www.equitaurbe.com Atual Sistema Internacional “Os Governos Locais como novos atores” Sandra Bustamante Elsa Dalmasso Recife, março de 2014 www.equitaurbe.com Temário Conceito de Sistema Internacional. O Sistema Internacional como instrumento de análise. Globalização / Glocalização. O Ator internacional: definição e tipologia. Os governos sub-nacionais Internacionalização das Cidades www.equitaurbe.com Estado e RR II Paz de Westphalia de 1648: nasce o sistema moderno de relações internacionais organizado em volta dos Estados. Elementos chaves do Estado nacional moderno: População Território Soberania: governo com autoridade máxima ante população e território. www.equitaurbe.com Atributos Igualdade: todos os estados são legalmente iguais (idealmente). Soberania: Independência, autonomia externa (não existe uma outra autoridade que ordene ao estado como atuar). Anarquia Estrutural Internacional: não existe autoridade legítima que ordene os estados o que fazer. www.equitaurbe.com p O sistema anterior e posterior da Guerra Fria Guerra Fria Polaridade na dualidade de Ideologias Predomínio do Estado (welfare state) Bipolaridade (imperfeita) Balanço de Terror Segurança (High Politics) Interdependência Complexa (países centrais) PREDECIBILIDADE www.equitaurbe.com Pós-Guerra Fria Predomínio da democracia e capitalismo Novos atores (entidades sub e supra estatais) Multi-polaridade - Regionalismo Predomínio dos EUA Novas ameaças Economia - Integração (Low Politics) Globalização / Fragmentação INCERTIDUMBRE www.equitaurbe.com O sistema internacional de hoje Segundo Goldgeier e McFaul: “ no final da Guerra Fria aumentou a brecha entre centro y periferia.” “As grandes potências do futuro não serão atores unitários e terão como alvo principal maximizar a riqueza …. Poder-se-ia dizer que atuarão dentro de uma sociedade de grandes potências www.equitaurbe.com Centro Relação com o modelo liberal de política internacional Diminuição do problema da segurança Inter-dependência econômica Democracia política Armas nucleares Instituições multilaterais e regimes internacionais www.equitaurbe.com Periferia Relação com o modelo de realismo estrutural Coexistem inumeráveis regimes políticos e culturais Dependência com os estados centrais. Tensões pela economia, território, população e desequilíbrio interno. Ameaças militares e lutas internas Persistência do armamentismo www.equitaurbe.com Fluxos que constituem as RRII Público: Governos que representam os Estados na cena internacional Privado: Fluxos transnacionais: - Deslocação de pessoas - Movimentos de capitais - Intercâmbios de mercancias - Circulação de idéias e informação www.equitaurbe.com - Marcel Merle Ator internacional Enfoque funcional: focaliza-se na atuação internacional de uma entidade, pela habilidade de mobilizar recursos para a consecução dos objetivos, e sua capacidade de exercer influência sobre outros atores do sistema internacional. Substitui o atributo jurídico da soberania pelo mais funcional da autonomia (diferentes grau de autonomia) estático dinâmica o processo das interações www.equitaurbe.com Atores internacionais Estados Nacionais e sub-nacionais Organizações Inter-governamentais (OIGs) Organismos internacionais; regionais; supranacionais Empresas; Associações; Redes sociais Atores Transnacionais: -Organizações Não-Governamentais (ONGs) -Corporações Trans-nacionais (CTN) -Organizações Criminais Transnacionais: Terrorismo, Narcotraficantes, Máfias www.equitaurbe.com Globalização É um estádio do mundo que apresenta redes de inter-dependência à distância, multicontinentais Incremento das redes, na velocidade institucional e na participação trans-nacional; fluxos de capitais; bens; informação e idéias; gente e força; substancias biológicas e ambientalmente relevantes (ex: chuva ácida ou patógenos) fenômeno multidimensional. Não implica universalização; homogeneização ou igualdade. www.equitaurbe.com (Kehoane - Nye) Globalização contemporánea Não é uniforme Varia segundo a região ou tema Depende dos custos decrescentes das comunicações Das travas impostas pela política interna Ainda não se enxerga que efeitos vai ter e adaptarão os diferentes países Os baixos custos das comunicações permitem que mais atores , e a maior distância, participem da política mundial. www.equitaurbe.com Novos atores: Regiões, Províncias, Municípios O progressivo grau de internacionalização da vida política e o processo de globalização econômica tem convertido habituais as atividades das comunidades autônomas, províncias, estados, municípios, com dimensão internacional. Numerosas atividades e contatos, fora das fronteiras estatais (o que num começo foram ações isoladas, habitualmente envolvidas em polêmica, passaram a formar parte da vida política do país). www.equitaurbe.como Entidade política sub-estatal Características básicas destes atores: são territoriais (com uma base física precisa); são