Metodologia Escola unida em torno de um projeto comum Com quem poderemos contar no âmbito escolar? A resposta a esta questão é a primeira providência que deveremos tomar ao aceitar o desafio de desenvolver o projeto em questão. Estimular outros professores a fazerem parte da iniciativa é importante, pois a troca de conhecimentos traz contribuições para o desenvolvimento de ações ligadas à sustentabilidade – campo este onde a diversidade de saberes é essencial. Além disso, é importante que a direção aprove a iniciativa e que a coordenação colabore ativamente. Sensibilização: para início de conversa Ao desenvolver um trabalho relacionado à sustentabilidade, é fundamental que o educador desperte o interesse dos alunos pelo tema, fazendo-os perceber o contexto em que vivem e vislumbrar a possibilidade de atuarem para melhorar a realidade da escola, da comunidade, do bairro. Para isso, vale adotar diferentes técnicas de sensibilização, visando promover esse “despertar”: GUIA DO EDUCADOR • Vídeos e filmes, inclusive disponíveis na internet; • Histórias (lidas ou narradas); • Notícias extraídas de jornais; • Fotografias e imagens encontradas na internet. O educador tem um importante papel como mediador desse processo, provocando e incentivando os alunos para estabelecerem conexões entre o que acontece de forma ampla e global no mundo e os acontecimentos do dia a dia na escola ou no bairro. O sentido de pertencimento Nessa dinâmica, deve haver espaço para a participação plena dos alunos, seja em forma de roda de conversa, debate, sugestões ou relato de casos. Desta forma, suscita-se nos alunos o sentido de pertencimento, o sentimento de fazer parte de um grupo que se propõe a refletir sobre a realidade em que vive e atuar sobre ela para gerar melhorias, uma vez que está integrado a esse meio. O educador pode, então, apresentar o projeto Ecoviver aos alunos, como uma proposta que irá trabalhar os sonhos para uma escola/comunidade ideal e temas da atualidade por meio da criatividade e da arte. Resumindo... 1. Solicitar apoio da direção e coordenação da escola para o desenvolvimento do Projeto Ecoviver. 2. Incentivar a participação de outros educadores, interessados na elaboração de um projeto com temática ligada à sustentabilidade. 3. Sensibilizar os alunos para introduzir a temática e apresentar o projeto. 10 Oficina de Futuro – Uma ferramenta lúdica de planejamento Como afirmam os parâmetros curriculares nacionais, elaborar um projeto é uma opção metodológica que considera a atuação do educando na construção de seu próprio conhecimento, valoriza suas experiências e a interação professor-aluno e aluno-aluno, despertando no educando a capacidade de se posicionar, elaborar projetos pessoais e participar cooperativamente de projetos coletivos. A Oficina de Futuro é uma ferramenta metodológica concebida para facilitar o processo de levantamento dos problemas que afligem um grupo, ao mesmo tempo em que trabalha os sonhos e expectativas deste mesmo grupo para, em seguida, traçar coletivamente o caminho de superação dos problemas rumo à realização dos sonhos. Muro das Lamentações O “Muro” pode ser representado de diferentes maneiras: em lonas pintadas, em cartolinas colocadas sequencialmente, em papel craft fixado na parede. As tarjetas que serão afixadas devem ter, preferencialmente, o formato de tijolos. Com a orientação do professor, os alunos iniciam uma discussão sobre os problemas que afligem sua escola e/ou sua comunidade. Cada um escolhe dois ou três (dependendo do número de alunos no grupo) que percebem como os mais relevantes. Na sequência, descrevem os problemas nas tarjetas para afixá-las no muro cenográfico. GUIA DO EDUCADOR A Oficina de Futuro coloca-se como uma grande brincadeira em que todos juntos se divertem, enquanto constroem suas três etapas. Vamos a elas! É importante trabalhar com os alunos que os problemas expostos devem ser coletivos – e não individuais. Porém, podem ficar à vontade para retratar sensações, como a de medo da violência, insegurança, exclusão, injustiça, entre outras. Ao final, o professor passa a analisar as tarjetas, agrupando-as por tema/assunto e tecendo comentários sobre seu teor. Pode-se, então, hierarquizar os três problemas mais importantes para aquele grupo ou eleger o mais significativo, se for o caso. É fundamental que essa escolha seja feita em consenso com os alunos e eles se sintam contemplados. Árvore dos Sonhos A representação pode ser feita pelo desenho de uma grande árvore, a ser afixada na parede ou lousa. Cartolinas também podem ser utilizadas, papel craft e tarjetas verdes (ou pintadas de verde e recortadas em forma de folhas). 11 Usando a mesma dinâmica do Muro das Lamentações, o professor passa a incentivar os alunos a sonharem: como poderia ser a escola que frequentam? Como poderia ser a comunidade onde vivem? Qual o sonho para um local melhor, onde todos possam viver com mais qualidade e harmonia? Mais uma vez, é essencial trabalhar o sentido de pertencimento ao território (que é deles), enaltecendo o conceito de responsabilidade compartilhada: todos podemos interferir no meio em que vivemos, por meio de ações e comportamentos – inclusive, imprimindo-lhe mais qualidade. Por isso, é tão importante que o processo seja interativo e lúdico, de forma que os alunos sintam-se participantes da discussão e empoderados. GUIA DO EDUCADOR A expressão dos sonhos deve ser a mais ampla e livre possível, excluindo, no entanto, sonhos de consumo pessoais. Depois que todos tiverem se manifestado, o professor repete o processo anterior, agrupando e comentando, em comum acordo com os alunos, as tarjetas e hierarquizando os sonhos. Após essa etapa, cabe ao professor disponibilizar aos alunos materiais que os ajudem a refletir sobre os problemas apontados e as soluções necessárias para se buscar a realização dos sonhos. Pode-se realizar visitas, estudos do meio, projetar vídeos, convidar especialistas locais ou outros professores para rodas de conversa sobre os temas levantados. Neste guia, sugerimos algumas referências para ampliar o repertório acerca de diversos temas que podem surgir (página 9). Esse processo prepara os alunos para a última etapa da metodologia. O Caminho Adiante (Plano de Ação) Nesta etapa, o educador prepara um mural de cartolina, papel branco ou craft, dividido em colunas, para explicitar: • O que podemos fazer? (ações) • Quem vai fazer? (responsáveis) • Quem pode ajudar? (parcerias) • Quando vamos fazer? (prazos) Em consonância, o grupo vai preenchendo as colunas, discutindo o que é preciso fazer para concretizar cada uma das ações, quem se responsabilizará por cada passo, os parceiros essenciais para ajudar a percorrer o caminho e os prazos para execução de cada tarefa. Na sequência, apresentamos um exemplo gráfico de plano de ação. 1. 12