ainda que não ignorem, de uma maneira ou outra o
tema, os autores clássicos dedicam mais atenção a outras esferas, como a produção.
Uma exceção encontra-se no trabalho de Thorstein Veblen – economista por profissão
– sobre o consumo ostentatório ou conspícuo, porém também ele não emprega pesquisa
empírica sistemática na sustentação de sua “teoria da classe ociosa”.
Temas relacionados: Capitalismo; Cultura; Mercados; Moda; Publicidade e Marketing
BARBOSA, Lívia; CAMPBELL, Colin (Orgs.). Cultura, Consumo e Identidade. Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2006.
BARREY, Sandrine. L'Épreuve des Collections dans la Mise en Marché des Produits
Alimentaires: le cas de la grande distribution. Réseaux, nº135-136, 2006/1, p.193-219.
________________; COCHOY, Franck; DUBUISSON-QUELLIER, Sophie. Designer,
Packager et Merchandiser: trois professionnels pour une même scène marchande.
Sociologie du Travail, 42, 2000, p.457−482.
BOURDIEU, Pierre. A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo; Porto
Alegre: Edusp / Zouk, 2007.
BUENO, Maria Lucia; CAMARGO, Luiz Octávio de Lima (orgs.). Cultura e
Consumo: Estilos de Vida na Contemporaneidade. São Paulo: Senac, 2008.
CALLEJO, Javier. Elementos para una Teoria Sociológica del Consumo. Papers:
revista de sociología, 47, 1995, p.75-96.
_______________; GUTIÉRREZ, Jesús; VIEDMA, Antonio. El Proceso de
Constitución de España en una Sociedad Turística. Politica y Sociedad, Vol. 42, Núm.
1, 2005, p.151-168.
62
CALLON, Michel; MÉADEL, Cécile; RABEHARISOA, Vololona. The Economy of
Qualities. Economy and Society, Volume 31, Number 2, May 2002, p.194–217.
CAMPBELL, Colin. A Ética Romântica e o Espírito do Consumismo Moderno. Rio
de Janeiro: Rocco, 2001.
COCHOY, Franck. A Sociology of Market-Things: on tending the garden of choices in
mass retailing. In: CALLON, Michel; MILLO, Yuval; MUNIESA, Fabian. Market
Devices. Malden, MA; Oxford, UK: Blackwell, 2007, p.109-129.
_______________. Figures du Client, Leçons du Marché. Sciences de la Société, n° 56,
mai 2002, p. 3-23.
_______________. Une Petite Histoire du Client, ou la Progressive Normalisation du
Marché et de l’Organisation. Sociologie du Travail, 44, 2002, p.357–380.
_______________; LE DANIEL, Loïc; CRAVE, Jacques. Le grand chevron rouge et
les 282 petits chevreaux, ou l’emballage des cigarettes comme dispositif de captation.
Terrains & Travaux, nº11, 2006, p.179-201.
COOK, Daniel Thomas. The Commodification of Childhood: The Children’s
Clothing Industry and the Rise of Child Consumer. Durnham, NC: Duke University
Press, 2004a.
_____________________. Production… Consumption… Bridges: Markets as Social
Imaginaries. Accounts, Vol.5/1, Fall 2004b.
DIMAGGIO, Paul; LOUCH, Hugh. Socially Embedded Consumer Transactions: for
what kinds of purchases do people most often use networks? American Sociological
Review, Volume 63, nº5, October 1998, p.619–637.
DONDEYNE, Christèle. Professionnaliser le Client: le travail du marché dans une
entreprise de restauration collective. Sociologie du Travail, 44, 2002, p.21–36.
63
DUBUISSON-QUELLIER, Sophie. From Consumerism to the Empowerment of
Consumers: The Case of Consumer Oriented Movements in France. Sustaitanbility, 2,
2010, p.1849-1868.
_____________________________. Le Prestataire, le Client, et le Consommateur:
Sociologie d’une relation marchande. Revue Française de Sociologie, XL-4, 1999,
p.671-688.
GARCIA-PARPET, Marie-France. Estilos de Vida e Maneiras de Beber: a oferta dos
bens de prescrição. BUENO, Maria Lucia; CAMARGO, Luiz Octávio de Lima (orgs.).
Cultura e Consumo: Estilos de Vida na Contemporaneidade. São Paulo: Senac, 2008,
p.135-156.
HARRINGTON, Brooke. An Economic Sociologist Abroad: Observations from China
and India. Accounts, Vol. 6, Issue 2, Spring 2007.
MALLARD, Alexandre. La Presse de Consommation et le Marché. Enquête sur le tiers
consumériste. Sociologie du Travail, 42, 2000, p.391-409.
MILLER, Daniel. Consumo como Cultura Material. Horizontes Antropológicos,
Vol.13, nº28, 2007, p.33-63.
______________. Teoria das Compras: O que Orienta as Escolhas dos Consumidores.
São Paulo: Nobel, 2002 [1998].
SLATER, Don. The Moral Seriousness of Consumption. Journal of Consumer
Culture, Vol.10(2), 2010, p.280-284.
_____________. Consumer Culture & Modernity. Oxford and Cambridge, UK;
Malden, MA: Polity Press / Blackwell, 1997 (edição brasileira: Cultura do Consumo
& Modernidade. São Paulo: Nobel, 2002).
UGHETTO, Pascal. Figures du Client, Figures du Prestataire. Sciences de la Société, n°
56, mai 2002, p.99-114.
64
VEBLEN, Thorstein. A Teoria da Classe Ociosa: um estudo econômico sobre
instituições. São Paulo: Pioneira, 1965 [1899].
ZELIZER, Viviana A. Moralizing Consumption. Journal of Consumer Culture,
Vol.10(2), 2010, p.287-291.
__________________. Culture and Consumption. In: SMELSER, Neil.; SWEDBERG,
Richard (eds.). Handbook of Economic Sociology. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 2005, p.331-354.
ZUKIN, Sharon. Consumption. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006, p.101107.
_____________. Point of Purchase: How Shopping Changed American Culture. New
York: Routledge, 2004.
_____________; MAGUIRE, Jennifer Smith. Consumers and Consumption. Annual
Review of Sociology, 30, 2004, p173-197.
Contabilidade e auditoria
CARRUTHERS; Bruce G; ESPELAND, Wendy N. Accounting for Rationality:
Double-Entry Bookkeeping and the Rhetoric of Economic Rationality. American
Journal of Sociology, 97 (1), 1991, p.31-69.
CHIAPELLO, Eve. Accounting at the Heart of the Performativity of Economics.
Economic Sociology - The European Electronic Newsletter. Volume 10, Number 1,
November 2008, p.12-15.
MACKENZIE, Donald. Produire des Comptes: finitisme, technologie et application de
la règle. Revue d'anthropologie des connaissances, n° 7, 2009/2, p.207-232.
65
MENNICKEN, Andrea; MILLER, Peter; SAMIOLO, Rita. Accounting for Economic
Sociology. Economic Sociology - The European Electronic Newsletter. Volume 10,
Number 1, November 2008, p.3-7.
MILLER, Peter. Governing by Numbers: Why Calculative Practices Matter. Social
Research, Vol. 68, No.2, Summer 2001, p.379-396.
_____________. The Margins of Accounting. In: CALLON, Michel. The Laws of the
Markets, Oxford: Blackwell, 1998, p.174-193.
____________; O'LEARY, Ted. Mediating instruments and making markets: capital
budgeting, science and the economy. Accounting, Organizations and Society, Volume
32 (7/8), October-November 2007, p.701-734.
POWER, Michael. The Audit Society: rituals of verification. Oxford: Oxford
University Press, 1997.
SAUVIAT, Catherine. Deux Professions dans la Tourmente. L'audit et l'analyse
financière. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº146-147, 2003, p.21-41.
VOLLMER, Hendrik; MENNICKEN, Andrea; PREDA, Alex. Tracking the numbers:
across accounting and finance, organizations and markets. Accounting,Organizations
and Society, 34 (5), July 2009, p.619-637.
Contrato
Na Sociologia Clássica, uma abordagem dos aspectos, das relações não-contratuais do
contrato encontra-se em obras de Émile Durkheim (2008[1893]; 2002[1950,
póstuma]).
Temas relacionados: Confiança; Direito
DURKHEIM, Émile. Da Divisão do Trabalho Social. 3ªedição. São Paulo: Martins
Fontes, 2008 [1893].
66
_________________. Lições de Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002 [1950].
FAVEREAU, Olivier; PICARD, Pierre. L’Approche Économique des Contrats: unité
ou diversité. Sociologie du Travail, 38, 4, 1996, p.441-464.
GOUREVITCH, Peter A.; SHINN, James. Political Power and Corporate Control:
The New Global Politics of Corporate Governance. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 2007.
MACAULAY, Stewart. Non-contractual Relations in Business: a preliminary study.
American Sociological Review, Vol.28, nº 1, 1963, p.55-67.
PARSONS, Talcott; SMELSER, Neil J. Economy and Society: a study of economic
and social theory. London: Routledge, 1998 [1956].
SANTOS, Rui. Economic Sociology of the Modern Latifundium: economic institutions
and social change in Southern Portugal 17th-19th centuries. Sociologia, Problemas e
Práticas, nº45, maio 2004, p.23-52.
STINCHCOMBE, Arthur L. On the Virtues of the Old Institutionalism. Annual
Review of Sociology, 23, 1997, p.1-18.
STREECK, Wolfgang. STREECK, Wolfgang. Institutions in History: Bringing
Capitalism Back In. Cologne: MPIfG, November 2009.
__________________. Revisiting Status and Contract: Pluralism, Corporatism and
Flexibility. Social Institutions: Studies of Industrial Relations in Advanced Capitalist
Economies. London: Sage, 1992.
Convenções
No ordenamento de um mercado, não existe apenas o cálculo. Existem também o
hábito, o costume, a personalização, a prática, a rotina, a tradição.
Temas relacionados:
67
BIGGART, Nicole Woosley; BEAMISH, Thomas D. The Economic Sociology of
Conventions: habit, custom, practice and routine in market order. Annual Review of
Sociology, 29, 2003, p.443-464.
FAVEREAU, Olivier; BIENCOURT, Olivier; EYMARD-DUVERNAY, François.
Where Do Markets Come From? From (quality) conventions. In: FAVEREAU, Olivier;
LAZEGA, Emmanuel. (eds.). Conventions and structures in economic organization,
markets, networks and hierarchies. Cheltenham: Edward Elgar, 2002.
JAGD, Soren. Economics of Convention and New Economic Sociology: Mutual
Inspiration and Dialogue. Current Sociology, 55, 2007, p.75-91.
THÉVENOT, Laurent. Organized Complexity: conventions of coordination and the
composition of economic arrangements. European Journal of Social Theory, 4(4),
2001, p.405-425.
Cooperação
ANTHONY, Denise. Cooperation in Microcredit Borrowing Groups: identity,
sanctions, and reciprocity in the production of collective goods. American Sociological
Review, Vol. 70, June 2005, p.496-515.
BECKERT, Jens. The Social Order of Markets. Theory and Society, 38, 2009, p.245269.
KOLLOCK, Peter. Social Dilemmas: The Anatomy of Cooperation. Annual Review of
Sociology, 24, 1998, p.183-214.
_______________. Cooperation in an Uncertain World: An Experimental Study.
Sociological Theory and Methods 8(1), 1993, p.3-18.
LAZEGA, Emmanuel. Cooperation among Competitors. Its Social Mechanisms through
Network Analyses. Sociologica, 1/2009.
68
__________________; MOUNIER, Lise. Interdependent entrepreneurs and the social
discipline of their cooperation: a research programme for structural economic sociology
in a society of organizations. In: FAVEREAU, Olivier, LAZEGA, Emmanuel (eds.),
Conventions and structures in economic organization: markets, networks and
hierarchies. Cheltenham: Edward Elgar, 2002.
NOOTEBOOM, Bart. Institutions and Forms of Cooperation. Organization Studies,
21, 2000, p.915-940.
SAXENIAN, AnnaLee. Regional Advantage: Culture and Competition in Silicon
Valley and Route 128. Harvard University Press, 1994.
SPAGNOLO, Giancarlo. Social Relations and Cooperation in Organizations. Journal
of Economic Behavior and Organization, Vol. 38/1, 1999, p.1-26.
VERSCHOORE, Jorge Renato. Programa Redes de Cooperação: uma análise da
política pública gaúcha de desenvolvimento local com base em seus beneficiários.
Revista Pós Ciências Sociais, v.7, nº13, 2010, p.101-116.
Corrupção
GAMBETTA, Diego. Corruption: an analytical map. In: KOTKIN, Stephen; SAJO,
András. (eds.). Political Corruption of Transition: A Sceptic’s Handbook. Budapest:
Central European University Press, 2002, p.33-56 (Reprinted In: JORDAN, W.;
KREIKE, E. (eds.). Corrupt Histories. University of Rochester Press, 2004, p.3-28).
GRANOVETTER, Mark. A Construção Social da Corrupção. Política e Sociedade,
Vol.5, nº9, 2006, p.11-37.
ROSE-ACKERMAN, Susan. Corruption. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan
(eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London and New York:
Routledge, 2006, p.124-128.
69
Crédito e microcédito
ABRAMOVAY,
Ricardo;
MAGALHÃES,
Reginaldo;
SCHRODER,
Mônica.
Representatividade e Inovação na Governança dos Processos Participativos: o caso das
organizações Brasileiras de agricultores familiares. Sociologias, vol.12, nº24, 2010,
p.268-306.
ANTHONY, Denise. Cooperation in Microcredit Borrowing Groups: Identity,
Sanctions, and Reciprocity in the Production of Collective Goods. American
Sociological Review, Vol. 70, June 2005, p.496-515.
AVANZA, Martina; LAFERTÉ, Gilles; PENISSAT, Etienne. O Crédito entre as
Classes Populares Francesas: o Exemplo de uma Loja em Lens. Mana, 12 (1), 2006,
p.7-38.
BIGGART, Nicole Woolsey. Banking on Each Other: The Situational Logic of Rotating
Savings and Credit Associations. Advances in Qualitative Organization Research,
Volume 3, 2001, p.129-153.
CARRUTHERS, Bruce G. A Sociologia do Crédito e da Finança. In: MONDADORE,
Ana Paula Carletto et al. (orgs.). Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em
construção. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2009, p.365-380.
GUSEVA, Alya. Building New Markets: A Comparison between Russian and
American Credit Card Markets. Socio-Economic Review, 3, 2005, p.437-466.
LAPAVITSAS, Costas. Information and Trust as Social Aspects of Credit. Economy
and Society, Volume 36, Number 3, August 2007, p.416-436.
MAGALHÃES, Reginaldo Sales; ABRAMOVAY, Ricardo. A Formação de um
Mercado de Microfinanças no Sertão da Bahia. Revista Brasileira de Ciências Sociais,
Vol.22, n.63, fevereiro 2007, p.107-119.
Crises e depressões econômicas
70
Richard Swedberg (2010) apresenta um notável ensaio em torno da (des)vinculação do
colapso do banco norte-americano Lehman Brothers com o pânico financeiro mundial,
em 2008, e que atinge economias tão díspares como as dos Estados Unidos, Escócia,
Islândia e Japão. Após a passagem dos piores momentos da crise financeira, duas
correntes de opinião nos mercados financeiros e em meios acadêmicos divergem sobre
o papel do Estado na eclosão do derretimento (meltdown) hipotecário-financeiro: o
Banco Central norte-americano (Federal Reserve ou simplesmente Fed) e a Secretaria
de Tesouro no então governo de George W. Bush são os responsáveis pela crise? Essa
é uma das discussões que surgem no ensaio de Swedberg e que trazem questões de
fundo extremamente relevantes (e recorrentes) para a Sociologia Econômica: livremercado ou intervenção do Estado, regramento ou desregulação de mercados.
Temas relacionados: Capitalismo; Estado; Globalização
BLOCK, Fred. Crisis and Renewal: the outlines of a twenty-first century new deal.
Socio-Economic Review, 9, 2011, p.31-57.
CAMPBELL, John L. The US financial crisis: lessons for theories of institutional
complementarity. Socio-Economic Review, 9, 2011, p.211–234.
DEUTSCHMANN, Christoph. The Euro Trouble and the Global Financial Crisis.
Economic Sociology - The European Electronic Newsletter, Volume 12, Number 2,
March 2011, p.17-20.
DOBBIN, Frank R. The Social Construction of the Great Depression: Industrial Policy
during the 1930s in the United States, Britain, and France. Theory and Society,
Volume 22, Issue 1, February 1993, p.1-56.
FLIGSTEIN, Neil. Neil Fligstein Answers Questions on the Present Financial Crisis
(Interview). Economic Sociology - The European Electronic Newsletter, Volume 11,
Number 1, November 2009, p.41-44.
GRÜN, Roberto. A Crise Financeira, a Guerra Cultural e as Transformações do Espaço
Econômico Brasileiro em 2009. Dados, Vol.53, nº2, 2010, p.255-297.
71
KESSLER, Oliver. Towards an Economic Sociology of the Subprime Crisis? Economic
Sociology – The European Electronic Newsletter, Volume 10, Number 2, March
2009, p.11-16.
LAPAVITSAS, Costas. The Roots of the Global Financial Crisis. Development
Viewpoint, Number 28, April 2009.
MACKENZIE, Donald. Unlocking the Language of Structured Securities. Financial
Times, Thursday August 19 2010.
___________________. Beneath All the Toxic Acronyms Lies a Basic Cultural Issue.
Financial Times, Thursday November 26 2009.
___________________. The Big, Bad Wolf and the Rational Market: portfolio
insurance, the 1987 crash and the performativity of economics. Economy and Society,
Volume 33, Number, 3, August 2004, p.303-334.
SCHIMANK, Uwe. Against All Odds: the 'loyalty' of small investors. Socio-Economic
Review, 9, 2011, p.107–135.
SWEDBERG, Richard. The Structure of Confidence and the Collapse of Lehman
Brothers. Research in the Sociology of Organizations, Volume 30A, 2010, p. 71-114.
TONKISS, Fran. Trust, Confidence and Economic Crisis. Intereconomics, 44/4, JulyAugust 2009, p.196-202.
Cuidados
ENGLAND, Paula. Emerging Theories of Care Work. Annual Review of Sociology,
31, 2005a, p.381–399.
________________; FOLBRE, Nancy. The Cost of Caring. The Annals of the
American Academy of Political and Social Science, 561, 1998, p. 39-51.
72
LAVILLE, Jean-Louis. Services aux Personnes et Sociologie Économique Pluraliste.
Revue Française de Socio-Economie, 2 (2), 2008, p.43-58.
TRABUT, Loïc; WEBER, Florence. How to Marke Care Work Visible? The Case of
Dependence Policies in France. Research in the Sociology of Work, Volume 18, 2009,
p.343-368.
ZELIZER, Viviana A. A Economia do Care. Civitas, v.10, nº3, set.-dez. 2010, p.376391 (tradução de: L'Économie du Care. Revue Française de Socio-Economie, 2 (2),
2008, p.13-25).
__________________. Dualidades perigosas. Mana, Vol.15, n.1, 2009, p. 237-256.
Cultura
Na perspectiva culturalista da Sociologia Econômica, Paul DiMaggio (1994) sugere
que o conceito de imersão (embeddedness) proposto por Mark Granovetter não se deve
limitar a uma abordagem estrutural. O autor defende o acréscimo da dimensão
cultural, já que sem essa perspectiva, torna-se difícil compreender o que é negociado, a
emergência da confiança (trust) em situações concretas e variadas e a habilidade de
empreendedores em construir redes fora de seus mundos sociais. O enfoque das
pesquisas empíricas do autor é bastante amplo, desde estudos sobre o campo
organizacional, passando pela administração de espaços artísticos e culturais como
museus, teatros e casas de ópera, até as implicações sociais da Internet. Para a
abordagem culturalista, conforme Lyn Spillman (1999), três pontos são fundamentais
para apreender o significado dos mercados: a construção dos objetos de trocas no
mercado (“mercadorização”, ou no original, commodification), a construção dos
parceiros de troca em um mercado e a construção de normas legítimas para as trocas
em mercados, o que aproxima tal perspectiva do enfoque político-cultural proposto por
Neil Fligstein (1996) e, sobretudo, das preposições críticas de Viviana A. Zelizer
(1988), contrária à visão pura de mercado, isto é, que desconsidera a penetração do
mundo da vida nas esferas mercantis. Segundo Spillman, a cultura dos mercados é
formada em torno de objetos, atores e normas. Assim, por exemplo, a criação de
73
mercadorias (commodities), seja de ações ou bens os quais não eram previamente
vendidos, seja a introdução de novos produtos, é um comum e frequentemente processo
altamente contestado, e a mercadorização está sujeita a uma constante política cultural
de desafio e reafirmação: “can editors of e-mail discussions lists sell their mailing
lists? What’s the problem when professional athletes can be free agents while their
supporters are local? Should housewives be paid? If we listen to the buzz of the
mundane public sphere, commodification is constantly at issue” (Spillman, 1999,
p.1055). A possibilidade de aplicar métodos quantitativos para análise de questões
envolvendo cultura e economia (Breiger, 2005) abre ainda uma alternativa para os
estudos sobre a temática.
Temáticas relacionadas:
BOURDIEU, Pierre. La Distinction: critique sociale du jugement. Paris: Les Éditions
de Minuit, 1979 (A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo; Porto Alegre:
Edusp / Zouk, 2007).
BREIGER, Ronald L. Culture and Classification in Markets: an introduction. Poetics,
33, 2005, p.157-162.
DIMAGGIO, Paul. Market Structure, the Creative Process, and Popular Culture: toward
an organizational reinterpretation of mass-culture theory. In: SPILLMAN, Lyn (ed.).
Cultural Sociology. Malden, MA and Oxford, UK: Blackwell, 2002, p.151-163.
_______________. Culture and Cognition. Annual Review of Sociology, 23, 1997,
p.263–287.
_______________. Culture and Economy. In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG,
Richard (eds.). Handbook of Economic Sociology. Princeton and New York: Princeton
University Press and Russell Sage Foundation, 27-57, 1994.
_______________. Cultural Entrepreneurship in Nineteenth Century Boston: The
Creation of an Organizational Base for High Culture in America. In: MUKERJI,
Chandra; SCHUDSON, Michael (eds.). Rethinking Popular Culture: Contemporary
74
Perspectives in Cultural Studies. Berkeley: University of California Press, 1991, p.374397.
FLIGSTEIN, Neil. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol, 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
GODART, Frédéric C.; WHITE, Harrison C. Switchings under uncertainty: The coming
and becoming of meanings. Poetics, 38, 2010, p.567-586.
HEALY, Kieran. What’s New for Culture in the New Economy? Journal of Arts
Management, Law and Society, 32:86–103, Summer 2002.
HIRSCH, Paul M. Processing Fads and Fashions: An Organization-Set Analysis of
Cultural Industry Systems. American Journal of Sociology, Volume 77, Number 4,
January 1972, p.639-659.
JACOBS, Mark D.; SPILLMAN, Lyn. Cultural Sociology at the Crossroads of the
Discipline. Poetics, 33, 2005, p.1-14.
LEVIN, Peter. Culture and Markets: How Economic Sociology Conceptualizes Culture.
The Annals of the American Academy of Political and Social Science, Vol. 619, no.
1, September 2008, p.114-129.
SAPIRO, Gisèle. Globalization and Cultural Diversity in the Book Market: the case of
literary translations in the US and in France. Poetics, 38, 2010, p.419-439.
_____________. Elementos para uma História do Processo de Autonomização: o
exemplo do campo literário francês. Tempo Social, Vol.16, n1, junho 2004, p.93-105.
_____________. The Literary Field between the State and the Market. Poetics, 31,
2003, p.441-464.
SPILLMAN, Lynette. Enriching Exchange: cultural dimensions of markets. American
Journal of Economics and Sociology, 58, p.1041-1071, 1999.
75
TOLILA, Paul. Cultura e Economia: problemas, hipóteses, pistas. São Paulo:
Iluminuras / Itaú Cultural, 2007.
ZELIZER, Viviana A. Economic Lives: how culture shapes the economy. Princeton,
NJ: Princeton University Press, 2010.
_________________. Enter Culture. In: GUILLÉN, Mauro F.; COLLINS, Randall;
ENGLAND, Paula; MEYER, Marshall (eds.). The New Economic Sociology:
developments in a emerging field. New York: Russell Sage Foundation, 2002, p.101125.
_________________. Beyond the Polemics of the Market: establishing a theoretical and
empirical agenda. Sociological Forum, 3, 1988, p. 614-634.
Desemprego
GUIMARÃES, Nadya Araújo. Desemprego, uma Construção Social: São Paulo, Paris
e Tóquio. Belo Horizonte: Argumentum, 2009.
________________________. Por uma Sociologia do Desemprego. Revista Brasileira
de Ciências Sociais. São Paulo, v. 17, nº50, 2002, p.130-122.
________________________; DEMAZIÈRE, Didier; HIRATA, Helena; SUGITA,
Kurumi. Unemployment, a Social Construction. Institutional Programs, Experiences
and Meanings in a Comparative Perspective. Economic Sociology - The European
Electronic Newsletter, Volume 11, Number 3, July 2010, p.10-24.
Dinheiro / moeda
No enfoque sociológico, as perspectivas sobre dinheiro e moeda se evidenciam, em um
primeiro olhar, pela variedade de abordagens.
Temas relacionados: Finanças; Marx, Karl; Simmel, Georg; Weber, Max
76
BAKER, Wayne E.; JIMERSON, Jason B. The Sociology of Money. American
Behavioral Scientist, Vol. 35, nº6, July 1992, p.678-693.
CARRUTHERS, Bruce G.; BABB, Sarah. The Color of Money and the Nature of
Value: Greenbacks and Gold in Postbellum America. American Journal of Sociology,
Vol. 101, Nº6, May 1996, p.1556-1591.
_____________________; ESPELAND, Wendy N. Money, Meaning and Morality.
American Behavioral Sicentist, 41, 1998, p.1384-1408.
DODD, Nigel. On Simmel's Pure Concept of Money: a response to Ingham. Archives
Européennes de Sociologie, XLVIII(2), 2007, p.273-294.
____________. Laundering “Money”: on the need for conceptual clarity within the
sociology of money. Archives Européennes de Sociologie, XLVI(3), 2005, p.387-411.
_____________. Reinventing Monies in Europe. Economy and Society, Volume 34,
Number 4, November 2005b, p.558-583.
___________. A Sociologia do Dinheiro: economia, razão e a sociedade
contemporânea. Rio de Janeiro: FGV, 1997.
FINE, Ben; LAPAVITSAS, Costas. Markets and Money in Social Theory: What Role
for Economics? Economy and Society, 29 (3), 2000, p. 357-382.
IBÁÑEZ PASCUAL, Marta. La «Bolsa Común» en las Parejas: Algunos Significados y
Algunas Trampas. Papers, 87, 2008, p.161-185.
INGHAM, Geoffrey. Further Reflections on the Ontology of Money: responses to
Lapavitsas and Dodd. Economy and Society, Volume 35, Number 2, May 2006a,
p.259-278.
77
________________. Money: Interdisciplinary Perspectives from Economics, Sociology
and Political Science. Cheltenham: Elgar, 2006b.
________________. Money, Sociology of. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan
(eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2005.
________________. The Nature of Money. Cambridge: Polity Press, 2004.
________________. Capitalism, Money and Banking: A Critique of Recent Historical
Sociology. British Journal of Sociology, 50 (1), 1999, p.76-96.
________________. On the Underdevelopment of the Sociology of Money. Acta
Sociologica, 41(1), 1998, p.3–18.
________________. Money is a Social Relation. Review of Social Economy, 54(4),
1996, p.507–529.
KEISTER, Lisa A. Financial Markets, Money, and Banking. Annual Review of
Sociology, 28, 2002, p.39-61.
LAPAVITSAS, Costas. Social Foundations of Markets, Money and Credit. London:
Routledge, 2003.
ORLÉAN, André. L'Origine de la Monnaie (II). La Monnaie dans les Societés Holistes.
Revue du MAUSS, n° 15-16, 1er et 2ème trimestre 1992, p. 111-125.
_______________. L'Origine de la Monnaie (I). Revue du MAUSS, n° 14, 4ème
trimestre 1991, p. 126-152.
PARSONS, Talcott. O Sistema das Sociedades Modernas. São Paulo: Pioneira,
1974[1971].
________________; SMELSER, Neil J. Economy and Society: a study of economic
and social theory. London: Routledge, 1998 [1956].
78
POLLILO, Simone. Money, State Power and Stratification. Accounts, Vol.5/1, Fall
2004.
SIMMEL, Georg. The Philosophy of Money. Third Edition. London: Routledge, 2004.
THÉRET, Bruno. Os Três Estados da Moeda: abordagem interdisciplinar do fato
monetário. Economia e Sociedade, Vol.17, n1 (32), abr.2008, p.1-28.
ZELIZER, Viviana A. Dinheiro, Poder e Sexo. Cadernos Pagu, nº32, jan./jun. 2009,
p.135-157.
_________________. The Social Meaning of Money: pin money, paychecks, poor
relief and other currencies. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1997.
Direito e Economia
Richard Swedberg (2005) destaca que um autor da dimensão de Talcott Parsons
considera a Sociologia do Direito em Max Weber como mais importante do que seus
célebres estudos em Sociologia da Religião. É inegável que tanto Weber, assim como
outro clássico da disciplina, Émile Durkheim, dedicam análise considerável aos
fundamentos jurídicos, normativos, de atividades sócio-econômicas.
Temas relacionados: Contrato; Durkheim, Émile; Estado; Intimidade; Mercados;
Weber, Max
DUINA, Francesco. The Social Construction of Free Trade: the European Union,
NAFTA, and Mercosur. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2007.
DURKHEIM, Émile. Da Divisão do Trabalho Social. 3ªedição. São Paulo: Martins
Fontes, 2008 [1893].
_________________. Lições de Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002 [1950].
79
EDELMAN, Lauren B. Rivers of Law and Contested Terrain: A Law and Society
Approach to Economic Rationality. Law and Society Review, 38 (2), June 2004,
p.181-198.
___________________; STRYKER, Robin. A Sociological Approach to Law and the
Economy. In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). Handbook of
Economic Sociology. 2nd edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005,
p.527-551.
___________________;
SUCHMAN,
Mark C.
The
Legal
Environments
of
Organizations. Annual Review of Sociology, 23, 1997, p.479-515.
FALCONI, Ana Maria; GUENFOUD, Karima; LAZEGA, Emmanuel; LEMERCIER,
Claire; MOUNIER, Lise. Le Contrôle Social du Monde des Affaires: une étude
institutionnelle. L'Année Sociologique, 55, nº2, 2005, p.451-484.
FLIGSTEIN, Neil; CHOO, Jennifer. Law and Corporate Governance. Annual Review
of Law and Social Science, 1, 2005, p.61-84.
FORD, Laura R. Max Weber on Property: an effort in interpretive understanding.
Socio-Legal Review, Vol.6, 2010, p.24-100.
FRERICHS, Sabine. The Legal Constitution of Market Society: Probing the Economic
Sociology of Law. Economic Sociology - The European Electronic Newsletter,
Volume 10, Number 3, July 2009, p.20-25.
GOUREVITCH, Peter A.; SHINN, James. Political Power and Corporate Control:
The New Global Politics of Corporate Governance. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 2007.
LALLEMENT, Michel. Raízes Alemãs da Sociologia Econômica. Tempo Social, v. 18,
nº1, junho 2006, p.375-394.
80
STRYKER, Robin. Mind the Gap: law, institutional analysis and socioeconomics.
Socio-Economic Review, 1, 2003, p.335-367.
SWEDBERG, Richard. Max Weber's Contribution to the Economic Sociology of Law.
Annual Review of Law and Social Science, Vol. 2, 2006, 61-81.
__________________. Max Weber e a Idéia da Sociologia Econômica. Rio de
Janeiro; São Paulo: UFRJ; Beca, 2005 [1998].
___________________. The Case for an Economic Sociology of Law. Theory and
Society, 32, 2003, p.1-37.
___________________. Law and Economy: the need for a sociological approach.
Economic Sociology – European Electronic Newsletter, Vol.3, nº3, June 2002, p.4752.
WEBER, Max. Economía y Sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
ZAFIROVSKI, Milan. Economic and Sociological Approaches to Institutions:
Economy, Society and Law. European Journal of Law and Economics, 10, 2000,
p.7-30.
ZELIZER, Viviana A. La Negociación de la Intimidad. Buenos Aires: Fondo de
Cultura Economica, 2009a (tradução de The Purchase of Intimacy. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2005).
Durkheim, Émile
Émile Durkheim considera as instituições como determinantes da ação social. Em
abordagem sobre o mercado, Durkheim destaca, por exemplo, o papel que as normas
morais exercem, por meio do que ele define como a noção de contrato justo ou
equitativo, em que a determinação de valor, preço, não poderia prejudicar uma das
partes envolvidas numa troca. Assim, em obra póstuma, compilação de cursos
81
ministrados no período em Bordeaux (1890 e 1900) e na Sorbonne (1904 e 1912), além
de temas de conferências, já em plena Grande Guerra, do autor alguns anos antes de
sua morte (em 1917), Durkheim delineia sua teorização sobre direito contratual, com o
estabelecimento da noção de contrato justo para as partes contratantes:
Um indivíduo não pode trocar uma coisa por preço inferior a seu
valor dessa coisa sem sofrer uma perda sem compensação nem
justificação. Tudo acontece como se lhe fosse extorquida mediante
ameaça a fração indevidamente retida. Consideramos, com efeito, que
é esse o preço que lhe cabe e, se o despojam sem razão, nossa
consciência moral protesta (...) Um contrato justo não é simplesmente
todo contrato que foi consentido livremente, ou seja, sem coação
formal; é um contrato em que as coisas e os serviços são trocados
pelo valor verdadeiro e normal, ou seja, em suma, pelo valor justo
(DURKHEIM, 2002[1950], p.290-291).
Para Durkheim, portanto, é a norma (moral) em si que deve ser considerada, posição
diversa da manifestada por Weber, que considera como relevante a apropriação que o
ator social faz da norma (vide Durkheim, 1983; Raud, 2005; Steiner, 2006). Neste
ponto, ressaltamos que não é nosso objetivo examinar aqui as diferenças das
teorizações e das metodologias de análise de Weber e de Durkheim sobre os aspectos
normativos em torno dos mercados. Importa-nos é chamar a atenção para o quanto,
nos primórdios da Sociologia, enfatizam-se conexões diretas, na esfera dos mercados,
entre elementos econômicos e legais (contratos) e sociais e culturais (relações
mercantis
ancoradas
em
confiança,
previsibilidade
e
compromissos
com
normatizações), um aspecto ainda importante da Sociologia Econômica (Granovetter,
1985, 1992, 2005). A preocupação durkheimiana com elementos não-contratuais
(sociais e morais) dos contratos é aprofundada, ainda que com perspectivas bastante
distintas, nas décadas seguintes (vide Macaulay, 1963), evidenciando que em
incontáveis tipos de transação econômica, não é considerado apenas o valor monetário
na troca. Como argumenta Harry Bredemeier,
O consenso quanto ao dinheiro como o mediador entre A, B,... N não
é, evidentemente, o único valor consensual exigido pelo modo
mercantil de coordenação. O consenso é exigido quanto aos
82
princípios de competição, aos valores do universalismo, do
desempenho, neutralidade afetiva e especificidade; à natureza dos
contratos, a todos os elementos não-contratuais do contrato
mencionados por Durkheim; a toda a ‘base jurídica do capitalismo’
descrita por John R. Commons num clássico muito esquecido. O
mercado é uma série complexa de princípios morais – uma
‘consciência coletiva’ muito especial – sobre a qual deve haver um
consenso, para que ele (o mercado) possa operar como mecanismo de
coordenação (BREDEMEIER, 1980, p.581).
Durkheim representa corrente tradicional de pensadores franceses que consideram a
Economia como “falsa ciência”, com a Sociologia Econômica devendo ser a
verdadeira ciência que trata dos fatos econômicos. Tal idéia permanece na obra de
Pierre Bourdieu ao criticar a chamada economia mainstream, embora Bourdieu
proponha uma teoria sociológica geral para a abordagem do campo econômico
(Steiner, 2009b; confronte Bourdieu, 2005).
Temas relacionados: Contrato; Direito e Economia; Propriedade; Valor
BECKERT, Jens. The Transcending Power of Goods: Imaginative Value in the
Economy. MPIfG Discussion Paper, April 2010.
BOURDIEU, Pierre. O Campo Econômico. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005,
p.15-57.
BREDEMEIER, Harry C. A Teoria da Troca. In: BOTTOMORE, Tom; NISBET,
Robert. História da Análise Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980.
DURKHEIM, Émile. Da Divisão do Trabalho Social. 3ªedição. São Paulo: Martins
Fontes, 2008 [1893].
_________________. Lições de Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002 [1950].
83
GISLAIN, Jean-Jacques; STEINER, Philippe. La Sociologie Économique 1890-1920:
Émile Durkheim, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter, François Simiand, Thorstein
Veblen et Max Weber. Paris: PUF, 1995.
KANGAS, Risto. The Market, Values and Coordination of Actions. From Value
Integration to Libertas Indifferentiae. Journal of Classical Sociology, Vol 9(3), 2009,
291–318.
MUCCHIELLI, Laurent. O Nascimento da Sociologia na Universidade Francesa (18801914). Revista Brasileira de História, Vol.21, nº41, 2001, p.35-54.
RAUD-MATTEDI, Cécile. A Construção Social do Mercado em Durkheim e Weber:
análise do papel das instituições na Sociologia Econômica clássica. Revista Brasileira
de Ciências Sociais, Vol. 20, nº 57, fevereiro 2005, p.127-142.
STEINER, Philippe. Durkheim and the Birth of Economic Sociology. Princeton, NJ:
Princeton University Press, forthcoming.
________________. A Tradição Francesa de Crítica Sociológica à Economia Política.
Política & Sociedade, Vol.8, nº15, Outubro de 2009.
________________. Maurice Halbwachs: les derniers feux de la sociologie économique
durkheimienne. Revue d’Histoire des Sciences Humaines, nº1, 1999, p.141-162.
________________. Le Fait Social Économique chez Durkheim. Revue Française de
Sociologie, XXXIII, 1992, p.33-4.
Economia (disciplina), economistas
BACKHOUSE, Roger E. The Ordinary Business of Life: A History of Economics
from the Ancient World to the Twenty-First Century. Princeton, NJ: Princeton
University Press, 2004.
84
CALLON, Michel. A Coperformação das Ciências e da Sociedade. Política &
Sociedade, nº14, abril de 2009a, p383-406.
_______________. Introduction: the embeddedness of economic markets in economics.
In: CALLON, Michel (ed.). The Laws of the Markets. Oxford: Blackwell, 1998, p.157.
COATS, A. W. The Sociology and Professionalization of Economics: British and
American Economic Essays. Volume II. London: Routledge, 1993.
FOURCADE, Marion. Economists and Societies: Discipline and Profession in the
United States, Britain, and France, 1890s to 1990s. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 2009.
__________________.
The
Construction
of
a
Global
Profession:
The
Transnationalization of Economics. American Journal of Sociology, Volume 112,
Number 1, July 2006, p.145–194.
FOURCADE-GOURINCHAS. The Sociology of Economics. In BECKERT, Jens;
ZAFIROVSKI, Milan (eds). International Encyclopedia of Economic Sociology.
London: Routledge, 2006.
LEBARON, Frédéric. Economists and the Economic Order: the field of economists and
the field of power in France. European Societies, 3(1), 2001, p.91-110.
_________________. La Croyance Économique. Les Économistes entre Science et
Politique. Paris: Seuil, 2000.
SUTTER, Daniel. The Market, the Firm, and the Economics Profession. American
Journal of Economics and Sociology, Vol. 68, nº5, November, 2009, p.1041-1061.
Economia Informal
85
BAGNASCO, Arnaldo. A Economia Informal. Ensaios FEE, v.18, nº2, 1997, p.13-31.
PARRA, Johanna. Uma Sociologia do Business na Capital Mexicana. Tempo Social,
Vol.22, nº2, novembro 2010, p.61-78.
PORTES, Alejandro; HALLER, William. The Informal Economy. In: SMELSER, Neil
J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second
Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.403-425 (em espanhol: La
Economía Informal. Serie Políticas Sociales (Cepal), nº100, Noviembre 2004).
Economia e Sociologia: conexões, refutações, aproximações
Há aproximadamente 20 anos, Richard Swedberg (1990) editava livro em que o
argumento principal era indicar possibilidades de encontro e aproximação de temas
pela Sociologia e Economia. Em artigo recente do autor (Swedberg, 2009, p.231),
considera-se que, no presente, tal esperança parece vã e que o cenário da relação entre
as referidas disciplinas encontra-se hoje diferente. Conforme o autor, de um lado há
hoje um plenamente desenvolvido subcampo de Sociologia Econômica e, por outro
lado, existe uma ciência econômica que tem começado a desenvolver seus próprios
conceitos de interação social, normas, instituições e assim por diante. Também
recentemente, Neil J. Smelser (2009) apresenta uma análise das relações entre
Sociologia e Ciências Econômicas, apoiado em um ponto de vista biográfico de 50 anos
de trajetória intelectual, período a contar de sua colaboração com Talcott Parsons em
meados dos anos 1950.
Temas relacionados:
ABELL, On the Prospects for a Unified Social Science: Economics and Sociology.
Papers: revista de sociología, 80, 2006, p.123-147.
ASPERS, Patrik; KOHL, Sebastain; ROINE, Jesper; WICHARDT, Philipp. An
Economic Sociological Look at Economics, Economic Sociology: the European
Electronic Newsletter, Volume 9, nº2, March 2008, p.5-15.
86
BARON, James N.; HANNAN, Michael T. The Impact of Economics on Contemporary
Sociology. Journal of Economic Literature, Vol.32, Nº3, September 1994, p.11111146.
BECKERT, Jens; STREECK, Wolfgang. Economic Sociology and Political Economy:
a programmatic perspective. Cologne: MPIfG, September 2008.
BOURDIEU, Pierre. Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.
BOWLES, Samuel. Endogenous Preferences: the cultural consequences of markets and
other economic institutions. Journal of Economic Literature, Vol. XXXVI, March
1998, pp.75-111.
DEQUECH, David. Cognitive and Cultural Embeddedness: Combining Institutional
Economics and Economic Sociology. Journal of Economic Issues, Vol.37(2), 2003,
p.461-470.
FILLIEULE, Renaud. The New Economic Sociology of Prices: an analysis inspired by
the Austrian School of Economics. American Journal of Economics and Sociology,
Vol. 69, nº2, April 2010, p.668-692.
FINCH, John H. Economic Sociology as a Strange Other to Both Sociology and
Economics. History of the Human Sicences, Vol. 20, n.2, p.123-140, 2007.
HODGSON, Geoffrey. Prospects for Economic Sociology. Philosophy of the Social
Sciences, Vol. 38, nº1, March 2008, p.133-149.
INGHAM, Geoffrey. Some Recent Changes in the Relationship between Economics
and Sociology. Cambridge Journal of Economics, Vol. 20, nº 2, 1996, p. 243-275.
SMELSER, Neil J. Sociology and the Economic Sciences. In: HEDSTRÖM, Peter;
WITTROCK, Björn (eds.). Frontiers of Sociology. Leiden: Brill, 2009, p.197-207.
87
STEINER, Philippe. Une Histoire des Relations entre Économie et Sociologie.
L'Économie Politique, n°12, 2001/4, p. 32-45.
________________. Sociologie de la Connaissance Économique. Essai sur les
rationalisations de la connaissance économique 1750-1850. Paris: Presses Universitaires
de France (PUF), 1998.
SWEDBERG, Richard. Bourdieu's Contribution to Economic Sociology. In:
HEDSTRÖM, Peter; WITTROCK, Björn (eds.). Frontiers of Sociology. Leiden: Brill,
2009, p.231-244.
___________________. Economics and Sociology – Redefining their boundaries:
Conversations with Economists and Sociologists. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 1990.
VELTHUIS, Olav. The Changing Relationship between Economic Sociology and
Institutional Economics: From Talcott Parsons to Mark Granovetter. American
Journal of Economics and Sociology, 58 (4), October 1999, p.629-649.
ZAFIROVSKI, Milan. The Influence of Sociology on Economics: selected themes and
instances from classical sociological theory. Journal of Classical Sociology, Vol.5 (2),
p.123-156, 2005.
__________________. Economic Sociology in Retrospect: In Search of its Identity
within Economics and Sociology. American Journal of Economics and Sociology, 58
(4), October 1999, p.583-627.
Economia Social, Economia Solidária
AZAÏS, Christian. Economia Solidária ou Práticas Solidárias? Um questionamento a
partir da Sociologia Econômica. In: MONDADORE, Ana Paula Carletto et al. (orgs.).
Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em construção. São Carlos, SP:
EdUFSCar, 2009, p.39-60.
88
AZAM, Geneviève. Économie Sociale, Tiers Secteur, Économie Solidaire, quelles
Frontières? Revue du MAUSS, 21 (1), 2003, p.151-161.
BIDET, Éric. L'Insoutenable Grand Écart de L'Économie Sociale: Isomorphisme
Institutionnel et Économie Solidaire. Revue du MAUSS, n21 (1), 2003, p.162-178.
__________.
Économie
Sociale,
Nouvelle
Économie
Sociale
et
Sociologie
Économique. Sociologie du Travail, Volume 42 (4), 2000, p.587-599.
LATOUCHE, Serge. L'Oximore de l'Économie Solidaire. Revue du Mauss, nº21, 1,
2003, p.145-150.
LAVILLE, Jean-Louis. The Solidarity Economy: a Plural Theoretical Framework.
Economic Sociology - The European Electronic Newsletter, Volume 11, Number 3,
July 2010, p.25-31.
___________________. Du XIXème au XXIème Siècle: permanence et transformations
de la solidarité en économie / Do século 19 ao século 21: permanência e transformações
da solidariedade em economia. Revista Katálysis, V. 11 n.1, jan./jun. 2008, p. 20-42.
__________________. Sociologia Econômica. In: CATTANI, Antonio David;
HOLZMANN, Lorena. Dicionário de Trabalho e Tecnologia. Porto Alegre: Ed. Da
Ufrgs, 2006, p.270-274.
___________________. Avec Mauss et Polanyi, vers une théorie de l’économie
plurielle. Revue du Mauss, nº21, 1, 2003, p.237-249.
___________________. Le Tiers Secteurs, un Objet d’Étude pour la Sociologie
Économique. Sociologie du Travail, Volume 42 (4), 2000, p.531-550.
___________________ (dir.). L’Économie Solidaire. Une perspective internationale.
Paris: Desclée de Brouwer, 2000 [1994].
89
LÉVESQUE, Benoît. Economia Plural e Desenvolvimento Territorial na Perspectiva do
Desenvolvimento Sustentável: elementos teóricos de sociologia econômica e de
socioeconomia. Política e Sociedade, nº14, abril de 2009, p.107-144.
_________________. Contribuição da Nova Sociologia Econômica para repensar a
Economia no Sentido do Desenvolvimento Sustentável. RAE eletrônica. Vol.47, nº2,
Abr/ Jun 2007, p.49-60.
Educação e Economia
BOURDIEU, Pierre. Os Três Estados do Capital Cultural. In: NOGUEIRA, Maria
Alice; CATANI, Afrânio (orgs.). Escritos de Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999
[1979], p.71-79.
_________________. La Distinction: critique sociale du jugement. Paris: Les Éditions
de Minuit, 1979 (tradução: A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo; Porto
Alegre: Edusp / Zouk, 2007).
BRINTON, Mary C. Education and the Economy. In: SMELSER, Neil J.;
SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second Edition.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.575-602.
GARCIA, Sandrine. Croyance Pédagogique et Innovation Technologique. Le marché de
la formation à distance au service de la « démocratisation » de l'enseignement supérieur.
Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº149, 2003/4, p.42-60.
HESKETH, Anthony J. Towards an Economic Sociology of the Student Financial
Experience of Higher Education. Journal of Education Policy, Volume 14, Issue 4,
July 1999, p.385-410.
