UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA CONTÁBEIS E ADMINISTRATIVAS – DCAC COLEGIADO DE ADMINISTRAÇÃO LUIS GUSTAVO CASTRO NERY MAIA O USO DE RECURSOS DO IMPOSTO DE RENDA ORIGINADO PELO PROGRAMA DE INCENTIVO FISCAL: UM ESTUDO DE CASO DE UMA INDÚSTRIA DE INFORMÁTICA DE ILHÉUS. ILHÉUS/BA 2008 LUIS GUSTAVO CASTRO NERY MAIA O USO DE RECURSOS DO IMPOSTO DE RENDA ORIGINADO PELO PROGRAMA DE INCENTIVO FISCAL: UM ESTUDO DE CASO DE UMA INDÚSTRIA DE INFORMÁTICA DE ILHÉUS. Relatório de Estágio Supervisionado apresentado ao Colegiado de Administração, para obtenção do último crédito da disciplina Estágio Supervisionado II ministrada pelo docente Rozilton Sales Ribeiro, pelo discente: Luis Gustavo Castro Nery Maia Orientador: Prof. Robson Braga ILHÉUS/BA DEZEMBRO DE 2008 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS COLEGIADO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Este Relatório de Estágio Supervisionado elaborado pelo acadêmico Luis Gustavo Castro Nery Maia, foi por mim acompanhado como professor Orientador, estando o mesmo em condições de ser apresentado ao Colegiado de Administração e posteriormente julgado pela Banca Examinadora. _________________________________ Professor Ms. Robson Braga Professor Orientador Encaminhado em: ____/____/____ Este Relatório de Estágio Supervisionado foi apresentado mediante banca Examinadora, que lhe atribuiu a nota ____ como último crédito, ao aluno Luis Gustavo Castro Nery Maia, na Disciplina Estágio Supervisionado II. BANCA EXAMINADORA Aprovado em: ____/____/____ _________________________________ Professor Ms. Robson Braga Orientador _________________________________ Professor Ms.Rozilton Sales Ribeiro (Examinador) ________________________________ Professor Pablo Assis (Examinador) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS COLEGIADO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO a. tipo de Estágio: Estágio Curricular b. título do estágio: O Uso de Recursos do Imposto de Renda Originado pelo Programa de Incentivo Fiscal: Um Estudo de Caso de Uma Indústria de Informática de Ilhéus. c. palavras-chave: Gestão financeira, Gestão tributária, incentivos fiscais d. nome do estagiário: Luis Gustavo Castro Nery Maia e. nome do orientador: Robson Braga f. local do estágio: o Empresa ALFA o Setor: Administração o Localização: Pólo de Informática de Ilhéus/BA. h. duração prevista: março de 2008 à dezembro de 2008 i. local e data: Ilhéus/BA, 08 de dezembro de 2008 Dedico esse trabalho a toda a minha família, em especial aos meus pais que sempre me incentivaram, dando-me força e apoio para realizar este grande sonho. AGRADECIMENTOS Ao meu Bom Deus, por me permitir concluir mais esta etapa em minha vida; Ao meu pai Adelino, pela confiança em mim depositada; A minha mãe Siomara, pelo seu amor, apoio e carinho; A minha irmã Maristela, pelo amor fraternal que nos une; A meu querido saudoso irmão, amigo e companheiro Beto Buggy, pelo bem que sempre me faz; À Renato Netto, pelo meu orgulho em tê-lo como afilhado; A minha esposa e companheira Caroline, pela paciência e compreensão; A minha querida filha Maria Luisa, por fazer parte especial em minha vida; A bisa Josefa, pela eterna dedicação; Aos professores, pelos ensinamentos e companheirismo; Ao professor Rozilton, em especial, pela paciência e disponibilidade; Ao professor Pablo, pela compreensão e orientação; Ao professor Robson, pela orientação; Aos colegas do curso, em especial àqueles com quem criei grandes vínculos de amizade – Flora, Thais, Cléber, Diego e Haliana -, pela parceria e incentivo; À Universidade Estadual de Santa Cruz, pelo incentivo ao conhecimento; A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. LISTA DE SIGLAS PIB Produto Interno Bruto IBPT Intituto Brasileiro de Planejamento Tributário IPTU Imposto Predial e Territorial ISS Imposto Sobre Serviço ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica SUDENE Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste ADENE Agência de Desenvolvimento do Nordeste LAJIR Lucro antes do juro do Imposto de Renda LPA Lucro por Ação PL Patrimônio Líquido BNB Banco do Nordeste RESUMO MAIA, Luis Gustavo Castro Nery. Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). O Uso de Recursos do Imposto de Renda Originado pelo Programa de Incentivo Fiscal: Um Estudo de Caso de Uma Indústria de Informática de Ilhéus. Orientador: BRAGA, Robson. Dezembro de 2008. 50 p. O presente trabalho apresenta um estudo realizado na Empresa ALFA, com o objetivo de identificar a influência que a Gestão Administrativa financeira e tributária tem no desempenho da utilização de recursos oriundos do incentivo de redução do imposto de renda concedido pelo governo na esfera federal para essa empresa, e consequentemente, quais os seus impactos econômicos financeiros. Para isso, utilizou-se de uma abordagem descritiva e exploratória. Para coleta dos dados, empregou-se a pesquisa observacional. Durante os meses de estudo foi observado como eram realizadas as atividades em cada setor bem como ocorre o fluxo de informações entre os mesmos. De uma forma geral, foi descoberto durante a observação que o modelo de gestão de administrativo financeiro e tributário adotado pela empresa é apropriado para o setor onde a mesma atua, no entanto o processo como um todo apresenta alguns gargalos, relacionados, em sua essência, à execução das atividades. No final deste relatório, são propostas algumas sugestões de melhorias no sentido de sanar as falhas do processo. Palavras-chave: Gestão financeira, Gestão tributária, incentivos fiscais. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 10 1.1 Definição do problema............................................................................... 12 1.2 Objetivo Geral............................................................................................ 13 1.3 Objetivos Específicos................................................................................. 13 2 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 14 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................. 16 3.1 Planejamento Financeiro........................................................................... 16 3.2 Estrutura de Capital................................................................................... 17 3.3 Custo de Capital......................................................................................... 19 3.4 Planejamento Tributário............................................................................. 3.5 Incentivos Fiscais....................................................................................... 22 3.6 Imposto de Renda Pessoa Jurídica........................................................... 3.6.1 Diversas formas de tributação do imposto de renda.................................. 26 3.6.2 Da opção pelo Lucro Real.......................................................................... 26 4 METODOLOGIA........................................................................................ 28 4.1 Quanto ao tipo de pesquisa....................................................................... 29 4.2 Plano e Instrumento de coleta................................................................... 31 4.3 Limitações da pesquisa 32 5 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SEU AMBIENTE............... 33 5.1 Descrição da empresa objeto do estudo.................................................... 33 5.2 Histórico da empresa................................................................................. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 38 6.1 Processo de Gestão Financeira da Empresa............................................ 6.2 Sistema de Planejamento Tributário de Empresa...................................... 43 6.3 Projeto de Incentivo Fiscais....................................................................... 44 6.3.1 Benefícios do incentivo fiscal 48 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 52 1. INTRODUÇÃO 20 25 34 38 O Brasil após ter passado por inúmeras mudanças em seu contexto histórico, embora ainda atravesse uma constante e acelerada transformação em seu processo de desenvolvimento econômico, tem como um dos principais tema de discussão a elevada carga tributária. Isso tem ocasionado um dispêndio de recursos que compromete os investimentos, levando-se em consideração como principal parâmetro o peso da arrecadação sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) a carga tributária brasileira continua em ritmo de crescimento, atingindo 38,90% do PIB no primeiro trimestre de 2008. Dentro desse contexto as empresas têm aumentado o interesse pelo conhecimento da carga tributária e sua mensuração, uma vez que os níveis dos tributos brasileiros afetam diretamente os resultados econômico-financeiros dos negócios. A intenção é buscar ferramentas que possam auxiliar de forma efetiva os gestores na avaliação do impacto dos tributos sobre as decisões de investimentos e como tomar decisões dentro do contexto tributário que contribuam para obtenção de resultados satisfatórios e permitam a sobrevivência de forma sustentável das empresas no mercado em que estão inseridas. Tais decisões, porém, para serem efetivamente tomadas necessitam que se tenha conhecimento analítico por parte dos gestores, de modo que se possam implementar técnicas que colaborem para determinar o caminho a ser seguido, assim como, os objetivos a serem alcançados. Pois, num meio onde a concorrência torna-se cada vez mais acirrada, obriga as empresas a cada vez mais repensarem seu processos, seus custos, seus produtos, enfim suas estratégias, onde, pressupõe-se que, para serem competitivas, elas necessitam estar atentas às inovações tecnológicas e gerenciais, aonde são necessários ajustes financeiros de maneira cada vez mais eficaz e eficiente. No entanto, para realização desses novos papéis estratégicos é necessário um fluxo de tomada de decisões contínuas e efetivas, por parte dos gestores, em seus investimentos. Uma possível alternativa para atender aos anseios desses gestores, no que diz respeito às demandas financeiras da empresa é a utilização de recursos dos incentivos fiscais para inovações e investimentos. Onde, para atrair tais investimentos e conseqüentemente mais riqueza e geração de renda para uma determinada região, a esfera governamental