UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE MARKETING DE RELACIONAMENTO A IMPORTÂNCIA DE CULTIVAR E ESTABELECER UM RELACIONAMENTO ESTÁVEL E DURADOURO COM O CLIENTE Por: Victor Augusto Rodrigues Neto Orientador: Professor Jorge Vieira da Rocha Rio de Janeiro 2010 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE MARKETING DE RELACIONAMENTO A IMPORTÂNCIA DE CULTIVAR E ESTABELECER UM RELACIONAMENTO ESTÁVEL E DURADOURO COM O CLIENTE Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Victor Augusto Rodrigues Neto 3 AGRADECIMENTOS A DEUS, por ter me dado o dom da vida e a todas as pessoas que acreditam no meu sucesso pessoal e profissional. 4 DEDICATÓRIA Aos meus pais Jurema e Renato Rodrigues, minha filha Gabriela e a Fátima Carneiro os verdadeiros amores da minha vida. 5 RESUMO Esta monografia aborda a importância do Marketing de Relacionamento e das suas ferramentas quando empregadas para gerenciar o relacionamento entre as empresas e o cliente. O objetivo desta pesquisa é estudar o Marketing de Relacionamento e suas aplicações bem como os programas de fidelidade porque passam junto ao Marketing de Relacionamento. A metodologia utilizada está baseada no estudo exploratório valendo-se de consulta e estudo bibliográfico e análise documental. Os resultados obtidos poderão dar origem a uma proposta de intervenção junto a um segmento do mercado brasileiro. Conclui que o Marketing de Relacionamento é uma filosofia que estreita a ligação entre a empresa e o cliente, visando conquistá-lo e torná-lo ainda mais fiel, já que é um diferencial competitivo para quem quiser sobreviver no mercado. 6 METODOLOGIA A pesquisa para a confecção deste estudo foi realizada através da coleta de informações a respeito do tema: Internet (sites especializados em Administração e Marketing), revistas especializadas, jornais e livros. A pesquisa bibliográfica foi o método utilizado por conter um conjunto de técnicas e estratégias que possibilitam localizar, identificar e acessar dissertações que serviram de base para a obtenção das informações. O desenvolvimento de um estudo elaborado constitui-se numa pesquisa exploratória e descritiva em harmonia à conceituação oferecida por Vergara (2009). A partir do desenvolvimento dos estudos sobre o tema, descrevo as principais características pertinentes à temática. A diversidade de material pesquisado foi determinante para a formação das respostas para as diversas distorções que hoje circundam as empresas quanto à fidelização de seus clientes. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO 1 - O MARKETING DE RELACIONAMENTO 10 1.1 - O CONCEITO DE MARKETING DE RELACIONAMENTO 10 1.1.1 - O CLIENTE 14 1.1.2 - O AMBIENTE 16 1.2 - A EVOLUÇÃO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO 18 1.3 - AS APLICAÇÕES DO MARKETING DE RELACIONAMENTO 23 1.4 - AS FERRAMENTAS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO 28 CAPÍTULO 2 - PROGRAMAS DE FIDELIDADE 32 2.1 - BUSCANDO A LEALDADE 33 2.2 - ENTENDENDO OS PROGRAMAS DE FIDELIDADE 39 2.3 - TIPOS DE PROGRAMAS DE FIDELIDADE 44 2.4 - PRÉ-REQUISITOS PARA A EXISTÊNCIA DOS PROGRAMAS DE FIDELIDADE 45 2.5 - O MARKETING DE VAREJO 47 2.5.1 - O CONCEITO DE VAREJO 47 2.5.2 - A CLASSIFICAÇÃO NO VAREJO 51 CAPÍTULO 3 – MARKETING DE SERVIÇO 53 3.1 – COMO FIDELIZAR SEM SERVIÇO 55 CONCLUSÃO 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 60 8 1 - INTRODUÇÃO Estamos vivendo uma nova era de concorrência e competição dentro do ambiente empresarial. A concorrência cresce, não só entre adversários tradicionais em mercados tradicionais, mas também com novos personagens em nichos ou setores específicos de negócios. Além disto, com o advento da Internet e da globalização acabando com as fronteiras, as empresas não podem ficar confiantes em sua participação de mercado e em sua posição competitiva. A concorrência pode mudar inesperadamente, as fusões e aquisição alteram a relação de força existente no mercado. A variedade de produtos e serviços e a entrada de empresas internacionais no mercado brasileiro tornaram a competitividade ainda mais acirrada, isso fez com que as empresas buscassem caminhos que as levassem a uma relação mais próxima com os clientes. O conceito marketing de relacionamento originou-se na necessidade de analogia entre vendedor e comprador, com o objetivo de mantê-lo fiel e satisfeito através de uma longa e duradoura relação, que apesar de dinâmica e sujeita a mudanças a cada minuto, se mantém viva e vantajosa para as empresas e seus consumidores. A fidelização é um processo filosófico do marketing de relacionamento e dentro desse contexto os programas de fidelidade sejam qual for sua amplitude, são considerados de extrema importância na construção de relacionamentos estáveis e duradouros. Este é um estudo de caráter exploratório onde serão utilizadas três metodologias: Pesquisa bibliográfica, documental e empírica, onde o objetivo será colocar em prática os conceitos teóricos estudados. A pesquisa bibliográfica consistirá na consulta e estudo de livros, publicações periódicas (jornais e revistas) e sites da Internet. Os textos lidos e analisados terão como objetivo gerar conhecimento e esclarecimento sobre o tema estudado, bem como permitir formular um ordenamento lógico e crítico das unidades de pensamento dos textos lidos. No primeiro capítulo abordarei o estudo de marketing de relacionamento, relacionando o seu conceito com o ambiente e com o consumidor, descrevendo sua evolução a partir do ponto de 9 vista de alguns autores, tais como: Mckenna (1997), Bogman (2000), Gronroos (1995), Vavra (1993) entre outros. Além de classificar os tipos de clientes, mostrar suas aplicações como, por exemplo, suporte e força de vendas e programas de fidelidade e as ferramentas que são utilizadas como database, marketing direto, ombudsman dentre outros. No segundo capítulo explicarei os programas de fidelidade, o porquê das empresas estarem a cada dia criando novos programas, novas recompensas para tornar o cliente mais fiel, mostrando quais são os conceitos sobre os mesmos, e a opinião de autores sobre o assunto da lealdade como, por exemplo: Nascimento (1996), Rapp (1991), Furlong (1994) além de um relato sobre o marketing de varejo no Brasil, com a descrição do perfil da atual sociedade brasileira e descrevendo os tipos de varejo existentes. No terceiro capítulo discorro sobre o Marketing de Serviços e como fidelizar os clientes sem serviço, porque o marketing lida com os problemas de uma organização que produz bens e serviços que vão satisfazer as necessidades de um grupo determinado de pessoas. O importante no marketing é identificar as necessidades não satisfeitas, procurando supri-las com serviços adequados. O objetivo desta monografia é o estudo do marketing de relacionamento, desde sua base teórica até sua utilização prática nas organizações. O futuro desses programas dependerá das estratégias que cada empresa utilizar, podendo se tornar um referencial para as empresas futuras que queiram ou necessitem fidelizar sua clientela, ou esses programas de fidelidade poderão não gerar nenhum retorno. 10 CAPÍTULO 1 - O Marketing de Relacionamento Este capítulo tem por objetivo ambientar o mercado e as transformações ocorridas no conceito de Marketing de Relacionamento, assim como as suas aplicações, e suas ferramentas. A utilização da pesquisa bibliográfica com base em diversos autores tais como: Mckenna (1997), Bogman (2000), Gronross (1995), Piercy (1998), Normann (1994), Murray (1996), Raphael (1996), Vavra (1993), Berry (1985), Parasuaraman (1985), Kotler (1996), Armastrong (1999), Albrecht (1992), Stone (1998), Woodcock (1998), Angelo e Giangrande (1999), Ferreira e Sganzerlla (2000) e Bretzke (2000), foi crucial para a construção deste capítulo. 1.1 - O conceito de marketing de relacionamento Muitas empresas fazem marketing tentando sempre obter novos clientes, mas não tem grande preocupação em reter os que já possuem, perdendo a oportunidade de observar o processo de compras de modo integrado, e expandir seus negócios com os clientes atuais. O conceito de Marketing de Relacionamento tem origem na necessidade de retomar o relacionamento entre vendedor-comprador, objetivando tornar a venda mais eficiente. Para empresas de serviços, ou seja, de produtos intangíveis, manterem o cliente é mais difícil do que para a empresa de produtos tangíveis. Baseando-se em Mckenna (1997:105), Marketing de Relacionamento é uma nova tendência onde o relacionamento com o consumidor é como filosofia da empresa, é uma maneira da empresa se posicionar, de pensar no consumidor, no mercado, na concorrência e em toda a realidade que a cerca. É um meio através do qual a empresa satisfaz seus clientes, reconhecendo a importância de mantê-lo fiel e satisfeito através de uma relação longa e duradoura; que apesar de dinâmica e sujeita a mudanças a cada minuto, se mantêm viva e vantajosa para as empresas e seus consumidores, a fim de conhecer os mecanismos de satisfação e insatisfação e saber lidar com eles de forma positiva e congruente com seus objetivos. O conceito de Marketing de Relacionamento é relativamente recente, surgido nos anos 90, segundo Mckenna (1997:133-145). 11 Como todos os conceitos da área de administração, este também surgiu de uma necessidade, imposta pelo mercado. Uma necessidade de reformulação da relação empresa/consumidor. Marketing de Relacionamento é um processo de criação, manutenção e intensificação de relacionamentos fortes e valiosos com clientes e outros atores. Os benefícios do Marketing de Relacionamento, segundo Mckenna (1997:31), são: • Aumento da retenção e lealdade do cliente; • Maior lucratividade por cliente em função de custos menores para seduzir os clientes e redução do custo de venda. A grande dificuldade enfrentada ao se estabelecer um conceito de Marketing de Relacionamento dentro de uma empresa é a necessidade da existência de uma cultura de observação da base já existente. Ao desenvolver esta postura, a empresa abre a possibilidade gerencial de encontrar os melhores meios para conquistar novos clientes através do perfil dos maiores usuários e, identifica os diferenciais certos, as vantagens competitivas a serem exploradas para manter clientes fiéis. A cada dia, os consumidores detêm uma maior quantidade de informações e se dirigem a uma posição mais privilegiada na relação com as empresas. É o consumidor quem já está ditando as regras em diversos segmentos de mercado, devido ao fato de estar bem informado sobre os produtos/serviços e também a grande concorrência entre as empresas. As organizações tem que estudar muito bem o mercado, e principalmente seu público alvo, para poder atender da melhor forma suas necessidades. O Marketing de Relacionamento apresenta o conceito de intangibilidade de um produto ou serviço e trabalha bastante com a área subjetiva da mente do consumidor, lutando para que ele realmente se torne leal a sua marca. Atualmente as transformações são tantas e ocorrem tão rápido que os padrões e comportamentos estabelecidos nos mercados já não são mais sustentáveis. A administração moderna defronta-se com tantas peculiaridades que às vezes a situação foge de seu controle. Alguns efeitos observados nesta nova era competitiva: 12 • A diversidade de produtos e serviços aumenta até em pequenos segmentos de mercado; • A competição mundial aumenta; • Os mercados ficam tão segmentados que os nichos tornam-se soberanos; • As distinções entre produtos ficam pouco nítidas; • Os ciclos de vida dos produtos são acelerados; • Os canais de distribuição estão em um fluxo constante. Embora ficar ao lado do cliente seja preeminente, os canais muitas vezes obscurecem o diálogo com o cliente; • A mídia promocional tradicional amplifica o nível de barulho e não consegue comunicar mensagens claras. Reina a confusão; • As organizações diminuem e se reestruturam, procurando novas formas de fazer negócios; • Ambiente de negócios e o curso dos eventos competitivos são imprevisíveis; • A previsão e as pesquisas não proporcionam um caminho de ação nítido. As empresas buscam, cada vez mais, desenvolver vantagens competitivas, criando valor que seja percebido como diferencial para seus clientes. A vantagem competitiva existe quando a empresa oferece maior valor ao consumidor e consegue preferência por seus produtos e serviços, quanto aos preços, suficiente para cobrir os custos de efetivação desse valor. Com a fragmentação dos mercados, um número maior de participantes pode alcançar uma posição reconhecida, mesmo sem os recursos elevados. Vale ressaltar que uma posição de destaque pode ser obtida até mesmo em um mercado abarrotado. Com os milhares de novos produtos que surgem a cada dia e a intensificação da concorrência, o posicionamento do produto fica cada vez mais difícil. Para conquistar uma posição forte no mercado uma empresa precisa diferenciar seu produto de todos os demais existentes no mercado. Faz-se necessária a cooperação entre os setores de projeto, produção e marketing. Deve- se ter a consciência de que o produto e o mercado formam um único corpo. 