Eficiência
Em estudo sobre corporações nos Estados Unidos, Neil Fligstein (1993[1990]) aborda
transformações organizacionais com base além de um contexto legal, no campo
90
organizacional (influência de outras empresas) e nas estruturas e estratégias
organizacionais existentes em determinada época. Nesse trabalho, que é espécie de
história social da sociedade anônima, nos Estados Unidos, ao longo do século 20,
Fligstein reconhece a influência do mercado, todavia o estudo da transição entre uma
situação de mercado e a resposta de uma determinada organização não pode
prescindir de análise política, organizacional e estratégica. Isto significa, conforme
Fligstein, que a eficiência é uma construção social e que as formas de organização
social constituem o mercado e não o inverso. Conforme Fligstein (1993[1990], p.295),
eficiência pode ser definida como a concepção de controle que produz uma
relativamente alta probabilidade de crescimento e rendimentos para empresas dado o
cenário existente de circunstâncias sociais, políticas e econômicas. A definição
considera os três mais importantes fatores necessários para uma empresa prosperar:
uma concepção de controle realizada pelos seus gestores mais importantes (top
managers), a existência de campo organizacional estável e um sistema político que não
questione a legalidade das ações em curso no referido campo organizacional. Segundo
o autor, tal visão providencia um modelo de como e porque diferentes cursos de ação
são estabelecidos por grandes empresas, como são mantidos e quais são as forças
prováveis para produzir sua transformação.
Temas relacionados: Instituições; Mercados; Organizações
BECKERT, Jens. Beyond the Market: the social foundations of economic efficiency.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2002.
DOBBIN, Frank. How Institutions Create Ideas: Notions of Public and Private
Efficiency from Early French and American Railroading. L'Année de la Régulation, 8,
2004, p.15-50.
FLIGSTEIN, Neil. The Transformation of Corporate Control. Cambridge: Harvard
University Press, 1993 [1990].
Elites
GRÜN, Roberto. Entre a Plutocracia e a Legitimação da Dominação Financeira.
Revista Brasileira de Ciências Sociais, Volume 22, nº65, Outubro 2007, p.85-107.
91
KEISTER, Lisa A; CORNWELL, Benjamin. The Origin of Influence Hierarchies: The
Role of Visible and Obscure Status Characteristics in the Emergence of Elite Social
Hierarchies. Sociological Analysis, 2, Autumm 2008, p.5-27.
LAZZARINI, Sérgio G. Capitalismo de Laços: os donos do poder e suas conexões.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
LEBARON, Frédéric. Central bankers in the contemporary global field of power: a
‘social space’ approach. Sociological Review, Volume 56, May 2008, p.121-144.
PADGETT, John F.; ANSELL, Christopher K. Robust Action and the Rise of the
Medici, 1400-1434. American Journal of Sociology, Volume 98, Number 6, May
1993, p.1259-1319.
_________________; MCLEAN, Paul D. Organizational Invention and Elite
Transformation: The Birth of Partnership Systems in Renaissance Florence. American
Journal of Sociology, Volume 111, Number 5, March 2006, p.1463–1568.
SAVAGE, Mike; WILLIAMS, Karel. Elites: Remembered in Capitalism and forgotten
by Social Sciences. Sociological Review, Volume 56, May 2008, p.1-24.
SCOTT, John. Modes of Power and the Re-Conceptualization of Elites. Sociological
Revew, Volume 56, May 2008, p.25-43.
____________. Power, Domination and Stratification: towards a conceptual analysis.
Sociologia, Problemas e Práticas, nº 55, 2007, p. 25-39.
WINDOLF, Paul. Elite Networks in Germany and Britain. Sociology, Vol.32, nº2, May
1998, p.321-351.
Embeddedness (imersão, incrustação, imbricação, enraizamento)
92
Em relação à centralidade do conceito de imersão (embeddedness) na obra de Karl
Polanyi, Jens Beckert (2007) argumenta que esse é um artefato muito mais de recepção
da obra do autor austríaco, tal como é feita por Mark Granovetter (2007[1985]) e de
maneira diferenciada de Polanyi. Segundo Beckert, para Polanyi, o significado central
de imersão é duplo: primeiro, os mercados são vistos como necessariamente limitados
por regras institucionais que os conectam ao tecido moral da sociedade. Na visão de
Polanyi, mercados não regulamentados não podem ser mais do que uma forma
patológica de organizar o preenchimento de funções adaptativas na sociedade e conduz
para a anomia social. Nos termos do próprio Polanyi (2000[1944], p.77), “o padrão de
mercado, relacionando-se a um motivo peculiar próprio, o motivo da barganha ou da
permuta, é capaz de criar uma instituição específica, a saber, o mercado. Em última
instância, é por isto que o controle do sistema econômico pelo mercado é conseqüência
fundamental para toda a organização da sociedade: significa, nada menos, dirigir a
sociedade como se fosse um acessório do mercado. Em vez de a economia estar
embutida nas relações sociais, são as relações sociais que estão embutidas no sistema
econômico. A importância vital do fator econômico para a existência da sociedade
antecede qualquer outro resultado. Desta vez, o sistema econômico é organizado em
instituições separadas, baseado em motivos específicos e concedendo um status
especial. A sociedade tem que ser modelada de maneira tal que o sistema funcione de
acordo com as suas próprias leis. Este é o significado da afirmação familiar de que
uma economia de mercado só pode funcionar numa sociedade de mercado”. Beckert
enfatiza que esta ancoragem institucional da economia é característica de todos os três
tipos de trocas econômicas distinguidas por Polanyi: a reciprocidade, a redistribuição
e o mercado. Em um segundo sentido, o uso do termo imersão não implica somente um
termo analítico, mas também faz alusão à tarefa reformista política e social de
estabilização (democrática) da organização da sociedade através da regulação
institucional dos mercados, sobretudo nos domínios que Polanyi denomina
commodities fictícias: terra, trabalho e dinheiro. Assim, o ponto de referência da
imersão não é a economia, mas "os amplos sistemas sociais em que todas as economias
estão localizadas", ressalva Beckert citando Polanyi. Em ambas as conotações do
termo imersão, a avaliação de Polanyi da economia capitalista moderna corresponde
plenamente com as abordagens da teoria sociológica clássica, observa o sociólogo
alemão. Para Mark Granovetter (2007[1985]), o modelo como o da imersão
(embeddedness – também utilizados em outras traduções os termos incrustação,
93
imbricação ou enraizamento) da economia em redes sociais espelha de forma mais
realista a dinâmica de firmas e mercados capitalistas. Granovetter demonstra,
portanto, ao contrário das preposições de Polanyi, que o conceito de imersão
permanece bastante válido para o exame de relações econômicas em economias de
mercado desenvolvidas. Exemplo disso, segundo o autor norte-americano, está na
análise do obscurecimento de pequenas firmas por corporações gigantes, com a
maioria das análises sendo dedicada a dimensões macropolíticas ou macroeconômicas,
com pequena apreciação da proximidade das causas sociais estruturais (1985, p.507).
Michel Callon (1998) ressalva essa distinção no uso do conceito de imersão entre
Polanyi e Granovetter, ao observar que o primeiro assume a existência de quadro
institucional que constitui o contexto no qual as atividades econômicas tomam lugar.
Ao utilizar a análise de redes sociais, Granovetter altera essa dimensão do conceito.
Assim, segundo Callon, na rede social, como definida por Granovetter, as identidades
dos agentes, interesses e objetivos, em síntese tudo o que poderia estabilizar a sua
descrição e a sua existência, os resultados são contornos variáveis, os quais flutuam
com a forma e a dinâmica das relações entre esses agentes (Callon, 1998, p.8). Já há
uma bem conhecida revisão do conceito de imersão (Krippner, 2001; Krippner e
Alvarez, 2007) na obra de Mark Granovetter, em particular, e no projeto intelectual de
uma nova Sociologia Econômica, de modo geral.
Temas relacionados: Mercados; Redes Sociais
BARBERA, Filippo. Social Networks, Collective Action and Public Policy: The
Embeddedness Idea Reconsidered. In: KONIORDOS, Sokratis M. (ed.). Networks,
Trust and Social Capital: Theoretical and Empirical Investigations from Europe.
Aldershot, UK; Burlington, VT: Ashgate, 2005, p.119-142.
BECKERT, Jens. The Great Transformation of Embeddedness: Karl Polanyi and the
New Economic Sociology. Cologne: MPIfG, January 2007.
CALLON, Michel. Introduction: The Embeddedness of Economic Markets in
Economics. In: CALLON, Michel (ed.). The Laws of the Markets. Oxford: Blackwell,
1998, p.1-57.
94
GEMICI, Kurtuluş. Karl Polanyi and the Antinomies of Embeddedness. SocioEconomic Review, 6, 2008, p.5-34.
GHEZZI, Simone; MINGIONE, Enzo. Embeddedness, Path Dependency and Social
Institutions: An Economic Sociology Approach. Current Sociology, Vol. 55(1),
January 2007, p.11–23.
GRANOVETTER, Mark. Ação Econômica e Estrutura Social: o problema da imersão.
RAE – eletrônica, Vol.6, nº1, jan/jun 2007 [1985], 41p.
KRIPPNER, Greta R. The Elusive Market: Embeddedness and the Paradigm of
Economic Sociology. Theory and Society, 2001, 30, p. 775-810.
__________________; ALVAREZ, Anthony S. Embeddedness and the Intellectual
Projects of Economic Sociology. Annual Review of Sociology, 2007, 33, p.219–40.
LAVILLE, Jean-Louis. The Social Dimension of the Economy according to Mark
Granovetter. Sociologica, 2/2007.
LE VELLY, Ronan. La Notion d’Encastrement: une Sociologie des Échanges
Marchands. Sociologie du Travail, 44, 2002.
MACHADO, Nuno Miguel Cardoso. Karl Polanyi e a Nova Sociologia Económica:
notas sobre o conceito de (dis)embeddedness. Revista Crítica de Ciências Sociais,
nº90, Setembro de 2010, p.71-94.
RAUD-MATTEDI, Cécile. Análise Crítica da Sociologia Econômica de Mark
Granovetter: os limites de uma leitura do mercado em termos de redes e imbricação.
Política & Sociedade, nº6, abril de 2005, p.59-82.
RIZZA, Roberto. The Relationship between Economics and Sociology: The
Contribution of Economic Sociology, Setting out from the Problem of Embeddedness.
International Review of Sociology—Revue Internationale de Sociologie, Vol. 16,
No. 1, March 2006. p. 31-48.
95
VINHA, Valéria. Polanyi e a Nova Sociologia Econômica: uma aplicação
contemporânea do conceito de enraizamento social (social embeddedness). Revista
Econômica,Vol. 3, n˚ 2, dezembro 2001, p.207-230.
Algumas obras de Mark Granovetter (1973 a 2009)*
A força dos laços fracos (1973)**
Conseguir um emprego (1974 – livro, reeditado e ampliado em 1995)
Modelos limiares de comportamento coletivo (1978)
Para uma teoria sociológica das diferenças de renda (1981)
Pequeno é abundante: mercados de trabalho e dimensão do estabelecimento (1984)
Ação econômica e estrutura social: o problema da imersão (1985)***
As aproximações sociológicas e econômicas para análise do mercado de trabalho (1988)
A velha e a nova Sociologia Econômica (1990)
Instituições econômicas como construções sociais (1992)
A sociologia da vida econômica – co-editado com Richard Swedberg (1992 – livro, 1ªed.)
Grupos econômicos (1994)
A feitura de uma indústria: a eletricidade nos EUA - com Patrick McGuire (1998)
Redes sociais no Vale do Silício – com Emilio Castilla, Hokyu Hwang e Ellen Granovetter
(2000)
Uma agenda teórica para a Sociologia Econômica (2002)
O impacto da estrutura social sobre os resultados econômicos (2005)
A construção social da corrupção (2007)****
O papel das empresas de capital de risco na complexa rede de inovação do Vale do Silício –
com Michel Ferrary (2009)
*Tradução literal dos títulos em inglês, exceto os com outras indicações
**Traduzido para o espanhol
***Traduzido no Brasil e em Portugal
** *Traduzido, no ano anterior ao citado, no Brasil
Emoções e aspectos sociais e econômicos
96
BANDELJ, Nina. Emotions in Economic Action and Interaction. Theory and Society,
38(4), 2009, p.347-366.
BARBALET, Jack M. Emotion, Social Theory and Social Structure. Cambridge:
Cambridge University Press, 2001.
__________________. A Macro Sociology of Emotion: Class Resentment. Sociological
Theory, 10-2, Fall 1992, p.150-163.
BEREZIN, Mabel. Exploring emotions and the economy: new contributions from
sociological theory. Theory and Society, 38, 2009, p.335-346.
_______________. Emotions and the Economy. In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG,
Richard. The Handbook of Economic Sociology. 2nd edition. Princeton, NJ: Princeton
University Press, 2005.
Empreendedorismo, empreendedores
A busca por uma visão social de atividades feitas por empreendedores econômicos não
é nova para a Sociologia e mesmo a Economia, sendo encontrada, como salienta
Patricia Thornton (1999), em obras seminais de Max Weber e de Joseph Schumpeter. A
autora define empreendedorismo como a criação de novas organizações, o que ocorre
em dependência do contexto, através de processos sociais e econômicos . Nesse sentido,
Swedberg (2000) argumenta acerca da necessidade de se ampliar a participação das
Ciências Sociais no estudo do contexto social de práticas empreendedoras em
diferentes atividades econômicas. Conforme o sociólogo sueco, enquanto as escolas de
Administração limitam-se ao ensino de como (how) se concretiza o empreendedorismo,
as Ciências Sociais podem ampliar o quadro teórico-analítico sobre o tema, abordando
também, o por que (why) do empreendedorismo, com o exame de suas causas, e o que
(what), isto é, os efeitos cumulativos das atividades empreendedoras.
Empreendedorismo: Capitalismo; Imigração; Inovação; Joseph Schumpeter
97
ABRAMOVAY, Ricardo; SAES, Sylvia; SOUZA, Maria Célia; MAGALHÃES,
Reginaldo. Mercados do empreendedorismo de pequeno porte no Brasil. In:
ARBACHE, Jorge Saba (org.). Pobreza e mercados no Brasil – Uma análise de
iniciativas de políticas públicas. Brasília: CEPAL/DFID, 2003.
ALDRICH, Howard E. Entrepreneurship. In: SWEDBERG, Richard. The Handbook
of Economic Sociology. 2nd edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005,
p.451-477.
__________________; CLIFF, Jennifer E. The Pervasive Effects of Family on
Entrepreneurship: toward a family embeddedness perspective. Journal of Business
Venturing, 18, 2003, p.573–596.
__________________; WALDINGER, Roger. Ethnicity and Entrepreneurship. Annual
Review of Sociology, 16, 1990, p.111-135.
DIMAGGIO, Paul. Cultural Entrepreneurship in Nineteenth Century Boston: The
Creation of an Organizational Base for High Culture in America. In: MUKERJI,
Chandra; SCHUDSON, Michael (eds.). Rethinking Popular Culture: Contemporary
Perspectives in Cultural Studies. Berkeley: University of California Press, 1991, p.374397.
DEUTSCHMANN, Christoph. Capitalist as a Religion?: An Unorthodox Analysis of
Entrepreneurship. European Journal of Social Theory, 4(4), 2001, p.387-403.
DOGANOVA, Liliana. Entrepreneurship as a Process of Collective Exploration.
Papiers de Recherche du CSI, nº17, November 2009.
GRANOVETTER, Mark. La Sociologie Économique des Entreprises et des
Entrepreneurs. Terrains & Travaux, nº4, 2003, p.167-206.
GUIMARÃES, Sonia M.K. High Tech Entrepreneurship in Brazil: a case study in three
university incubators. SASE's 21st Annual Meeting. Capitalism in Crisis: What's
98
Next? Economic Regulation and Social Solidarity After the Fall of Finance Capitalism.
Paris, France, July 16-18, 2009.
____________________; AZAMBUJA, Lucas. Empreendedorismo high-tech no Brasil:
condicionantes econômicos, político e culturais. Revista Sociedade e Estado. Volume
25, Número 1, Janeiro / Abril 2010, p.93-121.
HWANG, Hokyu; POWELL, Walter W. Institutions and Entrepreneurship. In:
ALVAREZ, Sharon A.; AGARWAL, Rajshree; SORENSON, Olav (eds.). Handbook
of Entrepreneurship Research: disciplinary perspectives. New York: Springer, 2005,
p.201-232.
KIM, Phillip; ALDRICH, Howard E.; KEISTER, Lisa A. Access (Not) Denied: The
Impact of Financial, Human, and Cultural Capital on Entrepreneurial Entry in the
United States. Small Business Economics, 27, 2006, p.5-22.
KNUDSEN, Thorbjørn; SWEDBERG, Richard. Capitalist Entrepreneurship: Making
Profit through the Unmaking of Economic Orders. Capitalism and Society, Vol. 4,
Issue 2, 2009.
LEITE, Elaine da Silveira; MELO, Natália Maximo e. Uma nova noção de empresário:
a naturalização do “empreendedor”. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 16,
n.31, novembro 2008, p.35-47.
LÓPEZ-RUIZ, Osvaldo. Os Executivos das Transnacionais e o Espírito do
Capitalismo: capital humano e empreendedorismo como valores sociais. Rio de
Janeiro: Azougue Editorial, 2007.
LOUNSBURY, Michael; CRUMLEY, Ellen T. New Practice Creation: an Institutional
Perspective on Innovation. Organization Studies, 28, 2007, p.993-1012.
MARTES, Ana Cristina Braga. Weber e Schumpeter: a ação econômica do
empreendedor. Revista de Economia Política, vol. 30, nº 2 (118), abril-junho/2010, p.
254-270.
99
MARTINELLI, Alberto. The Social and Institutional Context of Entrepreneurship. IN:
CORBETTA, Guido; HUSE, Morton; RAVASI, Davide. (eds.). Crossroads of
Entrepreneurship. Boston/New York/Dordrecht: Kluwer, 2004, p.53-74.
MCMULLEN, Jeffery S.; SHEPHERD, Dean A. Entrepreneurial action and the role of
uncertainty in the theory of the entrepreneur. Academy of Management Review, Vol.
31, n.1, 2006, p.132-152.
MÖLLERING, Guido. Market Constitution Analysis: A New Framework Applied to
Solar Power Technology Markets. MPIfG Working Paper, 2009.
MUNIR, Kamal A.; PHILLIPS, Nelson. The Birth of the 'Kodak Moment': Institutional
Entrepreneurship and the Adoption of New Technologies. Organization Studies, 26
(11), November 2005, p.1665-1687.
RUEF, Martin. Strong Ties, Weak Ties and Islands: structural and cultural predictors of
organizational innovation. Industrial and Corporate Change, Volume 11 (3), June
2002, p.427-449.
STUART, Toby E.; SORENSON, Olav. Social Networks and Entrepreneurship. In:
ALVAREZ, Sharon A.; AGARWAL, Rajshree; SORENSON, Olav (eds.). Handbook
of Entrepreneurship Research: disciplinary perspectives. New York: Springer, 2005,
p.233-251.
SWEDBERG, Richard. The Social Science View of Entrepreneurship: Introduction and
Practical Applications. In: SWEDBERG, Richard (ed). Entrepreneurship: The Social
View. Oxford: Oxford University Press, 2000, p.7-44.
THORNTON, Patricia H. Sociology of Entrepreneurship. Annual Review of
Sociology, 25, 1999, p.19-46.
100
______________________; FLYNN, Katherine H. Entrepreneurship, Networks, and
Geographies.
In:
ACS,
Z.J.;
AUSDRETSCH,
D.B.
(eds.).
Handbook
of
Entrepreneurship Research. Kluwer, 2003, p.401–433.
TRUZZI, Oswaldo Mário Serra; SACOMANO NETO, Mário. Economia e
Empreendedorismo Étnico: Balanço Histórico da Experiência Paulista. Revista de
Administração de Empresas, Vol. 47, n2, abr./jun. 2007, p.37-48.
WALGENBACH, Peter; MEYER, Renate E. Institutional entrepreneurship and the
structuring of organizations and markets. In: EBNER, Alexander; BECK, Nikolaus
(eds.): The Institutions of the Market: Organizations, Social Systems and
Governance. Oxford: Oxford University Press 2008, 180-201.
ZALIO, Pierre-Paul. Les Entrepreneurs Enquêtés par les Récits de Carrières: de l'étude
des mondes patronaux à celle de la grammaire de l'activité entrepreneuriale. Sociétés
Contemporaines, nº68, 2007/4, p.59-82.
__________________. Territoires et Activités Économiques: Une Approche par la
Sociologies des Entrepreneurs. Genèses, 56, sept. 2004, p.4-27.
Empresa
CAPPELLIN, Paola. Entre a Memória e o Mercado: o desenvolvimento da empresa de
porte médio no Brasil. Revista de Sociologia e Politica, Vol.16, no.31, Novembro
2008, p.49-70.
_________________; MENEZES, Paula. Empresas na sociedade nacional e na
sociedade local: perspectivas internacionais de análise da empresa. Política e
Sociedade, Volume 8, nº15, Outubro de 2009, p.47-71.
DAVIS, Gerald F. Firms and Environments. In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG,
Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second Edition. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2005.
101
DIMAGGIO, Paul (ed.). The Twenty-First-Century Firm: Changing Economic
Organization in International Perspective. Princeton, NJ: Princeton University Press,
2003.
GRANOVETTER, Mark. La Sociologie Économique des Entreprises et des
Entrepreneurs. Terrains & Travaux, nº4, 2003, p.167-206.
GUILLÉN, Mauro F. The Limits of Convergence: globalization and organizational
change in Argentina, South Korea and Spain. Princeton, NJ: Princeton University Press,
2001.
KIRSCHNER, Ana Maria. La Responsabilidad Social de la Empresa. Nueva Sociedad,
v.202, Marzo/Abril 2006, p.133-142.
_____________________. A Sociologia Brasileira e a Empresa. Revista Brasileira de
Informação Bibliográfica em Ciências Sociais BIB. São Paulo, nº55, 1º semestre de
2003, p.99-122.
_____________________; MONTEIRO, Cristiano Fonseca. Da Sociologia Econômica
à Sociologia da Empresa: para uma sociologia da empresa brasileira. Sociedade e
Estado, Volume XVII, Número 1, janeiro-junho 2002, p.79-103.
MONTEIRO, Cristiano Fonseca. A Varig e o Brasil entre o Desenvolvimento Nacional
e a Competitividade Global. Civitas, v.7, nº1, jan.-jun. 2007, p.35-58.
PERROW, Charles. Modeling Firms in the Global Economy. Theory and Society,
Volume 38, Number 3, 2009, p.217-243.
________________. Organizing America: Wealth, Power, and the Origins of
Corporate Capitalism. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
PORTES, Alejandro; HALLER, William. The Informal Economy. In: SMELSER, Neil
J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second
102
Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.403-425 (em espanhol: La
Economía Informal. Serie Políticas Sociales (Cepal), nº100, Noviembre 2004).
SAINSAULIEU, Renaud; KIRSCHNER, Ana Maria. Sociologia da Empresa: cultura,
poder, organização e desenvolvimento. 1ªed. Rio de Janeiro: DPA, 2006.
SALMON, Anne. L'Offre Éthique des Entreprises. Une Production du Capitalisme.
Cahiers Internationaux de Sociologie, 116 (1), 2004, p.77-96.
Energia, fontes de / eletricidade, mercado de
Em estudo sócio-econômico e histórico da criação da indústria de eletricidade nos
Estados Unidos, entre o final do século 19 e as primeiras décadas do século seguinte,
Granovetter e Patrick McGuire (1998) atentam que para a recuperação do modo como
um mercado é socialmente construído deve-se resgatar os vínculos, as relações entre os
agentes sociais no estabelecimento de suas empresas e, posteriormente, na
concretização do intercâmbio entre seus empreendimentos, intercâmbio que se
concretiza por intermédio de uma regulação expressa em normas e padrões. A
particularidade do trabalho de Granovetter e McGuire é a ênfase nas determinações
políticas de uma associação de negócios criada em torno da figura do inventor e
empresário Thomas Edison sobre normas e padrões técnicos do setor de eletricidade.
Em situações em que nem sempre o componente técnico era o mais adequado ou era
mal avaliado pela burocracia estatal, pesava nas decisões acerca da adoção deste ou
daquele sistema a rede de relações sociais, empresariais e políticas firmadas por
Edison e seus assessores.
Temas relacionados: Ambiente, Meio; Estado; Mercados
ABRAMOVAY, Ricardo. Desenvolvimento Sustentável: qual a estratégia para o
Brasil? Novos Estudos Cebrap, 87, 2010, p.97-113.
___________________ (org.). Biocombustíveis: a energia da controvérsia. São Paulo:
Senac, 2009.
103
BIGGART, Nicole Woolsey; LUTZENHISER, Loren. Economic Sociology and the
Social Problem of Energy Inefficiency. American Behavioral Scientist, Volume 50,
Number 8, April 2007, p. 1070-1087.
COTTRELL, Fred. Energy & Society (Revised): the relation between energy, social
change, and economic development. Bloomington, IN: AuthorHouse, 2009 [1955] –
(versão em espanhol da primeira edição: Energía y Sociedad: la relación existente
entre la energía, el cambio social y el desarrollo económico. Buenos Aires: Ágora,
1958).
ESTUDOS AVANÇADOS. Dossiê Energia. Vol.21, nº59, jan./abr. 2007.
GRANOVETTER, Mark; McGUIRE, Patrick. The Making of an Industry: electricity in
the United States. In: CALLON, Michel (ed.). The Laws of the Markets. Oxford:
Blackwell, 1998, p.147-173.
GRÜN, Roberto. “Apagão Cognitivo”: A Crise Energética e sua Sociologia. Dados,
Vol. 48, nº4, 2005, p.891-928.
HOFMAN, Peter S.; ELZEN, Boelie E.; GEELS, Frank W. Sociotechnical scenarios as
a new policy tool to explore system innovations: Co-evolution of technology and
society in The Netherland’s electricity domain. Innovation: management, policy &
practice, 6, 2004, p.344–360.
HUGHES, Thomas P. Networks of Power: Electrification in Western Societies, 18801930. Baltimore: John Hopkins University Press, 1984.
LORRAIN, Dominique. Because the Market Says So. Brokers and managers in the
electricity industry. Sociologie du Travail, 51S, 2009, p. e49–e66.
LUTZENHISER, Loren; BIGGART, Nicole Woolsey; KUNKLE, Rick; BEAMISH,
Thomas; BURR, Thomas. 2001. The New Commercial Buildings Industry. Report for
the California Institute for Energy Efficiency, 2001.
104
MÖLLERING, Guido. Market Constitution Analysis: A New Framework Applied to
Solar Power Technology Markets. MPIfG Working Paper, 2009.
MUNDO NETO, Martin. Atores na Construção do Mercado do Etanol: as organizações
de representação de interesses como foco de análise. Revista Pós Ciências Sociais, v.7,
nº13, 2010, p.43-63.
SINE, Wesley D.; HAVEMAN, Heather A.; TOLBERT, Pamela S. Risky Business?
Entrepreneurship in the New Independent Power Sector. Administrative Science
Quarterly, 50, 2005, p.200-232.
YAKUBOVICH, Valery; GRANOVETTER, Mark; MCGUIRE, Patrick. Electric
Charges: the social construction of rate systems. Theory and Society, 34, 2005, p.579–
612.
YORK, Richard. Structural Influences on Energy Production in South and East Asia,
1971-2002. Sociological Forum, Vol.22, nº4, December 2007a, p.532-554.
_____________. Demographic Trends and Energy Consumption in European Union
Nations, 1960–2025. Social Science Research, 36, 2007b, p.855–872.
Estado
Em obras de Pierre Bourdieu (2000) e de Neil Fligstein (2006, 2005, 2001, 1996), o
Estado não transparece apenas em seu poder de intervir em mercados, em segmentos
econômicos: mais do que isso, o Estado tem o poder de moldá-los ou fomenta-los
diretamente, casos típicos dos mercados de defesa militar (Fligstein) ou do segmento
imobiliário da casa própria (Bourdieu).
Temas relacionados: Pierre Bourdieu; Capitalismo; Contrato; Dinheiro; Direito e
Economia;
Globalização;
Herança;
Instituições,
institucionalismo;
Mercados;
Propriedade; Trabalho
BANDELJ, Nina; SOWERS, Elizabeth. Economy and State: A Sociological
Perspective. London: Polity, 2010.
105
BOURDIEU, Pierre. Les Structures Sociales de l’Economie. Paris: Seuil, 2000.
________________. Rethinking the State: Genesis and structure of the Bureaucratic
Field. Sociological Theory, 12 (1), March 1994, p.1-18.
BOYER, Robert. The Variety and Unequal Performance of Really Existing Markets:
farewell to Doctor Pangloss? In: HOLLINGSWORTH, J. Rogers; BOYER, Robert.
Contemporary Capitalism: the embeddedness of institutions. Cambridge, UK:
Cambridge University Press, 1997, 55-93.
_________________. Estado e Mercado: um novo envolvimento no século XXI? In:
BOYER, Robert; DRACHE, Daniel (orgs.). Estados contra mercados: os limites da
globalização. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.
BLOCK, Fred. Swimming Against the Current: The Rise of a Hidden Developmental
State in the United States. Politcs & Society, 36 (2), 2008, p.169-206.
____________; EVANS, Peter. The State and the Economy. In: SMELSER, Neil J.;
SWEDBERG, Richard (eds.). 2nd. Edition. The Handbook of Economic Sociology.
Princeton, NJ: Princeton University Press, p.505-526.
CALLON, Michel. L’État Face à l’Innovation Technique. Le cas du véhicule électrique.
Revue Française de Science Politique, XXIX (3), 1979, p.426-447.
CAMPBELL, John L. States, Politics and Globalization: Why Institutions Still Matter.
In: PAUL, T.V.; IKENBERRY, G. John; HALL, John A. The Nation-State in
Question. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2003, p.234-259.
CARRUTHERS, Bruce G. A Sociologia do Crédito e da Finança. In: MONDADORE,
Ana Paula Carletto et al. (orgs.). Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em
construção. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2009, p.365-380.
106
_____________________. When Is the State Autonomous? Culture, Organization
Theory and the Political Sociology of the State. Sociological Theory, 12 (1), 1994,
p.19–44.
DOBBIN, Frank. How Institutions Create Ideas: Notions of Public and Private
Efficiency from Early French and American Railroading. L'Année de la Régulation, 8,
2004, p.15-50.
______________; DOWD, Timothy. The Market That Antitrust Built: Public Policy,
Private Coercion, and Railroad Acquisitions, 1825 to 1922. American Sociological
Review, Vol.65, nº5, October 2000, p.631-657.
______________; SUTTON, John R The Strength of a Weak State: The Employment
Rights Revolution and the Rise of Human Resources Management Divisions. American
Journal of Sociology, Volume 104, Number 2, September 1998, p.441–476.
DUINA, Francesco; BUXBAUM, Jason. Regional Trade Agreements and the Pursuit of
State Interests: Institutional Perspectives from NAFTA and Mercosur. Economy and
Society, Vol. 37 (2), 2008, p.193-223.
EVANS, Peter B. Autonomia e Parceria: Estados e Transformação Industrial. Rio de
Janeiro: UFRJ, 2004 [1995].
______________. Análise do Estado no Mundo Neoliberal: Uma Abordagem
Institucional Comparativa. Revista de Economia Contemporânea, nº4, jul.-dez.1998,
p.51-85.
______________. O Estado como Problema e Solução. Lua Nova, nº28/29, 1993,
p.107-156.
______________. A Tríplice Aliança: as Multinacionais, as Estatais e o capital
nacional no desenvolvimento dependente brasileiro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982
[1979].
107
FLIGSTEIN, Neil. States, Markets, and Economic Growth. In: NEE, Victor;
SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of Capitalism. Princeton, NJ:
Princeton, University Press, 2005, p.119-143.
_______________. Myths of the Market. Actes de la Recherche en Sciences Sociales,
2, 2001, p. 23-42.
_______________. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol, 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
NUEVA SOCIEDAD. ¿Volver al futuro? Estado y mercado en América Latina. V.221,
Mayo/Junio 2009.
Ó RIAIN, Seán. States and Markets in an Era of Globalization. Annual Review of
Sociology, 26, 2000, p.187-213.
PORTES, Alejandro; HALLER, William. The Informal Economy. In: SMELSER, Neil
J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second
Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.403-425 (em espanhol: La
Economía Informal. Serie Políticas Sociales (Cepal), nº100, Noviembre 2004).
RAUD, Cécile. Dimensões da Sociologia Econômica no Brasil. In: MONDADORE,
Ana Paula Carletto et al. (orgs.). Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em
construção. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2009, p.345-364.
REIS, Bruno P. W. O Mercado e a Norma: o estado moderno e a intervenção pública na
economia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol.18, n.52, 2003, p.55-79.
Finanças
Os estudos sociológicos sobre esferas mercantis ainda contemplam, em sua maior
parte, os mercados ditos de produtores, sejam fabricantes de bens duráveis, sejam
distribuidores de eletricidade, tomando a ação de empresas como ponto de partida.
Entretanto, autores como Karin Knorr Cetina e Urs Brugger (2002), debruçam-se
108
sobre o mercado que é símbolo por excelência do regime capitalista, o mercado
financeiro, e que não se enquadra como uma esfera de produção nem de consumo, mas
de transação (trade). Para os autores citados, mesmo mercados permeados pela
tecnologia de meios eletrônicos, interligados globalmente, apresentam-se como
autênticas sociedades virtuais, o que acarreta novos tipos de interações sociais, ou
conforme a terminologia de Knorr Cetina (2009), ‘situações sintéticas’, isto é,
situações transmitidas eletronicamente e que implicam uma extensão maior da
informação e novas exigências em resposta a tais situações, já corriqueiras no sistema
financeiro globalizado. Considerados pelo senso comum e, o que é um grande
equívoco, em alguns círculos acadêmicos como expressão ‘única’ de mercado, as
esferas mercantis financeiras, caso da bolsas de valores, configuram-se distantes do
imaginário econômico neoclássico, de prevalência do cálculo, da racionalidade, da
abstração e da atomização de agentes econômicos. Ao contrário, um ambiente social
como o pregão da bolsa de valores pode ser extremamente marcado pela intuição,
comportamentos irracionais, emprego de pragmatismo e imediatismo e formação de
grupos de interesse restrito, popularmente designados como ‘panelinhas’ (vide Baker,
1984; Müller, 2006; consulte também tópico ‘Bolsa de valores’).
Temas relacionados:
ARNOLDI, Jakob; BORCH, Christian. Market Crowds between Imitation and Control.
Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–8), 2007, p.164–180.
BEUNZA, Daniel; STARK, David. Tools of the Trade: the socio-technology of
arbitrage in a Wall Street trading room. Industrial and Corporate Change, Volume
13, Number 2, April 2004, p.369-400.
____________________________. La Organización de la Respuesta: innovación y
recuperación en las salas de operaciones financieras del Bajo Manhattan. Revista
Española de Investigaciones Sociológicas (REIS), nº107, 2004, p.89-122 (versão de:
The Organization of Responsiveness: innovation and recovery in the trading rooms of
Wall Street. Socio-Economic Review, Volume 1, Issue 2, May 2003, p.135-164).
109
BOURDIEU, Jérôme; HEILBRON, Johan; REYNAUD, Bénédicte. Les Structures
Sociales de la Finance. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº146-147,
2003/1-2, p.3-7.
CARRUTHERS, Bruce G. City of Capital: Politics and Markets in the English
Financial Revolution. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1999.
CARVALHO, Carlos Eduardo; ABRAMOVAY, Ricardo. O Difícil e Custoso Acesso
ao Sistema Financeiro. In: SANTOS, Carlos A. (Org.). Sistema Financeiro e as Micro
e Pequenas Empresas: Diagnósticos e Perspectivas. Brasília: Sebrae, 2004, v. 1, p.1754.
DAVIS, Gerald F. Managed by the Markets: How Finance Re-Shaped America. New
York: Oxford University Press, 2009.
GODECHOT, Olivier. «Quel est le Salaire de Marché?» Enquêtes de rémunération et
mise en forme du marché du travail dans l’industrie financière. Genèses, 63, juin 2006,
p.108-127.
__________________. Hold-up en Finance: Les conditions de possibilité des bonus
élevés dans l’industrie financière. Revue Française de Sociologie, 47-2, 2006, p.341371.
__________________. Les Traders. Sociologie du Marché Financier. Paris: La
Découverte, 2000a.
__________________. Le Bazar de la Rationalité. Vers une sociologie des formes
concrètes de raisonnement. Politix, Vol. 13, n°52. Quatrième trimestre 2000b, p.17-56.
GRÜN, Roberto. Financeirização de Esquerda? Frutos inesperados no Brasil do século
XXI. Tempo Social, Vol. 21, nº2, 2009, p.153-184.
_____________. O "Nó" dos Fundos de Pensão. Novos Estudos Cebrap, nº73, 2005,
p.19-31.
110
_____________. A Sociologia das Finanças e a Nova Geografia do Poder no Brasil.
Tempo Social, Vol.16, nº2, 2004, p.151-76.
HARRINGTON, Brooke. Pop Finance: Investment Clubs & the New Investor
Populism. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.
IZQUIERDO, A.Javier. Reliability at Risk: the supervision of financial models as a case
study for reflexive economic sociology. European Societies, 3(1), 2001, p.69-90.
JONES, Bryn; NISBET, Peter. Shareholder Value versus stakeholder Values: CSR and
financialization in global food firms. Socio-Economic Review, 9, 2011, p.287-314.
KNORR CETINA, Karin. KNORR CETINA, Karin. The Synthetic Situation:
interactionism for a global world. Symbolic Interaction, Vol. 32, Issue 1, 2009, p.61–
87.
_____________________; PREDA, Alex. The Temporalization of Financial Markets:
From Network to Flow. Theory, Culture & Society, Vol.24(7–8), 2007, p.116–138.
_________________________________(eds.). The Sociology of Financial Markets.
Oxford: Oxford University Press, 2005.
_____________________; BRÜGGER, Urs. Global Microstructures: The Virtual
Societies of Financial Markets. American Journal of Sociology, Volume 107 Number
4, January 2002, p.905–950.
KRIPPNER, Greta R. The Financialization of the American Economy. Socio-Economic
Review, 3, 2005, p.173-208.
LANGENOHL, Andreas. Analyzing Expectations Sociologically: Elements of a Formal
Sociology of the Financial Markets. Economic Sociology - The European Electronic
Newsletter, Volume 12, Number 1, November 2010, p.18-27.
111
LEYSHON, Andrew; THRIFT, Nigel. The Capitalization of Almost Everything: The
Future of Finance and Capitalism. Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–8), 2007,
p.97–115.
LOUNSBURY, Michael. Institutional Transformation and Status Mobility: the
professionalization of the field of finance. Academy of Management Journal, Vol.45,
nº1, February 2002, p.255-266.
____________________; RAO, Hayagreeva. Sources of Durability and Change in
Market Classifications: A Study of the Reconstitution of Product Categories in the
American Mutual Fund Industry, 1944–1985. Social Forces, 82(3), March 2004, p.969999.
MACKENZIE, Donald. The Material Production of Virtuality: Innovation, Cultural
Geography and Facticity in Derivatives Markets. Economy and Society 36, 2007,
p.355-376.
___________________. An Engine, not a Camera: How Financial Models shape
Markets. Cambridge, Mass.: MIT Press, 2006.
___________________. An Equation and its Worlds: Bricolage, Exemplars, Disunity
and Performativity in Financial Economics. Social Studies of Science, 33/6, December
2003, p.831-868.
MACKENZIE, Donald; MILLO, Yuval. Constructing a Market, Performing Theory:
The Historical Sociology of a Financial Derivatives Exchange. American Journal of
Sociology, Volume 109, Number 1, July 2003, p107-145.
MINELLA, Ary Cesar. Representação de Classe do Empresariado Financeiro na
América Latina: a rede transassociativa no ano 2006. Revista de Sociologia Política,
Curitiba, 28, p.31-56, junho 2007.
112
MIZRUCHI, Mark S.; STEARNS, Linda Brewster; MARQUIS, Christopher. The
Conditional Nature of Embeddedness: A Study of Borrowing by Large U.S. Firms,
1973-1994. American Sociological Review, 71, 2006, p.310-333.
MONDADORE, Ana Paula Carletto; PEDROSO NETO, Antônio José; LEITE, Elaine
da Silveira; JARDIM, Maria Aparecida Chaves; SARTORE, Marina de Souza (orgs.).
Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em construção. São Carlos, SP:
EdUFSCar, 2009.
PREDA, Alex. Framing Finance: the boundaries of markets and modern capitalism.
Chicago: Chicago University Press, 2009.
____________. Brief Encounters: calculation and the interaction order of anonymous
electronic markets. Accounting, Organizations and Society, 34 (5), July 2009b, p.675693.
____________. Socio-Technical Agency in Financial Markets: The Case of the Stock
Ticker. Social Studies of Science 36/5, October 2006, p.753–782.
____________. The Rise of the Popular Investor: Financial Knowledge and Investing in
England and France, 1840–1880. Sociological Quarterly 42(2), 2001, p.205–32.
SAUVIAT, Catherine. Deux Professions dans la Tourmente. L'audit et l'analyse
financière. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº146-147, 2003, p.21-41.
SCHIMANK, Uwe. Against All Odds: the 'loyalty' of small investors. Socio-Economic
Review, 9, 2011, p.107–135.
STEARNS, Linda Brewster; MIZRUCHI, Mark S. Banking and Financial Markets. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic
Sociology. Second Edition. New York and Princeton, NJ: Russell Sage Foundation and
Princeton University Press, 2005, p.284-306.
113
UZZI, Brian. Embeddedness in the Making of Financial Capital: How Social Relations
and Networks Benefit Firms Seeking Financing. American Sociological Review, Vol.
64, nº 4, August 1999, p. 481-505.
ZAJAC, Edward J.; WESTPHAL, James D. The Social Construction of Market Value:
Institutionalization and Learning Perspectives on Stock Market Reactions. American
Sociological Review, Vol. 69, nº3, June 2004, p.433-457.
ZUCKERMAN, Ezra W. The Categorical Imperative: Securities Analysts and the
Illegitimacy Discount. American Journal of Sociology, Volume 104, Number 5,
March 1999, p.1398-1438.
Fiscal, Sociologia
Área de crescentes debates na Sociologia Econômica nos Estados Unidos e em países
europeus, notadamente França e Alemanha, os temas da Sociologia Fiscal se insinuam
com vasto potencial para despertar o interesse sociológico no Brasil. Mas há
interesse?Ou estudos sobre impostos e taxações, assim como herança, distribuição de
renda ou níveis de riqueza, ainda permanecem como mais interessantes, relevantes
para a Economia?
Temas relacionados: Capitalismo; Estado; Finanças
BACKHAUS, Jürgen. Fiscal Sociology: What For? American Journal of Economics
and Sociology, Vol.61, nº1, January 2002, p.55-77.
CAMPBELL, John L. Epilogue: a Renaissance for Fiscal Sociology? In: MARTIN,
Isaac William; MEHROTRA, Ajay K.; PRASAD, Monica.The New Fiscal Sociology.
Cambridge University Press, 2009, p.256-265
__________________. Fiscal Sociology in an Age of Globalization: Comparing Tax
Regimes in Advanced Capitalist Countries. In: NEE, Victor; SWEDBERG, Richard
(eds.). The Economic Sociology of Capitalism. Princeton,NJ: Princeton University
Press, 2005, p.391-418.
114
__________________. The State and Fiscal Sociology. Annual Review of Sociology,
19, 1993, p.163–185.
LEROY, Marc. L'Impôt, l'Etat et la Société. La sociologie fiscale de la démocratie
intervetionniste. Paris: Economica, 2010a.
____________. Tocqueville Pioneer of Fiscal Sociology. Archives Européennes de
Sociologie / European Journal of Sociology, Volume 51, Issue 02, 2010b, p.195-239.
____________. La Sociologie Fiscale. Enjeux sociopolitiques pour un dialogue avec les
économistes. Socio-logos. Revue de l'association française de sociologie [En ligne],
nº 4, 2009, mis en ligne le 06 mai 2009, URL: http://socio-logos.revues.org
____________. Sociologie des Finances Publiques. Paris: La Découverte, 2007.
____________. Sociologie de l’Impôt. Paris, PUF, 2002.
MORGAN, Kimberly J.; PRASAD, Monica. The Origins of Tax Systems: a FrenchAmerican Comparison. American Journal of Sociology, Volume 114, Number 5,
March 2009, p.1350–1394.
SCHRANK, Andrew. Understanding Latin American Political Economy: varieties of
capitalism or fiscal sociology? Economy and Society, Volume 38, Number 1, February
2009, p.53-61.
SWEDBERG, Richard. Max Weber e a Idéia de Sociologia Econômica. Rio de
Janeiro; São Paulo: UFRJ; Beca, 2005 [1998] – (vide tópico A Dominação Política e a
Sociologia Fiscal, p.111-126.
WEBER, Max. Economia y Sociedad. México: Fondo de Cultura Económica, 1999.
Funerários, Mercado de Serviços
CAROLY, Sandrine; ROCCHI, Valérie; TROMPETTE, Pascale; VINCK, Dominique.
115
Les Professionnels des Services aux Défunts: compétences, savoirs, qualifications.
Revue Française des Affaires Sociales, nº1, 2005/1, p.207-230.
TROMPETTE, Pascale. Le Marché des Défunts. Paris: Presses de Sciences Politiques,
2008.
___________________.
Une
Économie
de
la
Captation:
les
dynamiques
concurrentielles au sein du secteur funéraire. Revue Française de Sociologie, 46-2,
2005, p.233-264.
___________________; BOISSIN, Olivier. Entre les Vivants et les Morts: les pompes
funèbres aux portes du marché. Sociologie du Travail, 42, 3, 2000, p.483-504.
Futebol, Mercado do; Mercado de Trabalho do; Globalização do
Futebol profissional é indústria, dividida em etapas de produção/preparação,
veiculação, consumo e entretenimento. É mercado de trabalho. É esfera mercantil, com
negócios que não envolvem somente clubes e atletas. E é o futebol um fenômeno social,
cultural e econômico globalizado. Neil Fligstein (2008) ressalva que, nos anos 1950, a
indústria do futebol profissional aproximava nações da Europa antes da criação do
mercado comum da União Européia.
Temas relacionados: Globalização; Mercados; Trabalho
ALVITO, Marcos. «A Parte que te Cabe Neste Latifúndio»: o futebol brasileiro e a
globalização. Análise Social, nº179, 2006, p.451-474.
DUBAL, Sam. The Neoliberalization of Football: Rethinking neoliberalism through the
commercialization of the beautiful game. International Review for the Sociology of
Sport, 45(2), 2010, p.123–146.
FLIGSTEIN, Neil. Euroclash: The EU, European Identity, and the Future of Europe.
Oxford, UK; New York: Oxford University Press, 2008 (Chapter 4: The Creation of
Markets: The Cases of the Defense, Telecommunications, and Football Industries).
116
GIULIANOTTI,
Richard.
Sociologia
do
Futebol:
Dimensões
Históricas
e
Socioculturais do Esporte das Multidões. São Paulo: Nova Alexandria, 2002 [1999].
______________________; ROBERTSON, Roland. The Globalization of Football: a
study in the glocalization of the ‘serious life’. The British Journal of Sociology,
Volume 55, Issue 4, 2004, p.545-568.
JACOBS, Claudia Silva; DUARTE, Fernando. Futebol Exportação. Rio de Janeiro:
Senac Rio, 2007.
MCGOVERN, Patrick. Globalization or Internationalization? Foreign Footballers in
the English League, 1946–95. Sociology, Volume 36(1), 2002, p.23–42.
POLI, Raffaele. Understanding Globalization through Football: The new international
division of labour, migratory channels and transnational trade circuits. International
Review for the Sociology of Sport, first published on July 9, 2010, p.1-16.
ROBERTSON,
Roland;
GIULIANOTTI,
Richard.
Fútbol,
Globalización
y
Glocalización. Revista Internacional de Sociología (RIS), Vol. LXIV, Nº45,
Septiembre-Diciembre, 2006, p.9-35.
RIORDAN, Jim. «Entrar no Jogo»: pela Rússia, pelo dinheiro e pelo poder. Análise
Social, nº179, 2006, p.477-498.
