Nutrição Parenteral
Nutrição Parenteral (NP):
Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos,
aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril,
acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à
administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não,
em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a
síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998.
Composição
da NP
As soluções ou emulsões são compostas por :
• Macronutrientes: carboidratos, lipídios e aminoácidos,
• Micronutrientes: eletrólitos, vitaminas e oligoelementos.
A prescrição baseia-se na determinação das necessidades do
paciente.
Indicações
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É indicada nos casos em que a alimentação oral não é possível
ou é indesejada, quando a absorção dos nutrientes é
incompleta e principalmente no estado de desnutrição. Entre
as indicações desta terapia estão:
Pré-operatório;
Complicações cirúrgicas pós-operatórias;
Pós-traumático;
Desordens gastrintestinais;
Moléstia inflamatória intestinal;
Insuficiências orgânicas;
Algumas condições pediátricas.
Vias de Administração
• Pode ser administrada por via central ou periférica ;
• Escolha da melhor via: dependente do teor calórico,
osmolaridade e condições do acesso venoso do paciente.
Via Central
•É indicada para altas
concentrações de
nutrientes;
•A administração é
realizada através de
veias de grandes
calibres;
•É a via de escolha para
grandes períodos de
terapia.
Imagem extraída do trabalho sobre Nutrição Parenteral elaborado pela
Farmacêutica Nilva Passos.
Via Central
• Vantagens:
– Podem ser administradas formulações com alta
osmolaridade;
– Pode ser utilizada por longos períodos;
– Menos dor e menor o risco de hemólise tromboflebite.
• Desvantagem:
– Apresenta maior risco de infecções e complicações.
Via Periférica
•É indicada para baixas
concentrações de
nutrientes;
•É realizada através de
veias de calibres
menores;
•É a via de escolha
para períodos curtos
de terapia
Imagem extraída do trabalho sobre Nutrição Parenteral elaborado pela
Farmacêutica Nilva Passos.
Via Periférica
• Vantagens:
– Mais simples e barata;
– Apresenta menor risco de infecções.
• Desvantagem:
– Só podem ser administradas formulações hipotônicas ou
hiposmolares.
Vias de Administração
• Ambas as via podem apresentar complicações:
– Mecânicas;
– Sépticas;
– Metabólicas.
Vias de Administração
• Existem dois métodos de administração comuns as duas vias:
– Contínuo: infusão contínua de nutrientes de 12 a 24 horas, com fluxo
constante e sem interrupção. Utilizados em hospitais.
– Cíclico: a infusão ocorre em períodos de 12 a 18 horas, geralmente a
noite. Realizada em domicílio.
Profissionais envolvidos
• A portaria 272/98 institui obrigatória a participação de uma
equipe multidisciplinar de terapia nutricional parenteral
constituída por:
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Médico
Nutricionista
Enfermeiro
FARMACÊUTICO
O Papel do FARMACÊUTICO
• Coordenar com a equipe a elaboração de normas e procedimentos
técnicos;
• Avaliação da prescrição quanto a incompatibilidades e interações;
• Avaliação da adequação dos ambientes de manipulação;
• Realizar operações inerentes a manipulação;
• Garantia da qualidade;
• Controle de qualidade;
• Conservação e transporte;
• Orientação e monitorização da terapia;
• Avaliações físico-químicas e bioquímicas;
• Garantir o cumprimento das normas exigidas pela legislação
pertinente em todas as etapas do processo.
Requisitos
• Estrutura física:
– Localização e projeto adequados a manipulação estéril;
– Deve possuir ambientes diferentes para manipulação, limpeza e higienização
dos produtos, paramentação, armazenamento, dispensação;
– Ambientes com estrutura adequada (pisos, paredes , chão, iluminação,
ventilação);
– A entrada para a área de manipulação deve ser precedida por antecâmara;
– Sistemas de filtros de ar e capela de fluxo laminar horizontal classe 100;
– Área de estocagem diferenciada para matérias-primas e produtos acabados.
• Barreira de isolamento:
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–
–
Estrutura física;
Ambiente interno;
Tecnologia de interação;
Sistema de monitoramento.
Requisitos
Imagem extraída do trabalho sobre Nutrição Parenteral elaborado pela Farmacêutica Nilva Passos.