13 A diferenciação de um produto pode ser feita de diversas formas: tecnologia, preço, aplicação, qualidade, serviço, canais de distribuição, público-alvo, clientes específicos e alianças. Alguns conceitos devem ser levados em consideração na tentativa de posicionar bem um produto. O mercado é que posiciona os produtos, e não a empresa. Por isso, as empresas precisam entender como funcionam as engrenagens do mercado, para poderem influenciar a forma através da qual o mercado posiciona seus produtos. As empresas devem enfocar fatores de posicionamento intangíveis. Mais eficaz do que estabelecer posições através de preços ou especificações técnicas é estabelecer posições baseadas em fatores subliminares, como liderança tecnológica e qualidade. As organizações têm que desenvolver o produto completo. Os produtos possuem atributos tangíveis e intangíveis. Imagine o produto computador. Se junto com a máquina não vierem os programas de utilização, o produto perderá uma parte tangível. Já se o computador proceder de uma empresa desconhecida e com apoio financeiro duvidoso, ao produto faltará alguns elementos intangíveis. As empresas tem que entender o que é o sucesso e o que é o fracasso. Para que possam lançar no mercado produtos de sucesso, as empresas precisam entender as sutilezas de seus sucessos ou fracassos anteriores, analisando sempre seus resultados. Elas tem que estar voltadas para o mercado, sempre procurando clientes e possíveis clientes. Por sua vez, os consumidores estão cada vez mais dispostos a experimentar novos nomes que aparecem no mercado. Uma marca tem que ser mais do que um simples ícone tem que representar as qualidades da empresa e o do produto. Uma empresa tem que estar disposta a experimentar. Experimentar novos produtos ou estratégias, sempre atentas a resposta do mercado. Se seus clientes andarem em determinada direção, uma nova estratégia deve ser lançada na mesma direção. 14 1.1.1 - O Cliente Ao tratar de Marketing de Relacionamento e fidelização, há uma ligação direta com a palavra cliente. Quanto maior o conhecimento sobre o cliente a empresa tiver, maior será o relacionamento com ele. Existem cinco tipos de clientes, que as empresas tentam buscar, ou deveriam. A) O cliente externo: É aquele que paga pelos produtos e serviços sem participar do processo de produção e realização do mesmo. Para a empresa é fundamental descobrir quem são seus clientes, conceber formas de atrair o maior número deles e de aumentar sua fidelidade. Murray e Raphael (1996:15) descrevem uma escala de fidelidade: Prospects: pessoas que podem estar interessadas em comprar de você; Shoppers: pessoas que visitam seu negócio pelo menos uma vez; Clientes eventuais: pessoas que adquiriram um ou mais produtos ou serviços de seu negócio; Clientes regulares: pessoas que adquirem regularmente seus produtos ou serviços; Defensores: pessoas que elogiam a qualidade de seu negócio a quem quiser ouvir. B) O cliente pessoal: O cliente pessoal é aquele que influencia nossas vidas e nosso desempenho no trabalho. É formado pelas pessoas que convivem conosco, alimentando as necessidades emocionais e sociais, como por exemplo: marido, esposa, filho e amigo. C) O cliente da concorrência: A soma dos clientes externos com os clientes da concorrência forma a massa de clientes ativos que são chamados de mercado atual. O número dos clientes externos que a empresa tem em relação ao mercado atual determina a participação da mesma no mercado em um determinado território definido. É importante analisar esses clientes, e entender o porquê eles compram da concorrência e começar a agir para conquistá-los. D) O cliente interno: Este é um tipo de cliente importante, do ponto de vista empresarial. É ele quem faz ou deixa de fazer para que a expectativa final seja satisfeita ou não. O cliente interno é a peça principal na qualidade total em 15 serviços. O cliente interno é a pessoa que trabalha nas empresas e influencia o processo produtivo e de fornecimento de serviços. O conceito de cliente interno pode ser muito útil a organização. O perfeito entendimento do conceito pode garantir um clima organizacional melhor, maior produtividade, mais união dentro da equipe, maior satisfação do cliente externo e até atrair os clientes da concorrência. Vavra (1993:225) afirma que o Marketing de Relacionamento começa na empresa, onde mostra claramente a ligação do cliente interno com o processo de fidelização do cliente externo. O vínculo estreito entre a satisfação dos funcionários e a satisfação dos clientes cria uma relação de co-responsabilidade entre as empresas e os funcionários. Em razão disso, o nível de satisfação dos clientes internos é um importante indicador dos esforços da empresa no sentido de melhorar a satisfação dos clientes externos e o desempenho operacional. É um desafio para o pessoal interno de uma organização de serviço pensar, agir, falar em termos de ligação com aquilo que faz o sucesso do negócio aos olhos do cliente. O gerenciamento de serviço é o modelo específico de gerenciamento com algumas idéias e implicações básicas que não estão presentes no modelo atual de gerenciamento de produção. Albrecht (1992:51) resume gerenciamento de serviço da seguinte forma: “é uma abordagem total e organizacional que faz da qualidade do serviço, fornecido pelo cliente interno, como é percebida pelo cliente externo, a mais importante impulsionadora da operação dos negócios". O que realmente importa para uma empresa é como os possíveis clientes e os que já existentes vêem-na em relação às concorrentes. A liderança no mercado pode chamar a atenção de um consumidor e ser um fator importante a ser considerado por ele, mas, hoje, existe mais de um único líder em praticamente todos os segmentos do mercado, por isso não basta ser líder. O consumidor teve de fato seu perfil alterado. Mudou hábitos de consumo, lazer, trabalho e comunicação. Está bem mais informado do que no passado e consegue discernir melhor. Hoje, as pessoas têm mais compromissos e menos tempo, exigindo mais facilidades e agilidade. Perceber o valor que o cliente atribui a produtos e serviços deve ser uma busca constante para a empresa, 16 pois o cliente é influenciado pelo modo como recebe o serviço e como vivencia a relação. 1.1.2 - O Ambiente Um produto pode apresentar diversos significados sob a perspectiva dos clientes. Todos os valores agregados ao produto tais como tendências tecnológicas, dinâmica, concorrência, tendências sociais e econômicas, influenciam a maneira do consumidor ver um determinado produto. A nova era que estamos vivendo é marcada pela crescente diversidade de produtos e serviços e pela competitividade global, e é nesse contexto que a pratica do Marketing de Relacionamento se torna oportuna, pois ele se baseia na necessidade do relacionamento de longo prazo com o mercado, buscando a fidelização dos clientes. Mais uma vez vale lembrar que é o mercado que posiciona os produtos. Portanto, saber lidar com o "temperamento" do mercado é crucial para obter sucesso. Estudar todas as características dos seus clientes, suas necessidades, seus gostos, suas percepções, possibilita a empresa criar uma relação mais forte com seu público. É analisando o mercado que uma empresa consegue criar a percepção de que seu produto é único. Não é somente antes de lançar um produto, mas também depois, que a empresa deve ficar "de olho" no comportamento de seu público. Aliás, conhecer seu público é o primeiro e principal dever de uma empresa. Tudo que uma empresa criar pode ser copiado por outra, mas o conhecimento que uma empresa detém de seus clientes é seu principal trunfo em relação aos concorrentes. Uma das lições mais importantes é a mudança de foco das empresas, que vem transformando sua relação com seus consumidores, ao longo do tempo: Foco no Produto... Foco no Cliente... Foco do Cliente Isso significa que as empresas devem ter um conhecimento tal de seu público a ponto de toda a corporação conseguir enxergar o produto/serviço da mesma forma que seus clientes. Conseguir entender a sua mente, analisar suas 17 percepções e por fim determinar estratégias que permitam atender da melhor forma suas necessidades. Nesse sentido, o marketing é utilizado para criar uma relação forte entre empresa e cliente, onde a marca terá o papel de transmitir as qualidades intangíveis da corporação, as que realmente conquistam a lealdade do seu público. Outro ponto importante tem que ser levado em conta: quando alguém compra um produto ou serviço, ele cria uma expectativa quanto ao que lhe será apresentado. Quando recebe (o produto ou serviço), é à hora da percepção, que vai confirmar anular ou superar suas expectativas. Fazendo essa comparação obtém- se a satisfação. Para realizarmos um bom Marketing de Relacionamento podemos utilizar uma série de ferramentas tecnológicas, como captação e análise de um eficaz banco de dados dos seus clientes. Através dele consegue-se um tratamento mais personalizado ao público. Porém é uma ação bastante custosa, e por isso não pode ser utilizado com todos os seus clientes. A empresa deve concentrar as ações de relacionamento em seus principais clientes, os que realmente são responsáveis por seu faturamento. Com o avanço da informática, equipamentos e programas sofisticados permitem que as empresas conheçam cada vez melhores seus clientes e estabeleçam com eles laços tão íntimos quanto os de antigamente (como aquela mercearia da esquina de que sua avó tanto gostava). Hoje, as empresas podem conhecer os gostos, as necessidades e os desejos do seu público-alvo para satisfazê-los individualmente, utilizando um processo conhecido como marketing one to one. A lealdade envolve entusiasmo e identificação do consumidor com a marca, para que ele se torne um forte difusor dela e de seus benefícios. Um consumidor leal não só continuará comprando o produto ou serviço da sua empresa por um longo tempo como também será um poderoso outdoor da sua marca. Portanto, o Marketing de Relacionamento é uma filosofia de administração empresarial, baseada na orientação para o cliente e para o lucro, que busca estabelecer um relacionamento profundo e duradouro com os clientes, 18 prospects, fornecedores e todos os intermediários, como forma de obter uma vantagem competitiva sustentável. Esta definição reúne aspectos como a criação de um relacionamento profundo e duradouro com os clientes, além de ser mais completa por envolver, além de clientes, fornecedores e todos os intermediários, para obter uma vantagem competitiva sustentável. Esta definição reúne aspectos como à criação de um relacionamento profundo e duradouro com os clientes, além de ser mais completa por envolver, além de clientes fornecedores e todos os intermediários, para obtenção de vantagem competitiva sustentável. 