RITOS DE ENTRADA
E RITOS DE SAÍDA DA
CULTURA DA RUA
Trajetórias de jovens moradores de
rua de Porto Alegre
Míriam Pereira Lemos /2002
OBJETO DE ESTUDO
• As trajetórias das crianças e jovens
que fazem das ruas centrais de
Porto Alegre seu espaço de
sobrevivência: seus ritos de
entrada e seus ritos de saída da
cultura da rua.
REFERENCIAL TEÓRICO
• Busca por uma polifonia teórica...
transdisciplinaridade/complexidade
• Edgar Morin; Michel Maffesoli; Norbert
Elias; Bernard Charlot; Clifford Geertz;
Marc Augé; pesquisas locais, nacionais e
internacionais sobre população de rua.
METODOLOGIA
“O fenômeno de meninos de rua é, antes de
mais nada um fluxo que expressa um
movimento de exclusão social mais amplo...”
Carmem Craidy
• Pesquisa etnográfica; Histórias de vida;
Entrevistas por comentários; Análise
documental
SATURAÇÃO DOS DADOS
As três “coisas” mais importantes:
A RUA
A DROGA
E A MORTE
“Tirar o menino da rua... é fácil.
Difícil, é tirar a rua do menino”
Frei Mariano/ BH
ELEMENTOS-CHAVE PARA A ANÁLISE DA
CULTURA DA RUA
RUA
DROGA
MORTE
TERRITÓRIO
TRAJETÓRIA
IDENTIDADE
ESPAÇO
TEMPO
PROCESSOS
IDENTITÁRIOS
CULTURA DE RUA
As três “coisas” mais importantes:
Rua
Espaço
Droga
Tempo
Morte
Processos Identitários
REDE DE SIGNIFICADOS
CULTURA DE RUA
RUA
DROGA
MORTE
ESPAÇO
TEMPO
IDENTIDADE
TERRITÓRIO
TRAJETÓRIA
PROCESSOS IDENTITÁRIOS
EXÍLIO
SUSPENSÃO DO
TEMPO
FIM DO "EU"
RETERRITORIALIZAÇÃO
HISTÓRIA PESSOAL E COLETIVA
RECONSTRUÇÃO DE SI
ESPAÇO
• “Tem o Marcelo do Centro, o
Adriano M.S., o Paulo da
Rodoviária, o Buiú da Ponte...”
• “Sabe o que eu fiz hoje? [não
espera resposta] Caminhei,
caminhei, caminhei, caminhei...”
ESPAÇO
• Liberdade
• Exílio
• Circulação Exacerbada
TEMPO
“Amanhã é quando?”
“Que hora é a bita?”
“Tamo no final do mês!”
“Amanhã?! Eu já morri”
TEMPO
•
Passado Negado
• Futuro Inexistente
• Presente Paralisado
PROCESSOS IDENTITÁRIOS
• “Sobre mim não tem quase nada.”
• “Eu já nasci morto.”
• “Se eu morrê hoje... Amanhã faz 1
dia.”
• “Vocês, é um bando de macacos!”
IDENTIDADE
• Estigma
• Identidade Negativa
• Identidade Nula
CULTURA INSTITUCIONAL
ESPAÇO
TEMPO
IDENTIDADE
SEDENTÁRIO
HEGEMÔNICO
URGENTE E
BUROCRÁTICO
GENÉRICA
(usuário, aluno, cliente)
DEMARCADO DE
DENTRO PARA FORA
FUTURO/
PROJETO
INDIVIDUAL
NEGADA
OU
NEGATIVA
(drogado,
infrator,violento)
INCERTO/
PROVISÓRIO
FRAGMENTADO/
DESCONTÍNUO
ÚNICA E FIXA
Ritos de saída
da cultura da rua
Enraizamento dinâmico em
Espaços-Tempos-Relações
(Re)significação
•
•
•
•
•
•
Espaço
Circular por outras culturas
Ter um porto seguro de partida e de retorno
Tempo
Rememorar o que passou
Projetar-se para o que virá
Processos identitários
Ver-se como “outro (s)” possíveis
Compreender a autonomia e a dependência
A dialógica das Culturas
Dois extremos:
doutrinação e relativismo simples
MEDIAR A CONSTRUÇÃO DE
SENTIDO
• Não é impor a sua cultura ao “outro”,
nem reforçar o que a cultura de rua tem
de miséria e sofrimento. É possibilitar
novas formas de relações humanas, para
que o povo da rua tenha – além da escolha
- a ESPERANÇA de construir e construirse num mundo melhor.
PROCESSOS EDUCATIVOS
“O DIREITO à diferença cultural
não é uma obrigação”
“Educar é dar SENTIDO”
“Educar significa ajudar a construir
a SUA cultura”
Bernard Charlot
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