promove incentivos variados para as empresas. Isso vai desde isenção de impostos e investimento em infra-estrutura até a própria construção das instalações da empresa com dinheiro público. Esses incentivos correspondem à renúncia fiscal das autoridades públicas federais, estaduais e municipais para serem aplicadas em projetos de investimentos diretamente nas empresas, reduzindo assim, os obstáculos burocráticos. No Brasil destacam-se os seguintes incentivos: Isenção de Imposto Predial e Territorial (IPTU) e redução de Imposto Sobre Serviço (ISS), concedido pela esfera municipal; redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), concedidos pela esfera estadual; e redução de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, (IRPJ) concedido pela esfera federal, através da antiga Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) - uma autarquia especial, administrativa e financeiramente autônoma, integrante do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, atual Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE) para as empresas instaladas na região Nordeste, visando ao fomento do desenvolvimento dessas regiões favorecidas pelo governo. Assim sendo, é nessa perspectiva que se pretende evidenciar o impacto que, a utilização de recursos de redução de imposto de renda, tem no âmbito econômico financeiro que é de fomentar o desenvolvimento econômico social nas regiões em que são concebidas, apoiando investimentos privados nas áreas de infra-estrutura econômica e social, capacitação de recursos humanos, inovação e difusão tecnológica, políticas contribuindo assim sociais e culturais e iniciativas de desenvolvimento para a maximização da riqueza das empresas e consequentemente das região em que estão inseridas. Desta forma, ciente de sua importante contribuição para o desenvolvimeto da região nordeste e conseqüentemente para o país, as empresas do pólo de informática de Ilhéus vem buscando essas alternativas para um crescente desenvolvimento de suas atividades, através da utilização dos benéficios concedidos pelo governo em prol do desenvolvimento da região. O incentivo de redução do imposto de renda, por exemplo, é um desses instrumento através do qual o governo fornece subsídios para proporcionar a região um desenvolvimento sustentável conforme pode-se verificar na missão institucional da própria SUDENE, que é de "promover o desenvolvimento includente e sustentável de sua área de atuação e a integração competitiva da base produtiva regional na economia nacional e internacional". Porém investimentos desta magnitude necessitam de planejamento, a fim de que, a opção por parte das empresas por uso dos recursos de fontes de financiamentos dos incentivos fiscais venha a justificar efetivamente a alavacagem financeira proposta pelo agente financiador, que espera sempre obter algum retorno, seja ela no âmbito financeiro, social ou econômico. Entretanto muitas empresas tratam de suas finanças procurando gastar menos do que ganham, com o intuito de maximização de suas riquezas, sem levar em consideração os objetivos por elas mesmas propostos. Para isso, faz-se necessário demonstrar os resultados obtidos com a finalidade de poder mensurar a efetividade da gestão financeira. 1.1 Definição do problema Grandes desafios estão sendo propostos ao setor industrial, devido as mudanças e as crises ocorridas no ambiente mundial de negócios nos últimos anos. O aumento da competição, os custos para desenvolver novos produtos e novas tecnologias fazem com que os gestores repensem suas organizações, buscando racionalizar a utilização dos recursos e maximizar a eficiência. Para assessorar as empresas a tomarem decisões nesse ambiente dinâmico e mutável em que se encontra, um instrumento gerencial que pode ser utilizado é o planejamento financeiro. O planejamento é uma parte essencial da estratégia financeira das organizações, que estabelece o modo pelo quais os objetivos financeiros podem ser alcançados (ROSS, 1997), uma vez que: Um plano financeiro é, portanto, uma declaração do que deve ser feito no futuro. Em sua maioria as decisões numa empresa demoram bastante para ser implementadas. Numa situação de incerteza, isso exige que as decisões sejam analisadas com grande antecedência... Desta forma, o problema da presente pesquisa se baseia no fato de que o planejamento financeiro é uma ferramenta gerencial complexa que envolve as diversas áreas da empresa. Nesse sentido, o planejamento financeiro é essencial para administrar as atividades da organização com vistas a alcançar seus objetivos. Desse modo, é de fundamental importância que se chegue a resposta desse questionamento com o intuito de concluir se os valores gerados para empresa oriundos desses incentivos irão agregar mais benefícios ao empreendimento devido à decisão de investimento de seu gestor ou, indicar uma possível dependência, por parte da empresa, pelos recursos provenientes dessa renúncia fiscal. Evidenciandose assim, de forma sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva distribuição. Espera-se assim, definir a importância desses incentivos ofertados pela esfera governamental, na decisão de investimento por parte dos gestores dessa organização. Para isso pergunta-se: A utilização dos recursos oriundos dos benefícios de incentivos fiscais é gerida de forma efetiva? 1.2 Objetivo geral Avaliar os impactos econômico financeiro, provocado pela utilização de recursos obtidos através de incentivos fiscais de redução do imposto de renda em uma empresa do pólo de informática de Ilhéus. 1.3 Objetivos específicos a. Descrever o método de gestão financeira da empresa; b. Identificar o processo de planejamento tributário da empresa; c. Caracterizar a política de concessão de incentivos fiscais; d. Avaliar os benefícios gerados para empresa a partir da utilização de recursos provenientes do incentivo de redução. 2. JUSTIFICATIVA O planejamento tributário é uma atividade essencial à realidade e cotidiano das empresas porquanto ele é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos (impostos, taxas e contribuições) que representam importante parcela dos custos das empresas, senão a maior. Com a globalização da economia, tornou-se questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário. O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos, onde o contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Envolve basicamente, tomada de decisões referente a despesas que representam importante parcela dos custos das empresas, senão a maior. Por envolver todos esses parâmetros, é uma atividade que exige esforços organizacionais integrados. O objetivo central deste trabalho é oferecer ferramentas para um efetivo planejamento financeiro e tributário na empresa, para que, os gestores possam através de métodos de análise dos demonstrativos de investimentos e de financiamentos ter um conhecimento mais profundo dos seus investimentos de forma a facilitar as decisões tomadas quanto ao rumo do negócio. Permitindo assim, a empresa identificar em quais etapas do processo estão os gargalos e, dessa forma, agir sobre elas de forma a evitar os problemas, minimizando assim, a chance de erros no seu andamento, agindo de acordo com a proposta dos incentivos que são as questões sociais de nosso País. Pois através de uma política social mais transparente, preocupada não só com o lucro e com o seu crescimento – que são fundamentais –, mas também com o bem-estar da comunidade em geral as empresas estarão obtendo retornos muito mais consideráveis. Vale ressaltar que, por se tratar de um estudo de caso, as conclusões apresentadas e as soluções e alternativas sugeridas são válidas somente para a empresa pesquisada, não podendo ser extrapoladas para o universo de empresas do setor pesquisado. Porém, as informações aqui expostas poderão servir de base para outros estudos. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Planejamento financeiro A sustentabilidade econômica e financeira é elemento essencial para o sucesso da empresa. O desenvolvimento sustentável de uma empresa requer um planejamento financeiro para que se possa alcançar aos seus objetivos e atender à finalidade aos quais se propõe. Para isso é imprescindível que se estime a real necessidade dos fundos a serem financiados no intuito de que a empresa não acabe por não ter capacidade de honrar com seus compromissos. O planejamento financeiro é um instrumento muito relevante para as empresas “[...] pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações para na consecução de seus objetivos”. (GITMAN 1997, p. 588). O planejamento financeiro é de fundamental importância para um desenvolvimento sustentável do empreendimento, porque, sendo: [...]uma parte crucial da administração financeira, inclui a tomada diária de decisões para auxiliar a empresa nas necessidades de caixa. Ele requer atenção redobrada nas mudanças intermediárias nas atividades comerciais[...] Planejamento a longo prazo deve ser elaborado a fim de fornecerem orientação adequada à área de pesquisa e desenvolvimento e para propiciarem fundamentadas decisões de gastos de capital. Se isso for por bem administrado, será percebido pelos investidores como fator de redução de risco e de aumento nos retornos esperados, concorrendo provavelmente para o valor da empresa aumente. Adotando essas abordagens, os administradores financeiros terão maiores chances de manter a saúde da empresa e de maximizar a riqueza dos acionistas (GROPPELLI & NIKBAKHT, 2001, p. 5). Para que isso ocorra, o planejamento financeiro dispõe de uma gama de ferramentas capazes de auxiliar os gestores em suas tomadas de decisões, tais como: fluxo de caixa e orçamento de caixa. Entretanto GROPELLI & NIKBAKHT (2001) discursando sobre métodos para estimar necessidades afirma a existência de vários métodos, entretanto, nenhum deles pode prever as reais necessidades futuras. 