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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Pedagogia
Trabalho de Conclusão de Curso
CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO
HIPERATIVIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
Autora: Nadir Rocha De Souza Silva
Orientador: Olimpo Ordoñez Carmona
Brasília - DF
2013
NADIR ROCHA DE SOUZA SILVA
CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO
HIPERATIVIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
Artigo apresentado ao curso de
graduação
em
Pedagogia
da
Universidade Católica de Brasília como
requisito parcial para obtenção do curso
de Licenciatura plena em Pedagogia.
Brasília – DF
2013
DEDICATORIA
Ao meu esposo e filhos pela paciência incentivo e dedicação.
Obrigada.
AGRADECIMENTOS
A meu esposo e filhos pela paciência e compreensão e aos professores da
graduação em especial Sueli Pereira Caixeta, Wellington Ferreira de Jesus e ao meu
Orientador Olimpo Ordoñez Carmona pelas orientações que contribuem para meu
desenvolvimento.
Um grande abraço.
RESUMO
Este trabalho mostra um estudo sobre o Transtorno de Déficit Atenção Hiperatividade,
procurando entender como e quais eram as estratégias adotadas pelos professores no
processo de ensino-aprendizagem com crianças diagnosticadas com TDAH das séries
iniciais, e quais são os impactos dessas estratégias na aprendizagem desses estudantes.
Para a análise da pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa, tendo como
instrumento a entrevista. Foram realizadas as observações em sala de aula, em uma
escola pública do distrito Federal e aplicação de três entrevistas; duas professoras e uma
psicopedagoga. Encontramos falta de conhecimento por parte de alguns professores
sobre o assunto em questão, a pesquisa também mostra que há urgência de capacitar
estes profissionais para que de alguma forma possam trabalhar no processo de ensino e
aprendizagem desses alunos. A partir da analise dos resultados percebemos a
importância do conhecimento desse transtorno para a educação, pois ele pode contribuir
significativamente na atuação do professor e também desses alunos. Pois, é de grande
importante perceber o progresso destas crianças.
PALAVRAS CHAVE: TDAH. Professores. Dificuldade da aprendizagem.
SUMÁRIO
CAPA
Folha de Rosto
Folha de Aprovação
Dedicatória
Agradecimentos
Resumo
Sumario
1. Introdução
1
2. Marco Teórico
3
2.1 Entendendo o TDAH
3
2.2 Diagnostico Clinico do TDAH
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2.3 Compreensão dos Professores Sobre o TDHA
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3. Metodologia
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4. Analise Dos Resultados
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5. Analise Das Entrevistas Aplicadas as Professoras
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5.1 O que Você Entende Por TDAH
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5.2 Quais os maiores desafios no processo ensino aprendizagem de estudantes com
TDAH
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5.3 Quais estratégias usadas para auxiliar as crianças com TDAH nos processos de
aprendizagem e socialização
16
5.4 De que maneira sua formação e capacitação contribui no processo de ensino aprendizagem do aluno com TDAH.
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5.5 Como é a relação do aluno com TDAH e a turma/essa relação interfere no processo
ensino aprendizagem?
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5.6 Você enquanto professor acha que o aluno com Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH), deve ter avaliação diferenciada.Por quê?
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6 Analise da Entrevista aplicada a psicopedagoga
19
6.1 Qual e a sua visão em relação à inclusão de alunos com o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH)?
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6.2 Você enquanto psicopedagoga o que acha que os professores têm feito para ajudar
as crianças com TDAH no processo de ensino-aprendizagem.
20
6.3 Na sua visão o que deve ser feito para melhorar a motivação e o ensino das crianças
com TDAH.
20
6.4 Em sua opinião qual é a maior dificuldade dos professores em trabalhar o processo
de ensino-aprendizagem em crianças com este transtorno.
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6.5Você enquanto psicopedagoga percebe que os professores utilizam métodos que
favorecem ao desenvolvimento destas crianças.
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7. CONCLUSÃO
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1
1- INTRODUÇÃO
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
que afeta as crianças em fase escolar, uma vez que a criança não consegue fixar a
atenção por um longo período em um assunto, e são consideradas pelos professores
como crianças agitadas e até preguiçosas. O ambiente escolar é o principal lugar para se
perceber esse transtorno. Pois é onde a criança necessita se concentrar para realizar as
atividades escolares.
O TDAH é tratado pela família como uma doença, e é visto pela sociedade
como um problema vinculado à falta de limite Mattos (2012). Em sala de aula percebese um comportamento inadequado por parte de alguns alunos em algumas atividades
escolares. Araujo e Silva (2003). A partir disso este trabalho, pretende investigar quais
são as estratégias adotadas pelos professores no processo de ensino-aprendizagem com
crianças diagnosticadas com TDAH das séries iniciais, e quais são os impactos dessas
estratégias na aprendizagem desses estudantes? Sendo, portanto, esta a questão
problema a que norteia esta investigação.
Portanto o objetivo geral deste trabalho é Identificar como os professores têm
trabalhado o processo de ensino e aprendizagem de alunos com diagnóstico de TDAH.
E como objetivos específicos o reconhecimento das dificuldades dos professores com as
crianças que possuem necessidades de TDAH.
A verificação da qualificação dos docentes entrevistados que trabalharam com
crianças que apresenta o TDAH.
E observar as estratégias utilizadas pelo professor com os estudantes que tenham
TDAH.
Analisar os impactos das estratégias desenvolvidas pelos docentes na
aprendizagem dos estudantes com TDAH.
Desde o século XX o TDAH vem recebendo vários nomes. Hoje este transtorno
é a causa mais comum de encaminhamentos de crianças e adolescentes para serviços
especializados (SOUZA, 2009). Vários estudos epidemiológicos segundo Araujo e Silva
(2003), realizados inclusive no Brasil, mostram que a cada 20 (vinte) crianças uma
possui as características deste transtorno.
Porém, são poucos trabalhos que pesquisam como o professor tem desenvolvido
o trabalho pedagógico para melhorar a aprendizagem de alunos com esse transtorno.
Nessa perspectiva, a relevância desse estudo consiste em sinalizar as estratégias
desenvolvidas pelo professor que favoreçam o avanço do aprendizado dos alunos que
possuem o Transtorno.