governamentais; são unidades de um Estado (federação, confederação, ou com administração territorial diversificada, ex: regiões italianas ou belgas, comunidades autônomas espanholas); são parte de um Estado com considerável nível democrático e de consolidação nacional; são parte integrante de um Estado que tenha alcançado um elevado nível de industrialização. www.equitaurbe.com Atividades diversas Viagem das autoridades estaduais/municipais/autonômicas para o exterior Recepção de autoridades estrangeiras Promoção industrial, turística e comercial, cultural, lingüística, de colaboração transfronteiriça, Participação em congressos, foros e associações internacionais de regiões, Contatos informais entre líderes regionais ou técnicos. www.equitaurbe.com Valores e princípios Paz Liberdade Equidade Democracia Cooperação Solidariedade Tolerância - Respeito Responsabilidade www.equitaurbe.com “Pensar globalmente e atuar localmente” dois idéias chaves: Ter consciência da realidade global e dos retos que platéia um mundo globalizado e inter-dependente Aproveitar as oportunidades de reagir de modo local (nos níveis governamentais sob-estatais) para conseguir maior eficácia e otimizar os recursos www.equitaurbe.com Globalização e interdependência sob-estatal. Aspectos da globalização e da interdependência determinam o acionar internacional das entidades sub-estatais: A diversificação da agenda internacional e a mudança na divisão absoluta entre política exterior e interior. Temas que antes não eram considerados matéria de política internacional e sim competências sob-estatais (saúde, médio ambiente, educação, cultura, relações laborais, comunicações, seguridade social...) passam a integrar a agenda internacional. A multiplicação dos fluxos de entrada e saída através das fronteiras www.equitaurbe.com www.equitaurbe.com ACIONAR INTERNACIONAL DOS GOVERNOS LOCAIS Fonte: OCD (Observatório de cooperação descentralizada) www.equitaurbe.com Metas - Caminho 1. Projeto Político Local 2. Iternacionalização da cidade www.equitaurbe.com 3. Marca Cidade 1. Contexto interno: governos sub-nacionais como atores de desenvolvimento Revalorização do governo local como poder político (não só âmbito administrativo ) Território Nova geografia de responsabilidades institucionais para o desenvolvimento Desenvolvimento Demandas sociais www.equitaurbe.com Construido endógenamente a partir das capacidades relacionais dos atores CAMBIO DE ÉPOCA: necessidade de redefinir o papel do governo sub-estatal A idéia central que permite articular território e desenvolvimento é o PROJETO POLÍTICO LOCAL com participação social (novas relações entre administração e cidadãos) pensar num sentido social compartilhado (projeto político conjunto publico - privado) desenvolvendo as capacidades endógenas presentes (idéia do local). www.equitaurbe.com Fonte: O.Madoery Realidade de Latino-América Fragilidade das instituições públicas locais: capacidade econômica e financeira, modos de funcionamento, recursos humanos, relacionamento com a sociedade civil, processos de descentralização incompletos. esforço Obter recursos Fortalecer suas capacidades de resposta INTERNACIONALIZAÇAO www.equitaurbe.com 2. PARADIPLOMACIA O mergulho dos governos sub-estatais nas relações internacionais: contatos formais e informais, permanentes ou provisórios (ad hoc), com entidades estrangeiras, públicas o privadas, objetivo de promover resultados socioeconômicos, políticos, de sua competência constitucional. www.equitaurbe.com Europa UE: cenário da maior atividade internacional de entidades locais. Vínculos espaciais: Euroregioes Vínculos temáticos: ELANET, ACTE, Campanha Européia de Cidades Sustentáveis Vínculos genéricos: Euro cities, Partenalia, 4 Motores de Europa www.equitaurbe.com Fuente: OCD MERCOSUR Incipiente nacional atividade internacional sub- Centralidade outorgada ao espaço subregional: MERCOCIDADES - CRECENEA - CODESUL www.equitaurbe.com Motivos Econômicos (captar recursos e oportunidades) Culturais (promoção cultural, migrações, vínculos históricos, etc.) Seguridade internacional Políticos (incidência política internacional e nacional, legitimação, visibilidade política) De solidariedade Experiência e conhecimento políticas públicas locais Processos de integração regional www.equitaurbe.com de Objetivo Geral da cooperação descentralizada Desenvolvimento econômico e social local - regional - - Crescimento econômico + inclusão social= redução da pobreza com equidade social (minimizar as desigualdades) www.equitaurbe.com Limites JURÍDICOS: Autoridades locais não reconhecidas como sujeitos de direito internacional. Competências constitucionais que outorgam faculdades Ex: Europa: Bélgica, Alemanha, Espanha, França Latino - América Nicarágua, Bolívia, Peru. Brasil, Paraguai, México, Argentina www.equitaurbe.com Outros limites Auto-limitação Políticos Operativos -recursos