UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade Mestrado em Controladoria e Contabilidade Disciplina: Gestão Estratégica de Custos Professor Dr. Welington Rocha ANÁLISE DE CUSTOS DE CONCORRENTES Mestrandos: Héber Lavor Moreira Luiz Carlos Pessoa Lisboa Sônia Barbosa Belém – PA 2002 1 Sumário Análise de Custos de Concorrentes ........................................................................... 3 Caracterização do Trabalho ................................................................................... 3 Resumo .................................................................................................................. 3 Introdução .............................................................................................................. 3 O Problema ............................................................................................................ 4 Objetivo .................................................................................................................. 4 Metodologia............................................................................................................ 5 O Subsistema de Informação sobre Concorrentes:.................................................... 5 Conceitos e definições ........................................................................................... 5 Benefícios Esperados............................................................................................. 7 Identificação dos Concorrentes .............................................................................. 7 Formas e níveis de concorrência ....................................................................... 7 Cadeia de Valor para diferentes Concorrentes ...................................................... 8 Qualidade dos Concorrentes................................................................................ 11 “Bons” e “Maus” concorrentes........................................................................ 11 Características dos “Bons” concorrentes ..................................................... 12 Características dos “Maus” concorrentes..................................................... 12 Estimativa dos Padrões de Reações dos Concorrentes....................................... 13 Concorrente Cauteloso .................................................................................... 13 Concorrente Seletivo........................................................................................ 13 Concorrente Arrojado ....................................................................................... 14 Concorrente Imprevisível ................................................................................. 14 Análise da Concorrência ...................................................................................... 14 Técnicas / Métodos de Coleta de Dados......................................................... 17 Analisando seus Custos................................................................................... 17 Analisando seus Clientes ................................................................................. 18 Analisando seus Fornecedores........................................................................ 19 Avaliando as forças e fraquezas dos concorrentes .......................................... 19 Fontes de Informações......................................................................................... 21 Pessoal Interno (empregados) ......................................................................... 21 Informações publicadas ................................................................................... 21 Contatos com terceiros .................................................................................... 22 Pesquisa Contratada........................................................................................ 22 Engenharia Reversa......................................................................................... 22 Contabilidade Reversa ..................................................................................... 22 Serasa.............................................................................................................. 22 Tipos de Informações ........................................................................................... 23 A Questão Ética ................................................................................................... 24 Evitando a Ação dos Concorrentes ...................................................................... 25 Princípios Básicos de Segurança..................................................................... 26 Relatórios de Análise............................................................................................ 28 MAPA DEMONSTRATIVO DE INFORMAÇÕES JUDICIAIS ....................... 29 Estudo de Caso.................................................................................................... 30 Análise de Custos de Concorrentes, Clientes e Fornecedores.................... 30 Resolução................................................................................................................. 31 Conclusão................................................................................................................. 34 Bibliografia................................................................................................................ 