DISCURSO DE ACOLHIMENTO
Quando em 27 de Abril de 1928 o DOUTOR ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR
assumiu a pasta das Finanças, a situação era angustiosa, pelo estado de ruína material
que se atingira e pela convicção quase geral de que se não podia lutar contra a fatalidade
implacável das circunstâncias criadas pela incompetência, pela imprevidência e pela
criminosa leviandade dos governos democráticos.
Impostos os poderes necessários, a Nação vergou-se, e Salazar restaurou o equilíbrio
das contas públicas.
Concretizou a restauração material, moral e nacional.
Doutrinou e reanimou a Alma Nacional!
Passaram entretanto 120 anos do nascimento do Doutor Oliveira Salazar, tempo mais do
que suficiente para alguém ser esquecido, não fora a grandiosidade da sua acção, a
imensidão da sua obra, e acima de tudo, a seriedade que em tudo e a todos transmitiu,
bem como a sua lealdade à Pátria, em tudo o que a ela dissesse respeito.
São valores em extinção e também por isso a nossa obrigação em os relembrar e
preservar. É nosso dever moral repeti-los insistente e incessantemente, seguindo-lhe o
exemplo:
«Pois é preciso que gritemos tão alto a verdade, que demos tal relevo à verdade que os
surdos a ouçam e os próprios cegos a vejam».
Salazar dotou a Nação de uma doutrina. A Nação passou a ter uma política de
identidade. Assentou na Trilogia e defendeu uma Pátria Una, Eterna, Multirracial e
Pluricontinental. Para Salazar, a Pátria não era apenas o espaço físico, a matéria inerte e
insensível, mas o conjunto desse espaço com o conjunto da matéria viva, que tinha
corpo, mente, alma e espírito: "O Ser humano". Salazar tinha da Pátria uma visão
global, que impunha a cada cidadão o dever de construir para o bem comum, sendo que
o bem comum só tinha razão de ser, se satisfizesse as necessidades individuais, para que
estas, por sua vez, satisfeitas, proporcionassem a cada indivíduo ficar ao serviço do
colectivo. Salazar promoveu, portanto, na perfeição, uma política de Vitalidade que
defendeu a Unidade na Diversidade.
Na agitação do seu tempo, soube gerir os reflexos da 1ª Guerra Mundial, as
consequências da 1ª República, as expectativas sobre o que surgisse da Guerra Civil
Espanhola, a neutralidade na 2ª Guerra Mundial e a defesa intransigente dos Territórios
Ultramarinos (coisa pouca).
Teve perante todos estes conflitos, uma atitude de Estadista. Movimentou-se por entre
as elites mundiais e era respeitado. Foi um Homem iluminado com um perfeito domínio
emocional, mental e espiritual.
Recusou a intriga e o compadrio. Sobrepôs ao País legal (Estado), o País real (Nação), a
este impôs uma Constituição, e a ela, ele próprio se submeteu.
Salazar, conhecedor do comportamento humano, da incapacidade de se chegar a
consensos, da morosidade de se tomarem decisões, soube dosear o pluralismo; com a
Constituição de 1933 pôs fim à ditadura militar e devolveu a liberdade aos cidadãos
reduzindo-a à sua utilidade. Foi bem claro quando se referia à liberdade:
«Aquém, a autoridade que cria a ordem e a ordem que condiciona a liberdade; além, a
liberdade, tomada no vago, no absoluto, e desprendida de todo o condicionalismo
social, a liberdade até aos paroxismos da anarquia»
Ou ainda,
«O grau das liberdades públicas efectivas depende da capacidade dos cidadãos, não da
concessão magnânima do Estado»
E por fim,
«… Isto é, as liberdades interessam na medida em que podem ser exercidas, e não na
medida em que são promulgadas»
Sempre que estivesse em causa a soberania de Portugal, Salazar impunha-se pela força
da razão, ainda que para isso, tivesse que impor a razão pela força, sempre que as
circunstâncias o aconselhassem e delas retirasse como única finalidade, a defesa do
território, o bem-estar ou a vida dos portugueses.
É célebre a frase: Para Angola, rapidamente e em força!
Organizou a Nação, subordinando os interesses particulares ao interesse comum.
Limitou à liberdade colectiva, a liberdade individual, desmedida.
Formou o Estado Corporativo, fundado nas realidades sociais e dominado pela noção do
valor espiritual da vida humana.
Restabeleceu a ideia de Nação, constituída em unidade Moral, Económica e Política;
Instituiu o direito ao Trabalho; Reconheceu os agrupamentos naturais de trabalhadores e
de empresas; Reconheceu a solidariedade entre o Capital e o Trabalho; Defendeu o
trabalho nacional, fez prevalecer à concorrência da mão-de-obra estrangeira, os
interesses dos trabalhadores portugueses.
Promoveu a construção de Casas Económicas, Casas do povo e dos Pescadores; Criou a
Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, com a finalidade do aproveitamento útil
do tempo disponível dos trabalhadores; Criou Instituições de Previdência.
Defendeu a Família, que considerou a célula social como fonte de conservação e
desenvolvimento da raça; Criou a Mocidade Portuguesa com o fim de exaltar as grandes
virtudes cívicas e morais e a saúde física da juventude; Instituiu a Obra das Mães pela
Educação Nacional, destinada a estimular a acção educativa da família e a assegurar a
cooperação com a escola.
Na defesa da Cultura, teve o Secretariado de Propaganda Nacional acção preponderante,
com a criação do Teatro do Povo, do Cinema Popular, Exposições nacionais e
internacionais, e com a instituição de prémios literários e artísticos.
Empreendeu uma equilibrada política militar: a possível. Elaborou um vasto programa
naval; reorganizou o Exército.
Não descorou a Defesa Territorial. Criou a Legião Portuguesa, cujo património
espiritual da Nação eram a Fé, a Família, a Moral Cristã, a Autoridade e a Liberdade da
Terra Portuguesa.
Tão necessário se torna relembrar, hoje e todos os dias, quem fomos, para nos
descomplexarmos da nossa origem e destemidamente defendermos os nossos valores,
que se apresentam tão envergonhados.
Temos que ter a coragem de repor as grandes certezas, e repetir incansavelmente (passo
a citar):
1.
2.
3.
4.
5.
Não discutimos Deus e a Virtude;
Não discutimos a Pátria e a sua História;
Não discutimos a Autoridade e o seu Prestígio;
Não discutimos a Família e a sua Moral;
Não discutimos a Glória do Trabalho e o seu Dever.
TENHO DITO!
João Gomes
2009.05.02
Na comemoração do 120º Aniversário do Nascimento de ANTONIO DE OLIVEIRA
SALAZAR
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