ESTADO DA PARAÍBA MINISTÉRIO PÚBLICO PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA OUVIDORIA Ao Excelentíssimo Senhor Dr. Oswaldo Trigueiro do Valle Filho Digníssimo Procurador-Geral de Justiça Nesta Relatório de viagem realizada à cidade de Brasília-DF, onde, no dia 25 de junho corrente, deste ano de dois mil e treze, teve lugar a 1ª Reunião Extraordinária do Conselho Nacional das Ouvidorias do Ministério Público (CNOMP) Aos vinte e cinco dias do mês de junho do ano de dois mil e treze, pelas nove horas e trinta minutos, no plenário do Conselho Nacional do Ministério Público, em BrasíliaDF, teve início a 1ª Reunião Extraordinária do Conselho Nacional dos Ouvidores do Ministério Público (CNOMP), sob a presidência do Dr. José Valdo Silva, Procurador de Justiça e Ouvidor do Ministério Público do Estado do Ceará e Presidente do referido CNOMP, com a presença de Conselheiros Ouvidores dos Ministérios Públicos de vários Estados da Federação, do Distrito Federal, do Ministério Público Federal, do Trabalho, Militar, em número bastante, pois, a permitir quorum para a deliberação acerca dos temas constantes da pauta extraordinária, dentre elas a reforma estatutária. Os trabalhos se desenvolveram nos períodos da manhã e da tarde. Quanto à reforma estatutária, ficou aprovado o seguinte: alteração da redação do inciso VI do art. 2° do Estatuto do CNOMP, que ficou com a seguinte redação: "editar súmulas, enunciados, resoluções, notas técnicas e moções acerca de questões relevantes para o Conselho e atuação das Ouvidorias, e contribuir para a expedição de sugestões e recomendações aos órgãos de Administração Superior do Ministério Público"; acréscimo do inciso VII ao art. 10 do mesmo Estatuto, com a seguinte redação: "designar o seu assessor especial, que deverá estar vinculado à Ouvidoria de origem da presidência". Quanto ao item da pauta que trata sobre METAS NACIONAIS para as Ouvidorias, sendo elas: "1° Auxiliar o Ouvidor-Nacional e o Procurador-Geral de Justiça e da República na coordenação das políticas institucionais, principalmente no que pertine às ações comunitárias, da sociedade civil, conselhos de gestão e controle (educação, saúde, idoso, criança adolescente etc) e imprensa; 2° - Criação e Aprimoramento do Sistema Nacional de Ouvidoria do Ministério Público e com a disponibilidade de uma CASOTECA (casos emblemáticos para estudos e soluções), quando as reclamações e denúncias serão utilizadas para aprimoramento das condutas ministeriais, efetivando uma constante parceria com membros e servidores para que sejam dadas eficazes e rápidas respostas à sociedade e, apenas em último caso, apreciação e encaminhamento ao Procurador-Geral e/ou à Corregedoria Geral, uma vez que a Ouvidoria não detém e nem tem pretensões de aspirar a atos correicionais, tendo, aliás, como objetivo primordial a implementação de mecanismos que propiciem mais agilidade e transparência na atuação dos órgãos do Ministério Público, sendo, desta forma, o grande colaborador para o aperfeiçoamento das atribuições ministeriais; 3° - Estabelecimento do fone 127 como número nacional das Ouvidorias do Ministério Público, recaindo a ligação na Ouvidoria correspondente ao local onde o manifestante estiver; 4° - Previsão para que as manifestações dos cidadãos sejam transformadas em diagnósticos capazes de permitir a identificação de áreas e regiões que demandam melhorias, favorecendo o aperfeiçoamento dos serviços não apenas ministeriais, mas, sobretudo, públicos de uma forma geral, fazendo da Ouvidoria Geral um canal de comunicação onde as sugestões sejam utilizadas para aprimorar serviços do estado, cujas atribuições do MP determinem sua fiscalização; 5° Transformar a Ouvidoria Geral no protagonista da mediação dos conflitos sociais locais e nacional, vindo a atuação no âmbito externo ser exercida mediante uma atividade que promova a intermediação entre o cidadão e os Órgãos Públicos, com uma sensível diminuição da judicialização dos conflitos e das constantes intervenções judiciais nas ações de governo, visando a solução de problemas onde os direitos da