1.2 - A evolução do Marketing de Relacionamento Além de estabelecer relacionamentos em base individual com seus clientes, as empresas tinham orgulho em manter relacionamentos especiais e duradouros. Esses relacionamentos individuais, que mantinham os clientes fiéis às empresas, foram sacrificados, nos anos 60, 70 e 80, em favor da produção de massa e distribuição. Por outro lado, os consumidores também estavam mudando. Eles começavam a esperar e a demandar maior variedade de produtos e serviços. Ou seja, nos anos 80, a estrutura do mercado tornou-se mais complexa, o mercado consumidor fracionou-se e as ofertas de produtos proliferaram. As empresas começaram a coletar dados e estudar volumes de informações sobre os segmentos, assim como pesquisas sobre atitudes e usos dos consumidores. Gradativamente, os relacionamentos com os consumidores médios foram sendo substituídos por relacionamentos pessoais com consumidores individuais. As organizações de hoje programam suas estratégias de marketing através de um banco de dados ou central de informações, voltando-se para os velhos tempos, quando mantinha um relacionamento individualizado com os clientes. Os relacionamentos pessoais com os clientes não são apenas novamente possíveis, mas se tornaram o objetivo do marketing. E é através da fidelização e 19 manutenção dos clientes que as empresas encontraram um meio para obter maior competitividade. Kotlher (1996:64), Marketing de Relacionamento é a tarefa de criar forte lealdade dos consumidores através da entrega de alta satisfação. É uma lógica associação entre duas entidades que gera benefícios para ambas. Nesta curta definição fica clara a importância de duas partes, que no caso denominamos comprador e vendedor de serviços e a existência de benefícios mútuos para ambas as partes. Como bases para o Marketing de Relacionamento, há: • A preocupação da empresa com a manutenção do relacionamento com o cliente a cada encontro; • A existência de benefícios mutuo no relacionamento; • Atuar focando um grupo especifico de clientes para o qual e com um banco de dados dos clientes atualizado. O Marketing de Relacionamento tornou-se uma dessas expressões da moda, usada por todo profissional de marketing. Mas esses profissionais não tem uma definição clara do significado dessa expressão e muitas vezes não conseguem defini-la. Eles definem o Marketing de Relacionamento da seguinte forma: É a utilização de várias técnicas e processos de marketing, vendas, comunicação e cuidado com o cliente para: • Identificar clientes de forma individualizada e nominal; • Criar um relacionamento entre a sua empresa e esses clientes- relacionamento que se prolongue por muitas transições. • Administrar esse relacionamento para o benefício de seus clientes e da sua empresa. Kotler e Armstrong (1999:197), tratam do tema Marketing de Relacionamento da seguinte forma: “Marketing de Relacionamento significa criar, manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos. Cada vez, o marketing vem transferindo o foco das transações individuais para construção de relacionamentos que contêm valor e rede de oferta de valor. O Marketing de Relacionamento está mais voltado para o longo prazo. Sua meta é oferecer valor de longo prazo ao cliente, e a medida do sucesso e dar-lhes satisfação ao 20 longo prazo. Para acontecer, é necessária uma total sintonia entre os vários níveis da empresa com o departamento de marketing, necessitando criar bons níveis de relacionamentos nos campos econômico, técnico, jurídico e social, que resultam em alta lealdade do cliente”. Segundo esses autores há cinco diferentes níveis de relacionamento com os clientes, independente da natureza dos produtos transacionados, que são os seguintes: A) Básico: esse tipo de relacionamento, apoiado unicamente no produto, pressupõe que ele é exatamente o que o cliente precisa. Normalmente, esse nível de investimento é realizado por empresas que tem uma margem tão baixa que qualquer customização no produto ou os gastos com o relacionamento podem impactar o preço, que é s eu único diferencial competitivo. B) Reativo: nesse caso, pode haver ou não a customização dos produtos ou serviços. Todavia, a empresa abre uma via de comunicação para que o cliente possa comunicar-se, se tiver que reclamar solicitar uma informação ou pedir uma assistência técnica. É a postura da maioria das empresas que implantam o Call Center, colocando a disposição um número de telefone (podendo ser um 0800) ou um site na Internet para que o cliente acesse ou chame quando precisar. C) Confiável: a empresa relaciona-se com o cliente para conhecer o nível de satisfação, o que pode melhorar e buscar um envolvimento pontual com ele. D) Proativo: a empresa investe no relacionamento. Disponibiliza serviços e produtos customizados e faz uma comunicação sistemática que estimule o cliente a manter o contato, solicitar literatura, participar de eventos gratuitos ou não. A idéia é desenvolver uma série de atividades, prestar serviços e facilitar o relacionamento, identificar oportunidades e ajudar o cliente a incrementar sua utilização do produto, Algumas empresas utilizam uma equipe técnica que analisa as necessidades dos clientes e, por meio de literatura ou visitas técnicas, propõem usos mais racionais do produto. E) Parceria: além de ser proativo, esse modelo agrega valor de fato. Mckenna (1999:197), não define Marketing de Relacionamento, ele enumera os estágios que o caracterizam, usando exemplos de estratégias bem-sucedidas. 21 Ele conclui três afirmações importantes que, segundo ele, não deixam dúvida sobre a natureza do Marketing de Relacionamento. • Marketing é um processo ininterrupto de aprendizagem, pelo qual a empresa adquire conhecimentos através da interação com os clientes e o mercado, de modo a adaptar-se e poder reagir de maneira competitiva. • O serviço preserva a lealdade a marca; • Na era da informação, todas as empresas tornar-se-ão prestadoras de serviços, e as marcas terão como base os serviços. As principais características do Marketing de Relacionamento relacionadas com o paradigma de kwoledge-based são: A integração do cliente no processo de planejamento dos produtos ou serviços, para garantir que os mesmos sejam desenvolvidos, não somente em função das necessidades e desejos do cliente, mas também de acordo com a estratégia do cliente. Isto é válido, principalmente, no mercado business-to-business. O desenvolvimento de nichos de mercado onde, o conhecimento da empresa sobre canais de distribuição e identificação de segmentos, leva a um ganho de mercado. Desenvolvimento da infra-estrutura de fornecedores, vendas, parceiros, governo, e clientes, em que o relacionamento irá ajudar a criar e sustentar a imagem da empresa e o seu desenvolvimento tecnológico. Quanto aos aspectos de experience-based, o Marketing de Relacionamento enfatiza a interatividade, conectividade e criatividade, significando que: A empresa irá despender esforços mercadológicos e tempo com os seus clientes, monitorando constantemente as mudanças que ocorrem no ambiente competitivo, através de um Sistema de Suporte a Decisões Mercadológicas, possuindo um afinado sistema de Market Intelligence integrado a toda a empresa. Monitoramento constante da Concorrência, dentro do conceito definido por Porter (1989:82-85), onde uma análise da concorrência é usada como um importante ponto de partida para prever as condições futuras da indústria. Em que os prováveis movimentos de cada concorrente e da sua capacidade de 22 responder a mudanças pode determinar a perda ou ganho de vantagem competitiva da empresa. Desenvolvimento de um Sistema de Análise Mercadológica, que pelo feedback, (principalmente pela mensurabilidade) retorna a informação sobre mercado, concorrência, e comportamento dos clientes, fornecedores e outros intermediários, para o Sistema de Suporte a Decisão, aperfeiçoando o próprio sistema e permitindo uma tomada de decisão ágil e consistente, num processo contínuo de adaptação as condições mutantes do ambiente competitivo. Segundo Angelo e Giangrande (1999:16), adotar o Marketing de Relacionamento significa, para a empresa, que se dedique ao estabelecimento, manutenção e constante melhora de seus relacionamentos com seus clientes, com uma finalidade de lucro mútuo, de modo que os objetivos das partes envolvidas sejam atingidos. Esse estabelecimento de melhores relacionamentos é obtido por uma troca e um cumprimento das promessas explicitadas. Para eles, há alguns pré- requisitos para o Marketing de Relacionamento. O primeiro é o desenvolvimento de uma cultura de serviços. Esta valoriza os bons serviços tanto para o público interno quanto como para os externos, considerando como prioritários. A comunicação deve ser bidirecional, buscando sempre a resposta do outro e incorporando-a quando some para melhor consecução dos objetivos da qualidade. As gerências são cooptadas para oferecer seu apoio a essa mudança, desenvolvendo uma atitude de disponibilidade para ouvir e solucionar problemas internos e externos. E por último, é importante que a área de Recursos Humanos se componha com especialistas em comunicação e marketing para executar essa tarefa com profissionalismo, obtendo os resultados desejados. Marketing de Relacionamento trabalha diretamente com cada consumidor individualmente ou a cada grupo de consumidores com o mesmo perfil, previamente conhecido. Busca sempre obter conhecimento sobre o cliente/ consumidor através da formação de um banco de dados. Para estabelecer com ele um relacionamento cada vez mais pessoal, dirigir-lhe toda espécie de 23 comunicação, promoção ou recompensa, medindo seu grau de satisfação e visando mantê-lo fiel ao produto, ponto-de-venda ou marca. É um desafio que compromete a empresa integralmente. Todos devem estar sintonizados com os objetivos propostos, as condições que lhes são requeridas e suas implicações para a empresa. Como diz Leboeuf (1996:45), professor de administração na Universidade de New Orleans: “A grande satisfação não é fazer novos clientes, mas conservar os que existem". De acordo com as estatísticas da American Management Association, será cinco vezes mais caro recrutar novos clientes do que conservar ao que já existem. Isso é capaz de provocar um grande furo em qualquer orçamento. Por outro lado, se a redução do êxodo de clientes for até mesmo de 5% ao ano, isso faz com que os lucros cresçam até 85%. O mundo de hoje oferece inúmeras opções aos clientes. À medida que as barreiras comerciais desmoronam, a ameaça competitiva será cada vez mais global e feroz. E tudo isso se resume a uma dura realidade: muitos clientes em potencial já foram conquistados e as empresas com poucos clientes certamente vão tentar atrair os seus. 1.3 - As aplicações do Marketing de Relacionamento A experiência tem mostrado que o Marketing de Relacionamento é aplicado com sucesso nas seguintes linhas estratégicas: A) Suporte à Força de Vendas: O Marketing de Relacionamento, como suporte a força de vendas, permite aumentar a produtividade do vendedor, realizando para ele todas as atividades de prospecção, apoio (ex.: envio de informações para o cliente), liberando tempo para que o vendedor se dedique ao trabalho de negociação e fechamento da venda. As funções especificas do Marketing de Relacionamento como suporte a força de vendas são as seguintes: • Fazer a prospecção de cliente potenciais, separando aqueles efetivamente interessantes da enorme massa de compradores aparentes. Em outras palavras, identificar os prospects entre os suspects. 24 •Identificar todas as pessoas-chaves na cadeia decisória de compra do produto ou serviço para atingi-los com informações que dêem seqüência ao processo de vendas. • Através da informatização e estruturação de um database, acionar campanhas de comunicação segmentada – através de comunicação dirigida (Mala Direta) ou telemarketing - visando romper barreiras iniciais, fornecer argumentos básicos, fazer uma pré-venda do conceito do produto/serviço e, acima de tudo, colocar o vendedor em uma posição favorável perante o prospect já predisposto a iniciar a negociação. • Gerenciar o trabalho de vendas, pois ao qualificar o prospect através do Marketing de Relacionamento, a empresa entrega para seus vendedores apenas as oportunidades realmente interessantes, tornando o esforço de vendas mais eficiente e controlável, impedindo que boa parte dessa função de Marketing fique na dependência do estilo pessoal e da sorte de cada vendedor. Isto é possível através da construção de algoritmos que percorrem o database. • Apoiar todo o processo de venda. Pois, com as informações contidas no database sobre cada prospect - tais como decisores efetivos, comportamento de compra e perfil da empresa, entre outras - o vendedor pode ser mais eficiente em todo o seu trabalho, contando com excelente apoio do sistema de Marketing de Relacionamento para agilizar até o fechamento da venda. • Possibilitar uma perfeita mensuração de resultados. Pela capacidade de acompanhamento do sistema e o controle objetivo da ação do vendedor, a empresa pode avaliar com precisão os resultados do trabalho de cada um e aferir a eficácia de sua força de vendas como um todo. B) Geração de Leads É uma das aplicações como maior potencial de crescimento, inclusive no Brasil. Consiste numa série de ações que buscam gerar nomes qualificados para revendedores e força de vendas. "Nome qualificado" significa que o prospect respondeu a comunicação e que está interessado no produto ou na informação que foi disponibilizada na campanha. 