3.2 Estrutura de capital A estrutura de capital é a forma como as empresas utilizam capital próprio e capital de terceiros para financiar os seus ativos, por isso, ser pode ser considerado como um dos temas centrais da teoria de finanças corporativas. A estrutura de capital é formada pelo composto de endividamento a longo prazo que uma empresa utiliza para financiar suas operações, ou seja, a combinação quanto do dinheiro investido em uma empresa provém de recursos de terceiros e quanto de capital próprio, denominando-se de estrutura do capital. Em linhas gerais, os capitais próprios são os recursos fornecidos pelos sócios ou acionistas, enquanto os capitais de terceiros envolvem os recursos obtidos por meio de dívidas. A estrutura de capital é a composição do financiamento de uma empresa. Posicionada do lado direito do balanço patrimonial, ela representa as principais fontes de fundos externos obtidos através de financiamentos. A estrutura de capital da empresa consiste nas dívidas de logo prazo, em aços preferenciais e ações ordinárias. (GROPELLI & NIKBAKHT, 2001 p. 205) Em relação à estrutura de capital, os referidos autores, (idem, ibidem) evidenciam que “quando estudamos a estrutura de capital de uma empresa, é importante calcular o índice de endividamento (D/C)”. Levando-se em consideração que o mesmo indica a relação entre as dívidas e o patrimônio líquido, poderemos analisar que é importante para empresa manter certo equilíbrio entre essas contas ainda, segundo os referidos autores, “um nível elevado de dívidas pode elevar o risco da empresa, tornando os investidores apreensivos acerca da sua capacidade de pagar seus credores”, podendo assim aumentar efetivamente o custo do capital porquanto: [...] estrutura de capital é uma questão que tem gerado opiniões divergentes. Um grupo de estudiosos sustenta que mudanças na estrutura de capital concorrem para alterações no custo de capital de uma empresa. Um outro grupo argumenta que mudanças na alavancagem financeira (D/C) ou na estrutura de capital não afetam o custo de capital de uma empresa. Ambos os grupos têm feito importantes contribuições para a teoria da estrutura de capital (GROPELLLI & NIKBAKHT, 2001, p. 214). Essas contribuições vêm fundamentar a necessidade de se escolher a forma de estrutura do capital de uma determinada empresa. Por conseguinte “até certo ponto, o financiamento através de dívidas é benéfico para uma empresa, pois propicia a alavancagem financeira”. Assim, a partir de determinado nível de endividamento, esse impulso – gerado pela alavancagem financeira – poderá aumentar o risco da empresa devido às incertezas por parte dos investidores. Conforme GROPELLI & NIKBAKHT (2001 p. 206), “Alavancagem financeira diz respeito à prática de usar títulos de dívidas para financiar investimentos e consiste na relação entre LAJIR (lucro antes do juro do imposto de renda) e o LPA (lucro por ação)”. Entretanto, quanto mais dívidas uma empresa tiver em sua estrutura de capital, maior o seu risco financeiro. Isso significa que, independentemente do seu nível de lucro operacional, a empresa deve continuar a honrar com seus compromissos. Dessa forma, a estrutura de capital precisa estar devidamente planejada para garantir que o fluxo das decisões seja contínuo e apresente o máximo de clareza possível, refletindo a realidade da organização. Devido à celeridade e à agilidade dos processos, já não se concebe mais Organizações que tratem sua estrutura de capital sem um planejamento financeiro adequado, uma vez que a forma e a velocidade com que as informações se processam as mesmas têm impacto direto na sua competitividade. Conforme GROPELLLI & NIKBAKHT (2001, p. 222) “Os administradores financeiros continuam tentando desenvolver estratégias financeiras que conduzam a uma estrutura de capital, onde, por meio da alavancagem financeira, produza resultados financeiros ótimos”. É de fundamental importância que as empresas tenham um efetivo planejamento financeiro, com intuito de atenuar o próprio custo do capital. 3.3 Custo de capital Os agentes econômicos, ao investir ou aplicar recursos em uma determinada entidade, exigem um retorno mínimo a título de remuneração do seu capital. A taxa de captação dos recursos entregues à administração da empresa, denota o custo do capital que representa a taxa de financiamento da entidade. MARTINS (1996) discursando sobre custo de capital afirma que o mesmo funciona como um retorno mínimo dos investimentos, no qual, os valores inferiores ao do investimento implicarão numa desvalorização do capital. A estrutura de capital pode ser composta por recursos próprios, recurso de terceiro ou ainda, um mix entre recursos próprios e de terceiros. Entretanto, o uso desses recursos depende, sobretudo, da maneira como eles são alocados e não, de sua fonte. Uma falha corriqueira é ignorar esse ponto essencial, de maneira que pensar que o custo de capital de um investimento depende principalmente de como e onde o capital foi obtido. (ROSS et. al. ,1997 p. 263) Sobre a utilização de recursos, ROSS et. al. (1997) afirma que: Ao contrário do que ocorre com o custo de capital próprio de uma empresa, o custo de capital de terceiros pode normalmente ser observado direta ou indiretamente, porque o custo de capital de terceiros é simplesmente a taxa de juros que a empresa deve pagar quando toma novos recursos emprestados, e as taxas de juros podem ser observadas nos mercados financeiros.” (p. 266) Como se pode perceber, o custo do capital próprio é gerado pela expectativa de retorno sobre Patrimônio Líquido (PL) durante um determinado período baseado em níveis de taxa de juros e retorno de mercado do PL no tempo. O custo de capital tem dois fatores fundamentais, que é o risco e o retorno, devendo a empresa precaver-se da exposição dos investimentos e do retorno ao risco. O risco do retorno sobre o investimento subdivide-se em risco do negócio e risco financeiro. Entende-se como risco aquilo que a empresa está sujeita por utilizar capital de terceiros, é o risco que a empresa corre de não gerar receitas suficientes para cobrir juros e principal emprestado, além dos impostos. Assim, o planejamento estratégico de uma empresa em relação à carga tributária necessita de uma maior atenção dos seus gestores. 3.4 Planejamento tributário Os pacotes fiscais do Governo Federal vêm intensificando cada vez mais o combate da sonegação fiscal com a criação de pesadas multas, além de elevarem a carga tributária e a complexidade dos controles administrativos e financeiros exigidos das empresas brasileiras. Além do enorme custo financeiro, as empresas ainda sofrem com a constante incerteza de estarem cumprindo ou não todas as obrigações exigidas pelo fisco. De acordo com LATORRACA, (1976) o planejamento tributário é uma atividade empresarial que projeta as ações e eventos administrativos de maneira preventiva com a finalidade de corroborar quais os ônus tributários em cada uma das alternativas legais disponíveis. Assim, para se manterem competitivas neste mercado globalizado, as empresas precisam reduzir um dos seus maiores custos - os tributos -, isto tudo dentro dos parâmetros permitidos, porquanto, para o referido autor: O objetivo do planejamento tributário é, em última análise, a economia tributária. Cotejando as várias alternativas legais, o administrador obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal (LATORRACA, 1976, p. 19). Eis por que um dos mais importantes caminhos a serem seguidos para a redução dos tributos é, sem dúvida, o planejamento tributário, que possibilita uma análise gerencial antecipada sobre a carga tributária que incide nas diversas operações da empresa. Muitas vezes, por ausência de tempo ou de pessoas capacitadas para acompanhar as constantes modificações, ou o desconhecimento de opções legais que lhe são favoráveis faz com que muitas empresas tenham ações que ao invés de efetivamente alcançar o objetivo proposto, passam a ter resultados inversos, pois acabam pagando mais do que o legalmente exigido. Para LATORRACA, a escolha de alternativas para um bom planejamento tributário: [...] quando visa a retardar ou a impedir a ocorrência do fator gerador, a economia de impostos só é legítima se as providências para minimizar ou para evitar o ônus tributário antecederem a ocorrência do FATOR GERADOR do imposto e observarem estritamente as alternativas legais. Do contrário, corre-se o risco de praticar infração que pode caracterizar a SONEGAÇÃO ou a FRAUDE. (1976, p. 20) O Brasil chega a inviabilizar alguns empreendimentos, em função da grande quantidade de tributos cobrados, devido à diversidade de normas que regem o sistema tributário, ou mesmo, em virtude das dezenas de obrigações acessórias que uma empresa deve cumprir para tentar estar em dia com o fisco e por último, por causa da cumulatividade dos tributos e da multiincidência sobre a mesma base de cálculo, o chamado “efeito cascata”. Assim devido à efetiva importância desses impostos para as empresas, exige-se dos gestores dessas organizações um vultoso dispêndio de energia e recursos visando adotar ações que resultem em consequências fiscais menos onerosas, que possibilitem assim, uma perfeita conciliação dos aspectos industriais, comerciais e fiscais, direcionados à anulação, redução ou adiamento do ônus tributário. Assim: [...] as idéias e planos voltados à economia de impostos pressupõem o emprego de estruturas e formas jurídicas adequadas, normais e típicas à materialização dos respectivos negócios industriais, operações mercantis e prestações de serviços. (BORGES 2001, p. 27). O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos. Neste caso, se o contribuinte pretende diminuir os seus encargos tributários, poderá fazê-lo maneira legal, denominada elisão fiscal ou economia legal, onde o contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Assim, se a forma celebrada é jurídica e lícita, a esfera governamental deve respeitá-la a fim de que: [...] o imprescindível processo de integração do planejamento tributário na planificação global ocorra no ritmo adequado, não basta tomar contato apenas com idéias criativas; é preciso observar algumas regras já aplicadas pelas organizações empresariais à frente do processo de elaboração de planos voltados à legítima economia de impostos. (BORGES 2001, p. 28). As regras práticas que concedem juridicidade ao planejamento na área de impostos indiretos, são assim objetivadas pelo autor: • Verificar as a economia de impostos é oriunda de ação ou omissão anterior à concentração da hipótese normativa de incidência. • Examinar se a economia de impostos é decorrente de ação ou omissão legítima. • Analisar se a economia de impostos é proveniente de ação realizada por meio de formas de direito privado normais, típicas e adequada. • Investigar se a economia de impostos resultou de ação ou conduta realizada igualmente a suas formalizações nos correspondentes documentos e registros fiscais. Para o referido autor, são três as finalidades do planejamento tributário: 1) evitar a incidência do tributo, tomando-se providências com o fim de desviar-se do seu fato gerador; 2) reduzir o montante do tributo, buscando-se meio de se reduzir a alíquota ou sua base de cálculo; e; 3) retardar o pagamento do tributo, adotando-se medidas que têm este fim, sem a ocorrência da multa. É oportuno lembrar que esse planejamento tributário diz respeito à forma como uma empresa deve cuidar de suas obrigações tributárias, uma vez que esse planejamento visa à redução dos custos da carga tributária dessa empresa corroborando para cujo objetivo é o fator primordial do incentivo fiscal. 