I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 Avaliação de Objeto de Aprendizagem de Matemática por Educadores de EJA – da Fundamentação Pedagógica e de Conteúdo Zorália Brito das Chagas Vasconcelos, Cleosanice Barbosa Lima, Raimunda Rosany Magalhães Mestrado Profissional em Computação Aplicada - Universidade Estadual do Ceará (UECE) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) / Prefeitura Municipal de Fortaleza-SME – Fortaleza/CE [email protected], [email protected], [email protected] Resumo. O artigo discorre sobre a avaliação de Objeto de Aprendizagem para o ensino de Matemática no curso Fundamental da EJA. Sua meta é apresentar os resultados de uma avaliação objetiva, realizada por educadores que atuam nessa modalidade de ensino. As categorias analisadas foram Fundamentação Pedagógica e Conteúdo. Foi planejada e aplicada uma oficina para os envolvidos, a fim de subsidiar a fundamentação teórica na escolha e na avaliação do OA. Criou-se um checklist para formalizar e especificar os critérios a serem avaliados. A escolha do OA pelos professores tinha como requisitos ser da área de Matemática e poder servir como ferramenta em suas aulas, a fim de incentivar a prática da informática educativa. O OA escolhido foi o Construtora Rived, do grupo Proativa (UFC-Virtual). Pode-se sintetizar que o OA avaliado, foi considerado uma ferramenta de conteúdo adequado, atualizado, sem erros conceituais, com organização lógica, com um bom aprofundamento conteudístico, mas apresenta os exercícios já em nível elevado. Sendo assim, indicado como ferramenta para a utilização em turmas de educação de jovens e adultos. Neste primeiro momento, restringiu-se a avaliação do OA pelo professor, porém, é relevante salientar que a análise de um OA só se faz completa quando realizada de maneira Formativa, ou seja, quando abrange o uso do software educativo pelo aluno . 1. Introdução É perceptível, a aplicação de software na área educacional, que segundo sua finalidade e seus desenvolvedores, podem contribuir como ferramenta de trabalho para o professor e auxílio na aprendizagem do aluno. Porém, é fato também que parte da utilização desses _____________________________________________________________________________________ 325 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 produtos, não vem legitimando e concretizando a relação objetivo do software e resultados alcançados. Diante disso, se faz necessária a validação de software educacionais antes de seu possível uso pelo professor em sala de aula. Tarefa esta não muito fácil devido a enorme quantidade disponível desses produtos. A proposta desse artigo é avaliar, dentre os software educativos, objetos de aprendizagem da área de Matemática, que possam ser aplicados em turmas de EJA (Educação de Jovens e Adultos). Tal análise, terá o objetivo de verificar se, realmente tais objetos de aprendizagem tem aplicabilidade neste público-alvo e nas aulas que compreendem um determinado tema. A avaliação se dará de maneira objetiva, e serão educadores do curso da EJA os próprios avaliadores dos ao, pois é relevante agentes educacionais, críticos na escolha de qualquer recurso pedagógico, para daí chegar no aluno. Será utilizado um checklist elaborado e disponibilizado pelo grupo da pesquisa, com base em formulários já elaborados por autores, como Oliveira (2001). Nessa abordagem de avaliação dos objetos de aprendizagem, serão considerados primordialmente, aspectos pedagógicos, oriundos das quatro categorias utilizadas na avaliação de SE por Oliveira (2001). 2. Software Educacional Atualmente, diversos estudos apontam os benefícios educativos propiciados pelo uso do computador na sala de aula; no entanto, essa não é uma idéia nova. Em 1967, Papert se apropriou dos computadores para expandir o aprendizado dos estudantes em espaços educativos, não limitantes à sala de aula. Por meio da linguagem de programação LOGO, voltada à educação, buscou desenvolver na criança, as habilidades cognitivas. Neste cenário, é enorme e progressiva, a produção de software para as atividades educacionais. Surge o Software Educacional que, segundo Oliveira (2001), esta inserido no contexto educacional, de forma adequada, mesmo