UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS GRUPO DE PESQUISA TRABALHO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Sociologia Econômica: Compilação Comentada de Obras de Interesse em 122 Temas Matheus Fontella Trabalho em andamento Porto Alegre, abril de 2011 2 Matheus Fontella é doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Ufrgs (2010). É mestre em Sociologia por essa instituição (2003) e graduado em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria – Ufsm (1996). Seus interesses de pesquisa são: Sociologia Econômica; Mercados; Internet Corporativa; Inovação e Tecnologia; Associações de Negócios; Jornalismo; Artes. 3 “...obtinha respostas, tantas que teve a impressão de ter chegado a uma terra estranha”. August Strindberg* “A verdadeira pedra filosofal é comprar barato e vender caro”. Francisco de Quevedo** “Hoje, quando se faz do dinheiro a garantia social universal”. Honoré de Balzac*** *STRINDBERG, August. Gente de Hemsö. São Paulo: Hedra, 2010. **QUEVEDO, Francisco de. A Hora de Todos. São Paulo: Escala, 2007. ***BALZAC, Honoré de. Esplendores e Misérias das Cortesãs. Porto Alegre: L&PM, 2007. 4 Sociologia Econômica: Compilação Comentada de Obras de Interesse em 122 Temas A Sociologia Econômica é disciplina que ressurge com força ao final do século passado, nos anos 1970 e sobretudo nos 1980, com a publicação de diversas obras, sobretudo nos Estados Unidos, com destaque para as reflexões de Mark Granovetter e seu orientador de doutorado – entre o final dos anos 1960 e começo dos 70 – Harrison C. White, ambos pioneiros na utilização da análise de redes sociais aplicada a processos econômicos, além de Richard Swedberg, Arthur L. Stinchcombe, Wayne E. Baker, Nicole Woolsey Biggart, Viviana A. Zelizer e Neil Fligstein. Entretanto, como bem se sabe, as atividades econômicas possuem uma dimensão central em obras de autores clássicos da Sociologia, a exemplo de Karl Marx (O Capital), Max Weber (A Bolsa; A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo; Economia e Sociedade; História Econômica Geral), Georg Simmel (Filosofia do Dinheiro; Os Pobres), Émile Durkheim (Da Divisão do Trabalho Social e o póstumo Lições de Sociologia) e Vilfredo Pareto (Os Sistemas Socialistas, Manual de Economia Política, Tratado de Sociologia Geral). Variáveis sociais também se encontram em trabalhos de economistas, ao final do século 19 e começo do seguinte, caso de autores díspares como Alfred Marshall (Princípios de Economia) e Thorstein Veblen (A Teoria da Classe Ociosa) – o primeiro uso, aliás, da designação de ‘Sociologia Econômica’ encontra-se na obra de outro economista, W. Stanley Jevons, em 1879, como destacam autores da dimensão de Philippe Steiner e Richard Swedberg. Na Sociologia, ainda em fase de consolidação acadêmica, Émile Durkheim utiliza a expressão ‘Sociologie Économique’ nos anos 1890. (1) No começo do século 20, pode se destacar ainda a obra hoje relativamente esquecida de Werner Sombart (O Burguês) sobre o capitalismo e, mais adiante, as proposições de um jovem austríaco, aluno de Weber, Joseph Schumpeter (Teoria do Desenvolvimento Econômico), acerca de uma Sociologia Econômica. Acrescenta-se, depois, a chamada Antropologia Substantivista de Karl Polanyi e sua famosa crítica da ‘autonomia’ da esfera dos mercados na Inglaterra do século 19, expressa em sua obra máxima, A Grande Transformação, publicada durante a II Guerra Mundial. Em 1956, Talcott Parsons e Neil J. Smelser publicam Economia e Sociedade, obra que assinala o primeiro resgate da Sociologia Econômica. Convém lembrar que Parsons é o introdutor nos Estados Unidos do pensamento de Weber, Sombart, 5 Durkheim e Pareto. Sete anos mais tarde, Smelser publica um elegante manual, A Sociologia da Vida Econômica. Com a eclosão de uma série de eventos sociais, econômicos e políticos entre o final dos anos 1960 e toda a década seguinte (as duas crises do petróleo, em 1973 e 1979, o final da Guerra do Vietnã, a atenção despertada nos EUA e na Europa Ocidental para o desenvolvimento em países do Terceiro Mundo, a crise de emprego na GrãBretanha, entre outros acontecimentos), o terreno para o segundo resgate da Sociologia Econômica começa a ser pavimentado. O ápice desse multifacetado empreendimento intelectual ocorre com a publicação de ensaio de Mark Granovetter, em 1985, marco da chamada Nova Sociologia Econômica e uma reação ao que era avaliado como ‘imperialismo econômico’, notadamente em obras de Gary Becker. O texto de Granovetter também é uma resposta crítica a teorizações de outro economista, Oliver E. Williamson, e sua abordagem sobre mercados e hierarquias (de empresa). Hoje, a Sociologia Econômica é marcada por grande dinamismo teórico e empírico nos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Escócia, Suécia, Rússia, Portugal, entre outros países. Na América Latina, destaca-se o enraizamento cada vez mais rápido da disciplina, especialmente no Brasil, abrangendo temas como trabalho, mercados, empreendedorismo, finanças, crédito, combate à pobreza, capital social, meio ambiente, cooperação, consumo, mercados e práticas ilícitas, etc. Neste trabalho, há indicações de obras relativas a diversos assuntos da disciplina (autores e obras reconhecidos como integrantes da SE) ou de interesse para a disciplina (autores e obras com perspectivas de estabelecer nexos com a SE), com destaque, nesse segundo aspecto, para autores de ramos do conhecimento próximos – ainda que não necessariamente convergentes –, caso da Ciência Política (como, por exemplo, no tópico sobre capitalismo, a partir da abordagem influente, mas criticada por Richard Swedberg, sobre variedades de capitalismo), Economia Política, Nova Economia Institucional (com tópico específico aqui) e Antropologia Econômica (religião, bolsa de valores, mercados e práticas ilegais). A SE engloba não apenas a área – predominante – de mercados (lucro, construção social de preços, esferas mercantis no âmbito do regime capitalista, concorrência, cooperação e avaliação de valor, relações entre produtores e clientela, etc) e dinheiro ou moeda (usos sociais do dinheiro, valor monetário, efeitos da inflação, etc). A SE reúne ainda estudos sobre crédito e finanças (microcrédito e crédito, bolsa de valores, bancos, corporações – sociedades anônimas, sistemas financeiros, produtos financeiros, dimensão social de crises econômicas), produção (trabalho, 6 capital, tecnologia e inovação, organizações e empresas), empreendedorismo, profissões e ocupações, consumo e clientela, direitos de propriedade, papel do Estado (Sociologia Fiscal, Sociologia Econômica do Direito), SE e estratificação social (gênero, classes, elites, desigualdade, riqueza e pobreza) e SE Histórica (exame de fenômenos sociais, culturais e econômicos em períodos como Renascença, Mercantilismo, Liberalismo, ascensão do Capitalismo, economia de mercado em países de regime socialista ou comunista, Globalização, etc). Esta compilação reúne indicações de obras em língua inglesa, francesa, espanhola e portuguesa. A escolha das obras fundamenta-se em critérios como relevância do tema, projeção do(s) autor/autores no âmbito da disciplina e data de publicação (edição mais recente possível) – observa-se que em determinados tópicos haverá inserção de autores não necessariamente ‘enquadrados’ em correntes atuais da Sociologia Econômica, com a inserção justificada em decorrência da temática abordada, em uma série de assuntos, tais como profissões e ocupações (a obra ímpar de Freidson, por exemplo), trabalho, fontes de energia (a obra pioneira de Cottrell ou a de Hughes, este último um clássico no ramo de Ciência-Tecnologia e Sociedade, ao lado de Pinch, Bijker, Callon e MacKenzie), arte e economia, moda, crime organizado, Internet como esfera de negócios (Castells, mais um exemplo de ‘não-enquadramento’, ainda que o autor trate de negócios, mercados, empreendedorismo, cooperação interfirmas, globalização, trabalho, capital...) para citar alguns exemplos. A seleção de autores é, portanto, arbitrária e não faltariam, aqui e ali, observações sobre este ou aquele nome fora do âmbito da Sociologia Econômica (e que aqui não estão presentes), mas que tratam de aspectos sociais e econômicos: poder-se-ia citar Giddens (globalização, confiança, revisão de Durkheim e Weber); Bauman (globalização, consumo, endividamento, trabalho, capitalismo); Elias (Estado, crítica da gênese do homo oeconomicus, profissão naval); Luhmann (economia como sistema, poder, confiança), e Habermas (capitalismo, Estado, publicidade e esfera pública). Clássicos do pensamento social brasileiro, aqui sem citação, caso de Raymundo Faoro e sua análise dos “donos do poder” no Brasil, ou o exame acurado que Gabriel Cohn realiza da obra de Weber e de Simmel também poderiam ser evocados, para lembrar dois exemplos. Em relação aos tópicos, estes compreendem, em geral, abordagens diferenciadas sobre o assunto em destaque. Naturalmente, há temáticas que se conectam diretamente a outras, caso de dinheiro e finanças, empreendedorismo e inovação, mercados e competição/concorrência, Estado e direitos de propriedade, 7 organização e empresa, relações interfirmas e redes sociais, e assim por diante. Para a seleção dos 122 tópicos com indicações de autores e obras, primeiro considera-se a centralidade de alguns temas para a Sociologia Econômica, tais como mercados, dinheiro/moeda, empreendedorismo e os trabalhos de clássicos, notadamente Weber, Simmel e Durkheim; segundo, opta-se por obras sobre instituições/organizações essenciais em regimes capitalistas, caso de Estado, empresas, bancos, bolsa de valores e demais áreas de finanças, crédito e, claro, estudos sobre a própria definição de capitalismo; terceiro, define-se pelas indicações de obras sobre fenômenos históricos – e controversos – como a Globalização, o Liberalismo e o Comunismo; quarto, incluem-se áreas clássicas da Sociologia em geral, como trabalho, profissões/ocupações e gênero (este relacionado aqui a aspectos sociais e econômicos envolvendo mulheres e homens); quinto, opta-se pela escolha de temas mais do que costumeiros em qualquer sociedade, mas que nem sempre despertam interesse sociológico concreto e contínuo, embora sua abordagem seja crescente e dinâmica em anos recentes: futebol, moda, jornalismo econômico, consumo, tecnologia, herança, tributos (Sociologia Fiscal), mercados e práticas ilegais, serviços funerários, estímulo à doação de órgãos; sexto, indica-se temática de processos fundamentais na análise de fenômenos e atividades sociais e econômicas, caso de competição, cooperação, confiança, incerteza, racionalidade, embeddedness, agência; sétimo e último, observa-se que a SE revela uma gama de autores com interesses bastante amplos e de orientação intelectual e acadêmica bastante diversa em relação a muitos dos tópicos/temas que aqui constam, o que pode ser exemplificado por meio de análises sobre mercados, como sintetiza o quadro a seguir: Perspectivas sobre mercados Mark Granovetter – mercados como redes de relações Harrison C. White – mercados como nichos próximos e ‘espelhados’ / identidade e controle Neil Fligstein – mercados como construção política-cultural Viviana A. Zelizer – mercados como expressão de fatores sociais e culturais Michel Callon e Fabian Muniesa – mercados como dispositivos coletivos de cálculo Pierre Bourdieu – mercados como campos Beckert, Aspers, Möllering (Instituto Max Planck para o Estudo de Sociedades - MPIfG) – mercados e respostas à incerteza; mercados e mecanismos de competição, cooperação e avaliação de valor – revisão crítica de outras perspectivas Fonte: elaboração do autor a partir de algumas obras (2) 8 Justifica-se esta compilação em decorrência da profusão de obras acerca de Sociologia Econômica e seus variados ramos/subcampos, especialmente em língua inglesa e francesa, com a edição de diversos manuais, tratados, reedições de textos clássicos e enciclopédia sobre o assunto. Soma-se a isso a variedade de artigos em revistas e jornais especializados, ensaios e textos de conferências, congressos, fóruns e seminários abordando a profunda variedade de temas da disciplina. Adiciona-se a publicação relativa à Sociologia Econômica em outras linguagens, ainda que em proporção bem menor, como espanhol e, em particular português (e aqui não se inclui o alemão e o italiano, embora existam referências a publicações nesses países), e tudo se torna ainda mais complexo e difuso. Outra motivação está no avanço da Sociologia Econômica na academia brasileira, inclusive além das fronteiras do país – em 2010, por exemplo, duas edições de Economic Sociology – The European Electronic Newsletter, publicação já emblemática da disciplina, são consagradas a textos de autores nacionais, e, quatro anos antes, dois textos sobre a Sociologia Econômica no país e o trabalho do Núcleo de Estudos em Sociologia Econômica e das Finanças (Nesefi) da UFSCar são apresentados em edição da Accounts, publicação da seção de Sociologia Econômica da Associação Sociológica Americana (ASA). Logo, esta reunião de indicações apresenta-se como uma modesta tentativa de exposição, sugestão, revisão não exaustiva (apesar de sua dimensão razoável) e quiçá (re)descoberta de assuntos, autores e obras nesta área de conhecimento ou de interesse/afinidade com a Sociologia Econômica – em entrevista recente, publicada em 2009, um autor prolífico e de obra instigante como Michel Callon afirma que a teoria é 10% de tudo. Sim, isto mesmo, 10% de tudo, todavia o quanto, muitas vezes, demanda imenso trabalho selecionar e aplicar razoavelmente 10% da literatura que sustenta o debate em uma tese, dissertação, livro ou artigo?... Ressalva-se que este trabalho integra um amplo projeto do autor, que compreende a defesa de tese, realizada em março de 2010, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), sobre o papel de uma associação de negócios na formação de um mercado de empresas de Internet (agências digitais) no Rio Grande do Sul, com extensa revisão de literatura acerca de esferas mercantis, além da publicação de duas compilações de literatura, esta sobre temas da Sociologia Econômica e outra a respeito de inovação e tecnologia e já apresentada. No momento, esboça-se um dicionário de 9 Sociologia Econômica, além de um ensaio sobre Sociologia dos Mercados, com a terceira parte desta última obra dedicada a trabalhos de Sociologia Econômica no Brasil. Ao final deste trabalho, apresenta-se um registro, meramente ilustrativa, de eventos e fatos ligados de alguma maneira à disciplina, bem como acontecimentos históricos de notável transformação social, cultural e econômica. Uma listagem sintética de autores é oferecida. Centros e núcleos de pesquisa, nacionais e estrangeiros, em Sociologia Econômica também são indicados. Notas (1) – Confronte Richard SWEDBERG: Max Weber e a Idéia de Sociologia Econômica. Rio de Janeiro, São Paulo: Editora UFRJ, Beca, 2005; Mark GRANOVETTER: The Old and the New Economic Sociology. In: FRIEDLAND, R.; ROBERTSON, A. F. (eds.). Beyond the Marketplace. New York: Aldine de Gruyter, 1990, p.89-112; JeanJacques GISLAIN; Philippe STEINER: La Sociologie Économique 1890-1920: Émile Durkheim, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter, François Simiand, Thorstein Veblen et Max Weber. Paris: PUF, 1995. (2) – Conforme Mark GRANOVETTER: Ação Econômica e Estrutura Social: o problema da imersão. RAE – eletrônica, Vol.6, nº1, jan/jun 2007 [1985]; Harrison C. WHITE: Where Do Markets Come From? 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MPIfG, July 2009. 10 Lista de 122 temas: Ação; ação coletiva Agência Agricultura e alimentação, meio rural e atividade econômica Ambiente, Meio / Meio Ambiente e Economia, Economia e Sociologia Ambiental Ambivalência Antropologia Econômica e Sociologia Econômica Arte e economia, arte e mercado e campo de bens simbólicos Associações de Negócios, Associações Comerciais Bancos Bancos centrais Bolsa de Valores Bourdieu, Pierre Burocracia Campo, campo econômico Capitalismo Capital social Carisma Classe Clássicos da Sociologia Econômica e da Economia Competição, concorrência Comunismo / socialismo e transição para / implantação de economia de mercado Confiança Conhecimento econômico, Sociologia do Construção social, noção de Consumo, compra e clientela Contabilidade e auditoria Contrato Convenções Cooperação Corrupção Crédito e microcédito Crises e depressões econômicas 11 Cuidados Cultura, Cultura e Economia Desemprego Dinheiro / moeda Direito e Economia Durkheim, Émile Economia (disciplina), economistas Economia Informal Economia e Sociologia: conexões, refutações, aproximações Economia Social, Economia Solidária Educação e Economia Eficiência Elites Embeddedness (imersão, incrustação, imbricação, enraizamento) Emoções e aspectos sociais e econômicos Empreendedorismo, empreendedores Empresa Energia, fontes de / eletricidade, mercado de Estado Finanças Fiscal, Sociologia Funerários, Mercado de Serviços Futebol; Mercado do; Mercado de Trabalho do; Globalização do Gênero Geografia Econômica e Sociologia Econômica Globalização / mundialização Grupos Econômicos Habilidades sociais Herança Homo oeconomicus Imigração Incerteza Inovação Instituições, institucionalismo 12 Interesses Internet, Novas Mídias e Nova Economia Intimidade Jornalismo, mercado de trabalho do / Jornalísticas, empresas / Jornalismo Econômico & mídia financeira Leilões Liberalismo e neoliberalismo Liderança Loterias Marx, Karl Mercados Mercados, atividade econômica e práticas ilegais Mercantilização Moda e vestuário Modelo de negócios Moral e ética em mercados / em atividades econômicas Nova Economia Institucional e Sociologia Econômica / Instituições na Economia Organizações Órgãos e sangue humano, Mercado de, Pareto, Vilfredo Parsons, Talcott Performatividade, performação Pobreza Poder Polanyi, Karl Preço Profissões e Ocupações Propriedade Prostituição / mercados de serviços sexuais Protecionismo Publicidade e Marketing Racionalidade Econômica Redes Sociais Relações Interfirmas 13 Religião Renda Riqueza Risco Saúde Schumpeter, Joseph Seguros Sexo Simmel, Georg Sindicatos Sociologia Econômica (história, temas gerais e obras de referência da disciplina) Sombart, Werner Status em mercados Tecnologia Telefonia móvel Tempo Trabalho, Mercado de, Mundo do Trabalho Troca Universidade-empresa / relações comerciais, transferência de conhecimento Valor Veblen, Thorstein Weber, Max White, Harrison C., Sociologia de 14 Temáticas, autores e obras de interesse: Ação; ação coletiva BARBALET, Jack. 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Agência Ainda que utilizado na obra de cientistas sociais influentes como Pierre Bourdieu e Anthony Giddens, o conceito de agência não deixa de suscitar ambiguidades, revelando-se fonte de confusão no pensamento social, como observam Emirbayer e Mische (1998). Usando como ilustração material extraído de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de Max Weber, Campbell (2009) procura abrir essa “caixapreta” da agência pessoal (personal agency), ao distinguir duas concepções do fenômeno: os dois conceitos são referidos pelo autor como tipo 1 e tipo 2 ou o poder da agência (power of agency) comparado com o poder agenciador (agentic power); o primeiro se refere à capacidade de um ator para iniciar e manter um programa de 15 ação, enquanto o segundo se refere à capacidade de um ator para atuar de forma independente do poder limitante da estrutura social. Temas relacionados: ARNOLDI, Jakob; BORCH, Christian. Market Crowds between Imitation and Control. 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Em determinados mercados ou na dimensão interna de organizações como associações de negócios ou comerciais, a dicotomia competiçãocooperação pode ser recorrente, devido à heterogeneidade de interesses. A busca de junção desses interesses ocorre, então, como esforço de sobrevivência de dado setor, em um processo por essência ambivalente, caracterizado por paradoxos, em que aspirações coletivas coexistem com interesses individuais: “A typical example of multiple group-affiliations with a single group is the competition among persons who show their solidarity in other respects. On the one hand the merchant joins other merchants in a group which has a great number of common interests: legislation on issues of economic policy, the social prestige of business, representation of businessinterests, joint action as over against the general public in order to maintain certain prices, and many others. All of these concern the world of commerce as such and make it appear to other as a unified group. On the other hand, each merchant is in competition with many others. To enter this occupation creates for him at one and the same time association and isolation, equalization and particularization. He pursues his interests by means of the most bitter competition with those with whom he must often unite closely for the sake of common interests. This inner contrast is probably most pronounced in the area of commerce” (Simmel, 1964, p.155, com grifo nosso). Fernando Robles (2000) ressalva que outra manifestação estudada por Simmel, a moda, é um dos elementos mais evidentes da ambivalência da vida moderna, moda que para Simmel tem duas funções básicas na sociedade, simultaneamente: unir e 23 diferenciar. Assim, segundo Robles, em relação à moda “siempre se supone que su existencia tiende a la expansión, pero en el momento en que su ejercicio se generaliza, disminuye en ella el elemento delimitador; «su cuestión no es ser o no ser, sino que ella es simultáneamente ser y no ser, se sitúa siempre en la divisoria de las aguas entre el pasado y el futuro, proporcionándonos así mientras está en su apogeo un sentimiento de presente tan intenso como pocos fenómenos». Por eso, la moda domina inextricablemente la conciencia social de la vida moderna ya que las grandes convicciones (Lyotard diría los metarrelatos) van perdiendo fuerza paulatinamente. Y si el carácter efímero de la existencia de una moda específica permite visualizar la inmensa relevancia del presente, ello no es sino una expresión indiscutible de la hegemonía de la linealidad temporal, propia de la modernidad: homogeneización e individuación, globalización y particularización de la forma de vida, búsqueda de los elementos comunes y obsesión por la particularidad de lo individual, tales son las propiedades paradógicas de la modernidad que en la moda se manifiestan" (Robles, 2000, p.227). Temas relacionados: Georg Simmel ROBLES, Fernando. La Ambivalencia como Categoría Sociológica en Simmel. Revista Española de Investigaciones Sociológicas (REIS), 89, enero-marzo 2000, p.219-235. SMELSER, Neil J. The Rational and the Ambivalent in the Social Sciences. American Sociological Review, Vol.63, February 1998, p.1-16. SIMMEL, Georg. Conflict & The Web of Group Affiliations. Free Press, 1964. 