RODRIGUES, Francisco Xavier Freire. O Fim do Passe e as Transferências de
Jogadores Brasileiros em uma Época de Globalização. Sociologias, ano 12, nº24,
mai./ago. 2010, p.338-380.
________________________________. Modernidade, Disciplina e Futebol: uma
análise sociológica da produção social do jogador de futebol no Brasil. Sociologias, ano
6, nº11, jan/jun 2004, p.260-299.
Gênero
117
Viviana A. Zelizer (2009) critica as dualidades de mercados existentes nas análises de
economistas e que acarretam, em particular, distorções no exame das relações entre
gêneros e esferas mercantis: “a divisão do mundo em dois domínios incompatíveis
demanda certo número de distinções que nos são familiares: empresas capitalistas
versus economia informal; mercados perfeitos versus mercados imperfeitos; economias
sérias versus economias triviais; e, ai de nós, atividade econômica masculina versus
feminina. Mesmo as economistas mulheres frequentemente caem na armadilha de
reproduzir essas dicotomias, argumentando, por exemplo, que a solução fundamental
para as desigualdades de gênero está na admissão de mulheres em igual proporção nos
mercados dominados pelos homens” (Zelizer, 2009,p.238).
Temas relacionados:
BIELBY, William T.; BIELBY, Denise D. Telling Stories about Gender and Effort:
Social Science Narratives about Who Works Hard for the Money. In: GUILLÉN,
Mauro F.; COLLINS, Randall; ENGLAND, Paula; MEYER, Marshall (eds.). The New
Economic Sociology: Developments in an Emerging Field. New York: Russell Sage,
2002, p.193-217.
BLOMBERG, Jesper. Gendering Finance: Masculinities and Hierarchies at the
Stockholm Exchange. Organization, Volume 16(2), 2009, p.203–225.
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
CASTILLA, Emilio J. Mérito y Discriminación dentro de las Organizaciones:
diferencias en la evaluación y retribución de empleados/as según género y origen étnico.
Revista Española de Investigaciones Sociológicas (Reis), nº129, 2010, p.61-105.
__________________. Gender, Race, and Meritocracy in Organizational Careers.
American Journal of Sociology, Volume 113, Number 6, May 2008, p.1479–1526.
ENGLAND, Paula. Emerging Theories of Care Work. Annual Review of Sociology,
31, 2005a, p.381–399.
118
_______________. Gender Inequality in Labor Markets: The Role of Motherhood and
Segregation. Social Politics, 12, 2005b, p.264-288.
_______________. Dependência Sexual, Dinheiro e Dependência Económica nos
Estados Unidos da América. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº49, 1997, p.45-66.
_______________; FOLBRE, Nancy. Gender and Economic Sociology. In: SMELSER,
Neil J.; SWEDBERG, Richard. The Handbook of Economic Sociology. New York:
Russell Sage Foundation, 2005c, p.627-649.
FERBER, Marianne A.; NELSON, Julie A. (eds.). Beyond Economic Man: Feminist
Theory and Economics. Chicago: Chicago University Press, 1993.
GUIMARÃES, Nadya Araújo; GEORGES, Isabel. A Construção Social de Trajetórias
de Mando: determinantes de gênero nos percursos ocupacionais. Cadernos Pagu, nº32,
jan./jun.2009, p.84-134.
IBÁÑEZ PASCUAL, Marta. La «Bolsa Común» en las Parejas: Algunos Significados y
Algunas Trampas. Papers, 87, 2008, p.161-185.
LEVIN, Peter. Gendering the Market. Temporality, Work, and Gender on a National
Futures Exchange. Work and Occupations, Vol. 28, No. 1, February 2001, p. 112-130.
MAGALHÃES, Reginaldo Sales. A "Masculinização" da Produção de Leite. Revista
de Economia e Sociologia Rural, Vol.47, nº1, 2009, p.275-299.
NELSON, Julie A. Sociology, Economics, and Gender: Can Knowledge of the Past
Contribute to a Better Future? Global Development and Environment Institute,
Working Paper nº09-04, August 2008.
RESKIN, Barbara F. Rethinking Employment Discrimination. In: GUILLÉN, Mauro F.;
COLLINS, Randall; ENGLAND, Paula; MEYER, Marshall (eds.). The New Economic
Sociology: Developments in an Emerging Field. N.Y.: Russell Sage, p.218-244.
119
_________________; BIELBY, Denise D. A Sociological Perspective on Gender and
Career Outcomes. Journal of Economic Perspectives, Volume 19, Number 1, Winter
2005, p.71-86.
ROTH, Louisie Marie. Selling Women Short: gender and money on Wall Street.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2006.
SAUVIAT, Catherine. Deux Professions dans la Tourmente. L'audit et l'analyse
financière. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº146-147, 2003, p.21-41.
SHUEY, Kim M.; O’RAND, Angela M. New Risks for Workers: pensions, labor
markets, and gender. Annual Review of Sociology, 30, 2004, p.453-477.
TILLY, Louise A.; SCOTT, Joan W. Women, Work, and Family. London: Routledge,
1989.
ZELIZER, Viviana A. Dualidades Perigosas. Mana, Vol.15, nº1, 2009a, p. 237-256.
_________________. Dinheiro, Poder e Sexo. Cadernos Pagu, nº32, jan./jun. 2009b,
p.135-157.
__________________. A Gendered Divison of Labor. Economic Sociology European Electronic Newsletter, Vol. 1, n3, June 2000, p.2-5.
Geografia Econômica e Sociologia Econômica
ASPERS, Patrik; KOHL, Sebastian; POWER, Dominic. An Economic Sociological
Look at Geography. Economic Sociology - The European Electronic Newsletter,
Volume 9, Number 3, July 2008, p.3-16.
LEYSHON, Andrew; THRIFT, Nigel. The Capitalization of Almost Everything: The
Future of Finance and Capitalism. Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–8), 2007,
p.97–115.
120
GRABHER, Gernot. Trading Routes, Bypasses, and Risky Intersections: Mapping the
Travels of ‘Networks’ between Economic Sociology and Economic Geography.
Progress in Human Geography, 30, 2, 2006, p.1–27.
THRIFT, Nigel. Re-inventing Invention: new tendencies in capitalist commodification.
Economy and Society, Volume 35, Number 2, May 2006, p.279-306.
Globalização / mundialização
O que é um mercado global? Segundo Aspers (2008), é um mercado em que os atores
que dependem uns dos outros estão situados em partes diferentes do mundo. Podendo
ser investidor ou mercado de produção, o aspecto importante é que o padrão de
dependência é global e que a forma de interação é através da interface de mercado,
salienta Aspers. É um capitalismo global se um ou, na prática, muitos mercados
interligados são orientados para a acumulação de riqueza. A economia contemporânea
é caracterizada por um capitalismo racional, o que significa que o cálculo é
fundamental nestes mercados globais capitalistas. Aspers, porém, atenta que se o
capitalismo liberal aparenta ser superior hoje a outros sistemas político-econômicos,
isso não ocorre naturalmente. O autor chama atenção ainda para sistemas híbridos, no
caso a China. O fenômeno dos mercados globalizados desencadeia, como se observa,
sobretudo a partir dos anos 1990, amplo debate ideológico, reflexo de movimentos
antagônicos, pró e contra a globalização, e que afetam diretamente as análises
sociológicas. Conforme Martinelli (2003), em decorrência de sua importância,
mercados internacionais têm se tornado o objeto de intenso embate ideológico, o que
frequentemente obscurece suas estruturas reais e caminhos de funcionamento. Logo,
quando da confrontação entre os fundamentalismos do mercado global e da antiglobalização, o mercado é sempre bom ou mau, enquanto que na realidade pode ter
efeitos ambivalentes, integrativos e disruptivos, conforme o contexto institucional no
qual estão imersos e, especificamente, em uma particular combinação de competição e
regulação, observa o sociólogo italiano.
Temas relacionados: Capitalismo; Estado; Imigração; Mercados; Trabalho
ASPERS, Patrik. A Note on Global Capitalism. In: THAKA, Bharti (ed.). Global
Capitalism, The Road Ahead. Hyderabad, India: Icfai University Press, 2008, p.3-16.
121
BABB, Sarah. Globalization: In Search of a Market Niche for Economic Sociology.
Accounts, Vol. 6, Issue 1, Fall 2006.
BIGGART, Nicole Woolsey; GUILLÉN, Mauro F. Developing Difference: social
organization and the rise of the auto industries of South Korea, Taiwan, Spain, and
Argentina. American Sociological Review, 64(5), October 1999, p.722-747.
DJELIC, Marie-Laure; QUACK, Sigrid (eds.). Transnational Communities: Shaping
Global Economic Governance. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2010.
_______________________________________.
Globalization
and
Institutions:
redefining the rules of the economic game. Cheltenham, UK: Edward Elgar, 2003.
DOBBIN, Frank. Is Globalization Making Us All the Same? British Journal of
Industrial Relations, Volume 43, nº4, December 2005, p.569–576.
EVANS, Peter. Is an Alternative Globalization Possible? Politics & Society, Volume
36, nº 2, June 2008, p.271-305.
FISS, Peer C.; HIRSCH, Paul M. The Discourse of Globalization: Framing and
Sensemaking of an Emerging Concept. American Sociological Review, Vol.70, 2005,
p.29-52.
FLIGSTEIN, Neil. The Architecture of Markets: an economic sociology of 21st
century capitalist societies. Princeton: Princeton University Press, 2001 (Chapter 9:
Globalization).
_______________. Rhétorique et Réalités de la Mondialisation. Actes de la Recherche
en Sciences Sociales, n. 119, 1997, p. 36-47.
GEREFFI, Gary. Development Models and Industrial Upgrading in China and Mexico.
European Sociological Review, Volume 25, Number 1, 2009, p.37-51.
122
_____________. The Global Economy: Organization, Governance, and Development.
In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard. The Handbook of Economic
Sociology. 2nd edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.160-182.
GUILLÉN, Mauro F. The Limits of Convergence: globalization and organizational
change in Argentina, South Korea and Spain. Princeton, NJ: Princeton University Press,
2001a.
_______________. Is Globalization Civilizing, Destructive of Feeble? A Critique of
Five Key Debates in the Social Science Literature. Annual Review of Sociology, 27,
2001b, p.235-260.
MARQUIS, Christopher; BATTILANA, Julie. Acting Globally But Thinking Locally?
The enduring influence of local communities on organizations. Research in
Organizational Behavior, 29, 2009, p.283–302.
MARTINELLI, Alberto. From World System to World Society? Journal of WorldSystems Research, XI, 2, December 2005, p.241-260.
____________________.
Markets,
Governments,
Communities
and
Global
Governance. International Sociology, Vol 18(2), June 2003a, p. 291–323.
____________________. Global Order or Divided World? Introduction. Current
Sociology, Vol.51(2), March 2003, p.95–100.
MAYNTZ, Renate. Global Structures: markets, organizations, networks - and
communities? In: DJELIC, Marie-Laure; QUACK, Sigrid (eds.). Transnational
Communities: Shaping Global Economic Governance. Cambridge, UK: Cambridge
University Press, 2010, p.37-54.
REGINI, Marino. Between Deregulation and Social Pacts: The Responses of European
Economies to Globalization. Politics & Society, Vol.28, nº1, March 2000, p.5-33.
123
SAXENIAN, AnnaLee. The New Argonauts: regional advantage in a global economy.
Harvard University Press, 2006.
STURGEON, Timothy J.; GEREFFI, Gary. Measuring success in the global economy:
international trade, industrial upgrading, and business function outsourcing in global
value chains. Transnational Corporations, Vol. 18, Nº2, August 2009, p.1-35.
_____________________; VAN BIESEBROECK, Johannes; GEREFFI, Gary. Value
chains, networks and clusters: reframing the global automotive industry. Journal of
Economic Geography, 8, 2008, p.297-321.
TRIGILIA, Carlo. Economic Sociology: State, Market and Society in Modern
Capitalism. Oxford: Blackwell, 2002 (Chapter 10, Globalization and the Diversity of
Capitalisms).
TONKISS, Fran. Globalization, Migration, Labour. Sociology, 43/1, 2009, p.179-85.
_____________. Contemporary Economic Sociology: Globalization, Production,
Inequality. London: Routledge, 2006a.
_______________. Is Economic Sociology "Ready" for Globalization? Economic
Sociology - The European Electronic Newsletter, 7/3, 2006b, p.3-8.
Grupos Econômicos
DELARRE, Sébastien. La Reproduction des Groupes d’Entreprises comme Entités
Socio-Économiques Stables. Revue Française de Sociologie, 46 (1), 2005, p.115-150.
GRANOVETTER, Mark. Business Groups and Social Organization. In: SMELSER,
Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). Handbook of Economic Sociology. Second
Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.429-450.
124
_____________________. Business Groups. In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG,
Richard (eds.) The Handbook of Economic Sociology. Princeton, NJ: Princeton
University Press; New York, Russel Sage Foundation, 1994, p.453-475.
GUILÉN, Mauro F. El Auge de la Empresa Multinacional Española. Madrid:
Marcial Pons, 2006.
_______________. The Limits of Convergence: globalization and organizational
change in Argentina, South Korea and Spain. Princeton, NJ: Princeton University Press,
2001.
_______________. Business Groups in Emerging Economies: a resource-based view.
Academy of Management Journal, 43(3), June 2000, p.362-380.
_______________; GARCÍA-CANAL, Esteban. The New Multinationals: Spanish
Firms in a Global Context. Cambridge and New York: Cambridge University Press,
2010.
________________;
TSCHOEGL,
Adrian.
Building
a
Global
Bank:
The
Transformation of Banco Santander. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.
HASSARD, John; MCCANN, Leo; MORRIS, Jonathan. At the sharp end of new
organizational ideologies. Ethnography and the study of multinationals. Ethnography,
Vol 8(3), 2007, p.324–344.
JONES, Bryn; NISBET, Peter. Shareholder Value versus stakeholder Values: CSR and
financialization in global food firms. Socio-Economic Review, 9, 2011, p.287-314.
KEISTER, Lisa A. Interfirm Relations in Business Groups: Group Structure and Firm
Performance in China. In: CLEGG, Stewart; WANG, Karen; BERRELL, Mike (eds.).
Business Networks and Strategic Alliances in China. Cheltenham, UK;
Northampton, MA: Edward Elgar, 2007, p.157-181.
125
________________. Engineering Growth: Business Group Structure and Firm
Performance in China’s Transition Economy. American Journal of Sociology, Volume
104, nº2, September 1998, p.404-440.
SEGRE, Sandro. A Weberian Analysis of Business Groups and Financial Markets.
Aldershot: Ashgate, 2008.
SMANGS, Mattias. The Nature of the Business Group: A Social Network Perspective.
Organization, Volume 13(6), 2006, p.889–909.
Habilidades sociais
FLIGSTEIN, Neil. Social Skills and the Theory of Fields. Sociological Theory, 19:2,
July 2001, p.105-125.
_______________. Social Skill and Institutional Theory. American Behavioral
Scientist, Volume 40, Number 4, 1997, p.397-405.
MAGALHÃES, Reginaldo Sales. Habilidades Sociais no Mercado de Leite. Revista de
Administração de Empresas, Vol.47, nº2, abr./jun. 2007, p.15-25.
Herança
Herança, a despeito do desinteresse sociológico pelo tema em boa parte do século
passado, possui importância central para a sociedade e para a atividade econômica.
Como bem observa Jens Beckert (2008), em sociedades agrárias, a herança da terra é
o pré-requisito para a independência econômica, o que se mantém atual em estudos que
relacionam herança e gênero em sociedades latino-americanas, em particular a
brasileira (Carneiro, 2001; Deere e Leon, 2003). Em outros meios, retomando os
argumentos de Beckert, a herança da riqueza dos pais pode fazer seus herdeiros
independentes financeiramente, sem dependência do sucesso no mercado ou, ao menos,
reforçar a sua posição social e econômica. A possibilidade de legar riqueza também
pode ser um importante motivador para a poupança, ao passo que, por outro lado, a
herança de riqueza pode destruir essa motivação em herdeiros, cujo padrão de vida
126
está assegurado, independentemente da suas próprias contribuições. O sociólogo
alemão também ressalva que heranças são sociologicamente relevantes, intimamente
entrelaçadas com o tecido normativo da sociedade, em que se evidenciam princípios
normativos fundamentais à vida social, como a igualdade de oportunidades, justiça
social e liberdade de propriedade privada. Beckert sustenta ainda que o legado de
riqueza está intrinsecamente vinculado a questões de desigualdade social (Szydlik,
2004), mesmo em sociedades economicamente mais desenvolvidas como a norteamericana (vide também Keister e Moller, 2000). Philippe Steiner (2008) examina a
transferência de riqueza de uma geração a outra, em contexto francês, no século 19,
enfatizando as dimensões afetivas (familiares), econômicas e políticas (Estado) da
herança. Herança, porém, não é apenas uma temática de interesse da Economia e do
Direito, mas igualmente objeto legítimo de investigação para a Sociologia (Beckert,
2007a; Harrington, 2009).
Temas relacionados: Direito e Economia; Estado; Fiscal, Sociologia; Gênero;
Propriedade; Riqueza
BECKERT, Jens. Are We Still Modern? Inheritance Law and the Broken Promise of the
Enlightenment. Max Planck Institute for the Study of Societies (MPIfG) Working
Paper, September 2010.
______________. Inherited Wealth. Why Is the Estate Tax so Controversial? Society,
45 (6), 2008, p.521-528.
______________. Inherited Wealth. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2007a.
______________. The Longue Durée of Inheritance Law: Discourses and Institutional
Development in France, Germany, and the United States since 1800. Archives
Européennes de Sociologie, XLVIII, 1, 2007b, p.79-120.
______________. Inheritance. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006,
p.355–360.
127
CARNEIRO, MARIA JOSÉ. Herança e Gênero entre Agricultores Familiares. Revista
Estudos Feministas, Vol.9, nº1, 2001, p.22-55.
DEERE, Carmem Diana; LÉON, Magdalena. Diferenças de Gênero em Relação a Bens:
a propriedade fundiária na América Latina. Sociologias, ano 5, nº10, jul/dez 2003,
p.100-153.
HARRINGTON, Brooke. Trust and Estate Planning: The Emergence of a Profession
and Its Contribution to Socio-Economic Inequality. MPIfG Discussion Paper, June
2009.
KEISTER, Lisa A.; MOLLER, Stephanie. Wealth Inequality in the United States.
Annual Review of Sociology, Vol. 26, 2000, p.63-81.
STEINER, Philippe. L’Héritage au XIXe Siècle en France: loi, intérêt de sentiment et
intérêts économiques. Révue Économique, Vol.59, 2008/1, p.75-97.
________________. L’Héritage Égalitaire comme Dispositif Social. Archives
Européennes de Sociologie, XLVI, I, 2005, p.127-149.
SZYDLIK, Marc. Inheritance and Inequality: theoretical reasoning and empiral
evidence. European Sociological Review, 20 (1), February 2004, p.31-45.
Homo oeconomicus
BARAÑANO, Margarita. Veblen y el Homo Oeconomicus. Revista Española de
Investigaciones Sociologicas (Reis), nº61, 1993, p.145-170.
BARBALET, Jack. Disinterestedness and Self Formation: Principles of Action in
William Hazlitt. European Journal of Social Theory, 12(2), May 2009, p.195-211.
DEMEULENAERE, Pierre. Homo oeconomicus. Enquête sur la constitution d’un
paradigme. Paris, PUF, 2003 [1996].
128
FRIDMAN, Daniel. La Creación de los Consumidores en la Última Dictadura
Argentina. Apuntes de Investigación, nº14, 2008, p.71-92.
GARCIA-PARPET, Marie-France. A Gênese Social do Homo-economicus: a Argélia e
a Sociologia da Economia em Pierre Bourdieu. Mana, 12(2), 2006, p.333-357.
ORLÉAN, André. Réflexion sur les Fondements Institutionnels de l’Objectivité
Marchande. Cahiers d’Économie Politique, nº44, 2003, p.181-196.
Imigração
Na obra ‘Brasileiros nos Estados Unidos’ (Martes, 2000), apresenta-se, com uma
profundidade de detalhes própria de estudos etnográficos bem executados, a realidade
de trabalho, de empreendedorismo de pequeno porte e de laços sócio-econômicos e
culturais oriundos de atividades religiosas entre imigrantes brasileiros em solo ianque.
No livro, revela-se uma condição de nostalgia da terra natal simultânea ao apego, de
ordem material, à realidade em território estrangeiro: “Os imigrantes de primeira
geração, independentement da nacionalidade, desejam retornar um dia para seu país
de origem. Os brasileiros também são ‘pássaros de passagem’, para fazer uso da
expressão cunhada por Michael Piore para designar o desejo de retorno dos
imigrantes. Os depoimentos registram haver uma percepção generalizada de que os
Estados Unidos são um bom país para se trabalhar, mas o Brasil é melhor para se
viver. O ideal seria poderem permanecer nos Estados Unidos até que conseguissem o
Green Card, pois com este documento poderiam circular livremente entre os dois
países. É como se o passaporte americano pudesse proporcionar o melhor dos mundos:
trabalhar lá e morar aqui, aproveitando a sociabilidade brasileira sem perder as
oportunidades que os Estados Unidos podem proporcionar” (Martes, 2000, p.183).
Temas relacionados: Globalização; Religião; Trabalho
ALBA, Richard; NEE, Victor. Remaking the American Mainstream: assimilation
and contemporary immigration. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2003.
MARTES, Ana Cristina Braga. Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo sobre
Imigrantes em Massachusetts. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
129
__________________________; FAZITO, Dimitri. Solidarity and Social Networks –
Economic Sociology of International Migration and the Brazilian Case. Economic
Sociology – The European Electronic Newsletter, Vol. 11, nº3, July 2010.
___________________________; SOARES, Weber. Remessas de Recursos dos
Imigrantes. Estudos Avançados, 20 (57), 2006, p.41-54.
__________________________; RODRIGUEZ, Carlos L. Afiliação Religiosa e
Empreendedorismo Étnico: o Caso dos Brasileiros nos Estados Unidos. Revista de
Administração Contemporânea, v. 8, n. 3, Jul./Set. 2004, p.117-140.
PEIXOTO, João. Dinâmicas e Regimes Migratórios: o caso das migrações
internacionais em Portugal. Análise Social, nº183, abr. 2007, p.445-469.
______________. The Social Foundations of Labour Markets: Foreign Immigration in
Portugal. In: KONIORDOS, Sokratis M. (ed.). Networks, Trust and Social Capital:
Theoretical and Empirical Investigations from Europe. Aldershot, UK; Burlington, VT:
Ashgate, 2005, p.91-118.
_____________. As Teorias Explicativas das Migrações: Teorias Micro e MacroSociológicas. Socius Working Papers, nº11, 2004.
_____________; ATALAIA, Susana. Policies, Families and Integration: a state of the
art of immigration research in Europe. Socius Working Papers, nº03, 2010.
PORTES,
Alejandro.
Estudos
sobre
as
Migrações
Contemporâneas:
Transnacionalismo, Empreendedorismo e a Segunda Geração. Lisboa: Fim de Século,
2006.
___________________(ed.). The Economic Sociology of Immigration: Essays on
Networks, Ethnicity and Entrepreneurship New York: Russell Sage Foundation, 1995.
130
___________________; DEWIND, Josh (eds.). Rethinking Migration: new
theoretical and empirical investigations. New York: Berghahn Books, 2008.
___________________; SENSENBRENNER, Julia. Embeddedness and Immigration:
Notes on the Social Determinants of Economic Action. In: DOBBIN, Frank. The New
Economic Sociology: A Reader. Princeton: Princeton University Press, 2004 [1993],
p.274-301.
___________________; ESCOBAR, Cristina; WALTON RADFORD, Alexandria.
Organizaciones Transnacionales de Inmigrantes y Desarrollo: un estudio comparativo.
Migración y Desarrollo, nº006, 2006, p.3-44.
___________________;
HALLER,
William
J.;
GUARNIZO,
Luis
Eduardo.
Transnational Entrepreneurs: An Alternative Form of Immigrant Economic Adaptation.
American Sociological Review, 67, April 2002, p.278-298.
RIPOLL, Erika Masanet. O Brasil e a Espanha na Dinâmica das Migrações
Internacionais: um breve panorama da situação dos emigrantes brasileiros na Espanha.
Revista Brasileira de Estudos Populacionais, v. 25, n. 1, jan./jun. 2008, p. 151-165.
RIZEK, Cibele Saliba; GEORGES, Isabel; SILVA, Carlos Freire da. Trabalho e
Imigração: Uma Comparação Brasil-Argentina. Lua Nova, 79, 2010, p.111-142.
Incerteza
Situações de incerteza, caracterizadas por aguda percepção de riscos e assimetria ou
ausência de informação, podem existir em diversas esferas mercantis e financeiras, das
transações em bolsa de valores a lançamentos/adoções de novas tecnologias ou
produtos em indústrias culturais, além de indefinições sobre valores estéticos no
mercado de arte (Moulin, 2007). Há indústrias, como a do mercado fonográfico, que
tem sua trajetória marcada por períodos de incerteza, devido ao surgimento contínuo
de novos padrões tecnológicos (Abreu, 2009). Incerteza também está presente na
aplicação de técnicas e na avaliação do potencial de novas fontes de geração da
chamada energia verde, como ocorreu com o uso inicial de biomassa como fonte de
131
combustível, em decorrência de dúvidas acerca da infra-estrutura exigida, caso de
sistemas de coleta, transporte e processamento (Sine, Haveman, Tolbert, 2005).
Temas relacionados: Crises e depressões econômicas; Confiança; Mercados; Preço;
Risco
ABREU, Paula. A Indústria Fonográfica e o Mercado da Música Gravada – histórias de
um longo desentendimento. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº85, junho de 2009,
p.105-129.
BECKERT, Jens. What is Sociological about Economic Sociology? Uncertainty and the
embeddedness of economic action. Theory and Society, 25, 803-840, 1996.
DEQUECH, David. Uncertainty and Economic Sociology: a preliminary discussion.
American Journal of Economics and Sociology, Vol. 62 (3), 2003, p.509-532.
________________. Bounded Rationality, Institutions, and Uncertainty. Journal of
Economic Issues, Vol.35 (4), 2001, p.911-929.
DIMAGGIO, Paul. Endogenizing "Animal Spirits": Toward a Sociology of Collective
Response to Uncertainty and Risk. In: GUILLÉN, Mauro F.; COLLINS, Randall;
ENGLAND, Paula; MEYER, Marshall (eds.). The New Economic Sociology:
developments in an emerging field. New York: Russell Sage Foundation, 2002, p.79100.
KESSLER, Oliver. Uncertainty, Rationality, and the Study of Social Institutions.
Review of Social Economy, 66, 2008, p.501–523.
_______________. Performativity of Risk and the Boundaries of Economic Sociology.
Current Sociology, Vol. 55(1), January 2007, p.110–125.
KIM, Harris H. Market Uncertainty and Socially Embedded Reputation. American
Journal of Economics and Sociology, Vol. 68, No. 3, July, 2009.
132
MCMULLEN, Jeffery S.; SHEPHERD, Dean A. Entrepreneurial Action and the Role of
Uncertainty in the Theory of the Entrepreneur. Academy of Management Review, Vol.
31, n.1, 2006, p.132-152.
MOULIN, Raymonde. O Mercado da Arte: mundialização e novas tecnologias. Porto
Alegre: Zouk, 2007.
SINE, Wesley D.; HAVEMAN, Heather A.; TOLBERT, Pamela S. Risky Business?
Entrepreneurship in the New Independent Power Sector. Administrative Science
Quarterly, 50, 2005, p.200-232.
TROY, Irene; WERLE, Raymund. Uncertainty and the Market for Patents. MPIfG
Working Paper, July 2008.
Inovação
Um modelo seqüencial, linear e progressivo de inovação, em que a qualidade de tal
inovação depende da qualidade das concepções, das idéias que estão em sua origem,
em seu começo é o princípio fundador de um modelo de difusão da inovação. Esse
modelo é duramente criticado por Michel Callon (2004). Em seu lugar, o autor propõe
um modelo em rede de inovação, um modelo que é de natureza sócio-técnica: “O
modelo que se opõe termo a termo ao da difusão é ainda um modelo em rede.
Abandonemos o mito da onipotência das idéias iniciais (...) O problema, é sabido, não é
de ter idéias, e sim de enriquecê-las e de transformá-las de tal maneira que criem
interesse no maior número possível de atores (...) esse interesse não sendo,
evidentemente, fixado de uma vez por todas, mas podendo ser negociado, pois depende
das escolhas técnicas que são feitas. Mudem a forma do veículo, mudem a fonte de
energia, mudem o traçado do TGV e verão relações de forças se inverter, forjarem-se
novas alianças e seu oponente mais acirrado se transformar em seu aliado mais
incondicional. A escolha técnica é, portanto, uma escolha estratégica; é até mesmo a
escolha estratégica por excelência. Para toda inovação, para toda escolha técnica é
possível traçar um mapa onde aparecem os grupos que têm interesse na inovação e
aqueles que se opõem a ela, pois seus interesses são questionados”(Callon, 2004, p.7071).
133
Temas relacionados: Empreendedorismo; Mercados; Universidade-Empresa
AKRICH, Madeleine. User Representations: Practices, Methods and Sociology. In: RIP,
Arie; MISA, Thomas J.; SCHOT, Johan (eds.). Managing Technology in Society: The
Approach of Constructive Technology Assessment. London and New York: Pinter,
1995, p.167-184.
__________________; CALLON, Michel; LATOUR, Bruno. The Key to Success in
Innovation Part I: the art of interessement. International Journal of Innovation
Management Vol. 6, No. 2, June 2002 [1988], p. 187–206.
___________________________________________________. The Key to Success in
Innovation Part II: the art of choosing good spokespersons. International Journal of
Innovation Management Vol. 6, No. 2, June 2002 [1988], p. 207–225.
ARBIX, Glauco. Estratégias de Inovação para o Desenvolvimento. Tempo Social,
Vol.22, nº2, novembro 2010, p.167-185.
_____________. Caminhos Cruzados: rumo a uma estratégia de desenvolvimento
baseada na inovação. Novos Estudos Cebrap, 87, 2010b, p.13-33.
BURT, Ronald S. Social Contagion and Innovation: cohesion versus structural
equivalence. American Journal of Sociology, Vol.92, Nº6, May 1987, p.1287-1335.
CALLON, Michel. Civilizing Markets: carbon trading between in vitro and in vivo
experiments. Accounting, Organizations and Society, 34, 2009, p.535-548.
_______________.
Dos Estudos de
Laboratório aos Estudos de
Coletivos
Heterogêneos, passando pelos Gerenciamentos Econômicos. Sociologias, Porto Alegre,
Ano 10, Nº 19, jan/jun 2008, p.302-321.
_______________. Por uma Nova Abordagem da Ciência, da Inovação e do Mercado: o
papel das redes sócio-técnicas. In: PARENTE, André (org.). Tramas da rede: novas
dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2004.
134
CÔRTES, Mauro Rocha; PINHO, Marcelo; FERNANDES, Ana Cristina; SMOLKA,
Rodrigo Bustamante; BARRETO, Antonio Luiz C.M. Cooperação em Empresas de
Base Tecnológica: uma primeira avaliação baseada numa pesquisa abrangente. São
Paulo em Perspectiva, Vol. 19, nº1, jan./mar. 2005, p.85-94.
DOLATA, Ulrich. The Transformative Capacity of New Technologies. How
Innovations Affect Sectoral Change: Conceptual Considerations. Max Planck Institute
for the Study of Societies (MPIfG), Discussion Paper, 2008.
FERRARY, Michel; GRANOVETTER, Mark. The Role of Venture Capital Firms in
Silicon Valley's Complex Innovation Network. Economy and Society 38 (2: May):
326-359, 2009.
GEELS, Frank W. From Sectoral Systems of Innovation to Socio-Technical Systems:
Insights about dynamics and change from sociology and institutional theory. Research
Policy, 33, 2004, p.897-920.
GRANOVETTER, Mark. The Impact of Social Structure on Economic Outcomes.
Journal of Economic Perspectives, Vol. 19, nº1, Winter 2005, p.33-50.
HAGE, Jerald; HOLLINGSWORTH, J. Rogers. A Strategy for the Analysis of Idea
Innovation Networks and Institutions. Organization Studies, 21 (5), 2000, p.971-1004.
OLIVEIRA, Luísa. Sociologia da Inovação: a construção social das técnicas e dos
mercados. Oeiras: Celta Editora, 2008.
PATTON, Donald; KENNEY, Martin. Innovation and Social Capital in Silicon Valley.
BRIE Working Paper 155, July 2003.
STARK, David. Searching Questions: inquiry, uncertainty, innovation. Working Paper
Series, Center on Organizational Innovation, Columbia University, December 2008.
135
THRIFT, Nigel. Re-inventing Invention: new tendencies in capitalist commodification.
Economy and Society, Volume 35, Number 2, May 2006, p.279-306.
WHITLEY, Richard. Developing Innovative Competences: the role of institutional
frameworks. Industrial and Corporate Change, Volume 11, Number 3, 2002, p.497528.
WINEMAN, Jean D; KABO, Felichism W.; DAVIS, Gerald F. Spatial and Social
Networks in Organizational Innovation. Environment and Behavior, Volume 41,
Number 3, May 2009, p.427-442.
Instituições, institucionalismo
BECKERT, Jens. Institutional Isomorphism Revisited: Convergence and Divergence in
Institutional Change. Sociological Theory, 28 (2), June 2010, p.150-166.
CAMPBELL, John L. Institutional Analysis and the Paradox of Corporate Social
Responsibility. American Behavioral Scientist, Volume 49, Number 7, March 2006,
p.925-938.
DIMAGGIO, Paul; POWELL, Walter W. The Iron Cage Revisited: institutional
isomorphism and collective rationality in organization fields. American Sociological
Review, 48, 2, April 1983, p.147-160 (tradução: DIMAGGIO, Paul J.; POWELL,
Walter W. Jaula de Ferro Revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva
nos campos organizacionais. In: CALDAS, Miguel P.; BERTERO, Carlos Osmar
(coords.). Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas, 2007, p.117-142 (Série RAEClássicos).
DOBBIN, Frank. A Market is a Market is a Market? Institutional Conditions for the
Construction of Market Mechanisms. Berlin: BISS Public, 27, p. 53-72.
FALCONI, Ana Maria; GUENFOUD, Karima; LAZEGA, Emmanuel; LEMERCIER,
Claire; MOUNIER, Lise. Le Contrôle Social du Monde des Affaires: une étude
institutionnelle. L’Année Sociologique, 55, 2005, nº2, p.451-484.
136
FLIGSTEIN, Neil. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol, 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
HOLLINGSWORTH, J. Rogers; BOYER, Robert. Contemporary Capitalism: the
embeddedness of institutions. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1997.
NEE, Victor. The New Institutionalisms in Economics and Sociology. In: SMELSER,
Neil; SWEDBERG, Richard (eds). The Handbook of Economic Sociology (2nd ed.).
Princeton: Princeton University Press, 2005.
__________; INGRAM, Paul. Embeddedness and Beyond: institutions, exchange and
social structure. In: BRINTON, Mary C; NEE, Victor (eds.). The New Institutionalism
in Sociology. Stanford, CA: Stanford University Press, 2001, 19-45.
PALMER, Donald A.; BIGGART, Nicole Woolsey. Organizational Institutions. In:
BAUM, Joel A.C.(ed.). Companion to Organizations. Oxford, UK; Malden, MA:
Blackwell, 2002, p.259-280.
PORTES, Alejandro. Instituciones y Desarrollo: una revisión conceptual. Cuadernos
de Economía, v. XXV, nº45, 2006, p.13-52.
POWELL, Walter W.; DIMMAGIO, Paul (eds.). The New Institutionalism in
Organizational Analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991 (edição
mexicana: El Nuevo Institucionalismo en el Análisis Organizacional. Mexico: Fondo
de Cultura Económica, 1999).
STINCHCOMBE, Arthur L. On the Virtues of the Old Institutionalism. Annual
Review of Sociology, 23, 1997, p.1-18.
STREECK, Wolfgang. Institutions in History: Bringing Capitalism back in. MPIfG
Discussion Paper 09/8, 2009.
137
THÉRET, Bruno. As Instituições entre as Estruturas e as Ações. Lua Nova, nº58, 2003,
p.225-254.
Interesses
Na Sociologia contemporânea, o conceito de interesse encontra-se em obras de Pierre
Bourdieu e Richard Swedberg. A obra de Bourdieu incorpora aspectos das teorias
clássicas da Sociologia, formuladas por Marx, Durkheim, Weber e também Elias. Para
Bourdieu, "interesse é 'estar em', participar, admitir, portanto, que o jogo merece ser
jogado e que os alvos engendrados no e pelo fato de jogar merecem ser perseguidos; é
reconhecer o jogo e reconhecer os alvos" (Bourdieu, 1996, p.139). Conforme Bourdieu,
o interesse não é único como analisam os economistas, isto é, o interesse econômico,
pois cada campo (religioso, político, etc) tem seus interesses, no plural. Logo, em cada
campo, os atores sociais praticam sua illusio, ou seja, seu investimento em jogar o jogo
jogado em determinado campo social. “Em outros termos, o interesse é
simultaneamente condição de funcionamento de um campo (campo científico, campo da
alta-costura, etc.), na medida em que isso é o que estimula as pessoas, o que as faz
concorrer, rivalizar, lutar, e produto do funcionamento do campo. Para compreender a
forma particular de que se reveste o interesse econômico (...) Trata-se, em cada caso,
de observar a forma de que se reveste, num dado momento da história, esse conjunto de
instituições históricas que constituem um campo econômico determinado, e a forma de
que se reveste o interesse econômico dialeticamente ligado a esse campo” (Bourdieu,
2004 [1987], p.127). Swedberg considera que há vínculo entre a análise de autores
clássicos como Weber e Simmel e a obra de Bourdieu em relação ao conceito de
interesse. Ele também ressalva que conceitos como motivação (Psicologia) e interesse
(Sociologia) se aproximam. Mas há uma diferença: o interesse não seria apenas
internalizado; poderia ser situado fora do indivíduo. Swedberg, como Bourdieu,
considera um reducionismo tomar a noção de interesse com base na definição de autointeresse econômico, tal como ocorreria em boa parte do pensamento econômico.
Como exemplifica o sociólogo sueco, “institutions, for example, can be seen a distinct
constellations of interests and social relations. An economic sociology that ignores the
role of interests, I argue, runs the risk of becoming trivial. The reason for this is that
interests, much more so than social relations, is what drives economic action. This is by
no means a novel insight, as the work of Weber and others show. It is, however, a
138
position that has been forgotten in much of modern economic sociology” (Swedberg,
2003, p.3).
Temas relacionados: Pierre Bourdieu; Campo, campo econômico; Max Weber
BOURDIEU, Pierre. Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004 [1987] – especialmente
O Interesse do Sociológo’, p.126-133.
________________. Razões Práticas: sobre uma teoria da ação. Campinas, SP:
Papirus, 1996.
HIRSCHMAN, Albert O. As Paixões e os Interesses: argumentos políticos a favor do
capitalismo antes do seu triunfo. Rio de Janeiro: Record, 2002.
ROY, William G.; PARKER-GWIN, Rachel. How Many Logics of Collective Action?
Theory and Society, 28, 1999, p.203-237.
SWEDBERG, Richard. Bourdieu's Contribution to Economic Sociology. In:
HEDSTRÖM, Peter; WITTROCK, Björn (eds.). Frontiers of Sociology. Leiden: Brill,
2009, p.231-244.
___________________. Interest. Buckingham, UK: Open University Press, 2005a.
___________________. Max Weber e a Idéia de Sociologia Econômica. Rio de
Janeiro; São Paulo: UFRJ; Beca, 2005b [1998].
__________________. Can There Be a Sociological Concept of Interest? Theory and
Society, 34, 2005c, 359-390.
__________________. Capitalisme et Éthique. Comment les dispositions législatives
relatives aux conflits d’intérêts peuvent être utilisées pour prévenir les dilemmes. Revue
Internationale des Sciences Sociales, n° 185, 2005/3, p.523-534.
139
__________________. Bourdieu’s Advocacy of the concept of interest and its role in
economic sociology. Economic Sociology – The European Electronic Newsletter,
Volume 4, Number 2, march 2003.
Internet, Novas Mídias e Nova Economia
Origina-se, em 1969, de pesquisas do Departamento de Defesa norte-americano um
projeto de comunicação entre redes de computadores. Posteriormente, duas
universidades californianas estabelecem contato via rede de computadores. É a
Arpanet, embrião da Internet (designação utilizada pela primeira vez em 1974). Neil
Fligstein (2001) observa que a intervenção do Estado é fundamental para a criação da
Internet, além do financiamento da pesquisa universitária que possibilita o
desenvolvimento de diversos programas necessários para o funcionamento da rede
mundial em seus anos iniciais. O advento comercial da Internet data de agosto de 1995,
quando da abertura de capital em bolsa de valores da empresa de navegação online
norte-americana Netscape. Em janeiro de 2000, registra-se o marco da então
considerada Nova Economia: fusão da America Online com o megagrupo da ‘Velha
Economia’ Time/Warner. A fusão acabou posteriormente não tendo o impacto
comercial projetado pela mídia e especialistas à época de seu anúncio. A distinção,
nove anos depois, entre Velha e Nova Economia passa apenas a ser registro de uma
fase já superada da Internet. Naquele ano, no Brasil, há a explosão de oferta de
Internet gratuita e a proliferação de incubadoras de empresas então designadas como
pontocom. Ainda em 2000, em abril, despenca o índice Nasdaq, que mede o valor
acionário de empresas de tecnologia. O volume da baixa, em um único dia, equivale a
valorização de ações de empresas de tecnologia na Bolsa Nasdaq durante um ano. É o
começo da crise de sustentação financeira das empresas pontocom mundo afora e que
se estende até o ano seguinte. O episódio passa a ser conhecido como o Estouro da
Bolha da Internet (Internet Bubble) ou o fim da Corrida do Ouro (Golden Rush).
Acerca do uso comercial da Internet, Manuel Castells (2003, p.56) considera que
“numa sociedade em que firmas privadas são a principal fonte de criação de riqueza
não é de surpreender que, depois que a tecnologia da Internet tornou-se disponível na
década de 1990, a difusão mais rápida, mais abrangente de seus usos tenha ocorrido
no domínio dos negócios”.
Temas relacionados: Mercados
140
AUGUSTSSON, Fredrik. They Did It: The Formation of Interactive Media Production
in Sweden. Stockholm: National Institute for Working Life, 2005.
CALLON, Michel; MEADEL, Cécile; RABEHARISOA, Vololona. The Economy of
Qualities. Economy and Society, Volume 31, Number 2, May 2002, p.194-217.
CASTELLS, Manuel. Communication Power. Oxford: Oxford University Press, 2009.
_________________. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e
a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
DAMARIN, Amanda Kidd. Rethinking Occupational Structure. The Case of Web Site
Production Work.Work and Occupations, Volume 33, Number 4, November 2006,
429-463.
DIMAGGIO, Paul; BONIKOWSKI, Bart. Make Money Surfing the Web? The Impact
of Internet Use on the Earnings of U.S. Workers. American Sociological Review,
Vol.73, April 2008, p.227-250.
______________; HARGITTAI, Eszter; SHAFER, Steven; CELESTE, Coral. From
Unequal Access to Differentiated Use: A Literature Review and Agenda for Research
on Digital Inequality. In: NECKERMAN, Kathryn M. (ed.). Social Inequality. New
York: Russell Sage Foundation, 2004, p.355-400.
______________; HARGITTAI, Eszter; NEUMAN, W. Russell; ROBINSON, John P.
Social Implications of the Internet. Annual Review of Sociology, Volume 27, August
2001, p.307-336.
DRORI, Israel; HONIG, Benson; SHEAFFER, Zachary. The Life Cycle of an Internet
Firm: Scripts, Legitimacy, and Identity. Entrepreneurship, Theory and Practice, 33
(3), May 2009, p.715-738.
141
FLIGSTEIN, Neil. Le Mythe du Marché. Actes de la Recherche en Sciences Sociales,
Vol.139, septembre 2001, p.3-12.
GIRARD, Monique; STARK, David. Distributing intelligence and organizing diversity
in New Media projects. Sociedade e Estado, Brasília, jan/jun 2002.
GUILLÉN, Mauro F. ¿Cuál es la mejor estrategia global para Internet? Universia
Business Review - Actualidad Econômica, Segundo trimestre 2004.
_________________.What is the Best Global Strategy for the Internet? Business
Horizons, May-June 2002, p.39-46.
_________________; Sandra L. Suárez. Explaining the Global Digital Divide:
Economic, Political and Sociological Drivers of Cross-National Internet Use. Social
Forces, 84(2), December 2005, p.681-708.
_________________; Sandra L. Suárez. Developing the Internet: Entrepreneurship and
Public Policy in Ireland, Singapore, Argentina, and Spain. Telecommunications Policy
25(5) 2001:349-371.
HEALY, Kieran. Digital Technology and Cultural Goods. The Journal of Politcal
Philosophy, Vol.10, nº4, 2002, p.478-500.
KENNEY, Martin. The Growth and Development of the Internet in the United States.
In: KOGUT, Bruce (ed.). The Global Internet Economy. Cambridge: MIT Press,
2003, p.69-108.
KOLLOCK, Peter; BRAZIEL, E. Russell. How Not to Build an Online Market: the
sociology of market microstructure. Departament of Sociology, UCLA, Los Angeles,
2006.
NEFF, Gina. Surviving the New Economy. Boulder, Columbia: Paradigm Publishers,
2006.
142
__________. The Changing Place of Cultural Production: Locating Social Networks in
a Digital Media Industry, The Annals of the American Academy of Political and
Social Science, 597, 2005, p.134-152.
___________; STARK, David. Permanently Beta: responsive organization in the
Internet Era. In: HOWARD, Philip E. N.; JONES, Steve (eds.). Society online: the
Internet in context. Thousand Oaks, CA: Sage, 2003.
VASCONCELOS, Flávio Carvalho de. A Institucionalização das Estratégias de
Negócios: o caso das start-ups na Internet brasileira em uma perspectiva construtivista.
Revista de Administração Contemporânea (RAC), Volume 8, nº2, Abr./Jun. 2004,
p.159-179.
ZOOK, Matthew A. The Geography of the Internet Industry: Venture Capital, DotComs and Local Knowledge. Malden, MA: Blackwell, 2005.
Intimidade
Viviana Zelizer refuta a teoria dos mundos hostis, que distingue as atividades
econômicas
Temas relacionados: Direito e Economia
ZELIZER, Viviana A. La Negociación de la Intimidad. Buenos Aires: Fondo de
Cultura Economica, 2009a (tradução de The Purchase of Intimacy. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2005).
__________________. Intimacy in Economic Organizations. Research in the
Sociology of Work, Volume 18, 2009b, p.23-55.