que não tenha sido concebido para este fim. Alguns pesquisadores, distinguem dois tipos de software educacionais: o Software Educativo e Software Aplicativo. Neste artigo, se dará ênfase, primordialmente, ao primeiro. O software educativo (SE), conforme descreve Gomes (2005), é um sistema computacional interativo, intencionalmente concebido para facilitar a aprendizagem de conceitos específicos. Entretanto, Oliveira (2001) afirma que para ser um SE, é necessário ter uma fundamentação pedagógica desde a sua produção, propiciar ao usuário a construção de conhecimentos relativos ao conteúdo didático, permitir a interação aluno-SE-professor, ser de fácil uso e atualizável. Fazendo um breve retrato histórico da evolução dos software educativos, Oliveira (2001), assim descreve: E com ênfase no conteúdo (década de 60) - CAI (Instrução Assistida por Computador), destacando-se a Máquina de Ensinar, de Skinner, que reproduzia e repetia a prática de ensino empirista da época. _____________________________________________________________________________________ 326 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 E na perspectiva construtivista (fim dos anos 60) – Papert desenvolveu a linguagem LOGO, baseada na teoria de Piaget e em Inteligência Artificial. Linguagem considerada, sinônimo de Informática na Educação. E com ênfase na interação com o usuário (na década de 70) – surgimento dos Sistemas Inteligentes, cujo objetivo era a interação progressiva com o aluno, associados ao funcionamento cognitivo do aprendiz. E com interação com usuário e aproveitamento pedagógico (final dos anos 70) – surgimento dos programas de simulação, tutoriais, de desafios, jogos educacionais, e de modelagem. E como ferramentas específicas curricular (na década de 90) – a partir da necessidade do uso dos software educativos por professor especialista (Matemática, Português, Geografia, Hisória, entre outras) e da grande quantidade de SE disponível no mercado, dá-se destaque à produção de SE que abordam áreas específicas do currículo de ensino – denominadas de Ferramentas Específicas, tais como: Interactive Physics, Modellus (Física); Cabri, Geogebra (Geometria); Creative Writer (Linguagem). E como Objetos de Aprendizagem (no final dos anos 90) - surgem para o uso em uma unidade temática disciplinar, com aplicação, de preferência, em uma aula pelo professor especialista. Esse por sua vez, toma destaque em nossa pesquisa por ser a ferramenta de aprendizagem da avaliação. 2.1. Objetos de Aprendizagem Os Objetos de Aprendizagem (OA) são um tipo de tecnologia muito recente que utiliza os recursos digitais para promover a aprendizagem. A princípio, não há um consenso entre autores ou entidades acadêmicas para sua definição. O IEEE Learning Technology Standardization Committee - LTSC, define objetos de aprendizagem sendo “qualquer entidade, digital ou não, que pode ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado apoiado pela tecnologia”. Para Wiley (2000), objeto de aprendizagem é “qualquer entidade digital que pode ser usada, reusada ou referenciada durante um processo de aprendizagem suportada pela tecnologia”. Nunes (2005) define que “materiais digitais (imagens, documentos, simulações, vídeos, recursos multimídia etc.) que apóiam o processo de ensino e aprendizagem e têm um objetivo educacional bem definido”, é um OA. No Brasil, o programa da Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED), da Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC), tem por finalidades a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de OA, e promover a produção e publicação na web os conteúdos digitais gratuitamente. Fernandes et al (2008) considera como características para um OA: ser acessado pelo computador ou por meio digital; ser pequeno; ter tempo limite de uso, equivalente a uma aula; ter um conteúdo específico curricular. Outro aspecto importante embutido no OA é a da não substituição do papel docente no processo de ensino e aprendizagem, nem de cobrir determinado conteúdo de forma _____________________________________________________________________________________ 327 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 autodidata, pelo contrário, Castro-Filho (2007) recomenda que seja sempre realizado com a presença e mediação do professor especialista. Nunes (2005) reforça que qualquer ferramenta de apoio educacional, caberá ao professor, antecipadamente, conhecer, avaliar e selecionar para melhor se adequar a realidade de sua sala de aula; que haja relação entre o OA escolhido e a atividade a ser desenvolvida, que trate de conteúdos pertinentes ao processo de aprendizagem do aluno, e que o OA seja instrumento de desafio para que o usuário se sinta motivado para a execução das atividades. 