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Apesar de o mercado de arte (pintura) de nível mais elevado manter-se, nos dias atuais, cercado de ar rarefeito, em que as transações de obras são para muito poucos em um círculo estreito, “construído sobre redes de comunicação extremamente precisas, e cuja unidade de conta é o milhão de dólares” (Moulin, 2007, p.15), há certamente esferas de inovação, com a realização por exemplo de leilões online, embora destinados em essência à comercialização de produtos de média e baixa categoria (Moulin, 2007, p.62) Em 2008, o artista plástico Damien Hirst provocou uma das últimas revoluções comerciais do setor, ao buscar eliminar a figura do marchand na intermediação de venda de suas obras polêmicas, não raro acusadas de mau gosto ou ainda tomadas como supostamente a denúncia ou a negação do capitalismo, caso da célebre caveira cravejada de diamantes. O fato é que criações de Hirst atraem altas somas e o seu ato não é novo na História da Arte, já que o mestre holandês Rembrandt buscara romper com as limitações (estéticas e econômicas) impostas pelo mecenato, na Amsterdã do século XVII, estabelecendo as bases de um novo mercado formado por maior número de compradores (confronte McMillan, 2004, p.30-31, para uma visão da Economia; e Alpers, 2010 [1988], para uma abordagem da História da Arte). Hoje, em relação ao mercado global de arte, Diana Crane (2009) considera tal esfera mercantil como exemplo de processos em que a globalização dos mercados expande a desigualdade econômica e cultural, favorecendo o privilégio de pequenos segmentos sociais na contemporaneidade: The global art market is an illustration of the way in which the globalization of markets is expanding economic and cultural inequality by increasing the wealth and privileges of small segments of the world’s population at the expense of the remainder. This in turn has produced a high-end enclave in the art market in which very expensive art works circulate among extremely wealthy collectors whose tastes shape the symbolic and material aspects of the products. Sales at auction houses provide reliable indicators of demand for 25 these products. Bypassing urban art markets and art communities, these transactions take place at a small number of international art fairs under the aegis of a small group of powerful dealers. As is the case in other global markets, serious players in this market require high levels of disposable income and high levels of capital for investment (CRANE, 2009, p.352). Outros temas com potencial de exploração pela Sociologia dos Mercados são a fruição e mediação em esferas mercantis de status, isto é, mercados caracterizados pela unicidade, raridade e valor simbólico de seus artigos, ao contrário de mercados do tipo standard (vide Aspers, 2007). Tais esferas mercantis são: pintura de autores consagrados ou nomes com potencial de crescimento comercial e simbólico; fotografia artística; moda como expressão artística por si mesma e/ou em interação com outras artes (pintura, escultura, música, alta literatura). Temas relacionados: Cultura; Incerteza; Mercados; Preço; Valor ABREU, Paula. A Indústria Fonográfica e o Mercado da Música Gravada – histórias de um longo desentendimento. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº85, junho de 2009, p.105-129. ____________. Músicas em Movimento. Dos contextos, tempos e geografias da performance musical em Portugal. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº70, dezembro de 2004, p.159-181. ACCOMINOTTI, Fabien. Marché et Hiérarchie. La structure sociale des décisions de production dans un marché culturel. Histoire & Mesure, XXIII-2, 2008, p.177-218. ALEXANDER, Victoria D. Sociology of the Arts: exploring fine and popular forms. Oxford, UK: Blackwell, 2003. ALPERS, Svetlana. O Projeto de Rembrandt. 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Uma associação deveria gerar reciprocidade, confiança, credibilidade e cooperação entre seus membros e em relação aos seus públicos externos, pois esses parâmetros, construídos socialmente, constituem fontes de previsibilidade em sua área de atuação. De acordo com a literatura (Streeck, Hassel, 2002; Schmiter, Streeck, 1999[1981]), associações como as de negócios são organizações intermediárias, isto é, realizam intermediação entre a lógica de afiliação ao grupo (percepções e demandas dos associados, disposição dos integrantes em cumprir decisões coletivamente e possibilidade de concessão de benefícios coletivos) e a lógica de representação do grupo associativo (os incentivos efetivamente concedidos; condução de negociações, por exemplo, com outras organizações e governos; oportunidades e constrangimentos resultantes do estabelecimento de relações de barganha política, e garantia de acesso privilegiado a informações e de conquista de status). Logo, a associação ao passo que partilha recursos e informações, em um princípio de reciprocidade e identificação (lógica da afiliação), também estabelece hierarquia de comando e obediência a parâmetros ou estratégias definidos de maneira centralizada, conforme um princípio de redistribuição e influência (lógica da representação). Temas relacionados: Cooperação; Interesses BERK, Gerald; SCHNEIBERG, Marc. Varieties in Capitalism, Varieties of Association: colaborative learning in American Industry, 1900 to 1925. Politics & Society, Vol. 33, nº 1, March 2005, 46-87. 31 ROY, William G.; PARKER-GWIN, Rachel. How Many Logics of Collective Action? Theory and Society, 28, 1999, p.203-237. SAXENIAN, AnnaLee. In Search of Power: the organization of business interests in Silicon Valley and Route 128. Economy and Society, Vol.18, Nº 1, February 1989. SCHMITTER, Philippe; STREECK, Wolfgang. 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A preocupação com o que o autor denomina de economia dos bens simbólicos em oposição à economia de trocas econômicas, característica de mercados de regime capitalista (em que a explicitação do preço é a principal, mas não a única, característica) assinala a obra de Bourdieu desde seus trabalhos ainda como etnólogo, na Argélia, entre o final dos anos 1950 e começo dos anos 1960 (época de ebulição histórica naquele país, em razão da luta contra o colonialismo francês e posterior conquista da independência), até sua última grande obra, As Estruturas Sociais da Economia (2000), o que é destacado pelo próprio autor e pela análise de sua produção (Bourdieu, 1996, p.157-163; Garcia-Parpet, 2006; Swedberg, 2010, 2009). Temas relacionados: Campo; Estado; Interesses; Mercados BOURDIEU, Pierre. O Senso Prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009 [1980]. _________________. O Campo Econômico. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005a, p.15-57. _________________. Principles of an Economic Anthropology. 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Para o autor, campos são as diversas arenas em que se efetuam distintas atividades sociais e se travam lutas, embates por distinções hierárquicas e poder, com o campo econômico sendo a tradução perfeita de um campo de lutas, em que há, por exemplo, empresas dominantes e empresas dominadas (vide também Bourdieu, 2009[1980], p.85; Raud, 2007). Bourdieu argumenta que a noção de campo rompe com a lógica abstrata da Economia (como ciência) da determinação automática, mecânica e instantânea dos preços sobre os mercados livres de uma concorrência sem constrangimentos. Segundo o autor, a estrutura do balanço de poder entre as empresas, que não interagem a não ser de maneira indireta através de preços, contribui essencialmente para definir os preços por determinar, através da posição ocupada pelas empresas nesta estrutura, as chances diferenciais de influenciar a sua formação - por exemplo, o efeito das economias de escala resultantes do fato de que a força na negociação com os fornecedores aumenta com o porte da empresa ou o custo de investimento por unidade diminui com o aumento total de capacidade de produção. Conforme Bourdieu, é essa estrutura social que controla as tendências imanentes aos mecanismos do campo e, ao mesmo tempo, a margem de liberdade para as estratégias 38 dos agentes sociais. Assim, Bourdieu sintetiza a pressão estrutural do campo econômico com a frase já célebre: se não são os preços que fazem o todo, é o todo o que faz os preços (Bourdieu, 2000, p.240). Quanto às disposições dos agentes, devemos atentar para a noção de habitus, isto é, disposições incorporadas, condicionamentos sociais, com alguma margem de liberdade, “espécie de senso prático do que se deve fazer em dada situação” (Bourdieu, 1996). No estudo sobre a casa própria, Bourdieu busca evidenciar que o comportamento dos consumidores depende de uma variedade de fatores, como o capital econômico e cultural, a trajetória social, a situação familiar/matrimonial e a localização da moradia, o que implica também a análise da dimensão coletiva dos agentes sociais (ao contrário do que propõe a visão econômica neoclássica de indivíduos atomizados), no caso em questão, uma família de consumidores à procura de uma casa, além de sua posição em dada estrutura social (quanto mais baixa a posição na hierarquia social, menor a preocupação com o aspecto simbólico da casa). Observamos que Bourdieu entende por capital a distribuição de poderes que determinam as posições relativas em determinado campo. O capital pode ser, por exemplo, econômico, cultural, político, social e simbólico, sendo este último, conforme ressalva de Bourdieu, em geral chamado de prestígio, reputação, fama, o que se aplica à fidelidade a uma determinada marca de produto ou empresa, em uma expressão de confiança ou de (re)conhecimento: “capital symbolique reside dans la maîtrise de ressources symboliques fondées sur la connaissance et la reconnaissance, comme l’image de marque (goodwill investiment), la fidelité à la marque (brand loyalty), etc.; pouvoir qui fonctionne comme une forme de crédit, il suppose la confiance ou la croyance de ceux qui le subissent parce qu’ils sont disposés à accorder crédit” (Bourdieu, 2000, p.237). A teoria do campo de Bourdieu é contrária à teorização de sociólogos da chamada Nova Sociologia Econômica, caso do norteamericano Mark Granovetter. Em texto publicado em 1985 e considerado como marco fundador dessa corrente analítica, Granovetter propõe a noção de embeddedness (imersão, incrustação) da ação econômica em redes (networks) de relações sociais. Segundo Bourdieu, nesta visão o agente econômico é tomado como uma mônada egoísta, com suas decisões sendo postas fora de qualquer constrangimento social. Erro que, conforme Bourdieu, também é cometido pelo individualismo metodológico e mesmo pela proposição de um interacionista clássico como Anselm Strauss, que evoca o chamado “contexto de consciência” para pensar a influência exercida nas redes sociais pelos agentes em relação à si e a outro atores. Para Bourdieu, individualista ou 39 holista, tais abordagens ignoram os efeitos da estrutura, as relações de poder, além da ausência de noções rigorosas sobre, por exemplo, capital social. Aspers (2008, p.307) comenta que, ao analisar a obra de Bourdieu sobre a estrutura social e valores concentrando-se nos mercados, o autor francês trata freqüentemente sobre o mercado, embora a relação entre os campos e os mercados não seja totalmente clara. Esta é assim em parte porque as relações entre os próprios campos não seriam claras. A interpretação de Aspers é que o mercado conecta dois campos ou subcampos, cada qual possuindo sua própria lógica específica, ou de valor. O que é avaliado nos campos difere, dependendo de como o jogo do campo é jogado, e que tipo de capital (e valores) do lado vencedor se impõe. Aspers, todavia, ressalva que Bourdieu indica a relação entre as duas noções de campo e de mercado em diversas ocasiões. Bourdieu considera mercado como uma relação entre campos de produção e áreas de consumo. Assim campos autônomos, tais como os campos literário ou artístico, são parcialmente construídos em relação ao mercado, ou seja, em relação aos consumidores. Esta questão está no centro das atenções de uma obra como As Regras da Arte, observa Aspers. Conceitos da obra de Pierre Bourdieu encontram profunda ressonância nas teorizações de autores como Richard Swedberg (2003, noção de interesse) e Neil Fligstein (2008, noções de campo, skills). Bourdieu tem obras relevantes para a Sociologia Econômica, caso de Razões Práticas, Regras da Arte, A Distinção, além de estudos sobre moda, pesquisa sobre a economia tradicional na Argélia (esta pioneira na abordagem de Bourdieu, nos anos 1960) e de seu já citado estudo sobre o mercado da casa própria na França (2000). Na revista Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Bourdieu assegura ainda espaço para pesquisadores da França e de fora do país na área de Sociologia Econômica, caso de Marie France Garcia-Parpet, Frédéric Lebaron e Neil Fligstein. Temas relacionados: Mercados ASPERS, Patrik. Analyzing Order: social structure and value in the economic sphere. International Review of Sociology - Revue Internationale de Sociologie, Vol. 18(2), July 2008, p.301-316. BOURDIEU, Pierre. O Senso Prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009 [1980]. 40 _________________. O Campo Econômico. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005a, p.15-57. _________________. Principles of an Economic Anthropology. In: SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (eds.). The Handbook of Economic Sociology. Second Edition. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005b, p.75-89. _________________. Les Structures Sociales de l’Economie. Paris: Seuil, 2000. _________________. As Regras da Arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. FLIGSTEIN, Neil. Social Skills and the Theory of Fields. Sociological Theory, 19:2, July 2001, p.105-125. _______________; McADAM, Doug. Toward a General Theory of Strategic Action Fields. Sociological Theory, 29 (1), March 2011, p.1-26. RAUD, Cécile. Bourdieu e a Nova Sociologia Econômica. Tempo Social. 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Capital social Hoje, conceito disseminado e amplamente utilizado na Sociologia e na Ciência Política, no Exterior e no Brasil (vide revisões de Portes, 2000; Woolcock, 1998; Fialho, 2008; Higgins, 2005), e sujeito a debates e contestações (Fulkerson e Thompson, 2008; Koniordos, 2008), uma noção contemporânea mais bem acabada de capital social encontra-se inicialmente em breve texto de Pierre Bourdieu. Conforme o autor francês, capital social é o conjunto, o agregado de recursos existentes ou potenciais ligados à posse de uma rede durável de ligações, de vínculos mais ou menos institucionalizados de conhecimento ou reconhecimento (Bourdieu, 1980, p.2). Alejandro Portes (2000) 44 destaca a influência de obras de outros autores para a utilização, nem sempre clara, do conceito, caso da abordagem de James S. Coleman (1988), que designaria na mesma definição os mecanismos geradores do capital social (normas, por exemplo), as suas conseqüências (acesso a informações privilegiadas) e o contexto de realização de ambos. Na ótica de Portes (2000, p.137), “um tratamento sistemático do conceito tem de distinguir: (a) os possuidores de capital social (os que fazem as solicitações); (b) as fontes do capital social (os que acedem às solicitações); (c) os recursos propriamente ditos”. Na Sociologia Econômica, a definição e aplicação do conceito podem ser encontradas primeiramente em obras de Wayne E. Baker (1990; Baker e Faulkner, 2009), e Ronald Burt (1997; 1992). Mais recentemente, há trabalhos da socióloga Brooke Harrington (2001) e do historiador social Dario Gaggio (2007), este último sobre capital social no setor joalheiro em cidades italianas. Já artigo de Carlo Trigilia (2001), além de discutir aspectos positivos e negativos (como conluio e comportamento oportunista) de capital social, aponta os benefícios que uma autonomia política, em tempos de globalização, representa para o desenvolvivimento econômico local. Temas relacionados: Competição; Confiança; Instituições; Redes Sociais BAKER, Wayne E. Market Networks and Corporate Behavior. American Journal of Sociology, Volume 96, Number 3, November 1990, p.589-625. ________________; FAULKNER, Robert R. Social Capital, Double Embeddedness, and Mechanisms of Stability and Change. American Behavioral Scientist, Volume 52, Number 11, July 2009, p.1531-1555. BARBERA, Filippo. Social Networks, Collective Action and Public Policy: The Embeddedness Idea Reconsidered. In: KONIORDOS, Sokratis M. (ed.). Networks, Trust and Social Capital: Theoretical and Empirical Investigations from Europe. Aldershot, UK; Burlington, VT: Ashgate, 2005, p.119-142. BOURDIEU, Pierre. 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Clássicos da Sociologia Econômica e da Economia 49 Sinteticamente, destaca-se aqui algumas das contribuições de fundadores da Sociologia e de economistas do período clássico dessas disciplinas para as correntes atuais da Sociologia Econômica: de Émile Durkheim, a argumentação em torno dos aspectos não-contratuais dos contratos, tal como a noção de contrato justo, o papel das normas sobre as transações e a importância das representações sociais nas atividades econômicas; de Max Weber, a ênfase em elementos carismáticos e irracionais na atividade econômica, além do entrelaçamento das esferas econômica e religiosa e de sua proposta analítica da estrutura, da formação histórica e da significação cultural das atividades socioeconômicas; de Georg Simmel, sua teoria da monetarização a partir do incremento da objetificação e do instrumentalismo da vida moderna e sua análise da ambivalência das variadas esferas de competição e conflito (da família ao comércio); de Alfred Marshall, sua ênfase na análise da informação e da dimensão temporal dos mercados; de Thorstein Veblen, sua teorização do consumo ostentatório, as contradições da administração da empresa industrial e sua visão das instituições como processuais, isto é, hábitos arraigados; de Vilfredo Pareto, a sua análise sobre os efeitos sociais e econômicos do protecionismo, ao qual o autor italiano denomina de “o socialismo dos empreendedores e dos capitalistas”; de Joseph Schumpeter, a proposta de fazer da Sociologia Econômica a disciplina responsável pelo exame do arcabouço institucional influente nas atividades econômicas, além de sua abordagem do fenômeno do empreendedorismo, ainda hoje tomada como ponto de partida para reflexão; de Karl Polanyi, sua crítica fundamental ao postulado do homo oeconomicus; e de Talcott Parsons, a sua tentativa de integrar o exame de fatores de produção como trabalho e capital à análise de outros sistemas sociais como a política e a cultura. A obra de Karl Marx também não deve ser eclipsada, com sua crítica da “mercantlização” no regime capitalista de produção sendo ainda um ponto de referência. Quanto à famosa proposição de Adam Smith, da mão invisível do mercado, esta se mantém como uma das mais contestadas formulações pela Sociologia Econômica. Temas relacionados: Capitalismo; Dinheiro; Direito e Economia; Estado; Mercados; Religião; Sociologia Econômica DURKHEIM, Émile. Da Divisão do Trabalho Social. 3ªedição. São Paulo: Martins Fontes, 2008. _________________. Lições de Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002 [1950]. 50 MARSHALL, Alfred. Princípios de Economia. Rio de Janeiro: Epasa, 1946 [1890]. MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. PARETO, Vilfredo. Manual de Economia Política. São Paulo: Nova Cultural, 1988. ________________. Escritos Sociológicos. Madrid: Alianza, 1987. _________________. Os Sistemas Socialistas. 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Para uma macrossociologia dos mercados é a investigação da evolução dessas estruturas de competição o que permite o entendimento do desenvolvimento capitalista. Beckert ressalta que a ordem dos mercados depende não apenas de mundos estáveis, como propõe Fligstein (1996), mas também de contornos socialmente aceitáveis. Nesse ponto, o sociólogo alemão salienta o papel do Estado e a consideração do mercado de trabalho como fundamentais na regulação da competição. Beckert argumenta que a regulação institucional não apenas reduz a incerteza no mercado, como também determina a distribuição da riqueza econômica. Nessa ótica, Beckert enfatiza que o quanto exatamente os riscos são distribuídos entre trabalho, capital e sociedade constitui o resultado de contínuos embates de mercado. Temas relacionados: Cooperação; Estado; Mercados BECKERT, Jens. The Social Order of Markets. MPIfG Discussion Paper 07/15, December 2007 (também disponível em: The Social Order of Markets. 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Essa é uma das discussões que surgem no ensaio de Swedberg e que trazem questões de fundo extremamente relevantes (e recorrentes) para a Sociologia Econômica: livremercado ou intervenção do Estado, regramento ou desregulação de mercados. Temas relacionados: Capitalismo; Estado; Globalização BLOCK, Fred. Crisis and Renewal: the outlines of a twenty-first century new deal. Socio-Economic Review, 9, 2011, p.31-57. CAMPBELL, John L. The US financial crisis: lessons for theories of institutional complementarity. Socio-Economic Review, 9, 2011, p.211–234. DEUTSCHMANN, Christoph. The Euro Trouble and the Global Financial Crisis. Economic Sociology - The European Electronic Newsletter, Volume 12, Number 2, March 2011, p.17-20. DOBBIN, Frank R. The Social Construction of the Great Depression: Industrial Policy during the 1930s in the United States, Britain, and France. Theory and Society, Volume 22, Issue 1, February 1993, p.1-56. FLIGSTEIN, Neil. 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Para a abordagem culturalista, conforme Lyn Spillman (1999), três pontos são fundamentais para apreender o significado dos mercados: a construção dos objetos de trocas no mercado (“mercadorização”, ou no original, commodification), a construção dos parceiros de troca em um mercado e a construção de normas legítimas para as trocas em mercados, o que aproxima tal perspectiva do enfoque político-cultural proposto por Neil Fligstein (1996) e, sobretudo, das preposições críticas de Viviana A. Zelizer (1988), contrária à visão pura de mercado, isto é, que desconsidera a penetração do mundo da vida nas esferas mercantis. Segundo Spillman, a cultura dos mercados é formada em torno de objetos, atores e normas. Assim, por exemplo, a criação de 73 mercadorias (commodities), seja de ações ou bens os quais não eram previamente vendidos, seja a introdução de novos produtos, é um comum e frequentemente processo altamente contestado, e a mercadorização está sujeita a uma constante política cultural de desafio e reafirmação: “can editors of e-mail discussions lists sell their mailing lists? What’s the problem when professional athletes can be free agents while their supporters are local? Should housewives be paid? If we listen to the buzz of the mundane public sphere, commodification is constantly at issue” (Spillman, 1999, p.1055). A possibilidade de aplicar métodos quantitativos para análise de questões envolvendo cultura e economia (Breiger, 2005) abre ainda uma alternativa para os estudos sobre a temática. Temáticas relacionadas: BOURDIEU, Pierre. La Distinction: critique sociale du jugement. Paris: Les Éditions de Minuit, 1979 (A Distinção: crítica social do julgamento. 