ALEXANDRE SOUZA SILVA COMPORTAMENTO DE PILARES CURTOS CONFINADOS POR COMPÓSITOS DE FIBRAS DE VIDRO E CARBONO Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia Civil. São Paulo 2002 ALEXANDRE SOUZA SILVA COMPORTAMENTO DE PILARES CURTOS CONFINADOS POR COMPÓSITOS DE FIBRAS DE VIDRO E CARBONO Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia Civil. Área de Concentração: Engenharia de Estruturas Orientador: Prof. Dr. João Carlos Della Bella São Paulo 2002 À Deus, aos meus pais Orlando e Maria de Lourdes, agradeço o carinho e o incentivo ao longo de todos esses anos “ O verdadeiro heroísmo consiste em persistir por mais um momento quando tudo parece perdido. . .” W. Grenfel Agradecimentos À minha família, pelo apoio e incentivo constantes ao longo desta jornada. À minha noiva Elaine, pela compreensão e apoio. Ao meu orientador Prof. Dr. João Carlos Della Bella, pela cuidadosa orientação profissional indispensável ao longo deste trabalho. Aos meus colegas de escritório, pelo apoio e amizade. Aos colegas de Pós-graduação, pela amizade. À Marly, por toda a sua atenção. Aos demais funcionários e professores do Departamento de Engenharia de Estruturas, pelas contribuições referentes a este trabalho. SUMÁRIO RESUMO.................................................................................................................................i ABSTRACT............................................................................................................................ii LISTA DE TABELAS...........................................................................................................iii LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................v LISTA DE SÍMBOLOS.......................................................................................................xvi CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1 1.1 - O emprego de materiais compósitos nas estruturas de concreto armado..................1 1.2 - Objetivos...................................................................................................................4 1.3 - Pilares revestidos por polímeros reforçados com fibras (FRP)................................5 1.3.1 - Utilização com mantas flexíveis...................................................................5 1.3.2 - Utilização com laminados rígidos..............................................................11 1.4 - Conceitos sobre reforço de pilares de concreto armado.........................................12 1.5 - Organização da dissertação.....................................................................................19 CAPÍTULO 2: POLÍMEROS REFORÇADOS COM FIBRAS (FRP).........................21 2.1 - Materiais constituintes dos compósitos..................................................................21 2.1.1 - Resinas poliméricas....................................................................................21 2.1.2 - Fibras de carbono........................................................................................24 2.1.3 - Fibras de vidro............................................................................................29 2.1.4 - Fibras de aramida........................................................................................30 2.2 - Formas de utilização no reforço e concepção estrutural.........................................30 2.2.1 - Colagem externa (EBR)..............................................................................31 2.2.2 - Outras formas de utilização........................................................................34 2.3 - Propriedades físicas................................................................................................37 2.3.1 - Densidade....................................................................................................37 2.3.2. - Coeficiente de expansão térmica...............................................................37 2.4 - Propriedades mecânicas..........................................................................................38 2.4.1 - Resistência à tração.....................................................................................38 2.4.2 - Resistência à compressão............................................................................42 2.5 - Comportamento ao longo do tempo........................................................................42 2.5.1 - Ruptura por carregamento de longa duração..............................................42 2.5.2- Fadiga...........................................................................................................44 2.6 - Influência de fatores externos.................................................................................45 2.6.1 - Temperatura................................................................................................45 2.6.2 – Umidade.....................................................................................................47 2.6.3 - Raios ultravioleta........................................................................................47 2.6.4 - Ataques químicos........................................................................................48 CAPÍTULO 3: ANÁLISE TEÓRICA...............................................................................49 3.1 - Considerações iniciais.............................................................................................49 3.2 - Comportamento do concreto confinado..................................................................50 3.2.1 - Deformação volumétrica e coeficiente de Poisson.....................................50 3.2.2 - Relação tensão x deformação.....................................................................52 3.3 - Determinação da pressão lateral (confinamento passivo).......................................54 3.3.1 - Confinamento com FRP..............................................................................54 3.3.2 - Confinamento com estribos e espirais........................................................55 3.4 - Modelos de confinamento com FRP.......................................................................61 3.4.1 - Modelos adaptados.....................................................................................61 3.4.1.1 - Fardis e Khalili (1981).................................................................61 3.4.1.2 - Saadatmanesh et al. (1994)..........................................................62 3.4.2 - Modelos empíricos e analíticos...................................................................63 3.4.2.1 – Miyauchi et al. (1997).................................................................63 3.4.2.2 – Kono et al. (1998).......................................................................64 3.4.2.3 – Saaman et al. (1998)....................................................................65 3.4.2.4 – Toutanji (1999) e Saafi et al. (1999)...........................................67 3.4.2.5 – Spoelstra e Monti (1999).............................................................67 3.4.2.6 – Xiao e Wu (2000)........................................................................69 3.4.2.7 – Fam e Rizkalla (2001).................................................................70 3.5 - Considerações sobre o estado triaxial do concreto segundo o CEB.......................75 3.6 – Seções retangulares confinadas com FRP..............................................................80 CAPÍTULO 4: ESTUDOS EXPERIMENTAIS DE PILARES REFORÇADOS COM FRP..................................................................................................87 4.1 – Pilares de seção circular.........................................................................................87 4.2 – Pilares de seção retangular.....................................................................................96 CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................................98 5.1 - Comparação dos resultados experimentais com os modelos de confinamento.......98 5.1.1 – Pilares de seção circular.............................................................................98 5.1.1.1 – Comportamento tensão x deformação.......................................98 5.1.1.2 – Comportamento tensão axial x tensão lateral.........................113 5.1.1.3 - Evolução do coeficiente de Poisson..........................................123 5.1.1.4 – Variação da deformação volumétrica........................................130 5.1.2 – Pilares de seção retangular.......................................................................138 5.1.2.1 – Comportamento tensão x deformação.....................................138 5.1.2.2 - Evolução do coeficiente de Poisson.........................................140 5.2 – Fatores que podem influenciar nos resultados experimentais..............................142 5.3 – Análise qualitativa da performance dos modelos de confinamento......................143 CAPÍTULO 6: CONCLUSÕES......................................................................................153 ANEXO..............................................................................................................................155 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................163 i RESUMO O confinamento de pilares de concreto com compósitos de FRP pode aumentar significantemente sua resistência e ductilidade, bem como promover um aumento em sua capacidade de absorção de energia. Uma maior eficiência é atribuída aos pilares de seção transversal circular quando comparados aos pilares de seção retangular. O comportamento do concreto submetido a um estado triaxial de tensões é comentado, através da análise da curva tensão x deformação axial e lateral procedente de resultados de ensaios experimentais disponíveis na literatura. Estes resultados foram comparados aos fornecidos pelos modelos teóricos de confinamento, onde notou-se a ocorrência de maiores valores de resistência fornecidos pelos modelos originalmente desenvolvidos para o confinamento com aço quando comparados aos modelos de confinamento com FRP (confinamento passivo) resultando em um dimensionamento inseguro. É apresentado também um estudo comparativo e qualitativo destes modelos baseados na publicação de resultados de ensaios experimentais de pilares confinados com compósitos de fibra de vidro e carbono, através da aplicação de tecidos flexíveis ou por meio da utilização de tubos. ii ABSTRACT The confinement of concrete columns with FRP composites can significantly enhance its strength and ductility as well as result in large energy absorption capacity. A larger efficiency is attributed to the square columns when compared to the rectangular sections. The behavior of the concrete due to a multiaxial state of stress is commented, by the analysis of the stress-lateral and axial strains response coming from experimental results available in the literature. These results were compared to the theoretical models of confinement, where it was noticed the occurrence of larger strength values supplied originally by the models developed for the confinement with steel when compared to the confinement models with FRP (passive confinement) resulting in an unsafe design. A comparative and qualitative study of these models based on the publication of results of experimental analysis of columns confined with glass fiber and carbon fiber composites is also presented, through the application of fiber-wrapping or the use of tubes. iii LISTA DE TABELAS CAPÍTULO 2 Tabela 2.1 – valores de densidades, em g/cm3, para materiais FRP (ACI 440F).......37 Tabela 2.2 – valores de coeficientes de expansão térmica para compósitos de FRP, em x10-6/°C (ACI 440-F, 2000)..........................................................................38 Tabela 2.3 – propriedades mecânicas das fibras à tração (ACI 440-F, 2000)............39 Tabela 2.4– influência dos volumes de fibras nas propriedades dos compósitos de FRP (CEB – fib 14)...............................................................................................40 Tabela 2.5 - propriedades mecânicas dos compósitos à tração (ACI 440-F, 2000)....41 Tabela 2.6 – limites de tensões de ruptura por fluência em barras de FRP (ACI 440H, 2000)...........................................................................................................................43 Tabela 2.7 – resultados obtidos dos ensaios de KARBHARI et al. (2000)................46 CAPÍTULO 4 Tabela 4.1 – características das fibras utilizadas nos ensaios de AIRE et al.............88 Tabela 4.2 – caracterização dos CPs utilizados nos ensaios (AIRE et al.).................88 Tabela 4.3 – quadro geral dos resultados dos ensaios de AIRE et al..........................93 Tabela 4.4 – características das fibras utilizadas nos ensaios de NANNI e BRADFORD.........................................................................................................94 Tabela 4.5 – quadro geral dos resultados dos ensaios de NANNI e BRADFORD....94 CAPÍTULO 5 Tabela 5.1 – valores médios para εl,max / εfu observados nos resultados experimentais......................................................................................................143 iv Tabela 5.2 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de fcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP......................................147 Tabela 5.3 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de εcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP......................................148 Tabela 5.4 – comparação dos valores teóricos de sc com os resultados experimentais, para uma deformação axial εc = 0,5%.......................................149 ANEXO Tabela A.1 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)..................................................................................156 Tabela A.2 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................157 Tabela A.3 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................158 Tabela A.4 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................159 Tabela A.5 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................160 Tabela A.6 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................161 Tabela A.7 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP....................................................................................................................162 v LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 1 Figura 1.1 – Sentido de utilização das mantas flexíveis..............................................5 Figura 1.2 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção circular (MASTER BUILDERS TECHNOLOGIES, 1998).................................6 Figura 1.3 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção retangular (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)....................................6 Figura 1.4 - Término da aplicação do reforço no topo do pilar...................................7 Figura 1.5 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas.............................8 Figura 1.6 – Amarração em diagonal dos tecidos de FRP nos encontros com vigas...9 Figura 1.7 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas por meio de dispositivos de ancoragens....................................................................................10 Figura 1.8 – Vista superior do dispositivo de ancoragem (detalhe 1)........................10 Figura 1.9 – Aplicação do tecido de FRP no cruzamento com duas vigas.................11 Figura 1.10 – Diferentes arranjos das fibras na constituição dos laminados rígidos..12 Figura 1.11 – Detalhe da concretagem no reforço de pilares (modificada de HELENE,1992)………………………………………………………...…..……15 Figura 1.12 – Reforço com concreto projetado (modificado de HELENE, 1992).…16 Figura 1.13 – Exemplos de seções de pilares reforçadas através de elementos metálicos………………………………………………….……………………..17 Figura 1.14 – perspectiva de pilar reforçado com cantoneiras metálicas (CÁNOVAS, 1988)……………………………………………………………………………19 CAPÍTULO 2 Figura 2.1 – Sistema de aplicação de tecido de CFRP (MASTER BUILDERS TECHNOLOGIES, 1998)....................................................................................24 Figura 2.2 – Modelo de estrutura da seção transversal de fibras de carbono (DONNET , 1990 apud DEL’ARCO, 1997)........................................................27 vi Figura 2.3 –Representação bidimensional da camada plana da fibra de carbono (DONNET , 1990 apud DEL’ARCO, 1997)........................................................28 Figura 2.4 –Representação tridimensional da estrutura de fibra de carbono (DONNET, 1990 apud DEL’ARCO, 1997).........................................................28 Figura 2.5 – classificação dos compósitos de FRP segundo o formato (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)...........................................................................30 Figura 2.6 – Compósitos de FRP em forma de barras, fios e tecidos (TINAZZI e NANNI, 2000)......................................................................................................31 Figura 2.7 – Barras de fibras de carbono e vidro (TINAZZI e NANNI, 2000)..........31 Figura 2.8 – Aplicação de tecido de CFRP no reforço da laje de uma ponte (NANNI, A. et al, 1999)........................................................................................................32 Figura 2.9 – Cravação de barras de FRP na lateral de viga para o reforço ao cisalhamento (TINAZZI e NANNI, 2000)...........................................................32 Figura 2.10 – Cravação de barras de FRP no reforço de parede de silo de concreto armado (TINAZZI e NANNI, 2000)....................................................................33 Figura 2.11 – Uso dos compósitos no reforço de alvenarias (TINAZZI e NANNI, 2000).....................................................................................................................33 Figura 2.12 – passarela de pedestre constituída por material compósito (http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww .mmfg.com%2FSpecial%2Fbridges.htm).............................................................34 Figura 2.13 - Passarela para pedestres sustentada por viga “ I “ constituída por FRP (http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww.m mfg.com%2FSpecial%2Fbridges.htm).................................................................35 Figura 2.14 – Utilização de barras de GFRP em juntas de dilatação de pavimentos de concreto (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999).....................................35 Figura 2.15 – Protensão externa em viga de concreto utilizando cabo de fibra de carbono (Hollaway, L. I., 1990)....................................................................36 Figura 2.16 – passarela para pedestres sustentada por cabos estaiados de fibras de carbono (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)......................................36 Figura 2.17 – Diagramas tensão x deformação para diferentes tipos de compósitos de FRP unidirecionais, em comparação ao aço ( CEB – fib 14, 2001).....................39 vii Figura 2.18 – relação tensão x