3. Avaliação da qualidade de Objeto de Aprendizagem Promover a qualidade de objeto de aprendizagem requer atenção para dois aspectos: o processo de produção e o produto em si; a qualidade do processo contribui para a melhoria da qualidade do produto e a qualidade do produto contribui para a melhoria da qualidade em uso. (ABNT, 2003). A qualidade de um OA depende do processo de seu desenvolvimento voltado à produção de um artefato que atenda aos objetivos e necessidades dos usuários e que atenda a sua aprendizagem. (Rocha e Campos, 1993). Tem-se observado, o lançamento, cada vez mais intenso, de software no mercado que, segundo seus fabricantes, poderia auxiliar o trabalho de professores e facilitar a aprendizagem dos alunos. No entanto, a baixa qualidade técnica e pedagógica desse produto não promove os resultados esperados; tal fato ocorre em razão, segundo afirma Tchounikine (2002) da dificuldade de se expressar conceitos pedagógicos na produção de software educativo. A qualidade de um software é medida em função das características que apresenta. A Norma NBR 13596 - Tecnologia de Informação: Avaliação de Produto de Software Características de Qualidade e Diretrizes para seu Uso (ISO 9126), aponta seis características como qualidade de um produto de software: funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência, portabilidade e manutenibilidade. 4. Metodologia para avaliação do software educativo Para Oliveira (2001), a metodologia para avaliação do software educativo pode ser de caráter Objetiva e Formativa. A Avaliação Objetiva quando se efetiva significa o olhar criterioso de uma equipe multidisciplinar, capaz de abordar diferentes aspectos a serem considerados na avaliação da qualidade do produto. A Avaliação Formativa deve ser realizada com os usuários do SE enquanto utilizam esse produto. É importante salientar que, além da escolha dos critérios a serem analisados em um SE, a avaliação só é completa quando realizada de maneira Formativa, ou seja, quando abrange a utilização de software educativo pelo aluno, pois, para garantir a adequabilidade do software em relação a seus usuários, uma avaliação restrita à objetividade do software em si é insuficiente, já que não leva em conta a subjetividade do sujeito no processo de conhecimento. No entanto, neste primeiro momento, teremos apenas a abordagem da Avaliação Objetiva. Como nossa meta de pesquisa. _____________________________________________________________________________________ 328 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 4.1. Critérios de avaliação de Software Educativo (OA) Os critérios, que referimos neste artigo, foram selecionados com base nas idéias expostas em listas de critérios de avaliação de software disponíveis na Internet, como a da Universidade do Maine (Fitzgerald 1997) e a da National Career Development Association (1999), e no texto de Guimarães et al. (1987). Também relevamos a lista de Rocha e Campos (1993) que enfatiza os fatores de qualidade do produto e seus objetivos de qualidade. Esses critérios foram classificados em quatro categorias: Fundamentação pedagógica; Interação aluno-SE-professor; Conteúdo; Programação. Considerando as variáveis que envolvem um trabalho dessa natureza, em que o tempo para maturação da pesquisa e alcance dos resultados, é imprescindível, elegemos como foco, apenas as categorias Fundamentação Pedagógica e Conteúdo. Os critérios compreendidos por essas categorias são os seguintes. Fundamentação pedagógica – relativo à base pedagógica que permeia as atividades do SE. Abrange o item: 1. Clareza epistemológica - relativo à base pedagógica que permeia o