35 2 Análise de Custos de Concorrentes Caracterização do Trabalho Resumo O presente trabalho foi concebido para avaliar as técnicas de análise de custos de concorrentes sob a ótica da Gestão Estratégica de Custos. A sua importância, portanto, está centrada na necessária sistematização dos dados sobre concorrentes, fugindo da maneira simples e informal como quase sempre tal assunto é tratado. Essa sistematização e avaliação da extensão e qualidade da informação sobre toda a cadeia de valor, é que é o fator motivador para o esboço do presente artigo. Assim é que o estudo dos custos dos concorrentes será analisado, como forma de trazer, não só o indispensável conhecimento sobre os investigados, mas sobretudo, a vantagem competitiva que agregue valor aos produtos e serviços que o mercado deseja comprar. Introdução O tema objeto do presente estudo, Análise de Custos de Concorrentes será aqui observado em sua forma bem abrangente, não só por tratar-se de assunto da maior importância, como também pela escassez de temas que discorram em profusão sobre o assunto. Já de algum tempo, a necessidade imperiosa de busca de novos mercados, a simultânea abertura de antigas fronteiras e a consolidação de produtos e empresas, tornaram mais agressivas as estratégias de conquista de clientes e mais acirradas as disputas para a colocação dos produtos com preços e qualidade competitivos. Disso decorre então a indubitável busca de conhecimento profundo dos produtos, serviços mercados e concorrentes para um adequado “business plan” que estabeleça um norte nas diretrizes estratégicas a adotar para uma adequada gestão empresarial, em cujo escopo se enquadra como pedra basilar, a análise de custos de concorrentes. 3 O Problema O acirramento da competição entre empresas, ou grupo de empresas buscando ampliar seus mercados, propiciou a que se buscasse exame alternativo dos dados de tal ordem a oferecer elementos decisórios através, não da singela representação quantitativa ou de valor; mas sim, uma visão de gestão que representasse o diferencial estratégico para o sucesso dos empreendimentos. A concorrência está se intensificando, como resultado da internacionalização dos negócios, da escassez de recursos, e da aceleração da inovação tecnológica. Os problemas de produção e distribuição estão se tornando maiores e mais complexos, e a esses problemas se adicionam preocupações com avanços tecnológicos, com a obsolescência, com mudanças estruturais na economia e no mercado, e nas relações da empresa com o governo e a sociedade. Os controles contábeis, depurados na sua essência passavam a ser exigidos com maior propriedade para a composição de base sólida de informação que norteariam estratégias operacionais, de logística e de gestão dos negócios como um todo. Objetivo É com esse mister que serão analisadas as informações necessárias para subsidiar um Subsistema de Informações sobre Concorrentes, identificando os níveis e tipos de concorrência, os “bons” e os “maus” concorrentes, seus padrões de reações, analisando seus custos, clientes e fornecedores, descobrindo seus pontos fortes e pontos fracos, etc. Todos esses elementos servirão de um arcabouço de informações que suprirão as necessidades do gestor, dando suporte para responder as seguintes questões: Quem são os nossos concorrentes? Quais são suas estratégias? Quais seus objetivos? Quais suas forças e fraquezas? Quais seus padrões de reação? 4 Metodologia O estudo sobre Custos de Concorrentes estará baseado em uma revisão bibliográfica, que dará sustentação ao conhecimento pretendido sobre o concorrente. Além dos exemplos de dados requeridos, ou planilhados de forma elucidativa serão apresentados dados depurados em análise criteriosa e substancial que evidencia a performance do concorrente, já ao final do trabalho. O Subsistema de Informação sobre Concorrentes: Conceitos e definições Inicialmente deve-se esclarecer alguns conceitos e definições, para o melhor entendimento do trabalho. Segundo Lucas apud Rocha1 “Sistema é um conjunto organizado de componentes ou variáveis que interagem de forma interdependente e integrada (...) para atingir metas ou objetivos”. Conforme Guerreiro2 apud Rocha “ Sistema de Informação de Gestão é “... o conjunto de subsistemas interdependentes que objetiva propiciar informações de suporte às decisões.” Rocha3 define Sistema de Informação de Gestão Estratégica como “ um conjunto, formalizado, de recursos intelectuais, materiais, financeiros, tecnológicos, informacionais e de procedimentos para coletar, analisar e selecionar dados, gerar e transmitir informações estratégicas.” 1 ROCHA, Welington. Contribuição ao Estudo de um modelo Conceitual de Sistema de Informação de Gestão estratégica. Tese de doutorado. USP/SP. 1999, p.87. 2 Idem, idem. 3 Idem, idem 5 Segundo Ansoff4 “Estratégia é um dos vários conjuntos de regras de decisão para orientar o comportamento de uma organização” e continua citando como exemplo determinadas “regras para o desenvolvimento da relação da empresa com seu ambiente externo: quais produtos e tecnologia a empresa irá desenvolver, onde e para quem os produtos serão vendidos, e como a empresa obterá vantagens sobre seus concorrentes.” Após essas considerações, pode-se, então, conceituar e caracterizar o Subsistema de Informação sobre Concorrentes, que configura-se como um módulo de um sistema mais abrangente. Segundo Rocha5 “Concorrente não é, apenas, a empresa ou a unidade de negócio que compete com produtos ou serviços, no mesmo setor, mas todo conglomerado (corporação) ou toda empresa de que elas façam parte.” Analisando os aspectos citados podemos ressaltar que: Concorrência é a disputa entre as organizações, pela renda da cadeia de valor, desde a origem até os reflexos no meio ambiente, com características essencialmente de mercado. Custo de concorrente são todos os recursos utilizados pelo concorrente para gerar produtos e colocá-los no mercado, observando a amplitude da cadeia de valor. Conclui-se, portanto, que o subsistema deve compreender toda a cadeia de valor em que ele atua, isso deixa claro, que as empresas não competem apenas com outras que vendem os mesmos tipos de bens e serviços a um mesmo mercado ou segmento, mas até mesmo com seus próprios clientes e fornecedores. 4 5 ANSOFF, Igor. A Nova Estratégia Empresarial. Ed.Atlas. 