Conhecer propostas de trabalho que atendam às necessidades específicas dos
alunos com esse tipo de transtorno é de suma importância para a área de educação, pois,
permitirá a compreensão de vários aspectos com relação ao tema e também a elaboração
de propostas de trabalhos alternativos e complementares.
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Assim, esse estudo contribuirá para melhor compreensão acerca da importância
do trabalho docente para o desenvolvimento efetivo da aprendizagem dos alunos com o
TDAH, o que proporcionará a aquisição de novos conhecimentos, fundamentais para a
prática docente.
Além disso, proporcionará reflexões importantes, para pessoas que trabalham na
área de educação, para pais de alunos com TDAH e para pesquisadores do tema que
buscam novas compreensões e conhecimentos a respeito do trabalho pedagógico
desenvolvido com crianças com TDAH.
2 Marco Teórico
2.1 Entendendo o TDAH.
De acordo com pesquisas teóricas o transtorno de Déficit de Atenção ficou
conhecido desde o século XX e a partir de 1960 passou a ser discutido em todo o
mundo. Segundo Souza (2009), esse transtorno é a causa mais comum de
encaminhamento de crianças e adolescentes para serviços especializados.
Há algum tempo atrás, pensava-se que os sintomas desse problema
diminuiriam na adolescência, mas pesquisas mostram que a maioria das
crianças chega à maturidade com um padrão de problemas muito similar aos
da infância e que, quando adultos experimentam dificuldades no trabalho na
comunidade e com seus familiares (ARAUJO e SILVA, 2003).
O TDAH “é considerado também como um distúrbio biopsicossocial, ou seja,
parece haver fortes fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais que contribuem
para a intensificação desse problema” (ARAUJO e SILVA, 2003).
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma
dificuldade que se caracteriza pela falta de fixação em um determinado assunto num
momento específico, e uma agitação incomum. Aparece na infância afetando entorno de
3 a 5% da população escolar infantil, e é causada, segundo alguns teóricos, por
disfunções genéticas, ou seja, pela pouca produção de catecolaminas (Adrenalina), que
são neurotransmissores responsáveis pelo controle da atenção, do comportamento motor
e da motivação (ARAUJO e SILVA, 2003).
Segundo Araujo e Silva (2003), a impulsividade da criança com TDAH é
anormal: Não consegue parar de mexer nas coisas é desatenta, inquieta, pouca paciência
para estudar e fazer os deveres de casa, diz coisas fora de hora, mesmo sabendo que não
deveria dizê-las, entre outros. Seus impulsos os colocam em constantes conflitos com os
pais, colegas e professores. Seu descontrole emocional é demonstrado pela
irritabilidade, pela agressividade e pelo choro; tem mudanças frequentes e inesperadas
de humor; assustam-se e entram em pânico por motivos tolos. No entanto, algumas
crianças são retraídas, inibidas e frustram-se com facilidade; são incapazes de
concentrar-se na ação; perdem o interesse quando utilizam materiais que exigem
esforços de conceitos.
A pessoa com o TDAH apresenta como sintoma principal a desatenção, e
agitação. Por isso, é acusada, sobretudo na escola, de ser desinteressada e não prestar a
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atenção. Porém, vale ressaltar, que a criança presta atenção em tudo, o problema que ela
presta a atenção em tudo ao mesmo tempo, o que dificulta ter um foco para
concentração. Essa hiperatividade se percebe em crianças e pode ser levado pela vida
toda, geralmente se percebe esse transtorno no ambiente escolar, por ser este o espaço
onde a criança necessita de atenção por um período relativamente longo, em um mesmo
objeto. A percepção dessa dificuldade de concentração é menos avançada em outros
espaços que não o escolar.
Além da hiperatividade um desdobramento da mesma, é a hiperatividade
motora, que compromete igualmente o relacionamento social e educativo dos
alunos aumentando o fracasso na aprendizagem e diminuindo a autoestima.
“O quadro completa-se com a ansiedade que atinge grande parte dos
pacientes em idade escolar púbere e causam uma estatística elevada de
reprovações nos 5º anos”. Além da hiperatividade outro fator que é comum à
hiperatividade motora, que intervém no convívio social e na educação do
aprendiz, gerando uma defasagem na aprendizagem diminuindo assim suas
expectativas pessoais de estudo e quando chegam no 5º ano esse quadro tem
um agravante causando um grande índice de reprovação. (SOUZA, 2009,
p.02).
Muitas vezes o problema só é percebido pelos educadores, quando o sintoma é
aparente, ou quando esse sintoma prejudica o aprendizado e a socialização da criança.
Assim o psicopedagogo da escola começa os testes para identificar se os indicativos são
verdadeiros, se sim, o aluno recebe um encaminhamento ao neurologista, que dá o
diagnóstico final. Caso seja confirmado o quadro, o médico decide se há necessidade da
utilização da medicação.
Atualmente cada vez mais pessoas estão se referindo ao TDAH como um
distúrbio “neurobiológico”. Isso ocorre porque a cada dia mais pesquisas
estão apontando que os problemas de atenção, de controle de impulsos, de
nível de atividade e de autoregulação resulta do funcionamento inadequado
de determinadas áreas do cérebro. Uma das áreas do cérebro que parece estar
frequentemente envolvida com TDAH é conhecida como córtex pré-frontal.
(PHELAN, 2005, p. 60).
Atualmente este transtorno é bastante divulgado, e é um dos grandes fatores que
levam à defasagem idade/serie nas escolas. Mas muitas vezes é confundido como falta
de limite, manha, mimo, e indisciplina por parte das crianças. Para Araujo e Silva
(2003), o TDAH vem sedo apresentado como um causador específico, dos problemas de
aprendizagem. Porém ao contrário do que todos pensam é um distúrbio de atenção.
Sabe-se que as crianças com TDAH são capazes de aprender, mas têm dificuldades de
concentração no ambiente escolar devido ao impacto que os sintomas têm sobre os
processos de aprendizagem.
Uma visão de base neurológica para o TDAH é que os baixos níveis de
catecolaminas resultam em uma hipoativação do sistema nervoso central.
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Portanto os indivíduos afetados não podem controlar voluntariamente sua
atenção, seus níveis de atividade motora, seus impulsos emocionais ou suas
respostas a estímulos no ambiente tão efetivamente quanto às pessoas com o
funcionamento do sistema nervoso central considerado normal. Assim o
TDAH é caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade
(BARRETO; MOREIRA, 2011 p. 2).
