Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 são quanto à definição do potencial para o desenvolvimento de atividades turísticas no território municipal de Macaé – RJ e seu entorno, são utilizadas técnicas de geoprocessamento aliadas a uma metodologia desenvolvida para tal fim, para uso com o aplicativo SAGA/UFRJ. Como suporte teórico ao modelo de análise adotado, é introduzido o conceito de geoplanejamento como um processo no qual os dados digitais existentes vão sendo incorporados conforme a necessidade e disponibilidade, possibilitando avaliações sucessivas que ampliem o conhecimento do território, como apoio à tomada de decisão, permitindo o desencadeamento de ações paralelas à medida que gera sínteses intermediárias e incorpora a nova informação. O modelo de análise para identificação de áreas com potencial turístico teve como base critérios de acesso, infra-estrutura, limitações (declividade), mão-de-obra (instrução), atrativos naturais, áreas pouco densas, sem riscos e sem restrição de uso, representados em 21 Planos de Informação básicos, utilizados para compor os 29 Planos de Informação derivados das avaliações, que serviram de instrumento para a seleção das melhores alternativas como apoio à tomada de decisão. As áreas potenciais selecionadas são as que reúnem a melhor combinação desses critérios e ainda podem ser filtradas pela combianção com informação adicional para, por exemplo, incentivar a geração de renda. Os mapas resultantes podem ser visualizados nos arquivos constantes do CD-Room que compõe o anexo V do volume II desta tese. Autor: Orane Falcão de Souza Alves Orientador: Dieter Muehe Título: Geoecologia das Comunidades Bentônicas Infralitorais da Baía de Todos os Santos (BA, Brasil): diversidade biótica e sedimentológica. (255 p.) Resumo: Estudos sobre comunidades bentônicas marinhas de ecossistemas tropicais ainda são escassos, principalmente no Brasil. Este trabalho objetivou analisar aspectos da estrutura das comunidades macrobentônicas infralitorais dos substratos inconsolidados da Baía de Todos os Santos (BTS) em relação ao meio ambiente. A BTS (12º35' a 13º07' S e 38º29' a 38º48' W) possui uma área de 940 km2 e está localizada à noroeste da cidade de Salvador, apresentando em seu entorno a maior densidade urbana do Estado da Bahia. Foram amostradas 32 estações de coleta em 1997, utilizando-se um busca-fundo 175 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 tipo van Veen e uma draga de arrasto para o sedimento e garrafas coletoras para água próxima ao fundo. Amostras foram também coletadas em 1996 na área central da BTS e nas Baías de Aratu e Itapagipe. O ambiente estudado mostrou-se bastante heterogêneo, onde 12 tipos texturais foram classificados. Através da análise de agrupamentos Twinspan e Discriminante, 3 associações faunísticas foram definidas, utilizando-se dados de abundância de famílias de Polychaeta, Mollusca Bivalvia e Echinodermata. No entanto, a distribuição da fauna apresentou um padrão contínuo, revelado nas análises DCA e direta de gradientes. A primeira associação, ocorrendo em sedimentos arenosos siliciclásticos e localizada na entrada da BTS, apresentou valores intermediários de riqueza. A segunda, com os maiores valores de riqueza registrados, ocorreu em areias mistas com maiores teores de carbonato, sendo o habitat preferido de 24 % das famílias coletadas. A terceira, ocorrendo em sedimentos lamosos desde o norte até a área central da BTS (47 % das estações de coleta), apresentou os menores valores de riqueza e abundância, não tendo sido registradas famílias características. A biodiversidade, caracterizada principalmente em termos de riqueza e abundância, revelou-se diretamente proporcional ao percentual de carbonato, à mediana do tamanho de grão e ao percentual de fração grossa do sedimento e inversamente proporcional ao percentual de lama. A riqueza e abundância mostraram padrões linear e logarítmico, respectivamente. Palavras chaves: bentos, sedimentos, geoecologia, biodiversidade. Autor: Sonia Vidal Gomes da Gama Orientador: Josilda R. da S.de Mora Título: Contribuição metodológica à gestão ambiental integrada de unidades de conservação – o caso do Maciço Gericinó-Medanha na zona Oeste do município do Rio de Janeiro Resumo: A área de estudo compreende o Maciço do Gericinó-Mendanha (Região Metropolitana do Rio de Janeiro), recoberto por Floresta Tropical remanescente da Mata Atlântica denominada de “Reserva da Biosfera” que protege as nascentes dos rios que drenam as bacias das baías de Guanabara e de Sepetiba. No município do Rio de Janeiro soma um total de aproximadamente 7.000 ha (70 km2), dos quais 3.500 ha (35 km2) equivalem às terras protegidas acima da cota de 100m. Atualmente passa por processos de degradação, como a exploração de recursos naturais, usos inadequados de solos e 176