humanos; -financeiros; -capacidade de gestão www.equitaurbe.com Associativismo Redes Principais restrições dos processos de descentralização Falta de convencimento das capacidades locais Atribuições e Autonomia Descentralização fiscal Duplicidade de funções e competências Cidadania e participação As pessoas www.equitaurbe.com PERDA DE EFICACIA impacto e credibilidade RRII de modalidade reativa, intermitente e sem vinculo com as próprias prioridades Ex: Projetos elaborados só em função da oferta; Iniciativas isoladas. Desconhecimento das fortaleças e necessidades locais www.equitaurbe.com Estratégia de internacionalização Uma internacionalização coerente, efetiva e duradoura Não é a suma Aprovar um das relações marco estratégico. com o estrangeiro. Estratégias e planos locais de governo www.equitaurbe.com PAUTAS GERAIS PARA PLANIFICAÇAO ESTRATÉGICA INTERNACIONAL Para formular a estratégia internacional Analizar o contexto externo Identificar prioridades locais Definir visão de futuro Para instrumentar a estratégia internacional Constatar a legalidade das ações Analizar o contexto interno Procurar os parceiros com “valor” Adequar Instituição, recursos, processos Para profissionalizar a estratégia internacional Formalizar e garantir continuidade Difundir e sensibilizar Avaliar e aperfeiçoar Monitorar e publicitar www.equitaurbe.com Possíveis níveis de formalização Diferentes áreas do governo atendem os assuntos que surgem esporadicamente? Um empregado dedica parte de seu tempo a atender os assuntos internacionais? O governo local delega por convênio a gestão das RRII a um organismo terceiro? Existe um funcionário Full Time dedicado às RRII? Existe no organograma um departamento responsável dos assuntos internacionais? www.equitaurbe.com Nível de organização Existe um programa de trabalho e um orçamento? Existe uma declaração política para orientar as RRII? Existe um plano estratégico internacional? Existe um comitê consultivo em RRII? Existe uma lei ou normativa local na matéria? O governo local tem representação ou contato no estrangeiro? www.equitaurbe.com Organização mínima localizar os assuntos internacionais no organograma do governo local; um interlocutor válido e único; uma unidade visível que coordene; dependente direto do Prefeito ou chefe de governo; transversalidade com os serviços e departamentos. www.equitaurbe.com diferentes Podem as cidades pequenas realizar ações internacionais? Fonte: OCD Associar-se (formal ou informalmente) com outros governos locais da região com experiência Associar-se com outras instituições (universidades, associações de municípios, redes, etc. Aproveitar espaços em Mercocidades Articulação com outros níveis de governo (participação em Ferias Internacionais junto a equipe nacional) www.equitaurbe.com Desenvolvimento econômico com inclusão social Exemplo de dinâmicas territoriais “exitosas”: capital natural e serviços ambientais; estrutura agrária / econômica; vínculos com mercados dinâmicos; estrutura produtiva; cidades intermédias; inversão pública em bens públicos; coalizões sociais. www.equitaurbe.com Coalizões sociais Alianças ou acordos entre várias partes (políticas – econômicas – sociais –culturais – educativas) para alcançar objetivos comuns, com visão ao longo prazo. aliança entre atores diferentes. desafios internos: tensões, conflitos, contradições necessário otimizar acordos Evitar improvisação, clientelismo, dependência www.equitaurbe.com ONU: Objetivos do Milênio (ODM) Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 Agenda Urbana Habitat III. Informe do Congresso de CGLU (2013) “O informe GOLD III (Observatório Mundial de Democracia Local e Descentralização) mostra a relação estreita entre melhoria da qualidade de vida e os governos locais”. Salvador Esteve: Presidente da Deputação de Barcelona (Espanha) Reivindicação do valor da Política de Desenvolvimento Local Relações inter-pessoais e inter-institucionais O diferencial no desenvolvimento dos povos é a capacidade de ação coletiva (Oscar Madoery) Cooperação para o desenvolvimento e alianças público-privadas fonte: Carlos Mataix, Eduardo Sánchez, M.ª Ángeles Huerta, Julio Lumbreras CONSIDERAÇOES PRÁTICAS SOBRE A PROMOÇAO DE APPD Simplificar e flexibilizar os instrumentos de promoção Definir quais sócios e modelo de APPD são mais interessantes. A promoção interna e preparação dos Recursos Humanos. Comunicação externa. Estabelecer sistemas de avaliação e utilizá-los. www.equitaurbe.com Conclusões Potencial de uma cidade capacidade competitiva (não só vantagens comparativas: posição geográfica, recursos naturais) recursos imateriais: proximidade, capital das relações, informação as diversas formas de cooperação e aprendizagem a capacidade de articulação com o entorno os valores dominantes e a capacidade de decisão. - - www.equitaurbe.com www.equitaurbe.com Obrigado e boas práticas! [email protected] [email protected]