desenvolvimento do SE. Esse item se desdobra nos seguintes: a) Explicitação dos fundamentos pedagógicos que embasam o SE - indicação da opção pedagógica de sua equipe produtora. Na capa do SE ou no guia de apoio pedagógico ao professor que deve acompanhar o produto; b) Consistência pedagógica – apresenta pistas com coerência entre a teoria pedagógica da equipe produtora do SE e a prática pedagógica de fato viabilizada por ele. Conteúdo – relativo aos níveis de exigência para o trabalho com a área de conhecimento selecionada para o desenvolvimento do SE. Compreende: 1. Pertinência do conteúdo – relativo à seleção adequada ao conteúdo do SE. Aborda: a) Adequação do SE ao conteúdo nele trabalhado – o SE é uma ferramenta adequada ao trabalho didático-pedagógico com o conteúdo por ele veiculado; b) Excelência do SE como ferramenta didática para aquele conteúdo - outro tipo de ferramenta não substitui com vantagens o SE no trabalho com o seu conteúdo didático. 2. Correção do conteúdo - relativo à correção do conteúdo, de sua organização lógica, forma de representação e simplificação. Esse item se desdobra nos seguintes: a) Correção do conteúdo – ausência de erros conceituais; b) Correção da organização lógica do conteúdo – as alternativas propostas para o trabalho com o conteúdo pressupõem uma gênese conceitual observável no uso do SE; c) Correção da representação do conteúdo – as formas usadas no SE para ajudar o aluno na compreensão do saber não comprometem o entendimento de seu conteúdo; d) Correção das simplificações do conteúdo – as simplificações necessárias para a compreensão daquele saber pelo aluno não descaracterizam ou empobrecem o conteúdo. 3. Estado da arte – relativo à atualidade de conteúdo e metodologia. Compreende: _____________________________________________________________________________________ 329 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 a) Atualidade do conteúdo – o conteúdo veiculado pelo SE está atualizado, não ultrapassando os limites do conhecimento formalmente aceito; b) Atualidade da metodologia – a metodologia usada no trabalho com cada conteúdo específico tem por referência os avanços de abordagem didática daqueles conteúdos. 4. Adequação à situação de aprendizagem – relativo à adequação do conteúdo ao público-alvo e ao currículo escolar. Compreende: a) Adequação do conteúdo ao público-alvo – amplitude e profundidade do conteúdo adequado ao nível do aluno previsto como público-alvo; b) Adequação do conteúdo ao currículo escolar – amplitude e profundidade do conteúdo adequado ao currículo oficial. 5. Variedade de abordagens – relativa à multiplicidade de atividades propostas no SE, visando ao trabalho com seu conteúdo didático. Compreende; a) Apresentação de diferentes alternativas de abordagens – diversas alternativas são disponibilizadas de forma a possibilitar que um número maior de alunos utilize o software para a construção do conhecimento inerente ao seu conteúdo; b) Possibilidade de aprofundamento – a presença de alternativas de aprofundamento busca evitar que o conhecimento dos alunos seja nivelado por baixo. 6. Conhecimentos prévios – Relativo à explicitação na documentação do SE dos conhecimentos prévios necessários ao trabalho com o conteúdo proposto e presença de suporte para que o aluno construa tais conhecimentos quando eles não estão disponíveis em seus esquemas. Esse item se desdobra nos seguintes: a) Indicação dos conhecimentos prévios - os pré-requisitos necessários à compreensão do conteúdo do SE são esclarecidos em guia de apoio pedagógico ao professor, b) Retrabalho com os conhecimentos prévios – na perspectiva de que aprendizagem evolui de modo recursivo, o SE parte dos conhecimentos prévios disponíveis de forma a garantir que o aluno construa e reconstrua seus conceitos ao utilizá-lo. 5. Metodologia A necessidade de investigar aber se Objetos de Aprendizagem da área de Matemática, podem ser usados em turmas de EJA (Educação de Jovens e Adultos), foi realizada a pesquisa do tipo Descritiva, através de um estudo de caso, com o propósito de observar, registrar, analisar e correlacionar fatos sem manipulá-los (Cervo, 2007). Para a coleta de dados, foram utilizados a observação e um checklist. 