deformação para várias frações de volume de fibras (CEB – fib 14).......................................................................................................41 CAPÍTULO 3 Figura 3.1 – variação da deformação volumétrica em função da deformação longitudinal (modificado de IMRAN, I e PANTAZOPOULOU, S. J., 1996).....51 Figura 3.2 – comportamento tensão x deformação do concreto confinado por aço (modificado de MANDER et al., 1988.................................................................52 Figura 3.3 – comportamento esquemático da relação tensão x deformação do concreto confinado com FRP (modificado de SAAFI et al., 1999)......................53 Figura 3.4 – forças internas e externas atuantes no compósito de FRP e no pilar de seção circular........................................................................................................54 Figura 3.5 – núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos circulares (MANDER et al., 1988).......................................................................57 Figura 3.6 - núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos retangulares (MANDER et al., 1988)...................................................................59 Figura 3.7 – comportamento de um cilindro de concreto e tubo de FRP submetido a diferentes níveis de tensões e deformações (FAM e RIZKALLA, 2001)............70 Figura 3.8 – comparação entre as superfícies de ruptura do concreto ( fc = 30 MPa) no estado triaxial de tensões ................................................................................76 Figura 3.9 – evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI em comparação ao modelo proposto pelo CEB, mantendo-se os mesmos valores de deformações laterais............................................................................79 Figura 3.10 – Evolução da deformação axial em função da tensão lateral segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI em comparação ao modelo proposto pelo CEB, mantendo-se os mesmos valores de deformações laterais..........................79 Figura 3.11 – típica seção retangular confinada com FRP.........................................80 Figura 3.12 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa....................................................................................................83 Figura 3.13 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa e Ly=40.......................................................................................83 viii Figura 3.14 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa e Ly=30.......................................................................................84 Figura 3.15 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa e Ly=20.......................................................................................84 Figura 3.16 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa ....................................................................................................85 Figura 3.17 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa e Ly=40.......................................................................................85 Figura 3.18 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa e Ly=30.......................................................................................86 Figura 3.19 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa e Ly=20.......................................................................................86 CAPÍTULO 4 Figura 4.1 –procedimento de preparação de corpo de prova confinado por FRP (AIRE et al, 2001).................................................................................................89 Figura 4.2 – instrumentação do corpo de prova (AIRE et al., 2001)..........................90 Figura 4.3 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.)...................................................91 Figura 4.4 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.)............................................91 Figura 4.5 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.)................................................92 Figura 4.6 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.)...............................................92 Figura 4.7 – modos de ruptura dos CPs ensaiados por NANNI e BRADFORD........95 Figura 4.8 – configuração dos pilares ensaiados por WANG e RESTREPO (2001).96 Figura 4.9 – desempenho dos pilares de seção quadrada confinados com GFRP (WANG e RESTREPO, 2001)..............................................................................97 ix Figura 4.10 – desempenho dos pilares de seção retangular confinados com GFRP (WANG e RESTREPO, 2001)..............................................................................97 CAPÍTULO 5 Figura 5.1 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al, 2001)...........................99 Figura 5.2 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al., 2001 (C30G1 a G6)..............................................................................................................100 Figura 5.3 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30G1 a G6)..............................................................................................................100 Figura 5.4 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)....................................................................................................101 Figura 5.5 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al., 2001).........................102 Figura 5.6 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6).....................................................................................................103 Figura 5.7 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30C1 a C6)..............................................................................................................103 Figura 5.8 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6).......................................................................................................................104 Figura 5.9 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al., 2001)......................105 x Figura 5.10 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)..................................................................................................106 Figura 5.11 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).................................................................................107 Figura 5.12 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)..................................................................................................108 Figura 5.13 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al., 2001).....109 Figura 5.14 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................................................................................110 Figura 5.15 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)..................................................................................110 Figura 5.16 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)...................................................................................................111 Figura 5.17 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.) comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)....................................................................................114 Figura 5.18 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............114 Figura 5.19 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C30-G1 a G6, comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............115 Figura 5.20 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente ao corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..115 xi Figura 5.21 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)....................................................................................116 Figura 5.22 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............116 Figura 5.23 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..117 Figura 5.24 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..................................................................................................................117 Figura 5.25 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)....................................................................................118 Figura 5.26 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............118 Figura 5.27 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..119 Figura 5.28 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..................................................................................................................119 Figura 5.29 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)....................................................................................120 Figura 5.30 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............120 xii Figura 5.31 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..121 Figura 5.32 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..................................................................................................................121 Figura 5.33 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)...................................................................................123 Figura 5.34 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................123 Figura 5.35 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................124 Figura 5.36 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)...................................................................................124 Figura 5.37 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................125 Figura 5.38 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................125 Figura 5.39 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).................................................................................126 Figura 5.40 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................126 xiii Figura 5.41 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................127 Figura 5.42 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).................................................................................127 Figura 5.43 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................128 Figura 5.44 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................128 Figura 5.45 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)...................................................................................130 Figura 5.46 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................130 Figura 5.47 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................131 Figura 5.48 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)....................................................................................131 Figura 5.49 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................132 Figura 5.50 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................132 xiv Figura 5.51 a, b – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................133 Figura 5.52 a, b –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................134 Figura 5.53 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................135 Figura 5.54 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).................................................................................136 Figura 5.55 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................136 Figura 5.56 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................137 Figura 5.57 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção quadrada, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001...................................................................................................................139 Figura 5.58 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção retangular, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001)...................................................................................................................139 Figura 5.59 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial referente a um pilar de seção quadrada, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001)...........................................................141 Figura 5.60 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial referente a um pilar de seção retangular, segundo modelos de WANG & xv RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001)...........................................................141 Figura 5.61 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de vidro...............................................................................................................144 Figura 5.62 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de carbono...........................................................................................................144 Figura 5.63 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de vidro...............................................................................................................145 Figura 5.64 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de carbono............................................................................................................145 Figura 5.65 – erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP..............................146 Figura 5.66 – erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP..............................146 Figura 5.67 – classificação dos modelos na determinação de fcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP.................................................................147 Figura 5.68 – classificação dos modelos na determinação de εcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP.................................................................148 Figura 5.69 – erro absoluto médio dos valores teóricos de sc em comparação com os resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%, considerando-se tecidos de FRP.........................................................................150 Figura 5.70 – erro absoluto médio dos valores teóricos de sc em comparação com os resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%, considerando-se tubos de FRP............................................................................150 xvi LISTA DE SÍMBOLOS Ac área do núcleo do concreto confinado Acc área do núcleo do concreto confinado descontado a área das armaduras longitudinais Acu área do concreto não confinado Ae área efetiva do concreto confinado Ast área da seção transversal da barra do estribo ou da espiral Astx área de armadura transversal na direção “x” Asty área de armadura transversal na direção “y” bc maior dimensão do estribo em uma seção retangular C parâmetro utilizado no modelo de Fam e Rizkalla D diâmetro da seção dc menor dimensão do estribo em uma seção retangular ds diâmetro do estribo ou da espiral em uma seção circular Eco módulo de elasticidade tangente do concreto Ecsa módulo de elasticidade do concreto no estado triaxial de tensões Esec módulo de elasticidade secante do concreto E1 relação tensão x deformação axial do concreto anterior ao confinamento (E1=Eco) E2 relação tensão x deformação axial do concreto posterior ao confinamento E1l relação tensão x deformação lateral do concreto anterior ao confinamento E2l relação tensão x deformação lateral do concreto posterior ao confinamento xvii Ef módulo de elasticidade do compósito de FRP na direção das fibras Efib módulo de elasticidade da fibra Em módulo de elasticidade da matriz epoxídica fc resistência à compressão do concreto não confinado fck resistência característica do concreto fcc resistência à compressão do concreto confinado fcm média das resistências do concreto não confinado ff resistência à tração do compósito de FRP na direção das fibras ffib resistência à tração da fibra fm resistência à tração da matriz epoxídica fl máxima pressão lateral de confinamento fle máxima pressão lateral de confinamento efetiva f lx máxima pressão lateral de confinamento na direção “x” f lxe máxima pressão lateral de confinamento efetiva na direção “x” f ly máxima pressão lateral de confinamento na direção “y” f lye máxima pressão lateral de confinamento efetiva na direção “y” fo parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al fol parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al fy tensão de escoamento do aço I1 parâmetro utilizado no modelo do CEB J2 e J 3 parâmetros utilizados no modelo do CEB ke coeficiente de eficiência do confinamento k1 e k2 constantes xviii Lx e Ly dimensões dos lados da seção retangular confinada com FRP n parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al nl parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al Pu valor da carga última no pilar não confinado Puc valor da carga última no pilar confinado R seção circular: raio da seção seção retangular: raio das quinas da seção s espaçamento entre os estribos de um pilar s’ distância útil entre as faces internas de dois estribos consecutivos tf espessura total do compósito de FRP ur deslocamento radial w’ distância entre duas barras consecutivas de armadura transversal α1 e α2 parâmetros utilizados no modelo de Wang e Restrepo β parâmetro utilizado no modelo de Spoesltra e Monti ε1 ,ε2 ,ε3 deformações principais (modelo triaxial do CEB) εc deformação longitudinal do concreto εco deformação longitudinal do concreto correspondente a fc εcu máxima deformação longitudinal do concreto εcc deformação longitudinal do concreto correspondente a fcc εc,cr deformação longitudinal do concreto correspondente ao começo da formação da primeira fissura transversal εl deformação lateral do concreto εl,máx máxima deformação lateral do concreto εl,cr deformação lateral do concreto correspondente ao começo da formação da primeira fissura transversal xix εf deformação do compósito de FRP na direção das fibras εfu deformação última do compósito de FRP εv deformação volumétrica do concreto λ parâmetro do modelo de Miyauchi et al. µu parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al. ρf relação entre o volume de FRP sobre o volume de concreto confinado ρs relação entre o volume de aço transversal de confinamento sobre o volume do núcleo do concreto confinado ρcc relação entre a somatória das áreas das armaduras longitudinais do pilar com a área do núcleo confinado Ac σc tensão axial de compressão no concreto σl pressão lateral de confinamento σf tensão de tração no compósito de FRP σ1 ,σ2 , σ3 tensões principais (modelo triaxial do CEB) νco coeficiente de Poisson do concreto no regime elástico νf coeficiente de Poisson do tubo de FRP νcsa coeficiente de Poisson do concreto no estado triaxial de tensões Capítulo 1 – Introdução 1 Capítulo 1 INTRODUÇÃO 1.1 - O emprego de materiais compósitos nas estruturas de concreto armado A indústria da construção civil, em sua constante busca por novas tecnologias, tem desenvolvido novos procedimentos no campo da reabilitação e concepção de estruturas de concreto. As técnicas atualmente conhecidas e, portanto