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Temas relacionados: Finanças; Marx, Karl; Simmel, Georg; Weber, Max 76 BAKER, Wayne E.; JIMERSON, Jason B. The Sociology of Money. American Behavioral Scientist, Vol. 35, nº6, July 1992, p.678-693. CARRUTHERS, Bruce G.; BABB, Sarah. The Color of Money and the Nature of Value: Greenbacks and Gold in Postbellum America. American Journal of Sociology, Vol. 101, Nº6, May 1996, p.1556-1591. _____________________; ESPELAND, Wendy N. Money, Meaning and Morality. American Behavioral Sicentist, 41, 1998, p.1384-1408. DODD, Nigel. On Simmel's Pure Concept of Money: a response to Ingham. Archives Européennes de Sociologie, XLVIII(2), 2007, p.273-294. ____________. Laundering “Money”: on the need for conceptual clarity within the sociology of money. Archives Européennes de Sociologie, XLVI(3), 2005, p.387-411. _____________. Reinventing Monies in Europe. Economy and Society, Volume 34, Number 4, November 2005b, p.558-583. ___________. 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Assim, em obra póstuma, compilação de cursos 81 ministrados no período em Bordeaux (1890 e 1900) e na Sorbonne (1904 e 1912), além de temas de conferências, já em plena Grande Guerra, do autor alguns anos antes de sua morte (em 1917), Durkheim delineia sua teorização sobre direito contratual, com o estabelecimento da noção de contrato justo para as partes contratantes: Um indivíduo não pode trocar uma coisa por preço inferior a seu valor dessa coisa sem sofrer uma perda sem compensação nem justificação. Tudo acontece como se lhe fosse extorquida mediante ameaça a fração indevidamente retida. Consideramos, com efeito, que é esse o preço que lhe cabe e, se o despojam sem razão, nossa consciência moral protesta (...) Um contrato justo não é simplesmente todo contrato que foi consentido livremente, ou seja, sem coação formal; é um contrato em que as coisas e os serviços são trocados pelo valor verdadeiro e normal, ou seja, em suma, pelo valor justo (DURKHEIM, 2002[1950], p.290-291). Para Durkheim, portanto, é a norma (moral) em si que deve ser considerada, posição diversa da manifestada por Weber, que considera como relevante a apropriação que o ator social faz da norma (vide Durkheim, 1983; Raud, 2005; Steiner, 2006). Neste ponto, ressaltamos que não é nosso objetivo examinar aqui as diferenças das teorizações e das metodologias de análise de Weber e de Durkheim sobre os aspectos normativos em torno dos mercados. Importa-nos é chamar a atenção para o quanto, nos primórdios da Sociologia, enfatizam-se conexões diretas, na esfera dos mercados, entre elementos econômicos e legais (contratos) e sociais e culturais (relações mercantis ancoradas em confiança, previsibilidade e compromissos com normatizações), um aspecto ainda importante da Sociologia Econômica (Granovetter, 1985, 1992, 2005). A preocupação durkheimiana com elementos não-contratuais (sociais e morais) dos contratos é aprofundada, ainda que com perspectivas bastante distintas, nas décadas seguintes (vide Macaulay, 1963), evidenciando que em incontáveis tipos de transação econômica, não é considerado apenas o valor monetário na troca. Como argumenta Harry Bredemeier, O consenso quanto ao dinheiro como o mediador entre A, B,... N não é, evidentemente, o único valor consensual exigido pelo modo mercantil de coordenação. O consenso é exigido quanto aos 82 princípios de competição, aos valores do universalismo, do desempenho, neutralidade afetiva e especificidade; à natureza dos contratos, a todos os elementos não-contratuais do contrato mencionados por Durkheim; a toda a ‘base jurídica do capitalismo’ descrita por John R. Commons num clássico muito esquecido. O mercado é uma série complexa de princípios morais – uma ‘consciência coletiva’ muito especial – sobre a qual deve haver um consenso, para que ele (o mercado) possa operar como mecanismo de coordenação (BREDEMEIER, 1980, p.581). Durkheim representa corrente tradicional de pensadores franceses que consideram a Economia como “falsa ciência”, com a Sociologia Econômica devendo ser a verdadeira ciência que trata dos fatos econômicos. Tal idéia permanece na obra de Pierre Bourdieu ao criticar a chamada economia mainstream, embora Bourdieu proponha uma teoria sociológica geral para a abordagem do campo econômico (Steiner, 2009b; confronte Bourdieu, 2005). Temas relacionados: Contrato; Direito e Economia; Propriedade; Valor BECKERT, Jens. The Transcending Power of Goods: Imaginative Value in the Economy. MPIfG Discussion Paper, April 2010. BOURDIEU, Pierre. O Campo Econômico. Política & Sociedade, nº6, abril de 2005, p.15-57. BREDEMEIER, Harry C. A Teoria da Troca. 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Economia e Sociologia: conexões, refutações, aproximações Há aproximadamente 20 anos, Richard Swedberg (1990) editava livro em que o argumento principal era indicar possibilidades de encontro e aproximação de temas pela Sociologia e Economia. Em artigo recente do autor (Swedberg, 2009, p.231), considera-se que, no presente, tal esperança parece vã e que o cenário da relação entre as referidas disciplinas encontra-se hoje diferente. Conforme o autor, de um lado há hoje um plenamente desenvolvido subcampo de Sociologia Econômica e, por outro lado, existe uma ciência econômica que tem começado a desenvolver seus próprios conceitos de interação social, normas, instituições e assim por diante. Também recentemente, Neil J. Smelser (2009) apresenta uma análise das relações entre Sociologia e Ciências Econômicas, apoiado em um ponto de vista biográfico de 50 anos de trajetória intelectual, período a contar de sua colaboração com Talcott Parsons em meados dos anos 1950. 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Nesse trabalho, que é espécie de história social da sociedade anônima, nos Estados Unidos, ao longo do século 20, Fligstein reconhece a influência do mercado, todavia o estudo da transição entre uma situação de mercado e a resposta de uma determinada organização não pode prescindir de análise política, organizacional e estratégica. Isto significa, conforme Fligstein, que a eficiência é uma construção social e que as formas de organização social constituem o mercado e não o inverso. Conforme Fligstein (1993[1990], p.295), eficiência pode ser definida como a concepção de controle que produz uma relativamente alta probabilidade de crescimento e rendimentos para empresas dado o cenário existente de circunstâncias sociais, políticas e econômicas. A definição considera os três mais importantes fatores necessários para uma empresa prosperar: uma concepção de controle realizada pelos seus gestores mais importantes (top managers), a existência de campo organizacional estável e um sistema político que não questione a legalidade das ações em curso no referido campo organizacional. Segundo o autor, tal visão providencia um modelo de como e porque diferentes cursos de ação são estabelecidos por grandes empresas, como são mantidos e quais são as forças prováveis para produzir sua transformação. Temas relacionados: Instituições; Mercados; Organizações BECKERT, Jens. Beyond the Market: the social foundations of economic efficiency. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2002. DOBBIN, Frank. How Institutions Create Ideas: Notions of Public and Private Efficiency from Early French and American Railroading. L'Année de la Régulation, 8, 2004, p.15-50. FLIGSTEIN, Neil. The Transformation of Corporate Control. 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Embeddedness (imersão, incrustação, imbricação, enraizamento) 92 Em relação à centralidade do conceito de imersão (embeddedness) na obra de Karl Polanyi, Jens Beckert (2007) argumenta que esse é um artefato muito mais de recepção da obra do autor austríaco, tal como é feita por Mark Granovetter (2007[1985]) e de maneira diferenciada de Polanyi. Segundo Beckert, para Polanyi, o significado central de imersão é duplo: primeiro, os mercados são vistos como necessariamente limitados por regras institucionais que os conectam ao tecido moral da sociedade. Na visão de Polanyi, mercados não regulamentados não podem ser mais do que uma forma patológica de organizar o preenchimento de funções adaptativas na sociedade e conduz para a anomia social. Nos termos do próprio Polanyi (2000[1944], p.77), “o padrão de mercado, relacionando-se a um motivo peculiar próprio, o motivo da barganha ou da permuta, é capaz de criar uma instituição específica, a saber, o mercado. Em última instância, é por isto que o controle do sistema econômico pelo mercado é conseqüência fundamental para toda a organização da sociedade: significa, nada menos, dirigir a sociedade como se fosse um acessório do mercado. Em vez de a economia estar embutida nas relações sociais, são as relações sociais que estão embutidas no sistema econômico. A importância vital do fator econômico para a existência da sociedade antecede qualquer outro resultado. Desta vez, o sistema econômico é organizado em instituições separadas, baseado em motivos específicos e concedendo um status especial. A sociedade tem que ser modelada de maneira tal que o sistema funcione de acordo com as suas próprias leis. Este é o significado da afirmação familiar de que uma economia de mercado só pode funcionar numa sociedade de mercado”. Beckert enfatiza que esta ancoragem institucional da economia é característica de todos os três tipos de trocas econômicas distinguidas por Polanyi: a reciprocidade, a redistribuição e o mercado. Em um segundo sentido, o uso do termo imersão não implica somente um termo analítico, mas também faz alusão à tarefa reformista política e social de estabilização (democrática) da organização da sociedade através da regulação institucional dos mercados, sobretudo nos domínios que Polanyi denomina commodities fictícias: terra, trabalho e dinheiro. Assim, o ponto de referência da imersão não é a economia, mas "os amplos sistemas sociais em que todas as economias estão localizadas", ressalva Beckert citando Polanyi. Em ambas as conotações do termo imersão, a avaliação de Polanyi da economia capitalista moderna corresponde plenamente com as abordagens da teoria sociológica clássica, observa o sociólogo alemão. Para Mark Granovetter (2007[1985]), o modelo como o da imersão (embeddedness – também utilizados em outras traduções os termos incrustação, 93 imbricação ou enraizamento) da economia em redes sociais espelha de forma mais realista a dinâmica de firmas e mercados capitalistas. Granovetter demonstra, portanto, ao contrário das preposições de Polanyi, que o conceito de imersão permanece bastante válido para o exame de relações econômicas em economias de mercado desenvolvidas. Exemplo disso, segundo o autor norte-americano, está na análise do obscurecimento de pequenas firmas por corporações gigantes, com a maioria das análises sendo dedicada a dimensões macropolíticas ou macroeconômicas, com pequena apreciação da proximidade das causas sociais estruturais (1985, p.507). Michel Callon (1998) ressalva essa distinção no uso do conceito de imersão entre Polanyi e Granovetter, ao observar que o primeiro assume a existência de quadro institucional que constitui o contexto no qual as atividades econômicas tomam lugar. Ao utilizar a análise de redes sociais, Granovetter altera essa dimensão do conceito. Assim, segundo Callon, na rede social, como definida por Granovetter, as identidades dos agentes, interesses e objetivos, em síntese tudo o que poderia estabilizar a sua descrição e a sua existência, os resultados são contornos variáveis, os quais flutuam com a forma e a dinâmica das relações entre esses agentes (Callon, 1998, p.8). Já há uma bem conhecida revisão do conceito de imersão (Krippner, 2001; Krippner e Alvarez, 2007) na obra de Mark Granovetter, em particular, e no projeto intelectual de uma nova Sociologia Econômica, de modo geral. Temas relacionados: Mercados; Redes Sociais BARBERA, Filippo. 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Algumas obras de Mark Granovetter (1973 a 2009)* A força dos laços fracos (1973)** Conseguir um emprego (1974 – livro, reeditado e ampliado em 1995) Modelos limiares de comportamento coletivo (1978) Para uma teoria sociológica das diferenças de renda (1981) Pequeno é abundante: mercados de trabalho e dimensão do estabelecimento (1984) Ação econômica e estrutura social: o problema da imersão (1985)*** As aproximações sociológicas e econômicas para análise do mercado de trabalho (1988) A velha e a nova Sociologia Econômica (1990) Instituições econômicas como construções sociais (1992) A sociologia da vida econômica – co-editado com Richard Swedberg (1992 – livro, 1ªed.) Grupos econômicos (1994) A feitura de uma indústria: a eletricidade nos EUA - com Patrick McGuire (1998) Redes sociais no Vale do Silício – com Emilio Castilla, Hokyu Hwang e Ellen Granovetter (2000) Uma agenda teórica para a Sociologia Econômica (2002) O impacto da estrutura social sobre os resultados econômicos (2005) A construção social da corrupção (2007)**** O papel das empresas de capital de risco na complexa rede de inovação do Vale do Silício – com Michel Ferrary (2009) *Tradução literal dos títulos em inglês, exceto os com outras indicações **Traduzido para o espanhol ***Traduzido no Brasil e em Portugal ** *Traduzido, no ano anterior ao citado, no Brasil Emoções e aspectos sociais e econômicos 96 BANDELJ, Nina. Emotions in Economic Action and Interaction. Theory and Society, 38(4), 2009, p.347-366. BARBALET, Jack M. Emotion, Social Theory and Social Structure. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. __________________. A Macro Sociology of Emotion: Class Resentment. 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Nesse sentido, Swedberg (2000) argumenta acerca da necessidade de se ampliar a participação das Ciências Sociais no estudo do contexto social de práticas empreendedoras em diferentes atividades econômicas. Conforme o sociólogo sueco, enquanto as escolas de Administração limitam-se ao ensino de como (how) se concretiza o empreendedorismo, as Ciências Sociais podem ampliar o quadro teórico-analítico sobre o tema, abordando também, o por que (why) do empreendedorismo, com o exame de suas causas, e o que (what), isto é, os efeitos cumulativos das atividades empreendedoras. Empreendedorismo: Capitalismo; Imigração; Inovação; Joseph Schumpeter 97 ABRAMOVAY, Ricardo; SAES, Sylvia; SOUZA, Maria Célia; MAGALHÃES, Reginaldo. Mercados do empreendedorismo de pequeno porte no Brasil. In: ARBACHE, Jorge Saba (org.). Pobreza e mercados no Brasil – Uma análise de iniciativas de políticas públicas. Brasília: CEPAL/DFID, 2003. ALDRICH, Howard E. Entrepreneurship. In: SWEDBERG, Richard. 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Em situações em que nem sempre o componente técnico era o mais adequado ou era mal avaliado pela burocracia estatal, pesava nas decisões acerca da adoção deste ou daquele sistema a rede de relações sociais, empresariais e políticas firmadas por Edison e seus assessores. Temas relacionados: Ambiente, Meio; Estado; Mercados ABRAMOVAY, Ricardo. Desenvolvimento Sustentável: qual a estratégia para o Brasil? Novos Estudos Cebrap, 87, 2010, p.97-113. ___________________ (org.). Biocombustíveis: a energia da controvérsia. São Paulo: Senac, 2009. 103 BIGGART, Nicole Woolsey; LUTZENHISER, Loren. Economic Sociology and the Social Problem of Energy Inefficiency. American Behavioral Scientist, Volume 50, Number 8, April 2007, p. 1070-1087. COTTRELL, Fred. Energy & Society (Revised): the relation between energy, social change, and economic development. 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Entretanto, autores como Karin Knorr Cetina e Urs Brugger (2002), debruçam-se 108 sobre o mercado que é símbolo por excelência do regime capitalista, o mercado financeiro, e que não se enquadra como uma esfera de produção nem de consumo, mas de transação (trade). Para os autores citados, mesmo mercados permeados pela tecnologia de meios eletrônicos, interligados globalmente, apresentam-se como autênticas sociedades virtuais, o que acarreta novos tipos de interações sociais, ou conforme a terminologia de Knorr Cetina (2009), ‘situações sintéticas’, isto é, situações transmitidas eletronicamente e que implicam uma extensão maior da informação e novas exigências em resposta a tais situações, já corriqueiras no sistema financeiro globalizado. Considerados pelo senso comum e, o que é um grande equívoco, em alguns círculos acadêmicos como expressão ‘única’ de mercado, as esferas mercantis financeiras, caso da bolsas de valores, configuram-se distantes do imaginário econômico neoclássico, de prevalência do cálculo, da racionalidade, da abstração e da atomização de agentes econômicos. Ao contrário, um ambiente social como o pregão da bolsa de valores pode ser extremamente marcado pela intuição, comportamentos irracionais, emprego de pragmatismo e imediatismo e formação de grupos de interesse restrito, popularmente designados como ‘panelinhas’ (vide Baker, 1984; Müller, 2006; consulte também tópico ‘Bolsa de valores’). Temas relacionados: ARNOLDI, Jakob; BORCH, Christian. Market Crowds between Imitation and Control. Theory, Culture & Society, Vol. 24(7–8), 2007, p.164–180. BEUNZA, Daniel; STARK, David. Tools of the Trade: the socio-technology of arbitrage in a Wall Street trading room. 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E é o futebol um fenômeno social, cultural e econômico globalizado. Neil Fligstein (2008) ressalva que, nos anos 1950, a indústria do futebol profissional aproximava nações da Europa antes da criação do mercado comum da União Européia. Temas relacionados: Globalização; Mercados; Trabalho ALVITO, Marcos. «A Parte que te Cabe Neste Latifúndio»: o futebol brasileiro e a globalização. Análise Social, nº179, 2006, p.451-474. DUBAL, Sam. The Neoliberalization of Football: Rethinking neoliberalism through the commercialization of the beautiful game. International Review for the Sociology of Sport, 45(2), 2010, p.123–146. FLIGSTEIN, Neil. Euroclash: The EU, European Identity, and the Future of Europe. Oxford, UK; New York: Oxford University Press, 2008 (Chapter 4: The Creation of Markets: The Cases of the Defense, Telecommunications, and Football Industries). 116 GIULIANOTTI, Richard. Sociologia do Futebol: Dimensões Históricas e Socioculturais do Esporte das Multidões. 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Mesmo as economistas mulheres frequentemente caem na armadilha de reproduzir essas dicotomias, argumentando, por exemplo, que a solução fundamental para as desigualdades de gênero está na admissão de mulheres em igual proporção nos mercados dominados pelos homens” (Zelizer, 2009,p.238). Temas relacionados: BIELBY, William T.; BIELBY, Denise D. Telling Stories about Gender and Effort: Social Science Narratives about Who Works Hard for the Money. In: GUILLÉN, Mauro F.; COLLINS, Randall; ENGLAND, Paula; MEYER, Marshall (eds.). The New Economic Sociology: Developments in an Emerging Field. New York: Russell Sage, 2002, p.193-217. BLOMBERG, Jesper. Gendering Finance: Masculinities and Hierarchies at the Stockholm Exchange. Organization, Volume 16(2), 2009, p.203–225. BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. CASTILLA, Emilio J. 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Segundo Aspers (2008), é um mercado em que os atores que dependem uns dos outros estão situados em partes diferentes do mundo. Podendo ser investidor ou mercado de produção, o aspecto importante é que o padrão de dependência é global e que a forma de interação é através da interface de mercado, salienta Aspers. É um capitalismo global se um ou, na prática, muitos mercados interligados são orientados para a acumulação de riqueza. A economia contemporânea é caracterizada por um capitalismo racional, o que significa que o cálculo é fundamental nestes mercados globais capitalistas. Aspers, porém, atenta que se o capitalismo liberal aparenta ser superior hoje a outros sistemas político-econômicos, isso não ocorre naturalmente. O autor chama atenção ainda para sistemas híbridos, no caso a China. O fenômeno dos mercados globalizados desencadeia, como se observa, sobretudo a partir dos anos 1990, amplo debate ideológico, reflexo de movimentos antagônicos, pró e contra a globalização, e que afetam diretamente as análises sociológicas. Conforme Martinelli (2003), em decorrência de sua importância, mercados internacionais têm se tornado o objeto de intenso embate ideológico, o que frequentemente obscurece suas estruturas reais e caminhos de funcionamento. Logo, quando da confrontação entre os fundamentalismos do mercado global e da antiglobalização, o mercado é sempre bom ou mau, enquanto que na realidade pode ter efeitos ambivalentes, integrativos e disruptivos, conforme o contexto institucional no qual estão imersos e, especificamente, em uma particular combinação de competição e regulação, observa o sociólogo italiano. Temas relacionados: Capitalismo; Estado; Imigração; Mercados; Trabalho ASPERS, Patrik. A Note on Global Capitalism. In: THAKA, Bharti (ed.). 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Em outros meios, retomando os argumentos de Beckert, a herança da riqueza dos pais pode fazer seus herdeiros independentes financeiramente, sem dependência do sucesso no mercado ou, ao menos, reforçar a sua posição social e econômica. A possibilidade de legar riqueza também pode ser um importante motivador para a poupança, ao passo que, por outro lado, a herança de riqueza pode destruir essa motivação em herdeiros, cujo padrão de vida 126 está assegurado, independentemente da suas próprias contribuições. O sociólogo alemão também ressalva que heranças são sociologicamente relevantes, intimamente entrelaçadas com o tecido normativo da sociedade, em que se evidenciam princípios normativos fundamentais à vida social, como a igualdade de oportunidades, justiça social e liberdade de propriedade privada. Beckert sustenta ainda que o legado de riqueza está intrinsecamente vinculado a questões de desigualdade social (Szydlik, 2004), mesmo em sociedades economicamente mais desenvolvidas como a norteamericana (vide também Keister e Moller, 2000). Philippe Steiner (2008) examina a transferência de riqueza de uma geração a outra, em contexto francês, no século 19, enfatizando as dimensões afetivas (familiares), econômicas e políticas (Estado) da herança. Herança, porém, não é apenas uma temática de interesse da Economia e do Direito, mas igualmente objeto legítimo de investigação para a Sociologia (Beckert, 2007a; Harrington, 2009). Temas relacionados: Direito e Economia; Estado; Fiscal, Sociologia; Gênero; Propriedade; Riqueza BECKERT, Jens. Are We Still Modern? Inheritance Law and the Broken Promise of the Enlightenment. Max Planck Institute for the Study of Societies (MPIfG) Working Paper, September 2010. ______________. Inherited Wealth. Why Is the Estate Tax so Controversial? 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No livro, revela-se uma condição de nostalgia da terra natal simultânea ao apego, de ordem material, à realidade em território estrangeiro: “Os imigrantes de primeira geração, independentement da nacionalidade, desejam retornar um dia para seu país de origem. Os brasileiros também são ‘pássaros de passagem’, para fazer uso da expressão cunhada por Michael Piore para designar o desejo de retorno dos imigrantes. Os depoimentos registram haver uma percepção generalizada de que os Estados Unidos são um bom país para se trabalhar, mas o Brasil é melhor para se viver. O ideal seria poderem permanecer nos Estados Unidos até que conseguissem o Green Card, pois com este documento poderiam circular livremente entre os dois países. É como se o passaporte americano pudesse proporcionar o melhor dos mundos: trabalhar lá e morar aqui, aproveitando a sociabilidade brasileira sem perder as oportunidades que os Estados Unidos podem proporcionar” (Martes, 2000, p.183). 