5.1. Oficina para educadores Participaram 06 professores licenciados em Matemática, 10 coordenadores e 02 diretores, ambos com formação em Pedagogia. Todos os participantes atuam na modalidade Educação de Jovens e Adultos, no Curso Ensino Fundamental, de formação inicial, na área de Ciências da Natureza, na Disciplina de Matemática. Para realização desse estudo realizou-se uma metodologia de ensino presencial e a distância. As oficinas ocorreram no período de 4 a 15 de maio, com uma carga horária total de 32h, sendo 2 (dois) encontros presenciais, com 16hs cada, e o restante da carga _____________________________________________________________________________________ 330 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 horária, com atividades e orientações de estudo à distância. Nas orientações iniciais a distância, foi proposta a leitura dos capítulos 2 e 4 do livro Ambientes Informatizados de Aprendizagem: Avaliação e Produção de Software Educativo, de Oliveira, Costa e Moreira (2001), considerando a necessidade do alinhamento conceitual sobre a temática abordada. No primeiro encontro presencial, realizou-se um debate das questões relevantes do texto proposto. A partir das discussões e considerações do grupo, foi elaborado o checklist como instrumento de avaliação do OA. A abordagem no segundo encontro, foi sobre Objeto de Aprendizagem: categorias, repositórios e critérios de avaliação. Nesta ocasião, foram apresentados repositórios para que os participantes explorassem e selecionassem um OA da disciplina de Matemática. Em seguida, foi feita a avaliação do OA escolhido, em equipe. Ao final, houve a socialização dos trabalhos realizados por cada equipe. 5.2. Recursos - Repositório: O repositório escolhido foi o http://www.proativa.vdl.ufc.br, pelo fato de encontrar OA pertinentes ao ensino de matemática, como foco em conteúdo relevante a turma de EJA. O Grupo de Pesquisa e Produção de Ambientes Interativos e Objetos de Aprendizagem – PROATIVA, tem por objetivo desenvolver objetos de aprendizagem, bem como realizar pesquisas sobre a utilização desses objetos na escola, como forma de melhorar o aprendizado dos conteúdos escolares. - O objeto de aprendizagem Construtora Rived: Propõe oferecer aos educadores atividades de matemática, do Ensino Fundamental. Tem como objetivos, favorecer a percepção que diferentes unidades de medidas podem representar à mesma área e saber calcular a área total de um ambiente através do uso adequado das fórmulas. Figura 1. Interface do OA Construtora RIVED A escolha do OA se deu mediante a análise do grupo em verificar que o OA Construtora Rived, teria aplicabilidade nas turmas dos cursos de EJA, pela sua aparência, linguagem e conteúdo apresentados. A Figura 1, exibe a tela do OA no site do Proativa. _____________________________________________________________________________________ 331 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 - O Checklist: O checklist usado na avaliação do OA Construtora Rived pelos professores, foi composto por duas categorias: Fundamentação Pedagógica e Conteúdo. Cada categoria compreendem sub-categorias e atributos, respectivamente, como mostra no Quadro 1. Quadro 1: Itens avaliados no OA Construtora RIVED Categorias Sub-categorias Fundamentação 1. Clareza Epistemológica Pedagógica Atributos 1.1. Explicitação dos fundamentos pedagógicos que embasam o software 2. Consistência Pedagógica Conteúdo 1. Pertinência do conteúdo 1.1. Adequação do OA ao conteúdo nele trabalhado 1.2. Excelência do OA como ferramenta didática para aquele conteúdo 2. Correção do conteúdo 2.1. Correção do conteúdo 2.2. Correção da organização lógica do conteúdo 3. Estado da arte 3.1. Atualidade do conteúdo 4. Adequação à situação de aprendizagem 4.1. Adequação do conteúdo ao público-alvo 4.2. Adequação do conteúdo ao currículo escolar 5. Variedade de abordagens 5.1. Apresentação de diferentes alternativas de abordagens 5.2. Possibilidade de aprofundamento 6. Conhecimentos prévios 6.1. Indicação dos conhecimentos prévios 6. Avaliação do OA Construtora Rived O Quadro 2, relaciona as representações que os professores tem da Concepção pedagógica e do Conteúdo do objeto de aprendizagem