No ambiente escolar, as crianças com TDAH apresentam-se, em geral, uma
inteligência média ou, em alguns casos, acima da média (Araujo & Silva, 2003). Porém,
alguns problemas na aprendizagem ou no comportamento, associados aos desvios das
funções do sistema nervoso central, proporcionando dificuldades na percepção,
linguagem, memória, controle da atenção, função motora e impulsividade.
É importante entender bem o fato de a criança prestar atenção e se dedicar
apenas àquilo que a interessa ou motiva. Essa é uma das características do
transtorno que mais facilmente se confunde com uma série de outras coisas,
geralmente mal vistas pelos professores. (MATTOS, 2012, p.122).
Muitas vezes, por falta de conhecimento de alguns educadores as crianças com
TDAH vão sendo penalizadas, isoladas do grupo e dos processos de aprendizagem.
Como se a escola desistisse delas.
O TDAH é com frequência apresentado erroneamente como um tipo
específico de problema de aprendizagem. Ao contrário, é um distúrbio de
realização. Sabe-se que as crianças com TDAH são capazes de aprender, mas
têm dificuldades de se sair bem na escola devido ao impacto que os sintomas
têm sobre uma boa atuação (ARAUJO e SILVA, 2003, p. 06).
Por outro lado, o relato dos professores é de fundamental importância para o
diagnóstico e tratamento correto. O conhecimento sobre este transtorno é necessário
para que os docentes possam desenvolver estratégias de ensino que levem a um
processo de ensino e aprendizagem que possa beneficiar a todos.
De acordo com Araujo e Silva (2003), as habilidades dos pais e professores, em
lidar com o problema, influenciam e muito na conduta das crianças. Por isso a história
familiar e escolar é de fundamental importância, pois pode contribuir para o tratamento.
As crianças que possuem este transtorno em alguns momentos são consideradas gentis e
simpáticas, mas quando se sentem contrariadas tornam-se agressivas e em alguns casos
assumem uma conduta antissocial. Quando as crianças são repreendidas e se sentem
acuadas, podem desenvolver hábitos fora do comum como: mentir, roubar e usar
drogas.
Para Souza (2009), uma das mais importantes instituições para a formação do
cidadão é a escola. Que tem como principal função à construção do pensamento crítico,
resguardando o bem social e respeitando o direito de todos. O apoio técnico é um
conjunto de pequenas medidas e atitudes que acabam por criar uma rotina capaz de
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facilitar em muito o cotidiano da pessoa com TDAH, esta rotina deve conter aspectos
essenciais tais como: estabelecer horários para as atividades, organizar cronogramas,
criar uma rotina pessoal, criar o hábito de anotar ou agendar lembretes ou
compromissos, leitura, jogos de memória. Dessa forma pode-se tentar diminuir através
de uma organização externa, a desorganização interna das pessoas com TDAH.
Provavelmente a pessoa com TDAH necessite inicialmente de um tratamento ou
acompanhamento profissional.
É durante o período escolar que aparecem as manifestações mais evidentes da
hiperatividade. A criança não consegue aprender a ler, normalmente, tem dificuldades
de abstração; apresentam problemas em tarefas que exijam coordenação visual e
motora, sua escrita, cópia e desenho são inadequados e com problema perceptivo-motor.
Na idade escolar, crianças com TDAH, apresentam maior probabilidade à
repetência, evasão escolar, baixo rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e de
relacionamento. Supõe-se que os sintomas do TDAH sejam catalisadores, tornando as
crianças vulneráveis ao fracasso nos dois processos mais importantes para um bom
desenvolvimento: o relacionamento social e a escola.
Se você maldosamente tentasse produzir um ambiente que deixasse uma
criança com TDAH louca todos os dias, provavelmente não conseguiria
inventar nada pior do que a escola. A escola exige que o jovem não só fique
parado, mas, também, que se concentre em temas que ele geralmente
considera desinteressantes. Chata é uma das palavras mais usadas por
crianças com TDAH para descrever a escola. (PHELAN, 2005, p.35).
Para Phelan (2005), os professores, necessitam ser orientados para trabalhar com
crianças que possuem este transtorno e trazer benefícios às crianças e outros
professores, mas os aspectos mais importantes deste processo do diagnóstico são o
histórico clínico e o desenvolvimento da criança.
De acordo com Mattos (2012), como não há nenhuma técnica, nem abordagem
pedagógica para melhorar a atenção do aluno e seu desenvolvimento, o professor deve
ser capaz de desempenhar estratégias de ensino adequado á necessidade de cada aluno, e
para os pais é importante informar sobre os processos legais que possam beneficiar o
seu filho e que esteja disponível na escola.
Por falta de conhecimentos estas crianças acabam sendo penalizadas. Os
professores entendem que o TDAH é uma doença e não apenas uma dificuldade da
criança em termos neurológicos. Com o passar dos anos inauguram novos
planejamentos, novos métodos de ensino, novas formas de classificação, novas formas
de interpretar as crianças e novos métodos de lidar com elas, permitindo que métodos
antigos sejam substituídos por novas pesquisas e métodos de melhor eficácia que vier a
melhorar o trabalho eliminando processos desnecessários, onde consequentemente
teríamos um aproveitamento melhor.
2.2 Diagnóstico clínico do TDAH.
Segundo Souza (2009), a Associação Psiquiátrica Americana elaborou um
manual Diagnóstico e Estatístico para homogeneizar o diagnóstico, e passou a
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classificá-la como uma síndrome, integrante do mesmo subgrupo dos distúrbios do
comportamento e da conduta. É importante destacar que existe o Transtorno de Déficit
de Atenção (TDA) onde a pessoa apresenta um alto nível de desatenção, mas não
apresenta características de hiperatividade.
Para Phelan (2005), muitos professores dizem que não são médicos, não
receitam remédios e que, portanto, não se sentem à vontade para se envolver com o
transtorno do TDAH. Embora esse raciocínio seja, sem dúvida, compreensível, precisa
ser modificado em certa medida. Os conhecimentos dos professores a respeito da
medicação e seu envolvimento no processo de ajuste aos medicamentos podem ajudar
imensamente no plano global de tratamento.