3.5. Incentivos fiscais O incentivo fiscal é um benefício de redução da carga tributária concedida pelo governo na área fiscal a certas empresas com o intuito de incentivar certa área, setor ou atividade econômica. Pode ser uma redução de alíquota, isenção, compensação, etc. Segundo LYRA, (1995. p. 7): A isenção constitui-se na modalidade mais tradicional de incentivo fiscal, consistindo na liberação da obrigação do contribuinte de recolher o imposto devido, parcial ou totalmente. O benefício monetário que propicia, de um modo geral, vincula-se à promessa da adoção pelo beneficiário de condutas preestabelecidas. A dedução, por seu turno, consiste na concessão do direito de deduzir determinada parcela do imposto ou de sua base de incidência à condição de que os recursos correspondentes tenham sido ou venham a ser aplicados em eventos relevantes para a política econômica. Em outras palavras, a isenção traduz-se na renúncia total por parte da esfera governamental da parcela devida do respectivo tributo, enquanto que a redução trata-se de uma dedução de um percentual sobre o valor do tributo devido. Tais benefícios são concedidos com o intuito de fomentar o desenvolvimento econômico de determinada região. LYRA (1995. p. 7) identifica três modalidades de tratamento tributário pelo qual o Estado intervém na economia: a) isenção: modalidade mais clássica de incentivo fiscal, versando a liberação da obrigação do contribuinte de recolher o imposto devido, parcial ou totalmente, propiciando um benefício monetário vinculado ao compromisso da adoção, pelo beneficiário, de procedimentos preestabelecidos. Os principais tipos de isenção utilizados baseiam-se nos impostos sobre: importação de máquinas e equipamentos; importação de insumos; renda de atividades selecionadas; produção ou vendas; parcela da produção exportada; b) dedução: concessão do direito de deduzir determinada parcela do imposto ou de sua base de incidência, sob condição de que os recursos correspondentes tenham sido ou venham a ser aplicados em eventos relevantes para a política econômica. Os principais tipos de dedução baseiam-se no imposto sobre a renda das empresas e destinam-se: ao financiamento de investimentos em ativos fixos; à recuperação de gastos de investimento em ativos fixos; à depreciação acelerada dos ativos fixos; à aplicação em fundos de investimentos; e à recuperação de gastos com tecnologia e treinamento de mão-de-obra; c) tributação discriminatória: incidência de impostos sobre eventos que se deseja desestimular em favor de outros eventos alternativos. Para esse autor essa tributação diferencia-se das modalidades anteriores pelo fato de que: - seu impacto sobre a conduta econômica que se deseja influenciar é indireto, na medida em que incide diretamente sobre as condutas competitivas; - não apresenta um custo fiscal (perda de receita) efetivo. Para FISET (1980, p. 2), essa proposta: Tem sido preocupação do Governo Federal, desde os anos 60, corrigir ou atenuar os desníveis regionais e distorções verificadas em setores vitais da economia, mediante planejamento científico. Fazem parte de seus propósitos desenvolver regiões e setores economicamente fracos, promover o desenvolvimento integrado do País, criar empregos e redistribuir riquezas. Em essência o governo abre mão de considerável parte do imposto que lhe é devido pelas pessoas jurídicas para aplicação em projetos de interesse nacional. Dessa forma, pode-se caracterizar como incentivo fiscal a redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus tributário, originário de lei ou norma específica. Tais benefícios têm como principal objetivo desenvolver sustentavelmente determinadas regiões. Porém, os empreendimentos beneficiados com os incentivos, passam a gerar conseqüentemente, renda para população da região em que está inserida. Desta forma, a inexistência de tributos por um lado, transfere o ônus da receita tributária para outra atividade. Sobre os custos dos incentivos fiscais à indústria, BRYCE (1964, P. 93-94) afirma que: Um dos meios mais simples e práticos se encorajar o investimento privado na indústria é conceder isenção de impostos, artifício de que muitos países lançam mão sob diversas formas. Esse artifício, em geral, quase nada custa ao país, já que os impostos para os quais se concede isenção não teriam existido, pois que deveriam ser lançados sobre lucro de investimentos que, de outra forma, não seriam feitos. A isenção temporária de impostos a ponto de atrair novos investimentos, constitui um meio de aumentar a receita governamental, pois que contribui para o lançamento das bases de uma renda industrial sobre a qual mais tarde serão lançados os impostos. Uma perda temporária da receita de impostos, causadas por essas medidas de isenção é, provavelmente, uma das melhores inversões que o governo pode fazer mesmo do ponto de vista limitado do aumento de suas rendas. Do ponto de vista mais importante do desenvolvimento econômico, pode constituir um poderoso meio de provocar maiores investimentos a um custo praticamente nulo para o País. A empresa sujeita ao imposto de renda poderá aplicar os recursos oriundos dos incentivos fiscais em tecnologia e desenvolvimento, até 31 de dezembro de 2013, contanto que tenham empreendimentos em operação nas áreas de atuação da extintas SUDENE e SUDAM e que se enquadrem nos setores da economia considerados prioritários para o desenvolvimento regional, poderão depositar no Banco do Nordeste do Brasil S/A - BNB ou Banco da Amazônia S/A, respectivamente, para re-investimento, 30% (trinta por cento) do valor do Imposto de Renda devido pelos referidos empreendimentos, calculados sobre o lucro da exploração, acrescido de 50% (cinqüenta por cento) de recursos próprios. 3.6 Imposto de renda pessoa jurídica Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) é um tributo federal, onde, pagam-no as pessoas jurídicas não imunes/isentas e tem como fator gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica. Conforme Receita Federal as pessoas jurídicas com sede no Brasil são obrigatórias a pagar imposto de renda sobre seu Lucro Real (alíquota única de 15% e adicional de 10% acima da base de cálculo de R$ 20.000/mensal), após as adições e exclusões efetuadas sobre os lançamentos constantes do Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real), ou sobre o Faturamento/Receita Bruta, caso a empresa haja optado pelo pagamento do IR por Lucro Presumido, cujo percentual de presunção oscila entre 1,6% a 32%, conforme o tipo de atividade da empresa. Dessa forma, o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica é aplicado em qualquer tipo de empresas individuais ou pessoas jurídicas, inclusive aquelas que não são registradas. Nesse caso, as pessoas jurídicas devem apresentar declarações de renda anualmente, com base no lucro apurado em balanço encerrado em ano calendário anterior. Segundo a Receita federal, é contribuinte do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ): I – as pessoas jurídicas; II – as empresas individuais. Como se pode perceber, as disposições tributárias do IR aplicam-se a todas as firmas e sociedades, registradas ou não. Nesse caso, somente poderão optar pelo recolhimento mensal do imposto de renda, calculado com base nas regras estimativas, a pessoa jurídica sujeita ao regime de tributação com base no lucro real. 3.6.1 Diversas formas de tributação do Imposto de Renda As pessoas jurídicas podem quitar o tributo de quatro maneiras. Conforme lei específica as Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma das seguintes formas: a) Simples. b) Lucro Presumido. c) Lucro Real. d) Lucro Arbitrado. Entretanto, a existência de uma renuncia fiscal determina que a empresa beneficiada com incentivo fiscal faça a opção pela declaração do imposto baseada no Lucro Real. Nesse caso, a ênfase maior será dada para a opção do Lucro Real, 3.6.2 Da opção pelo Lucro Real De acordo com a Receita Federal a legislação atualmente em vigor, estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas (Lei nº 9.718/1998, art. 14, com a redação dada pela Lei nº 10.637/2002, art. 46): a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior ao limite de R$ 48.000.000,00 ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses (ou seja, no caso de início de atividades no ano anterior, multiplica-se o número de meses de atividade por R$ 4.000.000,00); b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior; d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do imposto; e) que, no decorrer do ano-calendário, efetuem pagamento mensal do Imposto de Renda pelo regime de estimativa. f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 4. METODOLOGIA A pesquisa que se propõe será um estudo de caso que consiste em uma investigação detalhada de uma empresa do pólo de informática da cidade de Ilhéus. O seu objetivo é compreender o contexto do evento em estudo e ao mesmo tempo desenvolver teorias mais genéricas a respeito dos aspectos característicos do fenômeno em estudo o observado à medida que os mesmos ocorrem, sem qualquer interferência significativa do pesquisador. GIL, citando YIN (2002, p. 54), argumenta que: Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi encarado como procedimento pouco rigoroso, que serviria apenas para estudos de natureza exploratória. Hoje, porém, é encarado como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos. Assim, embora os métodos de coleta de dados mais comuns em um estudo de caso sejam a observação e as entrevistas, a opção pelo método de coleta de informações através da observação se deu de acordo com