utilizadas em larga escala já foram alvo de intensas análises teóricas e experimentais, cujas conclusões levaram ao desenvolvimento de materiais e tecnologias cada vez mais simples, resistentes e duráveis. Dentre elas podemos citar o aumento das seções pela aplicação de concreto projetado, utilização de argamassas armadas, concreto de alto desempenho, concreto misturado com fibras de aço, adição de chapas de aço coladas ao concreto, pilares revestidos por tubos de aço, etc. Dando seqüência a este ciclo evolutivo, os materiais compósitos constituídos por polímeros reforçados com fibras (FRP) vêm ganhando cada vez mais espaço no campo da engenharia estrutural. Capítulo 1 – Introdução 2 A utilização destes materiais como reforço em estruturas de concreto armado ocorreu pela primeira vez em meados da década de 50 (RUBINSKY e RUBINSKY1 , 1954 apud ACI Commitee 440R, 1996). Nos anos 60, estudos realizados com fibras de vidro concluíram que o material tinha grande potencial como elemento resistente junto às estruturas de concreto (WINES e HOFF2, 1966 apud CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999), porém quando utilizados no lugar do aço em estruturas de concreto armado notou-se um desempenho insatisfatório devido ao fato de as fibras de vidro apresentarem módulo de elasticidade da ordem de um terço em relação ao do aço. Duas décadas se passaram, e durante este período a indústria dos compósitos moveu grandes esforços no sentido de melhorar seus produtos a fim de serem utilizados no reforço de estruturas de concreto, uma vez que era cada vez mais freqüente o uso nas áreas da aeronáutica e espacial, indústria automobilística e fabricação de artigos esportivos. O fator precursor para a reconsideração dos compósitos de FRP para tal finalidade foi o uso do sal nas rodovias e pontes com o objetivo de se obter uma melhor condição de tráfego nas regiões com temperaturas muito baixas, onde a presença da neve já se tornara um fator relevante. A presença do sal resultou em grandes deteriorações nas armaduras das estruturas de concreto e tabuleiros de pontes e viadutos. O reforço com FRP reapareceu como um possível candidato para aumentar a resistência à corrosão nestas estruturas. Nos anos 80, a utilização destes materiais começou a diversificar e barras de fibras de vidro já eram usadas em ambientes com elevados ataques químicos. Talvez, sua maior contribuição neste campo foi para o concreto armado suportar e isolar as ondas de ressonância magnética provenientes de equipamentos médicos, onde dependendo da intensidade, a utilização do aço como armadura não seria permitida. _______________________ 1 RUBINSKY, I. A.; RUBINSKY, A. An Investigation into the use of fiber-glass for prestressed concrete. Magazine of concrete Research, V. 6, 1954 2 WINES, J. C.; HOFF, G. C. Laboratory investigation of plastic glass fiber reinforcement for reinforced and prestressed concrete. Report 1, U. S. Army Corps of Engineers, Waterways Experiment Station, Vicksburg, Miss., 1966. Capítulo 1 – Introdução 3 Nesta mesma época, os sistemas de protensão utilizando cabos de FRP foram introduzidos na Europa e Japão. Em 1986, a primeira ponte do mundo utilizando esta nova tecnologia foi construída na Alemanha, sendo os cabos de protensão constituídos por compósitos de fibras de vidro. Porém, estes projetos pioneiros identificaram a necessidade de se desenvolver sistemas de ancoragens e dispositivos de ligação e emenda. Nesta mesma época, a indústria japonesa desenvolveu novos tipos de cabos e sistemas de ancoragens, colocando-os à disposição de pesquisadores norte-americanos. Contudo, o elevado custo destes cabos e respectiva manutenção fizeram com que sua implementação não fosse muito difundida (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999). Os reforços com FRP envolvendo elementos colados externamente ao concreto começaram a se desenvolver. O trabalho pioneiro na utilização de placas de compósitos de fibras de carbono ocorreu no instituto EMPA, localizado próximo de Zürich, na Suíça. Repetindo os procedimentos já conhecidos com o uso de placas de aço, a substituição pelos materiais compósitos no formato de laminados rígidos mostraram-se muito eficientes quando aderidos ao concreto. Em meados da década de 80, perante a constante ameaça de um violento sismo no distrito de Kanto, que inclui a cidade de Tókio, o governo japonês tomou a decisão de preparar as construções existentes, em particular as estruturas do sistema viário. Assim, a partir da conjugação de esforços entre entidades públicas e privadas daquele país no sentido de investigarem novas tecnologias para o reforço das estruturas, surgiram as folhas flexíveis de fibras de carbono, resultado da união de vários feixes de filamentos destas fibras agrupados de forma contínua e aderidos a uma folha de suporte impregnada com quantidades muito pequenas de resina epoxídica, assumindo espessuras da ordem de décimos de milímetro. O elemento compósito é formado quando da adição da resina de colagem, criando uma matriz altamente resistente (SOUZA e RIPPER, 1998). A principal vantagem deste novo produto é o fato de as folhas flexíveis de FRP serem perfeitamente capazes de se moldar à superfície da estrutura, sendo portanto muito utilizadas para melhorar o desempenho dos pilares, sobretudo os de pontes e viadutos, uma vez que os ensaios Capítulo 1 – Introdução 4 disponíveis apontam para um notável aumento da ductilidade destes elementos de concreto armado quando reforçados em sistema confinante. 1.2 - Objetivos Considerando-se que a aplicação destes materiais compósitos nos reforços de elementos estruturais de concreto armado é extremamente reduzida no Brasil, bem como a difusão de normas técnicas e critérios de dimensionamento, identifica-se a necessidade do levantamento do atual “estado da arte” referente à utilização e comportamento deste material, através da elaboração de um trabalho com base em análises teórico-experimentais que possa vir a contribuir para a difusão desta nova técnica, seja no meio acadêmico ou profissional. Dentre os vários campos de estudo onde se poderia abordar a utilização destes materiais, destaca-se o uso em pilares, cuja função principal é propiciar um aumento da capacidade resistente em relação à carga axial, devido ao estado triaxial introduzido pelo sistema confinante, promovendo um aumento na ductilidade do sistema, propriedade muito importante em regiões com freqüentes ocorrências de abalos sísmicos. Neste sentido, os principais objetivos deste trabalho foram: • avaliar o aumento de resistência e ductilidade dos pilares de concreto com seção transversal circular e retangular confinados por compósitos de fibras de vidro e carbono; • estudar o comportamento tensão x deformação dos pilares confinados; • analisar a variação da deformação volumétrica bem como o coeficiente de Poisson em função da deformação axial; • analisar o estado triaxial de tensões ( σc x σl ) no concreto confinado comparado com os modelos teóricos de ruptura; • comentar os modos de ruptura dos pilares confinados observados nos ensaios apresentados na literatura; • descrever e comparar os principais modelos teóricos de confinamento encontrados na revisão de literatura, enaltecendo seus campos de validade através de comparações com os resultados experimentais; Capítulo 1 – Introdução 5 1.3 – Pilares revestidos por polímeros reforçados com fibras (FRP) O emprego do compósito junto ao pilar para promover o aumento de sua capacidade resistente pode se dar basicamente de duas formas, através da utilização de mantas flexíveis e laminados rígidos, confeccionados no formato da seção transversal. 1.3.1 – Utilização com mantas flexíveis No caso das mantas flexíveis de FRP, elas podem estar dispostas nas direções transversal e longitudinal. Para pilares curtos, o tecido de fibras, que apresenta resistência unidirecional, pode ser posicionado na direção transversal da estrutura, imprimindo um efeito de confinamento na mesma. No caso de flexo-compressão, pode-se compor uma jaqueta de fibras com camadas posicionadas transversalmente e longitudinalmente, a fim de combater os efeitos do carregamento excêntrico, que geram esforços de flexão na coluna, conforme indicado na figura 1.1 . A aplicação pode ser feita em pilares de seção circular ou retangular ( figuras 1.2 e 1.3) . VIGA PILAR Figura 1.1 – Sentido de utilização das mantas flexíveis Capítulo 1 – Introdução Figura 1.2 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção circular (MASTER BUILDERS TECHNOLOGIES, 1998) Figura 1.3 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção retangular (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999) 6 Capítulo 1 – Introdução 7 A interferência de vigas no pilar pode se dar de várias formas. Foram selecionadas três situações diferentes, onde foram feitos alguns comentários: • topo de pilar LAJE VIGAS PILAR CONFINAMENTO PELA FIBRA CONFINAMENTO PELAS VIGAS E LAJES Figura 1.4 - Término da aplicação do reforço no topo do pilar Geralmente nesta região já existe um confinamento natural proporcionado pela presença da laje juntamente com a vigas. Neste caso, poderíamos finalizar o reforço por confinamento até a face inferior das vigas. Situação semelhante ocorre com a existência de concretos de diferentes resistências em uma mesma estrutura, como por exemplo na utilização do concreto de alto desempenho nas estruturas dos grandes edifícios. Algumas normas permitem adotar um valor de fck maior para os pilares em relação ao utilizado nos elementos fletidos ( lajes e vigas ). Ocorre que em alguns casos a concretagem dos pilares termina na face inferior das vigas, sendo completado em uma etapa posterior caracterizado pela concretagem das vigas e lajes, utilizando um concreto de menor resistência. Portanto obtém-se um pilar constituído por concretos diferentes, onde a região de menor resistência encontra-se confinada pelas vigas e laje. Capítulo 1 – Introdução • 8 travamento em uma direção em região intermediária Neste caso, a deformação transversal é restringida em apenas uma direção, havendo possibilidade do elemento estrutural expandir-se lateralmente na outra direção. A seguir são apresentadas três alternativas que podem o desempenho do reforço nesta região. A primeira consiste em aplicar o compósito na direção horizontal, de tal forma que o mesmo também se estenda sobre as laterais da viga existente. Uma camada posterior aplicada ao redor da viga, junto ao pilar garante uma melhor aderência do compósito aplicado inicialmente (figura 1.5) . 2° CAMADA 1° CAMADA PILAR VIGA Figura 1.5 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas Capítulo 1 – Introdução 9 A segunda alternativa é interromper a colocação do tecido da região compreendida pela viga e posteriormente aplicá-la em diagonal, em camadas sobrepostas, sendo ancoradas nas faces da viga, conforme figura 1.6 . PILAR VIGA Figura 1.6 – Amarração em diagonal dos tecidos de FRP nos encontros com vigas Outra sugestão seria continuar com a aplicação do tecido na direção horizontal na região da viga, fixando-o através de um dispositivo muito empregado na ancoragem dos compósitos, caracterizado pela execução de um sulco nas faces da viga, com profundidade em torno de 2 a 2,5 cm para posterior fixação junto a uma barra de vibra de vidro aderida ao concreto por meio de resinas epóxi de alta resistência (figuras 1.7 e 1.8) . Capítulo 1 – Introdução 10 PILAR DETALHE 1 VIGA Figura 1.7 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas por meio de dispositivos de ancoragens BARRA DE FIBRA DE VIDRO (GFRP) PILAR VIGA TECIDO DE FRP RESINA EPÓXI Figura 1.8 – Vista superior do dispositivo de ancoragem (detalhe 1) Capítulo 1 – Introdução • 11 travamento em duas direções em região intermediária Nesta situação, as vigas restringem as deformações transversais nas duas direções, sendo desnecessária a aplicação do reforço nesta região. A aplicação do compósito é feita normalmente ao longo do pilar, sendo interrompida na região do travamento pelas vigas (figura 1.9) . Figura 1.9 – Aplicação do tecido de FRP no cruzamento com duas vigas 1.3.2 – Utilização com laminados rígidos A utilização de tubos constituídos por compósitos de FRP podem assumir a função da fôrma em pilares de concreto armado, podendo ter geometria circular ou retangular, esta última apresentando cantos arredondados. Ensaios experimentais executados por FAM e RIZKALLA (2001), comprovaram o bom desempenho destes materiais, que podem ser fabricados com diversos arranjos nas orientações das fibras Capítulo 1 – Introdução 12 (figura 1.10), fato principal que os distingue dos compósitos flexíveis que por sua vez apresentam estrutura unidirecional. COMPRESSÃO COMPRESSÃO CONCRETO FIBRAS NA DIREÇÃO LONGITUDINAL FIBRAS NA DIREÇÃO TRANSVERSAL TUBO-FRP COMPRESSÃO COMPRESSÃO COMPRESSÃO COMPRESSÃO CONCRETO FIBRAS NA DIREÇÃO TRANSVERSAL E LONGITUDINAL FIBRAS ORTOGONAIS NA DIAGONAL TUBO-FRP COMPRESSÃO COMPRESSÃO Figura 1.10 – Diferentes arranjos das fibras na constituição dos laminados rígidos 1.4 – Conceitos sobre reforço de pilares de concreto armado Conforme descrito no capítulo anterior, os pilares podem originalmente ser projetados através de tubos constituídos por FRP seguidos pelo preenchimento por concreto, podendo ou não apresentar armaduras. Contudo, a grande utilização dos Capítulo 1 – Introdução 13 compósitos junto aos pilares está associada a procedimentos de recuperação ou reforço estrutural. A maior parte dos danos que as estruturas apresentam são do tipo evolutivo, podendo suceder que, num prazo mais ou menos curto, tal estrutura possa chegar a uma situação de perigo. No caso dessas lesões de evolução progressiva, torna-se aconselhável colocar as estas estruturas sob vigilância, a fim de intervir prontamente antes que os danos possam chegar a tais limites que as levem a um estado crítico. A patologia das estruturas é o campo da engenharia destinada ao estudo das origens, formas de manifestação e respectivas conseqüências associadas aos diversos tipos de sistemas de degradação das estruturas. Entre as causas mais prováveis de falhas no elemento estrutural, podemos destacar: uso normal (fruto do envelhecimento dos materiais); utilização, em condições normais ou desfavoráveis; modificações do solo e ação dos lençóis freáticos; influências externas, como incêndios, inundações, explosões, etc. movimentos sísmicos ou ações similares de tipo oscilatório; alteração do uso da estrutura, com aumento da sobrecarga; erros de projeto e execução; Uma vez que os problemas patológicos devido às falhas de projeto também ocorrem, torna-se importante citar alguns exemplos típicos: baixa qualidade dos materiais especificados especificação de materiais incompatíveis Capítulo 1 – Introdução 14 detalhamento insuficiente, omitido ou errado detalhe construtivo inexeqüível falta de clareza da informação falta de padronização de representação erro de concepção e dimensionamento Embora geralmente se utilizem indiferentemente as palavras reparação e reforço para uma mesma função, na realidade elas obedecem a conceitos bastante distintos. Por reparação entende-se devolver a um elemento estrutural danificado ou enfraquecido a capacidade do projeto original, enquanto o reforço tem como objetivo aumentar a capacidade resistente de tal elemento, como conseqüência de uma modificação em sua utilização. O critério da escolha do tipo de reforço a ser adotado varia segundo aspectos estruturais, arquitetônicos e construtivos. O reforço de pilares por mantas flexíveis de FRP se destaca, sob o ponto de vista arquitetônico, pelo fato de praticamente não alterar as dimensões externas da coluna, não implicando no decréscimo de área útil no ambiente em questão. Em outros casos, este tipo de reforço apresenta vantagem sobre os demais quando se requer uma disponibilidade imediata do acréscimo de cargas, além de apresentar grande produtividade em sua aplicação. Todavia, há fatores estruturais limitantes que devem ser considerados. A melhor eficiência, proporcionada pelo confinamento, ocorrerá em seções circulares, sendo que para seções retangulares torna-se inviável sua utilização nos casos cuja relação entre os lados for maior que dois, além de também ser ineficiente o uso em pilares com λ > 40. Neste caso, os métodos tradicionais de reforço deverão ser utilizados. São eles: pilares revestidos por concreto Neste caso, o reforço é feito mediante do aumento da seção transversal. Além de produzir elementos finais com dimensões muito maiores em relação às originais, Capítulo 1 – Introdução 15 outra desvantagem desta técnica é o tempo de espera para que o sistema reforçado seja capaz de suportar os esforços adicionais. Esta geometria final é muitas vezes condicionada a fatores construtivos, incluindo a especificação dos materiais, onde por exemplo a espessura da camada adicionada pode ter valores mínimos em função do tamanho do agregado utilizado. CÁNOVAS (1988) recomenda não utilizar espessuras menores que 10 cm, a menos que se empreguem concretos com superplastificantes ou concretos projetados, além de agregados com diâmetro máximo inferior a 20 mm. Segundo HELENE (1992) a máxima dimensão característica do agregado graúdo deve ser igual a 1/4 da menor dimensão da seção transversal adicionada. Após um adequado tratamento da superfície original do pilar danificado, são colocadas as novas armaduras devidamente ancoradas por meio de chumbadores químicos ou adesivos epoxídicos, seguido pela colocação das fôrmas. HELENE (1992) recomenda que todo o procedimento do reparo deva ser feito por lances com altura em torno de 1,10 m e que o prazo da desfôrma que dará prosseguimento à operação do trecho superior seja no mínimo 48 horas. Ainda recomenda que o último lance de concretagem não deva ter altura superior a 30 cm, ponto a partir do qual o concreto deverá ser lançado por meio de aberturas efetuadas nas lajes. Caso isto não seja possível, deve-se encunhar uma argamassa seca numa altura não superior a 8 cm, conforme ilustrado na figura 1.11 . ENCHIMENTO PELA LAJE ABERTURA NA LAJE < 8cm ENCHIMENTO PELA LATERAL COM ARGAMASSA SECA E BRITA DE ENCUNHAMENTO ARMADURA DE REFORÇO ADESIVO EPOXÍDICO FORMAS ARMADURA DE REFORÇO ADESIVO EPOXÍDICO FORMAS Figura 1.11 – Detalhe da concretagem no reforço de pilares (modificada de HELENE,1992) Capítulo 1 – Introdução 16 Outra técnica muita utilizada para o reforço e recuperação de pilares de concreto armado é a utilização do concreto projetado. Esta técnica consiste na condução do concreto através de uma mangueira, projetando-o em alta velocidade. A força do jato de concreto, ao encontrar a superfície de base, comprime o material, mantendo-o auto aderido (figura 1.12). Este impacto faz com que o material fique bastante denso, apresentando boas propriedades mecânicas. Tem como principal característica a elevada produtividade em relação ao lançamento manual, sobretudo quando utilizado em pilares de grandes dimensões, como por exemplo os pilaresparede. Existem basicamente dois processos relacionados a esta técnica: mistura seca e mistura úmida. No primeiro caso, o cimento e os agregados são misturados a seco e colocados em uma máquina projetora. O material é transportado na mangueira, por ar comprimido, até o bocal de saída, por onde a água é então injetada através de um orifício regulador, completando a mistura. Na mistura úmida, os ingredientes componentes