O tratamento consiste na utilização de basicamente três medicamentos:
estimulantes, antidepressivos tricíclicos e alfa-2 agonistas. O primeiro
medicamento é o mais utilizado o metilfenidato (Ritalina), utilizado
geralmente duas vezes por dia evitando o horário vespertino, pois inibi o
desejo alimentar. O segundo medicamento encontra-se os antidepressivos
tricíclicos como a Imipramina (Tofranil), e outros com poucos efeitos
colaterais como a Fluoxetina (Prozac) e a Bupropiona. O terceiro
medicamento Agonistas Alfa-2, Noradrenergicos como a clonidina
(Atensina), Guanfacina (Catapres e Times). É preciso considerar os efeitos
colaterais da medicação, como em caso de patologias mais graves e atentar
para os efeitos colaterais bem como verificar a necessidade da utilização da
medicação. (SOUZA, 2009, p. 03).
A medicação deve ser interrompida durante um período para observação do
comportamento por parte do professor, bem como evitada nos finais de semana e férias.
O tratamento geralmente é administrado por dois ou três anos, mas a manutenção deve
ser periódica e o tratamento pode ser interrompido a qualquer momento.
Para obter um diagnóstico mais confiável a investigação passa por exames
laboratoriais, neurológicos, tradicionais e eletroencefalograma EEG. E ainda
testes de coordenação e persistência motora que também podem contribuir
para um diagnóstico, pois permitem uma avaliação comparativa da evolução
do quadro. (SOUZA, 2009, p. 3).
Conforme Phelan (2005), o professor oferece uma possibilidade positiva e
confiável, ao tratamento, pois observa os efeitos da medicação. Porque, o professor, é a
pessoa que está por perto quando estes medicamentos estão ativos no organismo da
criança. E é através desses relatos que os médicos atestam se o tratamento esta sendo
positivo ou negativo.
A medicação e o tratamento precisam ser explicados várias vezes. O
tratamento medicamentoso, por exemplo, é na verdade bem seguro e eficaz,
mas ás vezes leva-se um tempo para encontrar a medicação certa para uma
criança em particular. É preciso também tratar de outras questões, tais como
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as habilidades sociais e o mau desempenho educacional. (PHELAN, 2005,
p.109,110).
Porém o autor Mattos diz que realmente não existe uma abordagem pedagógica
específica para o tratamento do TDAH, porque cada caso há um tratamento
diferenciado, e é importante lembrar que talvez o incentivo seja o melhor caminho para
que haja uma possível superação ou adequação ao problema.
Nesta perspectiva, Mattos (2012), aponta que as dificuldades de trabalhar com
crianças com TDAH, estão mais relacionadas à falta de conhecimento e despreparo dos
professores para trabalhar com estes estudantes do que pelo transtorno em si.
2.3 Compreensão dos professores sobre o TDAH.
Segundo Seno (2010), sendo a criança diagnosticada TDAH, será considerada
uma pessoa com necessidades especiais e para garantir as mesmas oportunidades que as
demais crianças para aprender em sala de aula o professor devera fazer algumas
adaptações, dessa forma poderá diminuir alguns comportamentos que atrase no seu
desenvolvimento pedagógico.
A escola deva adotar regras claras, um programa previsível e carteiras
separadas. A avaliação do professor deve ser frequente e imediata, e as
tarefas devem variar, mas devem permanecer interessantes ao aluno. Sugere
ainda o autor, que os professores devem ter o conhecimento do conflito
incompetência X desobediência, e aprender a discernir entre os dois tipos de
problema. Outro aspecto importante que o autor relata, diz respeito ás
expectativas do professor em relação à criança, considerando as deficiências
e inabilidades resultantes do TDAH (SILVA e SOUZA, 2005, p.02).
Segundo Tavares (2009), a única forma de evitar a exclusão de alunos com
necessidades especiais, é fazendo as adaptações curriculares. Dessa forma o professor
ao perceber que há necessidade de intervenção com essas crianças fará as alterações de
acordo com cada necessidade.
Ainda segundo o autor o professor deve modificar, ampliar, diversificar a forma
de avaliação, pois desta forma estará dando oportunidade de atender a todas as crianças
com necessidades especiais. Porém Silva e Souza destacam que às escolas seria
interessante adotar regras claras com programas previsíveis de carteiras separadas.
Ao relatar sobre o processo avaliativo do professor elas chegam à conclusão de
que as avaliações sejam frequentes e imediatas e as atividades sejam variadas e que seja
do interesse do aluno.
Para Henrique (2009), o professor de educação física deve utilizar atividades que
sejam bem lúdicas e recreativas, dessa forma os alunos interagem e buscam solucionar
problemas que foram propostos pelo professor dessa forma demonstra confiança de si
mesmo e vontade de aprender enriquecendo assim seu desenvolvimento e criando
autonomia.
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Já Almeida e Hammes (2011), usam como técnicas a leitura e aulas práticas
como cita a autora as aulas práticas os alunos com TDAH se concentram nas atividades
quando a aula é com experiências, e seu conhecimento é uma didática multissensorial
dessa forma e onde a criança envolve mais de dois sentidos mantendo a atenção.
De acordo com os artigos foi relatado pelos autores que a grande maioria das
crianças com necessidades especiais precisa de acompanhamento psicológico e
atividades extraclasse, atividade estas diferenciadas, visto que os sintomas por eles
apresentados prejudica na realização de atividades que necessitam concentração
alterando no seu desenvolvimento emocional e social.
Porém Almeida e Hammes (2011), ressaltam que as aulas práticas exigem dessas
crianças um envolvimento na realização das atividades, enquanto as crianças com
necessidades especiais TDAH, são distraída, imperativas e impulsivas, entendendo que
este tipo de aula pode oferecer oportunidades para que as crianças com este transtorno
tenham informação e possa lidar com diferentes sentidos.
Destaca-se aqui que a aula prática é qualquer trabalho em que
os alunos estejam ativos e não passivos. Em relação ao
ensino de ciências, as atividades práticas, incluindo a
experimentação, desempenham um papel fundamental, pois
possibilitam aos alunos uma aproximação do trabalho
cientifico e melhor compreensão dos processos de ação das
ciências (ALMEIDA & HAMMES, 2011, p 6. apud
;Risoto,2000,p.195).