25 O fator chave de sucesso é a estratégia de comunicação, que irá veicular a mensagem certa, pela mídia mais pertinente, disponibilizando o meio de resposta mais adequado para atingir o target objetivado, e assim obter a maior taxa de resposta possível. O fator decisivo é a capacidade do banco de dados, de primeiramente segmentar com precisão o mercado, e depois mensurar os resultados, proporcionando uma forma de comparar e acompanhar o custo por nome gerado, à taxa de conversão, e o custo total por unidade vendida, bem como o número gerado de nomes por mídia, por tipo de oferta, por tipo de mensagem publicitária etc. O importante de um programa de lead generation é a disposição de se fazer inúmeros testes envolvendo todos os elementos de uma campanha. C) Cross-Selling É a venda de outro produto (complementar ou não) a clientes ou consumidores atuais de um determinado produto. Através das ferramentas que dão suporte ao Marketing de Relacionamento, são detectadas as necessidades e as oportunidades de venda: • Banco de Dados e sistemas de suporte a decisão permitem identificar públicoalvo, produto/necessidade; • O telemarketing e a comunicação dirigida possibilitam a ativação e estímulo a compra e meio de resposta. Além disso, mensura-se o esforço realizado e aprofunda-se o conhecimento sobre o comportamento de compra de dado público-alvo. O Cross-selling aumenta a lucratividade do cliente durante o seu lifetime value, que é o prazo médio em que o cliente trará lucro para a empresa através da compra repetida ou pela compra de reposição. D) Vendas Diretas A aplicação do Marketing de Relacionamento como canal de vendas (ativo ou receptivo), fazendo parte dos canais de Marketing para venda e distribuição de produtos e serviços tem sido bem sucedido no Brasil. O canal de Marketing tradicional normalmente pode ter vários intermediários, entre o fabricante e o consumidor final, diferente da venda direta. Nesta última, 26 as duas principais funções do canal de distribuição são: Como intermediário e como agente facilitador. Como intermediário desenvolve as atividades de venda dos produtos, assume os riscos da transferência de posse e concede o crédito. Nem todos os intermediários assumem todas as funções. Como agentes facilitadores englobam a propaganda e promoção dos produtos ou serviços, transporte e armazenagem, mas não necessariamente envolve diretamente as transações entre compradores e vendedores. Facilitadores são essencialmente prestadores de serviços, mais que agentes do canal. Portanto, a estrutura voltada para vendas diretas cumpre as duas funções, tanto como intermediária como facilitadora, pois transfere a posse do produto ou executa o serviço, utilizando a propaganda para gerar uma resposta direta e imediata pelo tipo de comunicação que estabelece com os clientes e consumidores. E) Promoção de Vendas Através do Banco de Dados é possível segmentar a base de clientes utilizando critérios como o FRVC (Freqüência, Recência, Valor e Categoria de Produto). E assim, realizar promoções dirigidas, de acordo com a necessidade da empresa (desova de estoques, etc.) e o potencial de conversão do cliente. Além disso, pode-se "premiar" os melhores clientes com ofertas especiais, descontos diferenciados, gerando satisfação, oportunidade e conveniência. F) Programas de Fidelização Esses programas buscam através de campanhas de persuasão customizada, construir e manter a fidelidade dos clientes e consumidores. A fidelização de clientes é basicamente construída pelo relacionamento constante, diferenciado e personalizado com os mesmos. Exemplos de programas de fidelização podem ser encontrados nas companhias aéreas com o frequent flyer program, aonde um plano de milhagem vai concedendo vantagens progressivas recompensando o uso constante. Outro exemplo é os programas do "comprador freqüente" desenvolvido por algumas lojas de departamento, hotéis, locadora de automóveis etc. Estes concedem descontos diferenciados aos portadores de cartões, bem como 27 promoções e descontos especiais por volume e freqüência de compra ou utilização dos serviços. O pressuposto de um programa de fidelização é de que 80% repetidas vem de 20% da base de clientes. Todo o esforço de segmentação, portanto, concentra-se em identificar esses 20% da base de clientes e desenvolver uma série de atividades de relacionamento que mantém o cliente e consumidor constantemente motivado a repetir a compra. Dentro do contexto do Marketing de Relacionamento, os Programas de Fidelização, seja qual for a sua amplitude, são considerados de extrema importância na construção de relacionamentos estáveis e duradouros das vendas. A decisão de repetir a compra pode estar baseada em fatores objetivos e subjetivos. A fidelização pode resultar de características intrínsecas e extrínsecas dos produtos ou de valores. Nos dois casos a fidelidade se relaciona com a satisfação com o produto ou seus atributos, essa satisfação pode ser real ou apenas um a percepção. Estimular a repetição da compra através de um círculo vicioso de desconto e promoções faz com que os consumidores comprem o produto ou serviço por razões periféricas às qualidades dos mesmos. Para construir a fidelização é essencial entender as necessidades, desejos e valores, pois constantemente a comunicação, nesse contexto, deve reforçar a percepção sobre o produto ou serviço com a mensagem certa, na hora certa. Hoje as pessoas desejam fazer negócio com empresas prestadoras de serviço que ofereçam serviços agregados a seus produtos antes, durante e após a venda. Eles procuram um relacionamento de longo prazo, onde as necessidades individuais possam ser atendidas não somente hoje, mas também no futuro. O Marketing de Relacionamento é essencial ao desenvolvimento da liderança no mercado, a rápida aceitação de novos produtos e serviços e a consecução da fidelidade do consumidor. Em um mundo na qual o cliente tem tantas 28 opções, mesmo em segmentos limitados, uma relação pessoal é a única forma de manter a fidelidade. 1.4 - Ferramentas do Marketing de Relacionamento As ferramentas do Marketing de Relacionamento tornam-se componentes críticos de qualquer projeto de retenção do cliente porque, é possível fazer com que os clientes percebam qualidade no produto ou serviço comprado. Aqui serão apresentadas as seguintes ferramentas: A) O Marketing Direto Marketing de Relacionamento é um sistema interativo de marketing que utiliza um ou mais veículos de propaganda a fim de produzir respostas e/ou transações mensuráveis e, em qualquer local. O novo marketing direto é um processo de marketing orientado a informação, administrada pela tecnologia de banco de dados, que permite aos administradores de marketing desenvolver e implantar programas e estratégias de marketing, personalizado. Similar ao conceito de database de marketing comprova-se que é a ferramenta que viabiliza o marketing direto, e conseqüentemente, o Marketing de Relacionamento. Database de Marketing → Marketing Direto → Marketing de Relacionamento Marketing de Relacionamento é uma filosofia e marketing direto é a ferramenta utilizada para que esta filosofia seja colocada em prática pelo uso do database marketing. As principais ferramentas do marketing direto são: mala direta, telemarketing, reposta direta de televisão, resposta direta de rádios e revistas e compra eletrônica. B) O Database marketing O database é a ferramenta mais importante do Marketing de Relacionamento. A definição, segundo Goldestein (1998:33), é a seguinte: "A Database marketing, consiste em gerenciar um sistema baseado em banco de dados relacional computadorizado em tempo real de informações atualizadas e relevantes sobre clientes, interessados, prospects, e suspects, para identificar nossos melhores clientes com o objetivo de desenvolver um relacionamento 29 continuo, de longa duração e de alta qualidade e pelo desenvolvimento de modelos de previsão que nos permitam enviar mensagens adequadas, no momento certo e no formato certo para as pessoas certas obtendo como resultados a satisfação dos nossos clientes, o aumento das taxas de resposta por moeda monetária investida e a diminuição do custo por pedido, aumentando nossos negócios e nossos lucros". Database marketing é um conceito organizado de dados abrangentes sobre clientes ativos, potenciais ou prováveis; deve ser atual, acessível e acionável para propósitos de marketing, como geração e qualificação de interessados (leads), venda de um produto ou serviço ou manutenção de relacionamento. Todo custo e o esforço de manter a database marketing integrado a um aplicativo de gerenciamento do relacionamento é justificado pela possibilidade de aumentar a rentabilidade do cliente, incluindo-se sistematicamente em campanhas. Atualmente, é cada vez maior o número de empresas que estão descobrindo o potencial dos bancos de dados para ajudá-las a construir um relacionamento mais forte com seus clientes e o envolvimento da empresa com a construção de bancos de dados vem aumentando. C) RFM – Recência, freqüência, valor monetário Os softwares dos bancos de dados não contêm módulo de segmentação; a empresa terá de criá-los. Esses módulos devem ser desenvolvidos juntamente com o usuário do banco de dados. A base para esses módulos devem ser as informações acionáveis anteriormente relatadas aos profissionais de marketing criando gabaritos de seleção que permitam aos usuários inserir parâmetros que em ultima instância determinam os clientes apropriados para determinada promoção. O gabarito permite ao usuário selecionar entre uma ampla variedade de atributos do cliente. Esses atributos identificam os critérios necessários para a escolha dos clientes apropriados a determinadas promoções ou relatórios. RFM é uma forma muito utilizada por permitir o uso de elementos individuais dos dados. A idéia é poder utilizar o banco de dados para várias finalidades entrando uma só vez. 30 Os modelos de RFM farão o conhecimento dos clientes por: Descobrir os clientes mais responsivos; Evitar os clientes menos responsivos; Reduzir potencialmente os custos promocionais. Esses fatores significam aumento da lucratividade. D) ECR – Efficient Consumer Response (resposta eficiente ao consumidor) É uma estratégia do setor supermercadista na qual distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor. Ao centrar foco na eficiência da cadeia de suprimento como um todo, em vez de na eficiência individual das partes, é possível reduzir o custo total do sistema e dos estoques dos bens físicos, com isso, o consumidor pode escolher produtos mais frescos e de maior qualidade. O objetivo final da ECR é a criação de um sistema eficaz, direcionado ao consumidor, no qual distribuidores e fornecedores trabalham juntos como aliados comerciais a fim de maximizar a satisfação do consumidor e minimizar custos. A ECR, portanto, é uma filosofia que utiliza o database marketing com implicações financeiras diretas no bolso do consumidor pelo aumento da eficiência e redução dos custos gerando aumento no valor percebido do cliente. E) O Ombudsman Complemento extremamente útil para a empresa que tenha decidido pela valorização do serviço. Figura criada na Suécia, em 1809, ombudsman inicialmente representava o cidadão perante o parlamento. Logo a seguir foram criados o ombudsman dos presídios, representando os presos, o das minorias raciais e mais adiante, já no início de 1900, o dos consumidores. Ou seja, o ombusdman é um representante de determinado público, que ajuda a empresa a conhecer e compreender como suas ações e sua postura é percebida. A partir daí, a empresa pode diagnosticar quais atitudes percebidas de modo positivo e quais de modo negativo por seu público prioritário. É uma ferramenta muito útil utilizada no Marketing de Relacionamento, em especial, com empresas que lidam diretamente com os consumidores. 31 Entre as empresas de varejo, o Grupo Pão de Açúcar foi o pioneiro no estabelecimento do ombudsman, inicialmente para representar o cliente e, logo a seguir, implantando seu segundo ombudsman, para representar o empregado. Concluindo, a ferramenta de maior importância no Marketing de Relacionamento é o banco de dados. O banco de dados não é um simples programa de endereços e telefones. É um instrumento bem mais completo, que permite conhecer e classificar o cliente de forma a melhor orientar o Marketing de Relacionamento. O banco de dados é uma ferramenta do marketing direto de fundamental importância para o sucesso do Marketing de Relacionamento, pois, o banco de dados de clientes facilita a transformação de compradores potenciais em leais, ele é a única ferramenta para implementar a escada de lealdade. Para encerrar este capítulo, o que torna o Marketing de Relacionamento importante é o seguinte: Ganhar novos clientes custa muito mais caro do que os manter, e é por isso que ele deve ser encarado como um investimento, que gerará lucro para a empresa no longo prazo. Além do fato de ser essencial para as empresas sobreviverem no mercado atual. 32 CAPÍTULO 2 – Os Programas de fidelidade Dentro do contexto do Marketing de Relacionamento, os Programas de Fidelização, seja qual for a sua amplitude, são considerados de extrema importância na construção de relacionamentos estáveis e duradouros. McKenna, autor do livro Relationship Marketing, coloca todo o sucesso dos anos 90 na construção de relacionamento com toda a infra-estrutura, mas principalmente com os clientes, o autor também afirma que o Marketing moderno é uma batalha para obter a fidelidade dos clientes. Fidelização do consumidor é um dos determinantes mais importantes para o sucesso do Marketing Direto. Esse tipo de programa tem influência direta na análise de valor a longo prazo para a aquisição de cada novo cliente. Para ele, compras repetidas, baseadas em desconto e oferta, não representam o conceito de fidelização. A decisão de repetir a compra pode estar baseada em fatores objetivos e subjetivos. A fidelização pode resultar de características intrínsecas e extrínsecas dos produtos ou de valores. Nos dois casos a fidelidade se relaciona com a satisfação com o produto ou seus atributos - essa satisfação pode ser real ou apenas uma percepção. Estimular a repetição da compra por meio de um círculo vicioso de desconto e promoções faz com que os consumidores comprem o produto ou serviço por razões periféricas às qualidades deles. Para construir a fidelização é essencial entender as necessidades, desejos e valores, pois constantemente a comunicação deve reforçar a percepção sobre o produto ou serviço, com a mensagem certa, na hora certa. Fidelização nasce do Marketing de Relacionamento, vendas repetidas do esforço de vendas. Para Bob Stone, o coração de um programa de fidelização é a persuasão customizada ("Customized Persuasion"), que parte da premissa que nem todos os clientes são iguais - aproximadamente 80% de todas as compras repetidas de produtos e serviços vêm de 20% da base de clientes. 