__________________. Transactions Intimes. Genèses, 42, mars 2001,p. 121-144.
Jornalismo, mercado de trabalho do / Jornalísticas, empresas / Jornalismo
Econômico & mídia financeira
143
A relação entre Jornalismo e Ciências Sociais, em particular a Sociologia, não é
pacífica, isto é, marcada pela compreensão mútua. Neveu (2010) cita uma espécie de
crítica recíproca entre as áreas de conhecimento acadêmico e a prática jornalística e
que não é exclusiva do panorama francês: ‘jornalístico’ designa, na academia, uma
forma de expressar que determinado argumento é pleno de clichês e sem profundidade,
ao passo que ‘muito acadêmico’, em uma redação de jornal, não é elogio. É claro que
além de mal-entendidos, tal relação é pautada por proximidades (Charon, 1996), ainda
que a visão sociológica do Jornalismo trate, com base em inúmeros trabalhos
etnográficos, os jornalistas como seres sociológicos (com normas, práticas e rotinas)
que existem em determinados ambientes organizacionais e institucionais, ambientes
esses reconstruídos com base na realidade mainstream do jornalismo americano, como
sagazmente comenta Barbie Zelizer (2007). Todavia, Zelizer destaca o quanto tal
abordagem se limita ao passado, não apreendendo realidades do Jornalismo atual, que
passa por transformações significativas em seus aspectos profissionais e de
conhecimento do ofício, com o surgimento de ‘trabalhadores da informação’ e que não
seriam adequadamente considerados como jornalistas (Neveu, 2010, 2006), em
aspectos de gênero, com a feminização crescente da profissão (Neveu, 2000) e em
aspectos mercantis e tecnológicos, em uma época marcada pelo advento da Internet e
pelo grande incremento da velocidade, do volume e da extensão do fluxo global de
informação (McNair, 2003). Esse cenário implica ainda a revisão de abordagens
impactantes e polêmicas como as de Bourdieu, nos anos 1990, em particular sobre o
jornalismo televisivo (vide Bourdieu, 1997, 1994; em relação á crítica, Zelizer, 2004;
Neveu, 2007). Neste ponto, ressalva-se que o interesse sociológico pelo Jornalismo já
completa ao menos um século, a partir de famosa alocução de Max Weber
(2002[1910]) sobre um programa de pesquisa sobre imprensa, em que o mestre, de
imediato, evoca a necessidade de colaboração entre ‘teóricos da imprensa’ e de
‘profissionais no âmbito prático da imprensa’. Em uma síntese brilhante, Weber
demonstra a imprensa como necessariamente uma empresa capitalista e privada, com
seus dois tipos de clientes (compradores de jornal e anunciantes), ilustrando até que
ponto deve ser considerado o caráter empresarial da imprensa (vide também Bastin,
2001, sobre a análise de Weber; Cabrolié, 2009, sobre anunciantes e compradores de
jornal diário). Mais do que as peculiaridades, passadas ou presentes, da empresa
jornalística, do trabalho profissional dos jornalistas e dos subcampos de especialização
da atividade (Marchetti, 2002), com destaque aqui para o Jornalismo Econômico
144
(Riutort, 2000), importa igualmente para a Sociologia a relação dos jornalistas com
suas fontes (Sponholz, 2008; Velthuis, 2006) e o interesse e mesmo o trabalho, o
empenho de tais fontes no tocante à divulgação (ou não) de determinados assuntos,
temas (Schlesinger, 1992). As conseqüências do trabalho jornalítico, por meio de sua
influência social e política (Schudson, 2002, 1995; McNair, 1998) ou sua capacidade
de veicular escândalos (Grün, 2008), embora existam, não raro, situações em que só a
imprensa leva a culpa, mesmo sem tê-la (Bucci, 2009), permanecem centrais na análise
sociológica da atividade jornalística.
Temas relacionados:
BASILE, Sidnei. Elementos do Jornalismo Econômico. Rio de Janeiro: Campus,
2002.
BASTIN, Gilles. La Presse au Miroir du Capitalisme Moderne. Un projet d’enquête de
Max Weber sur les journaux et le journalisme. Réseaux, nº109, 2001/5, p.172-208.
BOURDIEU, Pierre. Sobre a Televisão: seguido de A Influência do Jornalismo e Os
Jogos Olímpicos. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
_________________. L’Emprise du Journalisme. Actes de la Recherche en Sciences
Sociales, Vol.101-102, Mars 1994, p.3-9.
BUCCI, Eugênio. Quando Só a Imprensa Leva a Culpa (mesmo sem tê-la). Estudos
Avançados, 23 (67), 2009, p.61-78.
CABROLIÉ, Stéphane. La Double Vente du Journal Quotidien. In: VATIN, François
(dir.). Évaluer et Valoriser. Une Sociologie Économique de la Mesure. Toulouse:
Presses Universitaires du Mirail, 2009, p.177-196.
CHARON, Jean-Marie. Journalisme et Sciences Sociales. Proximités et Malentendus.
Politix, Vol. 9, n°36, Quatrième trimestre 1996, p.16-32.
DUVAL, Julien. Concessions et Conversions à l'Économie. Actes de la Recherche en
Sciences Sociales, Vol. 131-132, mars 2000, p.56-75.
145
GRÜN, Roberto. Escândalos, Marolas e Finanças: Para uma Sociologia da
Transformação do Ambiente Econômico. Dados, Volume 51, nº2, 2008, p.313-352.
FRANCISCO, Kárita Cristina. Barreiras na Produção de Conhecimento pelo Jornalismo
Econômico. Estudos em Jornalismo e Mídia, Vol.III, nº2, 2º semestre de 2006, p.118125.
JACOBINI, Maria Lucia de Paiva. O Jornalismo Econômico e a Concepção de
Mercado: uma Análise dos Cadernos de Economia da Folha de S. Paulo e O Estado de
São Paulo. Brazilian Journalism Research, Volume 1, Number 1, Semester 2, 2008,
p.190-209.
MCNAIR, Brian. From Control to Chaos: Towards a New Sociology of Journalism.
Media, Culture & Society, 25, 2003, p.547-555.
______________. The Sociology of Journalism. London: Arnold, 1998.
MAIGRET, Éric. Sociologia da Comunicação e das Mídias. São Paulo: Senac, 2010
[2008].
MARCHETTI, Dominique. Les Sous-Champs Specialises du Journalisme. Réseaux,
nº111, 2002/1, p.22-55.
MARQUES DE MELO, José. Journalistic Thinking: Brazil´s Modern Tradition.
Journalism, Vol. 10(1), 2009, p.9–27.
__________________________. Jornalismo Brasileiro. Porto Alegre: Sulina, 2003.
NEVEU, Erik. As Notícias sem Jornalistas: Uma Ameaça Real ou uma História de
Terror. Brazilian Journalism Research, Vol. 6, nº1, 2010, p.29-57.
____________. Pierre Bourdieu. Sociologist of Media, or Sociologist for Media
Scholars? Journalism Studies, Volume 8, Issue 2, 2007, p.335-347.
146
____________. Sociologia do Jornalismo. São Paulo: Edições Loyola, 2006 [2001].
____________. Le Genre du Journalisme. Des ambivalences de la féminisation d'une
profession. Politix, Vol. 13, nº51, 2000. p.179-212.
RIUTORT, Philippe. Le Journalisme au Service de L’Économie. Actes de la
Recherche en Sciences Sociales, Vol.131-132, mars 2000, p.41-55.
RUELLAN, Denis. Groupe Professionnel et Marché de Travail du Journalisme.
Réseaux, 1997, volume 15, n°81, 1997, p.135-151.
SCHIMANK, Uwe. Against All Odds: the 'loyalty' of small investors. Socio-Economic
Review, 9, 2011, p.107–135.
SCHLESINGER, Philip. Repenser la Sociologie du Journalisme. Les stratégies de la
source d'information et les limites du média-centrisme. Réseaux, Volume 10, n°51,
1992, p.75-98.
SCHUDSON, Michael. The Sociology of News. New York: W.W. Norton, 2003.
___________________. The News Media as Political Institutions. Annual Review of
Political Science, Volume 5, 2002, p.249-269.
___________________. The Power of News. Cambridge: Harvard University Press,
1995.
SPONHOLZ, Liriam. Neutralizando Conhecimento: como jornalistas lidam com
experts. Sociedade e Estado, Vol.23, nº3, set./dez. 2008, p.591-619.
VELTHUIS, Olav. Inside a World of Spin. Four days at the World Trade Organization.
Ethnography, Vol. 7(1), 2006, p.125-150.
147
WEBER, Max. Sociologia da Imprensa: Um Programa de Pesquisa. Lua Nova, nº5556, 2002 [1910], p.185-194.
___________. Ciência e Política: duas vocações. Brasília: Editora Universidade de
Brasília, 1983.
WIIK, Jenny. Identities under Construction: professional journalism in a phase of
destabilization. International Review of Sociology - Revue Internationale de
Sociologie, Vol. 19, nº 2, July 2009, p.351-365.
ZELIZER, Barbie. What to Do About Journalism? Journalism and the International
Academic World. Brazilian Journalism Research, Volume 3, Number 2, 2007, p.1328.
_______________. Taking Journalism Seriously – News and the Academy. Thousand
Oaks, CA; London: Sage, 2004.
Leilões
SMITH, Charles W. Markets as Definitional Practices. Canadian Journal of Sociology
/ Cahiers Canadiens de Sociologie, 32, 2007, p.1–39.
________________. Auctions: The Social Construction of Value. New York: Free
Press, 1989.
Liberalismo e neoliberalismo
Uma crítica bastante extensa ao liberalismo econômico encontra-se em A Grande
Transformação, de Karl Polanyi. Ao longo de sua clássica e polêmica obra, Polanyi
critica o que designa como o credo liberal em um sistema (irreal) de mercado autoregulável. Conforme o autor, “o liberalismo econômico foi o princípio organizador de
uma sociedade engajada na criação de um sistema de mercado. Nascido como mera
propensão em favor de métodos não-burocráticos, ele evoluiu para uma fé verdadeira
na salvação secular do homem através de um mercado auto-regulável (...) O credo
148
liberal só assumiu seu fervor evangélico em resposta às necessidades de uma economia
de mercado plenamente desenvolvida. Seria inteiramente a-histórico antecipar a
política do laissez-faire para a época em que essa palavra-chave foi usada pela
primeira vez na França, em meados do século XVIII, como ocorre com freqüência.
Pode-se dizer com segurança que o liberalismo econômico não era mais que uma
tendência espasmódica até duas gerações mais tarde. Foi somente nos anos 1820 que
ele passou a representar os três dogmas clássicos: o trabalho deveria encontrar seu
preço no mercado, a criação do dinheiro deveria sujeitar-se a um mecanismo
automático, os bens deveriam ser livres para fluir de país a país, sem empecilhos ou
privilégios. Em resumo, um mercado de trabalho, o padrão-ouro e o livre-comércio”
(Polanyi, 2000[1944], p.166).
Temas relacionados: Capitalismo; Estado; Mercados; Karl Polanyi
BABB, Sarah. The Social Consequences of Structural Adjustment: recent evidence and
current debates. Annual Review of Sociology, 31, 2005, p.199–222.
___________. Managing Mexico: Economists from Nationalism to Neoliberalism.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2001 (edição mexicana: Proyecto Mexico:
Los economistas del nacionalismo al neoliberalismo. Mexico, D.F.: Fondo de Cultura
Economica, 2003).
CAMPBELL, John L.; PEDERSEN, Ove K. (eds.). The Rise of Neoliberalism and
Institutional Analysis. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2001.
CARRUTHERS,
Bruce
G.;
BABB,
Sarah
L.;
HALLIDAY,
Terence
C.
Institutionalizing Markets, or the Market for Institutions? Central Banks, Bankruptcy
Law and the Globalization of Financial Markets. In: CAMPBELL, John L.;
PEDERSEN, Ove K. (eds.). The Rise of Neoliberalism and Institutional Analysis.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2001, p.94-126.
CHOREV, Nitsan; BABB, Sarah. The Crisis of Neoliberalism and the Future of
International Institutions: The IMF and the WTO in Comparative Perspective. Theory
and Society, 38, 2009, p. 459-484.
149
DOWD, Timothy; DOBBIN, Frank. Origins of the myth of neo-liberalism: regulation in
the first century of US railroading. In: MAGNUSSON, Lars Magnusson; OTTOSSON,
Jan (eds.). The State, Regulation and the Economy: An Historical Perspective.
Cheltenham, UK and Northampton, MA: Edward Elgar Publishing, 2001, p.61-88.
EVANS, Peter B. Análise do Estado no Mundo Neoliberal: Uma Abordagem
Institucional Comparativa. Revista de Economia Contemporânea, nº4, jul.-dez.1998.
FOURCADE-GOURINCHAS, Marion; BABB, Sarah L. The Rebirth of the Liberal
Creed: Paths to Neoliberalism in Four Countries. American Journal of Sociology,
Volume 108, Number 3, November 2002, p.533–579.
MASSEY, Douglas S.; SANCHEZ, Magaly R.; BEHRMAN, Jere R. Of Myths and
Markets. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, 606,
July 2006, p.8-31.
MUDGE, Stephanie Lee. What is Neo-Liberalism? Socio-Economic Review, 6, 2008,
p. 703–731.
POLANYI, Karl. A Grande Transformação: as origens de nossa época. 2ª edição. Rio
de Janeiro: Campus, 2000 [1944].
PORTES, Alejandro. Neoliberalism and the Sociology of Development: Emerging
Trends and Unanticipated Facts. Population and Development Review, Vol. 23, nº2,
1997, p.229-259.
PRASAD, Monica. The Politics of Free Markets: The Rise of Neoliberal Economic
Policies in Britain, France, Germany, and the United States. Chicago: University of
Chicago Press, 2006.
________________.
Why Is
France
So
French?
Culture,
Institutions,
and
Neoliberalism, 1974–1981. American Journal of Sociology, Volume 111, Number 2,
September 2005, p.357–407.
150
SIMMONS, Beth A;, DOBBIN, Frank; GARRETT, Geoffrey. The International
Diffusion of Liberalism. International Organization, 60, Fall 2006, p.781-810.
SORJ, Bernardo. A Nova Sociedade Brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2001.
Liderança
BIGGART, Nicole Woolsey; HAMILTON, Gary G. An Institutional Theory of
Leadership. The Journal of Applied Behavioral Science, Vol.23, nº4, 1987.
GUILLÉN, Mauro F. Sociological Approaches to the Study of Leadership. Prepared for
Harvard Business School’s Centennial Celebration, January 2008.
Loterias
BECKERT, Jens; LUTTER, Mark. The Inequality of Fair Play: Lottery Gambling and
Social Stratification in Germany. European Sociological Review, Volume 25, Number
4, 2009, p.475-488.
GARVÍA, Roberto. Loterías. Un estudio desde la nueva sociología económica. Madrid:
CIS. 2008.
_______________. Syndication, Institutionalization, and Lottery Play. American
Journal of Sociology, Volume 113, Number 3, November 2007, p.603–652.
_______________. El Mercado de Loterías en España. Índice. Revista de Estadística
y Sociedad, 19, 2006, p.14-17.
Marx, Karl
De um ponto de vista histórico e metodológico, Philippe Steiner (2000) considera a
obra de Karl Marx (1818-1883) como alheia à Sociologica Econômica propriamente
dita, a despeito da análise de Marx da exploração e da formação de classes ser um
151
grande exemplo de cooperação entre Economia e Sociologia. Steiner, entretanto,
agumenta que há similaridades entre a abordagem de Marx e duas etapas básicas da
denominada Nova Sociologia Econômica, que são a construção social das relações
mercantis e a explicação sociológica do funcionamento das instituições e dos
comportamentos econômicos.
Temas relacionados: Capitalismo; Classe; Clássicos; Dinheiro
DEUTSCHMANN, Christoph. Marx, Schumpeter and the Myths of Economic
Racionality. Thesis Eleven, 53, May 1998, p.45-64.
INGHAM, Geoffrey. On the Underdevelopment of the Sociology of Money. Acta
Sociologica, 41(1), 1998, p.3–18.
MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2008.
STEINER, Philippe. Marx et la Sociologie Économique. Cahiers Internationaux de
Sociologie, Volume CVIII, Janvier-Juin 2000, p.57-77.
SWEDBERG, Richard. The Economic Sociology of Capitalism: an introduction and
agenda. In: NEE, Victor; SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of
Capitalism. Princeton, NJ: Princeton, University Press, 2005, p.3-40.
Mercados
Mercados são estruturas sociais para troca de direitos, os quais habilitam pessoas,
empresas e produtos a serem avaliados e precificados (vide Aspers, 2009a, 2005a). Em
termos gerais, a perspectiva sociólogica do mercado inclui três dimensões ontológicas,
de acordo com Zafirovski (2003, p.105-106): a primeira dimensão está na natureza ou
atributo social do mercado, sugerindo-se que transações, comeptição, valor, preços e
outras variáveis relacionáveis são de caráter social. Assim, fenômenos como a troca e a
competição em um mercado representam casos especiais de ação social, interação ou
relação antes do que processos estritamente econômicos. A segunda dimensão está na
'sócio-esfera', isto é, a constituição social e de organização dos vários mercados
152
existentes. O autor argumenta que, em termos da Nova Sociologia Econômica, tal como
na obra de Granovetter (2007[1985]), inclui-se na análise troca mercantil e também
produção, consumo, finanças, trabalho e outros diferentes mercados, o que indicaria a
imersão do mercado tanto em redes de relações interpessoais (microembeddedness)
bem como em regras sociais, instituições e padrões culturais (macroembeddedness). O
autor ressalva que é inapropriado caracterizar somente a abordagem de rede relativa à
imersão social como 'estrutural'. Tal enfoque seria melhor denotado como interacional,
relacional, pessoal ou micro-estrutural antes do que 'estrutural' em senso estrito. A
terceira dimensão está na estruturação social ou construção do mercado, o que
significa que a esfera do mercado é constituída de construtos e invenções institucionais,
histórias e culturais, não sendo uma entidade atemporal e perene como usualmente é
concebida na Economia do tipo 'catalática', isto é, de pura abstração. Isto se aplicaria
a variáveis específicas de mercado como transações monetárias ou comércio baseado
em dinheiro, valores de troca, preços de mercado, demanda efetiva, a própria moeda,
rendimento, lucro e assim por diante, todos considerados como construtos sociais.
Deste modo, a estruturação ou construção social do mercado indica que este é criado e
estruturado pela sociedade antes do que ser independente e fora da estrutura social.
Temas relacionados: Capitalismo; Competição; Cooperação; Estado; Troca
ABOLAFIA, Mitchel Y. Markets as Culture: an ethnographic approach. In: CALLON,
Michel (ed.). The Laws of the Markets. Oxford: Blackwell, 1998, p. 69-85.
ABRAMOVAY, Ricardo. ABRAMOVAY, Ricardo. Anticapitalismo e Inserção Social
dos Mercados. Tempo Social, Vol.21, nº1, junho 2009, p.65-87.
____________________. A Construção Política das Instituições de Mercado. Valor
Econômico, 29 de maio de 2008, p.A13.
_____________________. Entre Deus e o Diabo: mercados e interação humana nas
ciências sociais. Tempo Social, Vol 16, nº 2, 2004.
AKRICH, Madeleine; MÉADEL, Cécile. Télévision à la Carte: un divorce annoncé.
Réseaux, Vol.24, nº139, 2006, p.75-100.
153
ALDRICH, Howard E.; FIOL, C. Marlene. Fools Rush In? The institutional context of
industry creation. Academy of Management Review, October 1994, 19:4, p.645-670.
ANDERSSON, Per; ASPENBERG, Katarina; KJELLBERG, Hans. The configuration
of actors in market practice. Marketing Theory, 8, 2008, p.67-90.
ARTS, Wil A. The New Economic Sociology of Market Reputation: a budding research
program. Tijdschrift voor Economie en Management, Vol. XLIX, 2, 2004, p.239270.
ARNOLDI, Jakob. The Richness of Markets. Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–
8), 2007a, p.91–96.
_______________; BORCH, Christian. Market Crowds between Imitation and Control.
Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–8), 2007b, p.164–180.
ASPERS, Patrik. ASPERS, Patrik.
Orderly Fashion: A Sociology of Markets.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2010.
______________. How Are Markets Made? MPIfG, Working Paper, March 2009a.
______________. Knowledge and Valuation in Markets. Theory and Society, 39 (2),
2009b, p.111-131.
_______________. The Practice of Defining Markets, A Comment on Charles W.
Smith, Canadian Journal of Sociology, 32 (4), 2007a, p.479-487.
______________. Theory, Reality and Performance in Markets, American Journal of
Economics and Sociology, 66 (2), 2007b, 179-398.
_____________. Markets, Sociology of. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan
(eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2005a,
p.427-432.
154
_____________. Status and Standard Markets in the Global Garment Industry, MPIfG,
Discussion Paper 05/10, 2005b.
BAKER, Wayne E. Market Networks and Corporate Behavior. American Journal of
Sociology, Vol.96, nº3, November 1990, p.589-625.
________________. The Social Structure of a National Securities Market. The
American Journal of Sociology, Vol. 89, nº 4, January 1984, p.775-811.
________________; FAULKNER, Robert R.; FISHER, Gene A. Hazards of the
market: the continuity and dissolution of interorganizational market relationships.
American Sociological Review, Vol 63, nº 2, April, 1998, p.147-177.
BECKERT, Jens. How Do Fields Change? The Interrelations of Institutions, Networks,
and Cognition in the Dynamics of Markets. Organization Studies, 31(05), 2010,
p.605–627.
______________. How Do Markets Change? On the Interrelations of Institutions,
Networks and Cognition in the Development of Markets. MPIfG, February 2008.
______________. The Social Order of Markets. MPIfG Discussion Paper 07/15,
December 2007 (também disponível em: The Social Order of Markets. Theory and
Society, 38, 2009, p.245-269).
______________. The Great Transformation of Embeddedness: Karl Polanyi and the
New Economic Sociology. Cologne: MPIfG, January 2007b.
______________. Trust and the Performative Construction of Markets. MPIfG,
September 2005.
______________. Beyond the Market: the social foundations of economic efficiency.
Princeton: Princeton University Press, 2002.
155
CALLON, Michel. Civilizing Markets: carbon trading between in vitro and in vivo
experiments. Accounting, Organizations and Society, 34, 2009, p.535-548.
_______________. An Essay on the Growing Contribution of Economic Markets to the
Proliferation of the Social. Theory, Culture & Society, Vol.24 (7-8), 2007, p.139-163.
_______________. Por uma Nova Abordagem da Ciência, da Inovação e do Mercado: o
papel das redes sócio-técnicas. In: PARENTE, André (org.). Tramas da rede: novas
dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2004.
_______________ (ed.). The Laws of the Markets. Oxford: Blackwell, 1998.
_______________. Introduction: The Embeddedness of Economic Markets in
Economics. In: CALLON, Michel (ed.). The Laws of the Markets. Oxford: Blackwell,
1998, p.1-57.
_______________; MUNIESA, Fabian. Les Marchés Économiques comme Dispositifs
Colletifs de Calcul. Réseaux, 122, 2003.
_______________; MÉADEL, Cécile; RABEHARISOA, Vololona. The Economy of
Qualities. Economy and Society, Volume 31, Number 2, May 2002, p.194–217.
ÇALISKAN, Koray; CALLON, Michel. Economization, part 2: a research programme
for the study of markets. Economy and Society, Volume 39, Issue 1, February 2010,
p.1-32.
CARRUTHERS, Bruce; BABB, Sarah. Economy/Society: Markets, Meanings, and
Social Structure. Thousand Oaks: Pine Forge Press, 2000.
CHANTELAT, Pascal. La Sociologie Économique des marches et sés rapports à la
microéconomie: controverses, impasses et perspectives. Cahiers Internationaux de
Sociologie, nº117, 2004, p.285-311.
156
__________________. La Nouvelle Sociologie Économique et le Lien Marchand: des
relations personelles à l’impersonnalité des relations. Revue Française de Sociologie,
43-3, 2002, p.521-556.
COLLINS, Randall. Market Dynamics as the Engine of Historical Change. Sociological
Theory, 8, 1990, p.111-135.
CORIAT, Benjamin; WEINSTEIN, Oliver. The social construction of markets. Issues
in Regulation Theory, 53, 2005, p.1-4.
DUBUISSON-QUELLIER, Sophie. Confiance et Qualité des Produits Alimentaires:
une approche par la sociologie des relations marchandes. Sociologie du Travail, 45,
2003, p.95–111.
_____________________________. Contacts et Relations au Marché chez les tres
Petites Entreprises. Réseaux, nº121, 2003/5, p.19-42.
_____________________________. Le Prestataire, le Client et le Consommateur.
Sociologie d'une relation marchande. Revue Française de Sociologie, 40-4, 1999,
p.671-688.
EVANS, Peter B. O Estado como Problema e Solução. Lua Nova, nº28/29, 1993,
p.107-156.
FRANÇOIS, Pierre. Sociologie des Marchés. Paris: Armand Colin, 2008.
FLIGSTEIN, Neil. Euroclash: The EU, European Identity, and the Future of Europe.
Oxford, UK; New York: Oxford University Press, 2008.
_______________. States, Markets, and Economic Growth. In: NEE, Victor;
SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of Capitalism. Princeton, NJ:
Princeton, University Press, 2005, p.119-143.
157
_______________. Agreements, disagreements, and opportunities in the ‘New
Sociology of Markets’. In: GUILLÉN, Mauro F.; COLLINS, Randall; ENGLAND,
Paula; MEYER, Marshall (eds.). The new economic sociology: developments in a
emerging field. New York: Russell Sage Foundation, 2002.
_______________. The Architecture of Markets: an economic sociology of 21st
century capitalist societies. Princeton: Princeton University Press, 2001.
_______________. Myths of the Market. Actes de la Recherche en Sciences Sociales,
2, 2001a, p. 23-42.
_______________. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol. 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
_______________; DAUTER, Luke. The Sociology of Markets. Annual Review of
Sociology, 33, 2007, p.105-128.
_______________; MARA-DRITA, Iona. How to make a market: reflections on the
European Union's Single Market Program. American Journal of Sociology, 102, 1996,
p.1-33.
FOURCADE, Marion. Theories of Markets and Theories of Society. American
Behavioral Scientist, 50, 2007, p.1015-1034.
GARCIA-PARPET, Marie France. A Construção Social de um Mercado Perfeito.
Estudos Sociedade e Agricultura, n.20, abril 2003 [1986], p.5-44.
GRANOVETTER, Mark. Ação Econômica e Estrutura Social: o problema da imersão.
São Paulo: RAE – eletrônica, v.6, n.1, art.9, jan/jun 2007 [1985].
HIRSCHMAN, Albert O. Rival
Interpretation of Market Society: Civilizing,
Destructive, or Feeble? Journal of Economic Literature, Vol.XX, December 1982,
p.1463-1484.
158
JACKSON, William A. On the Social Structure of Markets. Cambridge Journal of
Economics, 31, p.235-253, 2007.
KARPIK, Lucien. Valuing the Unique: the economics of singularities. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2010.
KENNEDY, Mark Thomas. Getting Counted: Media, and Reality. American
Sociological Review, Vol.73, April 2008, p.270-295.
______________________.
Behind the
One-Way Mirror: Refraction in the
Construction of Product Market Categories. Poetics 33, 2005, p.201–26.
KING, Brayden G.; PEARCE, Nicholas A. The Contentiousness of Markets: Politics,
Social Movements, and Institutional Change in Markets. Annual Review of Sociology,
36, 2010, p.249-267.
KNORR-CETINA, Karin. Capturing Markets? A Review Essay on Harrison White on
Producer Markets. Socio-Economic Review, 2 (1), 2004, p.137-147.
_____________________; BRUEGGER, Urs. Traders’ Engagement with Markets: A
Postsocial Relationship. Theory, Culture & Society, Vol. 19(5/6), 2002, p.161–185.
LEIFER, Eric M. Markets as Mechanisms: using a role structure. Social Forces,
Volume 64(2), 1985, p.442-472.
LE VELLY, Ronan. Le Commerce Équitable: des échanges marchands contre et dans le
marché. Revue Française de Sociologie, 47-2, 2006, p.319-340.
LEVIN, Peter; ESPELAND, Wendy Nelson. Pollution Futures: commensuration,
commodification, and the market for air. In: HOFFMAN, AJ; VENTRESCA, MJ (eds.).
Organizations, Policy, and the Natural Environment. Stanford, CA: Stanford
University Press, 2002, p. 119–47.
LIE, John. Sociology of Markets. Annual Review of Sociology, 23, 1997, 341-360.
159
________. Visualizing the Invisible Hand: The Social Origins of "Market" in England,
c.1550-1750. Politics and Society, 21, 1993, p.275-303.
LINDBLOM, Charles E. The Market System: What It Is, How It Works, and What To
Make of It. New Haven, CT: Yale University Press, 2001.
MACKENZIE, Donald. Material Markets: How Economic Agents are Constructed.
Oxford: Oxford University Press, 2009.
___________________. An Engine, Not a Camera, How Financial Models Shape
Markets. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.
MASSEY, Douglas S.; SANCHEZ, Magaly R.; BEHRMAN, Jere R. Of Myths and
Markets. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, 606,
July 2006, p.8-31.
ORLÉAN, André. Réflexion sur les Fondements Institutionnels de l’Objectivité
Marchande. Cahiers d’Économie Politique, nº44, 2003, p.181-196.
PREDA, Alex. Information, Knowledge, and Economic Life: an introduction to the
Sociology of Markets. Oxford: Oxford University Press, 2009.
RADAEV, Vadim. The Market as an Object of Sociological Investigation. Russian
Social Science Review, Vol.41, nº5, September-October 2000, p.23-38.
RÈME, Pétronille. El Mercado de los Economistas y el Mercado de los Sociólogos,
Cuadernos de Economía, v. XXIV, n. 43, Bogotá, 2005, páginas 13-34.
SAMUELS, Warren J. Markets and their Social Construction. Social Research, Vol.
71, Nº 2, Summer 2004.
SLATER, Don; TONKISS, Fran. Market Society: markets and modern social theory.
Cambridge and Oxford, UK; Malden, MA: Polity Press / Blackwell, 2001.
160
SOMERS, Margaret R.; BLOCK, Fred. From Poverty to Perversity: Ideas, Markets, and
Institutions over 200 Years of Welfare Debate. American Sociological Review, 70 (2),
April 2005, p.260-287.
STEINER, Philippe. A Sociologia Econômica. São Paulo: Atlas, 2006.
________________. Le Marché selon la Sociologie Économique. Revue Européenne
des Sciences Sociales, XLIII, nº132, 2005, p.31-64.
________________. A Doação de Órgãos: a lei, o mercado e as famílias. Tempo
Social, revista de sociologia da USP, v. 16, n. 2, novembro 2004, p.101-128.
SWEDBERG, Richard. Markets in Society. In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG,
Richard. The Handbook of Economic Sociology. 2nd edition. Princeton, NJ: Princeton
University Press, 2005, p.233-253.
___________________. Afterword: The Role of the Market in Max Weber’s Work.
Theory and Society, 29, 2000, p.373-384.
___________________. Markets as Social Structures. In: SMELSER, Neil J.;
SWEDBERG, Richard (eds.). The handbook of economic sociology. New York;
Princeton: Russell Sage Foundation; Princeton University Press, 1994, 255-282.
THORNTON, Patricia H. Personal Versus Market Logics of Control: a historically
contingent theory of the risk of acquisition. Organization Science, Vol.12, n3, MayJun 2001, p.294-311.
TURNER, Jonathan H. Toward a General Sociological Theory of the Economy.
Sociological Theory, 22:2, June 2004, p.229-246.
VENTRESCA, Marc J.; LEVIN, Peter. Information and Ambiguity in Markets.
Accounts, Vol.5 (1), Fall 2004.
161
WHITE, Harrison C. Identity and Control: How Social Formations Emerge. Second
Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.
_________________. Markets from Networks: socioeconomic models of production.
Princeton: Princeton University Press, 2002a.
_________________. Markets and Firms: Notes Toward the Future of Economic
Sociology. In: GUILLÉN, Mauro F.; COLLINS, Randall; ENGLAND, Paula; MEYER,
Marshall (eds.). The New Economic Sociology: developments in an emerging field.
New York: Russell Sage Foundation, 2002b, p.129-147.
_________________. Modeling Discourse in and around Markets. Poetics, 27, 2000,
p.117-133.
________________. Identity and Control: a structural theory of social action.
Princeton,NJ: Princeton University Press, 1992.
________________. Where Do Markets Come From? American Journal of Sociology,
Vol. 87, nº3, November 1981, p.517-547.
ZAFIROVSKI, Milan. Market and Society: two theoretical frameworks. Westport,
CT: Praeger Publishers, 2003.
ZELIZER, Viviana A. Dualidades Perigosas. Mana, Vol.15, n.1, 2009, p. 237-256.
__________________. Pricing the Priceless Child: the changing social value of
children. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1994 [1985].
________________. Repenser le Marché: la construction sociale du “marché aux
bébés” aux Etats-units, 1870-1930. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº94,
septembre 1992, p.3-26.
_________________. Beyond the Polemics of the Market: establishing a theoretical and
empirical agenda. Sociological Forum, 3, 1988, p. 614-634.
162
_________________. Human Values and the Market: the case of life insurance and
death in 19th-Century America. American Journal of Sociology, Vol.84, Number 3,
November 1978, p.591-610.
Mercados, atividade econômica e práticas ilegais
BAKER, Wayne E.; FAULKNER, Robert R. Social Networks and Loss of Capital.
Social Networks, 26, 2004, p.91–111.
____________________________________.
Diffusion
of
Fraud:
Intermediate
Economic Crime and Investor Dynamics. Criminology, Volume 41, Number 4, 2003,
p.1601-1634.
_____________________________________. The Social Organization of Conspiracy:
Illegal Networks in the Heavy Electrical Equipment Industry. American Sociological
Review, Vol. 58, nº6, December 1993, p.837-860.
FAULKNER, Robert R.; CHENEY, Eric R.; FISHER, Gene A.; BAKER, Wayne E.
Crime by Committee: Conspirators and Company Men in the Illegal Electrical Industry
Cartel, 1954-1959. Criminology, Volume 41, Number 2, May 2003, p.511-554.
FLIGSTEIN, Neil. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol, 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
GAMBETTA, Diego. The Sicilian Mafia: The Business of Private Protection.
Cambridge: Harvard University Press, 1993 (edição em espanhol, 2007; edição em
italiano, 1995).
_________________; REUTER, Peter. Conspiracy among the many: the mafia in
legitimate industries. In: FIORENTINI, G.; PELTZMAN, S. (eds.). The Economics of
Organized Crime. Cambridge: Cambridge University Press, 1995, p.116-136
(Reprinted In: FIELDING, N. et al. (eds.). The Economic Dimensions of Crime.
London: MacMillan Press and New York: St.Martin’s Press, 2000).
163
LOPES JÚNIOR, Edmílson. As Redes Sociais do Crime Organizado: a Perspectiva da
Nova Sociologia Econômica. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol.24, nº69,
fevereiro 2009.
MISSE, Michel. Mercados Ilegais, Redes de Proteção e Organização Local do Crime no
Rio de Janeiro. Estudos Avançados, 21 (61), 2007, p.139-157.
OLIVEIRA, Adriano. Tráfico de Drogas e Crime Organizado – Peças e Mecanismos.
Curitiba: Juruá, 2007.
_________________; ZAVERUCHA, Jorge. Tráfico de Drogas: Uma Revisão
Bibliográfica. BIB, nº 62, 2º semestre de 2006, p.5-17.
PAOLI, Letizia. Organized Crime: New Label, New Phenomenon or Policy Expedient?
International Annals of Criminology, 46 (1/2), 2008, p.37-60.
_____________. Mafia Brotherhoods: Organized Crime, Italian Style. New York:
Oxford University Press, 2003.
_____________. The Price of Freedom: Illegal Drug Markets and Policies in PostSoviet Russia. The Annals of the American Academy of Political and Social
Science, 582, July 2002, p.167-180.
PARRA, Johanna. Uma Sociologia do Business na Capital Mexicana. Tempo Social,
Vol.22, nº2, novembro 2010, p.61-78.
PINHEIRO-MACHADO, Rosana. China-Paraguai-Brasil: uma rota para pensar a
economia informal. Revista Brsileira de Ciências Sociais, Vol.23, nº67, junho/2008,
p.117-133.
PISCITELLI, Adriana. Tránsitos: circulación de brasileñas en el ámbito de la
transnacionalización
de
los
mercados
sexual
Antropológicos, Vol.15, nº31, 2009, p. 101-136.
y
matrimonial.
Horizontes
164
___________________. Entre as "Máfias" e a "Ajuda": a construção de conhecimento
sobre tráfico de pessoas. Cadernos Pagu, nº31, 2008, p.29-63.
___________________. Corporalidade em confronto: brasileiras na indústria do sexo
na Espanha. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol.22, nº64, 2007, p.17-32.
___________________.Sujeição ou Subversão: migrantes brasileira na indústria do
sexo na Espanha. História e Perspectivas, 35, Jul.Dez.2006, p.13-55.
RUGGIERO, Vincenzo; SOUTH Nigel. The Late-Modern City as a Bazaar: drug
markets, illegal enterprise and the 'barricades'. British Journal of Sociology, v.48, n.1,
March 1997, p.54-70.
ZELIZER, Viviana A. Pricing the Priceless Child: the changing social value of
children. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1994 [1985].
Mercantilização
O que é negociável e o que não é, o que pode ser considerado como mercadoria e o que
não é correto designar como mercadoria? O trabalho doméstico na esfera da própria
família deve ser remunerado? É aceitável vender listagens de e-mails para terceiros?
Tais questões evocam o fato de que os processos de mercantilização não são
meramente econômicos, são igualmente processos culturais (Spillman, 1999). Ao
analisar uma vasta gama de autores e dados sobre o período histórico norte-americano
entre meados do século 19 até décadas mais recentes, já em pleno século 20, Viviana
Zelizer (1994, 1992) procura demonstrar as mudanças de valores sociais que
permitiram profundas modificações no status social de crianças oriundas de classes
desvalidas na sociedade americana, desde o enquadramento como mão-de-obra
especialmente de meninos, no século 19, restando às crianças deficientes ou de
constituição mais fraca aguardar a morte em alguma “instituição de caridade”, até a
eclosão, no século seguinte, de um mercado legal e altamente rentável de adoção, além
da existência de mercado ilegal (black market) de bebês. A autora argumenta que
165
The case of children is only one example of the complex interaction
between the market and human values. On the one hand, there is a
dramatic expansion of the cash nexus into previously unquantifiable
aspects of social life, such as sentiments and emotions. But on the
other, is the less well understood effect of noneconomic factors that
constrain, limit, and shape money and the market (…) The process of
rationalization and commodification of the modern world has its
limits, as money and the market are transformed by the social, moral,
and sacred values. The pricing of the twentieth-century economically
worthless child is thus a test case of the “sacralization effect” of
values as a counterpart to the “commercialization effect” of money. It
shows the reduction of the most precious and intangible values to
their money equivalent, but it also demonstrates how economic
rationality and the quantification process are themselves modified.
Wrongful death awards, adoption, and insurance markets are shaped
by cultural definitions of childhood (ZELIZER, 1994, p.211-212).
Zelizer analisa, desta forma, mercados a partir da influência de dimensões ética,
religiosa, afetiva e cultural incidente na construção social de valores mercantis. Em
uma feliz observação de Marques (2003, p.36), a perspectiva de Zelizer refere-se aos
perigos resultantes dos excessos da mercantilização da vida, sem resvalar, porém, para
uma ótica moralista.
Temas relacionados: Mercados; Moral e ética em mercados
COOK, Daniel Thomas. The Commodification of Childhood: The Children’s
Clothing Industry and the Rise of Child Consumer. Durnham, NC: Duke University
Press, 2004.
ERTMAN, Martha M.; WILLIAMS, Joan C. (eds.). Rethinking Commodification:
Cases and Readings in Law and Culture. New York: New York University Press, 2005.
MARQUES, Rafael. Introdução: os Trilhos da Nova Sociologia Econômica. In:
MARQUES, Rafael; PEIXOTO, João (Orgs.). A Nova Sociologia Econômica: uma
antologia. Oeiras: Celta Editora, 2003, p.1-67.
166
SPILLMAN, Lynette. Enriching Exchange: cultural dimensions of markets. American
Journal of Economics and Sociology, 58, p.1041-1071, 1999.
THRIFT, Nigel. Re-inventing Invention: new tendencies in capitalist commodification.
Economy and Society, Volume 35, Number 2, May 2006, p.279-306.
WILLIAMS, Joan C.; ZELIZER, Viviana A. To Commodify or Not to Commodify.
That Is Not the Question. In: ERTMAN, Martha M.; WILLIAMS, Joan C. (eds.).
Rethinking Commodification: Cases and Readings in Law and Culture. New York:
New York University Press, 2005, p.362-382.
ZELIZER, Viviana A. Pricing the Priceless Child: the changing social value of
children. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1994 [1985].
________________. Repenser le Marché: la construction sociale du “marché aux
bébés” aux Etats-units, 1870-1930. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº94,
septembre 1992, p.3-26.
Moda e vestuário
Segundo Diana Crane e Laura Bovone, em razão de a definição de moda (fashion)
assumir uma variedade de significados e conotações, para acadêmicos e para o público
em geral, o termo tende antes obscurecer do que esclarecer os processos que subjazem
ao fenômeno. O conceito é frequentemente usado para se referir à maneira em que
formas específicas de cultura se disseminam. É mais frequentemente usado para
conotar estilos altamente visíveis de vestuário e, menos frequentemente, de outros tipos
de cultura material ou imaterial que são altamente valorizados em um determinado
momento. O termo 'moda' também é aplicado para sistemas que produzem novos estilos
de roupas e que buscam torná-los desejáveis para o público. Alternativamente, a moda
pode ser conceituada como um exemplo de um fenômeno mais amplo, que é a criação e
atribuição de valores simbólicos à cultura material. A partir desta perspectiva, a
Sociologia da Moda está ligada estreitamente à Sociologia do Consumo bem como há
vinculação com uma Sociologia da cultura material (vide Crane, Bovone, 2006).
Conforme as autoras, em geral, moda e vestuário, mesmo com abordagem já em
167
clássicos da disciplina – trabalhos de Simmel e Tönnies, além da economia marcada
pela crítica social e olhar antropológico de Veblen –, seriam universos neglicenciados
pela Sociologia, desinteressada que estaria em relação a estudos sobre o processo de
consumir bens, devido às associações negativas atribuídas ao consumo, a partir
notadamente da obra de Marx e sua crítica ao ‘fetichismo da mercadoria’. Outro
imaginário associado ao estudo sociológico de moda e vestuário, estaria em aspectos
como distinção de status (Veblen, 1965) e um campo rarefeito de produção material e
simbólica, caso da alta-costura (Bourdieu, Delsaut, 1975). Haveria ainda o forte
componente de gênero, que associa automaticamente moda e vestuário com o universo
feminino. Entretanto, mais do que expressão de imitação e de uma forma de
equalização social, para usar termos de Simmel, além do imaginário mítico sobre
consumismo (e não consumo) e preeminência do gênero feminino (como define
Lipovetsky, 2008), delimitação essa que se mantém válida, no caso brasileiro, ao menos
na análise da produção setorial, com 75% da produção têxtil e de vestuário em mãos
femininas, moda é um complexo processo de produção que envolve diversos tipos de
profissões e ocupações, aspectos mercantis, modelos de negócios e meios de divulgação
editorial e crítica (Aspers, 2010a, 2010b, 2006, 2005; Martinez Barreiro, 2008; Mora,
2006; Janssen, 2006). Da escolha nada ocasional de modelos para um determinado
desfile (Godart, Mears, 2009; Mears, 2010, 2008), passando pelas cadeias globais de
produção de vestuário (Aspers, 2010a; Gereffi, 2007), até as mudanças significativas
que a expansão global da produção implica (caso emblemático da fabricação chinesa
de produtos ‘made in Italy’ examinada por Segre-Reinach, 2005), moda e vestuário
compõem uma dinâmica ‘indústria cultural’, valendo-se de termo de Hirsch (1972), ou
ainda uma ‘Economia Estética’ (Entwistle, 2009, 2002). Conforme levantamento da
Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), de 2010, com números
relativos a 2009, o segmento é o quinto maior do mundo, com 30 mil empresas, 1,7
milhão de empregados e faturamento de US$ 47,4 bilhões. No cenário nacional
destaca-se igualmente que "nas últimas décadas, o circuito de alta moda fortaleceu-se
no Brasil, criando em torno de si uma série de eventos especializados e recebendo o
reconhecimento da imprensa de moda e do público em geral: não apenas de seus
consumidores como de outros tantos brasileiros que, mesmo não tendo os meios para
consumi-la, reconhecem sua legitimidade. Mais recentemente, registra-se, nesse mesmo
campo, um esforço que tem como finalidade a visibilidade internacional de marcas e de
criadores brasileiros. Em paralelo, temáticas nacionais são trazidas para dentro das
168
coleções desse prêt-à-porter de luxo, mecanismo esse visto como necessário para
identificar a moda brasileira enquanto 'autenticamente brasileira’” (Leitão, 2007,
p.227; para esta análise das ‘engrenagens da moda’ nacional, vide também Feghali,
Dwyer, 2001; Cidreira, 2005). Logo, a Sociologia da Moda (Godart, 2010), a
Antropologia da Moda ou ainda os ‘Fashion Studies’ (Kawamura, 2005) possuem
muitos aspectos de interesse para outros ramos da Sociologia: Cultura,
Profissões/Ocupações, Trabalho, Mercados e Globalização. Em relação a esse último
ramo, Aspers (2010b) argumenta que mesmo a indústria de moda e vestuário sendo
global, produtores e consumidores vivem apartados em diferentes mundos de vida, com
tal divisão resultante não somente de aspectos mercantis, mas conseqüência também de
distância física e de outras formas de distanciamento, como questões religiosas,
econômicas, lingüísticas, culturais e de desenvolvimento. Tais diferenciações causam
efeitos significativos:
We can assume that these differences have consequences. How, for
example, does the distance between marketing and design locations,
on the one hand, and production locations, on the other, influence the
design process? If one looks at the manufacturing of garments, the
industry is located in many countries across the globe. However, the
value-creating activities of branding, design and marketing are not at
all ‘global’; the value-adding activities are still protected areas of
firms, since this is the way to make big money in the industry.
Consequently, the main players in cultural industries are concentrated
in space. Moreover, the different fashion consumer markets are still
largely national, and may be extremely local, sometimes only
localized within an area of a few blocks (ASPERS, 2010, p.189).
Em direção semelhante, Diana Crane observa que no passado (século 19 e primeiras
décadas do século 20), a moda, como forma de cultura global, irradiava de um centro
(como Paris) para as periferias, às quais eram largamente localizadas, embora não
inteiramente, em países industrializados do Ocidente. Contemporaneamente, a situação
é distinta: “today, as in many other forms of global culture, fashion is dominated by,
but has no clear center in, Western culture while at the same time it continually absorbs
influences from non-Western cultures” (Crane, 2000, p.247). Manuel Castells, ao
analisar a ampliação global da esfera de negócios com o advento de redes de
169
comunicação
como
a
Internet,
ilustra
a
importância
sócio-econômica
de
empreendimentos no setor de moda e vestuário, a partir de um caso tradicional:
A Zara é uma companhia familiar espanhola, sediada em La Coruña
(Galícia), que desenha, produz e vende, em sua cadeia autorizada de
lojas, roupas prêt-à porter a preços módicos. Em poucos anos, no
final da década de 1990, a Zara saiu do nada para competir com
outras grandes cadeias de lojas de roupas, como a Gap (...) O segredo
de seu sucesso, afora bons figurinos na notável tradição da moda
galega, reside em sua estrutura em rede computadorizada. Nos pontos
de venda, os vendedores registram todas as transações num aparelho
manual programado com um modelo de criação de perfis. Os dados
são processados diariamente pelo gerente da loja e enviados ao centro
de criação em La Coruña, onde 200 estilistas trabalham com as
respostas do mercado e redesenham seus produtos em tempo real (...)
Na década de 1980, o pioneiro do modelo em rede na indústria do
vestuário,
a
Benetton,
tinha
um
ciclo
de
desenho/produção/distribuição de seis meses. Foi superada pela Gap
quando a firma americana reduziu o ciclo para dois meses. Agora, a
Zara o faz em duas semanas: é a rapidez da Internet (CASTELLS,
2003, p.64-65).
Temas relacionados: Consumo; Globalização; Mercados; Valor
ASPERS, Patrik. Orderly Fashion: A Sociology of Markets. Princeton, NJ: Princeton
University Press, 2010a.
_____________. Using Design for Upgrading in the Fashion Industry. The Journal of
Economic Geography, 10, 2, 2010b, p.167-188.
_____________. Markets in Fashion: A Phenomenological Approach. 2nd. Revised
ed. London: Routledge, 2006.
______________. Fashion, Sociology of. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan.
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2005, p.
271-272.
170
BERGAMO, Alexandre. A Experiência do Status: roupa e moda na trama social. São
Paulo: Unesp, 2007.
BOVONE, Laura. Urban Style Cultures and Urban Cultural Production in Milan:
Postmodern identity and the transformation of fashion. Poetics, 34, 2006, p.370-382.
BOURDIEU, Pierre. A Produção da Crença: contribuição para uma economia dos
bens simbólicos. 2ª ed. São Paulo: Zouk, 2004.
________________; DELSAUT, Yvette. Le Couturier et sa Griffe: contribution à une
théorie de la magie. Actes de la Recherche´ en Sciences Sociales, Vol.1, Nº1, Janvier
1975, p.7–36.
CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e
a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
CIDREIRA, Renata Pitombo. Os Sentidos da Moda. São Paulo: Annablume, 2005.
CORONA, Victor P.; GODART, Frédéric C. Network-Domains in Combat and Fashion
Organizations. Organization, Vol.17, n2, March 2010, p.283-304.
CRANE, Diana. Reflexões sobre a Moda: o vestuário como fenômeno social. In:
BUENO, Maria Lucia; CAMARGO, Luiz Octávio de Lima (orgs.). Cultura e
Consumo: Estilos de Vida na Contemporaneidade. São Paulo: Senac, 2008, p.157-178.
_____________. Fashion and its Social Agendas: class, gender, and identity in
clothing. Chicago: The University of Chicago Press, 2000. (Edição brasileira: A moda e
seu papel social: classe, gênero e identidade nas roupas. São Paulo: Senac, 2006).
_____________. CRANE, Diana. Diffusion Models and Fashion: A Reassessment. The
Annals of the American Academy of Political and Social Science, 566 (1),
November 1999, p.13–24.
171
_____________. Globalization, Organizational Size, and Innovation in the French
Luxury Fashion Industry: Production of culture theory revisited. Poetics, 24, 1997,
p.393-414.
_____________; BOVONE, Laura. Approaches to Material Culture: The Sociology of
Fashion and Clothing. Poetics, 34, 2006, p.319–333.
DURAND, José Carlos. Moda, Luxo e Economia. São Paulo: Babel, 1988.
ENTWISTLE, Joanne. The Aesthetic Economy: markets and values in clothing and
modelling. Oxford, UK; New York: Berg, 2009.
__________________. The Cultural Economy of Fashion Buying. Current Sociology,
Volume 54(5), September 2006, p.704-724.
__________________. The Aesthetic Economy. The Production of Value in the Field
of Fashion Modelling. Journal of Consumer Culture, Vol. 2(3), 2002, p.317–339.
__________________. The Fashioned Body: fashion, dress, and modern social theory.
Cambridge, UK: Polity Press, 2000.
__________________; WILSON, Elizabeth (eds.). Body Dressing. Oxford, UK; New
York: Berg, 2001.
FEGHALI, Marta Kasznar; DWYER, Daniela. As Engrenagens da Moda. Rio de
Janeiro: Senac Rio, 2001.
GEREFFI, Gary. Promessa e Desafios do Desenvolvimento. Tempo Social, Vol.19,
nº1, junho 2007, p.223-248.
GODART, Frédéric. Sociologia da Moda. São Paulo: Senac, 2010.
172
________________; MEARS, Ashley. How Do Cultural Producers Make Creative
Decisions? Lessons from the Catwalk. Social Forces, 88(2), December 2009, p.671692.
HIRSCH, Paul M. Processing Fads and Fashions: An Organization-Set Analysis of
Cultural Industry Systems. American Journal of Sociology, Volume 77, Number 4,
January 1972, p.639-659.
JANSSEN, Susanne. Fashion Reporting in Cross-National Perspective 1955–2005.
Poetics, 34, 2006, p.383–406.
KAWAMURA, Yuniya. Fashion-ology: an introduction to fashion studies. Oxford,
UK; New York: Berg, 2005.
LEITÃO, Débora Krischke. Nós, os Outros: construção do exótico e consumo de moda
brasileira na França. Horizontes Antropológicos, Vol.13, nº28, 2007, p.203-230.
LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas sociedades
modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 [1987].
MARTÍNEZ BARREIRO, Hacia um Nuevo Sistema de la Moda: El Modelo Zara.
Revista Internacional de Sociologia (RIS), Vol.LXVI, nº51, 2008, p.105-122.
MEARS, Ashley. Size Zero High-End Ethnic: Cultural production and the reproduction
of culture in fashion modeling. Poetics, 38, 2010, p.21–46.
______________. Discipline of the Catwalk. Gender, Power and Uncertainty in Fashion
Modeling. Ethnography, Vol 9(4), 2008, p.429–456.
MORA, Emanuela. Collective Production of Creativity in the Italian Fashion System.
Poetics, 34, 2006, p.334–353.
173
MOERAN, Brian. Economic and Cultural Production as Structural Paradox: the case of
international fashion magazine publishing. International Review of Sociology - Revue
Internationale de Sociologie, Vol. 18, No. 2, July 2008, p.267-281.
SEGRE-REINACH, Simona. China and Italy: fast fashion versus prêt-à-porter: towards
a new culture of fashion. Fashion Theory, 9 (1), 2005, p.43–56.
SIMMEL, Georg. Filosofia da Moda e Outros Escritos. Lisboa: Texto & Grafia, 2008.
______________. Fashion. American Journal of Sociology, 62, Nº6, May 1957,
p.541–558.
VEBLEN, Thorstein. A Teoria da Classe Ociosa: um estudo econômico das
instituições. São Paulo: Pioneira, 1965 [1899].
WHITE, Harrison C.; GODART, Frédéric C.; CORONA, Victor P. Mobilizing
Identities: Uncertainty and Control in Strategy. Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–
8), 2007, p.181–202.
Modelo de negócios
DOGANOVA, Liliana; EYQUEM-RENAULT, Marie. What Do Business Models Do?
Innovation devices in technology entrepreneurship. Research Policy, 38, 2009, p.15591570.
Moral e ética em mercados / em atividades econômicas
ASPERS, Patrik. Ethics in Global Garment Market Chains. In: STEHR, Nico;
HENNING, Christoph; WEILER, Bernd (eds.). The Moralization of the Markets.
New Brunswick, NJ: Transaction, 2006, p.287-307.
BAKER, Wayne E.; FORBES, Melissa. Moral Values and Market Attitudes. Society,
January/February 2006, p.23-26.
174
BECKERT, Jens. The Moral Embeddedness of Markets. In: CLARY, Betsy Jane;
DOLFSMA, Wilfred; FIGART, Deborah M. (eds.). Ethics and the Market: Insights
from Social Economics. London: Routledge, 2006a, p.11-25.
_____________. The Ambivalent Role of Morality on Markets. In: STEHR, Nico;
HENNING, Christoph; WEILER, Bernd (eds.). The Moralization of the Markets.
New Brunswick, NJ: Transaction, 2006b, p.109-128.
_____________. The Moral Embeddedness of Markets. Cologne: Max Planck
Institute for the Study of Societies (MPIfG) Discussion Paper, 2005.
DEMEULENAERE, Pierre. Comportement Économique et Normes du Capitalisme.
Revue Internationale des Sciences Sociales, n°185, 2005/3, p.465-476.
DOBBIN, Frank. Enron: Une Drole d'Éthique Financiere. Sciences Humaines, 2, 2006,
p.50-53.
FOURCADE, Marion; HEALY, Kieran. Moral Views of Market Society. Annual
Review of Sociology, 33, 2007, p.285-311.
PEIFER, Jared L. Morality in the financial market? A look at religiously affiliated
mutual funds in the USA. Socio-Economic Review, 9, 2011, p.235-259.
REVUE INTERNATIONALE DES SCIENCES SOCIALES. La Moralisation du
Capitalisme. Nº185, 2005/3, 172p.
SALMON, Anne. L'Offre Éthique des Entreprises. Une production du Capitalisme.
Cahiers Internationaux de Sociologie, 116 (1), 2004, p.77-96.
SWEDBERG, Richard. Capitalisme et Éthique. Comment les dispositions législatives
relatives aux conflits d’intérêts peuvent être utilisées pour prévenir les dilemmes. Revue
Internationale des Sciences Sociales, n° 185, 2005/3, p.523-534.
ZELIZER, Viviana A. Ethics in the Economy. Accounts, Vol. 7, Issue 3, Summer 2008.
175
Nova Economia Institucional e Sociologia Econômica / Instituições na Economia
Na Economia, a discussão sobre instituições também se faz presente. Em diferentes
épocas do século 20, porém com abordagens teóricas próximas, economistas como
Ronald H. Coase (1937) e Douglass C. North (1977) criticaram a ausência de análises
sobre a organização central para a economia neoclássica, ou seja, o mercado. O
primeiro argumentou que a teoria econômica de sua época estava preocupada com a
determinação dos preços num mercado e não com o próprio mercado. Coase teorizou
sobre o papel da empresa na estruturação de esferas mercantis, considerando a firma
como o empreendimento responsável pela eliminação das ‘fricções’ do mercado. Em
outros termos, conforme Coase, a empresa apresenta-se como uma estrutura de
governança, definindo vínculos e padrões. Para ele, os economistas ignoravam a
influência de instituições sociais na facilitação das trocas comerciais. A teorização de
Douglass North (1981, 1990, 2006[1994]), entre os anos de 1970 e 1990, aproximou o
diálogo entre autores institucionalistas na Economia e na Sociologia. North, ao
contrário do que propôs Oliver E. Williamson, aponta a necessidade de se considerar
sistemas de crença e troca de informação nas relações de mercado, sem se limitar
exclusivamente à análise dos custos de transação na determinação dos preços. North
(2006), entretanto, é criticado quando, ao explicar o modo como se formam e
influenciam as instituições no mercado, valer-se menos de estudos sobre vínculos
sociais e históricos do que em relação a ciências da cognição (representações mentais
dos indivíduos na estruturação e ordenação dos ambientes institucionais econômicos).
A partir de meados dos anos 1970, uma parcela expressiva da Economia apresenta de
forma mais sistemática análises de aspectos não-econômicos da atividade econômica,
com ênfase em estruturas de governança. É a obra de Oliver E. Williamson (1975,
1985, 2003) que, acerca dos custos nas transações econômicas, aprofundou a ciência
econômica de preocupações não limitadas ao cálculo racional. Na abordagem de
Williamson – inspirada na teorização de Coase sobre o papel da empresa no mercado –
, comprar, vender, firmar e executar um contrato não são meras ações mecânicas, mas
relações de confiança em que são considerados riscos e incerteza (vide também
Abramovay, 2004). Williamson propôs que nas relações entre empresas ocorrem duas
situações: ou as firmas obedecem critérios de hierarquia ou se valem de vínculos de
mercado. A primeira situação predomina em transações em que há risco na obtenção,
176
por exemplo, de direitos de propriedade, ou na execução de um contrato complexo,
demandando maior emprego de tempo e/ou recursos. Na segunda situação,
caracterizada por relações não repetitivas e de risco financeiro mais baixo, como
comprar um relógio numa loja, é dominante a forma mercado. Williamson buscou em
trabalhos posteriores (1981, 1985, 2003) refinar sua perspectiva, mas já seu primeiro
trabalho causou ampla repercussão e polêmica, especialmente na Sociologia
americana. A crítica mais contundente a Williamson é encontrada na obra de Mark
Granovetter (1985, 2007), em ensaio que se tornou o manifesto-fundador da chamada
Nova Sociologia Econômica (NSE). Para Granovetter, Williamson se equivocou
sobretudo em apontar o papel decisivo de estruturas sociais nas relações
hierarquizadas dentro de organizações empresariais, o que não mereceu igual
tratamento em relação a vínculos mercantis, como se não existisse qualquer
sociabilidade no mercado. Outra crítica de Granovetter sobre a chamada Nova
Economia Institucional (NIE, na sigla em inglês) e que tem como expoentes Williamson
e Douglass North e inspiradas nos trabalhos de Herbert Simon e notadamente Ronald
Coase (1991, 1988a, 1988b) – todos agraciados com o Nobel de Economia – é o fato
das instituições serem vistas como mero instrumento para assegurar a eficiência
econômica, deixando-se de lado os contextos histórico e local dessas mesmas
instuições. Todavia, a argumentação de Williamson foi bem acolhida por economistas e
saudada em parte por sociólogos, décadas mais tarde. Como assinala John Lie:
New institutional economics inspired by Coase’s theory of the firm,
has also sought to overcome the limitations of orthodox economics. In
considering transaction costs, they incorporate the assumption of
bounded rationality and regard the firm as a governance structure
(LIE, 1997, p.345)
As idéias de Coase e de Williamson continuam a ter influência. No âmbito dos estudos
voltados para a estruturação institucional de mercados, uma das obras mais
expressivas encontra-se em John McMillan (2004), autor neozelandês que propõe
analisar toda forma mercantil a partir do que conceitua como desenho de mercado:
A troca é ‘uma das mais puras e mais primitivas formas de
socialização humana’, escreveu Georg Simmel em 1900; ela cria ‘uma
sociedade no lugar de uma mera coleção de indivíduos’. Um mercado
é uma construção social, e para funcionar com eficiência ele precisa
177
ser bem construído. A expressão ‘desenho de mercado’ refere-se aos
métodos de transacionar e aos artifícios que permitem que as
transações se façam sem problemas. O desenho de mercado consiste
nos mecanismos que organizam a compra e venda; nos canais para o
fluxo de informação; nas leis e regulamentações governamentais que
definem os direitos de propriedade e sustentam os contratos; e na
cultura de mercado, suas normas auto-reguladoras, códigos e
convenções que governam o comportamento. Embora o desenho não
controle o que acontece no mercado – como já dissemos, a chave de
tudo é a livre decisão –, ele formata e apóia o processo de transação
(McMILLAN, 2004, p. 15).
Neste último argumento de McMillan, evidencia-se a preocupação do autor em
ressalvar o papel não exclusivo de insituições como o Estado, em seus componentes
político e legal-burocrático, na estruturação de mercados, conferindo também peso ao
desempenho de atores sociais que atuam diretamente em um dado mercado, caso de
empresários, vendedores, intermediários de transações e consumidores. Para
McMillan, “mercados funcionais dependem de uma mistura judiciosa de controles
formais e informais. Embora o governo ajude a estabelecer as regras para o mercado,
isto acontece também com os participantes do mercado. Uma economia não pode ser
desenhada de cima” (McMillan, 2004, p. 208). A assertiva é claramente inspirada em
North (2006, 1990), que avalia o caráter necessariamente assimétrico dos mercados,
resultante especialmente da dificuldade de se mensurar com adequação (tal como nas
abstrações da Economia neoclássica) o custo de uma transação no mercado:
O custo de uma transação decorre dos altos custos da informação e do
fato de que as partes de uma transação detêm informações de forma
assimétrica. Em vista disso, embora os atores criem instituições para
estruturar as interações humanas, o resultado será sempre uma certa
medida de imperfeição nos mercados (...) Os casos de sucesso na
história
econômica
descrevem
inovações
instittucionais
que
reduziram os custos de transação e permitiram maiores ganhos
comerciais, levando à expansão do mercado. Mas essas inovações, na
maioria dos casos, não criaram as condições necessárias para o
estabelecimento
de
mercados
eficientes
neoclássico” (NORTH, 2006, p.18).
segundo
o
modelo
178
Temas relacionados: Contrato
ABRAMOVAY, Ricardo. Entre Deus e o Diabo: mercados e interação humana nas
ciências sociais. Tempo Social, Vol 16, nº 2, 2004.
COASE, Ronald. Contracts and the Activities of Firms. Journal of Law and
Economics, 34, 1991, p.451-452.
______________. The Firm, the Market, and the Law. Chicago: University of
Chicago Press, 1988a.
______________. The Nature of the Firm. Journal of Law, Economics, and
Organization, 1988b, p.3-47.
DEQUECH, David. The New Institutional Economics and the Theory of Behaviour
under Uncertainty. Journal of Economic Behavior & Organization, Vol.59(1), 2006,
p.109-131.
FURUBOTN, Eirik G.; RICHTER, Rudolf. Institutions and Economic Theory: The
Contribution of the New Institutional Economics, 2nd ed. Ann Arbor: University of
Michigan Press, 2005.
HODGSON, Geoffrey. What are Institutions? Journal of Economic Issues, Vol. XL,
n.1, March 2006.
__________________. A Evolução das Instituições: uma agenda para pesquisa teórica
futura. Econômica, Vol.3, nº1, junho 2001, p.97-125.
__________________. Economia e Instituições: manifesto para uma economia
institucionalista moderna. Oeiras: Celta Editora, 1994.
McMILLAN, John. A Reinvenção do Bazar: uma história dos mercados. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2004.
179
NEE, Victor. The New Institutionalisms in Economics and Sociology. In: SMELSER,
Neil; SWEDBERG, Richard (eds). The Handbook of Economic Sociology. Second
edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
NORTH, Douglass C. Custos de Transação, Instituições e Desempenho Econômico.
Rio de Janeiro: Instituto Liberal; Instituto Millenium, 2006 [1992].
__________________. Institutions. Journal of Economic Perspectives, Volume 5,
Number 1, Winter 1991, p.97-112.
__________________.
Institutions,
Institutional
Change
and
Economic
Performance. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
__________________. Structure and Change in Economic History. New York:
W.W. Norton & Company, 1981.
__________________. Markets and Other Allocations Systems in History: the
challenge of Karl Polanyi. Journal of European Economic History, n. 6, 1977, p. 703716.
RICHTER, Rudolf. The New Institutional Economics – Its Start, Its Meaning, Its
Prospects. The European Business Organization Law Review, 6, 2005, p.161–200.
WILLIAMSON, Oliver E. The Economic Institutions of Capitalism: firms, markets,
relational contracting. New York: Free Press, 1985 (edição mexicana: Las
Instituciones Económicas del Capitalismo. Mexico: Fondo de Cultura Econômica,
1985).
_____________________.
Markets
and
Hierarchies:
analysis
and
antitrust
implications. New York: Free Press, 1975. (edição alternativa: Mercados y Jerarquías:
su análisis. Fondo de Cultura Económica, 1991).
Organizações
180
As organizações emergem como um campo reconhecido para o estudo científico
durante os anos 1950, como ressalva Scott (2004). O autor destaca que, em período
recente, os especialistas no ramo de teoria das organizações se aproximam das
abordagens de outros campos disciplinares da Sociologia, tais como a Sociologia
Econômica e a Sociologia da Cultura.
Temas relacionados: Empreendedorismo; Instituições; Mercados; Poder
BABB, Sarah. The IMF in Sociological Perspective: A Tale of Organizational Slippage.
Studies in Comparative International Development, Vol. 38, N2, Summer 2003, p.327.
BARON, James N.; HANNAN, Michael T. The Economic Sociology of Organizational
Entrepreneurship: Lessons from the Stanford Project on Emerging Companies. In: NEE,
Victor; SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of Capitalism.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.168-203.
BECKERT, Jens. Institutional Isomorphism Revisited: Convergence and Divergence in
Institutional Change. Sociological Theory, 28 (2), June 2010, p.150-166.
______________. Agency, Entrepreneurs, and Institutional Change. The role of
strategic choice and institutionalized practices in organizations. Organization Studies,
20/5, 1999, p.777-799.
BIGGART, Nicole Woolsey. Charismatic Capitalism: Direct Selling Organizations in
America. Chicago: University of Chicago Press, 1989.
CALDAS, Miguel P.; BERTERO, Carlos Osmar (coords.). Teoria das Organizações.
São Paulo: Atlas, 2007 (Série RAE-Clássicos).
CASTILLA, Emilio J. Mérito y Discriminación dentro de las Organizaciones:
diferencias en la evaluación y retribución de empleados/as según género y origen étnico.
Revista Española de Investigaciones Sociológicas (Reis), nº129, 2010, p.61-105.
181
DAVIS, Gerald F. Organization Theory. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan
(eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge,
p.484-488.
DIMAGGIO, Paul J.; POWELL, Walter W. The Iron Cage Revisited: institutional
isomorphism and collective rationality in organization fields. American Sociological
Review, 48, 2, April 1983, p.147-160 (tradução: DIMAGGIO, Paul J.; POWELL,
Walter W. Jaula de Ferro Revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva
nos campos organizacionais. In: CALDAS, Miguel P.; BERTERO, Carlos Osmar
(coords.). Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas, 2007, p.117-142 (Série RAEClássicos).
HANNAN, Michael T. Ecologies of Organizations: Diversity and Identity. Journal of
Economic Perspectives, Volume 19, Number 1, Winter 2005, p.51-70.
__________________; FREEMAN, John H. The Population Ecology of Organizations.
American Journal of Sociology, 82, 1977, p.929-964 (Tradução: HANNAN, Michael
T.; FREEMAN, John. Ecologia de População das Organizações. In: CALDAS, Miguel
P.; BERTERO, Carlos Osmar (coords.). Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas,
2007, p.154-190.
HAVEMAN, Heather A.; KEISTER, Lisa A. The Effects of Domain Overlap and NonOverlap on Organizational Performance,Growth and Survival. In: DOBBIN, Frank
(ed.). The Sociology of the Economy. New York: Russell Sage Foundation, p.228-264.
HIRSCHMAN, Albert O. Saída, Voz e Lealdade: reações ao declínio de firmas,
organizações e estados. São Paulo: Perspectiva, 1973.
LAZEGA, Emmanuel. Analyse de Réseaux et Sociologie des Organisations. Revue
Française de Sociologie, 35-2, 1994, p.293-320.
182
MEYER, John W.; ROWAN, Brian. Institutionalized Organizations: Formal Structure
as Myth and Ceremony. In: DOBBIN, Frank. The New Economic Sociology: A
Reader. Princeton: Princeton University Press, 2004 [1977], p.86-110.
MISOCZKY, Maria Ceci. O Isomorfismo Normativo e a Análise de Organizações de
Saúde. RAE eletrônica, Vol.4, nº1, 2005.
Organizing America: Wealth, Power, and the Origins of
PERROW, Charles.
Corporate Capitalism. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
_________________. Una Sociedad de Organizaciones. Revista Española de
Investigaciones Sociológicas (REIS), nº59, Julio-Septiembre 1992 [1991], p.19-55.
POWELL, Walter W.; DIMMAGIO, Paul (eds.). The New Institutionalism in
Organizational Analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991 (edição
mexicana: El Nuevo Institucionalismo en el Análisis Organizacional. Mexico: Fondo
de Cultura Económica, 1999).
SCHNEIBERG, Marc; BARTLEY, Tim. Organizations, Regulation, and Economic
Behavior: regulatory dynamics and forms from the Nineteenth to Twenty-First Century.
The Annual Review of Law and Social Science, 31, July 2008.
SCOTT, W. Richard. Reflections on a Half-Century of Organizational Sociology.
Annual Review of Sociology, 30, 2004, p.1-21.
__________________. Institutions and Organizations. 2nd ed. London/Thousand
Oaks, CA: Sage, 2001.
STINCHCOMBE, Arthur L. Information and Organizations. Berkeley, CA:
University of California Press, 1990.
VIEIRA,
Marcelo
Milano
Falcão;
CARVALHO,
Cristina
Amélia
Organizações, Instituições e Poder no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
(Orgs.).
183
UZZI, Brian. The Sources and Consequences of Embeddedness for the Economic
Performance of Organizations: the network effect. American Sociological Review,
March 2000.
WHITLEY, Richard. The Social Construction of Organizations and Markets: the
Comparative Analysis of Business Recipes. In: DOBBIN, Frank. The New Economic
Sociology: A Reader. Princeton: Princeton University Press, 2004, p.162-187.
Órgãos e sangue humano, Mercado de,
CHAUVEAU, Sophie. Between Gift and Commodity: Blood Products in France.
Economic Sociology - The European Electronic Newsletter, Volume 11, Number 1,
November 2009, p.24-28.
HEALY, Kieran. Last Best Gifts: Altruism and the Market for Human Blood and
Organs. Chicago: University of Chicago Press, 2006.
_______________. Embedded Altruism: Blood Collection Regimes and the European
Union’s Donor Population. American Journal of Sociology, Volume 105, Number 6,
May 2000, p.1633–1657.
STEINER, Philippe. La Transplantation d'Organes: un commerce nouveau entre les
êtres humains. Paris, Gallimard, 2010.
________________. Beyond the Fronteer of the Skin: Healy on Blood, Organs and
Altruism. Socio-Economic Review, 6(2), 2008, p.365-378.
________________. A Doação de Órgãos: a lei, o mercado e as famílias. Tempo
Social, Vol.16, nº2, novembro 2004, p.101-128.
Pareto, Vilfredo
Vilfredo Pareto (1848-1923), economista e sociólogo italiano, em um primeiro
momento, pode ser lembrado, por economistas, pela famosa formulação sobre
184
distribuição de renda designada por “Ótimo de Pareto”. Para sociólogos e cientistas
políticos, o autor pode ser evocado por sua teoria das elites, em que a História é o
cemitério da aristocracia, além da crítica frontal a princípios marxistas, como a visão
equivocada sobre lutas de classes, já que classe não são homogêneas, sendo o correto
tratar de grupos de interesse. Pareto pode ser lembrado ainda pela sua trajetória de
professor radicado na Suíça, substituto de Walras, até o momento, ao final da vida,
quando, ausente, o rico aristocrata é definido por Benito Mussolini como senador
pérpetuo do Estado (fascista) italiano. Tudo isso é de relevância para a Sociologia
Econômica recente. E bem mais do que isso em relação ao legado de Pareto.
Temas relacionados: Clássicos; Talcott Parsons; Protecionismo
ASPERS, Patrik. Vilfredo Pareto. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006, p.502503.
_____________. Crossing the Boundaries of Economics and Sociology: The Case of
Vilfredo Pareto. American Journal of Economics and Sociology, Vol. 60, nº2, April
2001, p.519-545.
DALZIEL, Paul; HIGGINS, Jane. Pareto, Parsons, and the Boundary between
Economics and Sociology. American Journal of Economics and Sociology, Vol. 65,
No. 1, January 2006, p.109-126.
GISLAIN, Jean-Jacques; STEINER, Philippe. La Sociologie Économique 1890-1920:
Émile Durkheim, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter, François Simiand, Thorstein
Veblen et Max Weber. Paris: PUF, 1995.
PARETO, Vilfredo. Manual de Economia Política. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
________________. Escritos Sociológicos. Madrid: Alianza, 1987.
________________. Os Sistemas Socialistas. In: RODRIGUES, José Albertino (org.).
Vilfredo Pareto: Sociologia. São Paulo: Ática, 1984, p.112-164.
185
Parsons, Talcott
A justificativa para a inserção aqui da obra máxima da fase inicial de Talcott Parsons
(1902-1979), A Estrutura da Ação Social (2010[1937]), é que nesta obra o sociólogo
norte-americano sintetiza a influência de autores clássicos da Sociologia e da
Economia: Weber, Durkheim, Marshall e Pareto, sendo que deste último, Parsons
apreende a noção de sistema. Já nos anos 1950 e 1960, Talcott Parsons e seu discípulo
Neil J. Smelser (vide Smelser, 1968; Beckert, 2002; Swedberg, 2005; 2005a) dedicamse em profundidade à teorização sociológica sobre a atividade econômica. Para
Parsons, uma economia não poderia ser puramente econômica, pois se tratava de um
subsistema social. Na trilha em parte da teorização weberiana, Parsons não propôs
uma redefinição da Economia, sendo seu objetivo indicar questões para a Sociologia
Econômica complementar a teoria econômica (vide Beckert, 2002), embora Swedberg
(2005) observe que Max Weber e Talcott Parsons não tinham em mente a mesma
definição de complemento à Economia, visto que o autor americano, quando se tratava
de Economia, era notadamente influenciado por Marshall e Pareto e não Weber. Em
um texto recente, Smelser (2005) aborda detidamente a Sociologia Econômica
parsoniana, com o discípulo resgatando sua longa colaboração com a teorização de
Parsons acerca da temática, desde a publicação em conjunto da obra Economia e
Sociedade (1956) até pouco tempo antes da morte do mestre, em 1979. Conforme
Smelser (2005, p.247-248), em um perspectiva inicial, Parsons representa os fatores
econômicos como apenas um elemento de amplo conjunto de fatores analíticos (ou
aspectos ou variáveis), que se combinam para produzir resultados empíricos. Tais
fatores nunca foram plenamente categorizados, e os caminhos pelos quais poderiam
interagir nunca foram adequadamente formulados, ressalva Smelser. Para este, o
resíduo disso é uma perspectiva válida que, entretanto, permaneceria ainda bastante
indeterminada. Segundo Smelser, o esquema AGIL da teoria parsoniana fornece um
instrumento onde os fatores envolvidos na vida econômica e não-econômica passam a
ser então formulados como subsistemas de um sistema social mais amplo. Neste ponto,
convém recordarmos que no esquema AGIL as quatro letras correspondem a funções
que qualquer sistema é forçado a cumprir para se reproduzir: o A responde pela função
de adaptação do sistema ao seu meio (função identificada com a Economia); o G pela
efetivação das metas (goals) que o sistema se impõe (função vinculada à Política); o I
pela integração do sistema (função atribuída ao aparato legal-jurídico); e o L responde
186
pela latência dos padrões que estabeleciam os valores gerais para todo o sistema
(função da cultura). Os subsistemas (de que a economia é um) são, portanto, em
número determinado (um correspondente a cada um dos quatro problemas funcionais).
Além disso, na identificação destes subsistemas analíticos como tais, torna-se mais fácil
de conceber os tipos de relações que se podem obter entre os mesmos. Finalmente, uma
vez que cada um dos subsistemas podem ser analisados em sub-subsistemas,
possibilita-se valorizar as estruturas e processos adequados a cada um dos subsistemas
e as relações entre os mesmo. Smelser considera essa mudança de "fatores" para
"sistemas", identificadas no âmbito de um quadro teórico, um passo importante na
direção de maior aprofundamento da teorização. De acordo com ele, as ramificações
teóricas dessa mudança foram muitas, permitindo formular as relações entre os
subsistemas em termos de uma troca (exchange) entre os mesmos, na qual os produtos
típicos ou saídas do ponto de vista de um deles proveriam recursos para os demais, e
vice-versa. Desta maneira, observa Smelser, é possível reexaminar os célebres "fatores
de produção” econômicos (terra, trabalho, capital e organização), para identificar as
suas fontes em outros sistemas da sociedade e assim identificar os resultados da
economia em termos de seus contextos na política, no sistema de integração e no
sistema de latência. Ao considerar os limites de trocas, Smelser nota que Parsons e ele
desenvolveram a idéia da mediação de uma dupla troca entre a economia e outros
subsistemas sociais. Por exemplo, a troca entre o trabalho, por um lado, e bens de
consumo e serviços (o intercâmbio entre a economia e o sistema de latência), por outro
lado, não foi uma troca direta de uma sociedade diferenciada, mas facilitada por um
mecanismo intermediário (neste caso, o dinheiro) que permitiu o afastamento de trocas
do tipo barganha para formas mais flexíveis (salário pelo trabalho, pagamentos em
dinheiro por itens de consumo). Logo, Parsons e Smelser tratam o dinheiro como um
recurso generalizado, e analisaram a sua importância para todas as fronteiras da
economia. A idéia da dupla troca conduziu os autores a duas direções adicionais. Em
primeiro lugar, buscaram re-interpretar a obra dos economistas clássicos como Keynes
e Schumpeter como consistindo, em grande parte, de variações e modificações de
hipóteses balizadoras em que os limites dos subsistemas sociais intercambiavam-se com
a economia e com a análise das implicações destas modificações. Em segundo lugar, os
autores despertaram atenção para mecanismos intermediários, os quais denominaram
meios generalizados de troca (generalized media exchange), desenvolvendo ambos uma
classificação dos principais tipos desses meios (dinheiro, poder, influência e
187
compromissos de valor, de acordo com cada subsistema), além da elaboração de um
sistema de sete níveis de níveis de generalidade de comprometimento desses recursos.
Cada um dos meios generalizados de troca tornou-se, conforme Smelser, objeto de
análise independentes por Parsons nos anos seguintes à publicação de Economia e
Sociedade. Em O sistema das sociedades modernas, Parsons aborda, entre outros
temas, a vinculação entre dinheiro e mercados:
A diferenciação de estruturas autônomas exige o desenvolvimento de
um meio monetário generalizado, juntamente com um sistema de
mercado. O dinheiro e o mercado atuam onde existe uma divisão de
trabalho suficientemente complexa e onde as esferas de ação são
suficientemente diferenciadas de imperativos políticos, comunitários
ou morais. Entre os mecanismos generalizados de intercâmbio
societário, o do dinheiro e dos mercados é o que está menos
diretamente ligado à ordem normativa, pois se centraliza na
comunidade societária. Por isso, a racionalidade prática é regulada
principalmente por normas institucionais, acima de tudo pelas
instituições de contrato e propriedade que têm outras bases de sanção
(PARSONS, 1974 [1971], p.30).
Neil Smelser, ao longo da década de 1960, ao passo que seguiu o pensamento
parsoniano em sua abordagem sobre normas e instituições (Smelser, 1995 [1963]),
ampliou a perspectiva em relação aos vínculos entre sociedade e economia. Em sua
sociologia da vida econômica (Smelser, 1968 [1963], p.62), o autor norte-americano
definou a Sociologia Econômica como um ramo das Ciências Sociais voltado ao
entendimento de como normas, convenções, papéis e coletividades sociais influem
sobre esferas econômicas. Nesta obra, Smelser apresenta considerações teóricas e
analíticas sobre uma ampla gama de temas como, para citar apenas alguns,
organização industrial e de trabalhadores, profissões, status no mundo dos negócios e
mercado e ação de empresários. Em relação a este último, Smelser afirma que
Em certo sentido, o mercado de empresários é um mercado de
trabalho. Todavia, a contribuição deste tipo de trabalho é
suficientemente característica para merecer um tratamento especial.
Ao contrário do que acontece com muitos trabalhadores, o empresário
188
corre um risco ao reorganizar os fatores de produção (SMELSER,
1968, p.163).
Para a análise sociológica da atuação de empresários no mercado, Smelser argumenta
que devem ser considerados alguns determinantes como personalidade, cultura, fatores
sociais (por exemplo, distanciamento simbólico e de status de outras esferas sociais) e
fatores econômicos (por exemplo, lucros, recompensas políticas e de prestígio. O autor,
no entanto, ressalva que “o que é preciso para a análise do empresariado é, não só
uma lista maior de determinantes, como também sua combinação em configurações
características; somente assim podem tornar-se mais precisas as explicações da
ocorrência diferente do empresariado” (Smelser, 1968, p.166). Ao resgatarmos a
fortuna crítica de Parsons, observamos que Richard Swedberg (2005) procura
demonstrar que o autor se ateve menos às discussões de Weber sobre fenômenos
propriamente econômicos, direcionando sua atenção mais para outras questões do
corpus weberiano – precisamente em Economia e Sociedade – como a discussão acerca
da dominação. A opção de Parsons em classificar a economia como mero subsistema
da sociedade também é criticada pela Sociologia Econômica americana em período
mais tarde, notadamente por Mark Granovetter a partir dos anos 1980. Granovetter
(1990a) observa ainda que a abordagem sociológica da Economia por Parsons se
resume a poucos seguidores. Viviana Zelizer (2007, p.1061) observa ainda que apesar
de clássicos como Marx, Durkheim, Weber e Simmel terem dedicado especial atenção
ao papel social do dinheiro, a Sociologia passou ao largo dessa discussão no decorrer
da maior parte do século 20. Em relação à abordagem parsoniana do dinheiro como
uma linguagem simbólica, Zelizer a considera como restrista ao simbolismo do
dinheiro pela ótica do domínio econômico. Outros autores, além de Smelser no texto
citado, recentemente avaliam a contribuição de Parsons para a Sociologia Econômica,
caso de Keister (2002), Ingham (1998), Beckert e Janoski (2006), Velthuis (1999),
Zafirovski (2006), Kangas (2009) e Graça (2006). Em relação à obra do próprio
Smelser nos anos 1960, ressalva-se que mesmo com o autor não chegando a produzir
novas linhas de pesquisa, o esforço dele ajuda a consolidar, a partir da década citada,
a Sociologia Econômica como um subcampo nas mentes de acadêmicos e nos
currículos de faculdades e universidades norte-americanas (Smelser, Swedberg, 2005,
p.14). Empreendimentos intelectuais e acadêmicos do autor em colaboração com o
sociólogo italiano Alberto Martinelli (vide Serafim e Leao, 2007) e com Richard
189
Swedberg (as duas edições de Handbook of Economic Sociology, em 1994 e 2005)
atestam esse seu papel fundamental.
Temas relacionados: Dinheiro; Vilfredo Pareto; Sociologia Econômica
BECKERT, Jens. Beyond the Market: the social foundations of economic efficiency.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2002.
______________; JANOSKI, Lissa. Interpenetration versus Embeddedness: the
premature dismissal of Talcott Parsons in the new economic sociology. American
Journal of Economics and Sociology, Vol.65, nº1, 2006, p.161-188.
CUISENIER, Jean. Sur l'Action Économique. Revue Française de Sociologie, 10-1,
1969, p.575-584.
DOMINGUES, José Maurício. A Sociologia de Talcott Parsons. 2ª edição. São Paulo:
Annablume, 2008.
GRAÇA, João Carlos. A Divisória Economia-Sociologia: o custo de Parsons enquanto
“empresário social acadêmico”. Socius Working Papers, nº 7, 2006.
GRANOVETTER, Mark. The Old and the New Economic Sociology. In:
FRIEDLAND, R.; ROBERTSON, A. F. (eds.). Beyond the marketplace. New York:
Aldine de Gruyter, 1990, p.89-112.
HOLTON, Robert J. Talcott Parsons and the Integration of Economic and Sociological
Theory. Sociological Inquiry, Volume 61, Issue 1, 1991, p.102-114.
________________. Talcott Parsons on Economy and Society. London: Routledge,
1986.
INGHAM, Geoffrey. On the Underdevelopment of the Sociology of Money. Acta
Sociologica, 41(1), 1998, p.3–18.
190
KANGAS, Risto. The Market, Values and Coordination of Actions. From Value
Integration to Libertas Indifferentiae. Journal of Classical Sociology, Vol 9(3), 2009,
291–318.
KEISTER, Lisa A. Financial Markets, Money, and Banking. Annual Review of
Sociology, 28, 2002, p.39-61.
PARSONS, Talcott. A Estrutura da Ação Social. 2vols. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010
[1937].
________________. O Sistema das Sociedades Modernas. São Paulo: Pioneira,
1974[1971].
________________; SMELSER, Neil J. Economy and Society: a study of economic
and social theory. London: Routledge, 1998 [1956].
SERAFIM,
Maurício
C.;
LEAO,
Isabela.
Uma
Perspectiva
Italiana
do
Empreendedorismo: Entrevista com Alberto Martinelli. RAE - eletrônica, v.6, nº2,
jul./dez. 2007.
SMELSER, Neil J. Parson’s Economic Sociology and Its Extension to the Global
Economy. Journal of Classical Sociology, Vol.5 (3), 2005, p.245-266.
_______________; SWEDBERG, Richard. Introducing Economic Sociology. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard. The Handbook of Economic Sociology.
Second Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.3-25.
SWEDBERG, Richard. Max Weber e a Idéia da Sociologia Econômica. Rio de
Janeiro; São Paulo: UFRJ; Beca, 2005 [1998].
VELTHUIS, Olav. The Changing Relationship between Economic Sociology and
Institutional Economics: From Talcott Parsons to Mark Granovetter. American
Journal of Economics and Sociology, 58 (4), October 1999, p.629-649.
191
ZAFIROVSKI, Milan. Parsonian Economic Sociology: bridges to Contemporary
Economics. American Journal of Economics and Sociology, 65 (1), 2006, p.75-107.
ZELIZER, Viviana A. Pasts and Futures of Economic Sociology. American
Behavioral Scientist, Volume 50, Number 80, April 2007, p.1056-1069.
Performatividade, performação
O ramo performativo considera a ação econômica como um resultado de processos de
cálculo, envolvendo tecnologias e artefatos empregados por atores sociais em
mercados, como as próprias teorias econômicas, visto que a aplicação do
conhecimento econômico (Economics) performa a atividade econômica (Economy), em
um processo denominado de Economicização (Çaliskan, Callon, 2009). Michel Callon
(1998), o principal nome da corrente da performatividade ou, denominação mais
recente, performação (Callon, 2009) argumenta que não faz sentido apresentar “leis de
mercados” como algo pronto e universal, já que as mesmas são resultantes de
contingências.
Na argumentação de Callon (2004, p.75), “o mercado é uma
construção e uma reconstrução permanente, é uma construção coletiva que supõe
negociações, interações e aprendizados (...) Não se entra em um universo estruturado,
que se impõe a todos. Constrói-se o mercado, ou seja, elabora-se em comum os
produtos, o que será a oferta e o que será a demanda, mas também quais serão os
papéis desempenhados por cada um na concepção, na produção e na distribuição dos
bens e dos serviços. Nesse modelo, o mercado está em constante emergência”. Em
outro texto (2005), escrito com Fabian Muniesa, Callon avalia os mercados como
dispositivos coletivos que possibilitam compromissos a serem alcançados, não só sobre
a natureza dos produtos a produzir e distribuir, mas também sobre o valor conferidos
aos mesmos. Conforme os autores, tal resultado é notável, considerando que a situação
original é muitas vezes ambígua, frequentemente envolvendo um grande número de
agentes com idéias e interesses conflitantes, e que a qualidade e características dos
bens são muitas vezes extremamente incertas. Segundo Callon e Muniesa, a eficácia
dos mercados decorre do fato de tornar possíveis cálculos complexos e que estes
produzem soluções práticas para problemas que não poderiam, de outra forma, serem
resolvidos através da reflexão puramente teórica. Se os mercados são de cálculo, deve
ser possível identificar a entidade ou entidades que efetivamente detêm a
192
responsabilidade para o cálculo, a fim de responder à simples pergunta: quem (ou o
que) realmente calcula (e como) quando dizemos que "o mercado" calcula? Observa-se
que, para os autores, cálculo não significa, necessariamente, executar operações
matemáticas ou mesmo numéricas, já que cálculo começa por estabelecer distinções
entre as coisas ou estados do mundo, e imaginando e estimando cursos de ação
associados com essas coisas ou estados, bem como as suas consequências.
Temas relacionados: Mercados
ASPERS, Patrik. Performativity, Neoclassical Theory and Economic Sociology,
European Economic Sociology: Electronic Newsletter, Vol , 2:33-39, 2005.
CALLON, Michel. A Coperformação das Ciências e da Sociedade. Política &
Sociedade, nº14, abril de 2009a, p383-406.
_______________. The Laws of the Markets. Oxford: Blackwell, 1998
_______________. Introduction: The Embeddedness of Economic Markets in
Economics. In: CALLON, Michel (ed.). The laws of the markets. Oxford: Blackwell,
1998, p.1-57 (Espanhol: Los Mercados y la Performatividad de las Ciencias
Económicas. Apuntes de Investigación, nº14, 2008, p.11-68).
_______________; MUNIESA, Fabian. Economic Markets as Calculative Collective
Devices. Organization Studies 26(8), 2005, p.1229–1250.
ÇALISKAN, Koray; CALLON, Michel. Economization, part 2: a research programme
for the study of markets. Economy and Society, Volume 39, Issue 1, February 2010,
p.1-32.
________________________________. Economization, part 1: shifting attention from
the economy towards processes of economization. Economy and Society, Vol. 38,
Number 3, August 2009, p.369-398.
193
CHIAPELLO, Eve. Accounting at the Heart of the Performativity of Economics.
Economic Sociology - The European Electronic Newsletter. Volume 10, Number 1,
November 2008, p.12-15.
FRIDMAN, Daniel. La Creación de los Consumidores en la Última Dictadura
Argentina. Apuntes de Investigación, nº14, 2008, p.71-92.
KJELLBERG, Hans; HELGESSON, Claes-Fredrik. On the Nature of Markets and their
Practices. Marketing Theory, 7 (2), 2007, p.137-162.
_________________________________________. Multiple Versions of Markets:
multiplicty and performativity in market practice. Industrial Marketing Management,
35 (7), 2006, p.839-855.
MACKENZIE, Donald. An Equation and its Worlds: Bricolage, Exemplars, Disunity
and Performativity in Financial Economics. Social Studies of Science, 33/6, December
2003, p.831-868.
___________________; MUNIESA, Fabian; SIU, Lucia (eds.). Do Economists Make
Markets? On the Performativity of Economics. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 2007.
MUNIESA, Fabian. The Problem with Economics: naturalism, critique and
performativity. Centre de Sociologie de L’Innovation, Ecole des Mines de Paris.
Papiers de Recherch es du CSI / CSI Working Papers Series, nº020, 2010, 21p.
________________; CALLON, Michel. La Performativité des Sciences Économiques.
Centre de Sociologie de L’Innovation, Ecole des Mines de Paris. Papiers de
Recherches du CSI / CSI Working Papers Series, nº010, Février 2008, 25p.
Pobreza
Densa vida financeira de famílias pobres. Preço da pobreza. Formação de mercado de
finanças no Sertão da Bahia. Sociologia Econômica da pobreza crônica. Para iniciados
194
na área de Sociologia Econômica estas expressões, encontradas na literatura que
segue, podem soar como absurdas. E não são. Porém, antes do aprofundamento dessas
questões, é necessário ter em mente uma definição mínima de pobreza. Na Sociologia
Clássica, Georg Simmel (1998[1907) considera pobre aquele que recebe assistência
Temas relacionados: Mercados; Riqueza; Georg Simmel
ABRAMOVAY, Ricardo. A Densa Vida Financeira das Famílias Pobres. In:
ABRAMOVAY, Ricardo (Org.). Laços Financeiros na Luta Contra a Pobreza. São
Paulo: FAPESP/Annablume, 2004, p. 21-67.
ARBACHE, Jorge Saba (Org.). Pobreza e Mercados no Brasil – Uma análise de
iniciativas de políticas públicas. Brasília: CEPAL/DFID, 2003.
BOURDIEU, Pierre. (Coord.). A Miséria do Mundo. 7ªedição. Petrópolis, RJ: Vozes,
2008.
DOHAN, Daniel. The Price of Poverty: money, work, and culture in the Mexican
American Barrio. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 2003.
MAGALHÃES, Reginaldo Sales; ABRAMOVAY, Ricardo. A Formação de um
Mercado de Microfinanças no Sertão da Bahia. Revista Brasileira de Ciências Sociais,
Vol.22, n.63, fevereiro 2007, p.107-119.
MARQUES, Eduardo Cesar Leão. As Redes Sociais Importam para a Pobreza Urbana?
Dados, Vol.52, nº2, 2009, p.471-505.
MEDEIROS, Marcelo. Crescimento, População, Desigualdade: a formulação de política
de combate à desigualdade e à pobreza no Brasil. Parcerias Estratégicas, Vol.20, n1,
2005, p.223-237.
__________________; COSTA, Joana Simões de Melo. Is There a Feminization of
Poverty in Latin America? World Development, Vol.36, 2007, p.115-127.
195
MINGIONE, Enzo. Fragmentação e Exclusão: A Questão Social na Fase Atual de
Transição das Cidades nas Sociedades Industriais Avançadas. Dados, Vol.41, nº4, 1998,
p.673-700.
_______________ (ed.). Urban Poverty and the Underclass: a reader. Oxford:
Blackwell, 1996.
________________. Urban Poverty in the Advanced Industrial World: concepts,
analysis and debates. In: MINGIONE, Enzo (ed.). Urban Poverty and the Underclass:
a reader. Oxford: Blackwell, 1996, p.3-40.
PAUGAM, Serge. Las Formas Elementales de la Pobreza. Madrid: Alianza Editorial,
2007 [2005].
_______________. Science et Conscience de la Pauvreté. L'Économie Politique, nº26,
2005, p.66-79.
______________. Desqualificação Social: ensaio sobre a nova pobreza. São Paulo:
Cortez Editora / Eudc, 2003.
______________. Les Formes Contemporaines de la Pauvreté et de l'Exclusion en
Europe. Études Rurales, nº159-160, 2001, p.73-95.
SOMERS, Margaret R.; BLOCK, Fred. From Poverty to Perversity: Ideas, Markets, and
Institutions over 200 Years of Welfare Debate. American Sociological Review, 70 (2),
April 2005, p.260-287.
SIMMEL, Georg. Les Pauvres. Paris: Presses Universitaires de France (PUF), 1998
[1907].
TONKISS, Fran. Contemporary Economic Sociology: Globalisation, Production,
Inequality. London: Routledge, 2006
196
WOOLCOCK, Michael. Toward an Economic Sociology of Chronic Poverty:
Enhancing the Rigor and Relevance of Social Theory. Chronic Poverty Research
Centre (CPRC), Working Paper 104, October 2007.
Poder
BAKER, Wayne E.; FAULKNER, Robert R.; FISHER, Gene A. Hazards of the Market:
the continuity and dissolution of interorganizational market relationships. American
Sociological Review, Vol 63, nº 2, April, 1998, p.147-177.