do concreto, inclusive a água, são previamente misturados e colocados na máquina projetora, sendo transportados até o bocal através da mangueira, sob pressão por ar comprimido. Segundo SOUZA e RIPPER (1998), o processo mais utilizado no Brasil é o da mistura seca, sendo utilizados agregados com diâmetro máximo igual a 19 mm. CONCRETO PROJETADO ARMADURA DE REFORÇO PREVER ANCORAGEM P/ NOVAS ARMADURAS Figura 1.12 – Reforço com concreto projetado (modificado de HELENE, 1992) Capítulo 1 – Introdução 17 A preparação da superfície a ser reparada é de extrema importância. Todo o material deteriorado e solto, assim como ferrugem nas armaduras, óleos, graxas, poeira e tudo o mais que possa prejudicar a aderência, deve ser retirado da superfície antes do lançamento do concreto, para que se tenha sucesso no trabalho. pilares reforçados com o uso de elementos metálicos Outra maneira muito eficiente e de rápida execução para aumentar a capacidade resistente dos pilares é através do reforço exterior por colagem ou fixação mecânica de chapas ou perfis metálicos, conforme indicado na figura 1.13 . PILAR CHAPA METÁLICA CHAPA METÁLICA PILAR CHUMBADORES DE EXPANSÃO RESINA EPOXÍDICA PILAR PILAR CHUMBADORES DE EXPANSÃO PERFIS METÁLICOS CHUMBADORES DE EXPANSÃO PERFIS METÁLICOS Figura 1.13 – Exemplos de seções de pilares reforçadas através de elementos metálicos Em ambos os casos a técnica é simples em termos de concepção, mas exigente com relação à etapa construtiva e aos procedimentos adotados para cálculo. Uma superfície uniformemente rugosa é ideal para proporcionar uma boa aderência química entre o aço e o concreto. Depois de apicoada, ela deve ser limpa a jatos d’água sob pressão e seca pela aplicação de jatos de ar comprimido, de modo a estar preparada para a aplicação da resina (SOUZA e RIPPER, 1998). Capítulo 1 – Introdução 18 CÁNOVAS (1988) enfatiza que uma grande solidariedade entre o aço e o concreto é fundamental para a eficiência do método. Para tanto, durante a montagem deve-se obter uma perfeita e rígida união de todos os elementos estruturais (vigas, lajes, fundações, etc) ao reforço, através da utilização de materiais de alta resistência à compressão na interface aço-concreto, no qual se obtém uma camada rígida capaz de melhorar a transmissão de cargas e eliminando a ocorrência de concentração de tensões. Um típico procedimento de reforço utilizando elementos metálicos está representado na figura 1.14 , que conforme CÁNOVAS (1988) podem ser executados da seguinte maneira: deve-se eliminar os cantos vivos do pilar, a fim de facilitar a colocação das cantoneiras; locar as cantoneiras nas quinas do pilar, fixando-as por meio de chapas soldadas. As extremidades superior e inferior do reforço terminam respectivamente em capitéis e bases metálicas; uma variante para este processo é a utilização de perfis tipo “U “ , sendo menos empregado por apresentar maior peso; após concluída a colocação dos capitéis junto à viga ou laje, e da execução da base metálica sobre a laje ou elemento de fundação, dá-se prosseguimento ao encaixe das cantoneiras por meio de solda, nas partes superior e inferior. Em seguida, executa-se o travamento nas extremidades das cantoneiras através da soldagem de chapas metálicas. Ainda segundo CÁNOVAS (1988), devem ser analisados os esforços transmitidos pelas bases e pelos capitéis às vigas e lajes da estrutura, incluindo verificações com relação aos efeitos de puncionamento e de força cortante. Capítulo 1 – Introdução 19 SEÇÃO TRANSVERSAL CHAPAS METÁLICAS SOLDADAS NOS PERFIS PERFIS METÁLICOS . Figura 1.14 – perspectiva de pilar reforçado com cantoneiras metálicas (CÁNOVAS, 1988) 1.5 – Organização da dissertação Esta dissertação foi dividida em seis capítulos, cuja descrição é mostrada a seguir: CAPÍTULO 1 : abrange a introdução do trabalho, sendo constituída por um breve histórico e os principais objetivos, além de apresentar as formas mais comuns de aplicação dos compósitos em pilares; CAPÍTULO 2 : refere-se à caracterização dos materiais empregados na formação dos compósitos, destacando suas propriedades físicas e mecânicas, além de mostrar outras formas de utilização no reforço de diversos elementos estruturais; CAPÍTULO 3 : destinado à análise teórica, onde é relatado os principais mecanismos de resistência dos pilares confinados com aço ou FRP, além de considerações sobre os diversos modelos empíricos e analíticos de confinamento encontrados na literatura; Capítulo 1 – Introdução 20 CAPÍTULO 4 : são mostrados alguns resultados experimentais referentes a pilares de seção circular e retangular, além de comentários sobre os modos de ruptura ocorridos; CAPÍTULO 5 : faz-se uma análise global dos resultados experimentais mostrados no capítulo anterior comparando-os aos resultados dos modelos teóricos que foram gerados por meio de um programa computacional desenvolvido. Também é mostrado um estudo comparativo destes modelos, destacando suas principais características; CAPÍTULO 6 : trata-se das principais conclusões obtidas neste trabalho; Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 21 Capítulo 2 POLÍMEROS REFORÇADOS COM FIBRAS (FRP) 2.1 – Materiais constituintes dos compósitos Há diversas formas para utilizar as fibras de carbono, vidro ou aramida, matérias primas para a formação destes compósitos, normalmente agrupando-as a uma matriz de resinas poliméricas, com a eventual adição de metais, obtendo-se formas tão diferentes como perfis, barras, laminados, tecidos bidirecionais e folhas flexíveis unidirecionais. 2.1.1 – Resinas Poliméricas Uma ampla variedade de resinas poliméricas incluindo primers, putties (pasta de epóxi niveladora), saturantes e adesivos são utilizados na formação dos compósitos. Os tipos de resinas mais usadas incluem as epoxídicas, de vinil e Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 22 poliéster, que foram desenvolvidas com a finalidade de otimizar o comportamento estrutural dos elementos em variadas condições ambientais. Como importantes elementos constituintes dos compósitos, as resinas devem apresentar as seguintes características: • compatibilidade e resistência com relação à aderência ao substrato; • resistir a variadas condições ambientais, como por exemplo umidade, ambientes marinhos, gradientes de temperatura extremos e demais condições químicas normalmente associadas à exposição dos elementos de concreto; • capacidade de preenchimento de cavidades a fim de se viabilizar uma melhor adaptação e aderência a diversos tipos e condições de superfícies; • capacidade de adesão à fibra, principal componente do compósito; • desenvolvimento de propriedades mecânicas apropriadas ao compósito; Abaixo, segue uma breve descrição dos diversos tipos de resinas constituintes do compósito, listadas segundo seqüência de aplicação: primer: é utilizado para penetrar na superfície do concreto com a finalidade de melhorar as condições de aderência das resinas saturantes e adesivos. A superfície onde será aplicada deverá estar cuidadosamente trabalhada a fim de se remover as sujeiras e eventualmente uma fina camada de nata de cimento que envolve a peça estrutural. O primer geralmente é constituído por um epóxi claro de baixa viscosidade, de alto teor de sólidos, que pode ser aplicado usando um rolo; putty: é uma pasta epóxi niveladora que tem por finalidade o preenchimento de pequenas cavidades e saliências a fim de proporcionar uma superfície lisa o suficiente para permitir uma boa aderência das camadas de fibras e prevenir com relação à formação de bolhas durante a cura da resina de saturação. Possui alto teor de sólidos e pode ser aplicada usando uma desempenadeira ou rodo para nivelar a superfície; Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 23 resina saturante: é utilizada para impregnar as fibras componentes do compósito e promover uma eficiente transferência de esforços entre as mesmas. É uma resina com alto teor de sólidos que pode ser aplicada usando um rolo, para posterior colocação das folhas pré-impregnadas de fibras de carbono ou vidro; adesivos: a finalidade dos adesivos é oferecer grande resistência com relação às tensões de cisalhamento que ocorrem entre as superfícies do concreto e do compósito. Os adesivos epoxídicos são os mais utilizados, sendo que o sucesso de sua aplicação estará condicionado a procedimentos corretos de aplicação (preparação adequada da superfície, técnicas de mistura, temperatura ambiente) bem como o conhecimento de suas propriedades físicas e mecânicas (expansão térmica, absorção de água, resistência ao cisalhamento, abrasão, etc.) . No uso destes adesivos, existem dois diferentes conceitos relacionados ao tempo de aplicação. O primeiro é o pot life, que é o tempo disponível para o uso depois de efetuada a mistura em um recipiente, a partir do qual já se nota um certo endurecimento na pasta, dificultando sua aplicação. Para os adesivos epoxídicos este tempo pode variar de poucos segundos até vários anos. O outro conceito é o open time, que é o tempo necessário para a aplicação do compósito depois de o adesivo já ter sido aplicado na superfície do concreto. Entre as principais vantagens dos adesivos epoxídicos podemos destacar: facilidade de aplicação em grandes superfícies de variados tipos de substratos; podem ser fabricados para terem longo período de open time; alta resistência à coesão, estando a ruptura sempre relacionada à capacidade de aderência do adesivo junto ao substrato; baixa retração em relação ao polyester, acrílico ou vinil; revestimento protetor: providencia uma camada externa protetora contra eventuais ações ambientais, incluindo a ocorrência de acidentes de veículos principalmente no caso das colunas dos edifícios, além de propiciar uma melhora do efeito estético, considerado como essencial pelos arquitetos. Geralmente possui alto teor de sólidos, alto brilho e resistência à corrosão; Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 24 Figura 2.1 – Sistema de aplicação de tecido de CFRP (MASTER BUILDERS TECHNOLOGIES, 1998) 2.1.2 – Fibras de carbono Atualmente as fibras de carbono são usadas como reforço em compósitos em muitas áreas técnicas, tais como aeronáutica e aeroespacial. Assim, o desenvolvimento de naves espaciais como a COLUMBIA e DISCOVERY seria inconcebível sem a utilização de fibras de carbono nos elementos estruturais primários. O compósitos formados com fibras de carbono recebem a terminologia CFRP (carbon fiber reinforced polymer). As fibras de carbono usadas em compósitos destacam-se por sua baixa massa específica e sua resistência a substâncias químicas, e especialmente suas extraordinárias propriedades mecânicas, como módulo de elasticidade e resistência à tração até temperaturas acima de 2000°C em atmosfera não oxidante. Combinações destas propriedades isoladas comprovam a superioridade das fibras de carbono em compósitos estruturais (DEL’ARCO, 1997). O desenvolvimento técnico das fibras de carbono iniciou-se quando Thomas Edison, em 1879, tentou utilizar fibras de celulose carbonizadas como fios Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 25 incandescentes da lâmpada elétrica. No entanto, esses fios eram muito porosos e extremamente quebradiços, conseqüentemente muito sensíveis à solicitação mecânica. No início da década de 60 foram desenvolvidas nos EUA fibras usando, como material de base, celulose regenerada. Assim, essas fibras eram no fundo um aperfeiçoamento dos fios de celulose natural de THOMAS EDISON. A melhora decisiva das propriedades mecânicas foi obtida com fibras de rayon semi-sintéticas e sem poros, conduzindo-se a temperatura durante a decomposição da celulose da melhor forma possível, mas principalmente em função da grafitização sob estiragem, ou seja, pela estiragem das fibras acima de 2500°C, temperatura que provoca a maleabilidade plástica do carbono. Por meio dessa deformação com calor conseguese uma orientação preferencial das camadas de grafite. No entanto, em função do alto teor de oxigênio dos polímeros precursores, a produção de carbono é apenas de cerca de 30% (BHOYRO1, 1986 apud DEL’ARCO, 1997). Nessa mesma época, SHINDO (1961) apud DEL’ARCO (1997) descobriu que a poliacrilonitrila (PAN), um polímero inteiramente sintético e quimicamente homogêneo com cadeia contínua de carbono e cadeias laterais de nitrila dispostas à ciclização era apropriada como precursor para a produção de fibras de carbono, obtendo-se um teor de carbono ao redor de 60%. A orientação preferencial das camadas de grafite das fibras de carbono necessária para a obtenção de boas propriedades mecânicas pode ser conseguida através da assim chamada estabilização oxidativa a temperaturas entre 200 e 300°C. Nesse processo, os filamentos de PAN são estirados ou ao menos o comprimento do filamento previamente estirado é mantido constante durante a ciclização. Dessa forma pode-se dispensar o procedimento da grafitização sob estiragem, tecnicamente dispendioso e crítico. Fibras de alto módulo com base em PAN são obtidas por grafitização simples em torno de 2500°C. Segundo DEL’ARCO (1997), hoje em dia não e fabricam mais _______________________ 1 BHOYRO, A. Y. The structural characterization of acrylic fibres. Univ. of Leeds, 1986. PhD Thesis Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 26 fibras de carbono a partir de celulose para fins de reforço estrutural. Atualmente, todos os novos modelos de aviões possuem peças reforçadas com fibras de carbono. Nos últimos anos têm surgido no mercado cada vez mais artigos esportivos como raquete de tênis, tacos de golfe, esqui e até varas de pescar, que contém estruturas reforçadas com fibras de carbono. Cerca de 40% da produção mundial anual de fibras de carbono é utilizada atualmente em artigos esportivos, e uma quantia igual é usada nas indústrias aeronáutica e aeroespacial. De acordo com DEL’ARCO (1992), as propriedades mecânicas das fibras de carbono são fortemente dependentes da orientação das cadeias carbônicas. Altos valores de módulo de elasticidade e tensão de ruptura só serão obtidos quando o arranjo do “empacotamento” apresentar poucos defeitos. Na fibra de carbono, a obtenção dessa melhor orientação aliada à poucos defeitos dependem fundamentalmente da sistemática utilizada durante as várias etapas da conversão do precursor (PAN). Um efetivo aumento do módulo de elasticidade da fibra de carbono pode ser obtido através do pré-estiramento da PAN, pois as cadeias carbônicas estarão melhor alinhadas nas demais etapas do processo. No entanto, um préestiramento exagerado deve ser evitado para não provocar o aparecimento de defeitos na estrutura acarretando perda das propriedades mecânicas das fibras, principalmente na tensão de ruptura. Durante as várias etapas da estabilização do precursor, esse material torna-se altamente suscetível a adquirir pequenos defeitos que terão influência marcante nas propriedades mecânicas das fibras de carbono. DEL’ARCO (1997) ainda destaca que a conversão da poliacrilonitrila pode ser resumida em quatro etapas básicas, sendo que a primeira é o pré-estiramento, onde é obtida uma melhor orientação da cadeia carbônica. A segunda etapa é a préestabilização, onde as cadeias carbônicas abertas e já alinhadas, iniciam a formação de cadeias aneladas, a uma temperatura em torno de 230°C. A terceira etapa do tratamento térmico é denominada de estabilização ou oxidação, e é realizada entre Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 27 260 e 300°C. Finalmente, a última etapa da conversão é a carbonização que ocorre à temperatura ≥ 1000°C, onde são eliminados os demais elementos químicos, ficando somente carbono com estrutura grafítica. A resistência é tão influenciada pela temperatura de carbonização final quanto o módulo de elasticidade. Com uma temperatura crescente de tratamento, a resistência à tração aumenta até atingir um máximo entre 1300 e 1500°C, para decrescer novamente com um aumento ainda maior da temperatura de tratamento. Tal fato deve-se ao crescimento de camadas de carbono orientadas nos defeitos internos, o que gera a falha da fibra. A temperatura de carbonização é definida em função da aplicação da fibra de carbono resultante. Para aplicações onde se requer fibras com alta resistência a tração, a carbonização ocorre entre 1000 e 1600°C, pois a partir dessa temperatura acontece um decréscimo dos valores da resistência à tração. Já para a obtenção de fibras de carbono de alto módulo, é necessário um tratamento térmico à temperaturas entre 2500 e 3000°C. Portanto existem dois tipos de fibras de carbono: as de elevado módulo, também denominadas TIPO I, e as de elevada resistência, chamadas de TIPO II. As fibras de carbono produzidas comercialmente exibem uma textura radial no centro e uma orientação circunferencial na região superficial, conforme figura 2.2. Figura 2.2 – Modelo de estrutura da seção transversal de fibras de carbono (DONNET , 1990 apud DEL’ARCO, 1997) Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 28 O conhecimento da estrutura da fibra em duas e três dimensões (figuras 2.3 e 2.4) é essencial quando se deseja otimizar o processo de fabricação, visando à melhoria das propriedades. Estruturas com diferentes arranjos tanto na superfície como na região central do filamento podem ser obtidos com certos precursores e em determinadas condições de processo. Figura 2.3 –Representação bidimensional da camada plana da fibra de carbono (DONNET 1, 1990 apud DEL’ARCO, 1997) Figura 2.4 –Representação tridimensional da estrutura de fibra de carbono (DONNET, 1990 apud DEL’ARCO, 1997) _______________________ 1 DONNET, J. B.; BANSAL, R. C. Carbon Fibers. Marcel Dekker Inc., 1990 Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 29 2.1.3 – Fibras de vidro As fibras de vidro têm sido usadas em muitas aplicações no campo da engenharia civil, apresentando relações custo-benefício bastante interessantes. Elas são feitas com composições variadas de diversos elementos químicos, e pelo fato de o vidro ser um material fluido, ele permite uma melhor adaptação às cargas dinâmicas, possuindo deformações últimas maiores que as fibras de carbono. Os compósitos formados com fibras de vidro recebem a terminologia GFRP (glass fiber reinforced polymer) e dividem-se em: E-Glass : possui composição química à base de cálcio, alumina e silicatos, com bastante utilização no campo das aplicações elétricas, respondendo por 80 a 90% da produção comercial de fibras de vidro. Sua formulação química resulta em uma grande resistência à corrosão pela maioria dos ácidos; S-Glass: possui composição química à base de magnésio e alumino-silicato, conferindo elevada resistência à tração e boas performances a altas temperaturas. É a mais cara das fibras de vidro, e sua produção é resultado de um específico controle de qualidade, atendendo a determinados procedimentos e especificações da área militar; C-Glass: possuindo composição química à base de boro-silicato, é freqüentemente utilizada em indústrias químicas onde é exigido um contato com ácidos altamente corrosivos; As fibras de vidro podem ser comercializadas em diversos formatos: Fitas: são fornecidas em rolos, sendo a forma mais básica de fibras contínuas; Trama : consiste no entrelaçamento das fitas com direções pré-determinadas. Assim podemos ter malhas ortogonais 0/90° e 45/45°, sendo comercializadas em função de seu peso por m2; Esteira: consiste num arranjo aleatório ( em formato de folhas ) de vários retalhos de fibras, moldados em uma matriz à base de vinil ou poliéster (ACI, Committee 440, 1996). Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 30 2.1.4 – Fibras de aramida São fibras orgânicas pertencentes a uma classe de polímeros de cristal líquido. Não são muito aplicadas em reforço estrutural, ao menos quando misturas com fibras de carbono ou vidro resultando em compósitos híbridos (ACI, Committee 440R, 1996). Dentre as fibras de aramida mais conhecidas podemos destacar a Kevlar, fabricada pela DuPont e a Twaron, fabricada pela Akzo Nobel. 2.2 – Formas de utilização no reforço e concepção estrutural Os laminados e os tecidos de fibras são utilizados no reforço estrutural por meio de uma aderência externa (colagem) nos elementos de concreto. Recebem, portanto, a terminologia EBR (externally bonded FRP reinforcement) . Já as barras podem ser utilizadas inseridas no concreto (exercendo a função de armadura) ou através de um sistema EBR.. Entretanto, os materiais compósitos podem ser utilizados de outras formas no reforço e concepção de novas estruturas. Uma classificação destes tipos de FRP está representada na figura 2.5. redondas barras lineares grades sem tratamento superficial com tratamento superficial sem tratamento superficial formato genérico cabos FRP quadrada com tratamento superficial plana (malhas) fios alinhados fios trançados com tratamento superficial sem tratamento superficial tridimensional moldados (formas variadas) folhas flexíveis Figura 2.5 – classificação dos compósitos de FRP segundo o formato (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999) Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 31 Exemplos destes materiais em diversos formatos podem ser vistos nas figuras 2.6 e 2.7. Figura 2.6 – Compósitos de FRP em forma de barras, fios e tecidos (TINAZZI e NANNI, 2000) Figura 2.7 – Barras de fibras de carbono e vidro (TINAZZI e NANNI, 2000) 2.2.1 – Colagem externa (EBR) Além de sua utilização nos pilares, já mencionado no capítulo 1, os materiais compósitos quando aderidos externamente no elemento estrutural podem desempenhar diferentes funções no reforço destas estruturas, entre as quais destacam-se: Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) Vigas e lajes (flexão): 32 geralmente são utilizadas no reforço devido ao aumento do momento positivo dos elementos fletidos, sendo colados na parte inferior conforme mostrado na figura 2.8 . Figura 2.8 – Aplicação de tecido de CFRP no reforço da laje de uma ponte (NANNI, A. et al, 1999) Vigas (cisalhamento): há várias formas de aplicação dos compósitos para o reforço de vigas ao cisalhamento. Apesar de serem mais usadas como armaduras, as barras também são utilizadas para o reforço ao cisalhamento, mediante a colagem em sulcos (groove) previamente executados na superfície do elemento estrutural. Figura 2.9 – Cravação de barras de FRP na lateral de viga para o reforço ao cisalhamento (TINAZZI e NANNI, 2000) Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) Silos : 33 o reforço em silos e torres de concreto demanda uma grande superfície de aplicação, devido às dimensões da estrutura. O reforço com materiais compósitos se destaca pela rapidez de execução quando comparado aos métodos tradicionais, que tornariam a estrutura muito mais pesada. Figura 2.10 – Cravação de barras de FRP no reforço de parede de silo de concreto armado (TINAZZI e NANNI, 2000) Alvenarias: os compósitos de FRP podem ser usados no reforço ao cisalhamento e no aumento da capacidade de carregamento axial de alvenarias autoportantes. Na figura 2.11 podemos observar vários arranjos de reforço: tiras de tecido verticais com ancoragens mecânicas, tiras cruzadas e verticais coladas além da cravação de barras de FRP entre os blocos da alvenaria. Figura 2.11 – Uso dos compósitos no reforço de alvenarias (TINAZZI e NANNI, 2000) Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 34 2.2.2 – Outras formas de utilização Projetos estruturais já estão sendo desenvolvidos nos EUA, Europa e Japão considerando o emprego dos compósitos na formação dos elementos estruturais. Além de sua utilização como armaduras, complementando ou substituindo as barras de aço, eles também podem ser empregados exercendo as seguintes funções: Vigas : podem ser moldados em formatos específicos para cada finalidade. A figura 2.12 refere-se à Parson’s Bridge, em Ceredigion mid-Wales, região do Reino Unido. Possui extensão de 17,6 m por 0,76 m de largura. Trata-se de uma passarela de pedestres, que foi colocada totalmente pronta no local por um helicóptero, devido ao seu baixo peso próprio. Figura 2.12 – passarela de pedestre constituída por material compósito (http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww.mmfg.com%2FSpeci al%2Fbridges.htm) Estas vigas podem ser moldadas em forma de “perfil I “, conforme ilustrado na figura 2.13. Neste exemplo, a passarela para pedestres possui vão igual a 13,7 metros sustentada por duas vigas “ I “ de 24 polegadas. Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 35 Figura 2.13 - Passarela para pedestres sustentada por viga “ I “ constituída por FRP (http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww.mmfg.com%2FSpeci al%2Fbridges.htm) Barras de transferência de carga em pisos estruturais Um piso estrutural de concreto armado, seja de um galpão industrial ou de rodovias, é constituído por várias placas separadas por juntas de dilatação. Neste ponto, a transferência de carga entre as placas se dá através das barras de transferência, onde normalmente são empregadas barras lisas de aço. O problema da corrosão nestes elementos pode ser anulado se eles forem constituídos por compósitos de FRP (figura 2.14) . Figura 2.14 – Utilização de barras de GFRP em juntas de dilatação de pavimentos de concreto (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999) Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 36 elementos de protensão: o emprego dos cabos de FRP protendidos podem ocorrer internamente ou externamente à estrutura de concreto, sendo este último mais utilizado para reforçar ou reparar as estruturas danificadas. Figura 2.15 – Protensão externa em viga de concreto utilizando cabo de fibra de carbono (Hollaway, L. I., 1990) elementos estaiados: atualmente seu emprego vem sendo direcionado às pontes para pedestres ou para a passagem de um veículo numa situação de emergência, não sendo executadas até o momento pontes estaiadas para o tráfego intenso de veículos. A figura 2.16 refere-se à primeira ponte construída utilizando cabos de fibras de carbono em todos os elementos estaiados. Localizada na Dinamarca, próximo à cidade de Herning, possui 80 metros de extensão por 3,5 metros de largura, sustentada por 16 cabos ancorados em um pilar central. Figura 2.16 – passarela para pedestres sustentada por cabos estaiados de fibras de carbono (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999) Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 37 2.3 – Propriedades físicas Antes de falarmos sobre as propriedades físicas e mecânicas, um ponto deve ser esclarecido. O elemento compósito, conforme já dito, é resultado da união de fibras de carbono, vidro ou aramida com uma matriz de reisnas poliméricas. Portanto trata-se de um material anisotrópico, cuja rigidez e resistência se dará na direção definida pela orientação das fibras, além de apresentarem propriedades diferentes de um produto em relação a outro, devido ao volume de resina utilizado, dimensões e orientações das fibras, controle de qualidade durante a fabricação, etc. Conseqüentemente, os valores atribuídos à matéria prima individual formado pelas fibras difere daqueles atribuídos ao material compósito. 2.3.1 - Densidade Os materiais compósitos apresentam pesos específicos entre 1,25 a 2,1 g/cm3, sendo portanto entre quatro a seis vezes mais leve que o aço. Seu peso reduzido facilita a montagem da estrutura além de resultar em menores custos de transporte. A tabela 2.1 mostra os valores de densidade para diversos tipos de materiais compósitos em comparação ao aço. Tabela 2.1 – valores de densidades, em g/cm3, para materiais FRP (ACI 440-F, 2000) Aço GFRP CFRP AFRP 7,9 1,25 – 2,10 1,50 – 1,60 1,25 – 1,40 2.3.2 - Coeficiente de expansão térmica Os coeficientes de expansão térmica dos materiais FRP com fibras unidirecionais variam nas direções longitudinal e transversal, dependendo do tipo de fibra e resina, além da fração do volume de fibra presente no compósito, que normalmente varia entre 50 e 70%. A tabela 2.2 apresenta valores típicos destes coeficientes, sendo que o valor negativo indica que o material contrai com o aumento Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 38 de temperatura e expande com o decréscimo da mesma, sendo portanto uma propriedade muito importante para colunas de concreto confinadas em situação de incêndio, onde uma expansão na jaqueta de confinamento reduziria a tensão lateral no concreto, diminuindo sua resistência axial. Para referência, os valores dos coeficientes de expansão térmica do concreto e do aço são respectivamente 10 x 10-6/°C e 11,7 x 10-6/°C (BEER e JOHNSTON, 1995). Tabela 2.2 – valores de coeficientes de expansão térmica para compósitos de FRP, em x10-6/°C (ACI 440-F, 2000) Direção GFRP CFRP AFRP Long., αL 6 a 10 -1 a 0 -6 a –2 Trans., αT 21 a 23 22 a 23 60 a 80 Obs.: no ACI 440-H (2000), foram atribuídos valores para as barras de CFRP entre –2 a 0 ( x 10-6/°C) . 2.4 – Propriedades mecânicas 2.4.1 – Resistência à tração Quando submetidos à tração, os materiais compósitos de FRP não possuem reserva plástica de deformação, onde a relação tensão x deformação assume um comportamento elástico-linear até a ruptura. A resistência à tração destes materiais depende de fatores como o tipo e orientação das fibras, além do tipo e quantidade de resina utilizada na formação do compósito, sendo que as especificações de resistência e módulo de elasticidade podem ser fornecidas considerando-se a área total do laminado (incluindo a resina) e apenas a área de fibras. O primeiro caso caracteriza-se por apresentar maior espessura e menores valores de resistência e módulo, sendo que esta diferença diminui quando se trata de compósitos de FRP constituídos por folhas flexíveis de fibras de vidro, carbono ou aramida. Em comparação ao aço, típicos diagramas para compósitos unidirecionais são apresentados na figura 2.17 . Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 39 Figura 2.17 – Diagramas tensão x deformação para diferentes tipos de compósitos de FRP unidirecionais, em comparação ao aço ( CEB – fib 14, 2001) A tabela 2.3 apresenta diferentes valores de resistência à tração e módulo de elasticidade dos principais tipos de fibras utilizados na concepção dos materiais compósitos. Tabela 2.3 – propriedades mecânicas das fibras à tração (ACI 440-F, 2000) Tipo de fibra Carbono • aplicação geral • alta resistência • altíssima resistência • alto módulo • altíssimo módulo Vidro • E – glass • S - glass Aramida • aplicação geral • alta performance Módulo de Elasticidade (GPa) Resistência Última (MPa) Deformação última (%) 220 – 235 220 – 235 220 – 235 345 – 515 515 - 690 < 3790 3790 – 4825 4825 – 6200 >3100 > 2410 > 1.2 > 1.4 > 1.5 > 0.5 > 0.2 69 – 72 86 - 90 1860 – 2685 3445 - 4825 > 4.5 > 5.4 69 – 83 110 - 124 3445 – 4135 3445 - 4135 > 2.5 > 1.6 Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 40 A influência da resina (matriz) nas propriedades mecânicas dos compósitos pode ser avaliada através da chamada lei das misturas, que pode ser simplificada como sendo: Ef = Efib Vfib + Em Vm (2.1) ff ≈ ffib Vfib + fm Vm (2.2) onde Ef é o módulo do compósito de FRP na direção da fibra, Efib é o módulo da fibra, Em é o módulo da matriz, Vfib é a fração de volume das fibras, Vm é a fração de volume da matriz, ff é a resistência à tração do compósito de FRP, ffib é a resistência à tração das fibras e fm é a resistência á tração da matriz. Note que nas equações acima, Vfib + Vm = 1, sendo que as frações usuais de volumes para as fibras ficam entre 0,50 e 0,65. Esta influência da matriz nas propriedades mecânicas dos compósitos está apresentada na tabela 2.4 e ilustrada na figura 2.18 . Para uma quantidade constante de fibras, a carga de ruptura é pouco afetada pelo acréscimo de quantidade de resina, ao passo que os valores de resistência e módulo são fortemente afetados. Neste exemplo, foram adotados os seguintes valores: Efib = 220 Gpa, Em= 3 Gpa, ffib = 4000 MPa e fm = 80 MPa . Tabela 2.4– influência dos volumes de fibras nas propriedades dos compósitos de FRP (CEB – fib 14) área da seção transversal Afib Am (mm2) (mm2) propriedades dos FRP Af Vfib Ef ff εfu (mm2) (%) (MPa) (MPa) (%) Carga de ruptura (kN) (%) 70 0 70 100 220000 4000 1,818 280,0 100,0 70 30 100 70 154900 2824 1,823 282,4 100,9 70 70 140 50 111500 2040 1,830 285,6 102,0 Obs.: se forem adotados laminados de 100 mm de largura, as respectivas espessuras seriam 0,7 mm, 1,0 mm e 1,4 mm . Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 41 Figura 2.18 – relação tensão x deformação para várias frações de volume de fibras (CEB – fib 14) As propriedades mecânicas de diferentes tipos de compósitos são apresentadas na tabela 2.5, onde as seguintes observações se fazem necessárias: 0° indica a disposição de fibras unidirecionais 0° / 90° (ou 45° / -45°) indica uma disposição ortogonal entre as fibras, cujo carregamento foi aplicado na direção 0° . a proporção entre fibra e resina considerada foi 1:1 . Tabela 2.5 - propriedades mecânicas dos compósitos à tração (ACI 440-F, 2000) Tipo de FRP (orientação) carbono/epóxi (alta resistência) 0° 0° / 90° 45° / -45° E-glass/epóxi 0° 0° / 90° 45° / -45° aramida/epóxi (alta performance) 0° 0° / 90° 45° / -45° Módulo de Elasticidade (GPa) Resistência Última (MPa) Deformação última (%) 117 - 145 55 - 76 14 - 28 1380 - 2070 690 - 1035 175 - 275 1.0 - 1.5 1.0 - 1.5 1.5 - 2.5 34 - 48 14 - 34 14 - 21 690 - 1380 515 - 1030 175 - 275 2.0 - 3.0 2.0 - 3.0 2.5 - 3.5 55 - 68 28 - 34 7 - 14 1035 - 1725 275 - 1895 140 - 205 2.0 - 3.0 2.0 - 3.0 2.0 - 3.0 Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 42 2.4.2 – Resistência à compressão Os compósitos de FRP aderidos por meio de colagem externa (EBR) não são recomendados para reforçar peças estruturais solicitadas à compressão (ACI 440-F, 2000). Entretanto, outras formas de compósitos, como por exemplo tubos de FRP constituídos por fibras nas direções radial e axial e preenchidos por concreto, podem receber uma parcela da carga axial. No caso de vigas de FRP, a resistência à compressão na seção transversal é tão importante quanto à tração. Ensaios realizados têm mostrado que a resistência à compressão é inferior em relação à resistência à tração (WU, 1990 apud ACI 440-F, 2000) . O modo de ruptura à compressão pode ser caracterizado pela ruptura transversal em relação à orientação das fibras, microbuckling (desprendimento das fibras em relação à matriz devido a uma deformação localizada) ou por ruptura ao cisalhamento. Resistências à compressão de 55%, 78% e 20% da resistência à tração foram observadas respectivamente para compósitos de fibras de vidro (GFRP), carbono (CFRP) e aramida (AFRP) (MALLICK, 1988 e WU,1990 apud ACI 440-F, 2000). Em geral, a resistência à compressão é diretamente proporcional à resistência à tração, exceto para os compósitos de fibras de aramida, onde a resistência à compressão assume um comportamento não linear para baixos níveis de tensões (ACI 440-F, 2000). Os módulos de elasticidade à compressão também são inferiores em relação à tração para os compósitos de GFRP e CFRP, assumindo valores em torno de 80%. Para os compósitos de AFRP, o módulo de elasticidade não é alterado (MALLICK, 1988 e EHSANI, 1993 apud ACI 440-F, 2000). 2.5 – Comportamento ao longo do tempo 2.5.1 – Ruptura por carregamento de longa duração Os materiais compósitos de FRP submetidos a um carregamento constante podem atingir a ruptura após um determinado período, que por sua vez pode diminuir Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 43 em função de agentes externos, como por exemplo em ambientes com elevadas temperaturas, exposição à radiação ultra-violeta, alcalinidade excessiva, etc. Em geral, as fibras de carbono são menos suscetíveis a este tipo de ruptura, ao contrário das fibras de vidro que são as mais afetadas por este fenômeno, ficando as fibras de aramida em situação intermediária (ACI 440-H, 2000). Os resultados de ensaios realizados com barras de FRP submetidas a diferentes níveis de carregamento em temperatura ambiente indicaram uma relação linear entre as tensões de ruptura e o logarítimo do tempo. As relações entre as tensões de ruptura por fluência e as resistências últimas das barras de GFRP, CFRP e AFRP após 500 mil horas (superior a 50 anos) foram extrapoladas para 29%, 47% e 93% respectivamente (YAMAGUCHI et al., 1997 apud ACI 440-H, 2000). Em outra experiência similar utilizando barras de CFRP e AFRP, obteve-se valores de 79% e 66% respectivamente. Na tabela 2.6 encontram-se valores limites de resistência dos compósitos a fim de se evitar a ruptura por fluência em barras de FRP inseridas no concreto. Tabela 2.6 – limites de tensões de ruptura por fluência em barras de FRP (ACI 440-H, 2000) Tipo de fibra GFRP AFRP CFRP Limite de tensão 0.20 ffu 0.30 ffu 0.55 ffu Apesar dos ensaios fazerem referência a barras de FRP e não a laminados e/ou tecidos flexíveis, as “perdas de resistência” por fadiga estática podem comprometer seriamente o desempenho dos pilares confinados ao longo do tempo, o que fatalmente poderia levar a um colapso estrutural em todo o sistema. Os pilares reforçados com mantas flexíveis de FRP não são muito suscetíveis a este fenômeno, visto que na maioria das vezes o elemento confinante praticamente não é solicitado à tração para as cargas de serviço, o que pode não acorrer para os pilares concebidos por tubos de FRP preenchidos por concreto. Neste caso, a ruptura por fluência deve ser considerada em função da capacidade de carga do pilar confinado previsto em projeto, onde a utilização de compósitos de fibras de vidro pode se tornar inviável. Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 44 2.5.2 – Fadiga Vários estudos do comportamento dos materiais compósitos em relação à fadiga têm sido feitos nos últimos 30 anos, mas quase todos direcionados para a indústria aeroespacial. Apesar de existirem algumas diferenças de qualidade e consistência dos materiais utilizados no setor aeroespacial em relação a uma linha de produtos mais comercial, algumas observações podem ser feitas. Nos casos mencionados a seguir, a fração de volume de fibra foi aproximadamente 60%, e os ensaios foram conduzidos seguindo às seguintes especificações (ACI 440-F, 2000): limitação das freqüências o suficiente para não provocar um autoaquecimento no material (em média entre 0,5 e 1 Hz); ensaios realizados em condições ambientais; proporção entre a mínima e a máxima tensão aplicada igual a 10%; tensão aplicada na direção das fibras; Dentre os compósitos analisados, os de fibra de carbono são os menos suscetíveis à ocorrência de fadiga. Ensaios realizados no EMPA (KAISER, 1989 e DEURING, 1993 apud CEB fib-14, 2001) mostraram que o fator dominante na ocorrência de fadiga para vigas de concreto armado reforçadas com CFRP foi a própria armadura da viga, evidenciando uma performance superior dos compósitos de CFRP em relação ao aço. Tensões de ruptura de 60% a 70% da resistência inicial são atribuídos aos compósitos de CFRP após a ocorrência de 1 milhão de ciclos. Em outro estudo com barras de CFRP incorporadas ao concreto, observou-se que a resistência à fadiga diminui com o aumento da temperatura ambiente (de 20°C para 40°C). Também foi observado que esta resistência diminui com o aumento da freqüência de carregamento, e que para valores entre 0,5 e 8 Hz resultam em um aquecimento proveniente da fricção das barras com o concreto. Deste modo, a resistência à fadiga para freqüências em torno de 1 Hz pode ser até 10 vezes maior em relação à freqüência de 5 Hz (ADIMI et al.1 apud ACI 440-H, 2000). _______________________ 1 ADIMI, R et al. Effect of temperature and loading frequency on the fatigue life of a CFRP bar in concrete. Proceedings of the Second International Conference on Composites in Infrastructure (ICCI-98) . Tucson, Arizona, V.2, pp. 203-210. Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 45 Ensaios com compósitos de fibras de vidro também foram citados no ACI 440-F. Estudos realizados por MANDELL e MÉIER (1983) demonstraram que a diminuição de resistência devido à fadiga é aproximadamente o dobro em relação às fibras de carbono. Fatores ambientais como umidade e alcalinidade exercem importante influência no comportamento das fibras de vidro com relação à fadiga. Apesar de as fibras de aramida apresentarem uma baixa durabilidade com relação a tensões de compressão, o comportamento destes materiais à fadiga quando submetidos a tensões de tração é excelente, sendo praticamente iguais aos compósitos de fibras de carbono. Estudos demonstraram que as tensões de ruptura após 2 milhões de ciclos ficaram na faixa de 54 a 73% da resistência última à tração (ODAGIRI et al.1, 1997). 2.6 – Influência de fatores externos 2.6.1 – Temperatura Vários estudos foram feitos para avaliar o desempenho dos materiais compósitos submetidos a ciclos de congelamento-descongelamento (freeze-thaw), e de uma forma geral não foram constatadas alterações significativas em suas propriedades mecânicas (KAISER, 1989; GREEN et al., 1998; YAGI et al., 1997 apud CEB fib-14, 2001). KARBHARI, V. M., RIVERA, J. e DUTTA, P. K. (2000) estudaram o comportamento de cilindros de concreto (15 x 30 cm) confinados com fibras de vidro e carbono submetidos a 201 ciclos de freeze-thaw, onde os valores de resistência à compressão e deformação do concreto confinado foram comparados aos resultados de corpos de prova similares à temperatura de 22,5 °C. Três arranjos para a _______________________ 1 ODAGIRI, T; MATSUMOTO, K; NAKAI, H. (1997) Fatigue e relaxation characteristics of continous aramid fiber reinforced plastic rods. Third International Symposium on Non-Metallic (FRP) Reinforcement for Concrete Structures (FRPRCS-3). Japan Concrete Institute. Tókio, Japão, V.2, pp 227-234. Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 46 colocação das fibras foram adotadas: três camadas de fibra de carbono na direção radial, uma camada de fibra de carbono na direção radial (0°) juntamente com outra na direção longitudinal (90°) e sete camadas de fibra de vidro na direção radial (0°). As propriedades mecânicas das fibras de carbono foram Ef = 372 GPa e ff = 3500 MPa, e para as fibras de vidro Ef = 68,95 GPa e ff = 1520 MPa. Os resultados obtidos encontram-se na tabela 2.7 . Tabela 2.7 – resultados obtidos dos ensaios de KARBHARI et al. (2000) corpos de prova valores últimos de ruptura deformação deformação módulo -6 -6 axial (x10 ) radial (x10 ) tangente (GPa) temperatuta ambiente (22,5 °C) tensão (MPa) não confinado 2086 1220 3273 60,47 Vidro (0°) 5411 6701 3478 96,56 Carbono (0°) 6091 4649 3868 118,46 Carbono (90/0°) 3658 3567 3467 80,12 após 201 ciclos de freeze-thaw não confinado 2798 653 2604 63,92 Vidro (0°) 6173 7696 3174 91,29 Carbono (0°) 6422 4529 3489 117,10 Carbono (90/0°) 3801 3119 2815 82,33 As fibras de vidro sofreram maior influência em relação às de carbono. Podemos observar que os ciclos de freeze-thaw alteraram sensivelmente os valores de resistência dos pilares confinados e não confinados, sendo que as maiores alterações foram registradas para o módulo de elasticidade tangente. Segundo KARBHARI et al. (2000), os modos de ruptura mostraram-se diferentes, assumindo um aspecto mais explosivo. Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 47 Quando submetidos a altas temperaturas, os materiais compósitos apresentam comportamentos diferentes. O limite de temperatura varia com o tipo de fibra. Para as fibras de vidro este valor fica em torno de 980°C, e para as de aramida, 175°C. Já as fibras de carbono são capazes de resistir a temperaturas superiores a 1600°C. Para temperaturas em torno de 65 a 120°C, as propriedades mecânicas das resinas são significativamente reduzidas, perdendo a capacidade de transferência de esforços entre o concreto e as fibras, resultando em uma perda de resistência à tração do compósito. Resultados experimentais indicaram que, a 250°C a resistência à tração dos compósitos de fibras de vidro e carbono apresentaram uma redução de 20% (KUMAHARA et al., 1993 apud ACI 440-H, 2000). 2.6.2 – Umidade Nos compósitos, a água é absorvida pela matrix polimérica, podendo atingir as fibras basicamente por três meios: capilaridade, percolação por meio de fissuras ou imperfeições na superfície da estrutura e pela passagem através da resina. A quantidade de água absorvida dependerá do tipo da resina e da temperatura da água (CEB fib-14, 2001). Esta absorção resulta em perda de rigidez da matriz, podendo ser revertido por meio de sistemas de drenagens. Analisando as fibras individualmente, as de aramida podem absorver até 13% de sua massa em água, resultando em perda de resistência. As fibras de vidro são as mais afetadas, pois a umidade pode trazer partículas de sódio ou outros elementos químicos afetando o desempenho das mesmas. Já as fibras de carbono se mostraram relativamente inertes à presença de água. 2.6.3 – Raios ultravioleta Em geral, as propriedades mecânicas dos compósitos não são muito afetadas pelos raios ultravioletas presentes na luz do Sol. As resinas são as mais afetadas, pois a ocorrência de reações químicas em sua constituição podem resultar na perda da coloração do compósito, que não deve ser associado diretamente à diminuição da resistência como um todo. Entretanto, a deterioração da resina provoca pequenas Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP) 48 fissuras na matriz polimérica, que podem se agravar devido a fatores ambientais como absorção de umidade ou ataques químicos. 2.6.4 – Ataques químicos O desempenho dos compósitos de FRP em presença de ácidos e ambientes alcalinos irá depender do tipo de fibra e de resina utilizados. Enquanto que a fibra de carbono apresenta boa resistência a ataques químicos, as fibras de vidro podem se deteriorar em ambientes alcalinos, apresentando um melhor desempenho em contato com ácidos (ACI 440-R,1996 e CEB fib-14,2001). Capítulo 3 – Análise teórica 49 Capítulo 3 ANÁLISE TEÓRICA 3.1 – Considerações iniciais Os pilares, elementos estruturais sujeitos a carregamentos de compressão, sempre exerceram fundamental importância para a segurança das estruturas. Além de serem dimensionados para resistir a tais esforços, a necessidade de ductilidade é de grande importância no comportamento estrutural em regiões sujeitas a sismos. No início do século passado, surgiram os primeiros estudos para avaliar os efeitos causados na resistência e deformação axiais do concreto sujeito a tensões laterais (CONSIDÈRE, 1906 apud LORENZIS, 2001). Em 1928, RICHART et al.1 testaram vários cilindros de concreto com diferentes níveis de tensões laterais por meio de um fluido pressurizado em câmara triaxial, sendo que a tensão lateral podia ser aplicada de forma independente da tensão axial (confinamento ativo). Os resultados mostraram que a diferença entre as resistências do cilindro confinado e não confinado era constante, sendo aproximadamente 4,1 vezes o valor da pressão de _________________________ 1 RICHART, F. E.; BRANDTZAEG, A.; BROWN, R. L. A study of the failure of concrete under combined compressive stresses. Engineering Experiment Station Bulletin no. 185. University of Illinois, Urbana, 1928 Capítulo 3 – Análise teórica 50 confinamento. Um ano mais tarde, os mesmos autores ensaiaram cilindros de concreto confinados por meio de espirais de aço (confinamento passivo) e a mesma constante fora obtida. Balmer (1949) encontrou valores entre 4,5 a 7, obtendo um valor médio igual a 5,6 . Em 1972, Newman e Newman demonstrou que a eficiência do confinamento era menor para altas taxas de pressão lateral, propondo uma expressão não linear para o aumento de resistência axial em função da pressão lateral (LORENZIS, 2001). A partir da década de 70, vários pesquisadores apresentaram equações para avaliar o comportamento dos pilares cintados com estribos ou espirais de aço. Contudo, dois fatores importantes limitaram a utilização desta nova técnica, segundo MODESTO (1983): o cintamento praticamente não contribui para a segurança ao estado limite último de instabilidade, motivo pelo qual os pilares devam ser curtos. Portanto, a eficiência do cintamento aumenta com a diminuição da esbeltez do pilar; trata-se de uma solução anti econômica devido ao fato de empregar muita quantidade de aço e mão de obra um pouco mais qualificada; Impulsionado pelo desenvolvimento dos materiais compósitos, os pilares confinados voltaram a despertar grande interesse pelo meio técnico em todo mundo, resultando em várias expressões empíricas e analíticas desenvolvidas nos últimos 5 anos. 3.2 – Comportamento do concreto confinado 3.2.1 – Deformação volumétrica e coeficiente de Poisson Quando o concreto é comprimido axialmente, o efeito indicado pelo coeficiente de Poisson induz deformações radiais que resultam em uma expansão lateral do concreto. Para baixos níveis de deformação longitudinal o comportamento do concreto continua sendo elástico e a deformação transversal se manifesta proporcionalmente ao coeficiente de Poisson para a deformação longitudinal. Neste Capítulo 3 – Análise teórica 51 estágio, ocorre um aumento na aderência entre o cimento e o agregado, e o valor negativo da deformação volumétrica indica uma redução da massa de concreto. Nesta fase o coeficiente de Poisson assume valores em torno de 0,2 . Para valores críticos da tensão longitudinal, onde σc ≅ 0,75 fc e εc = εc,cr , as fissuras que se formam na pasta de concreto situada entre os agregados graúdos produzem um grande aumento da deformação lateral εl para acréscimos relativamente pequenos da tensão longitudinal de compressão fc. Deve-se salientar que este acréscimo da deformação transversal ocorre de forma não linear. Passada a fase elástica da deformação longitudinal do concreto, a deformação volumétrica, ainda negativa, começa a apresentar uma redução em sua taxa de compactação, simultaneamente com o rápido aumento da deformação transversal, resultando num aumento do coeficiente de Poisson. Finalmente, já com elevadas taxas de tensões longitudinais ocorre a expansão da massa de concreto, ou seja, a deformação volumétrica εv assume valores positivos (figura 3.1) νc σc C f la = 0 f lb A f lc > f lb 0,2 εc ε c ,cr εc εν fla = 0 f lb f lc > f lb σc σc σc σc σc σc εA3a εA3b ε A3c EXPANSÃ0 εc (1 − 2ν )εc CONTRAÇÃO 45 °(εν = εc ) Figura 3.1 – variação da deformação volumétrica em função da deformação longitudinal (modificado de IMRAN, I e PANTAZOPOULOU, S. J., 1996) Capítulo 3 – Análise teórica 52 Quanto maior a pressão de confinamento, maior é a restrição à deformação lateral, e conseqüentemente menores valores serão atribuídos ao coeficiente de Poisson, que decresce assintoticamente até a ruptura do elemento confinante. 3.2.2 – Relação tensão x deformação Um típico comportamento do concreto confinado com aço (estribos ou espirais) está representado na figura 3.2 . Note que a máxima tensão obtida fcc não corresponde à tensão de ruptura, e que a área hachurada representa graficamente o ganho de ductilidade do sistema confinado. σc CONCRETO CONFINADO fcc RUPTURA DO 1º ESTRIBO fc CONCRETO NÃO CONFINADO E co ε co εcc εcu εc Figura 3.2 – comportamento tensão x deformação do concreto confinado por aço (modificado de MANDER et al., 1988) No confinamento por FRP, para baixos níveis de tensões longitudinais de compressão, as deformações transversais são tão baixas que as fibras do compósito produzem tão somente um pequeno confinamento. Assim como no confinamento com estribos, para tensões longitudinais de compressão acima da tensão crítica, o Capítulo 3 – Análise teórica 53 aumento dramático da deformação transversal mobiliza tais fibras fazendo com que a pressão de confinamento se torne significativa. Este acréscimo de comportamento do concreto pode ser quantificado da observação de que o concreto confinado por FRP apresenta uma relação tensão x deformação bi-linear ascendente, exceto para pequenas espessuras do compósito, como veremos adiante. Inicialmente esta relação não se modifica em relação ao concreto não confinado. Contudo, nas proximidades da tensão máxima fc, o nível de tensões no concreto confinado continua a aumentar concomitantemente com o acréscimo das deformações. Este aumento linear resulta da ausência de escoamento do material confinante. O ganho de resistência do pilar confinado é fortemente proporcional à espessura da jaqueta de confinamento, sendo que o nível máximo de deformação longitudinal do concreto εcc teoricamente seria limitado tão somente pela deformação última admitida na jaqueta de confinamento εfu. Este comportamento esquemático pode ser observado na figura 3.3 . σc TRECHO 2 E2 TRECHO 2 1 fc ± 0,75f c fc εl εc fc εl CONCRETO NÃO CONFINADO PONTO DE TRANSIÇÃO E1 TRECHO 1 TRECHO 1 1 0 εc , cr ε co εc Figura 3.3 – comportamento esquemático da relação tensão x deformação do concreto confinado com FRP (modificado de SAAFI et al., 1999) Capítulo 3 – Análise teórica 54 O segmento AO corresponde ao primeiro trecho linear em ambas as direções, axial e transversal, resultando no módulo de elasticidade E1. O segmento AB denota o segundo trecho, também linear para ambas as direções, indicado pelo módulo de elasticidade E2. Neste trecho, tanto a tensão de compressão no concreto confinado σc quanto a pressão de confinamento lateral σl alcançam respectivamente seus máximos valores fcc e fl na ocorrência da ruptura do sistema. Os resultados de ensaios experimentais confirmam o fato de o concreto se comportar de uma maneira diferente quando reforçado com aço, que é um material elasto-plástico do que com compósitos totalmente elásticos, que por sua vez apresenta uma ruptura frágil. Segundo MIRMIRAN e SHAHAWY (1997), ao aplicar os mesmos modelos de confinamento por aço aos modelos de confinamento com compósitos, pode-se resultar em valores de resistência maiores que a realidade, implicando em um dimensionamento inseguro. 3.3 – Determinação da pressão lateral (confinamento passivo) 3.3.1 – Confinamento com FRP O corte transversal de um pilar de seção circular com diâmetro D confinado por um compósito de FRP com espessura tf está representado na figura 3.4 . σf σl σf α D tf Figura 3.4 – forças internas e externas atuantes no compósito de FRP e no pilar de seção circular Capítulo 3 – Análise teórica 55 Para α=180°, através do equilíbrio de forças podemos escrever : σ l D = 2σ f t f => σ l = 2σ f t f D (3.1) Sendo ρf a relação entre o volume do compósito e o volume do concreto confinado, temos: ρf = πDt f 2 πD / 4 = 4t f D (3.2) Pela compatibilidade de deformações, a deformação no compósito de FRP εf é igual à deformação lateral do concreto εl , e como σf = Ef εl , a equação 3.1 pode ser escrita da seguinte forma: σl = Ef ε l ρf 2 ( 3.3 ) sendo a máxima pressão de confinamento designada por fl = E f ε fu ρ f 2 ou fl = 2f f t f D (3.4a e 3.4b) 3.3.2 - Confinamento com estribos e espirais Os estribos, presentes em todos os pilares de concreto armado, exercem em maior ou menor escala, um efeito de confinamento na estrutura. Quando armados com o objetivo de exercer esta função, recebem o nome de pilares cintados, podendo conter um ou mais núcleos cintados através do aço disposto em forma de estribos ou assumindo uma geometria helicoidal. Neste caso, apenas uma parte do concreto sofre influência do efeito do confinamento. Esta região recebe o nome de “núcleo do concreto confinado” e sua área de seção transversal pode ser representada por Ac . Este núcleo por sua vez apresenta determinados trechos onde o efeito do confinamento não atua de forma Capítulo 3 – Análise teórica 56 efetiva. A delimitação destes trechos varia de acordo com a geometria da seção e disposição dos estribos. Se descontarmos estas “lacunas” da área do núcleo confinado, obtemos a área efetiva denominada por Ae . Desta forma, a pressão lateral efetiva pode ser escrita como: σle = σl ke (3.5) onde ke representa o coeficiente de eficiência do confinamento, representado pela seguinte relação de áreas: ke = Ae A cc (3.6) onde Acc = Ac (1-ρcc) (3.7) sendo ρcc a relação entre a somatória das áreas das armaduras longitudinais do pilar com a área do núcleo confinado Ac . seções circulares Uma configuração típica para a seção circular pode ser vista na figura 3.5 . O arco que delimita a região não confinada é assumido com sendo uma parábola de segundo grau, com inclinação inicial da reta tangente formando um ângulo de 45° . Baseado nestas hipóteses, a expressão da área efetiva pode ser escrita da seguinte forma (MANDER et al., 1988): 2 π π s' s' A e = d s − = d s2 1 − 4 2 4 2d s 2 (3.8) onde s’ é a distância útil entre as faces internas de dois estribos consecutivos e ds é o diâmetro da espiral ou do estribo. Capítulo 3 – Análise teórica 57 ds ESTRIBO SUPERFÍCIE DO PILAR A A NÚCLEO EFETIVAMENTE CONFINADO 1 / 4s ' CORTE B-B s' s B 45° B REGIÃO NÃO CONFINADA ds − s' / 2 ds CORTE A-A Figura 3.5 – núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos circulares (MANDER et al., 1988) Partindo da equação 3.7, podemos escrever: A cc = π 2 d s (1 − ρ cc ) 4 (3.9) Da equação 3.6, a expressão do coeficiente de eficiência do confinamento para estribos circulares é s' 1 − 2 d s ke = 1 − ρ cc 2 (3.10) Similarmente ela pode ser usada com o uso de espirais como sendo s' 2d s ke = 1 − ρ cc 1− (3.11) Capítulo 3 – Análise teórica 58 Da mesma forma como foi demonstrado no confinamento com FRP, a pressão lateral pode ser encontrada considerando uma metade da seção confinada por estribos ou por uma espiral. Se a tensão uniforme no estribo desenvolvida pela área transversal de aço exerce uma pressão lateral uniforme no núcleo do concreto confinado, então pelo equilíbrio de forças obtém-se: 2 fy Ast = fl s ds (3.12) Se ρs é a relação entre o volume de aço transversal de confinamento sobre o volume do concreto confinado, então ρs = A st πd s 4A st = π 2 dss ds s 4 (3.13) Substituindo a equação 3.13 na equação 3.12, obtém-se fl = 1 ρsf y 2 (3.14) e portanto, a partir da equação 6.12, a pressão lateral efetiva no concreto é f le = 1 k e ρsf y 2 (3.15) onde ke é dado nas equações 3.10 ou 3.11. seções retangulares Uma configuração típica para a seção retangular pode ser vista na figura 3.6 . O arco que delimita a região não confinada também é assumido com sendo uma parábola de segundo grau, com inclinação inicial da reta tangente formando um ângulo de 