33 Os programas de fidelização realizam esforços de Marketing específicos por segmentos de mercado ou público-alvo para esses 20% dos clientes mais rentáveis do seu database. O diálogo sistemático com os clientes facilita à empresa obter dados relevantes para a formação do Database de Clientes que, agregados aos dados de compra, permitem desenvolver Estratégias de Marketing customizadas e programas para indivíduos ou pequenos grupos de clientes, criando uma forte afinidade com a empresa. Neste capítulo alguns dos principais referenciais relacionados à lealdade e programas de fidelidade vão ser abordados. Estando presentes o histórico da fidelização, os tipos de programas e seus pré-requisitos, além de um breve relato sobre o marketing de varejo. É um estudo exploratório através de pesquisa bibliográfica e documental. 2.1 - Buscando a lealdade Segundo Buarque de Holanda (2000:22), fiel é aquele que é digno de fé; cumpre aquilo a que se propõe, sendo leal, honrado, integro seguro, certo, firme, constante, perseverante, verdadeiro amigo. O dicionário Oxford (2000: 31) traduz fidelity por: qualidade daquele que é leal, verdadeiro, presente, ou ainda, qualidade ou precisão com que o som é reproduzido. No contexto empresarial, cliente fiel é aquele que está envolvido, presente; aquele que não muda de fornecedor, e mantém consumo freqüente, optando por uma organização em particular, sempre que necessita de um determinado produto ou similar. A fidelização do cliente é o processo filosófico do Marketing de Relacionamento. Desde a preocupação com o cliente interno, passando pela qualidade total do serviço, o pós-marketing atua como fator importante para a conquista da fidelidade do cliente externo. Nos últimos dez anos, muitas empresas do setor de serviços passaram a se preocupar com a criação de ações de fidelização para agregar mais valor a seus clientes. 34 Sempre existem graus de fidelidade; alguns clientes são mais fiéis, outros menos. A fidelidade é, portanto, desenvolvida por meio de abordagens que desencadeiam e reforçam um estado mental positivo e os comportamentos associados. O objetivo dos programas de fidelidade, não é tornar todos os clientes fiéis, mas, sim, aumentar a fidelidade daqueles clientes mais propensos a reagir. Alguns clientes são mais suscetíveis de reagir a incentivos; outros atendimentos diferenciados proporcionado apenas para clientes leais, enquanto outros, ainda podem reagir apenas à combinação dos dois. A troca de informação é uma das chaves para a lealdade, e fornece uma ponte crítica entre o estado mental e comportamento. Os clientes leais são mais suscetíveis de dar informação para a empresa (porque eles confiam na empresa e esperam que a empresa use com discrição e em benefício deles). Eles esperam também que a empresa seja capaz de acessar aquela informação durante as transações com eles. A importância da tecnologia da informação, como a "memória corporativa" da informação acerca do cliente, não pode ser exagerada. Os clientes leais também esperam receber mais informações da empresa e sobre a empresa, de forma que uma comunicação "privilegiada" é um elemento essencial dos programas de lealdade. Os clientes fiéis freqüentemente acreditam que eles recebem um melhor atendimento porque são mais fiéis, e sentem que são recompensados por sua lealdade, isso tem duas implicações: As abordagens de lealdade devem diferenciar o relacionamento e o pacote de atendimento proporcionado aos clientes fiéis; As formas de dar "reconhecimento especial", no ponto em que cliente entra em contato, devem ser usadas. Se for usada a definição de fidelidade em função do estado mental, o foco da fidelidade resultante será criar um ponto especial na mente do cliente, para fazer o cliente sentir que sua lealdade está sendo recompensada por um relacionamento mais forte e melhor com a empresa, visível talvez em um nível de atendimento mais alto. Se for usada a definição comportamental, o foco da abordagem de fidelidade resultante será nos incentivos que reforçam o comportamento. Mas a melhor abordagem aplica as duas definições, com 35 qualquer boa abordagem de marketing, com quaisquer incentivos visando reforçar comportamentos individuais leais usados para chamar a atenção aos benefícios do relacionamento geral. A administração da fidelidade torna-se muito mais importante além de uma questão de conceber um esquema promocional para reforçar o comportamento dos clientes que compram mais. Essa administração significa não apenas administrar o comportamento. Mckenna (1999:39) coloca todo o sucesso dos anos 90 na construção de relacionamento com toda a infra-estrutura, mas principalmente com os clientes. E afirma que o Marketing moderno é uma batalha para obter a fidelidade dos clientes. Para adquirir a fidelidade dos clientes, a empresa pode trabalhar basicamente em dois sentidos, ter uma marca forte que crie lealdade dos consumidores e envolver os clientes pelos serviços que oferece. Atualmente, fidelidade à marca é um dos critérios mais populares para segmentar os mercados e conquistar a lealdade do cliente é uma tarefa muito difícil. Quanto à lealdade dos clientes, segundo Rocha e Veloso (1999:56) existem diferentes tipos: • Lealdade à loja: o consumidor aprende em qual loja encontra determinado produto que lhe agrada e, ao encontrar novamente este produto na mesma loja, a sua fidelidade é reforçada, o que aumenta a probabilidade dele querer repetir a compra no mesmo local. Esse tipo de fidelidade está associado ao desejo do cliente de reduzir o risco na compra, pois tem um histórico de sucesso. • Lealdade à marca: ser leal a uma marca significa buscar uma marca específica. É o melhor redutor de riscos para produtos de alto risco percebido. Sobre a lealdade de marca, Mckenna (1999:63) aponta que, em razão da globalização e do aumento da concorrência, o consumidor tem à disposição uma maior variedade de tudo. A fidelidade à marca está agonizando, pois os consumidores estão dispostos a experimentar uma nova marca. O declínio da lealdade à marca, segundo Rapp (1991:15) é um dos fatores que exigem que a empresa repense suas estratégias de marketing. Existe o problema da falta de diferenciação do produto aos olhos do consumidor. Ele associa a lealdade à marca com alguns fatores: • Categoria de produto: diferença de compra entre um carro e guardanapo; 36 • Dados demográficos. O autor conclui que as marcas não vão desaparecer, mas é preciso encontrar maneiras de acrescentar valor ao produto ou serviço sem nenhum acréscimo material ao custo de produção, cortar desperdícios de propaganda e promoção e melhorar a comunicação com os principais clientes em potencial e clientes atuais. Em vista do declínio da lealdade à marca, Mckenna (1999:18) sugere o estabelecimento de relações sólidas com os clientes para envolvê-los e assim manter a fidelidade. Esse processo de comunicação inclui: • Todos os contratos entre empresas e clientes, desde cartas, visitas pessoais, buscando criar experiências de relações positivas; • Feedback para completar o diálogo, como mecanismos para que a empresa possa ouvir o cliente. As informações sobre contratos e feedbacks devem ser armazenadas em banco de dados para serem acessíveis, podendo ser agrupadas e especialmente tratadas. Com esses dados, a empresa pode criar ações de comunicação direcionadas para grupos de clientes, conforme suas expectativas. Assim, para conseguir o envolvimento dos clientes, dois pontos são importantes: os serviços e a expectativa dos clientes. O serviço é a melhor forma de envolvimento. A fidelização não ocorre só pelo produto, pois este é uma parte do que a empresa está vendendo. A lealdade oferece uma estrutura unificadora que permite a uma equipe de executivos, modificar e integrar a estratégia de negócios e as práticas operacionais de forma que servirão melhor aos interesses de longo prazo de clientes, funcionários e investidores. Mais importante ainda, talvez, a estrutura de lealdade permite um conjunto de medidas práticas que os executivos podem usar para gerenciar o processo de criação de valor da empresa, a fonte principal de todos os lucros e crescimento. A lealdade inicia uma série de efeitos econômicos que caem em forma de cascata ao longo do sistema de negócios, da seguinte forma: A receita e a participação no mercado aumentam à medida que os melhores clientes entram nos negócios da empresa, desenvolvendo vendas repetidas e referencias; 37 O crescimento sustentável permite à empresa atrair e reter os melhores funcionários; Os funcionários que estão na empresa há algum tempo aprendem, no trabalho, a reduzir custos e melhorar a qualidade, o que aumenta mais ainda a posição de valor para o cliente e gera altos níveis de produtividade; A produtividade crescente, associada à maior eficiência ao se lidar com clientes fiéis, desenvolve o tipo de vantagem de custo que a concorrência tem grande dificuldade de igualar; Investidores leais comportam-se como parceiros. O modelo de negócios baseado na lealdade explica de forma eficaz o sucesso e o fracasso no mundo dos negócios. As regras básicas para a fidelização de clientes consistem em: Desenvolver um ciclo de comunicação com o cliente. Isto significa que se deve ter uma estratégia de comunicação, onde as ações sejam planejadas desde o contato inicial e se finalizem buscando obter uma resposta do cliente, dentro de um período pré-estabelecido. Esse período depende do produto, do tipo de cliente e dos objetivos da empresa. Fazer coisas juntas. Este é o melhor meio de interação entre empresa e cliente, mas de difícil implementação. São poucas as atividades que a empresa pode realizar com seus clientes. Um dos melhores exemplos se encontra no mercado business-tobusiness quando empresa e os clientes desenvolvem pesquisa em conjunto. Ouvir cuidadosamente. Esse aspecto está ligado ao serviço de Customer Service (atendimento ao cliente), que ao registrar as reclamações e sugestões pode ser pró-ativo na solução dos problemas. Outra maneira de ouvir cuidadosamente consiste em empregar as técnicas de pesquisa como ‘’Focus Group’’ para buscar conhecer as necessidades, percepções e desejos dos clientes. Ouvir os fornecedores também é bastante produtivo e cria relacionamentos estáveis. Pesquisar respeitosamente. 38 A base do aperfeiçoamento de um Database Marketing está em desenvolver pesquisas sistemáticas juntos à base de clientes. Mas deve ser feita de tal forma que não irrite o cliente e sempre que ele se dispuser a cooperar deve se recompensá-lo emocionalmente ou com algum tipo de benefício, como, por exemplo, um pequeno brinde. Descobrir a força da propaganda de resposta direta. A propaganda de resposta direta permite que o cliente se comunique em busca de mais informações ou declare sua opinião sobre a empresa, a própria propaganda ou empreenda a ação incitada. Como o próprio nome indica o cliente pode se comunicar com a empresa iniciando o relacionamento. Transformar compradores em adeptos. Segundo os modelos de decisão, um cliente torna-se um adepto do produto após a segunda compra. O processo de adoção é muito importante porque irá auxiliar no planejamento do ciclo de comunicação. Isso quer dizer que o ideal é que o ciclo de comunicação transforme o cliente em adepto e, portanto considere o tempo de recompra para calcular o período de sua duração. As regras acima apesar de óbvias exigem por parte da empresa o reconhecimento da validade delas e o compromisso para a sua efetiva implementação fornecendo os recursos para que se cumpram. A criação de valor para os clientes constitui o alicerce de qualquer sistema de negócios bem sucedido. A criação de valor para cliente cria lealdade e essa, por sua vez, gera crescimento, lucros e mais valor. O lucro, obviamente, é indispensável, mas é uma conseqüência da criação de valor, o que, junto com a lealdade, compõe a verdadeira essência de qualquer instituição comercial duradoura e bem-sucedida. Faz parte do processo de fidelização por envolvimento todo processo de pósvenda: assistência técnica, orientação ao usuário, garantias, manutenção, programas por substituição, upgrade, programas de recompensa por consumo etc. Portanto, embora existam várias formas de lealdade, como a lealdade no ponto de venda, ao produto, à marca, em todas elas, há um fator comum que é 39 a necessidade de gerenciar o relacionamento com o cliente garantido sua satisfação e oferecendo-lhe baixo risco nas transações. É importante lembrar que todo contato, dentro de um relacionamento, é essencial para a construção desta lealdade em longo prazo. Um cliente fiel está envolvido pela marca, por sua credibilidade e confiança. Este envolvimento é fortalecido por um processo de comunicação periódica com o cliente, evitando intervalos longos entre as transações, o que poderia causar o abandono de sua marca e a experimentação de um concorrente. 