cidadania tenham sido malferidos e por cuja garantia deva zelar o Ministério Público, deixando; 6° - Realização de Campanha Nacional onde seja dada ênfase nas formas de acesso à Ouvidoria, dúvidas frequentes e exemplos de soluções que podem ser dadas pela Ouvidoria do MP, bem como o estímulo à realização de Campanhas Regionais com Ações de Itinerância em parceria com outras Instituições (Tribunais de Contas, Defensoria, Ouvidorias do Parlamento e do Executivo – como as de Polícia/Órgãos de Segurança - nos diversos bairros da capital, região metropolitana e municípios do interior de cada Estado, difundindo, de forma itinerante, a presença da Ouvidoria Geral do MP; 7° - Buscar, em parceria com o Conselheiro OuvidorNacional, que o Procurador-Geral da República e Procuradores-Gerais, com aproximação com o CNPG, os meios para conseguir disponibilizar às Ouvidorias e à população em geral uma sede e estrutura funcional capazes de oferecer uma acessibilidade e celeridade condizente com sua finalidade, além de uma maior proximidade com a população, sobretudo o jurisdicionado, visando-se sempre a necessidade de realizações periódicas de Itinerância; 8° - Institucionalizar um quadro próprio de servidores para a Ouvidoria-Geral, sobretudo que tenham as afinidades condizentes com as nobres funções de uma ouvidoria, havendo previsão de capacitações e treinamentos, através de cursos presenciais ou à distância, através das escolas de formação em Direitos Humanos da SEDH da presidência da República. 9° - Realizar parcerias com instituições governamentais, conselhos de gestão e controle (educação, saúde etc) além de ONGs, lideranças comunitárias, associações religiosas etc para realização de ações; 10° - Efetivar os meios para que seja fielmente aplicada o acesso à informação, nos moldes da legislação pertinente e da orientação do CNMP; 11° - Buscar proximidade (firmando Termos de Cooperação) e partilhar experiencias com as diversas ouvidorias institucionais, além da ABO (previsão de associação do quadro de servidores), tanto a nível local quanto nacional, aprimorando constantemente os meios para tornar mais simples e eficaz possível a participação da população, além de se buscar uma integração digital (para simples encaminhamento de manifestações) da Ouvidoria do Ministério Público com as Ouvidorias, como as do Estado, prefeituras, Assembleia Legislativa, Câmara dos Vereadores, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Tribunais de Constas etc; 12° Explicitar à sociedade, através de campanhas nacionais, que a Ouvidoria Geral do Ministério Público é o grande canal para que a população participe do processo institucional, vindo considerar o Parquet como o órgão garantidor por excelência dos direitos e garantias fundamentais, concretizando-se assim uma cidadania que tenha na Justiça seu principal termômetro, no qual as mazelas sociais e jurídicas sejam de fato, não apenas reveladas, mas sobretudo solucionadas; 13° - Propor ao Colégio de Procuradores de Justiça a maior independência das Ouvidorias Gerais, vindo o Ouvidor ser eleito pelo colegiado para mandato certo, permitida ou não uma recondução, e com previsão de estrutura administrativa própria, na qual sua equipe, apesar da escolha dos assessores, tenha um núcleo preservado para a possibilidade de uma profissionalização e aproveitamento dos que foram qualificados, além de possibilitar a elaboração de levantamentos e diagnósticos acerca das rotinas e resultados operacionais dos órgãos do Ministério Público, podendo coordenar projetos com tais objetivos e sugerir medidas tendentes ao equacionamento de anomalias pontuais eventualmente detectadas", tais metas, ficou dito, em reunião da Diretoria do CNOMP, ocorrida no dia anterior, na mesma cidade de Brasília, que as quatro primeiras passaram por uma análise e enxugamento dos seus textos e que estas e as demais ficarão como objetos da pauta da próxima sessão ordinária do CNOMP a ser realizada no próximo mês de agosto em Rio Branco, Roraima. Outro item da pauta da reunião extraordinária foi "O Estabelecimento de cooperação nacional, com