2 ed. São Paulo.1991.p.95 Idem, idem 6 Benefícios Esperados A existência de um Sistema de Informação sobre Concorrentes (SIC), pode permitir a formulação de estratégias e a obtenção de vantagens competitivas. Rocha6 registra que o Sistema de Informações sobre concorrentes tem como escopo “ possibilitar análises estratégicas sobre aspectos operacionais, econômicos e financeiros dos fornecedores e, consequentemente, facilitar o processo de formulação de estratégias.” Identificação dos Concorrentes Formas e níveis de concorrência Kotler7 propõe quatro níveis de concorrência, baseados no grau de substituição do produto: • Concorrência de marca (1º nível): “Ocorre quando uma empresa vê seus concorrentes como outras empresas que oferecem produtos e serviços similares aos mesmos consumidores, a preços também similares.” Podemos citar como exemplo o caso do Guaraná Antártica vs. Guaraná Kuait, onde os produtos são dotados de várias características idênticas. Neste caso o consumo desses produtos dependerá da preferência do consumidor, do local em que são comercializados. • Concorrência Industrial (2º nível) “Ocorre quando uma empresa vê seus concorrentes como todas as empresas que fabricam o mesmo produto ou classe de produtos.” 6 7 Idem, idem KOTLER, Philip. Administração de marketing, Análise, Planejamento, Implementação e Controle. Ed.Atlas. 5ed. SãoPaulo.1998. p.209. 7 Podemos utilizar como exemplo o caso do Guaraná Antártica e Guaraná Kuait vs. Coca Cola. Neste exemplo o produto concorrente possui, dentre outras diferenças, sabor e cor diferentes. Neste caso, vários tipos de consumidores serão envolvidos, desde aqueles que preferem os guaranás, até aqueles que preferem somente Coca Cola. • Concorrência de Forma (2º nível) “Ocorre quando uma empresa vê seus concorrentes como todas as empresas que fabricam produtos que prestam o mesmo serviço”. Podemos citar como exemplo o caso das empresas que produzem Guaraná Antártica, Guaraná Kuait e Coca Cola, disputando a preferência dos consumidores que consomem sucos e água mineral. Neste caso todos os concorrentes prestam o mesmo serviço que é “matar a sede” do consumidor. • Concorrência genérica (4º nível) “Ocorre quando uma empresa vê seus concorrentes com todas as empresas que concorrem pelos mesmos dólares do consumidor.” Neste caso todas as empresas concorrem entre si, pois o consumidor influenciado pela propaganda ou outros atrativos, pode deixar de comprar refrigerantes para consumir bombons de chocolate, ou deixar de comprar um automóvel para adquirir uma casa. Cadeia de Valor para diferentes Concorrentes Já se abordou neste trabalho que o subsistema deve compreender toda a cadeia de valor em que ele atua, deixando claro, que as empresas não competem apenas com outras que vendem os mesmos tipos de bens e serviços a um mesmo mercado ou segmento, mas até mesmo com seus próprios clientes e fornecedores. 8 Segundo Shank e Govindarajan8 “ a estrutura da cadeia de valor é um método para se dividir a cadeia – desde as matérias-primas básicas até os consumidores finais – em atividades estratégicas relevantes a fim de se compreender o comportamento dos custos e as fontes de diferenciação.” Para que a empresa possa sustentar sua vantagem competitiva é necessário que compreenda todo o sistema, não apenas a parte da cadeia de valor da qual participa. “ Os fornecedores e os clientes e os fornecedores dos fornecedores e os clientes dos clientes têm margens de lucros que são importantes identificar na compreensão do posicionamento custo/diferenciação, porque os clientes finais em última instância pagam por todas as margens de lucro ao longo de toda a cadeia de valor.”9 Apresentaremos abaixo uma cadeia de valor conceitual para a indústria de papel: 8 SHANK, John K. GOVINDARAJAN Vijay. A Revolução dos Custos: Como reinventar e redefinir sua estratégia de custos para vencer em mercados crescentemente competitivos.. Ed.Campus. 8 ed. Rio de janeiro,1997, p. 62. 9 Idem, p.63 9 CADEIA DE VALOR Nossa empresa = “D” Concorrente A Concorrente B 4 SEGMENTO Concorrente C 5 Concorrente D 1 Sivicultura e Plantação de Árvores 2 3 Transporte e Corte de Madeira Fabricação de Polpa 6 Fabricação do Papel Operações de Transformação 7 Distribuição VAREJO 8 Consumidor Final Concorrente E SOMENTE O CONCORRENTE “A” EXPLORA TODA CADEIA DE VALORES Concorrente F Concorrente G Figura 01 – Cadeia de valor na indústria de produtos de papel Fonte: Adaptado de SHANK e GOVINDARAJAN (1997, p.65). Apud ROCHA, Nilton da. et al. Site Florianópolis – 2001. Com essa visão de Shank e Govindarajan pretende-se mostrar que o conceito de concorrente é bem amplo, cada atividade de valor tem suas fontes únicas de vantagem competitiva. “As empresas são passíveis de enfrentar um conjunto diferente de concorrentes em cada estágio. Alguns desses concorrentes seriam empresas totalmente integradas e algumas delas seriam especializadas com um enfoque mais estreito”.10 Com o intuito de elucidar essas questões, serão bordados abaixo alguns conceitos11: 10 11 Idem, p. 64 Rocha, Nilton da. Et. al. Análise de Custos de Concorrentes. Site de Florianópolis. 2001. P.12 10 • Concorrentes Reais: são os que participam do mesmo estágio e mercado da empresa. Observando a figura 1, podemos visualizar que as empresas A, C e G são concorrentes Reais da empresa D. • Concorrentes potenciais: São os que não participam do mesmo estágio, mas são concorrentes em potencial, pois podem no futuro participar do mesmo estágio, concorrendo na disputa dos mesmos consumidores. Observando a figura 1, podemos visualizar que as empresas B, E e F são concorrentes potenciais da empresa D. • Concorrentes a montante: São os que concorrem com a empresa em estágios anteriores. Observando a figura 1 podemos afirmar que a empresa B é concorrente a montante da empresa D. • Concorrentes a jusante: São os que concorrem com nossa empresa em estágios posteriores, disputando nossos clientes direta ou indiretamente e comprando os produtos dos nossos concorrentes reais. Observando a figura 1, podemos afirmar que as empresas E, F e G são concorrentes a jusante da empresa D. Qualidade dos Concorrentes “Bons” e “Maus” concorrentes Uma empresa deve apoiar os “bons” concorrentes pois beneficia-se dele de várias maneiras e atacar os “maus”. Os “Bons” concorrentes proporcionam vários benefícios estratégicos12: diminuem o risco antitruste, aumentam a demanda total, ampliam a diferenciação, compartilham o custo do desenvolvimento do mercado e legitimam uma nova tecnologia. 