Segundo as autoras Almeida e Hammes (2011) essa pode ser uma alternativa de
intervir na aprendizagem das crianças com o Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade TDAH, porque exige deles um envolvimento na realização das
atividades. Porém é importante que os professores estejam familiarizados com métodos
de ensino para que possam melhorar no desempenho e desenvolvimento e que seja
interessante aos alunos com necessidades especiais. Já Seno (2010) destaca algumas
características que podem melhorar a concentração dessas crianças.
Sentar o aluno na primeira carteira e distante da porta ou janela; procurar
manter uma rotina diária; propor atividades pouco extensas; intercalar
momentos de explicação com os exercícios práticos; utilizar estratégias
atrativas; explicar detalhadamente a proposta; tentar manter o máximo de
silêncio possível; orientar a família sobre o transtorno; evitar situações que
provoquem a distração, tais como ventiladores, cortinas balançando, cartazes
pendurados pela sala; aproveitar situações que exigem movimentação para
escolhê-lo como auxiliar; manter os alunos em lugares fixos na sala, para que
seja justificado o motivo pelo qual a criança com TDAH senta sempre
naquela carteira; solicitar que os pais procurem por atendimentos
especializados que possam complementar o trabalho pedagógico realizado
em sala de aula; encaminhá-lo para as aulas de reforço escolar, se necessário
(SENO, 2010, p. 3).
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Para Mattos (2012) é necessário que o professor tente fazer com que o aluno
mude seu comportamento aos poucos, mas para isso é importante que o professor faça
uma lista do seu comportamento e comece a trabalhar com as que acham mais
prejudiciais, que atrapalha na aula.
O sucesso em sala de aula, frequentemente, exige uma série de intervenções.
A maioria das crianças com TDAH pode permanecer na classe normal, com
pequenos ajustes na sala, com a utilização de um auxiliar ou programas
especiais a serem usados fora da sala de aula. As crianças com problemas
mais sérios exigem salas de aula especiais (ARAUJO e SILVA, 2003, p. 8).
Porém, segundo Araujo e Silva (2003), uma sala de aula organizada e
estruturada para receber crianças desatentas, deve primeiramente o professor estar
preparado para receber estes alunos, professores com conhecimentos do quadro da
disfunção para saber desenvolver atividades que se adéquam com a disfunção.
Ainda as autoras Araujo e Silva reforçam que os professores que possuem em
sua sala de aula crianças que apresentam este problema de hiperatividade será
necessário muita paciência, pois estas crianças requerem muita atenção.
A criança hiperativa geralmente possui baixa autoestima pelo fato de
apresentar dificuldades na concentração e os professores que não conhecem
os problemas relacionados ao TDAH consideram-na como exemplo negativo
para os demais alunos (ARAUJO; SILVA, 2003, p.7).
De acordo com Araujo e Silva (2003), há alguns métodos alternativos que pode
ser usado para melhorar o comportamento e o desenvolvimento pedagógico de alunos
com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Trabalhar com pequenos grupos, sem isolar as crianças hiperativas;
Dar tarefas curtas ou intercaladas, para que elas possam concluí-las antes de
se dispersarem;
Elogiar sempre os resultados;
Usar jogos e desafios para motivá-los;
Valorizar a rotina, pois ela deixa a criança mais segura, mantendo sempre o
estímulo, através de novidade no material pedagógico;
Permitir que elas consertem os erros, pedindo desculpas quando ofender
algum colega ou animarem a bagunça da classe;
Repetir individualmente todo comando que for dado ao grupo e fazendo-o de
forma breve e usando sentenças claras para entenderem;
Pedir a elas que repitam o comando para ter certeza de que escutaram e
compreenderam o que o professor quer;
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Dar uma função oficial às crianças, como ajudantes do professor; isso faz
com que elas melhorem e abram espaços para o relacionamento com os
demais colegas; Mostrar limites de forma segura e tranquila, sem entender
em atrito;
Orientar os pais a procurar um psiquiatra, um neurologista ou um psicólogo.
Para Tavares (2008), em sua pesquisa comprovou–se a existência de materiais
de fácil acesso como revistas que podem ser adaptadas as crianças com o transtorno do
Déficit de Atenção e hiperatividade de acordo com a dificuldade, Jogos pedagógicos e
palavras cruzadas etc.
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa tem um caráter qualitativo. De acordo com Rey (2005), a pesquisa
qualitativa pode ser compreendida como um processo de construção dinâmica e deve ser
vivenciadas pelas demais pessoas, pois para que seja compreendida e realizada com
sucesso é necessário ser construído a partir da realidade.
Pesquisa qualitativa pode ser compreendida como um processo de construção
altamente dinâmico, no qual as hipóteses do pesquisador estão associadas a
um modelo teórico que mantém uma constante tensão com o momento
empírico e cuja legitimidade está na capacidade do modelo para ampliar tanto
em suas alternativas de inteligibilidade sobre o estudado como seu
permanente aprofundamento em compreender a realidade estudada como
sistema. (REY. 2005 p.12).
Participaram deste trabalho, profissionais da educação como: professores e
psicopedagogos que atendem estudantes com TDAH, de uma escola pública do Distrito
Federal.
Será usada como instrumento de pesquisa uma entrevista semiestruturada
(anexo1). De acordo com Rey (2005), a entrevista é um instrumento que oferecem
dados a ser explorado posteriormente, e sua riqueza na construção dos dados caracteriza
em uma fala espontânea onde o entrevistado relata suas experiências sobre o assunto
abordado que será avaliado pelo entrevistador num dialogo com fundamentação teórica.
A entrevista semi-estruturada segundo Duarte (2002) é uma técnica de coleta de
dados, uma apropriação do conhecimento e instigação de aspecto que vão surgindo no
decorrer da entrevista. A entrevista será aplicada aos participantes que voluntariamente
queiram participar da pesquisa. A entrevista será gravada, posteriormente transcrita para
ser analisada. Os dados serão analisados a partir da analise de conteúdo que está de
acordo com a perspectiva do trabalho e o objetivo que pretende alcançar.
Segundo Bardin (2011), a análise de conteúdo é uma interpretação crítica e
qualitativa dos dados. Bardin define a interpretação crítica do conteúdo como a
principal característica da analise do conteúdo.
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4 Análise dos resultados.