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Incerteza também está presente na aplicação de técnicas e na avaliação do potencial de novas fontes de geração da chamada energia verde, como ocorreu com o uso inicial de biomassa como fonte de 131 combustível, em decorrência de dúvidas acerca da infra-estrutura exigida, caso de sistemas de coleta, transporte e processamento (Sine, Haveman, Tolbert, 2005). Temas relacionados: Crises e depressões econômicas; Confiança; Mercados; Preço; Risco ABREU, Paula. A Indústria Fonográfica e o Mercado da Música Gravada – histórias de um longo desentendimento. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº85, junho de 2009, p.105-129. BECKERT, Jens. What is Sociological about Economic Sociology? Uncertainty and the embeddedness of economic action. Theory and Society, 25, 803-840, 1996. DEQUECH, David. Uncertainty and Economic Sociology: a preliminary discussion. American Journal of Economics and Sociology, Vol. 62 (3), 2003, p.509-532. ________________. Bounded Rationality, Institutions, and Uncertainty. 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O problema, é sabido, não é de ter idéias, e sim de enriquecê-las e de transformá-las de tal maneira que criem interesse no maior número possível de atores (...) esse interesse não sendo, evidentemente, fixado de uma vez por todas, mas podendo ser negociado, pois depende das escolhas técnicas que são feitas. Mudem a forma do veículo, mudem a fonte de energia, mudem o traçado do TGV e verão relações de forças se inverter, forjarem-se novas alianças e seu oponente mais acirrado se transformar em seu aliado mais incondicional. A escolha técnica é, portanto, uma escolha estratégica; é até mesmo a escolha estratégica por excelência. Para toda inovação, para toda escolha técnica é possível traçar um mapa onde aparecem os grupos que têm interesse na inovação e aqueles que se opõem a ela, pois seus interesses são questionados”(Callon, 2004, p.7071). 133 Temas relacionados: Empreendedorismo; Mercados; Universidade-Empresa AKRICH, Madeleine. 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A obra de Bourdieu incorpora aspectos das teorias clássicas da Sociologia, formuladas por Marx, Durkheim, Weber e também Elias. Para Bourdieu, "interesse é 'estar em', participar, admitir, portanto, que o jogo merece ser jogado e que os alvos engendrados no e pelo fato de jogar merecem ser perseguidos; é reconhecer o jogo e reconhecer os alvos" (Bourdieu, 1996, p.139). Conforme Bourdieu, o interesse não é único como analisam os economistas, isto é, o interesse econômico, pois cada campo (religioso, político, etc) tem seus interesses, no plural. Logo, em cada campo, os atores sociais praticam sua illusio, ou seja, seu investimento em jogar o jogo jogado em determinado campo social. “Em outros termos, o interesse é simultaneamente condição de funcionamento de um campo (campo científico, campo da alta-costura, etc.), na medida em que isso é o que estimula as pessoas, o que as faz concorrer, rivalizar, lutar, e produto do funcionamento do campo. Para compreender a forma particular de que se reveste o interesse econômico (...) Trata-se, em cada caso, de observar a forma de que se reveste, num dado momento da história, esse conjunto de instituições históricas que constituem um campo econômico determinado, e a forma de que se reveste o interesse econômico dialeticamente ligado a esse campo” (Bourdieu, 2004 [1987], p.127). Swedberg considera que há vínculo entre a análise de autores clássicos como Weber e Simmel e a obra de Bourdieu em relação ao conceito de interesse. Ele também ressalva que conceitos como motivação (Psicologia) e interesse (Sociologia) se aproximam. Mas há uma diferença: o interesse não seria apenas internalizado; poderia ser situado fora do indivíduo. Swedberg, como Bourdieu, considera um reducionismo tomar a noção de interesse com base na definição de autointeresse econômico, tal como ocorreria em boa parte do pensamento econômico. Como exemplifica o sociólogo sueco, “institutions, for example, can be seen a distinct constellations of interests and social relations. An economic sociology that ignores the role of interests, I argue, runs the risk of becoming trivial. The reason for this is that interests, much more so than social relations, is what drives economic action. This is by no means a novel insight, as the work of Weber and others show. It is, however, a 138 position that has been forgotten in much of modern economic sociology” (Swedberg, 2003, p.3). Temas relacionados: Pierre Bourdieu; Campo, campo econômico; Max Weber BOURDIEU, Pierre. Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004 [1987] – especialmente O Interesse do Sociológo’, p.126-133. ________________. Razões Práticas: sobre uma teoria da ação. Campinas, SP: Papirus, 1996. HIRSCHMAN, Albert O. As Paixões e os Interesses: argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo. Rio de Janeiro: Record, 2002. 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Economic Sociology – The European Electronic Newsletter, Volume 4, Number 2, march 2003. Internet, Novas Mídias e Nova Economia Origina-se, em 1969, de pesquisas do Departamento de Defesa norte-americano um projeto de comunicação entre redes de computadores. Posteriormente, duas universidades californianas estabelecem contato via rede de computadores. É a Arpanet, embrião da Internet (designação utilizada pela primeira vez em 1974). Neil Fligstein (2001) observa que a intervenção do Estado é fundamental para a criação da Internet, além do financiamento da pesquisa universitária que possibilita o desenvolvimento de diversos programas necessários para o funcionamento da rede mundial em seus anos iniciais. O advento comercial da Internet data de agosto de 1995, quando da abertura de capital em bolsa de valores da empresa de navegação online norte-americana Netscape. Em janeiro de 2000, registra-se o marco da então considerada Nova Economia: fusão da America Online com o megagrupo da ‘Velha Economia’ Time/Warner. A fusão acabou posteriormente não tendo o impacto comercial projetado pela mídia e especialistas à época de seu anúncio. A distinção, nove anos depois, entre Velha e Nova Economia passa apenas a ser registro de uma fase já superada da Internet. Naquele ano, no Brasil, há a explosão de oferta de Internet gratuita e a proliferação de incubadoras de empresas então designadas como pontocom. Ainda em 2000, em abril, despenca o índice Nasdaq, que mede o valor acionário de empresas de tecnologia. O volume da baixa, em um único dia, equivale a valorização de ações de empresas de tecnologia na Bolsa Nasdaq durante um ano. É o começo da crise de sustentação financeira das empresas pontocom mundo afora e que se estende até o ano seguinte. O episódio passa a ser conhecido como o Estouro da Bolha da Internet (Internet Bubble) ou o fim da Corrida do Ouro (Golden Rush). Acerca do uso comercial da Internet, Manuel Castells (2003, p.56) considera que “numa sociedade em que firmas privadas são a principal fonte de criação de riqueza não é de surpreender que, depois que a tecnologia da Internet tornou-se disponível na década de 1990, a difusão mais rápida, mais abrangente de seus usos tenha ocorrido no domínio dos negócios”. Temas relacionados: Mercados 140 AUGUSTSSON, Fredrik. They Did It: The Formation of Interactive Media Production in Sweden. Stockholm: National Institute for Working Life, 2005. CALLON, Michel; MEADEL, Cécile; RABEHARISOA, Vololona. The Economy of Qualities. Economy and Society, Volume 31, Number 2, May 2002, p.194-217. CASTELLS, Manuel. Communication Power. Oxford: Oxford University Press, 2009. _________________. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. 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Jornalismo, mercado de trabalho do / Jornalísticas, empresas / Jornalismo Econômico & mídia financeira 143 A relação entre Jornalismo e Ciências Sociais, em particular a Sociologia, não é pacífica, isto é, marcada pela compreensão mútua. Neveu (2010) cita uma espécie de crítica recíproca entre as áreas de conhecimento acadêmico e a prática jornalística e que não é exclusiva do panorama francês: ‘jornalístico’ designa, na academia, uma forma de expressar que determinado argumento é pleno de clichês e sem profundidade, ao passo que ‘muito acadêmico’, em uma redação de jornal, não é elogio. É claro que além de mal-entendidos, tal relação é pautada por proximidades (Charon, 1996), ainda que a visão sociológica do Jornalismo trate, com base em inúmeros trabalhos etnográficos, os jornalistas como seres sociológicos (com normas, práticas e rotinas) que existem em determinados ambientes organizacionais e institucionais, ambientes esses reconstruídos com base na realidade mainstream do jornalismo americano, como sagazmente comenta Barbie Zelizer (2007). Todavia, Zelizer destaca o quanto tal abordagem se limita ao passado, não apreendendo realidades do Jornalismo atual, que passa por transformações significativas em seus aspectos profissionais e de conhecimento do ofício, com o surgimento de ‘trabalhadores da informação’ e que não seriam adequadamente considerados como jornalistas (Neveu, 2010, 2006), em aspectos de gênero, com a feminização crescente da profissão (Neveu, 2000) e em aspectos mercantis e tecnológicos, em uma época marcada pelo advento da Internet e pelo grande incremento da velocidade, do volume e da extensão do fluxo global de informação (McNair, 2003). Esse cenário implica ainda a revisão de abordagens impactantes e polêmicas como as de Bourdieu, nos anos 1990, em particular sobre o jornalismo televisivo (vide Bourdieu, 1997, 1994; em relação á crítica, Zelizer, 2004; Neveu, 2007). Neste ponto, ressalva-se que o interesse sociológico pelo Jornalismo já completa ao menos um século, a partir de famosa alocução de Max Weber (2002[1910]) sobre um programa de pesquisa sobre imprensa, em que o mestre, de imediato, evoca a necessidade de colaboração entre ‘teóricos da imprensa’ e de ‘profissionais no âmbito prático da imprensa’. Em uma síntese brilhante, Weber demonstra a imprensa como necessariamente uma empresa capitalista e privada, com seus dois tipos de clientes (compradores de jornal e anunciantes), ilustrando até que ponto deve ser considerado o caráter empresarial da imprensa (vide também Bastin, 2001, sobre a análise de Weber; Cabrolié, 2009, sobre anunciantes e compradores de jornal diário). Mais do que as peculiaridades, passadas ou presentes, da empresa jornalística, do trabalho profissional dos jornalistas e dos subcampos de especialização da atividade (Marchetti, 2002), com destaque aqui para o Jornalismo Econômico 144 (Riutort, 2000), importa igualmente para a Sociologia a relação dos jornalistas com suas fontes (Sponholz, 2008; Velthuis, 2006) e o interesse e mesmo o trabalho, o empenho de tais fontes no tocante à divulgação (ou não) de determinados assuntos, temas (Schlesinger, 1992). As conseqüências do trabalho jornalítico, por meio de sua influência social e política (Schudson, 2002, 1995; McNair, 1998) ou sua capacidade de veicular escândalos (Grün, 2008), embora existam, não raro, situações em que só a imprensa leva a culpa, mesmo sem tê-la (Bucci, 2009), permanecem centrais na análise sociológica da atividade jornalística. Temas relacionados: BASILE, Sidnei. Elementos do Jornalismo Econômico. Rio de Janeiro: Campus, 2002. BASTIN, Gilles. 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Ao longo de sua clássica e polêmica obra, Polanyi critica o que designa como o credo liberal em um sistema (irreal) de mercado autoregulável. Conforme o autor, “o liberalismo econômico foi o princípio organizador de uma sociedade engajada na criação de um sistema de mercado. Nascido como mera propensão em favor de métodos não-burocráticos, ele evoluiu para uma fé verdadeira na salvação secular do homem através de um mercado auto-regulável (...) O credo 148 liberal só assumiu seu fervor evangélico em resposta às necessidades de uma economia de mercado plenamente desenvolvida. Seria inteiramente a-histórico antecipar a política do laissez-faire para a época em que essa palavra-chave foi usada pela primeira vez na França, em meados do século XVIII, como ocorre com freqüência. Pode-se dizer com segurança que o liberalismo econômico não era mais que uma tendência espasmódica até duas gerações mais tarde. Foi somente nos anos 1820 que ele passou a representar os três dogmas clássicos: o trabalho deveria encontrar seu preço no mercado, a criação do dinheiro deveria sujeitar-se a um mecanismo automático, os bens deveriam ser livres para fluir de país a país, sem empecilhos ou privilégios. Em resumo, um mercado de trabalho, o padrão-ouro e o livre-comércio” (Polanyi, 2000[1944], p.166). Temas relacionados: Capitalismo; Estado; Mercados; Karl Polanyi BABB, Sarah. The Social Consequences of Structural Adjustment: recent evidence and current debates. Annual Review of Sociology, 31, 2005, p.199–222. ___________. Managing Mexico: Economists from Nationalism to Neoliberalism. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2001 (edição mexicana: Proyecto Mexico: Los economistas del nacionalismo al neoliberalismo. Mexico, D.F.: Fondo de Cultura Economica, 2003). CAMPBELL, John L.; PEDERSEN, Ove K. (eds.). The Rise of Neoliberalism and Institutional Analysis. 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Steiner, entretanto, agumenta que há similaridades entre a abordagem de Marx e duas etapas básicas da denominada Nova Sociologia Econômica, que são a construção social das relações mercantis e a explicação sociológica do funcionamento das instituições e dos comportamentos econômicos. Temas relacionados: Capitalismo; Classe; Clássicos; Dinheiro DEUTSCHMANN, Christoph. Marx, Schumpeter and the Myths of Economic Racionality. Thesis Eleven, 53, May 1998, p.45-64. INGHAM, Geoffrey. On the Underdevelopment of the Sociology of Money. Acta Sociologica, 41(1), 1998, p.3–18. MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. STEINER, Philippe. Marx et la Sociologie Économique. Cahiers Internationaux de Sociologie, Volume CVIII, Janvier-Juin 2000, p.57-77. SWEDBERG, Richard. The Economic Sociology of Capitalism: an introduction and agenda. In: NEE, Victor; SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of Capitalism. 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O autor argumenta que, em termos da Nova Sociologia Econômica, tal como na obra de Granovetter (2007[1985]), inclui-se na análise troca mercantil e também produção, consumo, finanças, trabalho e outros diferentes mercados, o que indicaria a imersão do mercado tanto em redes de relações interpessoais (microembeddedness) bem como em regras sociais, instituições e padrões culturais (macroembeddedness). O autor ressalva que é inapropriado caracterizar somente a abordagem de rede relativa à imersão social como 'estrutural'. Tal enfoque seria melhor denotado como interacional, relacional, pessoal ou micro-estrutural antes do que 'estrutural' em senso estrito. A terceira dimensão está na estruturação social ou construção do mercado, o que significa que a esfera do mercado é constituída de construtos e invenções institucionais, histórias e culturais, não sendo uma entidade atemporal e perene como usualmente é concebida na Economia do tipo 'catalática', isto é, de pura abstração. Isto se aplicaria a variáveis específicas de mercado como transações monetárias ou comércio baseado em dinheiro, valores de troca, preços de mercado, demanda efetiva, a própria moeda, rendimento, lucro e assim por diante, todos considerados como construtos sociais. Deste modo, a estruturação ou construção social do mercado indica que este é criado e estruturado pela sociedade antes do que ser independente e fora da estrutura social. Temas relacionados: Capitalismo; Competição; Cooperação; Estado; Troca ABOLAFIA, Mitchel Y. Markets as Culture: an ethnographic approach. In: CALLON, Michel (ed.). The Laws of the Markets. Oxford: Blackwell, 1998, p. 69-85. ABRAMOVAY, Ricardo. ABRAMOVAY, Ricardo. Anticapitalismo e Inserção Social dos Mercados. Tempo Social, Vol.21, nº1, junho 2009, p.65-87. ____________________. A Construção Política das Instituições de Mercado. Valor Econômico, 29 de maio de 2008, p.A13. _____________________. 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Ao analisar uma vasta gama de autores e dados sobre o período histórico norte-americano entre meados do século 19 até décadas mais recentes, já em pleno século 20, Viviana Zelizer (1994, 1992) procura demonstrar as mudanças de valores sociais que permitiram profundas modificações no status social de crianças oriundas de classes desvalidas na sociedade americana, desde o enquadramento como mão-de-obra especialmente de meninos, no século 19, restando às crianças deficientes ou de constituição mais fraca aguardar a morte em alguma “instituição de caridade”, até a eclosão, no século seguinte, de um mercado legal e altamente rentável de adoção, além da existência de mercado ilegal (black market) de bebês. A autora argumenta que 165 The case of children is only one example of the complex interaction between the market and human values. On the one hand, there is a dramatic expansion of the cash nexus into previously unquantifiable aspects of social life, such as sentiments and emotions. But on the other, is the less well understood effect of noneconomic factors that constrain, limit, and shape money and the market (…) The process of rationalization and commodification of the modern world has its limits, as money and the market are transformed by the social, moral, and sacred values. The pricing of the twentieth-century economically worthless child is thus a test case of the “sacralization effect” of values as a counterpart to the “commercialization effect” of money. It shows the reduction of the most precious and intangible values to their money equivalent, but it also demonstrates how economic rationality and the quantification process are themselves modified. Wrongful death awards, adoption, and insurance markets are shaped by cultural definitions of childhood (ZELIZER, 1994, p.211-212). Zelizer analisa, desta forma, mercados a partir da influência de dimensões ética, religiosa, afetiva e cultural incidente na construção social de valores mercantis. Em uma feliz observação de Marques (2003, p.36), a perspectiva de Zelizer refere-se aos perigos resultantes dos excessos da mercantilização da vida, sem resvalar, porém, para uma ótica moralista. Temas relacionados: Mercados; Moral e ética em mercados COOK, Daniel Thomas. The Commodification of Childhood: The Children’s Clothing Industry and the Rise of Child Consumer. Durnham, NC: Duke University Press, 2004. ERTMAN, Martha M.; WILLIAMS, Joan C. (eds.). Rethinking Commodification: Cases and Readings in Law and Culture. New York: New York University Press, 2005. MARQUES, Rafael. Introdução: os Trilhos da Nova Sociologia Econômica. In: MARQUES, Rafael; PEIXOTO, João (Orgs.). A Nova Sociologia Econômica: uma antologia. Oeiras: Celta Editora, 2003, p.1-67. 166 SPILLMAN, Lynette. Enriching Exchange: cultural dimensions of markets. American Journal of Economics and Sociology, 58, p.1041-1071, 1999. THRIFT, Nigel. Re-inventing Invention: new tendencies in capitalist commodification. 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O conceito é frequentemente usado para se referir à maneira em que formas específicas de cultura se disseminam. É mais frequentemente usado para conotar estilos altamente visíveis de vestuário e, menos frequentemente, de outros tipos de cultura material ou imaterial que são altamente valorizados em um determinado momento. O termo 'moda' também é aplicado para sistemas que produzem novos estilos de roupas e que buscam torná-los desejáveis para o público. Alternativamente, a moda pode ser conceituada como um exemplo de um fenômeno mais amplo, que é a criação e atribuição de valores simbólicos à cultura material. A partir desta perspectiva, a Sociologia da Moda está ligada estreitamente à Sociologia do Consumo bem como há vinculação com uma Sociologia da cultura material (vide Crane, Bovone, 2006). Conforme as autoras, em geral, moda e vestuário, mesmo com abordagem já em 167 clássicos da disciplina – trabalhos de Simmel e Tönnies, além da economia marcada pela crítica social e olhar antropológico de Veblen –, seriam universos neglicenciados pela Sociologia, desinteressada que estaria em relação a estudos sobre o processo de consumir bens, devido às associações negativas atribuídas ao consumo, a partir notadamente da obra de Marx e sua crítica ao ‘fetichismo da mercadoria’. Outro imaginário associado ao estudo sociológico de moda e vestuário, estaria em aspectos como distinção de status (Veblen, 1965) e um campo rarefeito de produção material e simbólica, caso da alta-costura (Bourdieu, Delsaut, 1975). Haveria ainda o forte componente de gênero, que associa automaticamente moda e vestuário com o universo feminino. Entretanto, mais do que expressão de imitação e de uma forma de equalização social, para usar termos de Simmel, além do imaginário mítico sobre consumismo (e não consumo) e preeminência do gênero feminino (como define Lipovetsky, 2008), delimitação essa que se mantém válida, no caso brasileiro, ao menos na análise da produção setorial, com 75% da produção têxtil e de vestuário em mãos femininas, moda é um complexo processo de produção que envolve diversos tipos de profissões e ocupações, aspectos mercantis, modelos de negócios e meios de divulgação editorial e crítica (Aspers, 2010a, 2010b, 2006, 2005; Martinez Barreiro, 2008; Mora, 2006; Janssen, 2006). Da escolha nada ocasional de modelos para um determinado desfile (Godart, Mears, 2009; Mears, 2010, 2008), passando pelas cadeias globais de produção de vestuário (Aspers, 2010a; Gereffi, 2007), até as mudanças significativas que a expansão global da produção implica (caso emblemático da fabricação chinesa de produtos ‘made in Italy’ examinada por Segre-Reinach, 2005), moda e vestuário compõem uma dinâmica ‘indústria cultural’, valendo-se de termo de Hirsch (1972), ou ainda uma ‘Economia Estética’ (Entwistle, 2009, 2002). Conforme levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), de 2010, com números relativos a 2009, o segmento é o quinto maior do mundo, com 30 mil empresas, 1,7 milhão de empregados e faturamento de US$ 47,4 bilhões. No cenário nacional destaca-se igualmente que "nas últimas décadas, o circuito de alta moda fortaleceu-se no Brasil, criando em torno de si uma série de eventos especializados e recebendo o reconhecimento da imprensa de moda e do público em geral: não apenas de seus consumidores como de outros tantos brasileiros que, mesmo não tendo os meios para consumi-la, reconhecem sua legitimidade. Mais recentemente, registra-se, nesse mesmo campo, um esforço que tem como finalidade a visibilidade