12 Idem, p. 222 11 Segundo Kotler13 os bons e maus concorrentes possuem inúmeras características: Características dos “Bons” concorrentes • Aceitam as regras do setor industrial; • Levantam hipóteses realistas sobre o potencial de crescimento do setor; • Estabelecem preços em relação razoável com os custos; • Favorecem a saúde do setor; • Limitam-se a uma parcela ou segmento do setor; • Motivam outras empresas a baixar custos ou a melhorar a diferenciação e aceitam o nível geral de suas participações de mercado e de lucros. Características dos “Maus” concorrentes • Violam as regras tentando comprar participação de mercado em vez de conquistar; • Assumem grandes riscos; • Investem em capacidade de produção excessiva e, em geral, descontrolam o equilíbrio do setor industrial. 13 idem, p. 222 12 Estimativa dos Padrões de Reações dos Concorrentes Concorrente Cauteloso É aquele que não reage rapidamente a uma ação do concorrente. Kotler14 ressalta que existem várias razões para justificar essa falta de ataque às ações dos concorrentes: • Os concorrentes cautelosos podem julgar que seus consumidores sejam leais; • Podem estar tirando o máximo do negócio; • Podem ser lentos em perceber qualquer movimento da concorrência; • Podem não Ter recursos financeiros para reagir. Os adversários devem tentar avaliar os motivos desse comportamento cauteloso. Concorrente Seletivo É aquele que reage somente a determinados tipos de ação do concorrente. Kotler15 salienta que o Concorrente seletivo pode reagir a reduções de preços dos produtos do concorrente adversário, mas não a aumentos nos seus gastos com propaganda. Ter o conhecimento da reação do concorrente pode dar a seus adversários uma indicação sobre suas linhas de ataques mais viáveis. 14 KOTLER, Philip. Administração de marketing, Análise, Planejamento, Implementação e Controle. Ed.Atlas. 5ed. SãoPaulo.1998. p. 216. 15 Idem, idem 13 Concorrente Arrojado É aquele que reage energicamente a qualquer ação dos concorrentes. Kotler16 enfatiza que um concorrente arrojado está sinalizando que seria melhor que outra empresa não o atacasse, porque lutará até o fim para se defender. Concorrente Imprevisível É aquele que não demonstra um padrão de reação previsível à ação do concorrente. Kotler17 menciona que não há maneira de prever o que fará o Concorrente Imprevisível, tomando-se por base sua situação econômica, seu histórico ou algo mais. No geral elas competem em certas frentes quando podem enfrentar a ação dos adversários e ficam na retaguarda quando o concorrente demonstra muita força. Análise da Concorrência A ação da concorrência é o principal fator que cria ameaças e, algumas vezes oportunidades para a empresa. As oportunidades que a concorrência cria são, por exemplo: 16 17 • Novas idéias e produtos. • Novos mercados. • Novas necessidades. • Novos conceitos de administração. idem, ibidem. Obra cit. idem, p. 218 14 Para se entender com certa facilidade a analise da concorrência é conveniente começar pesquisando o ramo de negócios. O enunciado abaixo apresenta as principais informações de uma analise do ramo de um negócio: • Estrutura (empresas que compõe o ramo de negócios e sua participação nas vendas, produção, faturamento, numero de funcionários etc.). • Linha da produção de venda. • Compradores e comportamento dos compradores (poder aquisitivo, sazonalidade, etc.). • Crescimento das empresas e do mercado. Outra técnica para estudar o ramo de negócios é a analise estrutural. De acordo com Catherine L. Hayden, a analise estrutural consiste em examinar as características de um ramo de negócios, chamadas fatores estruturais, para identificar o nível e as variações na lucratividade dos concorrentes. Segundo Hayden, os fatores estruturais influenciam as cinco forças competitivas conforme demonstrado na figura abaixo. 15 Concorrentes potenciais Compradores Rivalidade entre Fornecedores Concorrentes Substitutos Fonte: Adaptado de HAYDEN, Catherine L. The handbook of strategic expertise. New York: Free Press, 1986. p. 316. De forma sucinta são cinco os fatores competitivos a serem examinados numa análise estrutural: • Entrada de concorrente em potenciais: pode restringir o retorno sobre o investimento dos concorrentes atuais. • Rivalidade entre concorrentes: afeta diretamente os retornos, quando os concorrentes de um ramo de negócios se envolvem numa guerra de preços. • Poder dos compradores: os compradores, diretamente ou por meio da legislação, podem forçar as empresas de um ramo de negócios a segurar seus preços, fornecer-lhes informações dispendiosas ou manter peças em estoque (como acontece com a indústria automobilística). 16 • Produtos substitutos: podem estabelecer limites para o aumento dos preços e influenciar decisões sobre investimentos em desenvolvimento de novos produtos (como acontece na industria de tecido e vestuário). • Poder dos fornecedores: pode ser muito grande ou muito pequeno e, desse modo influenciar bastante ou pouco os preços dos componentes para os concorrentes de um ramo de negócio. Por exemplo: a indústria de insumos básicos (combustíveis, eletricidade, comunicações) tem grande poder sobre os demais ramos de negócios porque em geral são monopólios. Os fornecedores da indústria automobilística, por outro lado, são relativamente fracos. O entendimento da rivalidade do poder do comprador e de outros conceitos presentes numa analise estrutural é fundamental para o desenvolvimento de uma estratégia competitiva. Técnicas / Métodos de Coleta de Dados Em princípio, tudo o que deva ser feito para uma adequada coleta de dados, deverá observar os preceitos éticos, assunto sobre o qual trataremos em outro tópico desse artigo. Todavia, é bom lembrar que antes de se estruturar um subsistema de informação sobre análise de custos de concorrentes, é possível que a empresa possa usar todas as técnicas e métodos já conhecidos, desde que obedecendo aos padrões éticos e morais já consagrados no meio social e nas organizações empresariais, evitando portanto tomar atitudes que contrariem as normas e padrões legais e morais vigentes. Analisando seus Custos Neste caso pode utilizar-se das seguintes ferramentas: 17 • Com relação à produção: analisar todo o sistema de produção para que se possa mensurar a capacidade de