A manipulação de NP deve ser efetuada em área classificada Classe 100,
circundada por área Classe 10.000, de acordo com as Práticas para a
Produção e Controle de Produtos Farmacêuticos, port. 272/98.
Preparo da Nutrição Parenteral
O preparo das formulações deve atender às Boas Práticas
instituídas pela RDC 272/98 e podem variar de acordo com a
necessidade e estrutura das farmácias.
Podem ser:
• Preparo com misturadores automáticos;
• Preparo a partir de soluções parcialmente prontas.
Preparo da Nutrição Parenteral
• Rotulagem
– Informações mínimas obrigatórias.
• Embalagem
– De acordo com as formulações:
• Vidro
• EVA
• PVC
Preparo da Nutrição Parenteral
• Conservação
– Refrigeração, 2 a 8 C.
• Transporte
– Adequação a temperatura e ao prazo de validade do produto.
• Prazo de Validade
– Avaliação pelo farmacêutico da estabilidade e de condições de
esterilidade.
Boas Práticas de Manipulação
Estabelece critérios para:
• Estrutura organizacional;
• Recursos humanos;
• Responsabilidades;
• Saúde, higiene, conduta;
• Vestuários e EPI’s;
• Seleção de equipamentos e materias;
• Operações de preparação;
• Validações;
• Rastreabilidade;
• Controle e Garantia da Qualidade.
Controle de Qualidade
Objetivo: garantir que as especificações e critérios préestabelecidos sejam atendidos. Controlar:
• Estabilidade e compatibilidades: formulações muito susceptíveis a
incompatibilidades, dentre os interferentes estão:
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–
–
–
–
–
–
–
Osmolaridade;
Concentração e ordem de aditivos;
pH;
Temperatura;
Interações entre os íons;
Luz;
Embalagem;
Tempo de estocagem.
Controle de Qualidade
• Principais incompatibilidades encontradas:
– Físicas:
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Precipitação
Alterações de cor
Formação de gás
Formação de espuma
Turbidez
– Químicas:
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•
Oxidação
Fotólise
Epimerização
Catálise
– Físico-Químicas:
• Complexação
• Floculação
• Quebra da emulsão
Controle de Qualidade
Alteração da cor
Formação de precipitado ou turvação
Separação das fases
Imagens extraídas do trabalho sobre Nutrição Parenteral elaborado pela Farmacêutica Nilva Passos.
Controle de Qualidade
• A Nutrição Parenteral pronta deve ser submetida aos
seguintes controles:
– Inspeção visual em 100% das amostras;
– Verificação da exatidão das informações do rótulo;
– Teste de esterilidade.
Garantia da Qualidade
Objetivo: assegurar que os produtos e serviços estejam
dentro dos padrões de qualidade exigidos.
• A farmácia deve possuir um sistema que incorpore as boas
práticas e um efetivo controle de qualidade totalmente
documentado e monitorizado através de auditorias.
Garantia da Qualidade
• Os sistemas de Garantia da Qualidade devem assegurar que:
– As operações de preparação da NP sejam claramente especificadas
por escrito e que as exigências de boas práticas sejam cumpridas;
– Os equipamentos e instrumentos sejam calibrados, com
documentação comprobatória;
– A NP só seja fornecida após o farmacêutico responsável ter atestado
formalmente que o produto foi manipulado dentro dos padrões
especificados pelas boas práticas;
– A NP seja manipulada, conservada e transportada de forma que a
qualidade da mesmo seja mantida até seu uso.
Administração de Medicamentos junto a
Nutrição Parenteral
• Esta é uma área que necessita muito acompanhamento do
farmacêutico devido ao grande risco de interações.
• Vantagens:
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–
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–
Diminui a sobrecarga de fluidos;
Diminui o risco de contaminação;
Aumenta a eficácia: infusão contínua;
Diminui a via de acesso;
Fácil administração;
• Desvantagens:
– Aumenta a possibilidade de imcompatibilidade e instabilidade
– Alto rigor na infusão da NP
Interações
• Algumas interações fármaco-nutrientes:
• Insulina;
• Antimicrobianos;
• Corticosteróides;
• Entorpecentes.
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Nutrição Parenteral