CALLON, Michel. Some Elements of a Sociology of Translation: domestication of the
scallops and the fishermen of St Brieuc Bay. In: LAW, John. Power, action and belief:
a new sociology of knowledge? London: Routledge, 1986, pp.196-223.
CARRUTHERS, Bruce G. City of Capital: Politics and Markets in the English
Financial Revolution. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1999.
FLIGSTEIN, Neil. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol, 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
________________. The Transformation of Corporate Control. Cambridge: Harvard
University Press, 1993 [1990].
GOUREVITCH, Peter A.; SHINN, James. Political Power and Corporate Control:
The New Global Politics of Corporate Governance. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 2007.
GRANOVETTER, Mark. Ação Econômica e Estrutura Social: o problema da imersão.
RAE – eletrônica, Vol.6, nº1, jan/jun 2007 [1985].
HAMILTON, Gary G.; BIGGART, Nicole Woolsey. Why People Obey: theoretical
observations on power and obedience in complex organizations. Sociological
Perspectives, Volume 28, nº1, January 1985, p.3-28.
197
MIZRUCHI, Mark S. The Structure of Corporate Political Action: interfirm relations
and their consequences. Cambridge: Harvard University Press, 1992.
ROY, William G. Socializing Capital: The Rise of the Large Industrial Corporation in
America. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1997.
SCOTT, John. Power, Domination and Stratification: towards a conceptual analysis.
Sociologia, Problemas e Práticas, nº 55, 2007, p. 25-39.
___________. Networks of Corporate Power: a comparative assessment. Annual
Review of Sociology, Vol. 17, 1991, p. 181-203.
WEBER, Max. Economía y Sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
Polanyi, Karl
Em sua obra principal, A Grande Transformação (1944), Karl Polanyi (1886-1964)
defende a tese de que com o advento do pensamento liberal, na Grã-Bretanha do século
19 (1830), a economia de mercado transforma-se, em um plano ideológico, em sistema
de mercado auto-regulável, ou, segundo expressão do autor, um moiinho satânico que
reduz trabalho, terra e dinheiro a mercadorias fictícias. Assim, até aquela época, o
mercado auto-regulável era desconhecido (as economias pré-capitalistas estariam
imersas na religião e tradição) e a emergência da idéia da auto-regulação se constituiu
em inversão completa da tendência do desenvolvimento. Polanyi, ao término da obra,
exalta a não cconssumaçção do mito do livre mercado segundo o pensamento liberal,
além de afirmar que a autonomia do mercado conduz à destruição sociial. Ao final dos
anos 1970, a teorização de Polanyi sobre o mercado auto-regulador é criticada por
Fernand Braudel.
Temas relacionados: Embeddedness; Liberalismo e Neoliberalismo; Mercados;
Protecionismo
BECKERT, Jens. The Great Transformation of Embeddedness: Karl Polanyi and the
New Economic Sociology. Cologne: MPIfG, January 2007.
198
BLOCK, Fred. Karl Polanyi and the Writing of The Great Transformation. Theory
and Society, Vol.32, 2003, p.275-306.
POLANYI, Karl. A Grande Transformação: as origens de nossa época. 2ª edição. Rio
de Janeiro: Campus, 2000 [1944].
SOBEL, Richard. Dé-penser l’économique sans Mauss et avec Polanyi. L'Homme et la
société /2, N°156, 2005, p.169-183.
STEINER, Philippe. Who Is Right about the Modern Economy: Polanyi, Zelizer, or
both? Theory and Society, Vol.38, n.1, January 2009, p.97-110.
Preço
A formação de preços não inclui somente variáveis econômicas, mas também engloba
aspectos sociais e culturais. Baker et al (1998) consideram que a competição, as
disputas por poder e a ação de forças institucionais modelam as estruturas sociais dos
mercados. Com base em um estudo empírico sobre o mercado publicitário nos Estados
Unidos, os autores destacam a importância de se investigar indicadores de poder e seus
impactos na competição de mercado. Entre esses indicadores, estão tamanho
organizacional das empresas (um portfólio, já consolidado, de grandes clientes é fonte
de atração de negócios e de estabilidade), acesso à informação (bons resultados de um
cliente evidenciam efetividade dos serviços prestados, detalhes sobre competidores) e
status social (um produto de maior renome – marca – e qualidade é fornecido pelo
prestador de serviços em comparação ao de seus competidores). Esses indicadores
podem realçar ou relativizar a importância dos preços em um mercado. Desta forma, a
competição pode englobar diversas dimensões: “price, quality, service, delivery times,
and so on. Price plays a leading role in economic theories of exchange, but in the real
world its importance is variable (…) price is far less important in markets where (1)
products or services are complex, customized, unique, and difficult to compare; (2)
quality is ambiguous and the link between quality and performance (outcomes) is loose
and difficult to measure; and (3) market conditions are imperfectly competitive. In such
situations, so called nonprice forms of rivalry (such as quality or service) are more
199
important than price” (Baker et al., 1998, p.154). Em estudos sobre preços de obras
artísticas em galerias nos Estados Unidos e na Europa, Olav Velthuis evidencia que,
nesse mercado, o preço de uma tela nunca é rebaixado. Tal convenção é, de imediato,
uma ruptura com os postulados da teoria econômica clássica e neoclássica acerca de
preços. Convém lembrar que na abordagem do fundador da economia moderna, Adam
Smith, a esfera do mercado é o espaço da mão invisível, com a oferta e a procura se
encontrando e atingindo o equilíbrio de modo automático pela intermediação dos
preços: se a demanda por um produto aumenta, o preço do produto também aumenta.
Desta forma, o mercado revela-se como o motor da economia e os preços no mercado
fazem tudo. Bem mais adiante, no final da década de 1870, o francês Léon Walras
indaga-se acerca de como é possível demonstrar as vantagens da livre-competição,
tomada como profissão de fé por economistas a partir dos argumentos de Adam Smith.
Para obter a complexa resposta, Walras reúne teoria econômica e matemática (o que
assinala uma ruptura com a Economia Política) e apresenta uma teoria do equilíbrio
econômico geral, fundamentado em suas observações sobre a Bolsa de Paris. A tese
central é que se atinge o equilíbrio em um mercado quando a quantidade de produto
que os vendedores inserem na esfera mercantil é igualada pela quantidade que os
consumidores querem comprar ao preço vigente. Simplificadamente, o equilíbrio
ocorre quando a oferta satisfaz a demanda e se torna geral quando é simultaneamente
alcançado em todos os mercados de uma economia, com os produtos em oferta sendo
escoados plenamente. Walras, todavia, defende que sua teorização sobre o equilíbrio
econômico é um instrumento de investigação e não uma descrição de como as
transações realmente ocorrem. Mesmo com tal ressalva, o modelo do equilibro geral
walrasiano é aperfeiçoado, no século 20, por Kenneth Arrow, entre outros economistas,
e se torna incontornável para a disciplina econômica (Orléan, 2003). Em sua
abordagem sobre a formação de preço no mercado de artes plásticas, Olav Velthuis
(2005) propõe que os mercados devem ser considerados como “constelações
culturais”, buscando evidenciar os aspectos simbólicos na formação de valores
econômicos:
Like any other type of social interaction, market exchange is highly
ritualized; it involves a wide variety of symbols that transfer rich
meanings between people who exchange goods with each other.
These people are connected through ties of different sorts, whose
200
emergence, maintenance, and possible decay involve complex social
processes. What I argue, in short, is that just as culture infuses other
social settings that sociologists and anthropologists have studied, it
infuses market settings. This infusion is of such a degree, that it may
be virtually impossible to separate market and culture analytically
(VELTHUIS, 2005, p.3).
Embora destaque em nota trabalhos sociológicos em torno de preços, como o de
Velthuis, Renaud Fillieule (2010) argumenta que, apesar de autores da Sociologia dos
Mercados buscarem distanciamento de pressupostos da teorização econômica, os
mesmos acabam adotando implicitamente aspectos do que visam rejeitar.
Temas relacionados: Mercados; Valor
BAKER, Wayne E. The Social Structure of a National Securities Market. The
American Journal of Sociology, Vol. 89, nº 4, January 1984, p.775-811.
BEUNZA, Daniel; STARK, David. Tools of the Trade: the socio-technology of
arbitrage in a Wall Street trading room. Industrial and Corporate Change, Volume
13, Number 2, April 2004, p.369-400.
CARRUTHERS, Bruce G.; STINCHCOMBE, Arthur L. The Social Structure of
Liquidity: flexiblity, markets, and states. Theory and Society, 28, 1999, p.353-382.
ÇALISKAN, Koray. The Meaning of Price in World Markets. Journal of Cultural
Economy, Volume 2, Issue 3, November 2009, p.239-268.
CHIFFOLEAU, Yuna; LAPORTE, Catherine. La Formation des Prix: le Marché des
Vins de Bourgogne. Revue Française de Sociologie, Volume 45 (4), 2004, p.653-680.
FILLIEULE, Renaud. The New Economic Sociology of Prices: an analysis inspired by
the Austrian School of Economics. American Journal of Economics and Sociology,
Vol. 69, nº2, April 2010, p.668-692.
KARPIK, Lucien. Valuing the Unique: the economics of singularities. Princeton, NJ:
201
Princeton University Press, 2010.
ORLÉAN, André. Réflexion sur les Fondements Institutionnels de l’Objectivité
Marchande. Cahiers d'Économie Politique, nº44, 2003/1, p.181-196.
REINECKE, Juliane. Beyond a Subjective Theory of Value and towards a ‘Fair Price’:
an organizational perspective on Fairtrade minimum price setting. Organization, 17(5),
2010, p.563–581.
SMITH, Charles W. Markets as Definitional Practices. Canadian Journal of Sociology
/ Cahiers Canadiens de Sociologie, 32, 2007, p.1–39.
________________. Auctions: The Social Construction of Value. New York: Free
Press, 1989.
TEIL, Geneviève; MUNIESA, Fabian. Donner un Prix. Observations à partir d'un
dispositif d'économie expérimentale. Terrains & Travaux, nº11, 2006, p.222-244.
UZZI, Brian; LANCASTER, Ryon. Embeddedness and Price Formation in the
Corporate Law Market. American Sociological Review, 69 (3), 2004, p.319-344.
VELTHUIS, Olav. Talking Prices: Symbolic Meanings of Prices on the Market for
Contemporary Art. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
_______________. An Interpretative Approach to Meanings of Prices. The Review of
Austrian Economics, 17:4, 2004, p.371-386.
_______________. Symbolic Meaning of Prices: constructing the value of
contemporary art in Amsterdam and New York galleries. Theory and Society, 32,
2003, p.181-215.
WEBER, Max. Economía y Sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
202
WHERRY, Frederick F. The Social Characterizations of Price: The Fool, the Faithful,
the Frivolous, and the Frugal. Sociological Theory, 26:4, December 2008, p.363-379.
YAKUBOVICH, Valery; GRANOVETTER, Mark; MCGUIRE, Patrick. Electric
Charges: the social construction of rate systems. Theory and Society, 34, 2005, p.579–
612.
ZUCKERMAN, Ezra W. The Categorical Imperative: Securities Analysts and the
Illegitimacy Discount. American Journal of Sociology, Volume 104, Number 5,
March 1999, p.1398–1438.
Profissões e Ocupações
A inclusão da obra de Eliot Freidson (1923-2005), um autor clássico no estudo de
profissões e ocupações (Freidson, 1998) e um dos fundadores da Sociologia da
Medicina (Freidson, 2009[1970]), talvez provoque algum estranhamento inicial, já que
esta se trata de uma compilação de Sociologia Econômica. Entretanto, sua definição de
“abrigo” no mercado ocupacional,
que ressalva os esforços canalizados,
cotidianamente, para desencadear uma imagem positiva de qualquer mercado de
ocupações que esteja em gestação ou fase inicial de desenvolvimento, pode ser de
grande valia para a disciplina: "...o abrigo é parte da economia política ampla de uma
sociedade industrial complexa – um nicho especial que define as fronteiras de
oportunidade para membros de uma ocupação no mercado de trabalho dessa economia
política – e a base condicionante para a interação entre trabalhadores em torno de
seus problemas de trabalho que estabelece sua consciência, identidade, compromisso e
desempenho, à medida que buscam autonomia no mercado em geral e nos ambientes
concretos em que realizam seu trabalho" (Freidson, 1998, p. 129).
Temas relacionados:
ABBOTT, Andrew. The Sociology of Work and Occupations. Annual Review of
Sociology, 19, 1993, p.187-209.
________________. The System of Professions: An Essay on the Division of Expert
Labor. Chicago: The University of Chicago Press, 1988.
203
BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira. Ensaio Bibliográfico: As Profissões no Brasil e
sua Sociologia. Dados, Vol.46, nº3, 2003, p.593-607.
BONELLI, Maria da Gloria. O Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros e o
Estado: a profissionalização no Brasil e os limites dos modelos centrados no mercado.
Revista Brasleira de Ciências Sociais, Vol.14, nº39, Fevereiro 1999, p.61-81.
BRINT, Steven. Professionals and the ‘Knowledge Economy’: Rethinking the Theory
of Postindustrial Society. Current Sociology, 49 (4), July 2001, p.101-132.
_____________. Profesiones y Mercado. Revista Española de Investigaciones
Sociológicas (REIS), nº59, Julio Septiembre 1992, p.161-203.
COURPASSON, David. Marché Concret et Identité Professionnelle Locale. La
Construction de l'Identité par le Rapport au Marché. Revue Française de Sociologie,
35-2, 1994, p.197-229.
DINIZ, Marli. Os Donos do Saber: profissões e monopólios profissionais. Rio de
Janeiro: Revan, 2001.
FOURCADE,
Marion.
The
Construction
of
a
Global
Profession:
The
Transnationalization of Economics. American Journal of Sociology, Volume 112,
Number 1, July 2006, p.145–194.
FREIDSON, Eliot. Profissão Médica: um estudo de sociologia do conhecimento
aplicado. São Paulo: Editora Unesp, 2009 [1970].
________________. Renascimento do Profissionalismo: teoria, profecia, política. São
Paulo: Edusp, 1998.
GUILLÉN, Mauro F. El Sistema de Profesiones: el caso de las profesiones económicas
en España. Revista Española de Investigaciones Sociologicas (Reis), nº59, 1992,
p.243-259.
204
HARRINGTON, Brooke. Trust and Estate Planning: The Emergence of a Profession
and Its Contribution to Socio-Economic Inequality. MPIfG Discussion Paper, June
2009.
LARSON, Magali Sarfatti. Professions. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan
Zafirovski (eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London:
Routledge, 2006, p.539-543.
______________________. The Rise of Professionalism. Berkeley, CA: University of
California Press, 1977.
RODRIGUES, Maria de Lurdes. Sociologia das Profissões. Oeiras: Celta Editora,
1997.
RODRÍGUEZ, Josep A.; GUILLÉN, Mauro F. Organizaciones y Profesiones en la
Sociedad Contemporanea. Revista Española de Investigaciones Sociologicas (Reis),
nº59, 1992, p.9-18.
SAPIRO, Gisèle. Elementos para uma História do Processo de Autonomização: o
exemplo do campo literário francês. Tempo Social, Vol.16, n1, junho 2004, p.93-105.
SCIULLI, David. Professions before Professionalism. Archives Européennes de
Sociologie / European Journal of Sociology, 48(3), 2007, p.121-147.
Propriedade
CAMPBELL, John L.; LINDBERG, Leon N. Property Rights and the Organization of
Economic Activity by the State. American Sociological Review, Vol. 55, October
1990, p.634-647.
CARRUTHERS, Bruce G.; ARIOVICH, Laura. The Sociology of Property Rights.
Annual Review of Sociology, 30, 2004, p.23-46.
205
DURKHEIM, Émile. Lições de Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
FLIGSTEIN, Neil. Markets as Politics: a political-cultural approach to market
institutions. American Sociological Review, Vol, 61, nº 4, august 1996, p.656-673.
RHOTEN, Diana; POWELL, W.W. The Frontiers of Intellectual Property: Expanded
Protection vs. New Models of Open Science, Annual Review of Law and Social
Science Vol. 3. (2007).
STEINER, Philippe. Le Projet Physiocratique: Théorie de la Propriété et Lien Social.
Revue Économique, Volume 38, n°6, 1987. p.1111-1128.
WEBER, Max. Economía y sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
Prostituição / mercados de serviços sexuais
AGUSTÍN, Laura María. Sex at the Margins: Migration, Labour Markets and the
Rescue Industry. London: Zed Books, 2007.
BROCHIER, Christophe. Le Travail des Prostituées à Rio de Janeiro. Revue Françaíse
de Sociologie, 46-1, 2005, p.75-133.
FOLBRE, Nancy; NELSON, Julie A. For Love or Money – or both? Journal of
Economic Perspectives, Vol. 14, nº 4, Autumm 2000, p.123-140.
LOPES JÚNIOR, Edmilson. Amor, Sexo e Dinheiro: uma interpretação sociológica do
mercado de serviços sexuais. Política & Sociedade, Vol.4, nº6, 2005, p.165-193.
PISCITELLI, Adriana. Tránsitos: circulación de brasileñas en el ámbito de la
transnacionalización
de
los
mercados
sexual
Antropológicos, Vol.15, nº31, 2009, p. 101-136.
y
matrimonial.
Horizontes
206
___________________. Corporalidade em confronto: brasileiras na indústria do sexo
na Espanha. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol.22, nº64, 2007, p.17-32.
___________________.Sujeição ou Subversão: migrantes brasileira na indústria do
sexo na Espanha. História e Perspectivas, 35, Jul.Dez.2006, p.13-55.
STINCHCOMBE,
Arthur
L.
Prostitution,
Kinship,
and
Illegitimate
Work.
Contemporary Sociology, 23, 6, November 1994, p.855-859.
ZELIZER, Viviana A. Dinheiro, Poder e Sexo. Cadernos Pagu, nº32, jan./jun. 2009.
Protecionismo
É de Vilfredo Pareto (1984), em Os Sistemas Socialistas, a arguta observação de que o
protecionismo é o socialismo de capitalistas e empreendedores.
Temas relacionados: Mercados; Vilfredo Pareto; Karl Polanyi
GISLAIN, Jean-Jacques; STEINER, Philippe. La Sociologie Économique 1890-1920:
Émile Durkheim, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter, François Simiand, Thorstein
Veblen et Max Weber. Paris: PUF, 1995.
PARETO, Vilfredo. Os Sistemas Socialistas. In: RODRIGUES, José Albertino (org.).
Vilfredo Pareto: Sociologia. São Paulo: Ática, 1984, p.112-164.
POLANYI, Karl. A Grande Transformação: as origens de nossa época. 2ª edição. Rio
de Janeiro: Campus, 2000 [1944].
STEINER, Philippe. Vilfredo Pareto et le Protectionnisme: L'économie Politique
Appliquée, la Sociologie Générale et quelques Paradoxes. Revue Économique, Volume
46, n°5, 1995, p. 1241-1262.
Publicidade e Marketing
207
AKRICH, Madeleine; CALLON, Michel; LATOUR, Bruno. The Key to Success in
Innovation Part I: the art of interessement. International Journal of Innovation
Management Vol. 6, No. 2, June 2002 [1988], p. 187–206.
___________________________________________________. The Key to Success in
Innovation Part II: the art of choosing good spokespersons. International Journal of
Innovation Management Vol. 6, No. 2, June 2002 [1988], p. 207–225.
ARAUJO, Luis. Markets, Market-Marketing and Marketing. Marketing Theory,
Volume 7 (3), 2007, p.211-226.
______________; FINCH, John; KJELBERG, Hans (eds.). Reconnecting Marketing
to Markets. Oxford: Oxford University Press, 2010.
BAKER, Wayne E.; FAULKNER, Robert R.; FISHER, Gene A. Hazards of the market:
the continuity and dissolution of interorganizational market relationships. American
Sociological Review, Vol 63, nº 2, April, 1998, p.147-177.
BRULLE, Robert J.; YOUNG, Lindsay E. Advertising, Individual Consumption Levels,
and the Natural Environment, 1900–2000. Sociological Inquiry, Vol. 77, nº4,
November 2007, p.522–542.
COCHOY, Franck. Une Histoire du Marketing, Discipliner L’économie de Marché.
Paris: La Découverte, 1999.
_______________. Another Disicipline for the Market Economy: Marketing as a
Performative Knowledge and Know-How for Capitalism. In: CALLON, Michel. The
Laws of the Markets, Oxford: Blackwell, 1998, p.194-221.
______________; CANU, Roland. La Publicité Comparative, ou comment se faire
Justice à soi-m~eme en passant par le Droit. Revue Française de Sociologie, Vol.47,
2006/1, p.81-115.
208
CLARK, Colin; PINCH, Trevor J. The Hard Sell: the language and lessons of streetwise marketing. London: HarperCollins, 1995.
DURAND, José Carlos Garcia. Formação do Campo Publicitário Brasileiro 1930-1970.
FGV-EASP, Relatório de Pesquisa n° 10, 2008.
______________________. Educação e Ideologia do Talento no Mundo da
Publicidade. Cadernos de Pesquisa, Vol. 36, nº128, maio/ago 2006, p.433-450.
______________________. Publicidade: Comércio, Cultura e Profissão (parte I). BIB,
nº53, 1º Semestre de 2002a.
______________________. Publicidade: Comércio, Cultura e Profissão (parte II). BIB,
nº54, 2º Semestre de 2002b.
FONTENELLE, Isleide A. Os caçadores do cool. Lua Nova, nº63, 2004, p.163-177.
GRABHER, Gernot. The Project Ecology of Advertising: tasks, talents and teams.
Regional Studies, Volume 36, Issue 3, May 2002, p.245-262.
MUNIESA, Fabian. Advertising. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan Zafirovski
(eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006,
p5-6.
PEDROSO NETO, Antonio José. A Dinâmica do Marketing de Rede: relações sociais e
expectativas de um novo estilo de vida. Horizontes Antropológicos, Vol.16, nº33,
2010, p.93-120.
SCHUDSON, Michael. Advertising, the Uneasy Persuasion: Its Dubious Impact on
American Society. New York: Basic Books, 1984.
Racionalidade Econômica
209
Segundo Pierre Bourdieu, (2009[1980], p.84), “a teoria do ‘ator racional’, que busca a
‘origem’ dos atos, estritamente econômicas ou não, em uma ‘intenção’ da
‘consciência’, associa-se muitas vezes a uma concepção estreita da ‘racionalidade’ das
práticas, a um economismo que considera como racionais (ou, o que significa o mesmo
nessa lógica, econômicas) as práticas conscientemente orientadas pela vontade de
obter por um custo mínimo (econômico) o máximo de benefícios (econômicos)”.
Temas relacionados:
ASPERS, Patrik. Subjective or Objective Rational Choice Theory? Working Papers on
Social Mechanism, nº5, Stockholm: Stockholm University, 2000, 26p.
BOURDIEU, Pierre. O Senso Prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009 [1980].
________________. Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004 {1987].
CAPPELLIN, Paola. GIULIANI, Gian Mario. A Racionalidade, a Cultura e o Espírito
Empresarial. Sociedade e Estado, Volume XVII, Número 1, 2002, p.123-152.
COLEMAN, James S. A Rational Choice Perspective on Economic Sociology. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic
Sociology. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1994, p.166-182.
__________________. Foundations of Social Theory. Cambridge: Harvard University
Press, 1990.
DEUTSCHMANN, Christoph. Marx, Schumpeter and the Myths of Economic
Racionality. Thesis Eleven, 53, May 1998, p.45-64.
FAVEREAU, Olivier. La Pièce Manquante de la Sociologie du Choix Rationnel. Revue
Française de Sociologie, 44-2, 2003, p.275-295.
SMELSER, Neil J. The Rational and the Ambivalente in the Social Sciences. American
Sociological Review, Vol.63, February 1998, p.1-16.
210
_______________. The Rational Choice Perspective: A Theoretical Assessment.
Rationality and Society, 4, 1992, p.381-410.
STEINER, Philippe. The Sociology of Economic Knowledge. European Journal of
Social Theory, 4(4), 2001, p.443-458.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004 [1904-1905].
____________. Economía y Sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
ZAFIROVSKI, Milan. Human Rational Behavior and Economic Rationality. Electronic
Journal of Sociology, 2003.
__________________. Reexamining Economic Sociology: Beyond Rational Choice
Reductionism. The American Sociologist, Spring 2001, p.78-99.
Redes Sociais
Como bem observa a socióloga Laurel Smith-Doerr (2005), a análise de redes é antiga
e recente. Antiga, porque está fundamentada em idéias da Sociologia clássica,
especialmente na Sociologia formal de Georg Simmel, autor preocupado em considerar
a posição de um ator individual em um ou múltiplos grupos e que demonstra as
mudanças que a presença de um terceiro indivíduo causa em transações sociais em que
havia antes dois atores, transações que podem ser desde familiares até comerciais,
ressalvando que, conforme Simmel, o comércio talvez seja a tradução perfeita entre
concorrência e cooperação simultâneas (Simmel, 1964). Já a nova dimensão da análise
de redes, amparada cada vez mais em modelos matemáticos e pacotes de softwares,
cresce exponencialmente desde o advento da Nova Sociologia Econômica, com os
trabalhos de Harrison White, Wayne Baker, Ronald Burt e Mark Granovetter. Este
último, vinte anos depois da publicação de seu ensaio emblemático, enfatiza que a
estrutura social (na forma de redes sociais) influi nos resultados das atividades
econômicas por três razões: afeta o fluxo e a qualidade da informação; revela que as
211
redes sociais são fontes importantes de gratificação ou punição; tem o potencial de
depositar confiança (Granovetter, 2005). Smith-Doerr (2005) vai além e observa que a
aplicabilidade da análise de rede é tal que as unidades de rede podem ser medidas em
níveis diferenciados: indivíduos, organizações e nações. Em sua sempre influente tese
dos laços fracos ou frágeis, Granovetter (1973, 1974, 2005) sustenta que novas
informações fluem para os indivíduos mais provavelmente através de laços relacionais
fracos do que laços fortes, isto é, a informação tende a ser nova (e, portanto, nãoredundante) entre atores com menos densidade afetiva/emocional e menor tempo de
relacionamento (os “conhecidos”, para usar uma expressão bem brasileira) do que
pessoas ligadas aos grupos de pertencimento (familiares, amigos íntimos). A balança
de relações pode ser equilibrada, porém, pelos mais “próximos”, mais interessados
potencialmente em auxiliar. Desta maneira, “alguns estudos têm chamado a atenção
para a inusitada virtualidade dos laços mais fortes, observando entretanto que,
conquanto efetivos para produzir o acesso ao emprego, eles nem sempre asseguram
chances em ocupações de melhor qualidade” (Guimarães, 2009, p.176). Em relação
ainda à análise das redes sociais (social networks) em que estão imersas as ações
econômicas, se nos anos 1970, Granovetter (1973, 1974) utiliza o método para
acompanhar a obtenção de emprego na periferia de Boston, nos anos 2000, o autor, em
colaboração, analisa a estruturação do mercado de alta-tecnologia no Vale do Silício,
na Califórnia (Castilla et al., 2000; Ferrary, Granovetter, 2009). Assim, a imersão dos
empresários nas complexas redes do Vale do Silício é considerada um fator importante
para o êxito das start-ups (empresas tecnológicas com pouco tempo de atuação ou em
processo de incubação). Conforme Ferrary, Granovetter (2009, p.351), vários estudos
apontam que, no Vale do Silício, as redes sociais materializam-se na circulação do
conhecimento e na coordenação dos agentes empresariais. Os laços sociais entre os
agentes econômicos, ou a facilidade de criá-los, afetam fortemente as start-ups. Um
empresário que está mal encaixado nessas complexas redes recebe poucos recursos por
parte dos agentes do cluster e pode comprometer seu sucesso. Em outra perspectiva
estrutural da Sociologia Econômica, destaca-se a obra de Harrison C. White. Para o
autor norte-americano, um dos mais próximos da teoria econômica e influente na
opção de Granovetter pela análise de redes sociais (vide Swedberg, 1990, p.97;
Biggart, Beamish, 2003, p.449-450), o foco deve estar nas relações sociais que os
produtores em um dado setor mercantil constroem sobre mecanismos econômicos como
determinação de qualidade/preço e definição de nichos de transações econômicas
212
(clientela potencial) e os tipos de mercado que daí resultam (vide White, 1981; Leifer,
White, 2004 [1987]; Steiner, 2006, 2005). Segundo o autor, a decisão tomada por um
produtor se espelha no comportamento, no mercado, de outros produtores, argumento
que evidencia uma ruptura total com um dos pressupostos centrais da economia
neoclássica, que é o anonimato no mercado. White (1981, p.518) afirma que “markets
are self-reproducing social structures among specific cliques of firms and other actors
who evolve roles from observations of each other’s behavior. I argue that the key fact is
that producers watch each other within a market”. Para White (2002) qualquer rede
social da atividade econômica é uma rede de sentidos, calcada na cultura dos atores
envolvidos, o que aproxima sua análise da chamada Economia das Convenções
(Favereau et al., 2002) e, na visão do autor deste ensaio, mesmo das proposições de Le
Velly e Callon, que conferem grande importância à imersão estrutural (relações
interpessoais, como propõe Granovetter), institucional formal (regras formais e
ferramentas sociais como a moeda e padrões de mensuração) e cultural (valores,
normas, gostos, sistemas de representação), além da elaboração conjunta de produtos e
setores de atuação. Como considera White (2002, p.299), “[...] business activities are
sustained within and across production markets only as common discourses are
generated and shared in common histories and propagated in some business culture
with many facets”. A perspectiva de White (1981, 1992, 2001, 2002) tornou a
Sociologia Econômica de viés estrutural menos abstrata, incorporando aspectos menos
formais como o exercício do poder nas relações sociais dos mercados, ainda que
criticado por elidir o papel do Estado nessa abordagem. A esse respeito, comenta Lie
(1997, p.350): “the embeddedness approach is salutary in stressing social relations and
networks. In avoiding both the oversocialized (e.g. the substantivist school in economic
anthropology) and undersocialized (e.g. the economic approach) approaches, it seeks
strikes a correct balance in analyzing markets and other economic phenomena and
institutions (...) The embeddedness approach, in others words, avoids market
essentialism and incorporates power”.
Temas relacionados: Capital Social; Consumo; Cooperação; Embeddedness;
Mercados; Poder; Relações Interfirmas
BAKER, Wayne E. Market Networks and Corporate Behavior. American Journal of
Sociology, Vol.96, nº3, November 1990, p.589-625.
213
_______________; FAULKNER, Robert R. Social Networks and Loss of Capital.
Social Networks, 26, 2004, p.91-111.
____________________________________. Role as Resource in the Hollywood Film
Industry. American Journal of Sociology, Vol.97, nº2, September 1991, p.279-309.
BIGGART, Nicole Woosley; BEAMISH, Thomas D. The Economic Sociology of
Conventions: habit, custom, practice and routine in market order. Annual Review of
Sociology, 29, 2003, p.443-464.
CASTILLA, Emilio J.; HWANG, Hokyu; GRANOVETTER, Ellen; GRANOVETTER
Mark. Social Networks in Silicon Valley. In: LEE, Chong-Moon; MILLER, William F.;
HANCOCK, Marquerite Gong; ROWEN, Henry S. (eds.). The Silicon Valley Edge: a
habitat for innovation and entrepreneurship. Stanford University, 2000.
DIMAGGIO, Paul; LOUCH, Hugh. Socially Embedded Consumer Transactions: for
what kinds of purchases do people most often use networks? American Sociological
Review, Volume 63, n5, October 1998, p.619–637.
DESCHENEAUX, Frédéric; LAFLAMME, Claude. Réseau Social et Capital Social:
une distinction conceptuelle nécessaire illustré à l'aide d'une enquête sur l'insertion
professionnelle de jeunes Québécois. SociologieS [En ligne], Théories et recherches,
mis en ligne le 02 juin 2009.
EMIRBAYER, Mustafa; GOODWIN, Jeff. Network Analysis, Culture, and the Problem
of Agency. American Journal of Sociology, Volume 99, Nº6, May 1994, p.1411-1454.
FERRARY, Michel. Pour une Théorie de l’Échange dans les Réseaux Sociaux. Un essai
sur le don dans les réseaux industriels de la Silicon Valley. Cahiers Internationaux de
Sociologie, nº111, 2001/2, p.261-290.
FERRARY, Michel; GRANOVETTER, Mark. The Role of Venture Capital Firms in
Silicon Valley's Complex Innovation Network. Economy and Society 38 (2: May):
326-359, 2009.
214
GRABHER, Gernot. Trading Routes, Bypasses, and Risky Intersections: mapping the
travels of ‘networks’ between economic sociology and economic geography. Progress
in Human Geography, 30(2), 2006, p.1–27.
GRANOVETTER, Mark. Ação Econômica e Estrutura Social: o problema da imersão.
São Paulo: RAE – eletrônica, Vol.6, nº1, jan/jun 2007.
____________________. La Fuerza de los Vínculos Débiles. Política y Sociedad, 33,
2000 [1973], p.41-56.
____________________. The Myth of Social Network Analysis as a Special Method in
the Social Sciences. Connections 13(2), 1990, p.13-16.
GROSSETTI, Michel. Logiques Sociales et Spatiales de la Création d'Entreprises
Innovantes. Géographie, économie, société 2008/1 (Volume 10).
__________________. Réseaux Sociaux et Médiations dans les Activités d’Innovation.
Hermès, n°50, 2008a, pp.21-27.
___________________. Concentration d'Entreprises et Innovation: esquisse d'une
typologie des systèmes productifs locaux. Géographie, économie, société, Vol.6,
2004/2.
GUIMARÃES, Nadya Araújo. À Procura de Trabalho: instituições do mercado e
redes. Belo Horizonte: Argumentum, 2009.
LAZEGA, Emmanuel. Cooperation among Competitors. Its Social Mechanisms through
Network Analyses. Sociologica, 1/2009.
__________________. Arrangements Contractuels et Structures Relationnelles. Revue
Française de Sociologie, 37-3. 1996, p. 439-456.
215
LAZZARINI, Sérgio G. Capitalismo de Laços: os donos do poder e suas conexões.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
___________________. Mudar Tudo para Não Mudar Nada: análise da dinâmica de
redes de proprietários no Brasil como “mundos pequenos”. RAE – eletrônica, Vol.6,
nº1, jan./jun. 2007.
LEIFER, Eric M.; WHITE, Harrison C. A Structural Approach to Markets. In:
DOBBIN, Frank (ed.). The New Economic Sociology: a reader. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2004 [1987], p.302-324.
MARTES, Ana Cristina Braga (org.). Redes e Sociologia Econômica. São Carlos, SP:
EdUFSCar, 2009.
MIZRUCHI, Mark S. Análise de Redes Sociais: avanços recentes e controvérsias atuais.
RAE, Vol.46, nº3, jul./set. 2006, p.72-86.
_________________; STEARNS, Linda Brewster; MARQUIS, Christopher. The
Conditional Nature of Embeddedness: A Study of Borrowing by Large U.S. Firms,
1973–1994. American Sociological Review, Volume 71, April 2006, p.310–333.
PADGETT, John F.; ANSELL, Christopher K. Robust Action and the Rise of the
Medici, 1400-1434. American Journal of Sociology, Volume 98, Number 6, May
1993, p.1259-1319.
PODOLNY, Joel M.; BARON, James N. Resources and Relationships: Social Networks
and Mobility in the Workplace. American Sociological Review, Vol.62, October 1997,
p.673-693.
POWELL, Walter W. Learning From Collaboration. Knowledge and Networks in the
Biotechnology and Pharmaceutical Industries. California Management Review,
40(3):228-40, Spring 1998.
216
_________________. Inter-Organizational Collaboration in the Biotechnology Industry.
Journal of Institutional and Theoretical Economics, 120(1):197-215, March 1996.
_________________. Neither Market nor Hierarchy: Network Forms of Organization.
Research in Organizational Behavior, 12:295-336, 1990.
_________________; GRODAL, Stine. Networks of Innovators. In: FAGERBERG,
Jan; MOWERY, David C.; NELSON, Richard R. (eds.). The Oxford Handbook of
Innovation. Oxford University Press, 2005, pp. 56-85.
_________________;
KOPUT,
Kenneth
W.;
SMITH-DOERR,
Laurel.
Interorganizational Collaboration and the Locus of Innovation: Networks of Learning in
Biotechnology. Administrative Science Quarterly, 41(1):116-45, March 1996.
RAUCH, James E.; CASELLA, Alessandra (eds.). Networks and Markets. New York:
Russell Sage Foundation, 2001.
ROOKS, Gerrit; TAZELAAR, Frits; SNIJDERS, Chris. Gossip and Reputation in
Business Networks. European Sociological Review, Volume 27, Number 1, 2011,
p.90-106.
SCOTT, John. Networks of Corporate Power: a comparative assessment. Annual
Review of Sociology, Vol. 17, 1991, p. 181-203.
SIMMEL, Georg. Conflict & The Web of Group Affiliations. Free Press, 1964.
SMITH-DOERR, Laurel. Network Analysis. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI,
Milan. International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge. 2005.
Pp. 469-475.
STEINER, Philippe. A Sociologia Econômica. São Paulo: Atlas, 2006 (Capítulo 4,
Redes Sociais e Funcionamento dos Mercados, p.76-107).
217
STUART, Toby E.; SORENSON, Olav. Social Networks and Entrepreneurship. In:
ALVAREZ, Sharon A.; AGARWAL, Rajshree; SORENSON, Olav (eds.). Handbook
of Entrepreneurship Research: disciplinary perspectives. New York: Springer, 2005,
p.233-251.
SWEDBERG, Richard. Economics and Sociology - Redefining their Boundaries:
conversations with economists and sociologists. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 1990.
UZZI, Brian. The Sources and Consequences of Embeddedness for the Economic
Performance of Organizations: the network effect. American Sociological Review,
March 2000.
___________. Embeddedness in the Making of Financial Capital: How Social Relations
and Networks Benefit Firms Seeking Financing. American Sociological Review, Vol.
64, nº 4, August 1999, p. 481-505
__________. Social Structure in Interfirm Networks: The Paradox of Embeddedness.
Administrative Science Quarterly, 42, 1997, 35–67.
VALE, Gláucia Maria Vasconcellos. Territórios Vitoriosos: o papel das redes
organizacionais. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
VARANDA, Marta Pedro. Acção Colectiva entre Pequenos Empresários: uma análise
de redes sociais. Análise Social, Vol. XLII (182), 2007, p.207-230.
WHITE, Harrison C. Redes e Historias. Redes - Revista hispana para el análisis de
redes sociales, Vol.16,#1, Junio 2009.
________________. Notes on the Constituents of Social Structure. Sociologica, 1/2008,
15p.
________________. Markets from Networks: socioeconomic models of production.
Princeton: Princeton University Press, 2002.
218
________________. La Construcción de las Organizaciones Sociales como Redes
Múltiples. Política y Sociedad, 33, 2000, p.97-103.
________________. Identity and Control: a structural theory of social action.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 1992.
WINDOLF, Paul; BEYER, Jürgen. Co-operative Capitalism: corporate networks in
Germany and Britain. British Journal of Sociology, Volume 47, Issue 2, June 1996,
p.205-231.
WINEMAN, Jean D; KABO, Felichism W.; DAVIS, Gerald F. Spatial and Social
Networks in Organizational Innovation. Environment and Behavior, Volume 41,
Number 3, May 2009, p.427-442.
Relações Interfirmas
GITAHY, Leda; CUNHA, Adriana Marques da; RACHID, Alessandra. Reconfigurando
as Redes institucionais: relações interfirmas, trabalho e educação na indústria de linha
branca. Educação & Sociedade, Volume 18, nº 61, dezembro 1997, p.159-186.
KEISTER, Lisa A. Interfirm Relations in Business Groups: Group Structure and Firm
Performance in China. In: CLEGG, Stewart; WANG, Karen; BERRELL, Mike (eds.).
Business Networks and Strategic Alliances in China. Cheltenham, UK;
Northampton, MA: Edward Elgar, 2007, p.157-181.
MIZRUCHI, Mark S. The Structure of Corporate Political Action: interfirm relations
and their consequences. Cambridge: Harvard University Press, 1992.
_________________; STEARNS, Linda Brewster; MARQUIS, Christopher. The
Conditional Nature of Embeddedness: A Study of Borrowing by Large U.S. Firms,
1973–1994. American Sociological Review, Volume 71, April 2006, p.310–333.
219
NOOTEBOOM, Bart. Inter-firm Collaboration, Learning and Networks: an
integrated approach. New York: Routledge, 2004a.
__________________. Learning and Governance in Inter-firm Relations. Revue
d’Economie Politique, 114 (1), 2004b, p.55-76.
__________________. Inter-firm Alliances: analysis and design. London: Routledge,
1999.
RACHID, Alessandra; BRESCIANI FILHO, Ettore; GITAHY, Leda. Relações entre
Grandes e Pequenas Empresas de Autopeças e a Difusão de Práticas de Gestão da
Produção. Gestão & Produção, Vol.8, no.3, dezembro 2001, p.319-333.
UZZI, Brian. Social Structure in Interfirm Networks: The Paradox of Embeddedness.
Administrative Science Quarterly, 42, 1997, 35–67.
Religião
A vinculação entre aspectos religiosos e questões econômicas, como bem se sabe, é
tema de interesse para a Sociologia desde a fundação da disciplina, objeto de análise
em obras clássicas de Max Weber e Émile Durkheim.
Temas relacionados: Émile Durkheim; Imigração; Mercados; Max Weber
BOURDIEU, Pierre. A Economia dos Bens Simbólicos / Apêndice: Sobre a Economia
da Igreja. In: Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus, 1996,
p.157-197.
DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa. 3ªed. São Paulo:
Martins (Martins Fontes), 2003 [1912].
FRIGERIO, Alejandro. O Paradigma da Escolha Racional: mercado regulado e
pluralismo religioso. Tempo Social, Vol.20, nº2, Novembro 2008, p.17-39.
HADDORFF, David W. Religion and the Market: opposition, absorption, or ambiguity?
220
Review of Social Economy, Vol. LVIII, n4, December 2000, p.483-504.
KEISTER, Lisa A. Conservative Protestants and Wealth: How Religion Perpetuates
Asset Poverty. American Journal of Sociology, 113, 2008, p.1237-71.
_______________. Upward Wealth Mobility: Exploring the Roman Catholic
Advantage. Social Forces, 85, 2007, p.1195-1226.
________________. Religion and Wealth: The Role of Religious Affiliation and
Participation in Early Adult Asset Accumulation. Social Forces, 82(1), September
2003, p.173-205.
LIMA, Diana Nogueira de Oliveira. "Prosperidade" na Década de 1990: etnografia do
compromisso de trabalho entre Deus e o fiel da Igreja Universal do Reino de Deus.
Dados, Vol.51, nº1, 2008, p.7-35.
_____________________________. “Trabalho”, “Mudança de Vida” e “Prosperidade”
entre Fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus. Religião e Sociedade, 27 (1), 2007,
p.132-155.
MARIANO, Ricardo. Usos e Limites da Teoria da Escolha Racional da Religião
Tempo Social, Vol.20, nº2, Novembro 2008, p.41-66.
__________________. O Reino de Prosperidade da Igreja Universal. In: ORO, Ari
Pedro; CORTEN, André; DOZON, Jean-Pierre (orgs.). Igreja Universal do Reino de
Deus: os novos conquistadores da fé. São Paulo: Paulinas, 2003a, p.237-258.
__________________. Efeitos da Secularização do Estado, do Pluralismo e do Mercado
Religioso sobre as Igrejas Pentecostais. Civitas, v.3, nº1, jun.2003, p.111-125.
MARTES, Ana Cristina Braga. Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo sobre
Imigrantes em Massachusetts. São Paulo: Paz e Terra, 2000 (Capítulo IV – Os
Imigrantes Brasileiros e as Igrejas em Massachusetts).
221
_________________________; RODRIGUEZ, Carlos L. Afiliação Religiosa e
Empreendedorismo Étnico: o Caso dos Brasileiros nos Estados Unidos. Revista de
Administração Contemporânea, v. 8, n. 3, Jul./Set. 2004, p.117-140.
MICELI, Sergio. A Elite Eclesiástica Brasileira. São Paulo: Companhia das Letras,
2009 [1988].
PEIFER, Jared L. The Economics and Sociology of Religious Giving: Instrumental
Rationality or Communal Bonding? Social Forces, 88 (4), June 2010, p.1569-1594.
PIERUCCI, Antônio Flávio. Apresentação. In: WEBER, Max. A Ética Protestante e o
Espírito do Capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004 [1904-1905], p.7-15.
SERAFIM, Mauricio C.; ANDION, Carolina. Capital Espiritual e as Relações
Econômicas: empreendedorismo em organizações religiosas. Cadernos EBAPE.BR,
Vol.8, n.3, 2010, p.564-579.
SOUZA, André Ricardo de. Igreja Católica e Mercados: a ambivalência entre a
solidariedade e a competição. Religião e Sociedade, Vol.27, nº1, 2007, p.156-174.
STARK, Rodney. O Crescimento do Cristianismo: Um Sociólogo Reconsidera a
História. São Paulo: Paulinas, 2006 [1996].
______________; BAINBRIDGE, William Sims. Uma Teoria da Religião. São Paulo:
Paulinas, 2008.
STEINER, Philippe. Religion et Économie. Mauss, Simiand et le Programme
Durkheimien. Revue Française de Sociologie, 42-4, 2001, p. 695-718.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004 [1904-1905].
222
WUTHNOW, Robert. New Directions in the Study of Religion and Economic Life. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic
Sociology. Second Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.603-626.
Renda
Renda, assim como riqueza, é um tema sob o qual a Sociologia, de modo geral,
apresenta defasagem em relação a estudos e métodos desenvolvidos pela Economia.
Temas relacionados: Pobreza; Riqueza; Trabalho
ABRAMOVAY, Ricardo. Anticapitalismo e Inserção Social dos Mercados. Tempo
Social, v.21, n.1, junho 2009, p.65-87.
GRANOVETTER, Mark. Toward a Sociological Theory of Income Differences. In:
BERG, Ivar (ed.). Sociological Perspectives on Labor Markets. New York: Academic
Press, 1981, p. 11-47.
McCALL, Leslie; PERCHESKI, Christine. Income Inequality: New Trends and
Research Directions. Annual Review of Sociology, Vol.36, August 2010, p.329-347.
SÖRENSEN, Jesper B. Organizational Diversity, Labor Markets, and Wage Inequality.
American Behavioral Scientist, Volume 50, Number 5, January 2007, p.659-676.
SZYDLIK, Marc. Incomes in a Planned and a Market Economy: the case of the German
Democratic Republic and the 'Former' Federal Republic of Germany. European
Sociological Review, 10 (3), December 1994, p.199-217.
WALDER, Andrew G. Markets and Income Inequality in Rural China: Political
Advantage in an Expanding Economy. American Sociological Review, 67(2),April
2002, p.231-253.
Riqueza
BECKERT, Jens. Inherited Wealth. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.
223
HARRINGTON, Brooke. Trust and Estate Planning: The Emergence of a Profession
and Its Contribution to Socio-Economic Inequality. MPIfG Discussion Paper, June
2009.
KEISTER, Lisa A. Getting Rich: America’s New Rich and how they Got that Way.
Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
_______________. Wealth in America: Trends in Wealth Inequality. Cambridge:
Cambridge University Press, 2000.
_______________; MOLLER, Stephanie. Wealth Inequality in the United States.
Annual Review of Sociology, Vol. 26, 2000, p. 63-81.
MEDEIROS, Marcelo. Brasil: os ricos desconhecidos. In: CATTANI, Antonio David
(org.). Riqueza e Desigualdade na América Latina. Porto Alegre: Zouk, 2010, p.5977.
__________________. O que Faz os Ricos Ricos: o outro lado da desigualdade
brasileira. São Paulo: Hucitec, 2005a.
__________________. O Estudo dos Ricos no Brasil. Econômica, v.7, nº1, junho
2005b, p.99-128.
__________________. Estrutura Familiar e Rendimentos do Trabalho dos Ricos.
Dados, Vol. 47, nº2, 2004a, p. 365-382.
__________________. As Teorias de Estratificação da Sociedade e o Estudo dos Ricos.
BIB - Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, Vol. 57,
2004b, p.69-89.