expansão do processo produtivo dos concorrentes. • Instalações: procurar conhecer todo o subsistema físico dos concorrentes para que se possa dimensionar o grau de expansão possível da capacidade produtiva como também da capacidade já instalada. • Estrutura de Marketing: analisar todos os detalhamentos do planejamento do marketing dos concorrentes, com vistas a depurar as suas informações, diagnosticando-as e absorvendo o seu relevante conteúdo em prol da empresa investigadora. Neste particular, pode-se muito bem identificar a característica de agressividade ou competitividade do concorrente de forma legal e eticamente adequada. • Realizar a Engenharia Reversa do Produto: Não se trata de espionagem industrial mais com uma analise da engenharia reversa a empresa conseguirá obter todas as informações necessárias referentes ao produto de seu concorrente como: material utilizado para fabricação do mesmo, a tecnologia disponível, a mão-de-obra existente e outros tipos de informações para que a empresa investigadora possa direcionar se for o caso o seu processo produtivo. Analisando seus Clientes Com base nos principais clientes dos concorrentes que em certas situações são também cliente da empresa investigadora pode-se conseguir informações precisas ao processo de análise, uma vez que a aquisição do produto pelo cliente baseiam-se nos critério de qualidade, valor e serviço e ai está um dado muito importante para o subsistema de informação sobre o concorrente uma vez que o valor oferecido ao cliente é a diferença entre o valor total para o cliente e o custo total para o cliente. Como também podemos obter outros dados sobre os clientes do 18 concorrente através dos vendedores da empresa investigadora, os vendedores dos fornecedores, que podem ser vendedores do concorrente, entre outros. Outras fontes de informação obtidas do concorrente estão nos relatórios de administração divulgados pelos concorrentes uma vez que deles consegue-se mensurar de forma mais consistente o prazo médio de pagamento e recebimento, conhecer quais são seus principais fornecedores e clientes entre outras informações. Analisando seus Fornecedores Neste ponto, todos os fornecedores comuns, são importante fonte de informações, pois deles se obtém dados relacionados à quantidade e característica dos produtos fornecidos, além dos aspectos relacionados às formas e condições de comercialização costumeiramente negociadas. Os meios de comunicação também contribuem com informações relevantes, pois deles se absorve as potencialidades dos produtos comercializados pelos concorrentes, bem como seu potencial empreendedor, objeto da divulgação da mídia. Segundo ROCHA (1999, p.116): “A obtenção de dados e informações relevantes, sobre clientes, fornecedores e, principalmente sobre concorrentes, é um processo árduo, pois eles procuram garantir sigilo, embora parcerias com clientes fornecedores impliquem na necessidade de disclosure. Geralmente não é fácil obter tais dados e informações, mas é preciso tentar; o que a empresa não deve fazer é ficar parada, pois os concorrentes certamente não ficam”. Avaliando as forças e fraquezas dos concorrentes Nesta análise a empresa investigadora identificar qual ação que deve ser tomar para cada empresa concorrente, qual delas pode ser atacada fortemente e como e quando deve atacar seus concorrentes. 19 Segundo KOTLER (1999, p.411) os profissionais de marketing precisam analisar cuidadosamente as forças e fraquezas de cada concorrente para responderam à pergunta crítica: O que nossos concorrentes podem fazer? Como primeiro passo, podem ser reunidos dados sobre os objetivos, estratégia e desempenho ao longo dos últimos anos de cada concorrente. É claro que algumas dessas informações são difíceis de serem obtidas. Em geral, sabe-se que a identificação de pontos fortes e fracos dentro da organização é parte importante de qualquer processo de formulação de estratégia. Há diversos focos de pontos fortes e fracos em qualquer organização, que poderemos identificar de três formas que são: • Estudo das áreas funcionais Uma forma de identificar pontos fortes e fracos consiste em estudar as principais áreas funcionais da organização (marketing, produção e operação, recursos humano, finanças). Os recursos e competências de cada área são avaliados, bem como suas deficiências e vulnerabilidades. A avaliação pode ser feita por meio de processos sistemáticos de levantamento de informações, consulta aos fornecedores e executivos, e pesquisas de opiniões dos clientes. • Estudo do desempenho O estudo do desempenho da organização concentra-se nos resultados obtidos até o presente. Dois objetivos desse estudo são: a. Compreender a evolução do desempenho da organização, do passado para o presente: está melhorando ou piorando ? b. Fazer projeções sobre o desempenho futuro da organização: vai melhorar ou piorar ? 20 Duas áreas principais de desempenho são focalizadas no estudo do desempenho: finanças e vendas , sendo que o desempenho das vendas enfatiza a identificação do volume de vendas e a participação no mercado e o desempenho financeiro enfatiza a lucratividade e a identificação das fontes de lucro. • Benchmarking É a técnica por meio da qual a organização compara seu desempenho com o de outra. Por meio do benchmarking, uma organização procura imitar outras organizações, concorrentes ou não, do mesmo ramo de negócios ou de outros, que façam algo de maneira particularmente bem-feita. A idéia central do benchmarking é à busca das melhores práticas da administração, como forma de identificar e ganhar vantagens competitivas . As melhores práticas podem ser encontradas nos concorrentes, ou numa organização que esteja num ramo completamente diferente de atuação. Fontes de Informações Diversas são as fontes de informações que se pode obter do concorrente. Algumas trataremos de forma esclarecedora a seguir. Pessoal Interno (empregados) Os próprios empregados fornecem dados rotineiros sobre as virtudes do seu empregador. Suas vicissitudes, suas qualidades, suas características etc. bem como dos atributos do produto que a empresa produz. Informações publicadas Todos os Demonstrativos Contábeis publicados ou mesmo o material de divulgação da empresa concorrente como de seus produtos, são de grande importância como fonte de informação. 