2.2 - Entendendo os programas de fidelidade O primeiro programa de fidelização, de acordo com Rocha e Veloso (1999: 56), foi criado em 1980 pela American Airlines, através do conceito de Frequent Flyer, onde o passageiro que optasse por voar pela companhia ganharia milhas, que acumuladas poderiam ser trocadas por novos bilhetes aéreos. Esse programa da American recebeu o nome de Aadvantage. Aadvantage foi o primeiro programa com bônus registrado e administrado por meio de banco de dados, o que levou anos para ser copiado pela concorrência e lhe deu grande vantagem competitiva. Ele tinha por objetivo inicial recompensar 20% dos consumidores mais freqüentes. Ao desenvolver este programa, a American Airlanes tinha em mente 3 elementos: • Oferecer benefícios para o grupo de inscritos; • Formar um banco de dados para manter, relacionar e aplicar as informações recebidas dos clientes; • Estabelecer uma política de comunicação, monitorando o modo como se fala e se ouve os clientes. Este programa serviu de exemplo para outras empresas, que anos depois desenvolveram seu próprio programa de fidelidade. Alguns exemplos de programas de fidelidade são: Hotéis Marriot, Membership Rewards, Club Diners Rewards, Smiles, Pão de Açúcar Mais, entre outros. 40 Os programas de fidelidade são importantes, mas precisam ser cuidadosamente planejados. A descontinuidade de qualquer atividade de fidelização pode causar impactos muito negativos na imagem da marca, principalmente entre os clientes que estão acostumados com os benefícios oferecidos. A criação de clubes de clientes para o grupo específico pode integrar e ampliar os serviços de pósvenda, levando o cliente a identificar-se ainda mais com o serviço que adquiriu, na medida em que se identifica com outros usuários do mesmo item. O clube dos clientes pode ser um bom formato para um programa de fidelização. Mas é preciso cuidado, pois é muito pior iniciar e interromper um clube de clientes do que nunca ter criado. Dentro do contexto do Marketing de Relacionamento, os Programas de Fidelização, seja qual for a sua amplitude, são considerados de extrema importância na construção de relacionamentos estáveis e duradouros. Estimular a repetição da compra por meio de um círculo vicioso de desconto e promoções faz com que os consumidores comprem o produto ou serviço por razões periféricas às qualidades deles. Os Programas de Fidelização surgiram como ferramenta do atual Marketing de Relacionamento que permitem ‘’tangibilizar aos olhos do cliente’’ as vantagens que a empresa oferece. Os programas de Fidelização são ações contínuas, com todo um relacionamento permanente e recompensa dos clientes fiéis. O conceito desses programas envolve uma troca: a empresa oferece vantagens e benefícios a quem da preferência a seus produtos e serviços. Um programa de fidelização implica o uso de várias ferramentas promocionais, mas não pode ser confundido com elas. Os programas de fidelidade tem por objetivo estabelecer um vínculo que resista ao tempo e traga resultados em médios e longos prazos, as promoções são utilizadas para sanar um problema ou criar um volume de vendas num determinado momento, geralmente em curto prazo. Ainda assim os programas de fidelização fundamentam-se em uma filosofia empresarial voltada para o cliente, sendo utilizados para reforçar a crença do consumidor de que a empresa oferece melhores produtos e serviços que a concorrência. A base de um programa de fidelização está no conhecimento dos 41 clientes, geralmente armazenado em bancos de dados. Não sendo possível dar benefícios para todos, pois o custo é elevado, a empresa procede conforme sua receita permite, gerando através de benefícios tangíveis para os melhores clientes. Os programas de fidelização são importantes aliados, pois diferenciam a empresa na mente dos clientes, desbloqueando os mecanismos da percepção seletiva e da retenção seletiva (que é o processo pelo qual as pessoas selecionam, organizam, interpretam e retêm informações, para formar uma imagem significativa da empresa). Eles são processos que utilizam a comunicação integrada para estabelecer um relacionamento continuado, duradouro e gratificante com os clientes, visando aumentar a lealdade e a rentabilidade pelo mecanismo de reconhecimento e recompensa dos mais leais. Relacionamento é qualquer experiência portadora de informação que um cliente atual ou potencial tem com a empresa. Os programas de fidelização devem ser construídos com base no modelo de relacionamento que a empresa deseja manter com seus clientes. É indispensável agregar valor utilizando o conceito de hierarquia de valor do cliente para que os benefícios do programa possam sempre ser renovados, causando o encantamento que é necessário para manter a empresa numa posição de fidelidade justificam-se porque estão baseados na premissa de que o cliente tem long-term-value. A intensidade do esforço de marketing e a verba alocada para a conquista e manutenção de um cliente trarão lucro para a empresa, comprando repetidamente ou pela compra de reposição. A fidelização do consumidor é um dos determinantes mais importantes para o sucesso do Marketing Direto. Esse tipo de programa tem influência direta na análise de valor em longo prazo para a aquisição de cada novo cliente. Para ele, compras repetidas, baseadas em desconto e oferta, não representam o conceito de fidelização, o cerne de um programa de fidelização é a persuasão customizada, que parte da premissa que nem todos os clientes são iguaisaproximadamente 80% de todas as compras repetidas de produtos e serviços vêm de 20% da base de clientes. 42 Os programas de fidelização realizam esforços de Marketing específicos por segmentos de mercado ou público-alvo para esses 20% dos clientes mais rentáveis do seu database. O diálogo sistemático com os clientes facilita à empresa obter dados relevantes para a formação da database de clientes que, agregados aos dados de compra, permitem desenvolver grupos de clientes, criando uma forte afinidade com a empresa. Definir metas e objetivos é fundamental para o estabelecimento de um programa de fidelização. Compilar dos dados abaixo relacionados fornecerá as informações necessárias para definir o ponto de partida e determinar os objetivos de um programa de fidelidade: A posição da empresa no mercado; Principais produtos/serviços, e sua participação no mercado; Diferenciais dos produtos/serviços; Diferenciais dos concorrentes mais promissores; Distribuição da rentabilidade pela base de clientes; Perfil dos clientes mais rentáveis. Com base na realidade de mercado e na posição da empresa em relação à concorrência, a empresa deve estabelecer os objetivos de marketing a serem atingidos. Estabelecer metas e objetivos realizáveis é fundamental para garantir o sucesso da ação. Cliente fiel é aquele que está envolvido, que não muda seus hábitos de compra por pequenos detalhes e mantém consumo freqüente de produtos de determinada marca, ou aquele que é leal à empresa em função de sua marca ou de seus produtos, estabelecendo um relacionamento que se amplia, ao invés de extinguir-se, ao longo do tempo. O marketing com bancos de dados é mais facilmente adotado por empresas do setor de serviços, pois pela própria característica de inseparabilidade (consumo no momento da produção), as empresas dispõem de maior volume de informações sobre seus clientes. 43 A inserção de um cliente em um banco de dados vai depender do seu envolvimento com a empresa. Os programas de fidelidade devem estar empenhados em criar ‘’momentos mágicos’’, ou seja, situações nas quais os clientes sejam positivamente impressionados. Um momento mágico, para a empresa, é a transformação de um cliente fiel. Mais mágico será o momento em que o cliente fiel passar a divulgar o programa de fidelidade e assim atrair outros clientes. Para oferecer esses momentos, a empresa precisa entender exatamente o que o cliente espera receber e aplicar em seus serviços. Embora os programas de fidelização possam variar conforme a área em que a empresa atua, existem quatro pré-requisitos básicos para o sucesso desse tipo de ação: Os programas de fidelização devem ter apoio da cúpula - independentemente da organização ou da sua estrutura empresarial, o comportamento da alta direção é vital para o sucesso de um programa de fidelização. Não apenas com suporte financeiro, mas com agressivo suporte interno na forma de diretrizes, demonstrando a importância do programa e reforçando o apoio da direção; Estratégias de marketing focadas no consumidor - a organização deve atuar, comprometida com o cliente, buscando adaptar seus produtos às necessidades e expectativas dos consumidores, buscando um comprometimento com o cliente; O programa deve ser percebido como vantagem competitiva - quando a concorrência é muito grande, a distribuição é muito equilibrada, a formação de preços iguais e os parâmetros de qualidade, a única arma competitiva disponível são as ações que fidelizam os clientes que podem e devem transformar em vantagem sustentável para a organização continuar viável no mercado; A responsabilidade pelo programa deve ser centralizada - deve existir uma gerência responsável por definir uma estratégia para a implantação e manutenção do programa, de modo que exista um relacionamento claro com os consumidores, e esses, em caso de problemas tenham um defensor interno. 44 As empresas estão buscando cada vez mais meios para recompensar os seus clientes fiéis, e o programa de fidelidade é um modo de reconhecer e retribuir o consumidor pela sua preferência por determinada marca, além de gerar um relacionamento de longo prazo entre empresa e cliente. 2.3 - Tipos de programas de fidelidade As empresas podem desenvolver os programas de fidelização de acordo com os modelos de relacionamento, que são: ▫ Modelo de recompensas - este modelo procura recompensar o relacionamento do cliente e a repetição da compra por meio de prêmios, bônus, incentivos. Exemplos típicos deste modelo é o programa de Frequent Flyer, realizado pelas companhias aéreas; ‘’Comprador Freqüente’’, desenvolvido pelas lojas de departamento e o Frequent Travelers Program, realizado pelas cadeias de hotéis nos Estados Unidos. ▫ Modelo educacional - neste modelo o ciclo de comunicação é mantido com um programa de comunicação interativo que coloca à disposição do cliente um conjunto de materiais informativos. Eles podem ser enviados periodicamente aos clientes ou mediante solicitação. A principal característica deste programa consiste em ‘’educar’’ o cliente para o uso ou consumo do produto. ▫ Modelo contratual - o modelo contratual é um clube de clientes, no qual ele paga uma taxa para se tornar membro e usufruir uma série exclusiva de benefícios. ▫ Modelo de afinidade - o modelo de afinidade é um clube de clientes que agrupa pessoas segundo algum tipo de interesse. Normalmente o elemento básico é uma publicação, como uma revista ou tablóide. A essência de um clube de afinidades é a extrema pertinência gerada pelo interesse ou afinidade, trazendo um alto nível de resposta. 45 ▫Modelo do serviço de valor agregado (ou adicional) - neste tipo de modelo, o cliente é reconhecido por algum serviço que é agregado à compra do produto, ou o uso do serviço. Redes de hotelaria e locadoras de carro utilizam este modelo, prestando o serviço de transporte do aeroporto para o hotel ou até o centro da locação, mediante a cobrança de uma taxa ínfima de seus clientes. ▫ Modelo de aliança - este modelo é utilizado por empresas não concorrentes que fazem uma aliança para prestar um serviço aos seus clientes comuns. Um exemplo típico é as companhias aéreas, que fazem a reserva de carros com as locadoras de veículos. Cada um desses modelos busca formas diferenciadas de criar e manter um relacionamento duradouro e estável com o cliente, usando um conceito específico de reconhecimento. Cada empresa deve escolher o modelo que mais se adapte aos desejos e expectativas de seus clientes. 