Este trabalho tinha como objetivo observar as técnicas e métodos de ensino
utilizado pelos profissionais da educação de forma a entender como desenvolve estes
trabalhos. Dessa forma foi realizada uma entrevista com dois professores e um
psicopedagogo de uma escola pública, que foi feito através de gravação para ser
transcrita posteriormente. A entrevista além de saber se esses profissionais já tinham
ouvido falar sobre o que e TDAH também era para saber como eles desenvolviam
trabalhos pedagógicos com essas crianças, de forma a contribuir para seu
desenvolvimento.
Este trabalho pretende ainda investigar a opinião dos profissionais a respeito do
tema abordado.
Esta pesquisa durou doze dias no horário das treze as dezesseis e trinta, em uma
escola pública, observando crianças com o TDAH da faixa etária de 8, 11 e 14 anos de
idade.
Durante a observação o que pode ser percebido é que as crianças não ficam
quietas e conversam com muita frequência tem dificuldade de seguir às regras e ao
professor, em alguns momentos transparece a falta de limites, pois esta não segue as
regras impostas pelo professor e para ele parece que o professor nem existe. Em relação
aos colegas de sua turma tem um estudante que não pede licença, pega objetos da mão
do colega, mesmo sabendo que não está fazendo certo, pois sempre olha para ver se
alguém diz alguma coisa; se não há reclamação ele continua; a se reclamam dele ele diz
que não fez nada e posa de coitadinho. O estudante em questão apresenta traços
concretos do TDAH, sendo hiperativo a maior parte do tempo, sobe na mesa, pula pra
cadeira sai sem pedir licença quando o professor pergunta por que saiu sem permissão
no meio da aula ele diz só fui beber água professor. Então posso ir ao banheiro? E dessa
forma segue durante toda a aula.
Na hora do lanche ele brinca com os colegas pega o lanche sabendo que o colega
queria, olha para ele e joga o lanche no lixo e sai rindo.
5.Análise e discussão das entrevistas aplicadas as professoras.
A entrevista foi realizada com duas professoras de uma escola pública do
Distrito Federal utilizando seis perguntas relacionadas ao Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade que ocorreu de forma individual, sendo que as questões estão
relacionadas às estratégias aplicadas pelos professores e o impacto na vida escolar das
crianças.
5.1 O que você entende por TDAH?
Segundo a entrevistada “A”o transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
é um transtorno onde a criança pode ter só o “Déficit de Atenção como pode ter só a
Hiperatividade” e ela necessitam de um auxílio adequado e um ambiente tranquilo para
se concentrar, pois o ruído é uma das causas que atrapalha muito na aprendizagem e no
desenvolvimento das crianças com o TDAH.
12
Observamos que a entrevistada “A”, demonstra ter conhecimento do assunto
abordado e de estratégias para trabalhar com estas crianças. Durante a entrevista a
professora relata que tinha quatro crianças com o TDAH, sendo que nenhuma
apresentava sintomas iguais ou semelhantes, e aplicava estratégias diferenciadas para
cada um.
Além do mais o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é
uma dificuldade que se caracteriza pela falta de fixação em um determinado assunto
num momento específico, e uma agitação incomum (ARAUJO e SILVA, 2003).
Já a entrevistada “B”diz que: O Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade “é uma criança que precisa de um atendimento especial e um olhar
diferente, sabe de você olhar aquele aluno não pode ser visto como os outros ele tem de
ser tratado diferente tanto em trabalhar os conteúdos como também no contesto”.
De acordo com o colocado pela entrevistada “B” demonstra desconhecer o que é
TDAH e consequentemente as estratégias para intervir com estes alunos. Pois as
características apresentada pela entrevistada são do senso comum.
Em tudo, o questionamento de que um senso comum desprovido de sentido
condena irremediavelmente o homem comum ao silêncio e à condição de
vítima das circunstâncias da História (MARTINS, 1998, p2).
.
De acordo com as propostas apresentadas analisamos que a entrevistada “B” não
possui conhecimento sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, pois as
crianças com estes transtornos estão sempre sendo acusada de não prestar atenção.
Porém de acordo com (Araujo e Silva, 2003) “na verdade estas crianças prestam atenção
em tudo, o que não possuem é uma capacidade para planejar com antecedência e
focalizar a atenção e organizar respostas rápidas”.
5.2 Quais os maiores desafios no processo ensino aprendizagem de estudantes com
TDAH.
De acordo com a entrevistada “A”o maior desafio encontrado pelos professores
é na realização de um diagnóstico da criança, pois há vários transtornos, enquanto não
há a confirmação a criança pode ser rotulada de TDAH. Por exemplo: “Ela cita o
Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e o Déficit do Processamento Auditivo
Central (DPAC) como outros tipos de transtorno que pode ser confundido com o
TDAH”.
Porém a entrevistada “B” demonstra preocupação em saber separar qual é a
criança com o TDAH e também em realizar atividades com estas crianças.
Aqui podemos perceber o desconhecimento por parte de alguns professores
sobre o TDAH e a importância da formação continuada.
Porém Araujo e Silva (2003), “acredita que com o diagnóstico e o tratamento
correto um grande numero de problemas pode ser evitado como repetência escolar,
abandono de estudos, depressão entre outros”.
13
5.3 Quais estratégias usadas para auxiliar as crianças com TDAH nos processos de
aprendizagem e socialização?
De acordo com a entrevistada “A” ela coloca que: “As experiências que eu tive
com as crianças com TDAH geralmente as meninas tinham Déficit de Atenção e
Hiperatividade, então as atividades elas são desafiadoras você tem que ser um professor
dinâmico porque as crianças que tem o Déficit de Atenção e Hiperatividade elas não
fica muito tempo na mesma atividade e a atividade ela tem que ser atrativa ela tem que
ser adequada à criança, as crianças são muito inteligente, mas tem que saber trabalhar de
acordo com a necessidade de cada um porque nem um aluno e igual ao outro”.
De acordo com as respostas apresentadas analisamos que a entrevistada conhece
a importância de aplicar atividades de acordo com as necessidades de cada um, usando
dinâmicas de forma que todos interagem e favorecem no seu desenvolvimento.
No entanto a entrevistada “B” diz que “em primeiro lugar é preciso incluir estas
crianças, em momento nenhum deve deixar elas sem participar das atividades de
grupo”. Além disso, o professor tem que estar atento para saber se estas crianças
entenderam.