21 Contatos com terceiros Quaisquer que sejam os terceiros que, direta ou indiretamente ofereçam informações sobre a empresa, seus produtos, ou mesmo sobre os processos, estarão trazendo informações relevantes para traçar o perfil do concorrente. Pesquisa Contratada É outra importante fonte de informações. Se poderá através desse importante recurso técnico saber a fatia de mercado que o concorrente absorve, saber do cliente o nível de aceitação e qualidade dos produtos oferecidos, nível de satisfação, etc. Engenharia Reversa Desmontar o produto e examinar e examinar seus componentes, no que tange à forma, qualidade, durabilidade, composição, que ajudariam entender sobre o estágio de evolução técnica do concorrente bem como o seu domínio de novas tecnologias embarcadas ao produto. Contabilidade Reversa Identificar através dos dados obtidos sobre a aceitação do produto no mercado e a fatia de público consumidor, e a partir daí estabelecer, com o conhecimento técnico do produto, o seu custo de produção e utilizar também outros elementos de análise financeira que permitam avaliar a real margem de ganho, ou a composição dos gastos administrativos. A partir daí avaliar ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro, e reproduzir suas demonstrações contábeis e estudar então outros dados relevantes de avaliação sobre o concorrente. Serasa Importante fonte de informação sobre o conceito e a credibilidade empresarial do concorrente. 22 Tipos de Informações As informações devem ser estudadas e estruturadas, obedecendo um padrão de tratamento e catalogação que permita se saber ordenadamente sobre os elementos importantes sobre o Concorrente. Segundo ROCHA,18 seriam: c) Dados e informações descritivos e qualitativos 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. b) missão da empresa; principais características do modelo de gestão; posicionamento estratégico (PORTER); principais características dos produtos e/ou serviços (configuração e modelagem); principais características do arranjo físico das instalações; principais características da tecnologia utilizada nos processos de produção, suprimento, distribuição, administração etc; principais características da natureza do relacionamento com clientes e fornecedores; grau de satisfação dos clientes, fornecedores e consumidores etc. Dados e informações quantitativos não monetários 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. numero de níveis hierárquicos na estrutura organizacional; amplitude da linha de produtos e/ou serviços oferecidos (grau de diversidade) em termos de modelos, tamanhos, volumes etc; dimensões da planta e da capacidade de produção; média histórica da proporção de utilização da capacidade da produção; média da produção de peças defeituosas no processo produtivo, no caso de manufatura; proporção de peças corrigidas (retrabalho), no caso de manufatura; tempo médio de preparação de máquinas, no caso de manufatura; tempo médio de parada por quebra de máquinas; tempo médio de atendimento de pedidos; número (por período) de sugestões de melhorias, feitas por funcionários; 18 ROCHA, Welington – “Contribuição ao Estudo de um Modelo Conceitual de Sistema de Informação de Gestão Estratégica” – Tese de Doutorado em Ciência Contábeis, apresentada na FEA/USP – Julho/1999, pág 101. 23 c) Dados e informações monetários 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. d) montante de gastos com reparos durante o período de garantia dos produtos e/ou serviços; montante de custo de produção, comercialização etc dos produtos e/ou serviços; montante de investimentos (por período) em pesquisa para desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos; montante de investimento em marketing, por período; montante de investimento (por período) em programas de qualidade; montante de investimento (por período) em programas de treinamento e desenvolvimento de funcionários; montante de investimento (por período) em programas de preservação ambiental; custos de mudança,19 relativos a: equipamentos, dispositivos e ferramentas, alteração do arranjo físico, protótipos, testes, treinamento de funcionários, etc; Índices, quocientes e análise das demonstrações contábeis. 1. 2. 3. 4. 5. taxa de retorno, giro, margem de lucro, liquidez, etc; custo fixo total, por período, e margens de contribuição, unitária e total; ponto de equilíbrio; margem de segurança operacional; graus de alavancagem operacional, financeira e combinada; etc. A Questão Ética Em todos os campos da vida, são os padrões morais de conduta que dão rumo à boa condução dos negócios. A ética portanto, é quem define o “estudo dos juízos de apreciação referente à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto” (Aurélio – Dicionário Eletrônico) 24 É diante desse quadro que um sistema de informações de gestão estratégica deve atuar, rejeitando dados cuja obtenção tenha advindo por meios e/ou formas que conflitem com o código de ética da organização ou que conflitem com os padrões éticos definidos pela sociedade. Uma empresa então, não tem que infringir a lei ou violar códigos de ética para coletar informações necessárias aos tomadores de decisão. Pelo contrário, pode buscar nas informações divulgadas pelos concorrentes, nas entrelinhas e nas lacunas decorrentes das informações existentes, na dedução acurada de analistas, bem como o uso de técnicas de engenharia reversa ou mesmo outras técnicas de contabilidade reversa para se obter a materialização de dados relevantes à gestão. É com essa linha de conduta, na qual toda a estruturação de dados relevantes sobre os concorrentes deve estar fundada, e bem consolidada, que a empresa pode avaliar sua efetiva força e consolidar sua participação no mercado. Evitando a Ação dos Concorrentes Aspecto relevante que representa modernamente a maior preocupação da empresa e seus gestores é o que tange à segurança, que evite vulnerabilidades diante da ação dos concorrentes. Com o acirramento da competitividade e a ânsia por descobrir evoluções nos produtos e processos que geram vantagens competitivas, muitas vezes a empresa sofre ataques de terceiros caracterizados basicamente por duas formas: 1) Ação predatória muito similar aos procedimentos adotados por hacker’s comprometendo ou invalidando bases de dados; 19 Segundo ROCHA - Custos de Mudança são todos os sacrifícios em que uma empresa deverá incorrer caso outra organização da sua cadeia de relacionamento (clientes, fornecedores, etc) decida alterar o projeto do seu produto ou do processo de produção, para adicionar-se à nova situação. 