ResponsabilidadeSocial Social F OTOS G ERALDO K OSINSKI Doação de FURNAS inicia restauração do Mosteiro de São Bento 8 • junho 2004 • Linha Direta nº 309 FURNAS doou R$ 80 mil para a restauração do Mosteiro de São Bento, Patrimônio Histórico da Humanidade, no centro do Rio de Janeiro. A igreja, reformada na década de 70, espera arrecadar R$ 580 mil, equivalentes a 20% do valor total da obra, orçada em R$ 3 milhões, até o dia 17 de julho, para que possa iniciar os trabalhos em parceria com o Ministério da Cultura. Segundo Dom Roberto Lopes, prior administrador do mosteiro, que existe há mais de 400 anos, o projeto de restauração é de extrema importância devido à tradição da igreja, que representa o maior relicário de arte sacra na região Sudeste e importante ponto turístico da cidade: “recebemos visitas diárias de turistas nacionais e internacionais. Aos domingos, cerca de 400 pessoas assistem a missa matinal com canto gregoriano”, afirmou. O mosteiro também tem preocupações sociais. A instituição mantém, fornecendo cestas básicas, 1.200 famílias carentes e três creches. São oferecidos também, durante o ano todo, serviços de assistência médica e medicamentos para a comunidade carente. Cerca de 30 assistentes sociais trabalham voluntariamente em prol da instituição. Além disso, duas vezes ao ano, 300 pessoas assistem a uma missa, recebem uma refeição e uma cesta básica por cada família. Dom Roberto explicou que a igreja está com dificuldades para complementar recursos destinados ao início de suas obras. “FURNAS foi a primeira e única empresa que contribuiu financeiramente para o processo de restauração. Este Dom Roberto administra o Mosteiro de São Bento Curiosidades sobre o mosteiro O primeiro mosteiro beneditino foi fundado na Bahia, em 1581. A arquitetura do mosteiro é nos estilos barroco e rococó português. Em 1808, o mosteiro foi sitiado por duas guarnições do exército de D. João, o que ocasionou graves danos. 50 monges moram no claustro do Mosteiro de São Bento. Todos os domingos, às 10 horas, a missa é celebrada com apresentação de canto gregoriano. apoio foi fundamental, pois se até dezembro não houvéssemos recebido a verba da Empresa, o projeto seria cancelado”, esclareceu Dom Roberto. Diferente das demais igrejas, o mosteiro não recebe doações durante as missas. Os recursos que a instituição dispõe são gerados através da escola particular, Mosteiro de São Bento, construída há 150 anos ao lado da igreja. Atualmente, há 1.118 alunos matriculados. Além do colégio, há 60 anos foi fundada a faculdade de filosofia e teologia, que conta com 320 alunos. A partir do próximo ano, a faculdade será reconhecida pelo Ministério da Educação. “Ao final do curso, antes de receberem o bacharelado, as teses dos alunos são enviadas para o Instituto Santo Ancelmo, em Roma”, revelou Dom Roberto. O curso é aberto à comunidade e o valor de cada crédito é de R$ 10,00. Dom Roberto morava em um mosteiro beneditino na Holanda e contou que foi convocado para o Rio de Janeiro há nove meses com o objetivo de administrar a crise pela qual a igreja está passando. “As dedetizações contra cupins que deveriam ser feitas a cada dez anos, não estão sendo realizadas devido a escassez de recursos”, disse Dom Roberto. “É triste vermos uma obra de arte desta magnitude, constituída por pedra e madeira, revestida em ouro, estar sendo deteriorada por cupins”, completou o monge. Apesar das barreiras encontradas, Dom Roberto não perde as esperanças e confidenciou um grande sonho: “no futuro, gostaríamos de implantar uma escola gratuita para crianças carentes, com a ajuda de ex-alunos e professores”. Com otimismo, ele desabafou: “conseguiremos mobilizar o governo e a iniciativa privada sobre a importância social, histórica e cultural da nossa instituição, que não pode continuar ameaçada”. Linha Direta nº 309 • junho 2004 • 9