Construtora Rived. Os registros abaixo, são resultantes da relação das respostas do checklist, da observação e considerações dos participantes no momento de socialização. a) Fundamentação Pedagógica Quadro 2: Resultado das avaliações do OA Construtora RIVED Concepção Empirista Concepção Racionalista Concepção Interacionista - Apresenta informações em seções breves - Testa o estudante após cada seção - Só permite avança de nível se obtiver a resposta certa - Algumas questões propostas pelo OA incentivam a memorização - Ocorrendo um erro, o aluno retorna ao ponto anterior - Reforça as respostas corretas - Não considera os prévios conhecimentos do aprendiz - Não apresenta informações ou ajuda ao aprendiz - Apresenta questões do tipo exercício e prática - Não há indicações de como o OA funciona - Só permite seguir para outro nível se obtiver a resposta esperada do aprendiz - É apresentado de forma não linear - Propõe situações-problema que envolvam a formulação de hipóteses, investigação ou comparação - Apresenta outros caminhos para solucionar problemas - Permite que o aprendiz construa - Adaptável ao nível do aprendiz _____________________________________________________________________________________ 332 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 b) Conteúdo Quadro 3: Pontos Positivos e Negativos da avaliação do OA Construtora RIVED Pontos Positivos Pontos Negativos - Possui uma adequada seleção do conteúdo; - Boa ferramenta ao trabalho didático-pedagógico com o conteúdo veiculado; - Não apresenta erros conceituais; - Tem uma organização lógica do conteúdo; - Demonstra o conteúdo atualizado; - Apresenta adequação do conteúdo ao público-alvo; - Demonstra adequação na relação conteúdo x currículo oficial; - Possibilita a um maior número de alunos, usar o OA para a construção do conhecimento inerente ao seu conteúdo; - Contribui para que o conhecimento dos alunos não seja nivelado por baixo; - Apresenta, de forma clara, um guia de apoio pedagógico ao professor, com os pré-requisitos do conteúdo trabalhado. - Inicia os exercícios práticos já em nível bem elevado; - Não possui uma seqüência gradual de exercícios sobre cálculo de área; prejudicando assim, a percepção dos níveis de dificuldades dos usuários nos problemas propostos. 7. Considerações finais De acordo com as informações obtidas através da observação (apresentação dos grupos) e dos registros (checklist), pode-se afirmar que o Objeto de Aprendizagem Construtora Rived é uma boa alternativa às práticas pedagógicas para o ensino de Matemática, em especial para o estudo de figuras planas em geometria, permitindo ao aluno fazer simulações, testar hipóteses, desenvolver projetos e encontrar soluções para determinados problemas. Dessa forma, o uso de tal ferramenta surge como uma excelente opção para os professores de EJA, por ser fácil de uso, ter o conteúdo adequado, atualizável, e de acordo com o currículo oficial, sem erros conceituais e por conter o guia de apoio docente para auxiliar no trabalho pedagógico. Pode contribuir no processo de ensino e aprendizagem. Proporcionar ao professor oacompanhamento no desenvolvimento de seus alunos e conhecer suas dificuldades, por sua imprescindível e insubstituível mediação. Neste primeiro momento, restringiu-se a avaliação do OA pelo professor, porém, é relevante salientar que a análise de um OA só se faz completa quando realizada de maneira Formativa, ou seja, quando abrange o uso do software educativo pelo aluno. 8. Referências OLIVEIRA, C. C., Costa, J. W.; MOREIRA, M. Ambientes Informatizados de Aprendizagem: Avaliação e Produção de Software Educativo. São Paulo: Papirus, cap 2. (2001). GOMES, A. S.; PADOVANI, S. Usabilidade no ciclo de desenvolvimento de software educativo. In: Simpósio Brasileiro de Informática na Educação SBIE´2005, Juiz de Fora (MG). Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação SBIE´2005, 2005. v. 1. _____________________________________________________________________________________ 333 I ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN:2175-5876 FERNANDES, A. C.; SIQUEIRA, R. A. F.; CASTRO FILHO, J. A.; VASCONCELOS, F. H L.. 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