internacional de marcas e de criadores brasileiros. Em paralelo, temáticas nacionais são trazidas para dentro das 168 coleções desse prêt-à-porter de luxo, mecanismo esse visto como necessário para identificar a moda brasileira enquanto 'autenticamente brasileira’” (Leitão, 2007, p.227; para esta análise das ‘engrenagens da moda’ nacional, vide também Feghali, Dwyer, 2001; Cidreira, 2005). Logo, a Sociologia da Moda (Godart, 2010), a Antropologia da Moda ou ainda os ‘Fashion Studies’ (Kawamura, 2005) possuem muitos aspectos de interesse para outros ramos da Sociologia: Cultura, Profissões/Ocupações, Trabalho, Mercados e Globalização. Em relação a esse último ramo, Aspers (2010b) argumenta que mesmo a indústria de moda e vestuário sendo global, produtores e consumidores vivem apartados em diferentes mundos de vida, com tal divisão resultante não somente de aspectos mercantis, mas conseqüência também de distância física e de outras formas de distanciamento, como questões religiosas, econômicas, lingüísticas, culturais e de desenvolvimento. Tais diferenciações causam efeitos significativos: We can assume that these differences have consequences. How, for example, does the distance between marketing and design locations, on the one hand, and production locations, on the other, influence the design process? If one looks at the manufacturing of garments, the industry is located in many countries across the globe. However, the value-creating activities of branding, design and marketing are not at all ‘global’; the value-adding activities are still protected areas of firms, since this is the way to make big money in the industry. Consequently, the main players in cultural industries are concentrated in space. Moreover, the different fashion consumer markets are still largely national, and may be extremely local, sometimes only localized within an area of a few blocks (ASPERS, 2010, p.189). Em direção semelhante, Diana Crane observa que no passado (século 19 e primeiras décadas do século 20), a moda, como forma de cultura global, irradiava de um centro (como Paris) para as periferias, às quais eram largamente localizadas, embora não inteiramente, em países industrializados do Ocidente. Contemporaneamente, a situação é distinta: “today, as in many other forms of global culture, fashion is dominated by, but has no clear center in, Western culture while at the same time it continually absorbs influences from non-Western cultures” (Crane, 2000, p.247). Manuel Castells, ao analisar a ampliação global da esfera de negócios com o advento de redes de 169 comunicação como a Internet, ilustra a importância sócio-econômica de empreendimentos no setor de moda e vestuário, a partir de um caso tradicional: A Zara é uma companhia familiar espanhola, sediada em La Coruña (Galícia), que desenha, produz e vende, em sua cadeia autorizada de lojas, roupas prêt-à porter a preços módicos. Em poucos anos, no final da década de 1990, a Zara saiu do nada para competir com outras grandes cadeias de lojas de roupas, como a Gap (...) O segredo de seu sucesso, afora bons figurinos na notável tradição da moda galega, reside em sua estrutura em rede computadorizada. Nos pontos de venda, os vendedores registram todas as transações num aparelho manual programado com um modelo de criação de perfis. Os dados são processados diariamente pelo gerente da loja e enviados ao centro de criação em La Coruña, onde 200 estilistas trabalham com as respostas do mercado e redesenham seus produtos em tempo real (...) Na década de 1980, o pioneiro do modelo em rede na indústria do vestuário, a Benetton, tinha um ciclo de desenho/produção/distribuição de seis meses. Foi superada pela Gap quando a firma americana reduziu o ciclo para dois meses. Agora, a Zara o faz em duas semanas: é a rapidez da Internet (CASTELLS, 2003, p.64-65). Temas relacionados: Consumo; Globalização; Mercados; Valor ASPERS, Patrik. Orderly Fashion: A Sociology of Markets. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2010a. _____________. Using Design for Upgrading in the Fashion Industry. The Journal of Economic Geography, 10, 2, 2010b, p.167-188. _____________. 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North (1977) criticaram a ausência de análises sobre a organização central para a economia neoclássica, ou seja, o mercado. O primeiro argumentou que a teoria econômica de sua época estava preocupada com a determinação dos preços num mercado e não com o próprio mercado. Coase teorizou sobre o papel da empresa na estruturação de esferas mercantis, considerando a firma como o empreendimento responsável pela eliminação das ‘fricções’ do mercado. Em outros termos, conforme Coase, a empresa apresenta-se como uma estrutura de governança, definindo vínculos e padrões. Para ele, os economistas ignoravam a influência de instituições sociais na facilitação das trocas comerciais. A teorização de Douglass North (1981, 1990, 2006[1994]), entre os anos de 1970 e 1990, aproximou o diálogo entre autores institucionalistas na Economia e na Sociologia. North, ao contrário do que propôs Oliver E. Williamson, aponta a necessidade de se considerar sistemas de crença e troca de informação nas relações de mercado, sem se limitar exclusivamente à análise dos custos de transação na determinação dos preços. North (2006), entretanto, é criticado quando, ao explicar o modo como se formam e influenciam as instituições no mercado, valer-se menos de estudos sobre vínculos sociais e históricos do que em relação a ciências da cognição (representações mentais dos indivíduos na estruturação e ordenação dos ambientes institucionais econômicos). A partir de meados dos anos 1970, uma parcela expressiva da Economia apresenta de forma mais sistemática análises de aspectos não-econômicos da atividade econômica, com ênfase em estruturas de governança. É a obra de Oliver E. Williamson (1975, 1985, 2003) que, acerca dos custos nas transações econômicas, aprofundou a ciência econômica de preocupações não limitadas ao cálculo racional. Na abordagem de Williamson – inspirada na teorização de Coase sobre o papel da empresa no mercado – , comprar, vender, firmar e executar um contrato não são meras ações mecânicas, mas relações de confiança em que são considerados riscos e incerteza (vide também Abramovay, 2004). Williamson propôs que nas relações entre empresas ocorrem duas situações: ou as firmas obedecem critérios de hierarquia ou se valem de vínculos de mercado. A primeira situação predomina em transações em que há risco na obtenção, 176 por exemplo, de direitos de propriedade, ou na execução de um contrato complexo, demandando maior emprego de tempo e/ou recursos. Na segunda situação, caracterizada por relações não repetitivas e de risco financeiro mais baixo, como comprar um relógio numa loja, é dominante a forma mercado. Williamson buscou em trabalhos posteriores (1981, 1985, 2003) refinar sua perspectiva, mas já seu primeiro trabalho causou ampla repercussão e polêmica, especialmente na Sociologia americana. A crítica mais contundente a Williamson é encontrada na obra de Mark Granovetter (1985, 2007), em ensaio que se tornou o manifesto-fundador da chamada Nova Sociologia Econômica (NSE). Para Granovetter, Williamson se equivocou sobretudo em apontar o papel decisivo de estruturas sociais nas relações hierarquizadas dentro de organizações empresariais, o que não mereceu igual tratamento em relação a vínculos mercantis, como se não existisse qualquer sociabilidade no mercado. Outra crítica de Granovetter sobre a chamada Nova Economia Institucional (NIE, na sigla em inglês) e que tem como expoentes Williamson e Douglass North e inspiradas nos trabalhos de Herbert Simon e notadamente Ronald Coase (1991, 1988a, 1988b) – todos agraciados com o Nobel de Economia – é o fato das instituições serem vistas como mero instrumento para assegurar a eficiência econômica, deixando-se de lado os contextos histórico e local dessas mesmas instuições. Todavia, a argumentação de Williamson foi bem acolhida por economistas e saudada em parte por sociólogos, décadas mais tarde. Como assinala John Lie: New institutional economics inspired by Coase’s theory of the firm, has also sought to overcome the limitations of orthodox economics. In considering transaction costs, they incorporate the assumption of bounded rationality and regard the firm as a governance structure (LIE, 1997, p.345) As idéias de Coase e de Williamson continuam a ter influência. No âmbito dos estudos voltados para a estruturação institucional de mercados, uma das obras mais expressivas encontra-se em John McMillan (2004), autor neozelandês que propõe analisar toda forma mercantil a partir do que conceitua como desenho de mercado: A troca é ‘uma das mais puras e mais primitivas formas de socialização humana’, escreveu Georg Simmel em 1900; ela cria ‘uma sociedade no lugar de uma mera coleção de indivíduos’. Um mercado é uma construção social, e para funcionar com eficiência ele precisa 177 ser bem construído. A expressão ‘desenho de mercado’ refere-se aos métodos de transacionar e aos artifícios que permitem que as transações se façam sem problemas. O desenho de mercado consiste nos mecanismos que organizam a compra e venda; nos canais para o fluxo de informação; nas leis e regulamentações governamentais que definem os direitos de propriedade e sustentam os contratos; e na cultura de mercado, suas normas auto-reguladoras, códigos e convenções que governam o comportamento. Embora o desenho não controle o que acontece no mercado – como já dissemos, a chave de tudo é a livre decisão –, ele formata e apóia o processo de transação (McMILLAN, 2004, p. 15). Neste último argumento de McMillan, evidencia-se a preocupação do autor em ressalvar o papel não exclusivo de insituições como o Estado, em seus componentes político e legal-burocrático, na estruturação de mercados, conferindo também peso ao desempenho de atores sociais que atuam diretamente em um dado mercado, caso de empresários, vendedores, intermediários de transações e consumidores. Para McMillan, “mercados funcionais dependem de uma mistura judiciosa de controles formais e informais. Embora o governo ajude a estabelecer as regras para o mercado, isto acontece também com os participantes do mercado. Uma economia não pode ser desenhada de cima” (McMillan, 2004, p. 208). A assertiva é claramente inspirada em North (2006, 1990), que avalia o caráter necessariamente assimétrico dos mercados, resultante especialmente da dificuldade de se mensurar com adequação (tal como nas abstrações da Economia neoclássica) o custo de uma transação no mercado: O custo de uma transação decorre dos altos custos da informação e do fato de que as partes de uma transação detêm informações de forma assimétrica. Em vista disso, embora os atores criem instituições para estruturar as interações humanas, o resultado será sempre uma certa medida de imperfeição nos mercados (...) Os casos de sucesso na história econômica descrevem inovações instittucionais que reduziram os custos de transação e permitiram maiores ganhos comerciais, levando à expansão do mercado. Mas essas inovações, na maioria dos casos, não criaram as condições necessárias para o estabelecimento de mercados eficientes neoclássico” (NORTH, 2006, p.18). segundo o modelo 178 Temas relacionados: Contrato ABRAMOVAY, Ricardo. Entre Deus e o Diabo: mercados e interação humana nas ciências sociais. Tempo Social, Vol 16, nº 2, 2004. COASE, Ronald. Contracts and the Activities of Firms. Journal of Law and Economics, 34, 1991, p.451-452. ______________. The Firm, the Market, and the Law. Chicago: University of Chicago Press, 1988a. ______________. The Nature of the Firm. Journal of Law, Economics, and Organization, 1988b, p.3-47. DEQUECH, David. The New Institutional Economics and the Theory of Behaviour under Uncertainty. Journal of Economic Behavior & Organization, Vol.59(1), 2006, p.109-131. FURUBOTN, Eirik G.; RICHTER, Rudolf. Institutions and Economic Theory: The Contribution of the New Institutional Economics, 2nd ed. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2005. 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Organizações 180 As organizações emergem como um campo reconhecido para o estudo científico durante os anos 1950, como ressalva Scott (2004). O autor destaca que, em período recente, os especialistas no ramo de teoria das organizações se aproximam das abordagens de outros campos disciplinares da Sociologia, tais como a Sociologia Econômica e a Sociologia da Cultura. Temas relacionados: Empreendedorismo; Instituições; Mercados; Poder BABB, Sarah. The IMF in Sociological Perspective: A Tale of Organizational Slippage. Studies in Comparative International Development, Vol. 38, N2, Summer 2003, p.327. BARON, James N.; HANNAN, Michael T. The Economic Sociology of Organizational Entrepreneurship: Lessons from the Stanford Project on Emerging Companies. In: NEE, Victor; SWEDBERG, Richard (eds.). The Economic Sociology of Capitalism. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005, p.168-203. BECKERT, Jens. 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Pareto pode ser lembrado ainda pela sua trajetória de professor radicado na Suíça, substituto de Walras, até o momento, ao final da vida, quando, ausente, o rico aristocrata é definido por Benito Mussolini como senador pérpetuo do Estado (fascista) italiano. Tudo isso é de relevância para a Sociologia Econômica recente. E bem mais do que isso em relação ao legado de Pareto. Temas relacionados: Clássicos; Talcott Parsons; Protecionismo ASPERS, Patrik. Vilfredo Pareto. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006, p.502503. _____________. Crossing the Boundaries of Economics and Sociology: The Case of Vilfredo Pareto. American Journal of Economics and Sociology, Vol. 60, nº2, April 2001, p.519-545. DALZIEL, Paul; HIGGINS, Jane. Pareto, Parsons, and the Boundary between Economics and Sociology. American Journal of Economics and Sociology, Vol. 65, No. 1, January 2006, p.109-126. 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Smelser (vide Smelser, 1968; Beckert, 2002; Swedberg, 2005; 2005a) dedicamse em profundidade à teorização sociológica sobre a atividade econômica. Para Parsons, uma economia não poderia ser puramente econômica, pois se tratava de um subsistema social. Na trilha em parte da teorização weberiana, Parsons não propôs uma redefinição da Economia, sendo seu objetivo indicar questões para a Sociologia Econômica complementar a teoria econômica (vide Beckert, 2002), embora Swedberg (2005) observe que Max Weber e Talcott Parsons não tinham em mente a mesma definição de complemento à Economia, visto que o autor americano, quando se tratava de Economia, era notadamente influenciado por Marshall e Pareto e não Weber. Em um texto recente, Smelser (2005) aborda detidamente a Sociologia Econômica parsoniana, com o discípulo resgatando sua longa colaboração com a teorização de Parsons acerca da temática, desde a publicação em conjunto da obra Economia e Sociedade (1956) até pouco tempo antes da morte do mestre, em 1979. Conforme Smelser (2005, p.247-248), em um perspectiva inicial, Parsons representa os fatores econômicos como apenas um elemento de amplo conjunto de fatores analíticos (ou aspectos ou variáveis), que se combinam para produzir resultados empíricos. Tais fatores nunca foram plenamente categorizados, e os caminhos pelos quais poderiam interagir nunca foram adequadamente formulados, ressalva Smelser. Para este, o resíduo disso é uma perspectiva válida que, entretanto, permaneceria ainda bastante indeterminada. Segundo Smelser, o esquema AGIL da teoria parsoniana fornece um instrumento onde os fatores envolvidos na vida econômica e não-econômica passam a ser então formulados como subsistemas de um sistema social mais amplo. Neste ponto, convém recordarmos que no esquema AGIL as quatro letras correspondem a funções que qualquer sistema é forçado a cumprir para se reproduzir: o A responde pela função de adaptação do sistema ao seu meio (função identificada com a Economia); o G pela efetivação das metas (goals) que o sistema se impõe (função vinculada à Política); o I pela integração do sistema (função atribuída ao aparato legal-jurídico); e o L responde 186 pela latência dos padrões que estabeleciam os valores gerais para todo o sistema (função da cultura). Os subsistemas (de que a economia é um) são, portanto, em número determinado (um correspondente a cada um dos quatro problemas funcionais). Além disso, na identificação destes subsistemas analíticos como tais, torna-se mais fácil de conceber os tipos de relações que se podem obter entre os mesmos. Finalmente, uma vez que cada um dos subsistemas podem ser analisados em sub-subsistemas, possibilita-se valorizar as estruturas e processos adequados a cada um dos subsistemas e as relações entre os mesmo. Smelser considera essa mudança de "fatores" para "sistemas", identificadas no âmbito de um quadro teórico, um passo importante na direção de maior aprofundamento da teorização. De acordo com ele, as ramificações teóricas dessa mudança foram muitas, permitindo formular as relações entre os subsistemas em termos de uma troca (exchange) entre os mesmos, na qual os produtos típicos ou saídas do ponto de vista de um deles proveriam recursos para os demais, e vice-versa. Desta maneira, observa Smelser, é possível reexaminar os célebres "fatores de produção” econômicos (terra, trabalho, capital e organização), para identificar as suas fontes em outros sistemas da sociedade e assim identificar os resultados da economia em termos de seus contextos na política, no sistema de integração e no sistema de latência. Ao considerar os limites de trocas, Smelser nota que Parsons e ele desenvolveram a idéia da mediação de uma dupla troca entre a economia e outros subsistemas sociais. Por exemplo, a troca entre o trabalho, por um lado, e bens de consumo e serviços (o intercâmbio entre a economia e o sistema de latência), por outro lado, não foi uma troca direta de uma sociedade diferenciada, mas facilitada por um mecanismo intermediário (neste caso, o dinheiro) que permitiu o afastamento de trocas do tipo barganha para formas mais flexíveis (salário pelo trabalho, pagamentos em dinheiro por itens de consumo). Logo, Parsons e Smelser tratam o dinheiro como um recurso generalizado, e analisaram a sua importância para todas as fronteiras da economia. A idéia da dupla troca conduziu os autores a duas direções adicionais. Em primeiro lugar, buscaram re-interpretar a obra dos economistas clássicos como Keynes e Schumpeter como consistindo, em grande parte, de variações e modificações de hipóteses balizadoras em que os limites dos subsistemas sociais intercambiavam-se com a economia e com a análise das implicações destas modificações. Em segundo lugar, os autores despertaram atenção para mecanismos intermediários, os quais denominaram meios generalizados de troca (generalized media exchange), desenvolvendo ambos uma classificação dos principais tipos desses meios (dinheiro, poder, influência e 187 compromissos de valor, de acordo com cada subsistema), além da elaboração de um sistema de sete níveis de níveis de generalidade de comprometimento desses recursos. Cada um dos meios generalizados de troca tornou-se, conforme Smelser, objeto de análise independentes por Parsons nos anos seguintes à publicação de Economia e Sociedade. Em O sistema das sociedades modernas, Parsons aborda, entre outros temas, a vinculação entre dinheiro e mercados: A diferenciação de estruturas autônomas exige o desenvolvimento de um meio monetário generalizado, juntamente com um sistema de mercado. O dinheiro e o mercado atuam onde existe uma divisão de trabalho suficientemente complexa e onde as esferas de ação são suficientemente diferenciadas de imperativos políticos, comunitários ou morais. Entre os mecanismos generalizados de intercâmbio societário, o do dinheiro e dos mercados é o que está menos diretamente ligado à ordem normativa, pois se centraliza na comunidade societária. Por isso, a racionalidade prática é regulada principalmente por normas institucionais, acima de tudo pelas instituições de contrato e propriedade que têm outras bases de sanção (PARSONS, 1974 [1971], p.30). Neil Smelser, ao longo da década de 1960, ao passo que seguiu o pensamento parsoniano em sua abordagem sobre normas e instituições (Smelser, 1995 [1963]), ampliou a perspectiva em relação aos vínculos entre sociedade e economia. Em sua sociologia da vida econômica (Smelser, 1968 [1963], p.62), o autor norte-americano definou a Sociologia Econômica como um ramo das Ciências Sociais voltado ao entendimento de como normas, convenções, papéis e coletividades sociais influem sobre esferas econômicas. Nesta obra, Smelser apresenta considerações teóricas e analíticas sobre uma ampla gama de temas como, para citar apenas alguns, organização industrial e de trabalhadores, profissões, status no mundo dos negócios e mercado e ação de empresários. Em relação a este último, Smelser afirma que Em certo sentido, o mercado de empresários é um mercado de trabalho. Todavia, a contribuição deste tipo de trabalho é suficientemente característica para merecer um tratamento especial. Ao contrário do que acontece com muitos trabalhadores, o empresário 188 corre um risco ao reorganizar os fatores de produção (SMELSER, 1968, p.163). Para a análise sociológica da atuação de empresários no mercado, Smelser argumenta que devem ser considerados alguns determinantes como personalidade, cultura, fatores sociais (por exemplo, distanciamento simbólico e de status de outras esferas sociais) e fatores econômicos (por exemplo, lucros, recompensas políticas e de prestígio. O autor, no entanto, ressalva que “o que é preciso para a análise do empresariado é, não só uma lista maior de determinantes, como também sua combinação em configurações características; somente assim podem tornar-se mais precisas as explicações da ocorrência diferente do empresariado” (Smelser, 1968, p.166). Ao resgatarmos a fortuna crítica de Parsons, observamos que Richard Swedberg (2005) procura demonstrar que o autor se ateve menos às discussões de Weber sobre fenômenos propriamente econômicos, direcionando sua atenção mais para outras questões do corpus weberiano – precisamente em Economia e Sociedade – como a discussão acerca da dominação. A opção de Parsons em classificar a economia como mero subsistema da sociedade também é criticada pela Sociologia Econômica americana em período mais tarde, notadamente por Mark Granovetter a partir dos anos 1980. Granovetter (1990a) observa ainda que a abordagem sociológica da Economia por Parsons se resume a poucos seguidores. Viviana Zelizer (2007, p.1061) observa ainda que apesar de clássicos como Marx, Durkheim, Weber e Simmel terem dedicado especial atenção ao papel social do dinheiro, a Sociologia passou ao largo dessa discussão no decorrer da maior parte do século 20. Em relação à abordagem parsoniana do dinheiro como uma linguagem simbólica, Zelizer a considera como restrista ao simbolismo do dinheiro pela ótica do domínio econômico. Outros autores, além de Smelser no texto citado, recentemente avaliam a contribuição de Parsons para a Sociologia Econômica, caso de Keister (2002), Ingham (1998), Beckert e Janoski (2006), Velthuis (1999), Zafirovski (2006), Kangas (2009) e Graça (2006). Em relação à obra do próprio Smelser nos anos 1960, ressalva-se que mesmo com o autor não chegando a produzir novas linhas de pesquisa, o esforço dele ajuda a consolidar, a partir da década citada, a Sociologia Econômica como um subcampo nas mentes de acadêmicos e nos currículos de faculdades e universidades norte-americanas (Smelser, Swedberg, 2005, p.14). Empreendimentos intelectuais e acadêmicos do autor em colaboração com o sociólogo italiano Alberto Martinelli (vide Serafim e Leao, 2007) e com Richard 189 Swedberg (as duas edições de Handbook of Economic Sociology, em 1994 e 2005) atestam esse seu papel fundamental. Temas relacionados: Dinheiro; Vilfredo Pareto; Sociologia Econômica BECKERT, Jens. Beyond the Market: the social foundations of economic efficiency. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2002. ______________; JANOSKI, Lissa. Interpenetration versus Embeddedness: the premature dismissal of Talcott Parsons in the new economic sociology. 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Performatividade, performação O ramo performativo considera a ação econômica como um resultado de processos de cálculo, envolvendo tecnologias e artefatos empregados por atores sociais em mercados, como as próprias teorias econômicas, visto que a aplicação do conhecimento econômico (Economics) performa a atividade econômica (Economy), em um processo denominado de Economicização (Çaliskan, Callon, 2009). Michel Callon (1998), o principal nome da corrente da performatividade ou, denominação mais recente, performação (Callon, 2009) argumenta que não faz sentido apresentar “leis de mercados” como algo pronto e universal, já que as mesmas são resultantes de contingências. Na argumentação de Callon (2004, p.75), “o mercado é uma construção e uma reconstrução permanente, é uma construção coletiva que supõe negociações, interações e aprendizados (...) Não se entra em um universo estruturado, que se impõe a todos. Constrói-se o mercado, ou seja, elabora-se em comum os produtos, o que será a oferta e o que será a demanda, mas também quais serão os papéis desempenhados por cada um na concepção, na produção e na distribuição dos bens e dos serviços. Nesse modelo, o mercado está em constante emergência”. Em outro texto (2005), escrito com Fabian Muniesa, Callon avalia os mercados como dispositivos coletivos que possibilitam compromissos a serem alcançados, não só sobre a natureza dos produtos a produzir e distribuir, mas também sobre o valor conferidos aos mesmos. Conforme os autores, tal resultado é notável, considerando que a situação original é muitas vezes ambígua, frequentemente envolvendo um grande número de agentes com idéias e interesses conflitantes, e que a qualidade e características dos bens são muitas vezes extremamente incertas. Segundo Callon e Muniesa, a eficácia dos mercados decorre do fato de tornar possíveis cálculos complexos e que estes produzem soluções práticas para problemas que não poderiam, de outra forma, serem resolvidos através da reflexão puramente teórica. Se os mercados são de cálculo, deve ser possível identificar a entidade ou entidades que efetivamente detêm a 192 responsabilidade para o cálculo, a fim de responder à simples pergunta: quem (ou o que) realmente calcula (e como) quando dizemos que "o mercado" calcula? Observa-se que, para os autores, cálculo não significa, necessariamente, executar operações matemáticas ou mesmo numéricas, já que cálculo começa por estabelecer distinções entre as coisas ou estados do mundo, e imaginando e estimando cursos de ação associados com essas coisas ou estados, bem como as suas consequências. Temas relacionados: Mercados ASPERS, Patrik. 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Porém, antes do aprofundamento dessas questões, é necessário ter em mente uma definição mínima de pobreza. Na Sociologia Clássica, Georg Simmel (1998[1907) considera pobre aquele que recebe assistência Temas relacionados: Mercados; Riqueza; Georg Simmel ABRAMOVAY, Ricardo. A Densa Vida Financeira das Famílias Pobres. In: ABRAMOVAY, Ricardo (Org.). Laços Financeiros na Luta Contra a Pobreza. São Paulo: FAPESP/Annablume, 2004, p. 21-67. ARBACHE, Jorge Saba (Org.). Pobreza e Mercados no Brasil – Uma análise de iniciativas de políticas públicas. Brasília: CEPAL/DFID, 2003. BOURDIEU, Pierre. (Coord.). A Miséria do Mundo. 7ªedição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. DOHAN, Daniel. The Price of Poverty: money, work, and culture in the Mexican American Barrio. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 2003. MAGALHÃES, Reginaldo Sales; ABRAMOVAY, Ricardo. A Formação de um Mercado de Microfinanças no Sertão da Bahia. 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Polanyi, ao término da obra, exalta a não cconssumaçção do mito do livre mercado segundo o pensamento liberal, além de afirmar que a autonomia do mercado conduz à destruição sociial. Ao final dos anos 1970, a teorização de Polanyi sobre o mercado auto-regulador é criticada por Fernand Braudel. Temas relacionados: Embeddedness; Liberalismo e Neoliberalismo; Mercados; Protecionismo BECKERT, Jens. The Great Transformation of Embeddedness: Karl Polanyi and the New Economic Sociology. Cologne: MPIfG, January 2007. 198 BLOCK, Fred. Karl Polanyi and the Writing of The Great Transformation. Theory and Society, Vol.32, 2003, p.275-306. POLANYI, Karl. A Grande Transformação: as origens de nossa época. 2ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 2000 [1944]. SOBEL, Richard. Dé-penser l’économique sans Mauss et avec Polanyi. L'Homme et la société /2, N°156, 2005, p.169-183. STEINER, Philippe. Who Is Right about the Modern Economy: Polanyi, Zelizer, or both? Theory and Society, Vol.38, n.1, January 2009, p.97-110. Preço A formação de preços não inclui somente variáveis econômicas, mas também engloba aspectos sociais e culturais. Baker et al (1998) consideram que a competição, as disputas por poder e a ação de forças institucionais modelam as estruturas sociais dos mercados. Com base em um estudo empírico sobre o mercado publicitário nos Estados Unidos, os autores destacam a importância de se investigar indicadores de poder e seus impactos na competição de mercado. Entre esses indicadores, estão tamanho organizacional das empresas (um portfólio, já consolidado, de grandes clientes é fonte de atração de negócios e de estabilidade), acesso à informação (bons resultados de um cliente evidenciam efetividade dos serviços prestados, detalhes sobre competidores) e status social (um produto de maior renome – marca – e qualidade é fornecido pelo prestador de serviços em comparação ao de seus competidores). Esses indicadores podem realçar ou relativizar a importância dos preços em um mercado. Desta forma, a competição pode englobar diversas dimensões: “price, quality, service, delivery times, and so on. Price plays a leading role in economic theories of exchange, but in the real world its importance is variable (…) price is far less important in markets where (1) products or services are complex, customized, unique, and difficult to compare; (2) quality is ambiguous and the link between quality and performance (outcomes) is loose and difficult to measure; and (3) market conditions are imperfectly competitive. In such situations, so called nonprice forms of rivalry (such as quality or service) are more 199 important than price” (Baker et al., 1998, p.154). Em estudos sobre preços de obras artísticas em galerias nos Estados Unidos e na Europa, Olav Velthuis evidencia que, nesse mercado, o preço de uma tela nunca é rebaixado. Tal convenção é, de imediato, uma ruptura com os postulados da teoria econômica clássica e neoclássica acerca de preços. Convém lembrar que na abordagem do fundador da economia moderna, Adam Smith, a esfera do mercado é o espaço da mão invisível, com a oferta e a procura se encontrando e atingindo o equilíbrio de modo automático pela intermediação dos preços: se a demanda por um produto aumenta, o preço do produto também aumenta. Desta forma, o mercado revela-se como o motor da economia e os preços no mercado fazem tudo. Bem mais adiante, no final da década de 1870, o francês Léon Walras indaga-se acerca de como é possível demonstrar as vantagens da livre-competição, tomada como profissão de fé por economistas a partir dos argumentos de Adam Smith. Para obter a complexa resposta, Walras reúne teoria econômica e matemática (o que assinala uma ruptura com a Economia Política) e apresenta uma teoria do equilíbrio econômico geral, fundamentado em suas observações sobre a Bolsa de Paris. A tese central é que se atinge o equilíbrio em um mercado quando a quantidade de produto que os vendedores inserem na esfera mercantil é igualada pela quantidade que os consumidores querem comprar ao preço vigente. Simplificadamente, o equilíbrio ocorre quando a oferta satisfaz a demanda e se torna geral quando é simultaneamente alcançado em todos os mercados de uma economia, com os produtos em oferta sendo escoados plenamente. Walras, todavia, defende que sua teorização sobre o equilíbrio econômico é um instrumento de investigação e não uma descrição de como as transações realmente ocorrem. Mesmo com tal ressalva, o modelo do equilibro geral walrasiano é aperfeiçoado, no século 20, por Kenneth Arrow, entre outros economistas, e se torna incontornável para a disciplina econômica (Orléan, 2003). Em sua abordagem sobre a formação de preço no mercado de artes plásticas, Olav Velthuis (2005) propõe que os mercados devem ser considerados como “constelações culturais”, buscando evidenciar os aspectos simbólicos na formação de valores econômicos: Like any other type of social interaction, market exchange is highly ritualized; it involves a wide variety of symbols that transfer rich meanings between people who exchange goods with each other. These people are connected through ties of different sorts, whose 200 emergence, maintenance, and possible decay involve complex social processes. What I argue, in short, is that just as culture infuses other social settings that sociologists and anthropologists have studied, it infuses market settings. This infusion is of such a degree, that it may be virtually impossible to separate market and culture analytically (VELTHUIS, 2005, p.3). Embora destaque em nota trabalhos sociológicos em torno de preços, como o de Velthuis, Renaud Fillieule (2010) argumenta que, apesar de autores da Sociologia dos Mercados buscarem distanciamento de pressupostos da teorização econômica, os mesmos acabam adotando implicitamente aspectos do que visam rejeitar. Temas relacionados: Mercados; Valor BAKER, Wayne E. The Social Structure of a National Securities Market. The American Journal of Sociology, Vol. 89, nº 4, January 1984, p.775-811. BEUNZA, Daniel; STARK, David. Tools of the Trade: the socio-technology of arbitrage in a Wall Street trading room. Industrial and Corporate Change, Volume 13, Number 2, April 2004, p.369-400. CARRUTHERS, Bruce G.; STINCHCOMBE, Arthur L. The Social Structure of Liquidity: flexiblity, markets, and states. Theory and Society, 28, 1999, p.353-382. ÇALISKAN, Koray. The Meaning of Price in World Markets. Journal of Cultural Economy, Volume 2, Issue 3, November 2009, p.239-268. 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Entretanto, sua definição de “abrigo” no mercado ocupacional, que ressalva os esforços canalizados, cotidianamente, para desencadear uma imagem positiva de qualquer mercado de ocupações que esteja em gestação ou fase inicial de desenvolvimento, pode ser de grande valia para a disciplina: "...o abrigo é parte da economia política ampla de uma sociedade industrial complexa – um nicho especial que define as fronteiras de oportunidade para membros de uma ocupação no mercado de trabalho dessa economia política – e a base condicionante para a interação entre trabalhadores em torno de seus problemas de trabalho que estabelece sua consciência, identidade, compromisso e desempenho, à medida que buscam autonomia no mercado em geral e nos ambientes concretos em que realizam seu trabalho" (Freidson, 1998, p. 129). Temas relacionados: ABBOTT, Andrew. The Sociology of Work and Occupations. Annual Review of Sociology, 19, 1993, p.187-209. ________________. 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Antiga, porque está fundamentada em idéias da Sociologia clássica, especialmente na Sociologia formal de Georg Simmel, autor preocupado em considerar a posição de um ator individual em um ou múltiplos grupos e que demonstra as mudanças que a presença de um terceiro indivíduo causa em transações sociais em que havia antes dois atores, transações que podem ser desde familiares até comerciais, ressalvando que, conforme Simmel, o comércio talvez seja a tradução perfeita entre concorrência e cooperação simultâneas (Simmel, 1964). Já a nova dimensão da análise de redes, amparada cada vez mais em modelos matemáticos e pacotes de softwares, cresce exponencialmente desde o advento da Nova Sociologia Econômica, com os trabalhos de Harrison White, Wayne Baker, Ronald Burt e Mark Granovetter. Este último, vinte anos depois da publicação de seu ensaio emblemático, enfatiza que a estrutura social (na forma de redes sociais) influi nos resultados das atividades econômicas por três razões: afeta o fluxo e a qualidade da informação; revela que as 211 redes sociais são fontes importantes de gratificação ou punição; tem o potencial de depositar confiança (Granovetter, 2005). Smith-Doerr (2005) vai além e observa que a aplicabilidade da análise de rede é tal que as unidades de rede podem ser medidas em níveis diferenciados: indivíduos, organizações e nações. Em sua sempre influente tese dos laços fracos ou frágeis, Granovetter (1973, 1974, 2005) sustenta que novas informações fluem para os indivíduos mais provavelmente através de laços relacionais fracos do que laços fortes, isto é, a informação tende a ser nova (e, portanto, nãoredundante) entre atores com menos densidade afetiva/emocional e menor tempo de relacionamento (os “conhecidos”, para usar uma expressão bem brasileira) do que pessoas ligadas aos grupos de pertencimento (familiares, amigos íntimos). A balança de relações pode ser equilibrada, porém, pelos mais “próximos”, mais interessados potencialmente em auxiliar. Desta maneira, “alguns estudos têm chamado a atenção para a inusitada virtualidade dos laços mais fortes, observando entretanto que, conquanto efetivos para produzir o acesso ao emprego, eles nem sempre asseguram chances em ocupações de melhor qualidade” (Guimarães, 2009, p.176). Em relação ainda à análise das redes sociais (social networks) em que estão imersas as ações econômicas, se nos anos 1970, Granovetter (1973, 1974) utiliza o método para acompanhar a obtenção de emprego na periferia de Boston, nos anos 2000, o autor, em colaboração, analisa a estruturação do mercado de alta-tecnologia no Vale do Silício, na Califórnia (Castilla et al., 2000; Ferrary, Granovetter, 2009). Assim, a imersão dos empresários nas complexas redes do Vale do Silício é considerada um fator importante para o êxito das start-ups (empresas tecnológicas com pouco tempo de atuação ou em processo de incubação). Conforme Ferrary, Granovetter (2009, p.351), vários estudos apontam que, no Vale do Silício, as redes sociais materializam-se na circulação do conhecimento e na coordenação dos agentes empresariais. Os laços sociais entre os agentes econômicos, ou a facilidade de criá-los, afetam fortemente as start-ups. Um empresário que está mal encaixado nessas complexas redes recebe poucos recursos por parte dos agentes do cluster e pode comprometer seu sucesso. Em outra perspectiva estrutural da Sociologia Econômica, destaca-se a obra de Harrison C. White. Para o autor norte-americano, um dos mais próximos da teoria econômica e influente na opção de Granovetter pela análise de redes sociais (vide Swedberg, 1990, p.97; Biggart, Beamish, 2003, p.449-450), o foco deve estar nas relações sociais que os produtores em um dado setor mercantil constroem sobre mecanismos econômicos como determinação de qualidade/preço e definição de nichos de transações econômicas 212 (clientela potencial) e os tipos de mercado que daí resultam (vide White, 1981; Leifer, White, 2004 [1987]; Steiner, 2006, 2005). Segundo o autor, a decisão tomada por um produtor se espelha no comportamento, no mercado, de outros produtores, argumento que evidencia uma ruptura total com um dos pressupostos centrais da economia neoclássica, que é o anonimato no mercado. White (1981, p.518) afirma que “markets are self-reproducing social structures among specific cliques of firms and other actors who evolve roles from observations of each other’s behavior. I argue that the key fact is that producers watch each other within a market”. Para White (2002) qualquer rede social da atividade econômica é uma rede de sentidos, calcada na cultura dos atores envolvidos, o que aproxima sua análise da chamada Economia das Convenções (Favereau et al., 2002) e, na visão do autor deste ensaio, mesmo das proposições de Le Velly e Callon, que conferem grande importância à imersão estrutural (relações interpessoais, como propõe Granovetter), institucional formal (regras formais e ferramentas sociais como a moeda e padrões de mensuração) e cultural (valores, normas, gostos, sistemas de representação), além da elaboração conjunta de produtos e setores de atuação. Como considera White (2002, p.299), “[...] business activities are sustained within and across production markets only as common discourses are generated and shared in common histories and propagated in some business culture with many facets”. A perspectiva de White (1981, 1992, 2001, 2002) tornou a Sociologia Econômica de viés estrutural menos abstrata, incorporando aspectos menos formais como o exercício do poder nas relações sociais dos mercados, ainda que criticado por elidir o papel do Estado nessa abordagem. A esse respeito, comenta Lie (1997, p.350): “the embeddedness approach is salutary in stressing social relations and networks. In avoiding both the oversocialized (e.g. the substantivist school in economic anthropology) and undersocialized (e.g. the economic approach) approaches, it seeks strikes a correct balance in analyzing markets and other economic phenomena and institutions (...) The embeddedness approach, in others words, avoids market essentialism and incorporates power”. Temas relacionados: Capital Social; Consumo; Cooperação; Embeddedness; Mercados; Poder; Relações Interfirmas BAKER, Wayne E. Market Networks and Corporate Behavior. 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Depois de breves passagens por um banco privado de Viena e pela Universidade de Bonn, na Alemanha, Schumpeter transfere-se para os Estados Unidos, onde faz carreira em Harvard até a sua morte, em 1950. A precocidade genial das obras de Schumpeter já se enunciava antes do desfecho da I Guerra. Em A Teoria do Desenvolvimento Econômico, Schumpeter detalha os vínculos entre inovação, criação de novos mercados e ação do empreendedor: "chamamos 'empreendimento' a realização de combinações novas; chamamos 'empresários' aos indivíduos cuja função é realizá-las (Schumpeter, 1982, p.54). É correto, conforme essa assertiva, afirmar que Schumpeter considerava os empresários como atores responsáveis por mudanças que desencadeavam o desenvolvimento econômico, mudanças que se traduziriam nas seguintes situações: introdução de um novo bem; introdução de um novo método de produção; abertura de um novo mercado; conquista de uma nova fonte de matériasprimas; e estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de uma posição de monopólio (caso de cartéis, trustes). Essas novas combinações produtivas, segundo a visão schumpeteriana, eram conduzidas geralmente por novas empresas e que, em sua maioria, não surgiam de antigas companhias. Em termos do autor (p.49), “em geral, não é o dono de diligências que constrói estradas de ferro”. Esse processo de renovação contínua do mercado capitalista por intermédio da ação de novos empreendedores foi denominado por Schumpeter de destruição criativa. O que não é correto é eventual interpretação (vide Strathern, 2004, p.219) de que Schumpeter considerava uma função empresarial a condição de assumir os riscos da atividade produtiva. Para Schumpeter, quem arcava com o risco era quem concedia 227 crédito para as empresas de um dado mercado. Segundo o autor austríaco (p.92-93), mesmo que o empresário se auto-financie pelos lucros anteriores, ou que contribua com os meios de produção pertencentes ao seu negócio ‘estático’, o risco recai sobre ele como capitalista ou possuidor de bens e não na condição de empresário. Correr risco não é em hipótese nenhuma um componente da função empresarial. Já na década de 40, Schumpeter postula que o aumento das dimensões das empresas acabaria por eliminar a figura do empresário empreendedor, com a sua capacidade inovadora sendo transferida para uma burocracia de especialistas, naquilo que em termos atuais pode se chamar de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). O gigantismo de determinadas empresas também implicaria a extinção de pequenas e médias empresas. A burguesia acabaria expropriada como classe em seus rendimentos e mesmo na sua razão de ser. Aqui, parecem transparecer matizes da obra weberiana. Schumpter busca aproximar ainda reflexões da Economia com a Sociologia em História da Análise Econômica (1964). Temas relacionados: Empreendedorismo; Inovação BEAMISH, Thomas D.; BIGGART, Nicole Woolsey. Mesoeconomics: Business cycles, entrepreneurship, and economic crisis in commercial building markets. Research in the Sociology of Organizations, Volume 30, 2010, p.245-280. INGHAM, Geoffrey. Schumpter and Weber on the Institutions of Capitalism: Solving Swedberg's Puzzle. Journal of Classical Sociology, Volume 3 (3), 2003, p.297-309. MARTINELLI, Alberto. Análisis Económico y Análisis Sociológico en el Sistema Teórico de Schumpeter. Revista Española de Investigaciones Sociologicas (REIS), nº30, abril-junio1985, pp.41-68. SCHUMPETER, Joseph A. 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Simmel, Georg Georg Simmel (1858-1918) analisa as interações cotidianas entre os atores sociais, com o exame das aspirações dos indivíduos em relação ao pertencimento grupal desses. 