a adesão do CNMP ao Termo de Cooperação do SENADO, CÂMARA E TCU, sob o intermédio do Ouvidor-Nacional DO CNMP, Conselheiro Almino Afonso Fernandes (COMO PREPARATIVO DA REUNIÃO DO DIA 02/07/2013, COM O CNMP). A respeito de tal assunto, ficou deliberado que o mesmo será levado ao conhecimento do Ouvidor Nacional do CNMP, Conselheiro Almino Afonso, como sugestão que o mesmo possa apresentar. Registra-se, agora, a fala do Presidente do CNOMP, ao apresentar a todos os presentes a "Carta dos Ouvidores do Ministério Público aos Manifestantes", a propósito das manifestações populares que têm surgido nos últimos dias, em todo o pais, carta esta que tem o seguinte teor: "Caríssimos e Caríssimas Colegas, Desde minha chegada a este ínclito Conselho Nacional, lograda agora em agosto, quando da 2ª Reunião Extraordinária, em Canela/RS, pude congraçar-me com ilustres Membros que denotam o quão vasto, rico, pois diversificado, é a nossa amada e imprescindível Instituição ministerial. Sei que somos devedores de um já enraizado e longo trabalho feito por aqueles que nos antecederam, porque feito por homens e mulheres que, na qualidade de militantes da cidadania, desejavam ver um Ministério Público cada vez mais democrático, porque participativo e, acima de tudo, sabedor que deve fazer da participação popular um verdadeiro meio de uma construção institucional. É que a Ouvidoria auxilia no fortalecimento do indivíduo diante das grandes e mais complexas estruturas da administração pública, conferindo uma maior transparência às ações das instituições, buscando a superação da passividade com o incentivo à participação e, por consequência, aprimorando o grau de conscientização da cidadania e a valorização da democracia. Nesta trilha, tive a sorte de encontrar na atual composição do CNOMP uma gama de ilustres colegas que se esforçam por uma construção de Ouvidorias mais cidadãs, onde deixar a porta aberta e demonstrar a constante disposição de ouvir, revela a primeira missão de qualquer Ouvidoria, mormente a do Ministério Público que, detentor de atribuições imprescindíveis à defesa dos Direitos Fundamentais e da Democracia, mais que as demais tem sobre si a honrosa atribuição de buscar na população um termômetro da razão de ser de nossa Instituição. Todavia, até porque essencial à Justiça, devemos estender o simples ato de sempre estarmos dispostos a ouvir para aplicarmos o velho jargão da necessidade de ouvir concretamente a outra parte, não apenas no exercício de nossas imprescindíveis e honrosas atribuições, mas, principalmente, como vetor de um comportamento cidadão difusor da democracia. Assim, não apenas me ponho à inteira disposição de todos os colegas para uma constante troca de ideias, recebimento de críticas, sugestões, até mesmo pela ânsia de aprender, razão pela qual buscarei em cada colega uma parceria para que possamos, todos juntos, construir um Ministério Público cada vez mais próximo do cidadão, engrandecendo, pela legitimação popular, não apenas nosso Ministério Público, mas também nosso já consolidado CNOMP, que deve ser independente e laborioso, no sentido de unificar condutas, debater correções e buscar, acima de tudo, o aprimoramento da efetivação de nossas elevadas atribuições, vendo no cidadão a origem e fim de ser do Estado. Sempre busquei, de forma incansável, ser fiel e obstinado no cumprimento de minhas obrigações institucionais, laborando com o zelo, a sinceridade, a honestidade e principalmente com a independência que sempre defendi ao longo dos mais de 30 anos de dedicação ao Ministério Público Cearense. Não obstante o empenho contínuo dispensado juntamente com meus pares e, agora, convosco, o arder dos anseios maiores da sociedade e a imorredoura consciência da imensa responsabilidade pesada sobre cada um de nós, Promotores, Promotoras, Procuradores e Procuradoras, jamais me permitiram desvanecer ou sequer acomodar-me ante as adversidades e os percalços, que todos sabemos, são muitos e precisam ser superados. Através de uma interação firme e acima de tudo independente, fui o 1º Ouvidor-Geral do Ministério