2.4 - Pré requisitos para a existência dos programas de fidelidade Existem alguns pré-requisitos que devem ser levados em conta na hora de criar um programa de fidelidade. Esses pré-requisitos podem ser estratégicos, táticos e operacionais. Os pré-requisitos estratégicos são relacionados ao planejamento estratégico da empresa e a forma como o programa nele se insere. Já os pré-requisitos táticos concentram-se nas questões que dizem respeito às decisões mais objetivas, e os operacionais são os cuidados no diaa-dia do programa pelo responsável direto pela ação. Programas de fidelização Pré-requisitos estratégicos - Apoio da alta direção; - Foco empresarial no consumidor; - O programa deve ser percebido como vantagem competitiva; 46 - Estar integrado às diversas ações de marketing; Pré-requisitos táticos - A responsabilidade pelo programa deve ser centralizada; - Envolver os funcionários na ação; - Buscar conhecer o cliente melhor que qualquer outra empresa; - Buscar inovações constantes na maneira de fazer negócio; Pré-requisitos operacionais - As ferramentas de contato com o consumidor devem prestar serviços; - Manter interação com os clientes através de diálogo permanente; - Coerência entre o que se diz e o que se faz, cumprindo operacionalmente o que é prometido. A existência de pré-requisitos não garante, por si só, que os objetivos da empresa com o programa sejam atingidos, mas cria um ambiente propicio para sua implantação. Assim, cabe a alta cúpula criar um ambiente favorável para o desenvolvimento dessas ações e o cumprimento dos pré-requisitos. A estrutura de um plano de fidelização se baseia primeiramente em um banco de dados. Esse banco de dados contém informações básicas sobre o cliente como nome, número de documento, endereço, estado civil e etc. O cliente, quando cadastrado, deve receber um cartão de identificação que será usado a cada compra. Para estimular a utilização do mesmo, a empresa deve oferecer benefícios em seu uso, como acumulo de pontos a serem trocados por produtos em futuras compras, formas diferenciadas de pagamento, entre outras coisas. O programa de fidelidade não pode se restringir somente a pequenas recompensas, mas um programa eficiente deve criar um relacionamento com o cliente emocional e afetivo. O cliente tem que estar ciente que o cartão que leva consigo da mais que descontos ou brindes, pois permite que ele seja identificado como um cliente diferenciado e que esse diferencial seja refletido no atendimento. 47 2.5 – O Marketing de Varejo O estudo do marketing de varejo é importante, pois é justamente no ramo de varejo que são desenvolvidas as maiores ferramentas de Marketing de Relacionamento, principalmente os programas de fidelidade. Isso ocorre devido à grande concorrência enfrentada no setor. O estudo do varejo mostra os seus conceitos, suas classificações o que está acontecendo com o mercado brasileiro atualmente; para isso a utilização da pesquisa bibliográfica e documental foi necessária. 2.5.1 O conceito de varejo Há várias definições para varejo. Spohn e Allen (1977:36) definem assim: ‘’Varejo é a atividade comercial responsável por providenciar mercadorias e serviços desejados pelos consumidores’’; já Richert (1954:27) define como: ‘’O processo de compra de produtos em quantidade relativamente grande de produtores atacadistas e outros fornecedores e posterior venda em quantidades menores ao consumidor final’’. A American Marketing Association define varejo como a unidade de negócio que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores e vende diretamente a consumidores finais e eventualmente aos outros consumidores. Independente da forma com que as definições são apresentadas trata-se de comercialização a consumidores finais. Sendo assim, é definido como sendo todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente aos consumidores finais para seu uso pessoal, não relacionado a negócios. Eis aqui alguns dos maiores varejistas americanos e seus respectivos anos de fundação: Richies (1807), Brooks Brothers (1817), Macy’s (1837), Marshall Field’s (1865), Woolworth (1879) e Bretano’s (1860). A evolução do varejo brasileiro tem sido notável nas últimas décadas. O crescente aumento de competitividade que o mercado brasileiro tem enfrentado, com mais e mais empresas disputando o mesmo consumidor tem tornado as 48 coisas difíceis para o varejista exigindo um nível de atualização nunca antes requerido. Entre as várias exigências importantes para o bom desempenho no varejo, para Las Casas (2000:24,25) destacam-se oito unidades básicas a serem consideradas: 1. A localização das lojas; 2. O layout das lojas; 3. A seleção de mercadorias e suprimentos de estoques; 4. A divulgação interna e externa; 5. A exposição de mercadorias; 6. A demonstração e ofertas diretas ao consumidor; 7. A operação de créditos; 8. Os serviços à clientela. Muita coisa mudou no Brasil recentemente e isso trouxe impactos tremendos junto ao consumidor e, por conseguinte, junto ao varejista. Primeiramente, o consumidor está mais informado. Além de um maior nível educacional, o consumidor está mais informado pelo próprio poder dos meios de comunicação, particularmente da televisão, que tem feito chegar notícias, novidades e modismos às mais recônditas regiões do país. O consumidor de hoje tem também uma consciência muito grande sobre os direitos e sobre sua importância para o sucesso de quem se propõe a atendê-lo. Resultado: o consumidor cada vez menos tolera mau atendimento e serviços caros e de baixa qualidade. A população também está envelhecendo. A surrada frase pronta “o Brasil é um país de jovens” já não é mais tão verdade. Dados do IBGE (1998) mostram que em 1985, 21,5% da população do País estavam na faixa de 40 anos ou mais. Já para o ano 2000 esse número chegou à casa dos 26,5%. Enquanto a participação dos mais velhos na população cresce, a dos jovens decresce e passou, no mesmo período, de 46,7% em 1985 para 41,5% em 2000. Se considerar somente a população com menos de 60 anos, encontrará cerca de 12,5 milhões de pessoas no País. Esse consumidor mais velho tenderá a ser 49 mais informado e mais exigente, cabendo aos varejistas que queiram conquistálos, oferecer novas opções de conforto e maiores facilidades para comprar. A família também se transformou sobremaneira. A queda das taxas de natalidade (percentual de nascidos) e de fecundidade (número de filhos por mulher) fez com que a família típica diminuísse de tamanho. Para isso colaborou o maior nível de informação sobre métodos anticoncepcionais, a própria crise constante que o país atravessou nos anos 80 e o novo papel da mulher na sociedade. Trabalhando fora, as mulheres já representam cerca de 45% da população economicamente ativa e têm cada vez menos tempo para as tarefas domésticas, demandando produtos e serviços práticos, rápidos e de alta qualidade. Uma visita atenta aos supermercados de hoje mostra que muitos estão sintonizados com essa tendência ao oferecerem verduras pré-lavadas e embaladas, alimentos semi-prontos, grande variedade de congelados, carnes temperadas e frios preparados e embalados para o uso imediato. Estudando um pouco mais a família, percebe-se uma redução dramática no número de casamentos por ano. Segundo IBGE (1998) até 1986 celebravam-se cerca de 1 milhão de casamentos por ano no Brasil. Em 1992 esse número já havia caído para 750 mil, ou seja, uma redução de 25%. Enquanto o número de uniões formais decrescia, crescia as uniões informais e o número de divórcios. No Brasil, a taxa “divórcios sobre casamento” quadruplicou de 1984 para 1992, passando de 3,4% para 11,8%. Se por um lado essas famílias separadas criam novas necessidades de consumo-final, são dois novos lares que se formam por outro, criam também consumidores com muito menos tempo do que dispunham anteriormente. O varejista que souber compreender e atender às necessidades desses novos segmentos conquistará importantes pontos no mercado. Fruto da estabilização econômica, do crescimento da economia e do aumento do valor médio dos salários, o País experimenta uma redução dos indicadores de pobreza e, pela primeira vez desde a década de 70, uma ligeira redistribuição de renda, segundo IBGE (1998). De 1986 para 1996 o País experimentou sensível crescimento das classes B e C e uma substancial 50 redução das classes D e E, o que demonstra uma melhoria na qualidade de vida da população como um todo. Conforme amplamente noticiado pela imprensa, essas mudanças na pirâmide social provocaram resultados positivos nas vendas de muitos setores econômicos, particularmente alimentícios, eletro-eletrônicos e construção civil. Passado o susto da inadimplência, o varejista que souber criar condições de crédito e adequar sua linha de mercadorias a esses novos consumidores, terá passaporte garantido para o futuro. Esse grupo que entra com força no mercado de consumo engloba, no Brasil, cerca de 40 milhões de consumidores, mistos na idade de se casarem e constituírem família, de acordo com o IBGE. O varejista deve estar preparado para enfrentar as demandas e desejos desse novo consumidor. Um consumidor por essência urbano, muito mais informado, ciente de seus direitos, vivendo um estilo de vida globalizado, em constante contato com produtos importados, receptivo a inovações tecnológicas e com pouco tempo. O perfil que o caracteriza tem sofrido alterações significativas até por conta da turbulência gerada pela globalização em todos os setores da economia brasileira. Tomando como referência aspectos como a distribuição geográfica da concorrência, o relacionamento com os fornecedores, a logística utilizada pelas cadeias varejistas, os aspectos financeiros do negócio varejo, a qualificação da mão-de-obra e as características da gestão empresarial, inúmeras e significativas alterações tem sido registradas nesse perfil. Portanto, para obter sucesso, os varejistas terão de escolher os segmentos-alvo cuidadosamente e se posicionar fortemente. Novas formas de varejo irão continuar a surgir para atender a novas necessidades dos clientes e novas situações. Mas o ciclo de vida das novas formas de varejo está se tornando mais reduzido. O fortalecimento estratégico do varejo precisa entrar pelo conhecimento sempre mais agudo do consumidor, pela velocidade de adaptação da empresa às mudanças, à localização física da loja, à absorção dos recursos tecnológicos e assim por diante. Em síntese, parte-se para uma verdadeira reinvenção da loja para atender ao novo consumidor, superar o desafio das multimarcas e prosseguir na busca de novas referências. 51 O Brasil está vivenciando um processo de superação de crise, com perspectivas otimistas em relação ao futuro próximo. O varejo brasileiro deve perseguir a profissionalização na gestão, aumento de escala, investimento em tecnologia e expansão. Por outro lado, deve buscar alianças e parcerias com fornecedores, concorrentes e empresas internacionais, visando ampliar seus horizontes estratégicos e competitivos, pois nesse ambiente agitado e de constante inovação, cabe ao varejista cultivar a atitude de estar aberto a novidades, a dados, a informação e usar isso para projetar as possíveis repercussões que trarão para o seu negócio. Deve estar constantemente construindo cenários e cada dia mais buscar novos clientes, intensificando sua fidelidade e desenvolvendo melhor ainda o Marketing de Relacionamento. 2.5.2 – A Classificação no varejo Existem diversas classificações de estabelecimento varejistas, porém as mais importantes são: • Lojas de departamento: caracterizam-se pelo pessoal especializado e preocupação com prestação de serviços para os consumidores. A loja de departamento manuseia itens diferentes de mercadorias, tais como acessórios femininos, masculinos, infantis, acessórios do lar, entre outros. Exemplos: Casas Bahia e Lojas Renner. • Lojas independentes: são as lojas de apenas um estabelecimento. Constituem a grande maioria do comércio varejista. Caracterizam-se pela simplicidade administrativa e freqüentemente pelo atendimento personalizado aos clientes, devido ao contato mais direto entre proprietários ou gerentes com clientes. Exemplos: butiques, os armarinhos, as floriculturas, etc. • Lojas de cadeia: é um grupo de lojas que operam no mesmo tipo de negócio com uma administração central. A vantagem desse tipo de estabelecimento é a economia em escala para compras de maior quantidade e, ao mesmo tempo, o atendimento de necessidades de diversos mercados dependendo da política administrativa do grupo. 