230 Assim, Simmel (1964) teoriza que em grupos de mercadores, por exemplo, poder-se-iam efetuar simultaneamente relações de associação e de isolamento, de competição acirrada e de partilha de interesses comuns. Em outro texto (2006[1917]), o autor considera que “os objetivos do espírito público, de uma coletividade em geral correspondem àqueles que o indivíduo deve apresentar para si mesmo como os mais fundamentalmente simples e primitivos (...) o asseguramento da existência, a aquisição de novas propriedades, o desejo de afirmar e expandir a própria esfera de poder, a defesa das posses conquistadas – estes são impulsos fundamentais, impulsos a partir dos quais ele pode se associar de modo conveniente a muitos outros indivíduos, a seu gosto”. Na mesma obra, entretanto, Simmel sugere que a concorrência irrestrita e a unilateralização da vida em decorrência da divisão do trabalho não seriam exatamente implantadoras de uma cultura de liberdade e igualdade. Porém, o autor afirma ainda, ao final, que preferia ver o trabalho da humanidade gerar “formas novas, mais variadas, com as quais a personalidade se afirmará, comprovando assim o valor de sua existência”. Uma mensagem, enfim, otimista, no término da vida de alguém que enfrentou sérios reveses para consolidar formalmente sua carreira acadêmica, apesar de ser admirado dos dois lados do Atlântico: Os motivos: Simmel, além de ser judeu, é considerado por alguns mais como um filósofo social do que propriamente um sociólogo. Em relação ao papel social do dinheiro, o autor analisa, em duas obras, Sobre diferenciação social, originalmente de 1890, e sobretudo em A Filosofia do Dinheiro (2004[1900]), as implicações de uma economia monetarizada para a liberdade pessoal e a individualidade. A Filosofia do Dinheiro divide-se em duas partes, uma designada como “analítica” e a outra “sintética”. Simmel (2004) observa que uma parte destina-se a fazer a essência do dinheiro inteligível a partir das condições e das conexões da vida em geral, inversamente, a outra parte visa tornar a essência e a organização da vida inteligíveis a partir dos efeitos do dinheiro. O autor relaciona a importância crescente do dinheiro como valor (e não como substância) com o modo de vida acelerado nas grandes cidades (metrópoles). Segundo Simmel (2004), onde o ritmo da vida econômica é lento e o dinheiro circula lentamente, uma determinada quantidade de dinheiro é mais valorizada do que na selva econômica da vida urbana moderna. Segundo o filósofo e sociólogo alemão, a rápida circulação de dinheiro induz hábitos de gastos e de aquisição, faz com que uma quantidade específica de dinheiro se torne psicologicamente menos significativa e valiosa, enquanto o dinheiro em geral torna-se cada vez mais importante porque as questões de dinheiro 231 agora afetam o indivíduo mais vitalmente do que o seria em um estilo de vida menos agitado. O dinheiro, segundo Simmel, unifica e separa interesse, desempenhando desta forma um papel fundamental na mediação de relações entre indivíduos e grupos. Como bem destaca Waizbort (2000), a divisão do trabalho supõe, na análise de Simmel, tal meio de troca comum: “o dinheiro possibilita, enquanto meio de troca, a divisão da produção e isto é uma enorme força unificadora entre os indivíduos, pois há então uma unidade econômica que abrange a todos e para a qual todos contribuem" (Waizbort, 2000, p.150). Todavia, o dinheiro na abordagem simmeliana apresenta uma dupla face, pois sua posse pode significar liberdade, mas também perda de sentido e ausência, com tal liberdade sendo externa aos indivíduos: Conforme Simmel (2004), em trecho relativo à transformação de valores substantivos em valores monetários, somente a redução de toda relação com o dinheiro, se nós o recebemos ou o doamos, liberta-nos de tal determinação que é externa a nós. Geoffrey Ingham (2006, p.269) destaca que Simmel, de um modo paralelo ao que a Física busca encontrar, no começo do século 20, uma teoria para lidar com a perda de certeza dos postulados newtonianos ante o fluxo da relatividade, luta para estabelecer uma nova concepção de dinheiro. Temas relacionados: Ambivalência; Clássicos; Dinheiro; Moda; Pobreza DEFLEM, Mathieu. The Sociology of the Sociology of Money. Simmel and the Contemporary Battle of the Classics. Journal of Classical Sociology, Vol.3, nº1, 2003, p.67-96. DODD, Nigel. 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Sociologia Econômica (história, temas gerais e obras de referência da disciplina) Em obra sobre a disciplina, publicada originalmente ao final dos anos 1990, Philippe Steiner (2006[1999]), justifica a escolha do mercado como fio condutor da obra, em decorrência do fato da esfera mercantil ser a instituição central da vida econômica nas sociedades modernas. O autor, todavia, ressalva a existência de outras áreas cobertas pela disciplina tais como Sociologia do Trabalho, Sociologia das Organizações e das Empresas, análises sobre consumo, etc. O que Steiner define como inconveniente não implica demérito algum a esta obra, sintética, porém com densidade analítica em sua exposição sobre temas como a construção social das esferas mercantis. Em um manual editado mais de 35 anos antes da obra de Steiner, um sociólogo americano apresenta, em cinco capítulos, o que define ser uma ‘contribuição despretensiosa’ para as disciplinas de Sociologia e Economia. Hoje, apesar de inevitáveis defasagens, A Sociologia da Vida Econômica (1968[1963], de Neil J. Smelser mantém sua relevância histórica. Conforme Smelser, "a sociologia econômica é a aplicação do esquema geral, variáveis e modelos explicativos de sociologia a este complexo de atividades que se refere à produção, à distribuição, às trocas e ao consumo de bens e serviços escassos. O primeiro foco da sociologia econômica encontra-se nas atividades econômicas isoladas. O pesquisador de sociologia econômica pergunta como é que essas atividades são estruturadas em papéis e coletividades, quais os valores que a legitimam, quais as normas e sanções que as regulamentam e como interagem essas variáveis sociológicas. O segundo foco da sociologia econômica está nas relações entre as variáveis sociológicas – em suas manifestações no contexto econômico – e nas variáveis 235 sociológicas, em suas manifestações em contextos não-econômicos” (Smelser, 1968, p.62-63). Décadas mais tarde, Smelser e Richard Swedberg (2005, p.3) observam que se o primeiro, nos anos 1960, havia destacado certas perspectivas sociológicas (interação social, grupos e estruturas sociais – instituições – e controle social – normas, sanções) aplicadas aos fenômenos econômicos, desenvolvimentos recentes da da Sociologia Econômica incluem novos temas centrais como redes sociais, gênero e contextos culturais. Mais recentemente, de maneira individual, Smelser (2009) e Swedberg (2009) examinam, respectivamente, as diferenças ontológicas entre Sociologia Econômica e Economia e a construção de abordagens diferentes sobre conceitos, por exemplo, como interação social, normas e instituições, além de uma acurada leitura do autor sueco sobre a obra de Bourdieu, em um esforço de investigar qual contribuição distintos trabalhos do sociólogo francês teriam para o diálogo entre as referidas disciplinas (vide também os tópicos ‘Bourdieu, Pierre’ e ‘Economia e Sociologia’). No Brasil, a Sociologia Econômica é uma esfera promissora para a realização de estudos sobre diversas áreas sócio-econômicas no Brasil. Hoje, no país, existem núcleos de pesquisa acadêmica com interesse variados no âmbito desse ramo sociológico, para citarmos apenas alguns: os estudos do sociólogo Ricardo Abramovay na Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP); o Núcleo de Estudos de Sociologia Econômica e das Finanças (Nesefi) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promotor do I Congresso Internacional de Sociologia das Finanças, em 2006; o Núcleo de Estudos Sociológicos (Nusmer) da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), ativo na organização do I Seminário Nacional de Sociologia Econômica, em 2009, Nusmer esse que teve a sua frente o empenho e trabalho de Cécile Raud; o trabalho de John Wilkinson na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); os estudos de Nadya Araújo Guimarães, da Universidade de São Paulo, sobre intermediação no mercado de trabalho; o trabalho de Ana Cristina Braga Martes, na Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Como sugestão de áreas que podem ter análises sócio-econômicas expandidas no Brasil, são citadas: Ambiente natural, mercados e desenvolvimento sustentável; Associações de negócios nos setores de comércio e de serviços; Bancos, crédito e finanças; Burocracia e Estado; Consumo e estratificação (classes sociais); Contrato e instituições sócio-econômicas; Estado e Capitalismo no Brasil; Sociologia do Empreendedorismo; Fontes de Energia; Inserção disciplinar da Sociologia Econômica 236 na academia brasileira; Sociologia Fiscal; Sociologia do Futebol; Sociologia da Inovação; Mercados; Moda, vestuário e indústria têxtil; Pobreza e Riqueza: dimensões qualitativas ou para além das linhas de renda; Relações entre universidades e empresas; Saúde, Estado e Mercado: previdência privada e planos de saúde; Sindicatos, Estado e Financeirização; Sociologia dos Mercados de Trabalho, Trabalho e informalidade, entre muitas outras temáticas. Temas relacionados: Conhecimento Econômico; Economia (disciplina) ABRAHAM, Yves-Marie. Les Fausses Promesses de la <<Nouvelle Sociologie Économique>>. Cahier de Recherche, n° 05-05, Juillet 2005, p.1-51. BALLARINO, Gabriele; REGINI, Marino. Convergent Perspectives in Economic Sociology: an Italian view of contemporary developments in Western Europe and North America. Socio-Economic Review, 6, 2008, p.337–363. BARBERA, Felippo. Economic Sociology in Italy: Past and Present. International Review of Sociology, 12(1), 2002, p.145-157. BASTIN, Gilles; ZALIO, Pierre-Paul. Sociologie Économique Début de Siècle: l’impossible troisième voie entre histoire et théorie économique (note critique). Terrains & Travaux, N° 4, 2003/1, p.6-55. BEAMISH, Thomas D. Economic Sociology in the Next Decade and Beyond. American Behavioral Scientist, Volume 50, Number 8, April 2007, p.993-1014. BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan Zafirovski (eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. 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American Behavioral Scientist, Volume 50(8), April 2007, p.1056-1069). 241 Sociologia Econômica - algumas áreas de interesse: Mercados (construção social de preços; lucro; mercados no regime capitalista; concorrência; cooperação; valor) Produção (Trabalho, Capital, Tecnologia & Inovação, Organizações & Empresas, relações interfirmas, produção agrícola) Ocupações/Profissões Consumo Dinheiro ou moeda (usos sociais do dinheiro) Finanças, Contabilidade e Auditoria (bolsa de valores, bancos, corporações - S/As; sistemas financeiros, balanços, dimensão social de crises econômicas, fraudes) Estratificação (desigualdade, pobreza, Sociologia da Riqueza) Sociologia Econômica e Histórica (sistema financeiro na Renascença, Mercantilismo, Liberalismo, tipos/modelos de capitalismo, transição do socialismo para o capitalismo, capitalismo na Ásia, capitalismo na América Latina) Sociologia Econômica e o papel do Estado (regulamentações, intervenções, protecionismo) Sociologia Fiscal (tributação, impostos, sonegação) Sociologia Econômica do Direito (contratos, direitos de propriedade, herança) Sociologia do Conhecimento Econômico (práticas econômicas, formas de conhecimento econômico) e Sociologia da Economia (Economia como disciplina Sombart, Werner Werner Sombart (1863-1941), colega de disciplina e polemista da obra de Max Weber, utiliza, em 1902, o termo Kapitalismus, na primeira versão da obra O Capitalismo Moderno (Der Moderne Kapitalismus). O pioneirismo é reconhecido somente na década de 1930. Em 1903, Sombart e Weber, ambos professores de "economia nacional", em Breslau e Heidelberg respectivamente, fundam a revista Arquivo de Ciência Social e Política Social. Temas relacionados: Capitalismo; Clássicos; Max Weber 242 GRAÇA, João Carlos. Werner Sombart e o Homem Económico Moderno. Socius Working Papers, nº3, 1995. GRUNDMANN, Reiner; STEHR, Nico. Why Is Werner Sombart Not Part of the Core of Classical Sociology?: From Fame to (Near) Oblivion. Journal of Classical Sociology, Vol. 1, n2, July 2001, p.257-287. NOGUEIRA, António de Vasconcelos. Werner Sombart (1863-1941): apontamento biobibliográfico. Análise Social, Vol.XXXVIII, 169, 2004, p.1125-1151. SOMBART, Werner. ¿Por que no hay Socialismo en los Estados Unidos? Revista Española de Investigaciones Sociologicas (REIS), nº 71-72, Julio-Diciembre 1995 [1906], p.277-370. ________________. El Burgués: contribución a la historia del hombre económico moderno. 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Telefonia móvel A formação social de preço de tecnologias de comunicação é um aspecto recente e instigante para interessados em diversos temas da Sociologia Econômica, tais como valor, competição, mercados e o discurso de grupos de interesse (stakeholders): especialistas acadêmicos, acionistas, profissionais de mídia, analistas de mercado e agentes do Estado. Nessa perspectiva, Ansari e Munir (2008) analisam o processo de criação e destruição de valor em torno do preço de um recurso adquirido externamente, ou seja, o uso do espectro de terceira geração (3G), que é uma parte das frequências de bandas de rádio particulares do espectro eletromagnético e que permitem a comunicação sem fio, com licenças concedidas a empresas do Reino Unido. Conforme os autores, o caso 3G revela uma fascinante dinâmica associada com a aquisição de um recurso e a criação a destruição de valor em torno dele, tanto antes como depois que tal recurso foi adquirido. Deste modo, os autores se concentraram especificamente sobre como o valor de um recurso para o seu adquirente é determinado por estratégias competitivas e colaborativas que são acompanhadas durante e após a sua aquisição, além da evolução do discurso social acerca de tal recurso. Ansari e Garud (2009) avaliam a transição da tecnologia de telefonia móvel de segunda geração (2G) para a de terceira (3G), examinando, por exemplo, forças de amortecimento que 247 dificultam tal transição tecnológica, caso da falta de aparelhos adequados e disputas por padronizações. Temas relacionados: Mercados; Preço; Tecnologia ANSARI, Shahzad; MUNIR, Kamal. How Valuable Is a Piece of the Spectrum? Determination of value in external resource acquisition. Industrial and Corporate Change, 17(2), 2008, p.301-333. ________________; GARUD, Raghu. Inter-generational Transitions in Socio-technical Systems: The case of mobile communications. Research Policy, 38 (2), March 2009, p.382–392. Tempo Tempo é uma dimensão essencial para toda atividade sócio-econômica. Tempo é variável de produção, de distribuição e de consumo. Tempo é prazo da indústria, prazo do varejo ou duração de um determinado serviço prestado ou de uma negociação/transação efetuada. E o cumprimento ou não de um tempo aprazado pode ter diversas implicações: sociais, culturais, econômicas. Autores da Sociologia Econômica dos Mercados (Aspers, 2009; Möllering, 2009) têm resgatado uma importante dimensão para o estudo de esferas mercantis, que se soma às preocupações em torno de aspectos essenciais à formação de um mercado como competição, cooperação e avaliação de valor. Tal dimensão é o tempo. Logo, a intenção é romper com análises estáticas de fenômenos sócio-econômicos, enfatizando, processos de constituição de mercados, tais como inovação, mercantilização, comunicação, competição, associação e institucionalização (Möllering, 2009). Em uma série de trabalhos, em que faz uma síntese rigorosa das correntes atuais da Sociologia dos Mercados, Patrik Aspers propõe categorias que contemplem o exame da dimensão temporal em que um mercado se encontra na busca por estabilização, em geral desencadeada por grupos organizados de empreendedores, ao modo similar de abordagens feita por Georg Simmel e, em certa medida, na Economia, por Alfred Marshall. Foram convencionadas por Aspers, em estudos datados até 2008, três fases de um mercado: orientação, contração e coesão. Em 2009, o autor sueco apontou também uma quarta possível fase, a de crise, aproximando, ainda que criticamente, sua 248 abordagem da proposta por Neil Fligstein. Por orientação de mercado, considera-se a fase de diferenciação de um campo de atividade econômica, em que se estabelece qual o interesse de negócios expresso em suas relações e qual o seu valor simbólico, ou seja, o que realmente é o mercado em questão. Contração refere-se à fase em que os atores do mercado reúnem-se e passam a reconhecer com quem podem ou não negociar, buscando firmar uma cultura de mercado. Coesão, finalmente, é o estágio em que um mercado está desenvolvido, com os contornos (boundaries) de sua estrutura delineados. É somente nesta etapa que os atores e organizações podem focar mais detidamente o valor econômico do que é negociado em um mercado. É um estágio, portanto, considerado como de estabilização de um mercado e que, todavia, não é totalmente imune a incertezas, assimetrias, conflitos e falhas nas relações de troca. Em relação à dimensão temporal em mercados financeiros, autores da Sociologia das Finanças (Knorr Cetina e Preda, 2007, 2005; Knorr Cetina e Bruegger, 2002) chamam atenção para o fato de agentes econômicos (traders), mesmo à distância considerável, conectarem-se de maneira simultânea (tempo real), através de comunicação de altatecnologia, para efetivar transações, transformando assim, no século atual, um mercado em um sistema coletivo gerado inteiramente em um espaço simbólico, visto que o mercado mundial é informacional (Knorr Cetina e Preda, 2007, p.117). Temas relacionados: Finanças; Mercados ASPERS, Patrik. How Are Markets Made? MPIfG Working Paper, March 2009. KNORR CETINA, Karin; PREDA, Alex. The Temporalization of Financial Markets: From Network to Flow. Theory, Culture & Society, Vol.24(7–8), 2007, p.116–138. _________________________________(eds.). The Sociology of Financial Markets. Oxford: Oxford University Press, 2005. _____________________; BRÜGGER, Urs. Global Microstructures: The Virtual Societies of Financial Markets. American Journal of Sociology, Volume 107 Number 4, January 2002, p.905–950. MÖLLERING, Guido. Market Constitution Analysis: a new framework applied to solar power technology markets. MPIfG, July 2009. 249 Trabalho, Mercado de / Mundo do Trabalho Beamish e Biggart (2006) consideram que a Sociologia Econômica ao passo que não evidencia condições de trabalho por si próprias, expõe a lógica por trás do comportamento das empresas e as consequências para a estruturação de mercado, o que ajuda a esclarecer como e porque as condições de trabalho aparecem da forma que ocorrem. Segundo os autores, os sociólogos econômicos têm mostrado também o papel que o ambiente e a concorrência, as associações e as redes, a cultura e as instituições e o poder e a desigualdade desempenham na formação do contexto do mercado de trabalho. Tais relatos auxiliam a entender o contexto econômico no qual o trabalho é organizado e executado. Embora não exista, conforme os autores, consenso na Sociologia Econômica sobre a forma ou as direções que os mercados contemporâneos terão, está implícito um acordo de que as estruturas de empresa, indústria e mercado continuarão a mudar dramaticamente no curto e longo prazo e, em decorrência, a natureza do trabalho nas economias de todo o mundo. No Brasil, há pouco mais de dez anos, artigo de Sorj (2000) defende uam revisão da Sociologia do Trabalho Temas relacionados: Desemprego; Economia informal; Educação e Economia; Gênero; Mercados; Profissões e Ocupações; Renda; Sindicatos ABBOTT, Andrew. The Sociology of Work and Occupations. Annual Review of Sociology, 19, 1993, 187–209. BANDELJ, Nina. Toward an Economic Sociology of Work. Research in the Sociology of Work, Volume 18, 2009, p.1-20. BEAMISH, Thomas D.; BIGGART, Nicole Woolsey. Economic Worlds of Work: Uniting Economic Sociology with the Sociology of Work. In: KORZYNSKI, Marek; HODSON, Randy; EDWARDS, Paul (eds.). 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Nesse livro, Thorstein Veblen (1857-1929) economista norte-americano, de origem norueguesa, cunha a expressão consumo conspícuo, pela qual denuncia a exibição exacerbada da classe mais rica da sua sociedade, ou em seus próprios termos: “a fim de manter a satisfação própria (...) a marca da força pecuniária da pessoa deve ser gravada em caracteres que mesmo correndo se possa ler”. A leitura de Veblen desperta, portanto, a atenção para o consumo que não é fruto da necessidade, mas da ostentação. Figura não-convencional, Veblen à época é (pouco) reconhecido como um economista que faz Sociologia ou um sociólogo que faz Economia, embora o subtítulo de sua obra máxima busque dirimir qualquer dúvida: um estudo econômico das instituições, instituições que, na ótica de Veblen, são hábitos arraigados de uma sociedade em dado período. Certamente, A Teoria da Classe Ociosa é obra econômica, mas totalmente distante dos princípios da Economia Clássica e Neoclássica. Em 1904, Veblen publica obra sobre a empresa industrial, antevendo as contradições da gestão e da expansão do maquinário. No contexto histórico, a economia americana era dominada por corporações gigantes e por magnatas célebres como Rockfeller (petróleo), Vanderbilt e Carnegie (aço) e J.P. Morgan (setor bancário). Para se ter a dimensão do gigantismo das corporações americanas na virada do século 20, o governo americano determinou, em 1911, que a Standard Oil, de Rockfeller, fosse repartida em petrolíferas menores. Resultaram 33 empresas, entre as quais a Chevron e a Exxon. Retomando a trajetória de Veblen, seu comportamento não convencional e suas críticas dirigidas aos ditames da economia neoclássica o afastam da Universidade de Chicago. O autor segue publicando obras menos conhecidas, mas de temática interessante sobre sociedade e economia até ao menos o começo da década de 1920, entre as quais um volume dedicado ao trabalho (1914). O autor escreve também sobre o avanço de lógica de mercado no sistema de ensino americano. Convém observar que entre os anos de 1911 e 1913, surgem a linha de montagem, criada por Henry Ford, e os princípios de organização do trabalho delineados por F.W. Taylor. Veblen, mesmo que intuitivamente, tinha uma visão aguda 257 e premonitória da sociedade americana. Em 1926, Veblen, após trabalhar em diversas universidades menores americanas, aposenta-se e morre três anos depois, pouco tempo antes do crash da Bolsa de 1929. Durante os anos 30, em plena Depressão, a leitura de Veblen é retomada. Ressurgia assim uma aliada de toda vida de Veblen, a ironia. Temas relacionados: Consumo; Homo Oeconomicus BARAÑANO, Margarita. Veblen y el Homo Oeconomicus. Revista Española de Investigaciones Sociologicas (REIS), nº61, 1993, p.145-170. CAMIC, Charles. Thorstein Veblen. In: BECKERT, Jens; ZAFIROVSKI, Milan (eds.). International Encyclopedia of Economic Sociology. London: Routledge, 2006. 