Público do Estado do Ceará, designado pela Portaria nº 226/1998, ainda na gestão do saudoso Nicéforo Fernandes de Oliveira, Procurador-Geral de Justiça de então, oportunidade em que lutei pela Institucionalização da Ouvidoria Geral cearense, sendo um avanço por se tratar de um canal aberto ao cidadão, coadunando com o fim social de nosso Parquet. Através de indissolúvel compromisso com a causa da cidadania, encontrei natural destaque em meio ao segmento da ouvidoria no Estado do Ceará, tanto que entre 1999 e 2003 exerci por 02 (dois) mandatos as funções de Vice-Presidente da Associação Brasileira de Ouvidores – Secção Ceará (ABO-CE), eleito pela categoria nas chapas encabeçadas pelas Professoras Adísia Sá e Fátima Vilanova. Aclamado por aquela mesma categoria, quedei-me seguidamente eleito e reeleito entre os anos de 2004 e 2007 para as funções de Presidente da ABO-CE, dando continuidade ao trabalho árduo de seus antecessores, período em que laborei intensamente pela interiorização das ouvidorias públicas e privadas, estreitando fronteiras com os cidadãos de outros rincões de nosso Estado, pautando-me pelos deveres com a ética, com cidadania e, por conseguinte, com o próprio fortalecimento do Estado Democrático de Direito. Ainda durante o percurso dos 02(dois) mandatos, criei o Encontro Estadual de Ouvidores, evento que já registra mais de 8 edições anuais, a última realizada com irrestrito apoio da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, implantando o sistema de rodízio em reuniões itinerantes, democratizando a todos os ouvidores cearenses um melhor acesso à administração da ABO-CE, logrando, outrossim, a criação do Curso de Pós-Graduação de Gestão em Ouvidoria, ministrada pela Faculdade Grande Fortaleza, sob a modalidade educação à distância. Enfim, tive a oportunidade de protagonizar momentos decisivos para o surgimento e consolidação do sistema de Ouvidorias, coadunando com o fim social de nosso Parquet. Apesar da bagagem que cultivei, busco e buscarei neste seleto CNOMP o fortalecimento de nossa Instituição, tendo como paradigma o trabalho, a transparência e, principalmente (nunca é demais assinalar!), a independência no exercício funcional democrático, acessível a todos os companheiros de forma indistinta, duradoura e igualitária. Renovadas as forças, sabedor dos desafios que se avizinham, venho humildemente fazer externar a minha humilde e sincera gratidão por tão boa acolhida, fazendo realçar minha pretensão em contribuir para que o CNOMP se fortaleça, buscando a devida parceria com o Exmo. Sr. Ouvidor Nacional do CNMP, mas sem contudo deixar de sobrelevar, sobretudo no campo das ideias, a completa independência do CNOMP. Sem mais para o instante, Saúdo-vos com a mais sincera homenagem de estilo, Atenciosamente. José Valdo Silva Procurador de Justiça Ouvidor do MP-CE". Todos os Ouvidores presentes aplaudiram a iniciativa do presidente. A propósito do que ficou deliberado na reunião ordinária ocorrida em Fortaleza-CE a respeito da PEC 37, o Presidente fez alusão ao posicionamento adotado pelo Ouvidor do Ministério Público do Estado da Paraíba, Dr. Doriel Veloso Gouveia, que fez circulá-lo entre todos os Senadores e dentre todos os Deputados Federais do seu Estado, dizendo mais que o havia recebido também e que o transformara em MANIFESTO do CNOMP. Ante tal alusão, fizemos então o nosso agradecimento, pela acolhida dada pelo CNOMP ao que foi transmitido por nós com relação à mencionada PEC. Também, na reunião, fizemos menção a um comunicado via e-mail que nos foi encaminhado pela Ouvidora do Ministério Público do Estado do Maranhão, Drª Marilea Campos dos Santos Costa, que, ante convite da Procuradoria-Geral para que assumisse uma Subprocuradoria, resolveu agradecer e permanecer na sua Ouvidoria. Isso, disse na oportunidade, é motivo de regozijo para todos nós Ouvidores, ante a demonstração de compromisso verdadeiro com o órgão de tanta importância para a cidadania, como a Ouvidoria. Esses, enfim, os registros dignos de nota na reunião extraordinária. É o relatório. Doriel Veloso Gouveia Ouvidor do MP-PB