Segundo Araujo e Silva (2003), recomendam evitar pequenos incidentes e que
os profissionais devem usar materiais adequados a cada criança, porém estratégia
cognitiva que melhore o seu comportamento nas atividades a ser desenvolvidas deve ser
ensinada.
5.4 De que maneira sua formação e capacitação contribui no processo de ensinoaprendizagem do aluno com TDAH.
Para a entrevistada “A” “contribui no sentido de que os estudos vão avançando,
então ficou mais fácil traçar estratégias e conhecer o TDAH e também a trabalhar com a
família, pois a escola e família têm que andar juntos”.
Porém a entrevistada “B” afirma que “contribui mais do que a graduação, pois
na graduação não se estudam estes transtorno especificamente”, e depois de formada
tem que estudar o caso de cada um.
Acredito que alguns professores têm conhecimento deste transtorno, porem são
pouco os que estão preparados para desenvolver atividades pedagógicas com estas
crianças.
Estudos recentemente realizados no Brasil demonstraram que professores
apresentam pouco conhecimento acerca da sintomatologia do TDAH.
Considerando-se a importância de relato de professores para melhor
investigação de sintomas de TDAH, torna-se razoável ponderar a
possibilidade de breves treinamentos informativos sobre o Transtorno
aplicado em outros países, onde professores puderam aprimorar a capacidade
de identificar crianças com possível TDAH (Rev. psiquiatra. clin. vol.36nº3
são Paulo 2009).
Acredito que ter conhecimento sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade é muito importante, pois o professor terá condições de avaliar, fazer
14
intervenções e aplicar dinâmica necessária ao desenvolvimento de crianças de acordo
com as necessidades.
5.5 Como é a relação do aluno com TDAH e a turma/essa relação interfere no
processo ensino aprendizagem?
De acordo com a entrevistada “A”a relação deste aluno interfere sim, e por esse
motivo as atividades devem ser desafiadoras, ou seja, é preciso realizar momentos que
trabalhem as diferenças, e a inclusão das crianças com TDAH com os outros colegas.
Porém a entrevistada “B” afirma que interfere e há crianças que não aceitam ter
o transtorno como também suas famílias, nesses casos as crianças não usam
medicamentos, vem para escola e dão muito trabalho, apresentando alta dificuldade para
conseguir fazer as atividades. Já no caso das crianças que usam remédios dizem: “Eu
não vou fazer as atividades hoje porque não tomei remédio, sabe... Então prejudica no
desenvolvimento da aula e dos colegas”.
Segundo Giacomini e Giacomini( 2006), Todas as crianças apresentam um
certo grau e em algumas ocasiões, dificuldade em algumas situações de
aprendizagem, entretanto, esses comportamentos só requerem atenção
quando ocorrem em mais de um ambiente, persistindo durante um longo
período e interferem na aprendizagem.
Sabemos que algumas famílias deixam muito a desejar, isso percebemos nas
reuniões de pais, ou quando o pai e convidado a comparecer na escola do seu filho e o
mesmo nunca têm tempo por não poder faltar ao trabalho. Esta é uma questão muito
importante de ser observada, quando ouvimos dizer que para a educação dar certo
escola e família tem que andar juntos. Deveria de ser assim. No entanto percebe-se que
os pais não se sentem amparados para que faltem ao trabalho e compareça a escola de
seu filho. No caso da medicação acredito que falta o amparo para fazer esta família
compreender a importância e benefícios do medicamento para a criança, família, escola,
professores e colegas.
A maneira mais eficiente de tratar o TDAH é através de trabalho de grupo,
que envolve tanto abordagens individuais com o portador como medicação,
acompanhamento psicológico, terapias específicas, técnicas pedagógicas
adequadas, e estratégias para as outras pessoas que convivem com ele como
terapia para os pais ou família, esclarecimento sobre o assunto para pais e
professores, treinamento de profissionais especializados (ARAUJO &
SILVA, 2003, p. 5).
5.6 Você enquanto professor acha que o aluno com Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade(TDAH), deve ter avaliação diferenciada.Por quê?
A entrevistada “A”, afirma que sim, não no sentido de exclusão de ser diferente
do conteúdo dos demais colegas e sim na forma de aplicar, pois se a criança tem uma
capacidade de concentração menor é necessário ir trabalhando para que ganhe maior
concentração para realizar as atividades dessa forma adapta-se avaliação de acordo com
15
o tempo dele. Trabalha primeira a necessidade ensinando a criança a ganhar
concentração maior.
No entanto a entrevistada “B” diz que às vezes uns conseguem acompanhar
outros não, depende de cada aluno.
6 Analise da Entrevista aplicada a psicopedagoga.
6.1 Qual e a sua visão em relação à inclusão de alunos com o Transtorno de déficit
de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?
Para a psicopedagoga a proposta de trabalho é um trabalho inclusive que
favoreça a inclusão de fato dentro da escola então o papel dentro da escola além de
contribuir para o sucesso escolar do aluno e dar suporte para toda a comunidade escolar
envolvendo pais professores, escola em si e o aluno, favorecendo a aceitação e um
atendimento adequado para estes alunos, conscientizar também estas partes envolvidas
da comunidade especialmente dentro de sala de aula, prestar atendimento diferenciado
para estes alunos sem perder a igualdade de oportunidade principalmente.
Ainda a psicopedagoga relata que tomam atitude junto à escola e os professores
para que realmente estas crianças sejam incluídas fazendo adaptações, pois há vários
aspectos que devem ser trabalhado como alternativas complementares.
O êxito ou o fracasso na escola determina não apenas o bem estar
psicossocial da criança, como também traz efeitos diretos na sua vida adulta.
A relação entre o transtorno e o fracasso escolar pode ser situada em um
modelo de círculo que tende a se perpetuar: o fracasso gera sentimentos de
frustração, que por sua vez gera expectativas de fracasso, as quais diminuem
o esforço da criança, e assim por diante (BARRETO& MOREIRA, 2011,
p4).
6.2 Você enquanto psicopedagoga o que acha que os professores têm feito para
ajudar as crianças com TDAH no processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com a psicopedagoga coloca sugestões aos professores, segundo ela
alguns professores programam e concretizam em sua sala de aula, mas estes
profissionais também os ajuda buscando a participação em palestras e leituras
bibliográficas, indicado pela psicopedagoga e nos encontros colocamos para os
professores as intervenções que foram feita com os alunos.