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O autor que mais se deteve acerca de questões sobre a atividade econômica e seus contornos sociais foi Max Weber (Weber, 1999; Swedberg, 2005; Raud, 2005; Steiner, 2006). Conferindo ênfase na troca e na competição, Weber considera o mercado como dotado de caráter impessoal, esfera refratária a toda relação fraterna, devendo ser a barganha a sua forma mais pura e objeto de análise de uma ciência do econômico e do social. Esses argumentos, apresentados em um capítulo conceitual inacabado de Economia e Sociedade (1999 [1922]) dedicado ao mercado, podem ser, equivocadamente, interpretados como referentes a uma visão estritamente econômica do “fenômeno mercado”. Todavia, no mesmo capítulo, o autor reporta-se ao mercado examinando-o de um ponto de vista sociológico, em que define a esfera mercantil como a representação de socializações, isto é, interações sociais: Debe hablarse de un mercado tan pronto como concurren, aunque sólo sea de una parte, una pluralidad de interessados en el cambio y en las probabilidades de cambio. Que la concurrencia tenga lugar en el 259 mercado local, en el mercado periódico (mercado anual, feria), en el mercado de comerciantes (bolsa), no representa sino la forma más consecuente de la formación del mercado, forma que, de todas maneras, es la única que hace posible el pleno desenvolvimiento del fenómeno específico del mercado: el regateo (...) Desde el punto de vista sociológico, el mercado representa socializaciones – o sociedades – racionales, coetáneas y sucesivas (WEBER, 1999, p.493). Leitor das minúcias do pensamento weberiano sobre o fenômeno social do mercado num sistema capitalista, Richard Swedberg (2005; 1994) aponta a riqueza teórica e analítica da abordagem de Weber, que construiu um complexo exame das relações mercantis ainda parcialmente explorado pelas Ciências Sociais. Abordando primeiramente a bem conhecida noção weberiana de capitalismo racional, Swedberg enfatiza o papel que Weber conferiu não somente à empresa capitalista racional e à força de trabalho livre, mas também a necessidade que o capitalismo racional tem da existência de mercados sofisticados de dinheiro e capital para aplicação, do investimento possível em sociedades anônimas mediante a compra de ações e da presença de um sistema monetário gerido pelo Estado. Na seqüência da exegese da obra weberiana, notadamente de Economia e Sociedade, Swedberg aponta a natureza dupla do capitalismo sugerida pelo sociólogo alemão. Para Weber, o capitalismo moderno não seria unicamente racional, contando com elementos carismáticos e mesmo irracionais, condição exemplificada na figura do empresário que conta muito com seu tino, sua intuição comercial ou que sempre tem a expectativa de ganhar mais dinheiro do que a taxa média de juros. “O ‘racionalismo’ é um conceito histórico que encerra um mundo de contradições” (Weber, 2004, p.69). Na ótica de Swedberg, o capitalismo se apresenta para Weber como dinâmico, imprevisível e paradoxal, sujeito a ameaças não exclusivamente econômicas, também políticas. Segundo Swedberg, o capitalismo racional moderno – tal como Weber o concebe – contém uma série de contradições, provocadas pela existência de classes e de grupos de status. As classes comerciais usualmente lutam entre si, o que também ocorre com os grupos de status. As classes comerciais são fluidas, ancoradas na produção e levam à mudança e ao desenvolvimento social. Os grupos de status, ao contrário, giram em 260 torno do estilo de vida, honra e consumo, e prosperam com a estabilidade (SWEDBERG, 2005, p.81). Por um lado, destacamos que essa visão de Weber sobre as classes comerciais como motores de mudanças na economia notavelmente se aproxima, como veremos mais adiante, de proposições do economista Joseph Schumpeter acerca dos vínculos entre inovação e empreendedores. Por outro lado, as teorizações weberianas sobre o mercado enfatizam uma dupla dimensão da esfera mercantil – troca e competição – que permanece, conforme Richard Swedberg, muito atual para a Sociologia Econômica. Como argumenta o autor: [markets] consist of more than the act of exchange, which is true even if we include legal and political factors in the analysis. Following Max Weber, I suggest that the core of the market phenomenon does not consist of one element – exchange – but of two elements: exchange in combination with competition. More precisely, the social structure of a market is characterized by a special type of interaction that begins as competition between a number of actors (buyers and/or sellers) and that ends up with an exchange for a few of the actors (SWEDBERG, 1994, p.271). A obra weberiana acerca de fenômenos sócio-econômicos desperta continuamente revisões e mesmo polêmicas. Em um instigante ensaio, Campbell (2006) questiona se os sociólogos atualmente apreciam A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Conforme o autor, ao passo que sociólogos contemporâneos manifestam elevada consideração por Max Weber e consideram o ensaio citado como sua obra máxima, paradoxalmente rejeitam, hoje, o emprego de tal abordagem. Campbell sustenta que A Ética Protestante é essencialmente uma análise do papel das motivações da ação humana, entretanto o exame do conceito de motivação está hoje ausente da sociologia contemporânea. Temas relacionados: Capitalismo; Clássicos; Dinheiro; Direito e Economia; Estado; Interesses; Mercados; Religião; Werner Sombart 261 BARBALET, Jack. Weber, Passion and Profits: ‘The Protestant Ethic and the Spirit of Capitalism’ in Context. Cambridge: Cambridge University Press, 2008 CAMPBELL, Colin. Do Today’s Sociologists Really Appreciate Weber’s Essay The Protestant Ethic and Spirit of Capitalism? Sociological Review, 54(2), 2006, p.207-223. COLLINS, Randall. Weber’s Last Theory of Capitalism: a systematization. American Sociological Review, Vol. 45, 1980, p. 925-942. DE RAYMOND, Antoine Bernard. La Règle de Droit comme Maxime Empirique de l'Activité Économique. À Propos de Rudolf Stammler et le Matérialisme Historique de Max Weber. Terrains & Travaux, nº6, 2004/1, p.71-80. DIGGINS, John P. Max Weber: A Política e o Espírito da Tragédia. Rio de Janeiro: Record, 1999. FORD, Laura R. Max Weber on Property: an effort in interpretive understanding. 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O conflito mundial estende-se até 1918, com a derrocada da Alemanha imperial e o esfacelamento dos impérios austro-húngaro e turco otomano. 1917 – Revolução Russa 1922 – Publicação póstuma de (Economia e Sociedade), de Max Weber. 1929 – A Grande Depressão eclode. O período mais agudo da crise se estende até 1933. 1937 – Talcott Parsons publica (A Estrutura da Ação Social) 1939 – A Segunda Guerra Mundial eclode com a invasão da Polônia pela Alemanha. O conflito se encerra em 1945. 1939 – Joseph Schumpeter publica 1944 – Karl Polanyi publica The Great Transformation (A Grande Transformação, edições brasileiras em 1980 e 2000) 267 1944 – Bretton Woods 1945 – O Fundo Monetário Internacional (FMI / IMF, na sigla em inglês), concebido no ano anterior, em Bretton Woods, torna-se formalmente existente em dezembro 1949 – Revolução Chinesa 1950 – A obra Leçons de Sociologie (Lições de Sociologia), de Émile Durkheim, é publicada postumamente 1956 – Talcott Parsons e Neil J. Smelser publicam Economy and Society 1963 – Neil J. Smelser publica The Sociology of Economic Life (A Sociologia da Vida Econômica, edição brasileira em 1968) 1967 - Fundação do Centre de Sociologie de l'Innovation (CSI), um laboratório de pesquisa da École des Mines de Paris / Mines ParisTech 1969 – Edição especial da Revue Française de Sociologie 1973 – Primeira crise do petróleo 1973 – Mark Granovetter publica o artigo The Strength of Weak Ties 1974 – Mark Granovetter publica o livro Getting Job: 1975 – Fim da Guerra do Vietnã 1979 – Segunda crise do petróleo 1979 – Pierre Bourdieu publica La Distinction: critique sociale du jugement. 1979 – Viviana A. Zelizer publica Morals and Markets. 268 1980 – Pierre Bourdieu publica o breve texto Le Capital Social: notes provisoires. 1981 – Harrison C. White publica o artigo Where Do Markets Come From? 1983 – Arthur L. Stinchcombe publica o livro Economic Sociology 1983 – Paul DiMaggio e Walter W. Powell publicam o artigo The Iron Cage Revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields 1984 – Wayne E. Baker publica 1985 – Mark Granovetter publica Economic Action and Social Structure: the problem of embeddedness 1986 – 1991 – Período de implantação de diversos planos econômicos na tentativa de estabilizar a moeda no Brasil 1986 – Marie-France Garcia publica o artigo 1987 – Bolsa de Valores de Nova York apresenta queda vertiginosa na chamada SextaFeira Negra 1987 – 1990 – Período de elevados investimentos, aumento de preços e especulação no mercado internacional de arte 1988 – Viviana Zelizer publica o artigo 1989 – Queda do Muro de Berlim 1989 – Fundada a Society for the Advancement of Socio-Economics (SASE). As disciplinas acadêmicas representadas na SASE incluem Sociologia, Economia, Ciência Política, Management, Psicologia, Direito, História e Filosofia 269 1989 – Lucien Karpik publica 1990 – Neil Fligstein publica o livro The Transformation of Corporate Control 1990 – Richard Swedberg edita o livro 1990 – Walter W. Powell publica Neither Market nor Hierarchy: Network Forms of Organization 1991 – Fim da União Soviética 1991 – Doutorado em Sociologia Econômica e das Organizações é criado pela Universidade Técnica de Lisboa (UTL). Esse programa de doutoramento se localiza no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), unidade da UTL 1992 – Mark Granovetter publica 1992 – Mark Granovetter e Richard Swederg organizam The Sociology of Economic Life. A coletânea ganha novas edições em 2001 e 2011. 1992 – Harrison C. White publica Identity and Control 1992 – Ronald Burt publica Structural Holes: the social structure of competition. 1994 – O Plano Real é adotado, no Brasil, com o objetivo de estabilização econômica 1994 – Neil J. Smelser e Richard Swedberg editam a primeira edição do The Handbook of Economic Sociology 1994 – Frank Dobbin publica Forging Industrial Policy 1994 – Nigel Dodd publica The Sociology of Money (A Sociologia do Dinheiro) 1995 – Peter Evans publica 270 1995 – Advento comercial da Internet 1996 – Neil Fligstein publica o artigo Markets as Politics: A Political-Cultural Approach to Market Institutions 1997 – Cahiers Internationaux de Sociologie publica edição “Sociologies Économiques” 1998 – Michel Callon edita o livro The Laws of the Markets. Além de ensaios do autor, há textos seminais de Mark Granovetter e Patrick McGuire, Viviana Zelizer, etc. 1998 – Richard Swedberg publica (Max Weber e a Idéia de Sociologia Econômica, edição brasileira em 2005) 1998 – David Stark e László Bruszt publicam Postsocialist Pathways 1999 – Philippe Steiner publica La Sociologie Économique (A Sociologia Econômica, edição brasileira em 2006) 1999 – Cécile Raud publica 1999 – Primeiro número de Economic Sociology – The European Electronic Newsletter 2000 – Pierre Bourdieu publica Les Structures Sociales de l’Economie 2000 – A seção de Sociologia Econômica da American Sociological Association (ASA) é criada em agosto. Em janeiro do ano seguinte, torna-se permanente. 2001 – Neil Fligstein publica The Architecture of Markets: An Economic Sociology of Twenty-First-Century Capitalist Societies 2001 – Mauro F. Guillén publica The Limits of Convergence: globalization and organizational change in Argentina, South Korea, and Spain 271 2001 – Sarah Babb publica Managing Mexico: Economists from Nationalism to Neoliberalism 2001 – Atentado às torres gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova York 2002 – O Euro se materializa na forma de notas e moedas. 2002 – Carlo Trigilia publica, na Itália, Sociologia Econômica. A obra é vertida para o inglês e o francês. 2002 – Edição de Sociedade e Estado é dedicada a trabalhos sobre Nova Sociologia Econômica 2004 – Ricardo Abramovay publica Entre Deus e o Diabo: mercados e interação humana nas ciências sociais 2004 – Edição de Tempo Social 2004 – Frank Dobbin edita o livro The New Economic Sociology: a reader. No mesmo ano, Dobbin edita The Sociology of the Economy 2005 – Neil J. Smelser e Richard Swedberg editam a segunda edição do The Handbook of Economic Sociology 2005 – Karin Knorr Cetina e Alex Preda editam The Sociology of Financial Markets 2006 – Publicação de International Encyclopedia of Economic Sociology, obra pioneira na disciplina, editada por Jens Beckert e Milan Zafirovski e com diversos contribuidores 2006 – Edição de Accounts destaca trabalhos realizados em Sociologia Econômica no Brasil, em particular pelo Núcleo de Estudos em Sociologia Econômica e das Finanças (NESEFI / Ufscar) 272 2006 – Edição de Réseaux 2007 – Jens Beckert publica Inherited Wealth 2007 – Charles W. Smith publica o artigo Markets as Definitional Practices 2008 – Crise financeira mundial. A crise é objeto de estudo para diversos autores da disciplina: Richard Swedberg, Neil Fligstein, Donald Mackenzie, John L. Campbell, Christoph Deutschmann, entre outros 2008 – Neil Fligstein publica Euroclash: The EU, European Identity, and the Future of Europe 2008 – Richard Swedberg e Trevor Pinch editam o livro Living in a Material World: Economic Sociology Meets Science and Technology Studies 2008 – Geoffrey Ingham publica Capitalism 2009 – Ana Cristina Braga Martes edita o livro Redes e Sociologia Econômica. 2009 – Nadya Araujo Guimarães publica os livros À Procura de Trabalho e Desemprego, Uma Construção Social e o artigo A Sociologia dos Mercados de Trabalho, Ontem e Hoje 2009 – Koray Çaliskan e Michel Callon publicam Economization, part 1: shifting attention from the economy towards processes of economization 2009 – Traité de Sociologie Économique 2009 – Neil J. Smelser tem publicado Sociology and the Economic Sciences, capítulo do livro Frontiers of Sociology, editado por Peter Hedström e Björn Wittrock. Outro capítulo da obra é Bourdieu’s Contribution to Economic Sociology, de Richard Swedberg 273 2010 – Koray Çaliskan e Michel Callon publicam o artigo Economization, part 2: a research programme for the study of markets 2010 – O periódico online Economic Sociology - The European Electronic Newsletter publica duas edições com textos de autores brasileiros 2010 – Richard Swedberg publica o artigo The Structure of Confidence and the Collapse of Lehman Brothers 2010 – Patrik Aspers publica o livro Orderly Fashion: A Sociology of Markets. 2010 – Viviana A. Zelizer publica Economic Lives: How Culture Shapes the Economy 2010 – Richard Swedberg publica o artigo The Economic Sociologies of Pierre Bourdieu 2011 – Lançamento da terceira edição de The Sociology of Economic Life (editores: Mark Granovetter e Richard Swedberg). 2011 – Edição de Socio-Economic Review reúne textos sobre capitalismo 2011 – Neil Fligstein e Doug McAdam publicam o artigo Toward a General Theory of Strategic Action Fields 2011 – John L. Campbell publica o artigo The US financial crisis: lessons for theories of institutional complementarity 274 Autores identificados com temáticas e obras na Sociologia Econômica contemporânea e países de atuação* Os Estados Unidos e a França são, sem dúvida, os países que mais reúnem nomes vinculados à Sociologia Econômica. Todavia, em outras nações como, por exemplo, Itália, Alemanha e Reino Unido existem consideráveis estudos, em densidade de conteúdo e variedade temática, da globalização à pobreza urbana, do empreendedorismo à biotecnologia, da moda ao papel do Estado na economia, etc. Nesta listagem, organizada para ilustrar a disseminação atual da disciplina, estão indicados inicialmente autores considerados clássicos contemporâneos da disciplina, atuantes há pelo menos cinco décadas, caso de Neil J. Smelser, Arthur L. Stinchcombe e Harrison C. White, seguidos, nos anos 1970, por autores como Mark Granovetter e Viviana A. Zelizer. Na década seguinte, começam a aparecer importantes trabalhos de Paul DiMaggio, Walter W. Powell, Wayne E. Baker, Ronald S. Burt, Richard Swedberg, Neil Fligstein, Gary Hamilton e Nicole Woolsey Biggart, para citar alguns. Em meio a isso, ao final de 1985 como já bem se sabe, Mark Granovetter publica ensaio que é o marco da retomada do estudo de fenômenos econômicos pela Sociologia. De lá para cá, nesses 25 anos, o números de estudos e autores interessados em SE cresce vertiginosamente e, até aqui, apenas está citado o desenvolvimento da disciplina nos Estados Unidos. Na Europa, em particular na França, Pierre Bourdieu já realiza, no começo dos anos 1960, o que hoje é devidamente reconhecido como estudos em Sociologia da Economia, com base nas pesquisas desenvolvidas pelo autor na Argélia. Tal reconhecimento também existe em relação a obras do final da vida do autor, como As Estruturas Sociais da Economia, de 2000. Também nos anos 1960, artigos de Jean Cuisenier apresentam-se, na França, como uma das poucas abordagens acerca de uma Sociologia da Economia. Johan Heilbron destaca que, a começar do final dos anos 1980 e na década seguinte, aumentam os estudos sócio-econômicos desenvolvidos por autores franceses. Desde então, a Sociologia Econômica francesa engloba perspectivas variadas: a economia das qualidades proposta por Lucien Karpik; a revisão da obra de Durkheim sobre Sociologia Econômica feita por Philippe Steiner; os estudos sobre performatividade de Michel Callon, entre muitas outras abordagens. Na Alemanha, com a criação do Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades, em Colônia, em 1985, cria-se um dinâmico centro de estudos teóricos e empíricos para análise de dimensões 275 sociais e culturais de fenômenos econômicos: Sociologia de Mercados (vinho, moda, energia, etc); capitalismos e seus aspectos institucionais; herança e distribuição de riqueza; re-visão de clássicos (Marx, Durkheim, Weber, Simmel, Pareto); corporações; ação do Estado em contextos variados (europeu, asiático). Ressalva-se que esta indicação de nomes, de autores já consagrados e essenciais para a consolidação da disciplina a jovens pesquisadores, é ilustrativa. Observa-se, por exemplo, que apenas a seção de Sociologia Econômica da Associação de Sociologia Americana reúne cerca de 400 membros. Alemanha: Wolfgang Streeck; Jens Beckert; Patrik Aspers (Suécia); Christoph Deutschmann; Urs Bruegger; Guido Möllering; Sabine Frerichs Áustria: Karin Knorr Cetina (vide Estados Unidos) Bolívia: Fernanda Wanderley (vide também Brasil) Brasil: Ricardo Abramovay; Cécile Raud (França, autora falecida em 2009); Nadya Araujo Guimarães; Roberto Grün; Ana Cristina Braga Martes; Ana Maria Kirschner; Paola Cappellin; John Wilkinson; David Dequech; Fernanda Wanderley; Cristiano Monteiro; Eduardo G. Noronha; Ary César Minella; Elaine da Silveira Leite; Edmílson Lopes Júnior; Mauricio Serafim Canadá: Benoît Lévesque; Daniel Fridman Colômbia: Johanna Parra Dinamarca: Soren Jagd; Brooke Harrington (vide Estados Unidos) Escócia: Donald MacKenzie; Alex Preda Eslovênia: Nina Bandelj (vide também Estados Unidos) Espanha: Mauro F. Guillén (vide também Estados Unidos); Roberto Garvía 276 Estados Unidos: Neil J. Smelser; Arthur L. Stinchcombe; Harrison C. White; Mark Granovetter; Richard Swedberg (Suécia); Wayne E. Baker; Paul DiMaggio; Neil Fligstein; Viviana A. Zelizer; Charles W. Smith; Ronald S. Burt; Karin Knorr Cetina (Áustria); Fred Block; Peter Evans; Paula England; Walter W. Powell; Gary Hamilton; Nicole Woolsey Biggart; Michael Hannan; James N. Baron; Alejandro Portes (Cuba, naturalizado norte-americano); Gerald F. Davis; William G. Roy; David Stark; Victor Nee; Frank Dobbin; Bruce G. Carruthers; Sarah L. Babb; Brian Uzzi; Mauro F. Guillén (dupla nacionalidade, Espanha e Estados Unidos); Mitchel Y. Abolafia; Mark S. Mizruchi; Gary Gereffi; Joel M. Podolny; John L. Campbell; Andrew Walder; Linda Brewster Stearns; Robert Freeland; Greta R. Krippner; Milan Zafirovski; Mabel Berezin; Patrícia H. Thorton; Nan Lin; Lisa A. Keister; Mary C. Brinton; Marc Schneiberg; Robin Stryker; Heather A. Haveman; Lynette Spillman; Marion Fourcade; Michael Lounsbury; Ezra Zuckerman; Emilio Castilla; Kieran Healy; Timothy J. Dowd; Christopher Marquis; Mark Thomas Kennedy; Peer C. Fiss; Thomas Beamish; Peter Levin; Marc J. Ventresca; Brooke Harrington; Leslie McCall; Denise Anthony; Balázs Vedres (Hungria); Francesco Duina; Laurel Smith-Doerr; Alya Guseva; Nina Bandelj (Eslovênia); Martin Ruef; Jason Owen-Smith; Monica Prasad; Damon Phllips; Jeffrey K. Hass; Tim Bartley; Jesper B. Sorensen; Xueguang Zhou; Simone Polillo; Stephanie Lee Mudge; Elizabeth Popp Berman França: Pierre Bourdieu (1930-2002); Jean Cuisenier; Philippe Steiner; André Órlean; Lucien Karpik; Michel Callon; Johan Heilbron; Marie France Garcia-Parpet; Frédéric Lébaron; Jean-Louis Laville; François Vatin; Jean-Jacques Gislain; Emmanuel Lazega; Pascal Chantelat; Sophie Dubuisson-Quellier; Franck Cochoy; Michel Grossetti; Michel Lallement; Bernard Convert; Pascale Trompette; Fabian Muniesa (cidadania francesa e espanhola); Sophie Chauveau; Olivier Godechot; Pierre-Paul Zalio; Pierre François; Frédéric Godart; Isabelle This Saint-Jean; Sandrine Barrey; Ronan Le Velly; Liliana Doganova (Bulgária) Grécia: Sokratis Koniordos Holanda: Olav Velthuis Hungria: László Bruszt; Balázs Vedres (vide também Estados Unidos) 277 Inglaterra: Geoffrey Ingham; Nigel Dodd; Mark Harvey; Peter Miller; Peter Abell; Jack Barbalet; Don Slater; Fran Tonkiss; Gregory Jackson; Joanne Entwistle; Yuval Millo; Daniel Beunza; Jonathan Gershuny; Susan Johnson Itália: Alberto Martinelli; Carlo Trigilia; Enzo Mingione; Arnaldo Bagnasco; Marino Regini; Sandro Segre; Lorenzo Bordogna; Mauro Magatti; Roberto Rizza; Filippo Barbera; Michele La Rosa; Geny Piotti; Gabriele Ballarino Portugal: João Freire; José Maria Carvalho Ferreira; Rafael Marques; João Peixoto; João Carlos Graça; Rui Santos; Marta Pedro Varanda; Paula Abreu Rússia: Vadim V. Radaev Suécia: Richard Swedberg (vide Estados Unidos); Patrik Aspers (vide Alemanha); Reza Azarian Suíça: Michael Nollert *No caso de estrangeiros, naturalizados ou com dupla cidadania, indicado, quando possível, o país de origem entre parênteses 278 Centros, núcleos, grupos de pesquisa nacionais e estrangeiros na disciplina Alemanha MPIfG – Max-Planck-Institut für Gesellschaftsforschung / Max Planck Institute for the Study of Societies Brasil NESEFI – Núcleo de Estudos de Sociologia Econômica e das Finanças (Ufscar) NUSMER – Núcleo de Estudos Sociológicos dos Mercados (Ufsc) Escócia Department of Sociology – University of Edinburgh Estados Unidos CSES - Center for the Study of Economy and Society (Cornell University) Department of Sociology – Columbia University Department of Sociology – Stanford University Department of Sociology – Harvard University Department of Sociology - Northwestern University Department of Sociology – University of California, Berkeley Department of Sociology – University of Wisconsin-Madison Economic Sociology (research cluster) – Sociology (Princeton University) 279 ESP - Economic Sociology Program (MIT Sloan School of Management) França CSI – Centre de Sociologie de l’Innovation (Mines – ParisTech) CSO – Centre de Sociologie des Organisations Centre de Sociologie Européene et de Science Politique de la Sorbonne (CESSP-Paris). O centro é o resultado da fusão do Centre de Sociologie Européenne (CES), que engloba a área de pesquisa em Sociologia Econômica, e o Centre de Recherches Politiques de la Sorbonne (CRPS) Inglaterra CRESI – Centre for Research in Economic Sociology and Innovation (University of Essex) Department of Sociology – London School of Economics and Political Science (LSE) Itália Dipartimento di Studi Sociali - Dottorato di Ricerca in Sociologia Economica Università degli Studi di Brescia Dipartimento di Studi del Lavoro e del Welfare - Università degli Studi di Milano DISPO - Dipartimento di Scienza della Politica e Sociologia - Università degli Studi di Firenze Portugal 280 SOCIUS – Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (Instituto Superior de Economia e Gestão – ISEG – da Universidade Técnica de Lisboa – UTL) Fontes: Economic Sociology European Website; sites de instituições / organizações citadas