SOUZA, Pedro H.G. Ferreira de. Riqueza: a dimensão ausente nos estudos sobre
desigualdades. In: CATTANI, Antonio David (org.). Riqueza e Desigualdade na
América Latina. Porto Alegre: Zouk, 2010, p.173-197.
224
SPILERMAN, Seymour. Wealth and Stratification Processes. Annual Review of
Sociology, 26, 2000, p.497-524.
STARK, David. The Sense of Dissonance: accounts of worth in economic life.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2009.
TORCHE, Florencia; SPILERMAN, Seymour. Intergenerational Influences on Wealth
in Mexico. Latin American Research Review, Vol.44, nº3, 2009, p.75-101.
VEBLEN, Thorstein. A Teoria da Classe Ociosa: um estudo econômico das
instituições. São Paulo: Pioneira, 1965 [1899].
Risco
ARNOLDI, Jakob. Risk: an introduction. Cambridge, UK: Polity Press, 2009.
IZQUIERDO, A.Javier. Reliability at Risk: the supervision of financial models as a case
study for reflexive economic sociology. European Societies, 3(1), 2001, p.69-90.
KESSLER, Oliver. Performativity of Risk and the Boundaries of Economic Sociology.
Current Sociology, Vol. 55(1), January 2007, p.110–125.
MACKENZIE, Donald. The Material Production of Virtuality: Innovation, Cultural
Geography and Facticity in Derivatives Markets. Economy and Society 36, 2007,
p.355-376.
MILLER, Peter; KURUNMÄKI, Liisa. The Risks of Regulating by Numbers: costing,
curing and quantifying. Risk and Regulation, nº14, Winter 2007, p.8-10.
MILLO, Yuval; MACKENZIE, Donald. The Usefulness of Inaccurate Models: The
Emergence of Financial Risk Management. Accounting, Organizations and Society,
34 (5), July 2009, p.638-653.
225
POON, Martha. From New Deal Institutions to Capital Markets: commercial consumer
risk scores and the making of subprime mortgage finance. Accounting, Organizations
and Society, 34 (5), July 2009, p.654-674.
Saúde
BLOOM, Gerald; STANDING, Hilary; LLOYD, Robert. Markets, Information
Asymmetry and Health Care: towards new social contracts. Social Science &
Medicine, Volume 66, Issue 10, May 2008, p.2076-2087.
CALLON, Michel; RABEHARISOA, Vololona. The Growing Engagement of
Emergent Concerned Groups in Political and Economia Life: lessons from the French
Association of Neuromuscular Disease Patients. Science, Technology and Human
Values, Volume 33, Number 2, March 2008, p.230-261.
EVE, Susan Brown. Care and Health. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan
(eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006,
p.44-47.
HAMMER, Peter J. The Architeture of Health Care Markets: Economic Sociology and
Antitrust Law. Houston Journal of Health Law & Policy, Volume 7, Issue 2, 2007,
p.227-264.
LINK, Bruce G.; PHELAN, Jo C. Fundamental Sources of Health Inequalities. In:
MECHANIC, David; ROGUT, Lynn B.; COLBY, David C.; KNICKMAN, James R.
(eds.). Policy Challenges in Modern Health Care. Piscataway, NJ: Rutgers University
Press, 2005, p.71-84.
MISOCZKY, Maria Ceci. O Isomorfismo Normativo e a Análise de Organizações de
Saúde. RAE eletrônica, Vol.4, nº1, 2005.
RABEHARISOA, Vololona; CALLON, Michel. L'engagement des Associations de
Malade dans la Recherche. Revue Internationale des Sciences Sociales, nº171, 2002,
p.65-73.
226
SCOTT, W. Richard. Competiting Logics in Health Care: professional, state, and
managerial. In: DOBBIN, Frank (ed.). The Sociology of the Economy. New York:
Russell Sage Foundation, 2004b, p.267-287.
Schumpeter, Joseph
Após o fim da I Guerra Mundial, em 1918, e o colapso do Império Austro-Húngaro,
então aliado dos alemães, búlgaros e turcos, a Áustria é um país arruinado
financeiramente. À época, o governo do país empossa como ministro das Finanças um
economista de 36 anos, já considerado como o maior no mundo, ex-aluno e
colaborador de Max Weber: Joseph Schumpeter. Ele suporta sete meses no cargo e
renuncia. Depois de breves passagens por um banco privado de Viena e pela
Universidade de Bonn, na Alemanha, Schumpeter transfere-se para os Estados Unidos,
onde faz carreira em Harvard até a sua morte, em 1950. A precocidade genial das
obras de Schumpeter já se enunciava antes do desfecho da I Guerra. Em A Teoria do
Desenvolvimento Econômico, Schumpeter detalha os vínculos entre inovação, criação
de novos mercados e ação do empreendedor: "chamamos 'empreendimento' a
realização de combinações novas; chamamos 'empresários' aos indivíduos cuja função
é realizá-las (Schumpeter, 1982, p.54). É correto, conforme essa assertiva, afirmar que
Schumpeter considerava os empresários como atores responsáveis por mudanças que
desencadeavam o desenvolvimento econômico, mudanças que se traduziriam nas
seguintes situações: introdução de um novo bem; introdução de um novo método de
produção; abertura de um novo mercado; conquista de uma nova fonte de matériasprimas; e estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a
criação de uma posição de monopólio (caso de cartéis, trustes). Essas novas
combinações produtivas, segundo a visão schumpeteriana, eram conduzidas geralmente
por novas empresas e que, em sua maioria, não surgiam de antigas companhias. Em
termos do autor (p.49), “em geral, não é o dono de diligências que constrói estradas de
ferro”. Esse processo de renovação contínua do mercado capitalista por intermédio da
ação de novos empreendedores foi denominado por Schumpeter de destruição criativa.
O que não é correto é eventual interpretação (vide Strathern, 2004, p.219) de que
Schumpeter considerava uma função empresarial a condição de assumir os riscos da
atividade produtiva. Para Schumpeter, quem arcava com o risco era quem concedia
227
crédito para as empresas de um dado mercado. Segundo o autor austríaco (p.92-93),
mesmo que o empresário se auto-financie pelos lucros anteriores, ou que contribua com
os meios de produção pertencentes ao seu negócio ‘estático’, o risco recai sobre ele
como capitalista ou possuidor de bens e não na condição de empresário. Correr risco
não é em hipótese nenhuma um componente da função empresarial. Já na década de
40, Schumpeter postula que o aumento das dimensões das empresas acabaria por
eliminar a figura do empresário empreendedor, com a sua capacidade inovadora sendo
transferida para uma burocracia de especialistas, naquilo que em termos atuais pode se
chamar de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). O gigantismo de determinadas
empresas também implicaria a extinção de pequenas e médias empresas. A burguesia
acabaria expropriada como classe em seus rendimentos e mesmo na sua razão de ser.
Aqui, parecem transparecer matizes da obra weberiana. Schumpter busca aproximar
ainda reflexões da Economia com a Sociologia em História da Análise Econômica
(1964).
Temas relacionados: Empreendedorismo; Inovação
BEAMISH, Thomas D.; BIGGART, Nicole Woolsey. Mesoeconomics: Business
cycles, entrepreneurship, and economic crisis in commercial building markets.
Research in the Sociology of Organizations, Volume 30, 2010, p.245-280.
INGHAM, Geoffrey. Schumpter and Weber on the Institutions of Capitalism: Solving
Swedberg's Puzzle. Journal of Classical Sociology, Volume 3 (3), 2003, p.297-309.
MARTINELLI, Alberto. Análisis Económico y Análisis Sociológico en el Sistema
Teórico de Schumpeter. Revista Española de Investigaciones Sociologicas (REIS),
nº30, abril-junio1985, pp.41-68.
SCHUMPETER, Joseph A. Diez Grandes Economistas: de Marx a Keynes. Madrid:
Alianza Editorial, 1990 [1954] – (edição brasileira: Dez Grandes Economistas. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1958.
228
_______________________. A Teoria do Desenvolvimento Econômico: uma
investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Abril
Cultural, 1982 [1911].
______________________. História da Análise Econômica. Rio de Janeiro: USAID,
1964, 3v.
STRATHERN, Paul. Uma Breve História da Economia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2003.
SWEDBERG, Richard. The Economic Sociology of Capitalism: Weber and
Schumpeter. Journal of Classical Sociology, Vol. 2, nº3, November 2002, p.227-255.
___________________. On the Relationship Between Economic Thoery and Economic
Sociology in the Work of Joseph Schumpeter. In: SWEDBERG, Richard (ed.).
Explorations in Economic Sociology. New York: Russell Sage Foundation, 1993,
p.42-61.
___________________. Schumpeter: a biography. Princeton, NJ: Princeton University
Press, 1991.
Seguros
CHAN, Cheris Shun-ching. Creating a Market in the Presence of Cultural Resistance:
the case of life insurance in China. Theory and Society, Volume 38, Number 3, 2009,
p.271-305.
LORENC VALCARCE, Federico. La Vida Social de los Precios: evaluaciones
monetarias y acción económica en los mercados de la seguridad privada. Civitas, v.10,
nº3, set.-dez.2010, p.450-467.
QUINN, Sarah. The Transformation of Morals in Markets: Death, Benefits, and the
Exchange of Life Insurance Policies. American Journal of Sociology, Volume 114,
Number 3, November 2008, p.738-780.
229
ZELIZER, Viviana A. Morals and Markets: The Development of Life Insurance in the
United States. New Brunswick, N.J.: Transaction Books, 1983.
_________________. Human values and the market: the case of life insurance and
death in 19th-Century America. American Journal of Sociology, Vol.84, Number 3,
November 1978, p.591-610.
Sexo
AGUSTÍN, Laura María. Sex at the Margins: Migration, Labour Markets and the
Rescue Industry. London: Zed Books, 2007.
NELSON, Julie A. Sociology, Economics, and Gender: Can Knowledge of the Past
Contribute to a Better Future? Global Development and Environment Institute,
Working Paper nº09-04, August 2008.
PISCITELLI, Adriana. Tránsitos: circulación de brasileñas en el ámbito de la
transnacionalización
de
los
mercados
sexual
y
matrimonial.
Horizontes
Antropológicos, Vol.15, nº31, 2009, p. 101-136.
___________________. Corporalidade em Confronto: brasileiras na indústria do sexo
na Espanha. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol.22, nº64, 2007, p.17-32.
___________________.Sujeição ou Subversão: migrantes brasileira na indústria do
sexo na Espanha. História e Perspectivas, 35, Jul.Dez.2006, p.13-55.
ZELIZER, Viviana A. Dinheiro, Poder e Sexo. Cadernos Pagu, nº32, jan./jun. 2009,
p.135-157.
.
Simmel, Georg
Georg Simmel (1858-1918) analisa as interações cotidianas entre os atores sociais,
com o exame das aspirações dos indivíduos em relação ao pertencimento grupal desses.
230
Assim, Simmel (1964) teoriza que em grupos de mercadores, por exemplo, poder-se-iam
efetuar simultaneamente relações de associação e de isolamento, de competição
acirrada e de partilha de interesses comuns. Em outro texto (2006[1917]), o autor
considera que “os objetivos do espírito público, de uma coletividade em geral
correspondem àqueles que o indivíduo deve apresentar para si mesmo como os mais
fundamentalmente simples e primitivos (...) o asseguramento da existência, a aquisição
de novas propriedades, o desejo de afirmar e expandir a própria esfera de poder, a
defesa das posses conquistadas – estes são impulsos fundamentais, impulsos a partir
dos quais ele pode se associar de modo conveniente a muitos outros indivíduos, a seu
gosto”. Na mesma obra, entretanto, Simmel sugere que a concorrência irrestrita e a
unilateralização da vida em decorrência da divisão do trabalho não seriam exatamente
implantadoras de uma cultura de liberdade e igualdade. Porém, o autor afirma ainda,
ao final, que preferia ver o trabalho da humanidade gerar “formas novas, mais
variadas, com as quais a personalidade se afirmará, comprovando assim o valor de sua
existência”. Uma mensagem, enfim, otimista, no término da vida de alguém que
enfrentou sérios reveses para consolidar formalmente sua carreira acadêmica, apesar
de ser admirado dos dois lados do Atlântico: Os motivos: Simmel, além de ser judeu, é
considerado por alguns mais como um filósofo social do que propriamente um
sociólogo. Em relação ao papel social do dinheiro, o autor analisa, em duas obras,
Sobre diferenciação social, originalmente de 1890, e sobretudo em A Filosofia do
Dinheiro (2004[1900]), as implicações de uma economia monetarizada para a
liberdade pessoal e a individualidade. A Filosofia do Dinheiro divide-se em duas
partes, uma designada como “analítica” e a outra “sintética”. Simmel (2004) observa
que uma parte destina-se a fazer a essência do dinheiro inteligível a partir das
condições e das conexões da vida em geral, inversamente, a outra parte visa tornar a
essência e a organização da vida inteligíveis a partir dos efeitos do dinheiro. O autor
relaciona a importância crescente do dinheiro como valor (e não como substância) com
o modo de vida acelerado nas grandes cidades (metrópoles). Segundo Simmel (2004),
onde o ritmo da vida econômica é lento e o dinheiro circula lentamente, uma
determinada quantidade de dinheiro é mais valorizada do que na selva econômica da
vida urbana moderna. Segundo o filósofo e sociólogo alemão, a rápida circulação de
dinheiro induz hábitos de gastos e de aquisição, faz com que uma quantidade específica
de dinheiro se torne psicologicamente menos significativa e valiosa, enquanto o
dinheiro em geral torna-se cada vez mais importante porque as questões de dinheiro
231
agora afetam o indivíduo mais vitalmente do que o seria em um estilo de vida menos
agitado. O dinheiro, segundo Simmel, unifica e separa interesse, desempenhando desta
forma um papel fundamental na mediação de relações entre indivíduos e grupos. Como
bem destaca Waizbort (2000), a divisão do trabalho supõe, na análise de Simmel, tal
meio de troca comum: “o dinheiro possibilita, enquanto meio de troca, a divisão da
produção e isto é uma enorme força unificadora entre os indivíduos, pois há então uma
unidade econômica que abrange a todos e para a qual todos contribuem" (Waizbort,
2000, p.150). Todavia, o dinheiro na abordagem simmeliana apresenta uma dupla face,
pois sua posse pode significar liberdade, mas também perda de sentido e ausência, com
tal liberdade sendo externa aos indivíduos: Conforme Simmel (2004), em trecho
relativo à transformação de valores substantivos em valores monetários, somente a
redução de toda relação com o dinheiro, se nós o recebemos ou o doamos, liberta-nos
de tal determinação que é externa a nós. Geoffrey Ingham (2006, p.269) destaca que
Simmel, de um modo paralelo ao que a Física busca encontrar, no começo do século
20, uma teoria para lidar com a perda de certeza dos postulados newtonianos ante o
fluxo da relatividade, luta para estabelecer uma nova concepção de dinheiro.
Temas relacionados: Ambivalência; Clássicos; Dinheiro; Moda; Pobreza
DEFLEM, Mathieu. The Sociology of the Sociology of Money. Simmel and the
Contemporary Battle of the Classics. Journal of Classical Sociology, Vol.3, nº1, 2003,
p.67-96.
DODD, Nigel. On Simmel's Pure Concept of Money: a response to Ingham. Archives
Européennes de Sociologie, XLVIII(2), 2007, p.273-294.
____________. Laundering “Money”: on the need for conceptual clarity within the
sociology of money. Archives Européennes de Sociologie, XLVI(3), 2005, p.387-411.
FRISBY, David. Georg Simmel. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1993.
HELLE, Horst J. Soziologie der Konkurrenz – Sociology of Competition by Georg
Simmel. Canadian Journal of Sociology/Cahiers Canadiens de Sociologie, 33(4),
2008.
232
HERRANZ GONZÁLEZ, Roberto. Georg Simmel y la Sociología Económica: el
mercado, las formas sociales y el análisis estratégico. Papers – Revista de Sociologia,
87, 2008, p.269-286.
INGHAM, Geoffrey. The Specificity of Money. Archives Européennes de Sociologie,
XLVIII (2), 2007, p.265-272.
_________________. Further Reflections on the Ontology of Money: responses to
Lapavitsas and Dodd. Economy and Society, Volume 35, Number 2, May 2006a,
p.259-278.
_________________. Money is a Social Relation. Review of Social Economy, 54(4),
1996, p.507–529.
ORLÉAN, André. La Monnaie comme Lien Social. Étude de Philosophie de L’Argent
de Georg Simmel. Genèses, 8, juin, 1992, p.86-107.
SIMMEL, Georg. Filosofia da Moda e Outros Escritos. Lisboa: Texto & Grafia, 2008.
______________. Questões Fundamentais da Sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2006 [1917]. Obra também conhecida como Pequena Sociologia.
______________. As Grandes Cidades e a Vida do Espírito. Mana, 11 (2), 2005[1903],
p.577-591.
______________. The Philosophy of Money. Third Edition. London and New York:
Routledge, 2004.
______________. Les Pauvres. Paris: Presses Universitaires de France (PUF), 1998
[1907]. Integra Sociologia, referência abaixo. Versões em inglês estão em: SIMMEL,
Georg. The Poor. Social Problems, Vol.13, nº2, 1965 ou SIMMEL, Georg. The Poor.
In:LEVINE, Donald (ed.). Georg Simmel: on individuality and social forms. Chicago:
Chicago University Press, 1971.
233
______________. Sociología: estudios sobre las formas de socialización. Madrid:
Alianza, 1986 [1908] (2v). Obra também conhecida como Grande Sociologia.
______________. Conflict & The Web of Group Affiliations. Free Press, 1964.
______________. Fashion. American Journal of Sociology, 62, Nº6, May 1957,
p.541–558.
WAIZBORT, Leopoldo. Simmel no Brasil. Dados, Vol. 50, nº1, 2007, p.11-48.
___________________. As Aventuras de Georg Simmel. São Paulo: Editora 34,
2000.
ZELIZER, Viviana. Human Values and the Market: the Case of Life Insurance and
Death in 19th Century America. American Journal of Sociology, 84, 1978, p. 591-610.
Sindicatos
ABRAMOVAY,
Ricardo;
MAGALHÃES,
Reginaldo;
SCHRODER,
Mônica.
Representatividade e Inovação na Governança dos Processos Participativos: o caso das
organizações Brasileiras de agricultores familiares. Sociologias, vol.12, nº24, 2010,
p.268-306.
GRÜN, Roberto. Financeirização de Esquerda? Frutos inesperados no Brasil do século
XXI. Tempo Social, Vol. 21, nº2, 2009, p.153-184.
JARDIM, Maria Chaves. "Nova" Elite no Brasil? Sindicalistas e ex-sindicalistas no
mercado financeiro. Sociedade e Estado, v.24, nº2, maio/ago. 2009, p.363-399.
REGINI, Marino. Trade Unions. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London and New York:
Routledge, 2006, p.674-677.
234
______________. Work and Labour in Global Economies: the case of Western Europe.
Socio-Economic Review, Volume, Issue 2, 2003, p.165-184.
STREECK, Wolfgang. The Sociology of Labor Markets and Trade Unions. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic
Sociology. Second Edition. Princeton: Princeton University Press, 2005, 254-283.
___________________. Labor Unions. In: SMELSER, Neil J.; BALTES, Paul (eds.).
International Encyclopedia of the Social and Behavioral Sciences. Amsterdam:
Elsevier, 2001, p.8214-8220.
Sociologia Econômica (história, temas gerais e obras de referência da disciplina)
Em obra sobre a disciplina, publicada originalmente ao final dos anos 1990, Philippe
Steiner (2006[1999]), justifica a escolha do mercado como fio condutor da obra, em
decorrência do fato da esfera mercantil ser a instituição central da vida econômica nas
sociedades modernas. O autor, todavia, ressalva a existência de outras áreas cobertas
pela disciplina tais como Sociologia do Trabalho, Sociologia das Organizações e das
Empresas, análises sobre consumo, etc. O que Steiner define como inconveniente não
implica demérito algum a esta obra, sintética, porém com densidade analítica em sua
exposição sobre temas como a construção social das esferas mercantis. Em um manual
editado mais de 35 anos antes da obra de Steiner, um sociólogo americano apresenta,
em cinco capítulos, o que define ser
uma ‘contribuição despretensiosa’ para as
disciplinas de Sociologia e Economia. Hoje, apesar de inevitáveis defasagens, A
Sociologia da Vida Econômica (1968[1963], de Neil J. Smelser mantém sua relevância
histórica. Conforme Smelser, "a sociologia econômica é a aplicação do esquema geral,
variáveis e modelos explicativos de sociologia a este complexo de atividades que se
refere à produção, à distribuição, às trocas e ao consumo de bens e serviços escassos. O
primeiro foco da sociologia econômica encontra-se nas atividades econômicas
isoladas. O pesquisador de sociologia econômica pergunta como é que essas atividades
são estruturadas em papéis e coletividades, quais os valores que a legitimam, quais as
normas e sanções que as regulamentam e como interagem essas variáveis sociológicas.
O segundo foco da sociologia econômica está nas relações entre as variáveis
sociológicas – em suas manifestações no contexto econômico – e nas variáveis
235
sociológicas, em suas manifestações em contextos não-econômicos” (Smelser, 1968,
p.62-63). Décadas mais tarde, Smelser e Richard Swedberg (2005, p.3) observam que
se o primeiro, nos anos 1960, havia destacado certas perspectivas sociológicas
(interação social, grupos e estruturas sociais – instituições – e controle social –
normas, sanções) aplicadas aos fenômenos econômicos, desenvolvimentos recentes da
da Sociologia Econômica incluem novos temas centrais como redes sociais, gênero e
contextos culturais. Mais recentemente, de maneira individual, Smelser (2009) e
Swedberg (2009) examinam, respectivamente, as diferenças ontológicas entre
Sociologia Econômica e Economia e a construção de abordagens diferentes sobre
conceitos, por exemplo, como interação social, normas e instituições, além de uma
acurada leitura do autor sueco sobre a obra de Bourdieu, em um esforço de investigar
qual contribuição distintos trabalhos do sociólogo francês teriam para o diálogo entre
as referidas disciplinas (vide também os tópicos ‘Bourdieu, Pierre’ e ‘Economia e
Sociologia’).
No Brasil, a Sociologia Econômica é uma esfera promissora para a realização de
estudos sobre diversas áreas sócio-econômicas no Brasil. Hoje, no país, existem
núcleos de pesquisa acadêmica com interesse variados no âmbito desse ramo
sociológico, para citarmos apenas alguns: os estudos do sociólogo Ricardo Abramovay
na Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP); o Núcleo de Estudos
de Sociologia Econômica e das Finanças (Nesefi) da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar), promotor do I Congresso Internacional de Sociologia das Finanças,
em 2006; o Núcleo de Estudos Sociológicos (Nusmer) da Universidade Federal de
Santa Catarina (Ufsc), ativo na organização do I Seminário Nacional de Sociologia
Econômica, em 2009, Nusmer esse que teve a sua frente o empenho e trabalho de
Cécile Raud; o trabalho de John Wilkinson na Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ); os estudos de Nadya Araújo Guimarães, da Universidade de São
Paulo, sobre intermediação no mercado de trabalho; o trabalho de Ana Cristina Braga
Martes, na Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
Como sugestão de áreas que podem ter análises sócio-econômicas expandidas no
Brasil, são citadas: Ambiente natural, mercados e desenvolvimento sustentável;
Associações de negócios nos setores de comércio e de serviços; Bancos, crédito e
finanças; Burocracia e Estado; Consumo e estratificação (classes sociais); Contrato e
instituições sócio-econômicas; Estado e Capitalismo no Brasil; Sociologia do
Empreendedorismo; Fontes de Energia; Inserção disciplinar da Sociologia Econômica
236
na academia brasileira; Sociologia Fiscal; Sociologia do Futebol; Sociologia da
Inovação; Mercados; Moda, vestuário e indústria têxtil; Pobreza e Riqueza: dimensões
qualitativas ou para além das linhas de renda; Relações entre universidades e
empresas; Saúde, Estado e Mercado: previdência privada e planos de saúde;
Sindicatos, Estado e Financeirização; Sociologia dos Mercados de Trabalho, Trabalho
e informalidade, entre muitas outras temáticas.
Temas relacionados: Conhecimento Econômico; Economia (disciplina)
ABRAHAM, Yves-Marie. Les Fausses Promesses de la <<Nouvelle Sociologie
Économique>>. Cahier de Recherche, n° 05-05, Juillet 2005, p.1-51.
BALLARINO, Gabriele; REGINI, Marino. Convergent Perspectives in Economic
Sociology: an Italian view of contemporary developments in Western Europe and North
America. Socio-Economic Review, 6, 2008, p.337–363.
BARBERA, Felippo. Economic Sociology in Italy: Past and Present. International
Review of Sociology, 12(1), 2002, p.145-157.
BASTIN, Gilles; ZALIO, Pierre-Paul.
Sociologie Économique Début de Siècle:
l’impossible troisième voie entre histoire et théorie économique (note critique).
Terrains & Travaux, N° 4, 2003/1, p.6-55.
BEAMISH, Thomas D. Economic Sociology in the Next Decade and Beyond.
American Behavioral Scientist, Volume 50, Number 8, April 2007, p.993-1014.
BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan Zafirovski (eds.). International Encyclopedia
of Economic Sociology. London and New York: Routledge, 2006.
BIGGART, Nicole Woolsey. (ed.). Economic Sociology: A Reader. Oxford, UK:
Blackwell Publishers, 2001.
CARRUTHERS, Bruce G. Why is the Past also the Present and Future of Economic
Sociology? On method, evidence and topic. Economic Sociology – The European
Electronic Newsletter, volume 7, number 2, February 2006, 3-6.
237
_____________; UZZI, Brian. Economic Sociology in the New Millenium.
Contemporary Sociology, 29 (3), 2000, p.483-494.
CONVERT, Bernard; HEILBRON, Johan. Where Did the New Economic Sociology
Come From? Theory and Society, Volume 36, 2007, p.31-54.
__________________________________. La Réinvention Américaine de la Sociologie
Économique. L’Année Sociologique, Vol.55, 2005/2, p.329-364.
CUISENIER, Jean. Sur l'Action Économique. Revue Française de Sociologie, 10-1,
1969, p.575-584.
_______________. Instrumentos e Tarefas para uma Sociologia da Economia. Análise
Social, Vol. III, nº9-10, 1965, p.103-116.
DOBBIN, Frank (ed.). The New Economic Sociology: a reader. Princeton: Princeton
University Press, 2004a.
______________ (ed.). The Sociology of the Economy. New York: Russell Sage
Foundation, 2004b.
FERREIRA, José Maria Carvalho. Atualidade da Construção do Objeto Científico da
Sociologia Econômica. ERA – eletrônica, v.6, nº1, jan./jun. 2007.
GISLAIN, Jean-Jacques; STEINER, Philippe. La Sociologie Économique 1890-1920:
Émile Durkheim, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter, François Simiand, Thorstein
Veblen et Max Weber. Paris: PUF, 1995.
GRAÇA, João Carlos. Afinal, o que é mesmo a Nova Sociologia Económica? Revista
Crítica de Ciências Sociais, 73, Dezembro 2005, p.111-129.
GRANOVETTER, Mark; SWEDBERG, Richard (eds.). The Sociology of Economic
Life. 2nd edition. Boulder: Westview Press, 2001.
238
GUILLÉN, Mauro F.; COLLINS, Randall; ENGLAND, Paula; MEYER, Marshall
(eds.). The New Economic Sociology: Developments in an Emerging Field. New York:
Russell Sage Foundation, 2002.
HAAS, Jeffrey K. Economic Sociology: an introduction. New York: Routledge, 2007.
HOLTON, Robert J. Economy and Society. London: Routledge, 1992 (edição
portuguesa: Economia e Sociedade. Lisboa: Instituto Piaget, 1995).
INGHAM, Geoffrey. Some Recent Changes in the Relationship between Economics
and Sociology. Cambridge Journal of Economics, 20, 1996, p.243-275.
KIRSCHNER, Ana Maria. A Sociologia Brasileira e a Empresa. Revista Brasileira de
Informação Bibliográfica em Ciências Sociais BIB. São Paulo, nº55, 1º semestre de
2003, p.99-122.
LALLEMENT, Michel. Raízes Alemãs da Sociologia Econômica. Tempo Social, v. 18,
nº1, junho 2006, p.375-394.
LAVILLE Jean-Louis. Sociologia Econômica. In: CATTANI, Antonio David;
HOLZMANN, Lorena. Dicionário de Trabalho e Tecnologia. Porto Alegre: Ed. Da
Ufrgs, 2006, p.270-274.
__________________. Le Renouveau de la Sociologie Économique. Cahiers
Internationaux de Sociologie, CIII, 1997, p.229-235.
LÉVESQUE, Benoît; BOURQUES, Gilles; FORGUES, Éric. La Nouvelle Sociologie
Économique: originalité et diversité des approches. Paris: Desclée de Brower, 2001.
MARQUES, Rafael. Introdução: os Trilhos da Nova Sociologia Econômica. In:
MARQUES, Rafael; PEIXOTO, João (Orgs.). A Nova Sociologia Econômica: uma
antologia. Oeiras: Celta Editora, 2003, p.1-67.
239
MARTES, Ana Cristina Braga (org.). Redes e Sociologia Econômica. São Carlos, SP:
EdUFSCar, 2009.
MONDADORE, Ana Paula Carletto; PEDROSO NETO, Antônio José; LEITE, Elaine
da Silveira; JARDIM, Maria Aparecida Chaves; SARTORE, Marina de Souza (orgs.).
Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em construção. São Carlos, SP:
EdUFSCar, 2009.
ORLÉAN, André. La Sociologie Économique et la Question de l'Unité des Sciences
Sociales. L'Année Sociologique, Vol.55, 2005/2, p.279-305.
PORTES, Alejandro. Economic Sociology: a systematic inquiry. Princeton, NJ:
Princeton University Press, 2010.
RAUD, Cécile. Dimensões da Sociologia Econômica no Brasil. In: MONDADORE,
Ana Paula Carletto et al. (orgs.). Sociologia Econômica e das Finanças: um projeto em
construção. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2009, p.345-364.
SMELSER, Neil J. Sociology and the Economic Sciences. In: HEDSTRÖM, Peter;
WITTROCK, Björn (eds.). Frontiers of Sociology. Leiden: Brill, 2009, p.197-207.
_______________. A Sociologia da Vida Econômica. São Paulo: Pioneira, 1968
[1963].
_______________; SWEDBERG, Richard. The Handbook of Economic Sociology.
2nd edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005 [1st edition 1994].
____________________________________. Introducing Economic Sociology. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard. The Handbook of Economic Sociology.
2nd edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.3-25.
STEINER, Philippe. A Sociologia Econômica. São Paulo: Atlas, 2006.
240
________________. Porquoi la Sociologie Économique Est-Elle Si Dévelopée en
France? L’Année Sociologique, Vol.55, 2005/2, p.391-415.
________________; VATIN, François (dir.). Traité de Sociologie Économique. Paris:
PUF, 2009.
STINCHCOMBE, Arthur L. Economic Sociology. New York: Academic Press, 1983.
SWEDBERG, Richard. The Economic Sociologies of Pierre Bourdieu. Cultural
Sociology, Volume 5(1), 2010, p.1-18.
Bourdieu's Contribution to Economic Sociology. In: HEDSTRÖM, Peter; WITTROCK,
Björn (eds.). Frontiers of Sociology. Leiden: Brill, 2009, p.231-244.
____________________. Sociologia Econômica: hoje e amanhã. Tempo Social,
Vol.16, nº2, 2004, p.7-34.
___________________. Principles of Economic Sociology. Princeton, NJ: Princeton
University Press, 2003.
___________________. Vers Une Nouvelle Sociologie Économique: bilan et
perspectives. Cahiers Internationaux de Sociologie, Volume CIII, Juillet-Décembre
1997, p.237-263.
THIS SAINT-JEAN, Isabelle. Peut-On Définir la Sociologie Économique? L'Année
Sociologique, Vol.55, 2005/2, p.307-326.
TRIGILIA, Carlo. Economic Sociology: State, Market and Society in Modern
Capitalism. Oxford: Blackwell, 2002.
ZELIZER, Viviana A. Pasados y Futuros de la Sociología Económica. Apuntes de
Investigación, nº14, 2008, p.95-112 (Original: ZELIZER, Viviana A. Pasts and Futures
of Economic Sociology. American Behavioral Scientist, Volume 50(8), April 2007,
p.1056-1069).
241
Sociologia Econômica - algumas áreas de interesse:
Mercados (construção social de preços; lucro; mercados no regime capitalista;
concorrência; cooperação; valor)
Produção (Trabalho, Capital, Tecnologia & Inovação, Organizações & Empresas,
relações interfirmas, produção agrícola)
Ocupações/Profissões
Consumo
Dinheiro ou moeda (usos sociais do dinheiro)
Finanças, Contabilidade e Auditoria (bolsa de valores, bancos, corporações - S/As;
sistemas financeiros, balanços, dimensão social de crises econômicas, fraudes)
Estratificação (desigualdade, pobreza, Sociologia da Riqueza)
Sociologia Econômica e Histórica (sistema financeiro na Renascença,
Mercantilismo, Liberalismo, tipos/modelos de capitalismo, transição do socialismo
para o capitalismo, capitalismo na Ásia, capitalismo na América Latina)
Sociologia Econômica e o papel do Estado (regulamentações, intervenções,
protecionismo)
Sociologia Fiscal (tributação, impostos, sonegação)
Sociologia Econômica do Direito (contratos, direitos de propriedade, herança)
Sociologia do Conhecimento Econômico (práticas econômicas, formas de
conhecimento econômico) e Sociologia da Economia (Economia como disciplina
Sombart, Werner
Werner Sombart (1863-1941), colega de disciplina e polemista da obra de Max Weber,
utiliza, em 1902, o termo Kapitalismus, na primeira versão da obra O Capitalismo
Moderno (Der Moderne Kapitalismus). O pioneirismo é reconhecido somente na
década de 1930. Em 1903, Sombart e Weber, ambos professores de "economia
nacional", em Breslau e Heidelberg respectivamente, fundam a revista Arquivo de
Ciência Social e Política Social.
Temas relacionados: Capitalismo; Clássicos; Max Weber
242
GRAÇA, João Carlos. Werner Sombart e o Homem Económico Moderno. Socius
Working Papers, nº3, 1995.
GRUNDMANN, Reiner; STEHR, Nico. Why Is Werner Sombart Not Part of the Core
of Classical Sociology?: From Fame to (Near) Oblivion. Journal of Classical
Sociology, Vol. 1, n2, July 2001, p.257-287.
NOGUEIRA, António de Vasconcelos. Werner Sombart (1863-1941): apontamento
biobibliográfico. Análise Social, Vol.XXXVIII, 169, 2004, p.1125-1151.
SOMBART, Werner. ¿Por que no hay Socialismo en los Estados Unidos? Revista
Española de Investigaciones Sociologicas (REIS), nº 71-72, Julio-Diciembre 1995
[1906], p.277-370.
________________. El Burgués: contribución a la historia del hombre económico
moderno. Madrid: Alianza, 1995 [1913].
________________. Amor, Luxo e Capitalismo. Venda Nova: Bertrand, 1990 [1913].
SWEDBERG, Richard. Max Weber e a Idéia da Sociologia Econômica. Rio de
Janeiro; São Paulo: UFRJ; Beca, 2005 [1998].
Status em mercados
Enquanto alguns mercados giram em torno de uma commodity (bens ou serviços
similares), portanto, funcionam com base em padrões, outros são mercados de status
social, centrados em produtos únicos, de forma e conteúdo sem similar, caso típico do
mercado de arte, mas que também pode ser vital para a compreensão de outras esferas
mercantis como bancos, segmento vinícola e mercado publicitário (respectivamente
Podolny, 1993; Benjamin, Podolny, 1999 e Zhao, 2009; Baker et al., 1998).
Temas relacionados:
ASPERS, Patrik. Knowledge and Valuation in Markets. Theory and Society, 39 (2),
2009, p.111-131.
243
______________. Status and Standard Markets in the Global Garment Industry,
MPIfG, Discussion Paper 05/10, 2005.
BAKER, Wayne E.; FAULKNER, Robert R.; FISHER, Gene A. Hazards of the market:
the continuity and dissolution of interorganizational market relationships. American
Sociological Review, Vol 63, nº 2, April, 1998, p.147-177.
BENJAMIN, Beth A.; PODOLNY, Joel M. Status, Quality, and Social Order in the
California Wine Industry. Administrative Science Quarterly, 44, 1999, p.563-589.
FILLIEULE, Renaud. The New Economic Sociology of Prices: an analysis inspired by
the Austrian School of Economics. American Journal of Economics and Sociology,
Vol. 69, nº2, April 2010, p.668-692.
LYNN, Freda B.; PODOLNY, Joel M.; TAO, Lin. A Sociological (De)Construction of
the Relationship between Status and Quality. American Journal of Sociology, Volume
115, Number 3, November 2009, p.755–804.
PODOLNY, Joel. Status Signals: A Sociological Study of Market Competition,
Princeton, NJ.: Princeton University Press, 2005.
_______________. A Status-based Model of Market Competition. American Journal
of Sociology, Volume 98, Number 4, January 1993, p.829-872.
ZHAO, Wei. Market Institutions, Product Identities, and Valuation of California
Premium Wines. The Sociological Quarterly, 50, 2009, p.525–555.
Tecnologia
Em uma obra recente, editada por Trevor Pinch e Richard Swedberg (2008), a
Sociologia Econômica estabelece formalmente cooperação com estudos sobre
tecnologia, conduzidos notavelmente, desde os anos 1980, em especial em trabalho
editado por Wiebe E.Bijker, Thomas P. Hughes e o próprio Trevor Pinch (1987). Na
244
prática, tal interação já vem sendo feita há bastante tempo por Michel Callon e Donald
Mackenzie, não por acaso autores presentes nos dois livros citados. Tal interação
também se antecipa em artigos como os de Brunn e Hukkinen (2003) e Sverrisson
(2000).
Temas relacionados: Empreendedorismo; Inovação; Mercados
BIJKER, Wiebe E. ¿Cómo y por qué es Importante la Tecnología? REDES - revista de
estudios sociales de la ciencia, 11(21), 2005, p.19-53.
_______________. Of Bicycles, Bakelites, and Bulbs: toward a theory of
sociotechnical change. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1995.
_______________; HUGHES, Thomas P.; PINCH, Trevor J. The Social Construction
of Technological Systems: New Directions in the Sociology and History of
Technology. MIT Press, Cambridge, 1987.
BRUNN, Henrik; HUKKINEN, Janne. Crossing Boundaries: an integrative framework
for studying technological change. Social Studies of Science, 33 (1), February 2003,
p.95-116.
CALLON, Michel. The Role of Lay People in the Production and Dissemination of
Scientific Knowledge. Science, Technology & Society, 4(1), 1999, p.81-94.
_______________. Society in the Making: The Study of Technology as a Tool for
Sociological Analysis. In: BIJKER, Wiebe E.; HUGHES, Thomas P.; PINCH, Trevor J.
The Social Construction of Technological Systems: New Directions in the Sociology
and History of Technology. MIT Press, Cambridge, 1987, p.83-103.
_________________. Some Elements of a Sociology of Translation: domestication of
the scallops and the fishermen of St Brieuc Bay. In: LAW, John. Power, action and
belief: a new sociology of knowledge? London: Routledge, 1986, pp.196-223.
_________________; RABEHARISOA, Vololona. The Growing Engagement of
Emergent Concerned Groups in Political and Economia Life: lessons from the French
245
Association of Neuromuscular Disease Patients. Science, Technology and Human
Values, Volume 33, Number 2, March 2008, p.230-261.
_________________; LASCOUMES, Pierre; BARTHE, Yannick. Acting in an
Uncertain World: an essay on technical democracy. Cambridge, MA: MIT Press, 2009
[2001].
MACKENZIE, Donald. Knowing Machines: essays on technical change. Cambridge,
MA: MIT Press, 1998.
___________________; WAJCMAN, Judy (eds.). The Social Shaping of Technology.
Second edition. Buckingham: Open University Press, 1999 [1985].
MUNIR, Kamal A.; PHILLIPS, Nelson. The Birth of the 'Kodak Moment': Institutional
Entrepreneurship and the Adoption of New Technologies. Organization Studies, 26
(11), November 2005, p.1665-1687.
PINCH, Trevor. Technology and Institutions: living in a material world. Theory and
Society, 37, 2008, p.461-483.
_____________. Giving Birth to New Users: How the Minimoog Was Sold to Rock &
Roll. In: OUDSHOORN, Nelly; PINCH, Trevor(eds.) How Users Matter: The CoConstruction of Users and Technology, Cambridge, MA : MIT Press, 2003, 247-70.
_____________; SWEDBERG, Richard (eds.). Living in a Material World:
Economic Sociology Meets Science & Technology Studies. Cambridge: MIT Press,
2008.
_____________; TROCCO, Frank. Analog Days: the invention and impact of the
Moog synthesizer. Cambridge: Harvard University Press, 2002.
_____________; BIJKER, Wiebe E. The Social Construction of Facts and Artifacts: or
how the Sociology of Science and the Sociology of Technology might benefit each
other. In: BIJKER, Wiebe E.; HUGHES, Thomas P.; PINCH, Trevor J. The Social
246
Construction of Technological Systems: New Directions in the Sociology and History
of Technology. MIT Press, Cambridge, 1987, p.17-50.
RAUEN, Cristiane Vianna; VELHO, Léa. Integrando Abordagens da Economia e da
Sociologia em Análises da Produção Tecnológica. Sociedade e Estado, Volume 25,
Número 1, Janeiro / Abril 2010, p.71-92.
SVERRISSON, Árni. Economic Sociology and Social Studies of Technology.
Economic Sociology – The European Electronic Newsletter, Vol. 1, nº2, 2000, p.812.
SWEDBERG, Richard. The Centrality of Materiality: Theorizing the Economy from
Xenophon to Home Economics and Beyond. Sociologica, 1, 2008, p.1-32.
Telefonia móvel
A formação social de preço de tecnologias de comunicação é um aspecto recente e
instigante para interessados em diversos temas da Sociologia Econômica, tais como
valor, competição, mercados e o discurso de grupos de interesse (stakeholders):
especialistas acadêmicos, acionistas, profissionais de mídia, analistas de mercado e
agentes do Estado. Nessa perspectiva, Ansari e Munir (2008) analisam o processo de
criação e destruição de valor em torno do preço de um recurso adquirido
externamente, ou seja, o uso do espectro de terceira geração (3G), que é uma parte das
frequências de bandas de rádio particulares do espectro eletromagnético e que
permitem a comunicação sem fio, com licenças concedidas a empresas do Reino Unido.
Conforme os autores, o caso 3G revela uma fascinante dinâmica associada com a
aquisição de um recurso e a criação a destruição de valor em torno dele, tanto antes
como depois que tal recurso foi adquirido. Deste modo, os autores se concentraram
especificamente sobre como o valor de um recurso para o seu adquirente é determinado
por estratégias competitivas e colaborativas que são acompanhadas durante e após a
sua aquisição, além da evolução do discurso social acerca de tal recurso. Ansari e
Garud (2009) avaliam a transição da tecnologia de telefonia móvel de segunda geração
(2G) para a de terceira (3G), examinando, por exemplo, forças de amortecimento que
247
dificultam tal transição tecnológica, caso da falta de aparelhos adequados e disputas
por padronizações.
Temas relacionados: Mercados; Preço; Tecnologia
ANSARI, Shahzad; MUNIR, Kamal. How Valuable Is a Piece of the Spectrum?
Determination of value in external resource acquisition. Industrial and Corporate
Change, 17(2), 2008, p.301-333.
________________; GARUD, Raghu. Inter-generational Transitions in Socio-technical
Systems: The case of mobile communications. Research Policy, 38 (2), March 2009,
p.382–392.
Tempo
Tempo é uma dimensão essencial para toda atividade sócio-econômica. Tempo é
variável de produção, de distribuição e de consumo. Tempo é prazo da indústria, prazo
do varejo ou duração de um determinado serviço prestado ou de uma
negociação/transação efetuada. E o cumprimento ou não de um tempo aprazado pode
ter diversas implicações: sociais, culturais, econômicas. Autores da Sociologia
Econômica dos Mercados (Aspers, 2009; Möllering, 2009) têm resgatado uma
importante dimensão para o estudo de esferas mercantis, que se soma às preocupações
em torno de aspectos essenciais à formação de um mercado como competição,
cooperação e avaliação de valor. Tal dimensão é o tempo. Logo, a intenção é romper
com análises estáticas de fenômenos sócio-econômicos, enfatizando, processos de
constituição de mercados, tais como inovação, mercantilização, comunicação,
competição, associação e institucionalização (Möllering, 2009). Em uma série de
trabalhos, em que faz uma síntese rigorosa das correntes atuais da Sociologia dos
Mercados, Patrik Aspers propõe categorias que contemplem o exame da dimensão
temporal em que um mercado se encontra na busca por estabilização, em geral
desencadeada por grupos organizados de empreendedores, ao modo similar de
abordagens feita por Georg Simmel e, em certa medida, na Economia, por Alfred
Marshall. Foram convencionadas por Aspers, em estudos datados até 2008, três fases
de um mercado: orientação, contração e coesão. Em 2009, o autor sueco apontou
também uma quarta possível fase, a de crise, aproximando, ainda que criticamente, sua
248
abordagem da proposta por Neil Fligstein. Por orientação de mercado, considera-se a
fase de diferenciação de um campo de atividade econômica, em que se estabelece qual
o interesse de negócios expresso em suas relações e qual o seu valor simbólico, ou seja,
o que realmente é o mercado em questão. Contração refere-se à fase em que os atores
do mercado reúnem-se e passam a reconhecer com quem podem ou não negociar,
buscando firmar uma cultura de mercado. Coesão, finalmente, é o estágio em que um
mercado está desenvolvido, com os contornos (boundaries) de sua estrutura delineados.
É somente nesta etapa que os atores e organizações podem focar mais detidamente o
valor econômico do que é negociado em um mercado. É um estágio, portanto,
considerado como de estabilização de um mercado e que, todavia, não é totalmente
imune a incertezas, assimetrias, conflitos e falhas nas relações de troca. Em relação à
dimensão temporal em mercados financeiros, autores da Sociologia das Finanças
(Knorr Cetina e Preda, 2007, 2005; Knorr Cetina e Bruegger, 2002) chamam atenção
para o fato de agentes econômicos (traders), mesmo à distância considerável,
conectarem-se de maneira simultânea (tempo real), através de comunicação de altatecnologia, para efetivar transações, transformando assim, no século atual, um
mercado em um sistema coletivo gerado inteiramente em um espaço simbólico, visto
que o mercado mundial é informacional (Knorr Cetina e Preda, 2007, p.117).
Temas relacionados: Finanças; Mercados
ASPERS, Patrik. How Are Markets Made? MPIfG Working Paper, March 2009.
KNORR CETINA, Karin; PREDA, Alex. The Temporalization of Financial Markets:
From Network to Flow. Theory, Culture & Society, Vol.24(7–8), 2007, p.116–138.
_________________________________(eds.). The Sociology of Financial Markets.
Oxford: Oxford University Press, 2005.
_____________________; BRÜGGER, Urs. Global Microstructures: The Virtual
Societies of Financial Markets. American Journal of Sociology, Volume 107 Number
4, January 2002, p.905–950.
MÖLLERING, Guido. Market Constitution Analysis: a new framework applied to solar
power technology markets. MPIfG, July 2009.
249
Trabalho, Mercado de / Mundo do Trabalho
Beamish e Biggart (2006) consideram que a Sociologia Econômica ao passo que não
evidencia condições de trabalho por si próprias, expõe a lógica por trás do
comportamento das empresas e as consequências para a estruturação de mercado, o
que ajuda a esclarecer como e porque as condições de trabalho aparecem da forma que
ocorrem. Segundo os autores, os sociólogos econômicos têm mostrado também o papel
que o ambiente e a concorrência, as associações e as redes, a cultura e as instituições e
o poder e a desigualdade desempenham na formação do contexto do mercado de
trabalho. Tais relatos auxiliam a entender o contexto econômico no qual o trabalho é
organizado e executado. Embora não exista, conforme os autores, consenso na
Sociologia Econômica sobre a forma ou as direções que os mercados contemporâneos
terão, está implícito um acordo de que as estruturas de empresa, indústria e mercado
continuarão a mudar dramaticamente no curto e longo prazo e, em decorrência, a
natureza do trabalho nas economias de todo o mundo.