a tarefa a ser cumprida, levando se em consideração que não houve autorização formal para efetuar as pesquisas necessárias. ...Na área da Administração, Ciências Contábeis e Economia, as pesquisas tendem a ser do tipo não experimental, ou seja, aquela em que o pesquisador observa, registra, descreve, analisa e correlaciona os fatos sem, no entanto, manipular diretamente as variáveis, inferindo na realidade (MARION, 2002, p. 40). O fenômeno não está isolado de seu contexto (como nas pesquisas de laboratório), já que o interesse do pesquisador é justamente essa relação entre o fenômeno e seu contexto e quais os seus impactos no gerenciamento e resultados a partir da análise do fluxo de informações. A observação consiste em aplicar os sentidos, a fim de obter uma determinada informação sobre algum aspecto da realidade. O estudo foi efetuado em sua maioria por observação pelo fato das limitações impostas pela empresa. Segundo RUDIO (1986) a observação pode ser assistemática e sistemática. A observação pode também ser chamada de “ocasional”, “simples” ou “não estruturada”. Podem-se observar muitas coisas ao mesmo tempo, contanto que defina com precisão o que se deseja observar. Para RUDIO (1986), a observação é a que realiza: [...] sem planejamento e sem controle anteriormente elaborados, como decorrência de fenômenos que surgem de imprevistos. Imaginemos que um psicólogo esteja passando por uma rua e veja um prédio ser atingido por um incêndio de grandes proporções. Ele pode transformar o evento,a que por acaso assiste, em oportunidade para estudar, por exemplo, o comportamento dos indivíduos diante de uma tragédia[...]. (p. 41) 4.1 Quanto ao tipo de pesquisa Para a qualificação da pesquisa, foi adotada a definida por Vergara (2003), em dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, esta pesquisa apresenta caráter exploratório e qualitativo. Exploratória, pois visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. Segundo VERGARA (2003), a pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado de determinado assunto. Dessa forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores. Esse tipo de pesquisa é caracterizado por flexibilidade e versatilidade, o que é o caso do objeto de estudo, onde não se verificou a existência de estudos anteriores que abordassem o tema. De acordo com GIL (2002, p.42): Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porque das coisas. Quanto a sua natureza a pesquisa foi qualitativa, pois explicita algumas de suas características principais, o qual embasa também este trabalho, por exemplo: leva em consideração o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento principal. A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo. Referente aos meios, a pesquisa será de campo, bibliográfica e documental, a fim de melhor responder às questões propostas na pesquisa. Para que se possa elaborar uma metodologia de análise de empresa, para tanto se faz necessária a pesquisa em bibliografia científica sobre o tema, onde, segundo Vergara (2003) define-a como um estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em artigos científicos, dissertações, teses, livros, revistas, jornais e redes eletrônicas. A pesquisa bibliográfica, onde se encontra a fundamentação teórica e metodológica do trabalho foi realizada investigando sobre os seguintes assuntos: Estrutura de capital, Planejamento Financeiro e Planejamento tributário. Assim como, uma pesquisa documental dos indicadores e planilhas da empresa, afim de se analisar o desempenho econômico financeiro da empresa em estudo. A característica da pesquisa documental, segundo LAKATOS & MARCONI (1991), é que a fonte de coleta de dados está restritos a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias para estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno pesquisado ocorre, ou depois. A investigação também foi documental porque se valeu de documentos internos da empresa, que dizem respeito ao objeto de estudo, tais como os demonstrativos contábeis, e-mails trocados entre os setores, relatórios de compras, relatórios de saldo de itens e relatórios de movimentação de materiais, dentre outros. A análise dos dados foi realizada de forma intuitiva e indutivamente, pois não foi necessário o uso de técnicas e métodos estatísticos. E, por fim, teve como preocupação maior a interpretação de fenômenos e a atribuição de resultados. A pesquisa restringiu-se as áreas de Administração e Produção da Empresa estudada. Foi observado e acompanhado o desempenho das atividades do setor como um todo. 4.2 Plano e instrumentos de coleta Os dados foram coletados em três etapas. Na primeira, para obtenção dos dados foi utilizada uma pesquisa bibliográfica que incluiu a análise de dados, selecionados e coletados em livros, monografias, revistas, artigos científicos, pesquisas na internet e documentos internos da empresa. A segunda etapa foi a realização efetiva da pesquisa por meio do método de observação. Segundo SILVA & MENEZES (2001), a pesquisa de observação é caracterizada pela utilização dos sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade. Essa etapa da pesquisa consistiu na observação de como se deu o crescimento da produtividade e do quadro de funcionários. A forma de crescimento desse quadro foi comparada com o que estava descrito nos demonstrativos e relatórios anuais de procedimentos operacionais da empresa. Cada etapa foi transcrita nesse relatório e seguiram registradas nos Resultados. 4.3 Limitações da pesquisa O presente estudo teve limitações de análises devido ao fato da empresa objeto de estudo fazer restrições quanto a aplicação de questionários, divulgação de dados e do seu nome. 5. CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SEU AMBIENTE 5.1 Descrição da empresa objeto do estudo Com capital 100% nacional, fundada no final da década de 80 a Empresa ALFA1 que, acompanhando as tendências tecnológicas do mercado, atua no segmento de desenvolvimento de produtos para automação comercial e bancária. Está presente no mercado há mais de 15 anos, fornecendo produtos inovadores e serviços qualificados, proporcionando sempre aos seus clientes e parceiros um bom atendimento em pré e pós-vendas. A experiência e tradição da Empresa ALFA no mercado podem ser traduzidas nos seus aproximadamente 1.000.000 equipamentos produzidos. Desde 2002, através de sua rede de distribuidores e parceiros comerciais, atende as maiores empresas do mercado brasileiro de automação, tais como: IBM, Itautec, Unisys, Procomp, etc. Conta com mais de 40 modelos e 250 variações aplicadas em pontos de venda, loterias, terminais Web, supermercados, com projeção mundial e o fornecimento para o projeto junto órgãos públicos, dentre outras aplicações. Conta com distribuidores no exterior fornecendo para empresas integradoras de soluções, exportando para: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru, Polônia, Rússia, Suécia, Turquia, Venezuela. Para o mercado dos EUA, a empresa tem um grande parceiro que representa uma parcela significativa das exportações. Os modelos dessa nova linha atingem os mais variados tipos de estabelecimento comercial, desde a pequena mercearia ou drogaria até as grandes redes de super e hipermercados, magazines, livrarias, lojas de materiais de construção, lojas de conveniência, lojas de departamento e demais segmentos. A empresa investe anualmente, em pesquisa e desenvolvimento, valores que correspondem de 10 % a 15 % do seu faturamento bruto. Com uma equipe de profissionais, entre engenheiros e técnicos, avalia as 1 Por questões de solicitação de sigilo, o nome da empresa foi omitido, sendo substituído neste trabalho pela empresa ALFA. constantes evoluções tecnológicas e busca as melhores soluções para a nossa realidade. Também efetua um trabalho cooperado de pesquisa aplicada junto às principais escolas do país. A empresa tem o objetivo que as exportações continuem aumentando ano a ano como vem acontecendo nestes últimos tempos. Os esforços se concentram na busca de novos mercados, diversificando os produtos, apresentando flexibilidade de negociação e fidelidade à política de qualidade. Para isso, em sua estrutura a organização possui duas fábricas localizadas no estado de São Paulo, e na Bahia, totalizando 4000 m2 de área. Ambas trabalham e produzem seguindo as normas de qualidade ISO 9001:2000. A unidade de Ilhéus é responsável pelo processo manufatureiro, enquanto a unidade de São Paulo concentra seus esforços na área Comercial e de Desenvolvimento. Os dois ambientes possuem quadro de colaboradores acima de 150 profissionais que em sintonia com a organização atua com foco no cliente. Para manter-se com foco no cliente, a empresa investe entre 10% a 15% do seu faturamento em pesquisa de desenvolvimento para novos produtos e tecnologias. Seu maior orgulho é ser uma empresa genuinamente brasileira e que participar do mercado em que atua, concorrendo com multinacionais. 