45° . A área efetivamente confinada pelos estribos é encontrada subtraindo-se da área total do núcleo a somatória das áreas das parábolas formadas entre duas barras longitudinais consecutivas amarradas com grampos de aço, que por sua vez também contribui para o efeito do confinamento (MANDER et al., 1998). Capítulo 3 – Análise teórica 59 bc w' dc dc − s' / 2 C C NÚCLEO CONFINADO CORTE D-D s' s D D REGIÃO NÃO CONFINADA bc − s' / 2 bc CORTE C - C Figura 3.6 - núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos retangulares (MANDER et al., 1988) Para uma parábola, a área não confinante é (w’i)2/6 , onde w’i é a n-ésima distância entre barras longitudinais consecutivas travadas transversalmente. Descontado estas áreas, pode-se chegar na equação 3.16 que fornece o valor da área efetiva de confinamento: n ( w 'i ) 2 A e = bcd c − ∑ 6 i =1 onde bc e dc 1 − s' 2b c s' 1 − 2d c (3.16) são as dimensões dos centros das barras do estribo retangular nas direções x e y respectivamente, sendo que bc ≥ dc. O coeficiente de eficiência do confinamento para seções retangulares é mostrado na equação 3.17 . Capítulo 3 – Análise teórica 60 n ( w 'i ) 2 s ' s' 1 − ∑ 1 − 1 − 2 b c 2d c i =1 6 b c d c ke = (1 − ρ cc ) (3.17) Para seções retangulares, em virtude de diferentes configurações nas direções x e y, deve-se quantificar as parcelas da pressão de confinamento separadamente em tais direções. As taxas de armaduras transversais serão ρx = A stx sd c ρy = e A sty (3.18) sb c onde Astx e Asty é a área total das barras transversais respectivamente nas direções x e y . A máxima pressão de confinamento lateral no concreto é dada para estas direções como sendo f lx = A stx f y = ρxf y sd c e f ly = A sty sb c f y = ρyf y (3.19) Analogamente, as máximas pressões efetivas de confinamento nas direções x e y serão flex = ke ρx fy onde ke é dado na equação 3.17. e fley = ke ρy fy (3.20) Capítulo 3 – Análise teórica 61 3.4 – Modelos de confinamento com FRP A seguir serão apresentados os principais modelos disponíveis na literatura para avaliar o comportamento dos pilares curtos de seção circular confinados por compósitos de FRP. Os primeiros modelos surgiram da adaptação de modelos previamente elaborados a partir de ensaios realizados em câmaras triaxiais ou para confinamento com aço. A partir de resultados de ensaios experimentais de cilindros de concreto confinados com FRP, vários modelos empíricos foram sendo ajustados, utilizando-se mantas flexíveis e tubos rígidos de FRP. 3.4.1 - Modelos adaptados 3.4.1.1 - Fardis e Khalili (1981) Conforme mencionado no item 3.1, RICHART et al. (1928) desenvolveram uma expressão empírica para avaliar o comportamento do concreto no estado triaxial de tensões, sendo: f cc f = 1 + 4.1 l fc fc (3.21) NEWMAN e NEWMAN (1972) apresentaram uma expressão não linear, conforme equação 3.22: f f cc = 1 + 3.7 l f fc c 0.86 (3.22) FARDIS e KALILI (1981) utilizaram a equação 3.4b (confinamento com FRP) e aplicaram nas expressões 3.21 e 3.22, resultando nas seguintes expressões: 2f t f cc = 1 + 4 .1 f f fc fcD (3.23) Capítulo 3 – Análise teórica 62 2f t f cc = 1 + 3 .7 f f fc fcD 0 .86 (3.24) As expressões que permitem avaliar a máxima deformação longitudinal bem como todo o comportamento tensão x deformação são respectivamente ε cc = ε c + 0 . 001 σc = Ef tf fcD Ecεc E 1 1 + ε c c − f cc ε cc (3.25) (3.26) 3.4.1.2 - Saadatmanesh et al. (1994) Em 1975, os pesquisadores WILLIAM e WARNKE desenvolveram um modelo constitutivo do comportamento do concreto quando submetido a um estado triaxial de tensões, e chegaram na seguinte equação: f cc 2 3(b1 + 2 ) 3(b1 + 2 ) fl 9b 0 9 2 f l − = fc + − −2 2b 2 2 b b b f fc 2 2 2 c (3.27) onde b0, b1 e b2 são constantes determinadas empiricamente. Em 1988, MANDER, PRIESTLEY e PARK usando os resultados dos ensaios obtidos por SCHICKERT e WINKLER (1977), determinaram b0 = 0,12229 , b1 = -1,15 e b2 = -0,315, resultando na mais difundida equação para a determinação da resistência à compressão do concreto confinado com aço: 7.94f l f −2 l f cc = f c − 1.254 + 2.254 1 + fc f c (3.28) Capítulo 3 – Análise teórica 63 e a máxima deformação longitudinal pode ser obtida pela expressão ε cc =1+ εc f 5 cc − 1 fc (3.29) SAADATMANESH et al. também aplicaram a equação 3.4b na equação 3.28, resultando na expressão: 2f t f cc = 2.254 1 + 7.94 f f fc fcD f t − 4 f f − 1.254 fcD (3.30) Toda a curva pode ser obtida através da expressão de POPOVICS (1973): σc = f cc .x.r r −1+ xr (3.31) onde x= εc ε cc , r= Ec f e E sec = cc ε cc E c − E sec (3.32 a,b,c) 3.4.2 - Modelos empíricos e analíticos 3.4.2.1 – Miyauchi et al. (1997) Os autores propuseram a seguinte equação para avaliar a eficiência do confinamento com FRP 2f t f cc = 1 + 4 . 1 k e f f fc fcD (3.33) que difere da equação 3.23 pela introdução do coeficiente de eficiência ke, avaliado em 0,85 pelos autores. Os ensaios foram conduzidos com a relação fl / fc variando Capítulo 3 – Análise teórica 64 entre 0,1 e 0,5 (LORENZIS, 2001). Na avaliação de εcc, duas equações foram sugeridas: ε cc = 1.0 + 10.6 εc fl fc 0.373 ε cc = 1.0 + 10.5 εc fl fc 0.525 para concretos com fc = 30 MPa e (3.34a) para concretos com fc = 50 MPa (3.34b) Foram definidas duas expressões para avaliar o comportamento tensão x deformação em função do parâmetro εtan, conforme indicado abaixo: ε ε σ c = f c 2 c − c ε co ε co σc = fcc -λ(εcc-εc) 2 para 0 ≤ εc ≤ εtan (3.35) para εtan ≤ εc ≤ εcc (3.36) onde ε tan e λ= 1 ε co 2 {− 2f (ε c cc λε = ε co − co 2f c 2 2 2 − ε co ) + 4f c (f c ε cc − 2f c ε co ε cc + f cc ε co ) (3.37) } (3.38) 3.4.2.2 – Kono et al. (1998) Os autores apresentaram duas equações empíricas que variam linearmente com a pressão de confinamento, mostradas a seguir: f cc = 1 + 0.0572 f l fc (3.39) ε cc = 1 + 0.28 f l ε co (3.40) Capítulo 3 – Análise teórica 65 Segundo LORENZIS(2001), nos ensaios realizados a relação fl / fc ficou entre 0.37 a 1.19 e 32.3 ≤ fc ≤ 34.8 . Uma avaliação da deformação lateral não foi apresentada, sendo observada uma ruptura prematura do compósito em torno de 38% a 59% da deformação máxima εfu , que foi considerada na elaboração das expressões 3.39 e 3.40 . Também não foram apresentadas expressões a fim de se avaliar todo o comportamento tensão x deformação até a ruptura. 3.4.2.3 – Samaan et al. (1998) Em 1998, MICHEL SAMAAN, AMIR MIRMIRAN e MOHSEN SHAHAWY desenvolveram um modelo baseado na relação tensão x deformação bi-linear dos pilares confinados por materiais compósitos. Para representar esta relação, calibraram o modelo proposto por RICHARD e ABBOTT (1975), resultando na seguinte equação: (E1 − E 2 )ε c σc = (E − E )ε 2 c 1 + 1 f0 n 1/ n + E 2εc (3.41) onde f0 é um valor de tensão axial obtido através do cruzamento da projeção da reta no trecho 2 (figura 3.3) com o eixo das ordenadas (σc), e n é um fator de forma que controla a curvatura na região de transição entre os dois trechos do gráfico, governados pelos módulos de elasticidade E1 e E2. Já vimos que uma expressão genérica para a resistência do concreto confinado pode ser apresentada como fcc = fc + k1 fl , onde k1 é um coeficiente de eficiência do confinamento. Analisando resultados de ensaios, Samaan et al. estabeleceram a seguinte relação: k1 = 6 fl-0,3 (MPa) , que substituindo na expressão genérica, obtem-se fcc = fc + 6 fl 0,7 (MPa) (3.42) Capítulo 3 – Análise teórica 66 Para avaliar a primeira rampa (E1), a seguinte fórmula para o módulo secante foi proposta por AHMAD e SHAH (1982), em virtude da equação do ACI fornecer valores um pouco superiores quando comparado com os resultados dos ensaios: E1 = 3950 f c (MPa) (3.43) O módulo E2, referente à segunda rampa, é função da rigidez da manta confinante e da resistência do concreto não confinado: E 2 = 245,61 f c0, 2 + 1,3456 Ef tf (MPa) D (3.44) A tensão f0 é função da resistência do concreto não confinado e da pressão lateral atuante, podendo ser estimada em: f0 = 0,872 fc + 0,371 fl + 6,258 (MPa) (3.45) O valor da máxima deformação axial εcc é determinado pela geometria da curva, sendo: ε cc = f cc − f 0 E2 (3.46) O parâmetro n que controla a curvatura entre os dois trechos lineares, foi avaliado em 1,5 . Para avaliar o comportamento tensão x deformação lateral, o mesmo modelo pode ser aplicado, pois também temos uma relação bi-linear considerando as deformações laterais: σc = (E1l − E 2l )ε l (E − E )ε nl 2l l 1 + 1l f 0l 1 / nl + E 2l ε l (3.47) onde o subscrito l denota a direção lateral. Como proposto por AHMAD (1981), a primeira rampa E1l é simplesmente obtida por E1l = E1 ν co (3.48) Capítulo 3 – Análise teórica 67 onde o coeficiente de Poisson varia entre 0,15 e 0,22 . Os demais parâmetros foram ajustados como: f0l = 0,636 fc + 0,233 fl + 4,561 (MPa) E 2l = e E2 µu 2E t µ u = −0,187 Ln f f fcD onde nl = ε lu = e finalmente (3.49) (3.50) + 0,881 (3.51) n µu (3.52) f cc − f 0l E 2l (3.53) 3.4.2.4 – Toutanji (1999) e Saafi et al. (1999) Toutanji apresentou as seguintes equações para estimar os valores de fcc e εcc : 0.85 fl f cc e ε cc = 1 + 310.57 f f + 1.90 f cc − 1 = 1 + 3.5 f fc ε co Ef c fc (3.54a e 3.54b) O modelo de Saafi é idêntico ao anterior, sendo ajustado com base em confinamento com tubos, ao invés de tecidos de FRP. As equações são: 0.84 f f cc e ε cc = 1 + 537 f f + 2.60 f cc − 1 = 1 + 2.2 l f fc ε co Ef c fc (3.54c e 3.54d) 3.4.2.5 – Spoelstra e Monti (1999) Este modelo baseou-se nas equações desenvolvidas por PANTAZOUPOULOU e MILLS (1995) que avaliaram o comportamento do concreto confinado submetido a pressões laterais constantes (pressões hidrostáticas). Através de um procedimento iterativo, foi possível considerar a variação dessas pressões ao longo de todo o carregamento axial. Capítulo 3 – Análise teórica 68 O ponto de partida é a bem conhecida expressão para o concreto confinado de MANDER et al., 1988 (eq. 3.28), já muito testada com dados experimentais, e a determinação de toda a curva obtida por meio das equações de POPOVICS, 1973 (eq. 3.31, 3.32 a,b,c ). A expressão que avalia as deformações laterais foi apresentada pelos autores como sendo: εl = onde β= E cε c − σ c 2 βσ c (3.55a) Ec 1 − σ c ε co (3.55b) Usando o valor da pressão de confinamento de um estágio anterior, é possível estimar novos valores para a deformação transversal do atual estágio, que resultará em um novo valor para a atual pressão de confinamento, que sempre é comparada com o resultado anterior. As iterações continuam até a convergência de σl . O procedimento é repetido para cada valor de εc , até a formação completa da curva, que terá como ponto final o alcance do máximo alongamento do compósito. A seqüência abaixo demonstra melhor todo o procedimento: 1o. passo: é fixado um valor para εc 2o. passo: é atribuído à pressão de confinamento o valor determinado no estágio anterior, ou seja σl ( i ) = σl ( i-1 ) 3o. passo: calcula-se fcc a partir da equação de MANDER et al. (eq. 3.28) 4o. passo: calcula-se σc a partir das equações de POPOVICS (eq. 3.31 e 3.32 a,b,c) 5o. passo: atualiza a deformação transversal εl a partir das equações 3.55a e 3.55b 6o. passo: calcula a nova pressão de confinamento σl a partir da eq. (3.3) 7o. passo: σl ( i ) = σl ( i-1 ) ? SIM 1o. passo NÃO 2o. passo Capítulo 3 – Análise teórica 69 Na condução dos ensaios experimentais, ou autores utilizaram εco =0.002 e E c = 5700 f c , com fc variando entre 30 e 50 MPa. 3.4.2.6 – Xiao e Wu (2000) Assim como SAMAAN et al., os autores também desenvolveram um modelo baseado no comportamento bi-linear do concreto confinado, sendo obtida para o primeiro trecho a seguinte expressão: σ l = E co ε c + 2E l ν co 2 ε c (3.56) E 2 1 + l (1 − ν co − 2ν co ) E co onde El = fl / εfu . Para o segundo trecho, a seguinte expressão foi estabelecida: f c2 σ c = 1.1 f c + 4.1 − 0.75 E l El 0.0005 + 7 0.8 fc ε c El (3.57) Os máximos valores de tensão e deformação longitudinal são obtidos por f cc f c2 = 1.1 + 4.1 − 0.75 fc El ε cc = ε fu − 0.0005 f 7 c El 0.8 fl f c (3.58 ) (3.59) Capítulo 3 – Análise teórica 70 3.4.2.7 – Fam e Rizkalla (2001) Assim como SPOELSTRA e MONTI, os autores também se basearam nas equações de MANDER e POPOVICS no desenvolvimento do modelo tensão x deformação do concreto confinado. Como estas expressões se basearam na hipótese de se ter uma pressão lateral de confinamento constante determinada pelo grande patamar de escoamento do aço, a “atualização” de εl tornou-se obrigatória ao longo de todo o processo, o que foi conseguida por SPOELSTRA e MONTI através das equações 3.55a e 3.55b . FAM e RIZKALLA direcionaram seus estudos na utilização de tubos rígidos de FRP como elemento confinante, que têm seu comportamento esquematizado de acordo com a figura 3.7 . Figura 3.7 – comportamento de um cilindro de concreto e tubo de FRP submetido a diferentes níveis de tensões e deformações (FAM e RIZKALLA, 2001) Capítulo 3 – Análise teórica 71 Considerando um cilindro de concreto de raio R sujeito a uma deformação axial εc (fig. 3.7a) , o deslocamento radial pode ser expresso por ur = νco R εc (3.60) Se este mesmo cilindro estiver sujeito à uma pressão lateral σl , conforme figura 3.7b, o deslocamento radial pode ser calculado como (YOUNG, 1989) sendo ur = 1 − ν co Rσ l Ec (3.61) Considerando agora um tubo de FRP com pequena espessura sujeita a uma pressão de confinamento σl (fig. 3.7c), a tensão no compósito e o deslocamento radial podem ser expressos respectivamente como sendo σ R σf = l tf e σl R 2 ur = Ef tf (3.62 e 3.63) Se este mesmo tubo estiver submetido a uma deformação longitudinal εc conforme figura 3.7d, o deslocamento radial será expresso por (YOUNG, 1989) ur = νf R εc (3.64) onde νf é o coeficiente de Poisson do tubo. Considerando o cilindro de concreto dentro do tubo de FRP (fig. 3.7e), o sistema cilindro+tubo pode ser analisado de duas maneiras diferentes em função da aplicação do carregamento longitudinal: a) carregamento aplicado apenas no concreto: neste caso, pela compatibilidade de deformação, o deslocamento radial no concreto devido à deformação εc e à pressão lateral σl deve ser a igual ao deslocamento radial no tubo, devido tão somente à Capítulo 3 – Análise teórica 72 mesma pressão lateral. Utilizando as equações 3.60, 3.61 e 3.63, a pressão de confinamento pode ser expressa por σl = ν co ε 1 − ν co c R + Ef tf Ec (3.65) onde o raio R é assumido como sendo o mesmo do cilindro de concreto e o raio médio do tubo, o que pode ser considerado para grandes relações R / tf . b) carregamento aplicado simultaneamente no concreto e no tubo: nesta situação também haverá uma compatibilidade de deslocamentos radiais ( ur,concreto = ur,tubo ) , sendo ambos influenciados pela pressão de confinamento e pela deformação longitudinal. Entretanto, as deformações ocorrerão sob diferentes valores do coeficiente de Poisson, tanto para o concreto quanto para o tubo, fazendo com que a pressão de contato entre o tubo e o concreto diminua com o aumento do coeficiente de Poisson do tubo. Utilizando agora as equações 3.60, 3.61, 3.63 e 3.64 obtém-se a seguinte relação para a pressão de confinamento: σl = ν co − ν f ε 1 − ν co c R + Ef tf Ec (3.66) Esta equação indica que se o coeficiente de Poisson do tubo for maior que o do concreto, a pressão de confinamento será negativa, indicando uma separação entre os materiais. FAM e RIZKALLA ensaiaram cilindros de concreto confinados por tubos de fibras de vidro, com coeficiente de Poisson para carregamentos longitudinais igual a 0,055 portanto muito inferior ao do aço que apresenta ν=0,30. Ensaios realizados com tubos de aço, demonstraram que a carga última é ligeiramente menor quando o carregamento é aplicado simultaneamente no tubo de aço e no concreto, quando comparado à aplicação apenas no concreto. No primeiro caso ocorrerá o desconfinamento do concreto ( νaço > νconcreto ) resultando na instabilidade do tubo. Conseqüentemente o concreto será pressionado sofrendo uma Capítulo 3 – Análise teórica 73 expansão lateral, que será retida parcialmente pelo tubo. Neste caso ocorrerá o estado triaxial de compressão sobre o concreto, mas somente para carregamentos próximos à ruptura (FERNANDES, J. F. et al., 2000) . Contudo, as equações 3.65 e 3.66 são válidas apenas no regime elástico. O trabalho dos autores foi no sentido de desenvolver uma técnica para avaliar o comportamento não linear, através de expressões que forneçam os valores de νc e Ec para uma deformação longitudinal εc genérica. Foi sugerido que o módulo de elasticidade do concreto referente a um determinado estágio fosse tomado como o mesmo do estágio anterior, sendo: E c (i) = σ c ( i −1 ) ε c ( i −1 ) (3.67) Com relação ao coeficiente de Poisson, os autores recorreram aos resultados dos ensaios experimentais de GARDNER (1969), que testou cilindros de concreto com fc = 29 MPa submetidos a pressões hidrostáticas até 26 MPa. Os resultados mostraram a seguinte relação polinomial entre as deformações lateral e longitudinal: εl = k1 εc2 + k2 εc (3.68) νc = k1 εc + k2 (3.69) ou onde k1 e k2 são constantes. A equação 3.69 resultou na eq. 3.70 νc ν co ε = C c ε cc + 1 (3.70) ainda em função de uma constante C que foi correlacionada considerando diferentes taxas σl / fc , resultando na expressão abaixo: Capítulo 3 – Análise teórica 74 σ C = 1 . 914 l fc + 0 . 