25 2) Espionagem industrial para copiar produtos ou processos, ou mesmo plantas industriais inovadoras que representem avanço em relação aos padrões vigentes no mercado. Princípios Básicos de Segurança20 Em vista disso, e partindo do pressuposto de que a informação representa um conjunto de valores dos mais expressivos do patrimônio da empresa, é que todo gestor deve estar atento à qualquer ação que possa vulnerabilizar ou degradar a qualidade dos dados da empresa e dessa forma fragilizá -la no mercado. Ação para a qual todos devem estar atentos é, primeiramente, avaliar quão necessários são os dados, bem como as informações já processadas em poder da empresa, para que seja dimensionada a sua verdadeira importância. Para isso, devemos estudar claramente a resposta às seguintes indagações:21 Proteger o que ? - neste caso é preciso configurar que a informação é relevante e represente um dos mais valorosos ativos da empresa. Assim está-se protegendo um valioso patrimônio. Proteger de quem ? - se a informação é de expressivo valor e pelo expressivo valor potencializa a cobiça, é imperativo então que ela seja protegida dos terceiros, sejam concorrentes de quaisquer níveis. Proteger a que custo ? - é sempre bom avaliar a importância do que se tem a proteger e comparar o custo da proteção com o risco potencial que a empresa teria caso não adotasse tal precaução. 20 21 Adaptado de JUNIOR, Sidnei – “Segurança da Informação”- Site http://www.sites.uol.com.br/sidneyjunior/segurança.htm Idem, Ibidem, site cit. 26 Proteger com que nível de risco ? - com um nível de segurança que desestimule o assedio de terceiros e ofereça o menor nível de risco para a empresa com um volume de gastos que valha a pena manter. Por tudo isso, a segurança deve ter como sólidos princípios: A confidencialidade - a proteção dos dados ou das informações compartilhadas, evitando acessos não autorizados. O controle neste ponto se dá ou pelo uso de senhas (ou barreiras) de proteção aos diversos níveis de importância seja dos dados ou dos usuários selecionados; e em um segundo momento acompanhando as operações ou o acesso individual, daqueles que foram permitidos. A autenticidade - consiste em garantir que a pessoa autorizada para partilhar tais dados, em tal nível, seja exatamente aquela que está tentando o acesso. A integridade - consiste em garantir que a totalidade da informação não está ou não pode estar fragmentada, degenerada, adulterada ou mesmo degradada seja por circunstancias decorrentes de acidentes ou mesmo por ação voluntária. A disponibilidade - consiste em cuidar para que os dados ou as informações, com total confiabilidade, estejam disponíveis a todos os usuários, respeitados os níveis de acessibilidade seja de hierarquia ou de restrição de acesso. Portanto, objetiva-se com a segurança da informação preservar os serviços prestados pela empresa bem como a continuidade de suas operações e dessa forma promover a segurança do seu corpo funcional – estes, verdadeiros usuários internos da organização. 27 Para alcançar e manter tais objetivos, é indispensável que seja criado todo um planejamento de segurança que contemple preocupações do tipo: como evitar problemas; e moldar um plano de contingência que responderá basicamente ao: o que fazer em caso da ocorrência de problemas.22 Como é do conhecimento de todos, nunca é demais reforçar: a segurança absoluta não existe: “ninguém é imune a ataques nucleares, colisões com cometas ou asteróides, epidemias mortais, seqüestros, guerras, ou a uma simples maionese com salmonela na festa de fim de ano da empresa”.23 O atributo portanto, é ter-se como cautela, descobrir os pontos eventualmente vulneráveis, no que tange à segurança, examinar os riscos existentes no referido planejamento e vislumbrar as providencias possíveis para corrigir eventuais falhas, investindo os recursos julgados necessários para se obter a esperada tranqüilidade. Relatórios de Análise Independentemente dos diversos tipos de relatórios que se reportam aos diversos dados, no que tange à quantidade, bem como aos diversos modelos relacionados à qualidade, visualizados em diversos trabalhos, os autores decidiram apresentar um demonstrativo adicional pouco usual, mas que representa uma adequada fonte de informações para os investigadores. Trata-se de um modelo de controle sobre o ativo e passivo judiciais, que relaciona as grandes questões sub-judice em processo que demandam reclamações de créditos ou mesmo naqueles em que são questionados eventuais débitos. 22 23 Idem, Ibidem , site cit. Idem, Ibidem, site cit. 28 MAPA DEMONSTRATIVO DE INFORMAÇÕES JUDICIAIS Justiça Tipo Concorrente A Valor $ 5 20.000 Concorrente B Valor $ Concorrente C Valor $ Nossa Empresa Valor $ 1 1.000 2 7.000 5 120.000 35 75.000 Total Ações Federal Indébito ... Autor __ Réu __ Estadual Ordinária Tributária Autor __ Réu __ 1 4 3 5 10 150.000 Trabalhista Reclamação Consignação Autor Réu Autor Réu __ __ __ __ TOTAL 1 2 194.000 Fonte: Resenha da Justiça; Diário de Justiça, Rede Mundial de Computadores. 