5.2 Histórico da empresa A empresa iniciou suas atividades no final da década de 80 num bairro residencial do Rio de Janeiro em uma simples estrutura que pouco oferecia para o funcionamento de uma indústria de eletrônicos. O foco de atuação era o mercado de comunicações através do sucesso que eram os aparelhos de telex e que mais tarde seriam sufocados pelo advento e valorização da telefonia fixa, móvel e principalmente a Internet. Com perfil empreendedor, o Diretor da empresa recém graduado em Engenharia Eletrônica buscava contato com empresas importantes no segmento de automação comercial, pois acreditava ser este mercado pouco explorado e com alto potencial de desenvolvimento. Nesta fase, de operação no Rio de Janeiro, o quadro de funcionários era formado por menos de dez colaboradores que se esforçavam para alcançar bons resultados em qualidade, prazo e inovação tecnológica sem possuírem as devidas condições fabris. Alguns clientes importantes foram conquistados, que encomendavam para suas soluções teclados matriciais que não passavam de uma matriz com botões plásticos que eram agregados a equipamentos de maior porte para formação dos kits de solução para balcão de venda em lojas que já incrementavam a informatização e automação para melhor atender aos seus clientes. Além de atender aos pedidos específicos, a empresa confirmou que o mercado tenderia para automatizar o segmento comercial e bancário e partiu então para o desenvolvimento de soluções próprias de modo que não precisava ficar na dependência de encomendas de grandes empresas para atuar neste mercado. Aos poucos foi acabando a era do Telex e devido às inovações tecnológicas, hoje uma das características mais fortes do grupo, a empresa estava fortalecida no mercado e já possuía operando ainda na simples casa mais de 30 colaboradores. Após um momento de reflexão sobre a sua atuação no mercado, identificou que os principais clientes estavam na região da Grande São Paulo e que sua estrutura precisava ser ampliada e adequada para uma indústria de pequeno porte de modo a oferecer recursos que permitiriam uma melhor obtenção de resultados. Ainda na década de 90 mudou para um galpão alugado numa cidade do interior de São Paulo firmando-se no grande centro comercial e industrial do Brasil sendo essa uma decisão muito importante e acertada para a organização. Com a mudança, alem de conseguir uma estrutura em galpão apropriado para funcionamento de indústria e a redução da distância para os maiores clientes, reduziu consideravelmente à distância com os fornecedores melhorando tempo de reposição de insumos e custos. Nos anos seguintes, a empresa cresceria em número de produtos de desenvolvimento e fabricação próprios, produtos sob encomenda, carteira de clientes e a sua marca passa a ser referência em inovação e qualidade no segmento de automação comercial e bancária. Já no final da década de 90 inicia o processo de adequação para certificações de qualidade adequando a empresa para os padrões internacionais o que permitiria sua entrada em vários países. Sempre presente em eventos como feiras, workshops e convenções a empresa não para de crescer e a unidade de do interior de São Paulo começa a se mostrar insuficiente para o volume de material processado e profissionais, que precisavam de boas instalações para incremento de resultados. Nesse período comprou o galpão ao lado do qual funcionava que não foi suficiente, pois não era de tamanho muito maior do que aquele onde funcionava. Com o incentivo fiscal oferecido para a formação do Pólo Industrial da cidade de Ilhéus-BA e a necessidade de uma nova unidade fabril, a empresa iniciou suas operações na Bahia em pequeno galpão que fora adequado para o funcionamento da empresa. A data de início de suas operações foi no final de 2000 com menos de dez funcionários. No início de 2001 a unidade ilheense já contava com mais de 20 funcionários em seu quadro e o volume de produção já era considerável obrigando à organização fazer investimentos em infra-estrutura para comportar o volume de dados trocados entre as unidades assim como na estrutura física do galpão improvisado para comportar o volume produtivo. A empresa direcionou para a unidade de Ilhéus-BA toda operação fabril, deixando em funcionamento a sua estrutura comercial e equipe de desenvolvimento que já era formada por mais de cinco Engenheiros. Em 2002, sem condições de ampliar a capacidade produtiva por limitações físicas do galpão e com volume de fabricação alto causado inclusive pela participação e aprovação em licitações, resolveu comprar um grande e antigo galpão e o reformou totalmente para instalar ali o que seria uma das mais modernas fábricas do Pólo Industrial de Ilhéus. Já em 2003 inicia as operações na nova sede baiana e nos anos seguintes assiste-se a um crescimento de produção, faturamento e conseqüentemente no quadro de colaboradores chegando a ter na unidade baiana mais de 100 pessoas trabalhando em boas condições. Confirma-se então que a decisão pela ampliação da unidade foi correta. Agindo agressivamente em política de Recursos Humanos, a empresa implantou programas de treinamentos de diversos formatos. Agindo de forma independente ou com o apoio de empresas especializadas em desenvolvimento de capital intelectual os trabalhos eram realizados igualmente para todos os funcionários ou distinguiam-se os grupos por funções ou cargos. Como programa de incentivo educacional, os colaboradores que obedeciam a alguns critérios como tempo de contratação recebiam bolsa auxílio para o caso de estudos em faculdades particulares. Preocupada em conhecer e melhorar a satisfação dos colaboradores foi implantado o acompanhamento do clima organizacional através de pesquisas que são realizadas semestralmente. Diante do mercado cada vez mais competitivo e que foi marco do surgimento de muitos concorrentes os investimentos foram significativos em programas de melhoria na gestão dos processos um melhor posicionamento no mercado. 40 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6.1 Processo de gestão financeira da empresa O modelo de gestão financeira adotado pela empresa é de planejamento financeiro em curto prazo, ou seja, as necessidades de recursos são apontados para o capital de giro, através de analises de fluxo de caixa. Dessa forma, são feitos acompanhamentos diários do faturamento da empresa. O fluxograma do setor de contas a receber tem início no momento em que a o setor de planejamento de produção sinaliza o termino do processo produtivo do pedido. Esse fato ocorre em detrimento da produção só iniciar o processo de produção após entrada do pedido do cliente no sistema, onde, a partir daí a compra dos insumos é sinalizada. Pode-se verificar desta forma que o modelo de gestão adotado pela empresa trata-se de produção puxada, onde, a compra dos insumos parte do pedido de venda. Apesar de que, vale ressaltar que alguns insumos são adquiridos a partir de previsões de venda analisadas através do demanda o produto e do grau de importância do mesmo para a empresa. Dando continuidade ao processo de faturamento, a partir da confirmação do lote de produto acabado no estoque, o setor de faturamento dar início a emissão da nota fiscal. Assim que tem sinalizada a emissão da nota, o faturamento solicita ao setor de logística que efetue os orçamentos os fretes. Finalizado o orçamento, a logística dar um retorno para o faturamento, no qual, emite a nota fiscal. Desse momento em diante, dar-se início efetivamente ao faturamento da empresa, onde, após emissão da nota fiscal, são separadas as vias que seguem junto com a encomenda para o cliente e as demais segue para o setor financeiro. No momento em que as notas fiscais são lançadas no sistema, o mesmo automaticamente vincula os dados pertinentes aos setores financeiro e fiscal. Vale ressaltar que as vias são enviadas para o setor financeiro juntamente com a forma de cobrança adotada pela empresa. Normalmente, as cobranças são efetuadas via boleto bancário. Neste momento, o setor financeiro verifica a veracidade das informações, assim como, a consistência dos lançamentos na nota fiscal com o boleto de cobrança. Identificada alguma incompatibilidade das informações, são solicitadas as devidas retificações para o faturamento, caso contrário é autorizado pelo financeiro o envio, para o banco, da remessa de cobranças efetuadas no dia. Após conferência, do setor financeiro as notas são enviadas para o setor fiscal, para que o mesmo efetue o levantamento de todas as informações pertinente ao setor, assim como, avaliar a veracidade dos lançamentos referentes à tributação assim como: cefop, alíquotas, impostos incidentes, dentre outros. Após verificação as notas são enviadas para contabilidade para devidas escriturações. Do mesmo modo ocorre com as contas á pagar. O setor comercial informa o pedido do cliente, onde, a partir desse momento, é sinalizado de compra. Adquiridos os insumos, o estoque efetua o recebimento da nota fiscal, comparando com a ordem de compra. Feitas todas as fiscalizações na mercadoria, a nota fiscal segue para o setor fiscal para devidos lançamentos no sistema. Após entrada no sistema, assim como nas vendas, as informações lançadas vinculam os dados referentes aos setores financeiro e fiscal. Efetuados todos os lançamentos, a nota fiscal segue para o setor financeiro para devidas verificações. Realizadas todas as verificações, caso haja necessidade, são solicitadas as devidas retificações, do contrário as notas retornam para outro colaborador do setor fiscal, a fim de confirmar a veracidade dos lançamentos tributários, assim como: cefpo, alíquotas, impostos incidentes, dentre outros. Enviado para contabilidade após verificações e devidas correções, tais notas seguem, também, para contabilidade, com o intuito de efetuar as devidas escriturações. Pode-se verificar a partir dessa descrição que há uma integração das informações dos setores através do sistema, que, aliás, é sua função, pois se trata de um sistema integrado, ferramenta indispensável para tomada de decisões de gerentes intermediários. É importante ressaltar que o fluxo de atividades do setor financeiro até o seu envio para tesouraria cabe a um colaborador exclusivamente, tanto para as atividades setor de cobrança quanto para o de pagamento. Essa atividade tem inicio na supervisão dos relatórios de contas a pagar e a receber, finalizando no envio dos respectivos documentos para a tesouraria, devidamente analisados e retificados, quando for o caso. Tais documentos, trata-se de cópias das notas fiscais com suas respectivas cobranças para o setor exclusivamente de pagamento, e cópia de notas fiscais para o setor de cobrança. Com base nos documentos enviados e nos relatórios emitidos diariamente, gerados pelo sistema, são feitos acompanhamentos a respeito do fluxo de caixa da empresa. Tais relatórios são enviados para o gerente financeiro. Em mãos desses relatórios, o gestor dar início a ao processo de monitoramento das finanças da empresa, conciliando nesse momento as contas a pagar com as contas a receber. O fluxo das atividades finaliza na conciliação do banco, através de extrato bancário, com as contas a pagar e a receber visualizada nos relatórios diários. Neste momento cabe ao colaborador de cada vertente do financeiro baixar seus respectivos lançamentos. Assim, é de responsabilidade desses respectivos colaboradores acompanharem efetivamente a execução do devidos pagamentos e recebimentos. Onde, no momento em que for identificada alguma inadimplência, os mesmo procuram tomar as devidas providências. Quando se trata do setor de pagamento, procura-se entrar em contato com o fornecedor, solicitando, prorrogação do prazo de vencimento, evitando assim, multas e mora, que, aliás, faz arte da política financeira da empresa, o não pagamento