As crianças com TDAH tentam ter um bom rendimento escolar, entretanto, a
dificuldade de concentração e motivação, aliadas a uma estrutura escolar
inadequada para esses alunos, dificultam o seu desempenho, levando-os a
conflitos com professores e colegas de turma (BARRETO& MOREIRA,
2011, p4).
16
6.3 Na sua visão o que deve ser feito para melhorar a motivação e o ensino das
crianças com TDAH.
De acordo com a psicopedagoga na prática o que se pode fazer são atendimentos
voltados para os alunos com estes transtornos ou intervenções com projetos em sala de
aula, projetos voltados para motivação e participação dessas crianças para que tenham
confiança de si mesmo melhorando sua autoestima, essas atividades melhora na
capacidade de concentração, uma concentração com maior tempo.
No que se refere à escola, ainda fica muito a desejar, pelo fato de que a
inclusão, apesar de existir, não tem sido trabalhada adequadamente.
Professores desesperados – apesar de muitos com boa vontade – não sabem
lidar com dificuldades de aprendizagem e tratam a criança como se ela não
apresentasse a problemática, ou simplesmente a isolam (TAVARES, 2008,
p.25).
Ainda para Tavares (2008), em sua pesquisa comprovou–se a existência de
materiais de fácil acesso como revistas que podem ser adaptadas as crianças com o
transtorno do Déficit de Atenção e hiperatividade de acordo com a dificuldade, Jogos
pedagógicos e palavras cruzadas etc.
6.4 Em sua opinião qual é a maior dificuldade dos professores em trabalhar o
processo de ensino-aprendizagem em crianças com este transtorno.
De acordo com a psicopedagoga a maior dificuldade e quando a criança é
hiperativa tem dificuldade quando sua característica principal é a
impulsividade/inquietação aí percebe que os professores não tem tolerância para aquele
aluno, pois o mesmo desestrutura a sala dessa forma estas profissionais fazem
intervenções de forma que o professor encontre meios de ter paciência com este aluno.
O propósito é o de contribuir com os professores que, por falta de
conhecimento teórico/pratico, muitas vezes, deixam de proporcionar aos seus
educandos, uma integração mais satisfatória e, por conseqüência, uma
avaliação mais adequada, mais real, mais significativa (TAVARES 2008, p.
55)
Para Tavares (2008), um exemplo da atuação do professor é quando ele é
flexível, tem uma atuação positiva e adequada frente às dificuldades de aprendizagem
apresentadas, dessa forma fica mais fácil o aluno enfrentar as barreiras.
6.5 Você enquanto psicopedagoga percebe que os professores utilizam métodos que
favorecem ao desenvolvimento destas crianças.
Segundo a profissional não percebe a utilização de métodos pelos professores e
por isso é necessário intervir com estes profissionais e ainda em sua fala lembra que os
profissionais mais antigos não eram contemplados com estas estratégias metodologias e
que por isso eles não têm esta visão do que é diferente da diversidade que a gente
17
encontra dentro da sala de aula hoje, focar em geral no individualizado e que é
necessário uma mediação e se percebe certa limitação neste aspecto.
O papel do professor é muito relevante e as análises das pesquisas realizadas
ajudam a constatar que a maioria dos professores trabalha com atividades
improvisadas e únicas, para todos os seus alunos, esquecendo, porém, que
existem aqueles que possuem necessidades educacionais especiais e que
podem ser “assistidos” sem causar prejuízo aos demais (TAVARES, 2008,
p.55
7 CONCLUSÃO
Os estudos a respeito de estudantes com o Transtorno do Déficit de Atenção e
hiperatividade mostram que se trata de um distúrbio comportamental e neurológico de
acordo com as pesquisas teóricas. Este transtorno além de prejudicar muito o
desenvolvimento das crianças em ambiente escolar, ainda é pouco conhecido pelos
profissionais da área da educação. O que foi confirmada nesta pesquisa por uma
professora. Também temos as situações precárias encontradas na sociedade os
estudantes das escolas públicas são os mais prejudicados se considerarmos o tratamento
destas crianças que apresentam problemas de comportamento, que também prejudica no
seu aprendizado, entendendo que os professores não aplica as estratégias necessárias.
De acordo com pesquisas teóricas o Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade “é considerada como um distúrbio biopsicossocial, ou seja, parece haver
fortes fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais que contribuem para a
intensificação desse problema”. (ARAUJO & SILVA, 2003).
No caso de crianças com TDAH, pelo fato delas não conseguir manter uma
atenção constante, seria interessante que a sedução destes alunos se baseasse na
organização e funções mais positivas, desta forma um professor compromissado abriria
as portas a estes alunos para uma inclusão.
As intervenções adequadas e o diagnóstico podem ser úteis aos professores e
alunos para que faça as intervenções necessárias.
A pesquisa nos permite afirmar que é necessário um novo direcionamento na
educação, que aja não só a compreensão e sim determinação, paciência e persistência.
Sem generalizar mudar a postura de alguns professores, no sentido de participação
criatividade, no sentido de democratização.
Também de acordo com a fala da professora é importante os cursos superiores
enfatizar melhor estes transtornos abarcando nas diferentes dimensões.
Durante estudos teóricos e pesquisas realizadas sobre o Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH), o que podemos perceber é que apesar de se falar tanto em
inclusão e de pessoas com algum Déficit, ainda encontramos profissionais que insistem em
ignorar um trabalho diversificado para essas crianças. Durante as observações pude perceber
que apesar de as professoras conhecerem sobre o assunto e de aplicações de estratégias
diferenciadas não percebi em nenhuma das atividades o uso delas.
18
Percebe-se a urgência de conscientizá-lo os professores a adaptar o seu plano de forma
a desenvolver atividades que possa beneficiar o desenvolvimento dessas crianças.
Pode-se observar também que os professores sabem o que são crianças com TDAH, o
que precisa é melhorar nas intervenções de maneira a desenvolver estas crianças. Uma
professora em sala disse que as crianças dão muito trabalho, mas acredito que se a professora
não tem nenhuma estratégia que chame sua atenção de forma que se concentre ou interesse ela
tende a dar mais trabalho.
19
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Nadir Rocha De Souza Silva - Universidade Católica de Brasília