29 Dessa forma apresentamos um relatório de avaliação simultânea (quantitativo e qualitativo) que evidencia o valor objeto das demandas, a natureza da demanda, o foro, e outras dados pertinentes às lides. Evidencia de igual forma o valor do saldo em demandas em trânsito, dando a clara dimensão do volume de recursos pendentes de decisão. A fonte das consultas está representada pela conjunção de vários periódicos tais como: Resenha da justiça, Diário de Justiça, Rede Mundial de Computadores (WWW), Diário Oficial da União, do Estado e do Município e Jornais de Grande Circulação como Gazeta Mercantil, Folha de São Paulo e outros. Estudo de Caso Como estudos de casos a apresentar, temos a considerar um estudo apresentado pelo Professor Welington Rocha, na disciplina Gestão Estratégica de Custos, que apresenta os seguintes dados: Análise de Custos de Concorrentes, Clientes e Fornecedores As demonstrações de resultados de determinado concorrente, relativas a dois períodos consecutivos, são as seguintes: Receita Bruta Tributos sobre a receita Receita Líquida Custos de Bens e Serviços Vendidos Lucro Bruto Despesas Administrativas Despesas de Comissões Lucro Antes do IR X1 1000 100 900 700 X2 1200 120 1080 820 200 80 50 70 260 80 60 120 30 Outras informações: - o concorrente trabalhou com cerca de 20% de capacidade ociosa em 19X1; - o preço de venda não sofreu alteração; - a comissão dos vendedores – incluída na rubrica Despesas Comerciais – é de 5% (cinco por cento das vendas brutas); - a empresa fabrica um único produto; e - a variação do CPV é explicada, preponderantemente, por custos variáveis. Sabendo-se que a variação do Custo dos Bens e Serviços Vendidos deve-se, preponderantemente, à evolução de custos variáveis, PEDE-SE PARA CALCULAR: a) O percentual aproximado de custos variáveis sobre a receita bruta; b) O montante aproximado de custos fixos por período; c) A composição da estrutura de custos; d) O Ponto de Equilíbrio Contábil; e) A Margem de Segurança Operacional; e f) O Grau de Alavancagem Operacional. Resolução Os dados dos dois períodos consecutivos são os seguintes: (A) (B) X1 Receita Bruta Tributos sobre a receita Receita Líquida Custos de Bens e Serviços Vendidos Lucro Bruto Despesas Administrativas Despesas de Comissões Lucro Antes do IR (C) (D) (E) % X2 % (F) (G) (H) Var % AH 1000 100 1200 100 200 100 120 100 900 10 90 120 1080 10 90 20 180 10 90 120 120 700 200 70 20 820 260 68 22 120 60 60 30 117 130 80 50 8 5 80 60 7 5 0 10 0 5 100 120 70 7 120 10 50 25 171 31 a) Percentual aproximado de Custos Variáveis sobre a Receita Bruta (A) Receita Bruta Custos de Bens e Serviços Vendidos Detalhamento: CV = CF = (B) (C) (D) (E) (F) (G) (H) X1 % X2 % Var % AH 1000 100 200 100 120 700 70 820 68 120 60 117 600 60 10 720 60 8 120 60 120 0 0 100 100 1200 100 100 Onde: CF = CT - CV X1: CF = 700 - (1000 x 60 % = 600) = 100 X2: CF = 820 - (1200 x 60 % = 720) = 100 b) O Montante aproximado de Custos Fixos por período (A) Custos e Despesas Fixas Custo Fixo Despesas Administrativas Total c) (B) (C) (D) (E) (F) (G) (H) X1 % X2 % Var % AH 100 10 100 8 0 0 100 80 8 80 7 0 0 100 180 18 180 15 0 0 100 A composição da Estrutura de Custos 1a. Maneira de Fazer CV = CPV + (IMP e COM) - CF Onde: CVx1 = 700 + 150 - 100 2a. Maneira de Fazer CV + (IMP + COM) = TOTAL x1 CV IMP COM = TOTAL 600 100 50 = 750 CV IMP COM = TOTAL 720 120 60 = 900 CVx1 = 750 CVx2 = 820 + 180 - 100 CVx2 = 900 x2 32 d) Ponto de Equilíbrio Contábil No PEC: CF + DF MCu PEC = RT = CV + MC X1 PEC: Lucro = MC - CF = Zero X2 e) + 0,25 80 100 + 0,25 80 = 720 = 720 Margem de Segurança Operacional Temos que: MS = Logo: MSx1 = Logo: MSx2 = O Concorrente "Pode reduzir essa percentagem nas receitas, antes de entrar na faixa de prejuízo". (Iudícibus 2001:276) f) 100 - RPE 1000 1000 720 1200 1200 720 RA RA = 28,0% = 40,0% onde: RA: Receita Atual RPE: Receita no Ponto de Equilíbrio Grau de Alavancagem Operacional Assim temos: Onde: GAO = % de Acréscimo no Lucro % de Acréscimo no Volume GAO = 0,71429 0,20000 = 3,57 Depreende-se portanto que, para cada unidade percentual de acréscimo de Vendas, acarretará um percentual de aumento de 3,57 vezes maior no Lucro. 33 Conclusão O acurado senso de avaliação dos negócios, como já vimos, exige uma irretocável gestão estratégica de custos, voltada ao desenvolvimento da qualidade de produtos, serviços e processos. Com essa visão competitiva, saber mais e profundamente de si próprio, é tão imperioso quanto saber dos atributos dos seus concorrentes e avaliar em toda a sua extensão a sua cadeia de valor. Nessa ótica de avaliação, a realização dos negócios não passa somente pelos desejos dos proprietários ou gestores. Passam pela validação da qualidade que o mercado requer, ao preço que se permite pagar, considerando os demais concorrentes que igualmente lutam pelas melhores oportunidades. Nesse escopo, produzir melhor ou mesmo atender melhor os clientes, exige não apenas conhecer melhor esse mesmo cliente. Mas também e sobretudo conhecer muito bem os concorrentes. Logo, o presente trabalho, reúne uma apresentação simplificada, mas abrangente de conhecimento e avaliação dos custos dos concorrentes, sob a ótica da indispensável Gestão Estratégica dos negócios. É nesse sentido que a sua utilização, com a produção sistemática de relatórios de informações, poderá ajudar ao gestor, ao pesquisador e ao profissional da Controladoria, como uma das fontes necessárias para aprimorar não somente o conhecimento mas também os mecanismos de tomada de decisão. 34 Bibliografia ANSOFF, Igor. A Nova estratégia Empresarial. 2ª ed. Ed. Atlas. São Paulo, 1991. GUERREIRO, Reinaldo. Modelo Conceitual de Sistema de Informação de gestão Econômica: Uma Contribuição à Teoria da Comunicação da Contabilidade. Tese de doutorado. FEA/USP. São Paulo. 1989. GOULART, André M.C. Questões a serem consideradas pela Controladoria no desenvolvimento de um sistema de Informações sobre Concorrentes. Artigo da disciplina Gestão estratégica de Custos. São Paulo. 2001. JUNIOR, Sidnei – Segurança da Informação - Endereço na Rede Mundial de Computadores (WWW): http://www.sites.uol.com.br/sidneyjunior/segurança.htm KOTLER Philip. Princípios de Marketing 7 ed. – LTC- livros técnicos e Científicos Editora S A- 1999 KOTLER, Philip. Administração de marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. 5ª ed. Ed. Atlas. São Paulo. 1998 LEVITT, Theodore. A Imaginação de Marketing. 2ª ed. Ed.Atlas, São Paulo, 1990 MAXIMIANO, Antonio César Amaru, Introdução a Administração, 5 ed. São Paulo, Atlas PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e sustentando um desempenho superior. 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