de tais ônus. Com medida preventiva o setor estipulou em sua política o prazo máximo de três dias para lançamentos de pagamentos no sistema, a fim de que se tenha uma margem de segurança para eventuais imprevistos. No caso de contas a receber, quando é sinalizada alguma inadimplência, o responsável pelo setor entra em contato com o cliente, a fim de sanar as eventuais dívidas. Terminada todas as tentativas de negociações, em último caso, é bloqueado o faturamento para o cliente em questão. Entretanto, por possuir uma carteira de clientes renomados e de grande reconhecimento, nacional e internacionalmente, como foi relatado na contextualização da empresa, o índice de inadimplência é significativamente baixo. Quadro esse que se ratifica com a participação de sua carteira de clientes órgão estatais, adquiridos através de licitações. Dessa forma, foi observado que há um desempenho eficiente nas tarefas alocação de recursos no que tange as atividades primárias do setor financeiro. O que se conclui que o controle de fluxo de caixa da empresa é efetivo e eficiente. Entretanto, pode-se verificar que o planejamento financeiro da empresa no que tange os prazo, é essencialmente destinado a curto prazo, ou seja, a empresa tem uma preocupação maior com o seu capital de giro. Apesar da empresa promover reuniões anuais para análise dos indicadores e dos demonstrativos dos resultados da empresa. Com a finalidade de projetar o orçamento financeiro do ano posterior. Foi constatado que a empresa orienta o planejamento financeiro exclusivamente para o curto prazo. O fato de concentrar os esforços no curto prazo restringe o potencial do planejamento financeiro. Essa ferramenta gerencial deveria ser utilizada para o longo prazo também, permitindo realizar análises financeiras de ordem estratégica para a empresa, tendo em vista que a mesma monitora as vendas diariamente, por considerá-las a variável chave da organização, concluí-se que ela tem um controle de suas atividades financeiras. A finalidade essencial do planejamento financeiro deve ser o de dar subsidio estratégicos para o futuro da organização. Esquecendo-se assim de outras atividades essenciais para um desenvolvimento sustentável da empresa, assim com o seu planejamento tributário. A seguir, fluxograma para este processo. FIGURA 1 – Fluxograma da mensuração dos indicadores da empresa Alfa Coleta de dados através de módulos do sistema de informação feita pelos assistentes administrativos Alimentação manual das planilhas Geração de indicadores Coleta de indicadores pelos gestores setoriais Análise de indicadores Propostas baseadas nos indicadores Tomadas de decisão Fonte: própria 6.2 Sistema de planejamento tributário da empresa Na empresa em estudo os lançamentos tributários, conforme explanado no capítulo anterior, são lançados no sistema as informações pertinentes ao setor, por colaboradores assistentes do setor administrativo. O colaborador responsável lança em planilhas de Excel as informações levantadas, no momento em que as notas, tanto de saída quanto de entrada passam pelo setor. Dessa forma, apura-se ao final de cada mês os valores referentes aos tributos devidos. Com base nessas informações, verifica-se que há uma falha na mensuração dos dados, uma vez que, os mesmos são lançados e vinculados ao módulo do setor fiscal, no sistema. Entretanto, apesar de tais falhas, constata-se que as informações são fidedignas, uma vez que é exposto o indicador de erros nos lançamentos contábeis, contando como 100% (cem por cento de aproveitamento). A questão é que tal indicador somente poderá ser efetivamente mensurado no momento em que a empresa for surpreendida por uma fiscalização, pois até o momento o lançamento o mesmo pode ser considerado como correto. Porém verificou-se que por diversas vezes as solicitações de pagamentos dos impostos foram retificadas, após lançamento para pagamento no setor financeiro, demonstrando, dessa forma, inconsistências na mensuração das informações. Dessa forma, passa-se a ter um grau de desconfiança das informações significativo. Com o intuito de atenuar os possíveis erros que venham a ser cometidos, o gestor do setor condiciona a efetiva finalização das informações a sua apreciação e liberação. Verificou-se que as capacitações disponibilizadas pelo setor de RH, são canalizadas para o gestor administrativo, para posterior transmissão de aprendizado aos membros de sua equipe. Porém, o que ocorre é que tais informações na são passadas de imediato. O mesmo ocorre no momento em que um colaborador tem dúvidas sobre a forma correta de proceder. A partir desse momento o gestor sana toas as suas dúvidas. O problema é que apesar de 100% por cento de aproveitamento no indicador, verifica-se que as dúvidas são muito freqüentes, fazendo com que haja certa dependência do colaborador para com seu gestor. Vale ressaltar que, o fator de ocorrer uma centralização das informações relevantes para o setor poderá acarretar duas ocorrências: a primeira é a possibilidade do gestor não está disponível em certo momento, acarretando assim, ônus tributário. A segunda é o direcionamento das atividades do gestor para dúvidas técnicas, no momento em que poderia está canalizando suas atividades para análise e tomadas de decisões mais cruciais para empresa. Verifica-se ainda certa deficiência quanto aos elementos tributários de maior magnitude. como a legalidade das ações relativas aos incentivos fiscais na qual a empresa é beneficiada. 6.3 Projeto de incentivo fiscal Constatou-se que no ano de 2006 a empresa tinha crescido em número de produtos de desenvolvimento e fabricação própria, produtos sob encomenda, carteira de clientes e a sua marca já era referência em inovação e qualidade no segmento de automação comercial e bancária. A unidade ilheense já contava com mais de 50 funcionários em seu quadro e o volume de produção já era expressivo obrigando à organização fazer investimentos em infra-estrutura para comportar o volume de produção, criando assim um novo setor produtivo na empresa, onde todo o processo que anteriormente era efetuado de maneira terceirizada passa a ser direcionado para dentro da empresa. Trata-se de um investimento em infra-estrutura que tem como finalidade principal a redução de prazos de entrega de seus produtos, maior flexibilidade no desenvolvimento de novos projetos e produtos que atendam normas internacionais, assim como oferecer aos seus clientes e parceiros os melhores produtos, com preços competitivos e com a melhor qualidade. Desta forma, para implantação de um projeto desta magnitude de maneira sustentável a empresa requer um planejamento financeiro para que se possa alcançar aos seus objetivos e atender à finalidade aos quais se propõe. Para isso é imprescindível que se estime a real necessidade dos fundos a serem financiados no intuito de que a empresa não acabe por não ter capacidade de honrar com seus compromissos. A partir da efetividade dos resultados obtidos com o uso do mix de recursos próprios e dos recursos provenientes da opção por redução do imposto de renda, e como já foi dito anteriormente, com o acelerado crescimento da empresa, a mesma Identificou a necessidade de expandir sua capacidade produtiva. A partir desta necessidade e da intenção de se inserir no mercado externo a empresa vislumbrou a prospecção de um projeto que teria como finalidade principal a redução de prazos de entrega de seus produtos, maior flexibilidade no desenvolvimento de novos projetos e a produção de produtos que atendessem normas internacionais, assim como oferecer aos seus clientes e parceiros os melhores produtos, com preços competitivos e com a melhor qualidade. Com o intuito de poder conciliar o aumento de sua capacidade produtiva e ao mesmo tempo reduzir custos operacionais, agilizar os processos produtivos, obter uma melhoria na qualidade dos produtos e diminuir prazos de entrega para os seus clientes a empresa optou por desvincular parte de uma etapa produtiva, na qual, era efetuada de forma terceirizada, ou seja, essa fase era efetuada fora da empresa. Os custos gerados pelo processo de fabricação efetuado fora da empresa e que caberia ao setor eram em 2005, aproximadamente R$ 850.000,00 (oitocentos e cinqüenta mil reais), aumentando em 2006 para quantia acima de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). A empresa então investiu na implantação do setor mais de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), chegando aproximadamente ao mesmo valor do custo da fabricação fora da empresa em 2006. A meta era que o investimento alcançasse um retorno no período de dois anos. Previsões essas que ocorreram antes do período previsto, no momento em que avaliamos no quadro a seguir com os valores aproximados dos resultados setor. Quadro 1 – Faturamento do setor produtivo da empresa Alfa Período FATURAMENTO CUSTO FATURAMENTO BRUTO 2007 Até o LÍQUIDO R$ 1.300.000,00 R$ 650.000,00 R$ 650.000,00 primeiro R$ 1.500.000,00 R$ 800.000,00 R$ 700.000,00 R$ 1.450.000,00 R$ 1.350.000,00 semestre de 2008 TOTAL R$ 2.800.000,00 Fonte: Empresa ALFA Se a empresa permanecesse optando por terceirizar a produção do setor, a mesma teria gasto o montante de mais de R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais) em 2007 e aproximadamente R$ R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), totalizando um montante que gira em torno de R$ 2.800.000,00 (dois milhões e oitocentos mil reais). Contudo, verificou-se que o custo do projeto seria demasiadamente alto, apesar dos benefícios que o mesmo traria para empresa. Entretanto, conforme ressaltado anteriormente, a empresa possuía um efetivo planejamento financeiro em curto prazo, visualizando assim a viabilidade da execução do projeto. A partir do diagnóstico de viabilidade do projeto, a empresa deu inicio a sua execução com recursos próprios. Porém, com o intuito de atenuar o elevado custo com a implantação do projeto, a empresa continuou a optar pela redução de valor de seu imposto de renda. O que podemos identificar é que a uma o empreendimento beneficiado com os recursos de redução de imposto de renda desta magnitude necessita de dispêndio mais efetivo de atenção. Porém verifica-se que houve certa falta de conhecimento e capacitação do gestor em relação ao incentivo em questão uma vez que o mesmo foi efetuado por acaso, pois a intenção era dar continuidade ao primeiro