52 Exemplos: lojas de departamento, supermercados. • Cooperativa: são agrupamentos de varejistas independentes. Cada um opera sua loja, mas toma certas decisões em conjunto, como compra, promoção etc. A vantagem é que possibilita aos independentes gozarem de certos benefícios dos varejistas em cadeia, como preços reduzidos. • Lojas especializadas: essas lojas são formadas mais freqüentemente por varejistas do tipo independente que oferecem aos consumidores uma linha única de produtos ou muito semelhantes, como artigos esportivos, eletrodomésticos e jóias. Exemplo: Comércio de Lustres na Rua da Consolação, Artesanato em Embú, etc. • Supermercados: surgiram nos Estados Unidos na década de 30. No Brasil, os supermercados apareceram da década de 50. Hoje, início do século XXI, a tendência dos supermercados é a de se transformar em hipermercados, uma mistura de supermercado com lojas de descontos, que vendem artigos do lar, eletrodomésticos, alimentos, etc. • Varejo não lojista: são várias formas de vender mercadorias e serviços por método diretos ao consumidor. Exemplo: telemarketing, internet, etc. 53 CAPÍTULO 3 – MARKETING DE SERVIÇO Atualmente é absolutamente crítico assegurar a relação com o cliente, é necessário garantir que o serviço prestado vá de encontro às expectativas do público alvo, devendo, para isso, implantar programas de medição da qualidade do serviço prestado de forma a assegurar que este cumpra os objetivos que a empresa se propôs. Marketing de serviço é o conjunto de atividades com o objetivo de análise, planejamento, implementação e o controle de programas destinados a obter e servir a demanda por produtos e serviços, de forma adequada, atendendo desejos e necessidades dos consumidores e/ou usuários com satisfação, qualidade e lucratividade. Serviço é um ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte oferece a outra e que não resulte em posse de nenhum bem. Sua execução pode ou não estar ligado ao dinheiro. Exemplo: aluguel de imóvel, depósito bancário, corte de cabelo, viagens de avião, navios ou de ônibus, aconselhamento advocatício, todas estas atividades são compras de serviços. São características dos serviços: Os serviços não podem ser tocados, experimentados e sentido pelo consumidor antes de sua compra. Essa característica é denominada intangibilidade e define de forma decisiva a forma de avaliação do serviço pelo comprador potencial, baseado em experiências pessoais ou no boca-a-boca. Devido a essa característica o marketing apresenta dificuldades na comunicação do produto, precificação e gestão da oferta. Os serviços também não podem ser estocados como mercadorias, isto é, um quarto de hotel desocupado, um lugar no ônibus ou avião vazio, um horário vago no consultório médico representam uma oportunidade de serviço perdida, devido a impossibilidade de devolução ou revenda para outros consumidores. A essa característica denomina-se perecibilidade. Uma das tarefas mais difíceis do marketing de serviços é coordenar a disponibilidade de mão de obra e a demanda de serviços, devido a essa característica. 54 Os serviços dependem de quem os realiza, onde e quando são realizados, variando sobremaneira a qualidade final percebida pelo cliente independente do nível real de qualidade. A essa característica denominamos variabilidade. A maior dificuldade do marketing é a manutenção da qualidade devido a essa característica. O serviço é consumido no momento em que está sendo produzido. O consumidor não toma posse de um serviço ele se beneficia do serviço prestado, trata-se de experiência vivenciada. A essa característica se denomina simultaneidade Relacionada a essa característica está a necessidade de participação do consumidor na produção do serviço, inúmeros serviços simplesmente não podem ser executados sem a presença do consumidor, mesmo aqueles serviços que não dependem fisicamente da presença do cliente necessitam de informações para prestar o serviço. Essa característica torna o cliente coadjuvante na execução do serviço. Os objetivos do Marketing de Serviços são investigar a oportunidade de mercado para planejar, organizar e oferecer assistência de serviços de qualidade, a preços razoáveis que possibilitem satisfação dos clientes e remuneração adequada aos profissionais. Todas as ofertas de serviços devem sempre partir do exame da demanda e sua compatibilização com os recursos do profissional que vai prestar os mesmos. O marketing, sem influir nos aspectos técnicos e científicos da área indica como atingir o mercado e esquematizar a oferta de serviços. Os serviços podem ser classificados como: Serviços de consumo - composto de categorias de serviços comprados por consumidores para seu uso pessoal. As classes incluem serviços de conveniência (ônibus, taxi), serviços de compra comparada (dentistas, advogados), especialidades (cabeleleiro, designer de moda) e serviços não procurados (funeral). Serviços industriais - composto de categorias de serviços comprados por organizações para uso na produção ou operação de seus negócios. As classes incluem projetos, instalações, montagem, manutenção, segurança, serviços 55 financeiros e uma grande variedade de serviços prestados por profissionais liberais. Levitt, (1990:107) define: "Quando os clientes potenciais não podem antecipadamente provar, testar, sentir, cheirar ou vir o produto em uso, os que os induzem a comprar são simplesmente, promessas de satisfação. A satisfação posterior ao consumo ou no uso raramente é igual à satisfação sentida na experimentação ou promessa". Desta forma pode-se inferir que a essência do marketing de serviços é o serviço. O marketing de serviços eficaz é um sólido conceito de serviço bem feito, perfeitamente executado. A qualidade do serviço então é à base do marketing de serviços. Essa sinergia de estratégia e execução é o combustível dos que criam e lideram a indústria de serviços que unem uma grande idéia a uma execução de classe superior. 3.1 – Como fidelizar sem serviço De acordo com Las Casas (2000:15), serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem. Também é colocado da seguinte forma: o bem é alguma coisa – um objeto, um artigo, um artefato ou um material – e serviço como um ato, uma ação, um esforço, um desempenho. O conceito de marketing de relacionamento também se encaixa em marketing de serviços, no ponto em que, de acordo com Las Casas (2000:85), definir serviços como atos ou ações caracteriza a parte intangível presente a qualquer das situações mencionadas. Serviços é a parte que deve ser vivenciada, é uma experiência vivida, é o desempenho. Segundo Hoffman e Bateson (2003:423), diz-se que serviços sao intangíveis porque são desempenhos, ou ações, não objetos. Eles não podem ser tocados ou vistos da mesma maneira que os bens. Os serviços são produzidos por pessoas; consequentemente, a variabilidade é inerente ao processo de produção. Mais corretamente, eles são experimentados e sentidos, e os julgamentos dos clientes sobre eles tendem a ser mais subjetivos que 56 objetivos. A inseparabilidade entre produção e consumo refere-se ao fato de que, enquanto os bens são primeiramente produzidos, depois vendidos então consumidos, os serviços são vendidos primeiro e então produzidos e consumidos simultaneamente. Interagir com o público não é tarefa facil e, infelizmente, os funcionários nem sempre conseguem manter a perspectiva adequada. É possivel que as mesmas perguntas tenham de ser feitas repetidamente e nem todo cliente é educado. Manter a perspectiva apropriada envolve mentalidade e atitude orientadas para o cliente e para o serviço. Os funcionários precisam lembrar-se de que cada cliente tem o próprio conjunto de necessidades e expectativas, e são elas que definem o desempenho (Hoffman e Bateson, 2003: 430). De acordo com Hoffman e Bateson (2003), os clientes leais são valiosos para o setor de serviços porque tendem a recompensar seus fornecedores com aumento de renda. Devido aos altos níveis de risco percebido, os clientes leais tendem a concentrar suas compras em fornecedores em quem confiam. Podem até estar preparados para pagar um preço mais alto em troca de níveis reduzidos de risco percebidos. Atender as necessidades e desejos dos consumidores é um dos princípios básicos do marketing. Porém, para atender perfeitamente a tal ponto que encante o cliente é necessário conhecê-lo profundamente, para atingir com exatidão suas expectativas e até ultrapassá-las. Através do marketing de relacionamento, é possível planejar, desenvolver e aplicar ações e estratégias voltadas ao cliente, com o intuito de mantê-los na organização buscando a fidelização e lealdade a empresa. A cada preocupação de tornar o relacionamento empresa x cliente mais prazeroso, vindo da organização, de uma maneira bem praticada, o cliente além de perceber o esforço, reconhece e valoriza. O resultado são relações duradouras com os consumidores e a empresa. 57 Para então conseguir aplicar e elaborar estratégias de sucesso no marketing de relacionamento é necessário compreender conceitos como “o marketing habilidoso é uma busca sem fim” (Kotler, 2006, p. 776), com relação a preocupação de sempre surpreender o cliente, ao buscar estratégias inovadoras. Também, compreender que não interessa criar excelentes estratégias de marketing, se não forem bem executadas, portanto a atenção ao público interno da empresa, a qualidade dos serviços prestados, a realização de ações de endomarketing, são necessárias para conseguir atender os desejos e necessidades dos clientes, já que os funcionários são o contato direto com os consumidores. Ainda, que a pesquisa de marketing é essencial para obter o conhecimento aprofundado do cliente, e que sua aplicação bem executada, poderá ser a fonte de informações necessárias a formulação de estratégias de makerting que atinjam com eficiência o consumidor. Por fim, é essencial entendimento de marketing de serviços, pois não se trata de algo tangível, mas da experiência, do esforço, da ação, o que poderá atingir o tão esperado, o encantamento ao cliente. 58 CONCLUSÃO Conquistar a lealdade do cliente é uma tarefa muito difícil e custosa atualmente, para conquistar a fidelidade é essencial para as empresas entenderem suas necessidades, desejos e valores. O objetivo dos programas de fidelidade não é tornar todos os clientes fiéis, mas sim, aumentar a fidelidade daqueles mais propensos a reagir. Ou seja, as ações de marketing desenvolvidas pelas empresas são direcionadas a clientes que possam tornar-se fiéis, através da captação e análise de um banco de dados. Os programas de fidelidade atualmente são diferenciais que as empresas possuem, porém em um futuro próximo será uma exigência imposta pelo próprio mercado. Sobre Marketing de Relacionamento, o leitor conheceu a evolução de conceitos do mesmo através da percepção de vários autores. Pôde classificar os tipos de clientes em: Prospect, shoppers, clientes eventuais, clientes regulares e defensores e descobrir quais são as suas principais aplicações como suporte a força de vendas, geração de leads, cross selling, vendas diretas, promoção de vendas e programas de fidelidade. Além de estudar as ferramentas que são utilizadas: marketing direto, database, RFM, ECR e ombudsman. A respeito de fidelidade, o leitor foi capaz de entender que a criação de valor para clientes constitui o alicerce de quaisquer sistemas de negócios bem sucedidos, e a criação de valor para o cliente gera lealdade e essa, por sua vez, gera crescimento, lucros e mais valor. Os conceitos sobre lealdade e programas de fidelidade foram elaborados a partir de livros de diversos autores. A respeito de varejo no Brasil, o leitor aprendeu que as classificações varejistas se dividem em: lojas de departamento, lojas independentes, lojas em cadeia, cooperativa, lojas especializadas, supermercados e varejo não lojista. Os programas de fidelidade desenvolvidos pelas empresas são vistos como um diferencial no mercado em que atuam. Com esse estudo o leitor percebeu que Marketing de Relacionamento será uma necessidade para as empresas sobreviverem no mercado. O consumidor possui muitas marcas ao seu redor e conseqüentemente a diferença entre uma 59 empresa e outra será a qualidade e a profundidade do relacionamento consumidor empresa. Os programas de fidelidade servem para construir este tipo de relacionamento, propiciando para as organizações dados importantes sobre seus clientes, e para os consumidores vantagens ao optarem por determinada marca. 60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBRECHT, Karl. Revolução nos Serviços. 3 ed. São Paulo: Pioneira, 1992. A Única coisa que Importa: Trazendo o Poder do Cliente para Dentro da Empresa. São Paulo: Pioneira, 1992. ANGELO, Cláudio Felisoni; GIANGRANDE, Vera. Marketing de Relacionamento no Varejo. São Paulo: Atlas, 1999. ARMOSTRONG Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Prentica Hall do Brasil, 1993. BERRY, Leonard L. Serviço de Satisfação Máxima. Rio de Janeiro: Campus, 1995. BERRY, Leonard L. PARASURAMAN, A. Serviços de Marketing: Competindo através da Qualidade. São Paulo: Maltese, 1992. BOGMANN, Itzhak Meir. Marketing de Relacionamento: Estratégias de Fidelização e suas Implicações Financeiras. São Paulo: Nobel, 2000. BRETZKE, Miriam. 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