No Brasil, há pouco mais de dez anos, artigo de Sorj (2000) defende uam revisão da
Sociologia do Trabalho
Temas relacionados: Desemprego; Economia informal; Educação e Economia;
Gênero; Mercados; Profissões e Ocupações; Renda; Sindicatos
ABBOTT, Andrew. The Sociology of Work and Occupations. Annual Review of
Sociology, 19, 1993, 187–209.
BANDELJ, Nina. Toward an Economic Sociology of Work. Research in the Sociology
of Work, Volume 18, 2009, p.1-20.
BEAMISH, Thomas D.; BIGGART, Nicole Woolsey. Economic Worlds of Work:
Uniting Economic Sociology with the Sociology of Work. In: KORZYNSKI, Marek;
HODSON, Randy; EDWARDS, Paul (eds.). Social Theory and Work. Oxford, UK:
Oxford University Press, 2006, p.233-271.
250
DEUTSCHMANN,
Christoph.
Work,
Sociology
of.
In:
BECKERT,
Jens;
ZAFIROVSKI, Milan (eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology.
London: Routledge, 2006, p.728-733.
DOBBIN, Frank. Is Globalization Making Us All the Same? British Journal of
Industrial Relations, Volume 43, nº4, December 2005, p.569–576.
GRANOVETTER, Mark. Getting a Job: a study of contacts and careers. Cambridge,
MA: Harvard University Press, 1995 [1974].
_____________________. The Sociological and Economic Approaches to Labor
Market Analysis: a social structural view. In: FARKAS, George; ENGLAND, Paula
(eds.). Industries, firms and jobs: sociological and economic approaches. New York:
Plenum Press, 1988.
_____________________. Small is Bountiful: Labor Markets and Establishment Size.
American Sociological Review, 49, 1984, p.323-334.
_____________________. Toward a Sociological Theory of Income Differences. In:
BERG, Ivar (ed.). Sociological Perspectives on Labor Markets. New York: Academic
Press, 1981, p. 11-47.
_____________________; TILLY, Charles. Inequality and Labor Processes. In:
SMELSER, Neil (ed.). Handbook of Sociology. Newbury Park, CA: Sage, 1988, p.
175-221.
GUIMARÃES, Nadya Araújo. À Procura de Trabalho: instituições do mercado e
redes. Belo Horizonte: Argumentum, 2009a.
________________________. A Sociologia dos Mercados de Trabalho, Ontem e Hoje.
Novos Estudos Cebrap, 85, Novembro 2009b, p.151-170.
251
________________________. À Procura de Trabalho: desempregado, demandante de
trabalho, candidato. Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo, Segunda
Epoca, Año 13, Número 19, 2008.
LALLEMENT, Michel. Relations Industrielles et Institutionnalisme Historique aux
États-Unis. L’Année Sociologique, Vol. 55, 2005/2, p.365-389.
___________________. Du Gouvernement à la Gouvernance de l’Emploi. Cahiers
Internationaux de Sociologie, Volume CIII, Juillet-Décembre 1997, p.295-311.
LOUNSBURY, Michael; KAGHAN, William N. Organizations, Occupations and the
Structuration of Work. Research in the Sociology of Work, Vol.10, 2001, p.25-50.
LIN, Nan. Social Capital: a theory of social structure and action. Cambridge:
Cambridge University Press, 2002 (Chapter 6: Social Capital and Status Attainment: a
research tradition).
NORONHA, Eduardo G. “Informal”, Ilegal, Injusto: percepções do mercado de trabalho
no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol.18, nº53, 2003, p.111-129.
____________________; TURCHI, Lenita. O Pulo do Gato da Pequena Indústria
Precária. Tempo Social, Vol.19, nº1, junho 2007, p.249-280.
PODOLNY, Joel M.; BARON, James N. Resources and Relationships: Social Networks
and Mobility in the Workplace. American Sociological Review, Vol.62, October 1997,
p.673-693.
REGINI, Marino. Work and Labour in Global Economies: the case of Western Europe.
Socio-Economic Review, Volume, Issue 2, 2003, p.165-184.
______________. The Dilemmas of Labour Market Regulation. In: ESPINGANDERSEN, Gosta; REGINI, Marino (eds.). Why De-Regulate Labour Markets?
Oxford: Oxford University Press, 2000.
252
SÖRENSEN, Jesper B. Organizational Diversity, Labor Markets, and Wage Inequality.
American Behavioral Scientist, Volume 50, Number 5, January 2007, p.659-676.
SORJ, Bila. Sociologia e Trabalho: mutações, encontros e desencontros. Revista
Brasileira de Ciências Sociais, Vol.15, nº43, junho 2000.
STREECK, Wolfgang. The Sociology of Labor Markets and Trade Unions. In:
SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic
Sociology. Second Edition. Princeton: Princeton University Press, 2005, 254-283.
TILLY, Chris; TILLY, Charles. Work under Capitalism. Boulder, CO: Westview
Press, 1998.
__________________________. Capitalist Work and Labor Markets. In: SMELSER,
Neil; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Princeton,
NJ: Princeton University Press and Russell Sage Foundation, 1994, p.283-312.
TRIGILIA, Carlo. Economic Sociology: State, Market, and Society in Modern
Capitalism. Oxford: Blackwell, 2002 (Chapter 9, The Crisis of Fordism and New
Economic Sociology).
XAVIER SOBRINHO, Guilherme G. de F. A Categoria "Mercado de Trabalho":
inspirações da sociologia econômica para um necessário reexame. Ensaios FEE, v.30,
nº2, 2009, p.695-726.
Troca
BIGGART, Nicole Woolsey; DELBRIDGE, Rick. Systems of Exchange. Academy of
Management Review, 29 (1), 2004, p.28-49.
BREDEMEIER, Harry C. A Teoria da Troca. In: BOTTOMORE, Tom; NISBET,
Robert. História da Análise Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980.
253
LE VELLY, Ronan. Le Commerce Équitable: des échanges marchands contre et dans le
marché. Revue Française de Sociologie, 47-2, 2006, p.319-340.
LIE, John. The Concept of Mode of Exchange. American Sociological Review 57:508523, 1992.
SIMMEL, Georg. The Philosophy of Money. Third Edition. London and New York:
Routledge, 2004.
SPILLMAN, Lynette. Enriching Exchange: cultural dimensions of markets. American
Journal of Economics and Sociology, 58, p.1041-1071, 1999.
STEINER, Philippe. Échanges, Transactions et Lien Social. Socius Working Papers, nº
11, 2009.
ZAFIROVSKI, Milan. Social Exchange Theory under Scrutiny: A Positive Critique of
its Economic-Behaviorist Formulations. Electronic Journal of Sociology, 2005, 40p.
Universidade-empresa / relações comerciais, transferência de conhecimento
BERMAN, Elizabeth Popp. Creating the Market University: How Academic Science
Became an Economic Engine. Princeton, NJ: Princeton University Press, forthcoming.
______________________. Why Did Universities Start Patenting? Institution-Building
and the Road to the Bayh-Dole Act. Social Studies of Science, 38, 2008a, p.835-871.
______________________. The Materiality of Patent Law: Explaining the Passage of
the Bayh-Dole Act of 1980. In: PINCH, Trevor; SWEDBERG, Richard. Living in a
Material World: Economic Sociology Meets Science & Technology Studies.
Cambridge: MIT Press, 2008b, p. 191-213.
CALLON, Michel; GAMBERINI, Marie-Christine. Analyse des Relations Stratégiques
entre Laboratoires Universitaires et Entreprises. Réseaux, Volume 18, n°99, 2000,
p.171-217.
254
COLYVAS, Jeannette A.; JONSSON, Stefan. Ubiquity and Legitimacy: Disentangling
Diffusion and Institutionalization. Sociological Theory, 29 (1), March 2011, p.27-53.
__________________; POWELL, Walter W. From Vulnerable to Venerated: The
Institutionalization of Academic Entrepreneurship in the Life Sciences. Research in the
Sociology of Organization 25: 219-259, 2007.
_______________________________________. Roads to Institutionalization: The
Remaking of Boundaries between Public and Private Science. Research in
Organizational Behavior, 21:305-53, 2006.
GROSSETTI, Michel. Les Relations entre les Universités et l’Industrie en France. Les
interactions entre formation, recherche et collaborations industrielles. In: FELOUZIS,
Georges (dir..). Les Mutations Actuelles de l’Université. Paris: Presses Universitaires
de France (PUF), 2003a, p.47-70.
____________________; MILARD, Béatrice. Les Évolutions du Champ Scientifique
en France à travers les Publications et les Contrats de Recherche. Actes de la recherche
en sciences socials, nº148, 2003/3, p.47-56.
KENNEY, Martin; GOE, W. Richard. The Role of Social Embeddedness in Professioral
Entrepreneurship: a comparison of electrical engineering and computer science at UC
Berkeley and Stanford. Research Policy, 33, 2004, p.691-707.
LAM, Alice. From 'Ivory Tower Traditionalists' to 'Entrepreneurial Scientists'?:
Academic Scientists in Fuzzy University-Industry Boundaries. Social Studies of
Science, 40/2, April 2010, p.307–340.
OWEN-SMITH, Jason. The Institutionalization of Expertise in University Licensing.
Theory and Society, 40, 2011, p.63-94.
255
___________________; RICCABONI, Massimo; PAMMOLLI, Fabio; POWELL,
Walter W. A Comparison of U.S. and European University-Industry Relations in the
Life Sciences. Management Science 48(1):24-43, January 2002.
Valor
ASPERS, Patrik. Analyzing Order: social structure and value in the economic sphere.
International Review of Sociology - Revue Internationale de Sociologie, Vol. 18(2),
July 2008, p.301-316.
BECKERT, Jens. The Transcending Power of Goods: Imaginative Value in the
Economy. MPIfG Discussion Paper, April 2010.
CALLON, Michel. La Formulation Marchande des Biens. In: VATIN, François (dir.).
Évaluer et Valoriser. Une Sociologie Économique de la Mesure. Toulouse: Presses
Universitaires du Mirail, 2009, p.247-270.
CRANE, Diana; BOVONE, Laura. Approaches to Material Culture: The Sociology of
Fashion and Clothing. Poetics, 34, 2006, p.319–333.
INGLEHART, Ronald; BAKER, Wayne E. Modernization, Cultural Change, and the
Persistence of Traditional Values. American Sociological Review, Vol.65, February
2000, p.19-51.
SMITH, Charles W. Auctions: The Social Construction of Value. New York: Free
Press, 1989.
VATIN, François (dir.). Évaluer et Valoriser. Une Sociologie Économique de la
Mesure. Toulouse: Presses Universitaires du Mirail, 2009.
ZAJAC, Edward J.; WESTPHAL, James D. The Social Construction of Market Value:
Institutionalization and Learning Perspectives on Stock Market Reactions. American
Sociological Review, Vol. 69, nº3, June 2004, p.433-457.
256
ZELIZER, Viviana. Human Values and the Market: the Case of Life Insurance and
Death in 19th Century America. American Journal of Sociology, 84, 1978, p. 591-610.
Veblen, Thorstein
A Teoria da Classe Ociosa (1965[1899]) é obra ímpar de análise e de crítica social
sobre o consumo e mantém-se como a obra mais citada do autor. Nesse livro, Thorstein
Veblen (1857-1929) economista norte-americano, de origem norueguesa, cunha a
expressão consumo conspícuo, pela qual denuncia a exibição exacerbada da classe
mais rica da sua sociedade, ou em seus próprios termos: “a fim de manter a satisfação
própria (...) a marca da força pecuniária da pessoa deve ser gravada em caracteres que
mesmo correndo se possa ler”. A leitura de Veblen desperta, portanto, a atenção para o
consumo que não é fruto da necessidade, mas da ostentação. Figura não-convencional,
Veblen à época é (pouco) reconhecido como um economista que faz Sociologia ou um
sociólogo que faz Economia, embora o subtítulo de sua obra máxima busque dirimir
qualquer dúvida: um estudo econômico das instituições, instituições que, na ótica de
Veblen, são hábitos arraigados de uma sociedade em dado período. Certamente, A
Teoria da Classe Ociosa é obra econômica, mas totalmente distante dos princípios da
Economia Clássica e Neoclássica. Em 1904, Veblen publica obra sobre a empresa
industrial, antevendo as contradições da gestão e da expansão do maquinário. No
contexto histórico, a economia americana era dominada por corporações gigantes e
por magnatas célebres como Rockfeller (petróleo), Vanderbilt e Carnegie (aço) e J.P.
Morgan (setor bancário). Para se ter a dimensão do gigantismo das corporações
americanas na virada do século 20, o governo americano determinou, em 1911, que a
Standard Oil, de Rockfeller, fosse repartida em petrolíferas menores. Resultaram 33
empresas, entre as quais a Chevron e a Exxon. Retomando a trajetória de Veblen, seu
comportamento não convencional e suas críticas dirigidas aos ditames da economia
neoclássica o afastam da Universidade de Chicago. O autor segue publicando obras
menos conhecidas, mas de temática interessante sobre sociedade e economia até ao
menos o começo da década de 1920, entre as quais um volume dedicado ao trabalho
(1914). O autor escreve também sobre o avanço de lógica de mercado no sistema de
ensino americano. Convém observar que entre os anos de 1911 e 1913, surgem a linha
de montagem, criada por Henry Ford, e os princípios de organização do trabalho
delineados por F.W. Taylor. Veblen, mesmo que intuitivamente, tinha uma visão aguda
257
e premonitória da sociedade americana. Em 1926, Veblen, após trabalhar em diversas
universidades menores americanas, aposenta-se e morre três anos depois, pouco tempo
antes do crash da Bolsa de 1929. Durante os anos 30, em plena Depressão, a leitura de
Veblen é retomada. Ressurgia assim uma aliada de toda vida de Veblen, a ironia.
Temas relacionados: Consumo; Homo Oeconomicus
BARAÑANO, Margarita. Veblen y el Homo Oeconomicus. Revista Española de
Investigaciones Sociologicas (REIS), nº61, 1993, p.145-170.
CAMIC, Charles. Thorstein Veblen. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.).
International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006.
CAMPBELL, Colin. Conspicuous Confusion? A Critique of Veblen's Theory of
Conspicuous Consumption. Sociological Theory, 13 (1), 1995, p.37-47.
CASTILLO, José Castillo. La Singular Sociología de Thorstein Veblen: el caso de la
condición feminina. Revista Española de Investigaciones Sociológicas (REIS), nº43,
1988, p.7-22.
DIGGINS, John P. El Bardo del Savajismo: Thorstein Veblen y la teoria social
moderna. Mexico: Fondo de Cultura Económica, 1983 (versão mais recente: Thorstein
Veblen: theorist of the leisure class. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1999).
HODGSON, Geoffrey M. How Veblen Generalized Darwinism. Journal of Economic
Issues, 42(2), June 2008, p.399-405.
_____________________. The Revival of Veblenian Institutional Economics. Journal
of Economic Issues, 41(2), June 2007, p.325-340.
_____________________.
Veblen and
Darwinism.
International
Review
of
Sociology/Revue Internationale de Sociologie, Vol.14(3), November 2004, p.339-357.
TILMAN,
Rick.
Thorstein
Veblen
(1857-1929):
International Sociology, 12 (1), 1997, p.93-101.
Sociologus
Oeconomicus.
258
______________. Thorstein Veblen and His Critics, 1891-1963: conservative, liberal,
and radical perspectives. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1992.
VEBLEN, Thorstein. El Estatus Bárbaro de las Mujeres. Revista Española de
Investigaciones Sociológicas (REIS), nº86, Abril-Junio 1999 [1898-1899], p.355-363.
_________________. El Instinto de Trabajo Útil y el Fastidio del Trabajo. Revista
Española de Investigaciones Sociológicas (REIS), nº86, Abril-Junio 1999 [18981899], p.343-354.
_________________. Teoria da Empresa Industrial. Rio de Janeiro: Globo, 1966.
_________________. A Teoria da Classe Ociosa: um estudo econômico das
instituições. São Paulo: Pioneira, 1965 [1899].
Weber, Max
O exame das esferas mercantis data do período de formação da Sociologia. O autor
que mais se deteve acerca de questões sobre a atividade econômica e seus contornos
sociais foi Max Weber (Weber, 1999; Swedberg, 2005; Raud, 2005; Steiner, 2006).
Conferindo ênfase na troca e na competição, Weber considera o mercado como dotado
de caráter impessoal, esfera refratária a toda relação fraterna, devendo ser a barganha
a sua forma mais pura e objeto de análise de uma ciência do econômico e do social.
Esses argumentos, apresentados em um capítulo conceitual inacabado de Economia e
Sociedade (1999 [1922]) dedicado ao mercado, podem ser, equivocadamente,
interpretados como referentes a uma visão estritamente econômica do “fenômeno
mercado”. Todavia, no mesmo capítulo, o autor reporta-se ao mercado examinando-o
de um ponto de vista sociológico, em que define a esfera mercantil como a
representação de socializações, isto é, interações sociais:
Debe hablarse de un mercado tan pronto como concurren, aunque sólo
sea de una parte, una pluralidad de interessados en el cambio y en las
probabilidades de cambio. Que la concurrencia tenga lugar en el
259
mercado local, en el mercado periódico (mercado anual, feria), en el
mercado de comerciantes (bolsa), no representa sino la forma más
consecuente de la formación del mercado, forma que, de todas
maneras, es la única que hace posible el pleno desenvolvimiento del
fenómeno específico del mercado: el regateo (...) Desde el punto de
vista sociológico, el mercado representa socializaciones – o
sociedades – racionales, coetáneas y sucesivas (WEBER, 1999,
p.493).
Leitor das minúcias do pensamento weberiano sobre o fenômeno social do mercado
num sistema capitalista, Richard Swedberg (2005; 1994) aponta a riqueza teórica e
analítica da abordagem de Weber, que construiu um complexo exame das relações
mercantis ainda parcialmente explorado pelas Ciências Sociais. Abordando
primeiramente a bem conhecida noção weberiana de capitalismo racional, Swedberg
enfatiza o papel que Weber conferiu não somente à empresa capitalista racional e à
força de trabalho livre, mas também a necessidade que o capitalismo racional tem da
existência de mercados sofisticados de dinheiro e capital para aplicação, do
investimento possível em sociedades anônimas mediante a compra de ações e da
presença de um sistema monetário gerido pelo Estado. Na seqüência da exegese da
obra weberiana, notadamente de Economia e Sociedade, Swedberg aponta a natureza
dupla do capitalismo sugerida pelo sociólogo alemão. Para Weber, o capitalismo
moderno não seria unicamente racional, contando com elementos carismáticos e
mesmo irracionais, condição exemplificada na figura do empresário que conta muito
com seu tino, sua intuição comercial ou que sempre tem a expectativa de ganhar mais
dinheiro do que a taxa média de juros. “O ‘racionalismo’ é um conceito histórico que
encerra um mundo de contradições” (Weber, 2004, p.69). Na ótica de Swedberg, o
capitalismo se apresenta para Weber como dinâmico, imprevisível e paradoxal, sujeito
a ameaças não exclusivamente econômicas, também políticas. Segundo Swedberg,
o capitalismo racional moderno – tal como Weber o concebe – contém
uma série de contradições, provocadas pela existência de classes e de
grupos de status. As classes comerciais usualmente lutam entre si, o
que também ocorre com os grupos de status. As classes comerciais são
fluidas, ancoradas na produção e levam à mudança e ao
desenvolvimento social. Os grupos de status, ao contrário, giram em
260
torno do estilo de vida, honra e consumo, e prosperam com a
estabilidade (SWEDBERG, 2005, p.81).
Por um lado, destacamos que essa visão de Weber sobre as classes comerciais como
motores de mudanças na economia notavelmente se aproxima, como veremos mais
adiante, de proposições do economista Joseph Schumpeter acerca dos vínculos entre
inovação e empreendedores. Por outro lado, as teorizações weberianas sobre o
mercado enfatizam uma dupla dimensão da esfera mercantil – troca e competição – que
permanece, conforme Richard Swedberg, muito atual para a Sociologia Econômica.
Como argumenta o autor:
[markets] consist of more than the act of exchange, which is true even
if we include legal and political factors in the analysis. Following
Max Weber, I suggest that the core of the market phenomenon does
not consist of one element – exchange – but of two elements:
exchange in combination with competition. More precisely, the social
structure of a market is characterized by a special type of interaction
that begins as competition between a number of actors (buyers and/or
sellers) and that ends up with an exchange for a few of the actors
(SWEDBERG, 1994, p.271).
A obra weberiana acerca de fenômenos sócio-econômicos desperta continuamente
revisões e mesmo polêmicas. Em um instigante ensaio, Campbell (2006) questiona se os
sociólogos atualmente apreciam A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.
Conforme o autor, ao passo que sociólogos contemporâneos manifestam elevada
consideração por Max Weber e consideram o ensaio citado como sua obra máxima,
paradoxalmente rejeitam, hoje, o emprego de tal abordagem. Campbell sustenta que A
Ética Protestante é essencialmente uma análise do papel das motivações da ação
humana, entretanto o exame do conceito de motivação está hoje ausente da sociologia
contemporânea.
Temas relacionados: Capitalismo; Clássicos; Dinheiro; Direito e Economia; Estado;
Interesses; Mercados; Religião; Werner Sombart
261
BARBALET, Jack. Weber, Passion and Profits: ‘The Protestant Ethic and the Spirit
of Capitalism’ in Context. Cambridge: Cambridge University Press, 2008
CAMPBELL, Colin. Do Today’s Sociologists Really Appreciate Weber’s Essay The
Protestant Ethic and Spirit of Capitalism? Sociological Review, 54(2), 2006, p.207-223.
COLLINS, Randall. Weber’s Last Theory of Capitalism: a systematization. American
Sociological Review, Vol. 45, 1980, p. 925-942.
DE RAYMOND, Antoine Bernard. La Règle de Droit comme Maxime Empirique de
l'Activité Économique. À Propos de Rudolf Stammler et le Matérialisme Historique de
Max Weber. Terrains & Travaux, nº6, 2004/1, p.71-80.
DIGGINS, John P. Max Weber: A Política e o Espírito da Tragédia. Rio de Janeiro:
Record, 1999.
FORD, Laura R. Max Weber on Property: an effort in interpretive understanding.
Socio-Legal Review, Vol.6, 2010, p.24-100.
INGHAM, Geoffrey. Schumpter and Weber on the Institutions of Capitalism: Solving
Swedberg's Puzzle. Journal of Classical Sociology, Volume 3 (3), 2003, p.297-309.
JAGD, Sören. Weber's Last Theory of the Modern Business Enterprise. Max Weber
Studies, 2(2), 2002, p.210-238.
RAUD-MATTEDI, Cécile. A Construção Social do Mercado em Durkheim e Weber:
análise do papel das instituições na Sociologia Econômica clássica. Revista Brasileira
de Ciências Sociais, Vol. 20, nº 57, fevereiro 2005, p.127-142.
SEGRE, Sandro. A Weberian Analysis of Business Groups and Financial Markets.
Aldershot: Ashgate, 2008.
262
SWEDBERG, Richard. Max Weber's Central Text in Economic Sociology. In:
GRANOVETTER, Mark; SWEDBERG, Richard (eds.). The Sociology of Economic
Life. 3rd Edition. Boulder, CO: Westview, 2011, p.62-77.
__________________. Max Weber's Contribution to the Economic Sociology of Law.
Annual Review of Law and Social Science, Vol. 2, 2006, 61-81.
___________________. Max Weber e a Idéia da Sociologia Econômica. Rio de
Janeiro; São Paulo: UFRJ; Beca, 2005 [1998].
___________________. The Economic Sociology of Capitalism: Weber and
Schumpeter. Journal of Classical Sociology, Vol. 2, nº3, November 2002, p.227-255.
___________________. Afterword: The Role of the Market in Max Weber’s Work.
Theory and Society, 29, 2000, p.373-384.
___________________. Max Weber as an Economist and as a Sociologist: towards a
fuller understanding of Weber's view of Economics. American Journal of Economics
and Sociology, Vol.58, nº4, October 1999, p.561-582.
WEBER, Max. História Geral da Economia. São Paulo: Centauro, 2006.
____________. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004a [1904-1905].
____________. A Bolsa. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2004b [1894-1896].
____________. Economía y Sociedad: esbozo de sociología comprensiva. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1999 [1922].
____________. Sociología del Trabajo Industrial. Madrid: Editorial Trotta, 1995.
White, Harrison C., Sociologia de
263
Harrison C. White é um dos nomes proeminentes da Sociologia Econômica.
Segundo Victor Nee (2005), o modelo de White professa uma visão sociológica dos
mercados, sendo esses estruturas sociais nas quais os produtores agem como interface
entre a ponta alta da cadeia de fornecedores (upstream suppliers) e a ponta baixa dos
compradores (downstream buyers), um modelo, portanto, alternativo de mercados
como instituições sociais, divergindo da hipótese neoclássica de competição perfeita em
esferas mercantis.
Temas relacionados: Mercados; Moda; Redes Sociais
ASPERS, Patrik. How Are Markets Made? MPIfG Working Paper, March 2009.
______________. Analyzing Order: social structure and value in the economic sphere.
International Review of Sociology – Revue Internationale de Sociologie, Vol.18,
nº2, July 2008, p.301-316.
KNORR-CETINA, Karin. Capturing Markets? A Review Essay on Harrison White on
Producer Markets. Socio-Economic Review, 2 (1), 2004, p.137-147.
NEE, Victor. The New Institutionalisms in Economics and Sociology. In: SMELSER,
Neil; SWEDBERG, Richard (eds). The Handbook of Economic Sociology. 2nd
edition. Princeton: Princeton University Press, 2005, p.49-74.
RÈME, Pétronille. El mercado de los economistas y el mercado de los sociólogos,
Cuadernos de Economía, v. XXIV, nº43, 2005, p.13-34.
STEINER, Philippe. A Sociologia Econômica. São Paulo: Atlas, 2006.
WHITE, Harrison C. Redes e Historias. Redes - Revista hispana para el análisis de
redes sociales, Vol.16,#1, Junio 2009.
________________. Identity and Control: How Social Formations Emerge. Second
Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.
264
________________. Notes on the Constituents of Social Structure. Sociologica, 1/2008,
15p.
________________. Markets from Networks: socioeconomic models of production.
Princeton: Princeton University Press, 2002.
________________. La Construcción de las Organizaciones Sociales como Redes
Múltiples. Política y Sociedad, 33, 2000, p.97-103.
________________. Identity and Control: a structural theory of social action.
Princeton, NJ: Princeton University Press, 1992.
_________________; GODART, Frédéric C.; CORONA, Victor P. Mobilizing
Identities: Uncertainty and Control in Strategy. Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–
8), 2007, p.181–202.
265
Registro de fatos relevantes para o desenvolvimento da Sociologia Econômica:
Este registro, de caráter ilustrativo, considera essencialmente o ano de
ocorrência de evento ou publicação de trabalho acadêmico que diga respeito à
Sociologia Econômica ou disciplinas e subcampos de conhecimento afins, sem se ater a
pormenores como indicação de mês ou dia dos acontecimentos destacados, salvo
quaundo houver indicação.
1776 – Adam Smith publica
1867 – Karl Marx publica
(O Capital, Volume I)
1879 – O economista inglês William Stanley Jevons utiliza a expressão Sociologia
Econômica
1890 – 1920 – Período identificado por Gislain e Philippe Steiner
1893 – Émile Durkheim publica
Da Divisão do Trabalho Social
1894-1896 – Max Weber escreve panfletos que compõem (A Bolsa)
1899 – Thorstein Veblen publica
A Teoria da Classe Ociosa: um estudo econômico das instituições.
1900 – Georg Simmel
1901 – 1902 – Vilfredo Pareto publica, em Paris, Les Systèmes Socialistes (Os Sistemas
Socialistas)
1902 – Werner Sombart publica
O Capitalismo Moderno
266
1904-1905 – Max Weber publica, em duas partes, o ensaio
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.
1904 – Thorstein Veblen publica
(A Teoria da Empresa Industrial)
1908 – 1909 – Max Weber
1911 – Joseph Schumpeter publica A Teoria do Desenvolvimento Econômico
1912 – Émile Durkheim publica (As Formas Elementares da Vida Religiosa)
1913 – Werner Sombart publica
1914 – A Grande Guerra eclode. O conflito mundial estende-se até 1918, com a
derrocada da Alemanha imperial e o esfacelamento dos impérios austro-húngaro e turco
otomano.
1917 – Revolução Russa
1922 – Publicação póstuma de (Economia e Sociedade), de Max Weber.
1929 – A Grande Depressão eclode. O período mais agudo da crise se estende até 1933.
1937 – Talcott Parsons publica
(A Estrutura da Ação Social)
1939 – A Segunda Guerra Mundial eclode com a invasão da Polônia pela Alemanha. O
conflito se encerra em 1945.
1939 – Joseph Schumpeter publica
1944 – Karl Polanyi publica The Great Transformation (A Grande Transformação,
edições brasileiras em 1980 e 2000)
267
1944 – Bretton Woods
1945 – O Fundo Monetário Internacional (FMI / IMF, na sigla em inglês), concebido no
ano anterior, em Bretton Woods, torna-se formalmente existente em dezembro
1949 – Revolução Chinesa
1950 – A obra Leçons de Sociologie (Lições de Sociologia), de Émile Durkheim, é
publicada postumamente
1956 – Talcott Parsons e Neil J. Smelser publicam Economy and Society
1963 – Neil J. Smelser publica The Sociology of Economic Life (A Sociologia da Vida
Econômica, edição brasileira em 1968)
1967 - Fundação do Centre de Sociologie de l'Innovation (CSI), um laboratório de
pesquisa da École des Mines de Paris / Mines ParisTech
1969 – Edição especial da Revue Française de Sociologie
1973 – Primeira crise do petróleo
1973 – Mark Granovetter publica o artigo The Strength of Weak Ties
1974 – Mark Granovetter publica o livro Getting Job:
1975 – Fim da Guerra do Vietnã
1979 – Segunda crise do petróleo
1979 – Pierre Bourdieu publica La Distinction: critique sociale du jugement.
1979 – Viviana A. Zelizer publica Morals and Markets.
268
1980 – Pierre Bourdieu publica o breve texto Le Capital Social: notes provisoires.
1981 – Harrison C. White publica o artigo Where Do Markets Come From?
1983 – Arthur L. Stinchcombe publica o livro Economic Sociology
1983 – Paul DiMaggio e Walter W. Powell publicam o artigo The Iron Cage Revisited:
institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields
1984 – Wayne E. Baker publica
1985 – Mark Granovetter publica Economic Action and Social Structure: the problem of
embeddedness
1986 – 1991 – Período de implantação de diversos planos econômicos na tentativa de
estabilizar a moeda no Brasil
1986 – Marie-France Garcia publica o artigo
1987 – Bolsa de Valores de Nova York apresenta queda vertiginosa na chamada SextaFeira Negra
1987 – 1990 – Período de elevados investimentos, aumento de preços e especulação no
mercado internacional de arte
1988 – Viviana Zelizer publica o artigo
1989 – Queda do Muro de Berlim
1989 – Fundada a Society for the Advancement of Socio-Economics (SASE). As
disciplinas acadêmicas representadas na SASE incluem Sociologia, Economia, Ciência
Política, Management, Psicologia, Direito, História e Filosofia
269
1989 – Lucien Karpik publica
1990 – Neil Fligstein publica o livro The Transformation of Corporate Control
1990 – Richard Swedberg edita o livro
1990 – Walter W. Powell publica Neither Market nor Hierarchy: Network Forms of
Organization
1991 – Fim da União Soviética
1991 – Doutorado em Sociologia Econômica e das Organizações é criado pela
Universidade Técnica de Lisboa (UTL). Esse programa de doutoramento se localiza no
Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), unidade da UTL
1992 – Mark Granovetter publica
1992 – Mark Granovetter e Richard Swederg organizam The Sociology of Economic
Life. A coletânea ganha novas edições em 2001 e 2011.
1992 – Harrison C. White publica Identity and Control
1992 – Ronald Burt publica Structural Holes: the social structure of competition.
1994 – O Plano Real é adotado, no Brasil, com o objetivo de estabilização econômica
1994 – Neil J. Smelser e Richard Swedberg editam a primeira edição do The Handbook
of Economic Sociology
1994 – Frank Dobbin publica Forging Industrial Policy
1994 – Nigel Dodd publica The Sociology of Money (A Sociologia do Dinheiro)
1995 – Peter Evans publica
270
1995 – Advento comercial da Internet
1996 – Neil Fligstein publica o artigo Markets as Politics: A Political-Cultural
Approach to Market Institutions
1997
–
Cahiers
Internationaux
de
Sociologie
publica
edição “Sociologies
Économiques”
1998 – Michel Callon edita o livro The Laws of the Markets. Além de ensaios do autor,
há textos seminais de Mark Granovetter e Patrick McGuire, Viviana Zelizer, etc.
1998 – Richard Swedberg publica
(Max Weber e a Idéia de Sociologia Econômica, edição brasileira em 2005)
1998 – David Stark e László Bruszt publicam Postsocialist Pathways
1999 – Philippe Steiner publica La Sociologie Économique (A Sociologia Econômica,
edição brasileira em 2006)
1999 – Cécile Raud publica
1999 – Primeiro número de Economic Sociology – The European Electronic Newsletter
2000 – Pierre Bourdieu publica Les Structures Sociales de l’Economie
2000 – A seção de Sociologia Econômica da American Sociological Association (ASA)
é criada em agosto. Em janeiro do ano seguinte, torna-se permanente.
2001 – Neil Fligstein publica The Architecture of Markets: An Economic Sociology of
Twenty-First-Century Capitalist Societies
2001 – Mauro F. Guillén publica The Limits of Convergence: globalization and
organizational change in Argentina, South Korea, and Spain
271
2001 – Sarah Babb publica Managing Mexico: Economists from Nationalism to
Neoliberalism
2001 – Atentado às torres gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova York
2002 – O Euro se materializa na forma de notas e moedas.
2002 – Carlo Trigilia publica, na Itália, Sociologia Econômica. A obra é vertida para o
inglês e o francês.
2002 – Edição de Sociedade e Estado é dedicada a trabalhos sobre Nova Sociologia
Econômica
2004 – Ricardo Abramovay publica Entre Deus e o Diabo: mercados e interação
humana nas ciências sociais
2004 – Edição de Tempo Social
2004 – Frank Dobbin edita o livro The New Economic Sociology: a reader. No mesmo
ano, Dobbin edita The Sociology of the Economy
2005 – Neil J. Smelser e Richard Swedberg editam a segunda edição do The Handbook
of Economic Sociology
2005 – Karin Knorr Cetina e Alex Preda editam The Sociology of Financial Markets
2006 – Publicação de International Encyclopedia of Economic Sociology, obra pioneira
na disciplina, editada por Jens Beckert e Milan Zafirovski e com diversos contribuidores
2006 – Edição de Accounts destaca trabalhos realizados em Sociologia Econômica no
Brasil, em particular pelo Núcleo de Estudos em Sociologia Econômica e das Finanças
(NESEFI / Ufscar)
272
2006 – Edição de Réseaux
2007 – Jens Beckert publica Inherited Wealth
2007 – Charles W. Smith publica o artigo Markets as Definitional Practices
2008 – Crise financeira mundial. A crise é objeto de estudo para diversos autores da
disciplina: Richard Swedberg, Neil Fligstein, Donald Mackenzie, John L. Campbell,
Christoph Deutschmann, entre outros
2008 – Neil Fligstein publica Euroclash: The EU, European Identity, and the Future of
Europe
2008 – Richard Swedberg e Trevor Pinch editam o livro Living in a Material World:
Economic Sociology Meets Science and Technology Studies
2008 – Geoffrey Ingham publica Capitalism
2009 – Ana Cristina Braga Martes edita o livro Redes e Sociologia Econômica.
2009 – Nadya Araujo Guimarães publica os livros À Procura de Trabalho e
Desemprego, Uma Construção Social e o artigo A Sociologia dos Mercados de
Trabalho, Ontem e Hoje
2009 – Koray Çaliskan e Michel Callon publicam Economization, part 1: shifting
attention from the economy towards processes of economization
2009 – Traité de Sociologie Économique
2009 – Neil J. Smelser tem publicado Sociology and the Economic Sciences, capítulo do
livro Frontiers of Sociology, editado por Peter Hedström e Björn Wittrock. Outro
capítulo da obra é Bourdieu’s Contribution to Economic Sociology, de Richard
Swedberg
273
2010 – Koray Çaliskan e Michel Callon publicam o artigo Economization, part 2: a
research programme for the study of markets
2010 – O periódico online Economic Sociology - The European Electronic Newsletter
publica duas edições com textos de autores brasileiros
2010 – Richard Swedberg publica o artigo The Structure of Confidence and the
Collapse of Lehman Brothers
2010 – Patrik Aspers publica o livro Orderly Fashion: A Sociology of Markets.
2010 – Viviana A. Zelizer publica Economic Lives: How Culture Shapes the Economy
2010 – Richard Swedberg publica o artigo The Economic Sociologies of Pierre
Bourdieu
2011 – Lançamento da terceira edição de The Sociology of Economic Life (editores:
Mark Granovetter e Richard Swedberg).
2011 – Edição de Socio-Economic Review reúne textos sobre capitalismo
2011 – Neil Fligstein e Doug McAdam publicam o artigo Toward a General Theory of
Strategic Action Fields
2011 – John L. Campbell publica o artigo The US financial crisis: lessons for theories
of institutional complementarity
274
Autores identificados com temáticas e obras na Sociologia Econômica
contemporânea e países de atuação*
Os Estados Unidos e a França são, sem dúvida, os países que mais reúnem
nomes vinculados à Sociologia Econômica. Todavia, em outras nações como, por
exemplo, Itália, Alemanha e Reino Unido existem consideráveis estudos, em densidade
de conteúdo e variedade temática, da globalização à pobreza urbana, do
empreendedorismo à biotecnologia, da moda ao papel do Estado na economia, etc.
Nesta listagem, organizada para ilustrar a disseminação atual da disciplina, estão
indicados inicialmente autores considerados clássicos contemporâneos da disciplina,
atuantes há pelo menos cinco décadas, caso de Neil J. Smelser, Arthur L. Stinchcombe e
Harrison C. White, seguidos, nos anos 1970, por autores como Mark Granovetter e
Viviana A. Zelizer. Na década seguinte, começam a aparecer importantes trabalhos de
Paul DiMaggio, Walter W. Powell, Wayne E. Baker, Ronald S. Burt, Richard
Swedberg, Neil Fligstein, Gary Hamilton e Nicole Woolsey Biggart, para citar alguns.
Em meio a isso, ao final de 1985 como já bem se sabe, Mark Granovetter publica ensaio
que é o marco da retomada do estudo de fenômenos econômicos pela Sociologia. De lá
para cá, nesses 25 anos, o números de estudos e autores interessados em SE cresce
vertiginosamente e, até aqui, apenas está citado o desenvolvimento da disciplina nos
Estados Unidos.
Na Europa, em particular na França, Pierre Bourdieu já realiza, no começo dos
anos 1960, o que hoje é devidamente reconhecido como estudos em Sociologia da
Economia, com base nas pesquisas desenvolvidas pelo autor na Argélia. Tal
reconhecimento também existe em relação a obras do final da vida do autor, como As
Estruturas Sociais da Economia, de 2000. Também nos anos 1960, artigos de Jean
Cuisenier apresentam-se, na França, como uma das poucas abordagens acerca de uma
Sociologia da Economia. Johan Heilbron destaca que, a começar do final dos anos 1980
e na década seguinte, aumentam os estudos sócio-econômicos desenvolvidos por
autores franceses. Desde então, a Sociologia Econômica francesa engloba perspectivas
variadas: a economia das qualidades proposta por Lucien Karpik; a revisão da obra de
Durkheim sobre Sociologia Econômica feita por Philippe Steiner; os estudos sobre
performatividade de Michel Callon, entre muitas outras abordagens. Na Alemanha, com
a criação do Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades, em Colônia, em 1985,
cria-se um dinâmico centro de estudos teóricos e empíricos para análise de dimensões
275
sociais e culturais de fenômenos econômicos: Sociologia de Mercados (vinho, moda,
energia, etc); capitalismos e seus aspectos institucionais; herança e distribuição de
riqueza; re-visão de clássicos (Marx, Durkheim, Weber, Simmel, Pareto); corporações;
ação do Estado em contextos variados (europeu, asiático).
Ressalva-se que esta indicação de nomes, de autores já consagrados e essenciais
para a consolidação da disciplina a jovens pesquisadores, é ilustrativa. Observa-se, por
exemplo, que apenas a seção de Sociologia Econômica da Associação de Sociologia
Americana reúne cerca de 400 membros.
Alemanha: Wolfgang Streeck; Jens Beckert; Patrik Aspers (Suécia); Christoph
Deutschmann; Urs Bruegger; Guido Möllering; Sabine Frerichs
Áustria: Karin Knorr Cetina (vide Estados Unidos)
Bolívia: Fernanda Wanderley (vide também Brasil)
Brasil: Ricardo Abramovay; Cécile Raud (França, autora falecida em 2009); Nadya
Araujo Guimarães; Roberto Grün; Ana Cristina Braga Martes; Ana Maria Kirschner;
Paola Cappellin; John Wilkinson; David Dequech; Fernanda Wanderley; Cristiano
Monteiro; Eduardo G. Noronha; Ary César Minella; Elaine da Silveira Leite; Edmílson
Lopes Júnior; Mauricio Serafim
Canadá: Benoît Lévesque; Daniel Fridman
Colômbia: Johanna Parra
Dinamarca: Soren Jagd; Brooke Harrington (vide Estados Unidos)
Escócia: Donald MacKenzie; Alex Preda
Eslovênia: Nina Bandelj (vide também Estados Unidos)
Espanha: Mauro F. Guillén (vide também Estados Unidos); Roberto Garvía
276
Estados Unidos: Neil J. Smelser; Arthur L. Stinchcombe; Harrison C. White; Mark
Granovetter; Richard Swedberg (Suécia); Wayne E. Baker; Paul DiMaggio; Neil
Fligstein; Viviana A. Zelizer; Charles W. Smith; Ronald S. Burt; Karin Knorr Cetina
(Áustria); Fred Block; Peter Evans; Paula England; Walter W. Powell; Gary Hamilton;
Nicole Woolsey Biggart; Michael Hannan; James N. Baron; Alejandro Portes (Cuba,
naturalizado norte-americano); Gerald F. Davis; William G. Roy; David Stark; Victor
Nee; Frank Dobbin; Bruce G. Carruthers; Sarah L. Babb; Brian Uzzi; Mauro F. Guillén
(dupla nacionalidade, Espanha e Estados Unidos); Mitchel Y. Abolafia; Mark S.
Mizruchi; Gary Gereffi; Joel M. Podolny; John L. Campbell; Andrew Walder; Linda
Brewster Stearns; Robert Freeland; Greta R. Krippner; Milan Zafirovski; Mabel
Berezin; Patrícia H. Thorton; Nan Lin; Lisa A. Keister; Mary C. Brinton; Marc
Schneiberg; Robin Stryker; Heather A. Haveman; Lynette Spillman; Marion Fourcade;
Michael Lounsbury; Ezra Zuckerman; Emilio Castilla; Kieran Healy; Timothy J. Dowd;
Christopher Marquis; Mark Thomas Kennedy; Peer C. Fiss; Thomas Beamish; Peter
Levin; Marc J. Ventresca; Brooke Harrington; Leslie McCall; Denise Anthony; Balázs
Vedres (Hungria); Francesco Duina; Laurel Smith-Doerr; Alya Guseva; Nina Bandelj
(Eslovênia); Martin Ruef; Jason Owen-Smith; Monica Prasad; Damon Phllips; Jeffrey
K. Hass; Tim Bartley; Jesper B. Sorensen; Xueguang Zhou; Simone Polillo; Stephanie
Lee Mudge; Elizabeth Popp Berman
França: Pierre Bourdieu (1930-2002); Jean Cuisenier; Philippe Steiner; André Órlean;
Lucien Karpik; Michel Callon; Johan Heilbron; Marie France Garcia-Parpet; Frédéric
Lébaron; Jean-Louis Laville; François Vatin; Jean-Jacques Gislain; Emmanuel Lazega;
Pascal Chantelat; Sophie Dubuisson-Quellier; Franck Cochoy; Michel Grossetti; Michel
Lallement; Bernard Convert; Pascale Trompette; Fabian Muniesa (cidadania francesa e
espanhola); Sophie Chauveau; Olivier Godechot; Pierre-Paul Zalio; Pierre François;
Frédéric Godart; Isabelle This Saint-Jean; Sandrine Barrey; Ronan Le Velly; Liliana
Doganova (Bulgária)
Grécia: Sokratis Koniordos
Holanda: Olav Velthuis
Hungria: László Bruszt; Balázs Vedres (vide também Estados Unidos)
277
Inglaterra: Geoffrey Ingham; Nigel Dodd; Mark Harvey; Peter Miller; Peter Abell;
Jack Barbalet; Don Slater; Fran Tonkiss; Gregory Jackson; Joanne Entwistle; Yuval
Millo; Daniel Beunza; Jonathan Gershuny; Susan Johnson
Itália: Alberto Martinelli; Carlo Trigilia; Enzo Mingione; Arnaldo Bagnasco; Marino
Regini; Sandro Segre; Lorenzo Bordogna; Mauro Magatti; Roberto Rizza; Filippo
Barbera; Michele La Rosa; Geny Piotti; Gabriele Ballarino
Portugal: João Freire; José Maria Carvalho Ferreira; Rafael Marques; João Peixoto;
João Carlos Graça; Rui Santos; Marta Pedro Varanda; Paula Abreu
Rússia: Vadim V. Radaev
Suécia: Richard Swedberg (vide Estados Unidos); Patrik Aspers (vide Alemanha); Reza
Azarian
Suíça: Michael Nollert
*No caso de estrangeiros, naturalizados ou com dupla cidadania, indicado, quando
possível, o país de origem entre parênteses
278
Centros, núcleos, grupos de pesquisa nacionais e estrangeiros na disciplina
Alemanha
MPIfG – Max-Planck-Institut für Gesellschaftsforschung / Max Planck Institute for the
Study of Societies
Brasil
NESEFI – Núcleo de Estudos de Sociologia Econômica e das Finanças (Ufscar)
NUSMER – Núcleo de Estudos Sociológicos dos Mercados (Ufsc)
Escócia
Department of Sociology – University of Edinburgh
Estados Unidos
CSES - Center for the Study of Economy and Society (Cornell University)
Department of Sociology – Columbia University
Department of Sociology – Stanford University
Department of Sociology – Harvard University
Department of Sociology - Northwestern University
Department of Sociology – University of California, Berkeley
Department of Sociology – University of Wisconsin-Madison
Economic Sociology (research cluster) – Sociology (Princeton University)
279
ESP - Economic Sociology Program (MIT Sloan School of Management)
França
CSI – Centre de Sociologie de l’Innovation (Mines – ParisTech)
CSO – Centre de Sociologie des Organisations
Centre de Sociologie Européene et de Science Politique de la Sorbonne (CESSP-Paris).
O centro é o resultado da fusão do Centre de Sociologie Européenne (CES), que
engloba a área de pesquisa em Sociologia Econômica, e o Centre de Recherches
Politiques de la Sorbonne (CRPS)
Inglaterra
CRESI – Centre for Research in Economic Sociology and Innovation (University of
Essex)
Department of Sociology – London School of Economics and Political Science (LSE)
Itália
Dipartimento di Studi Sociali - Dottorato di Ricerca in Sociologia Economica Università degli Studi di Brescia
Dipartimento di Studi del Lavoro e del Welfare - Università degli Studi di Milano
DISPO - Dipartimento di Scienza della Politica e Sociologia - Università degli Studi di
Firenze
Portugal
280
SOCIUS – Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações
(Instituto Superior de Economia e Gestão – ISEG – da Universidade Técnica de Lisboa
– UTL)
Fontes: Economic Sociology European Website; sites de instituições / organizações
citadas
Download

FONTELLA, O.M. Sociologia Econômica: Compilação Comentada