benéfico concedido à empresa. Poe essa razão, foi solicitado ao colaborador do setor financeiro o acompanhamento do projeto de redução do imposto de renda. Porém imaginava-se na época que o benefício por que a empresa estava optando, tratava-se de uma continuação do projeto inicial. Nesse momento foi solicitada ao colaborador uma efetiva redução dos custos de desenvolvimento do projeto. Entretanto a forma mais viável de efetuar o projeto foi a execução do mesmo internamente. A partir desse momento identificou-se que o projeto em questão se tratava de outro benefício concedido pela governamental e que poderia ser concedido paralelamente com o benefício já existente na empresa. No entanto até o momento ainda se verifica certa inexperiência por parte dos colaboradores executores do projeto, quando se observa que o projeto está estagnado por falta de informações pertinentes a conclusão do mesmo. Entretanto verificou-se que devido à instalação do empreendimento houve um crescimento significativo na empresa não somente nas questões financeiras, mais também nas questões sociais, onde a empresa passou de aproximadamente 50 funcionários para mais de 150 no período de dois anos. Fazendo com que a empresa enquadra-se no âmbito dos empreendimentos com obrigatoriedade de inclusão no quadro seu quadro de funcionários um percentual de deficientes físicos. A partir destas análises, conclui-se que tais incentivos geram sim benefícios, porém não são fatores preponderantes para o desenvolvimento da organização, que apesar das deficiências nos planejamentos financeiros tem capacidade de encaminhar com suas próprias pernas. Esse ponto pode ser definido como positivo, pois no momento em que a empresa não disponibilizar mais dos benefícios, a mesma continuará executando suas atividades efetivamente. 6.3.1 Benefícios do incentivo fiscal A partir da efetividade dos resultados obtidos com o uso do mix de recursos próprios e dos recursos provenientes da opção por redução do imposto de renda, e como já foi dito anteriormente, com o acelerado crescimento da empresa, a mesma Identificou a necessidade de expandir sua capacidade produtiva. A partir desta necessidade e da intenção de se inserir no mercado externo a empresa vislumbrou a prospecção de um projeto que teria como finalidade principal a redução de prazos de entrega de seus produtos, maior flexibilidade no desenvolvimento de novos projetos e a produção de produtos que atendessem normas internacionais, assim como oferecer aos seus clientes e parceiros os melhores produtos, com preços competitivos e com a melhor qualidade. Com o intuito de poder conciliar o aumento de sua capacidade produtiva e ao mesmo tempo reduzir custos operacionais, agilizar os processos produtivos, obter uma melhoria na qualidade dos produtos e diminuir prazos de entrega para os seus clientes a empresa optou por desvincular parte de uma etapa produtiva, na qual, era efetuada de forma terceirizada, ou seja, essa fase era efetuada fora da empresa. Os custos gerados pelo processo de fabricação efetuado fora da empresa e que caberia ao setor eram em 2005, aproximadamente R$ 850.000,00 (oitocentos e cinqüenta mil reais), aumentando em 2006 para quantia acima de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). A empresa então investiu na implantação do setor mais de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), chegando aproximadamente ao mesmo valor do custo da fabricação fora da empresa em 2006. A meta era que o investimento alcançasse um retorno no período de dois anos. Previsões essas que ocorreram antes do período previsto, no momento em que avaliamos no quadro a seguir com os valores aproximados dos resultados setor. A empresa teve um crescimento significativo nos últimos anos. O número de funcionários cresceu de 05 (cinco) desde sua instalação na cidade no ano de 2000 para mais de 150(cento e cinqüenta). Somente no ano de 2006 para 2007 a empresa teve um acréscimo em seu faturamento em 20%. O aumento de faturamento, conseqüentemente, desencadeou no aumento do fluxo de recursos dentro da empresa. Em muitas empresas, a gestão financeira é centralizada no proprietário. A empresa em estudo não é uma exceção. O seu departamento financeiro, na realidade funciona mais como um a tesouraria responsável por contas a pagar e a receber, não realizando efetivamente as funções da gestão financeira limitando assim o crescimento da empresa. Com a finalidade de integrar melhor a área financeira ao restante da empresa, faz-se necessário fornecer aos funcionários do setor informações a respeito dos outros departamentos e também do mercado em que a empresa atua. A idéia é que os funcionários recebam treinamentos sobre a estratégia do negócio e conheçam mais detalhes da operação, e não só conhecerem novas técnicas de administração financeira. A partir daí será possível traçar uma estratégia em que o departamento financeiro ganhe mais importância no organograma da empresa e os melhores profissionais da área possam ser alçados a posições mais próximas dos centros de decisão. Um departamento financeiro integrado às demais áreas da empresa é mais capaz de propor soluções e melhorias que possam, por exemplo, ajudar a reduzir o ciclo de vendas, o que gera menos encargos financeiros. A área também poderia descentralizar a elaboração do orçamento anual, hoje feita pelo Diretor da empresa. Fazendo com que a área financeira seja o cérebro para consolidar as informações de forma que seja possível visualizar de imediato o que está acontecendo na empresa. Partindo da premissa de que os custos tributários são atrelados somente ao elemento lucratividade de uma empresa, sugere-se que ele, como atividade durável, passe a fazer parte da cultura das empresas e que fique atrelado ao seu planejamento estratégico. Assim, o planejamento tributário deixa de ser uma atividade exercida apenas quando o empresário tem conhecimento dos custos tributários, para torná-lo uma ferramenta de administração baseada em resultados. Desta forma, sob essa perspectiva, planejamento tributário ganha uma dimensão estratégica na medida em que passa a depender ou delimitar certas decisões gerenciais. Quanto ao atendimento aos requisitos jurídicos legais, apóia-se sob essa perspectiva o apropriado planejamento tributário que é aquele em que as alternativas e os cenários são construídos com a seriedade, nas quais as decisões são tomadas levando-se em consideração as particularidades de cada caso e em que há dedicação na adoção das medidas necessárias a dar direção às decisões estratégicas. Em outras palavras, é aquele em que as ações são efetivadas de forma direta e as ocorrências são relatadas de forma transparente, onde, os documentos de suporte são atenciosamente preparados e os registros contábeis fazem refletir os fatos ocorridos de forma analítica. Acredita-se que uma maneira de formar apoio para uma base de conhecimento tributária é a contratação de um administrador financeiro que dentre as suas atribuições estejam as de análise do impacto dos tributos sobre as operações da empresa e do setor em que ela atua e da proposição de alternativas lícitas de redução da carga tributária. Essas alternativas devem ser flexíveis, de modo a permitir que todas as decisões empresariais mais relevantes sejam tomadas levando-se em consideração os custos tributários diretos ou indiretos. Para atender ao perfil do profissional dotado de conhecimento tributário são necessários, pelo menos, conhecimentos específicos de caráter jurídico. Nesse caso, não basta somente conhecer a legislação tributária, é essencialmente necessário que se tenha domínio das categorias jurídicas do direito privado empresarial e das normas de direito público que regem certas atividades; ou seja, é esperado deste profissional formação jurídica multidisciplinar. Ademais, é necessário que o profissional conheça de métodos de negociações, isto é, tenha capacidade de conhecer o funcionamento do mercado no âmbito econômico e jurídico. É necessário ainda que esse profissional possua aptidão para criar e desenvolver formas jurídicas novas que se adaptem às necessidades da empresa e atendam às leis vigentes. Verifica-se que a empresa não dispõe de adequada assessoria jurídicocontábil que a mantenha informada e atualizada quanto à aplicação da legislação tributária vigente no momento da realização de seus negócios. A dificuldade para interpretação da legislação tributária é grande. Não bastasse isso, são feitas alterações constantes na legislação pertinente ao assunto. Tais fatos dificultam as condições de trabalho dos colaboradores. Também deve haver um melhor preparo dos gestores de área para a tarefa de projetar valores para as variáveis de sua responsabilidade. Para tanto, considerase conveniente que seja ministrado cursos de treinamento às pessoas envolvidas na formulação de planejamento financeiro da empresa. Sugere-se que a empresa adote um modelo mais sofisticado de planejamento financeiro. O que proponho é que além dessa contratação toda a sua equipe direta de trabalho seja devidamente capacitada para que seja possível a formação de sugestões, a fim de se crie uma de discussão gabaritada em torno das decisões financeiras da empresa. De modo que todas as áreas da empresa sintam-se participantes e responsáveis pelos resultados esperados. Pois podemos observar é que a empresa dispõe de excelentes ferramentas administrativas, porém sub-utilizadas. Essa prática, certamente, acarretará numa cultura de planejamento tributário com importantes contribuições para a redução dos custos tributários e racionalização, em certas ocasiões, dos procedimentos operacionais e a eliminação de pontos vulneráveis que possam implicar a imposição de penalidades tributárias. Portanto, o planejamento tributário estratégico é, ao mesmo tempo, um fator de busca de oportunidades e um meio de prevenção contra problemas. 54 7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento tributário: IPI, ICMS, ISS e IR: economia de impostos, racionalização de procedimentos, relevantes questões tributárias, controvertidas questões tributárias. São Paulo: Atlas, 2001. 316 p. BRYCE, Murray D. Desenvolvimento Industrial: um manual para acelerar o progresso econômico. São Paulo: Pioneira, 1964. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em 28: junho. 2008. FISET. 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