719 (3.71) Agora, o coeficiente de Poisson e conseqüentemente a deformação lateral podem ser calculados para qualquer valor de deformação longitudinal conhecido, por meio das equações 3.70 e 3.71 . A seqüência abaixo resume todo o procedimento proposto pelos autores: 1o. passo: é arbitrado um valor para εc 2o. passo: calcula-se Ec(i) (eq. 3.67). Para i=1, Ec(i) = Eco 3o. passo: calcula-se a constante C (eq. 3.71) utilizando a pressão lateral do estágio anterior σl(i-1) 4o. passo: calcula-se o coeficiente de Poisson νc (eq. 3.70) 5o. passo: determina-se o a valor da pressão de confinamento σl (eq. 3.65 ou 3.66) 6o. passo: calcula-se fcc a partir da equação de MANDER et al. (eq. 3.28) 7o. passo: calcula-se σc a partir das equações de POPOVICS (eq. 3.31 e 3.32 a,b,c) O processo é interrompido quando a pressão lateral for maior que a máxima pressão de confinamento, ou seja, σl > fl (passo no. 5) . Capítulo 3 – Análise teórica 75 3.5 – Considerações sobre o estado triaxial do concreto segundo o CEB O código modelo CEB-FIP 1990 apresenta um critério de ruptura que pode ser representado através da seguinte equação: α J2 f 2 cm +λ J2 f cm +β I1 −1 = 0 f cm (3.72) onde para cos3θ ≥ 0 (3.73a) λ = c1 cos (π/3 – 1/3 arccos(-c2 cos 3θ)) para cos3θ < 0 (3.73b) λ = c1 cos (1/3 arccos(c2 cos 3θ)) cos 3θ = 3 3 J3 2 J 32 / 2 (3.73c) I1 = σ1 + σ2 + σ3 (3.73d) J2 = 1/6 ( (σ1 - σ2)2 + (σ2 - σ3)2 + (σ3 - σ1)2 ) (3.73e) J3 = (σ1 - σm) (σ2 - σm) (σ3 - σm) (3.73f) σm = (σ1 + σ2 + σ3) / 3 (3.73g) sendo σ1 , σ2 e σ3 as tensões principais atuantes no concreto (σ1 = σ2 = σl e σ3 = σc). Os coeficientes α, β, c1 e c2 são parâmetros que dependem da relação de resistências k = fctm / fcm, sendo: α = 1 / (9 k 1.4) β = 1 / (3.7 k1.1) (3.74a, b) c1 = 1 / (0.7 k0.9) c2 = 1-6.8 (k-0.07)2 (3.74c, d) onde fcm = fck + 8 (MPa) e fctm = 1.4 ( fck / 10 )2/3 , em MPa . Esta superfície de ruptura foi comparada com os modelos de RICHART et al. (eq. 3.21), NEWMAN e NEWMAN (eq. 3.22) e MANDER et al. (eq. 3.28), conforme figura 3.8 . Capítulo 3 – Análise teórica 76 200 180 160 tensão axial (MPa) 140 120 100 Richart et al. 80 Newman & Newman 60 CEB Mander et al. 40 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 3.8 – comparação entre as superfícies de ruptura do concreto ( fc = 30 MPa) no estado triaxial de tensões Enquanto que pela expressão de RICHART et al. a máxima resistência do concreto confinado aumenta linearmente com o aumento da pressão de confinamento, o mesmo não ocorre com os outros modelos. A expressão de MANDER et al., por exemplo, fornece valores de fcc menores a partir de σl / fc em torno de 0,3 o que já considerado uma relação muito elevada em se tratando de confinamento com aço. Entretanto, na utilização de materiais compósitos, esta relação pode ser facilmente obtida, fazendo com que a partir deste ponto os modelos de confinamento passivo fundamentados na equação de MANDER et al. (SPOELSTRA e MONTI ; FAM e RIZKALLA) tornem-se conservadores na determinação de σc em relação àqueles baseados na expressão de RICHART et al. (FARDIS e KHALILI) . Capítulo 3 – Análise teórica 77 Relação tensão – deformação para o estado triaxial do concreto De acordo com o código modelo CEB –FIP (1990), as deformações principais ε1 = ε2 = εl e ε3 = εc devido ao estado triaxial de tensões podem ser estimadas pelas seguintes equações constitutivas: ε1 = 1 [σ1 − ν csa (σ 2 + σ 3 )] E csa (3.75a) ε2 = 1 [σ 2 − ν csa (σ3 + σ1 )] E csa (3.75b) ε3 = 1 [σ3 − ν csa (σ1 + σ 2 )] E csa (3.75c) εl = 1 [σl − ν csa (σc + σl )] E csa (3.76a) εc = 1 [σc − 2ν csa σl ] E csa (3.76b) ou onde Ecsa é o atual módulo de elasticidade secante para diferentes níveis de tensões e νcsa é o correspondente coeficiente de Poisson, obtidos pelas seguintes equações: E csa E co E co E co E = − β sa − E cf + − β sa co − E cf 2 2 2 2 ν csa = ν co para βsa ≤ 0.8 ν csa = 0.36 − (0.36 − ν co ) (1 − (5β 1/ 2 2 2 − E cf β sa (3.77) (3.78) − 4) 2 sa ) para βsa > 0.8 (3.79) com βsa = σ3 / σ3f E cf = E sec 1 + 4 [ (E co / E sec ) − 1 ] ζ (3.80a) para ζ > 0 (3.80b) Capítulo 3 – Análise teórica para ζ ≤ 0 Ecf = Esec ζ= J 2f f cm 78 − (3.80c) 3 3 (3.80d) onde σ3f é a máxima resistência do concreto para uma dada tensão lateral σl e J2f calculado pela eq. 3.73e substituindo-se σ3 por σ3f . Para compararmos o modelo do CEB com um modelo de confinamento passivo por FRP, deve-se impor uma condição de compatibilidade entre a deformação lateral e a pressão lateral. Para tanto, isto pode ser conseguido por meio da seguinte iteração: 1o. passo: é fixado um valor para σl 2o. passo: toma-se o valor da tensão axial como sendo σc(i) = σc(i-1) + ∆ σc 3o. passo: calcula-se Ecsa e νcsa (eq. 3.77 e 3.78) 4o. passo: calcula-se εl (eq. 3.76a) 5o. passo: condição de compatibilidade: ε l = 2σ l ? E f ρf SIM calcula-se εc (eq. 3.76b) e retorna ao passo no. 1 NÃO retorna ao passo no. 2 No passo no. 2 o valor de σc é limitado ao valor de ruptura, determinado pela eq. 3.72 . Observou-se que dependendo dos valores adotados para as propriedades do compósito, bem como a espessura da fibra e o diâmetro do pilar, a compatibilidade entre εl e σl não acontece, ou seja, o valor de σc necessário para que se caracterize um confinamento passivo ultrapassa a superfície de ruptura. Esta diferença foi constatada como sendo muito pequena, mas o suficiente para interromper a construção da curva utilizando as equações para o estado triaxial. Também foi notado que quando ela é satisfeita, os valores de σc são muito próximos aos de fcc, ao longo de toda a curva. A comparação do modelo proposto pelo CEB foi feita com o modelo de SPOELSTRA e MONTI para uma dada configuração geométrica e de propriedades dos materiais, conforme figuras 3.9 e 3.10 Capítulo 3 – Análise teórica 79 160 140 tensão axial (MPa) 120 100 80 CEB Spoelstra & Monti 60 fc = 30 MPa D = 15 cm ff = 3500 MPa Ef = 230 GPa tf = 0.8 mm 40 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 3.9 – evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI em comparação ao modelo proposto pelo CEB, mantendo-se os mesmos valores de deformações laterais. 0,08 0,07 deformação axial (mm/mm) 0,06 0,05 0,04 CEB 0,03 Spoelstra & Monti fc = 30 MPa D = 15 cm ff = 3500 MPa Ef = 230 GPa tf = 0.8 mm 0,02 0,01 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 3.10 – Evolução da deformação axial em função da tensão lateral segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI em comparação ao modelo proposto pelo CEB, mantendo-se os mesmos valores de deformações laterais. Capítulo 3 – Análise teórica 80 Ao contrário da figura 3.8 que refere-se a superfícies de ruptura, as figuras 3.9 e 3.10 traduzem o comportamento de um pilar carregado axialmente e submetido a tensões de confinamento passivo. Observa-se uma diferença expressiva entre os modelos na evolução de εc quando comparado com os valores de σc ( para σl / fc < 0,3 ). Isto vai de encontro aos resultados dos ensaios experimentais de IMRAN e PANTAZOPOULOU (1996) , que estudaram o comportamento de cilindros de concreto em uma câmara triaxial considerando diferentes “caminhos” de aplicação de σc e σl . Os resultados mostraram que a resistência do concreto praticamente independe do tipo do caminho adotado, o mesmo não acontecendo com as deformações. 3.6 – Seções retangulares confinadas com FRP Assim como nas seções circulares, os pilares de seções retangulares também podem ser reforçados com FRP, conforme esquematizado na figura 3.11 . Lx R θ Ly Acu Ae w 'y w 'x Figura 3.11 – típica seção retangular confinada com FRP Enquanto que podemos considerar uma eficiência de 100% (ke = 1) para as seções circulares, nas seções retangulares haverá uma perda de eficiência devido à sua geometria. Diferentemente do confinamento por estribos, a área do núcleo confinado Ac é simplesmente a área da seção, podendo ser calculada pela expressão 3.80 . Ac = Lx Ly –R2 ( 4 - π ) (3.80) Capítulo 3 – Análise teórica 81 Considerando que a delimitação da área efetivamente confinada Ae seja formada por arcos de parábolas com θ = 45° , tem-se: w ' 2x + w ' 2y Ae = LxLy − + R 2 (4 − π) 3 (3.81) onde a área do concreto não confinado Acu é obtida pela diferença entre estas duas áreas. As pressões efetivas médias de confinamento nas direções x e y são obtidas através do equilíbrio dos esforços, sendo dadas por f lxe = 2t f f f ke Ly e f lye = 2t f f f ke Lx (3.82a, b) Convencionado o lado maior como sendo Lx, a resistência do concreto confinado pode ser obtida pela seguinte expressão (WANG e RESTREPO, 2001): fcc = fc α1 α2 α1 = −1.254 + 2.254 1 + (3.83a) 7.94f lxe f − 2 lxe fc fc 2 f f lye f l ye α 2 = 1.4 − 0.6 − 0.8 lxe + 1 f lxe fc f lxe (3.83b) (3.83c) Se flxe = flye tem-se α2 = 1, o que nos leva à equação de MANDER et al. A taxa de fibra que representa a relação entre os volumes de fibra e concreto pode ser expressa da seguinte forma: Capítulo 3 – Análise teórica ρf = [2(w'x + w 'y )+ 2πR ] t f Ac 82 = ( 2t f L x + L y + πR − 4R ) L x L y − R 2 (4 − π ) (3.84) Para as seções sem os cantos arredondados (R=0), teremos: ρf = 2 t f (L x + Ly) LxLy (3.85) Conhecendo-se a relação entre os lados a taxa de fibra, obtém-se as relações tf / Lx e tf / Ly, necessárias para o cálculo das pressões laterais (eq. 3.82a, b). Para as seções com R ≠ 0, torna-se necessário o conhecimento de um de seus lados. Como não ocorre o confinamento em toda a seção, torna-se mais interessante avaliar o aumento da carga última do pilar a considerar a relação entre as resistências do concreto confinado e não confinado. Sendo assim, temos: Pu = fc Ac (pilar não confinado) Puc = fc Acu + fcc Ae (pilar confinado) (3.86) (3.87) Com base nas formulações apresentadas, foram desenvolvidos gráficos que traduzem a eficiência do confinamento por FRP em pilares de seção retangular. As figuras 3.12 a 3.19 referem-se a pilares com fc = 20 e 40 MPa , com seções entre 20 x 20 a 40 x 160 cm , confinadas com compósitos de fibras de carbono (ff = 3500 MPa e Ef = 230 GPa). Foi fixado também R=3 cm, em virtude das armaduras apresentarem um cobrimento em torno de 2 cm. Observa-se que a eficiência do confinamento diminui com o aumento da resistência do concreto não confinado; o aumento da relação entre os lados da seção transversal; a redução do raio nas quinas da seção; Capítulo 3 – Análise teórica 83 45 fc = 20 MPa ff = 3500 MPa 40 Ef = 230 GPa aumento da carga última (%) 35 E Z = IO A R 30 Ly 25 Lx 20 ρf = 15 volume de fibra volume de concreto 10 0,20% 0,40% 5 0,60% 0,80% 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 1,00% 4 Lx / Ly Figura 3.12 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa 100 fc = ff = 3500 MPa 90 Ef = 80 aumento da carga última (%) 20 MPa 230 GPa 70 60 Ly = 40 50 Lx 40 ρf = 30 20 volume de fibra volume de concreto 0,20% 0,40% 10 0,60% 0,80% 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 1,00% Lx / Ly Figura 3.13 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa e Ly=40. Capítulo 3 – Análise teórica 84 120 fc = 20 MPa ff = 3500 MPa Ef = aumento da carga última (%) 100 230 GPa 80 Ly = 30 60 Lx 40 ρf = volume de fibra volume de concreto 20 0,20% 0,40% 0,60% 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 0,80% 4 1,00% Lx / Ly Figura 3.14 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa e Ly=30. 140 fc = 20 MPa ff = 3500 MPa aumento da carga última (%) 120 Ef = 230 GPa 100 Ly = 20 80 Lx 60 ρf = 40 volume de fibra volume de concreto 0,20% 20 0,40% 0,60% 0 0,80% 1 1,5 2 2,5 Lx / Ly 3 3,5 4 1,00% Figura 3.15 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa e Ly=20. Capítulo 3 – Análise teórica 85 30 fc = 40 MPa ff = 3500 MPa aumento da carga última (%) 25 Ef = 230 GPa E Z = IO A R 20 Ly Lx 15 ρf = 10 volume de fibra volume de concreto 0,20% 5 0,40% 0,60% 0,80% 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 1,00% 4 Lx / Ly Figura 3.16 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa 60 fc = 40 MPa ff = 3500 MPa Ef = 230 GPa aumento da carga última (%) 50 40 Ly = 40 30 Lx 20 ρf = volume de fibra volume de concreto 0,20% 10 0,40% 0,60% 0,80% 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 1,00% Lx / Ly Figura 3.17 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa e Ly=40. Capítulo 3 – Análise teórica 86 70 fc = 60 aumento da carga última (%) 40 MPa ff = 3500 MPa Ef = 230 GPa 50 Ly = 30 40 Lx 30 volume de fibra volume de concreto ρf = 20 0,20% 10 0,40% 0,60% 0,80% 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 1,00% Lx / Ly Figura 3.18 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa e Ly=30 90 fc = 40 MPa ff = 3500 MPa 80 Ef = 230 GPa aumento da carga última (%) 70 60 Ly = 20 50 Lx 40 30 ρf = 20 volume de fibra volume de concreto 0,20% 0,40% 10 0,60% 0,80% 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 1,00% Lx / Ly Figura 3.19 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa e Ly=20. Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 87 Capítulo 4 ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE PILARES REFORÇADOS COM FRP 4.1 – Pilares de seção circular Nos últimos anos, vários pesquisadores estudaram o comportamento de pilares de seção circular através da execução de ensaios do tipo tensão x deformação com o objetivo de se avaliar o acréscimo de resistência e ductilidade incorporadas ao elemento estrutural. De um modo geral a formatação dos experimentos, incluindo a moldagem dos corpos de prova e posterior aplicação do compósito, seguiram um procedimento padrão, e os resultados obtidos mostraram-se compatíveis com o comportamento esperado. A seguir serão apresentados alguns destes estudos selecionados na revisão da literatura. AIRE et al. (2001) ensaiaram corpos de prova cilíndricos com dimensões 15 x 30 cm confinados com fibra de vidro e carbono. Duas classes de resistência do concreto foram consideradas: a classe C-30 (fck = 30MPa) representando um concreto normal e a classe C-60 (fck = 60 MPa) representando um concreto de alta resistência. Os corpos de prova (CPs) C-30 foram ensaiados após 222 dias, e os da Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 88 classe C-60 após 195 dias. As propriedades mecânicas das fibras de carbono e vidro utilizadas bem como suas respectivas espessuras encontram-se na tabela 4.1 . Tabela 4.1 – características das fibras utilizadas nos ensaios de AIRE et al. Característica das fibras Fibra de carbono Fibra de vidro 0,117 0,149 Módulo de elasticidade (GPa) 240 65 Resistência (MPa) 3900 3000 Deformação última (%) 1,55 4,3 Espessura (mm) A numeração dos CPs indicando o tipo de fibra e o número de camadas de confinamento encontra-se especificada na tabela 4.2 . Tabela 4.2 – caracterização dos CPs utilizados nos ensaios (AIRE et al.) concreto C30 C60 corpo de prova C30-C1 C30-C3 C30-C6 C30-G1 C30-G3 C30-G6 C60-C1 C60-C3 C60-C6 C60-C9 C60-C12 C60-G1 C60-G3 C60-G6 C60-G9 C60-G12 tipo de fibra no. de camadas carbono vidro carbono vidro 1 3 6 1 3 6 1 3 6 9 12 1 3 6 9 12 Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 89 A figura 4.1 mostra as etapas de preparação dos CPs referentes a este ensaio. (a) preparação da superfície (b) preparação da resina epoxídica (c) preparação do FRP (d) aplicação de nova camada (e) envolvimento do CP (f) CP pronto para o ensaio Figura 4.1 –procedimento de preparação de corpo de prova confinado por FRP (AIRE et al, 2001) Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 90 Na aplicação das camadas, foi adotada uma sobreposição (overlap) de 15 cm do tecido de FRP como ancoragem. Os CPs foram ensaiados em uma máquina servocontroladora com velocidade constante de 0,005 mm/s do atuador hidráulico. O carregamento foi aplicado somente na superfície do concreto que foi previamente polida com disco de diamante, evitando o contato com o tecido de FRP. As deformações axial e lateral foram obtidas por meio da aplicação de 3 strain-gages posicionados à meia altura dos CPs em cada direção. Também foi prevista a instalação de LVDTs para medir o deslocamento entre os pratos, necessário quando não ocorrer a ruptura instantânea do tecido (figura 4.2) . Figura 4.2 – instrumentação do corpo de prova (AIRE et al., 2001) Em todos os CPs, o estado limite último de tensão e deformação foi caracterizado pela ruptura do tecido de FRP, ocorrida de modo explosivo e repentino, principalmente nos CPs com múltiplas camadas, tendo um efeito menos atenuante no caso das fibras de vidro em relação às de carbono. O autor também destaca o fato de uma fina camada de concreto ter permanecido junto ao compósito, indicando a ocorrência de uma boa aderência entre eles. As curvas tensão x deformação obtidas dos ensaios estão representadas nas figuras 4.3 a 4.6 , e os respectivos valores encontram-se na tabela 4.3 . Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 91 100 90 80 tensão (MPa) 70 60 50 40 C30-G1 30 C30-G3 C30-G6 20 não confinado 10 0 -0,02 deformação lateral (mm/mm) -0,015 -0,01 -0,005 deformação axial (mm/mm) 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 Figura 4.3 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.) 120 100 tensão (MPa) 80 60 C30-C1 40 C30-C3 C30-C6 não confinado 20 deformação lateral (mm/mm) 0 -0,015 -0,01 -0,005 deformação axial (mm/mm) 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 4.4 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.) Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 92 180 160 140 tensão (MPa) 120 100 C60-G1 80 C60-G3 C60-G6 60 C60-G9 C60-G12 40 não confinado 20 deformação lateral (mm/mm) 0 -0,015 -0,01 deformação axial (mm/mm) -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 Figura 4.5 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.) 250 tensão (MPa) 200 150 C60-C1 C60-C3 100 C60-C6 C60-C9 C60-C12 50 não confinado (ensaio) 0 -0,015 deformação lateral (mm/mm) -0,01 -0,005 deformação axial (mm/mm) 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 Figura 4.6 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.) Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 93 Tabela 4.3 – quadro geral dos resultados dos ensaios de AIRE et al. Concreto no. CP fc (MPa) ε co Confinamento (%) fl (MPa) fl fc Resultados do ensaio f cc f cc fc (MPa) ε cc ε l ,máx ε l,máx (%) ε cc ε co (%) ε fu C30-C1 42 0,24 6,08 0,14 46 1,1 1,10 4,6 0,95 0,58 C30-C3 42 0,24 18,25 0,43 77 1,8 2,26 9,4 1,05 0,65 C30-C6 42 0,24 36,50 0,87 108 2,6 3,23 13,5 1,06 0,65 C30-G1 42 0,24 5,96 0,14 41 1,0 0,73 3,0 0,55 0,12 C30-G3 42 0,24 17,88 0,43 61 1,5 1,74 7,3 1,3 0,28 C30-G6 42 0,24 35,76 0,85 85 2,0 2,50 10,4 1,1 0,24 C60-C1 69 0,24 6,08 0,09 94 1,4 0,28 1,2 0,09 0,06 C60-C3 69 0,24 18,25 0,26 99 1,4 1,01 4,2 1,03 0,63 C60-C6 69 0,24 36,50 0,53 156 2,3 1,60 6,7 1,08 0,66 C60-C9 69 0,24 54,76 0,79 199 2,9 2,21 9,2 1,19 0,73 C60-C12 69 0,24 73,01 1,06 217 3,1 1,96 8,2 0,84 0,52 C60-G1 69 0,24 5,96 0,09 79 1,1 0,47 2,0 0,62 0,13 C60-G3 69 0,24 17,88 0,26 81 1,2 0,78 3,3 0,74 0,16 C60-G6 69 0,24 35,76 0,52 107 1,6 1,24 5,2 1,1 0,24 C60-G9 69 0,24 53,64 0,78 137 2,0 1,42 5,9 1,05 0,23 C60-G12 69 0,24 71,52 1,04 170 2,5 1,42 5,9 1,11 0,24 NANNI e BRADFORD (1995) conduziram seus ensaios com CPs cilíndricos de concreto com dimensões 15 x 30 cm, utilizando compósitos de fibras de aramida e vidro como elementos confinantes. Os primeiros foram utilizados em forma de espiral, com passo de 2,5 e 5 cm , enquanto que as fibras de vidro em formato de fita envolveram os CPs continuamente cobrindo toda sua superfície. Também foi utilizado um FRP misto, resultado da sobreposição de tecidos de fibras de vidro e aramida. As características destes materiais encontram-se na tabela resultados dos ensaios na tabela 4.5 . 4.4 e os Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 94 Tabela 4.4 – características das fibras utilizadas nos ensaios de NANNI e BRADFORD Fibra de aramida Fibra de vidro FRP vidro + aramida Módulo de elasticidade (GPa) 127,5 72,59 20,69 Resistência (MPa) 2640 3240 413,7 2,4 4,5 2,0 a 3,0 Característica das fibras Deformação última (%) Tabela 4.5 – quadro geral dos resultados dos ensaios de NANNI e BRADFORD FRP Área de fibra por unidade de largura (mm2/cm) aramida aramida aramida vidro vidro vidro vidro+aramida 3,7 7,7 10,3 6 12 24 24 fc (MPa) 35,6 35,6 35,6 36,3 36,3 36,3 45,5 εcc médio (%) 0,60 2,96 1,45 2,95 3,80 5,07 1,49 fcc médio (MPa) 39,6 41,5 46,3 60,1 83,0 106,6 65,3 O aspecto da curva tensão x deformação foi o esperado, porém os diferentes arranjos dos compósitos resultaram em modos de ruptura diferenciados. Para os CPs confinados com espirais de fibras de aramida, o passo da espiral foi um fator decisivo na determinação do modo de ruptura, uma vez que a eficiência do confinamento diminui com o aumento do passo da espiral, mesmo mantendo-se constante a taxa de fibra. Para os CPs confinados com espirais com passo igual a 2,5 , a ruptura deu-se no compósito. Entretanto, a aumento do passo para 5 cm resultou em ruptura do concreto por cisalhamento no cone (fig. 4.7a). O modo de ruptura dos CPs confinados com fitas de fibra de vidro ocorreu devido à ruptura por tração do compósito de GFRP (fig. 4.7b), enquanto que na utilização do FRP formado por compósitos diferentes ele foi caracterizado pela ruptura por tração do compósito na região de transpasse dos tecidos (fig. 4.7c). Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP ( a ) fibra de aramida 95 ( b ) fibra de vidro ( c ) fibra de vidro + aramida Figura 4.7 – modos de ruptura dos CPs ensaiados por NANNI e BRADFORD Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 96 4.2 – Pilares de seção retangular WANG e RESTREPO (2001) ensaiaram pilares de concreto armado de seção retangular e quadrada confinados com 2 ou 6 camadas de fibra de vidro, com ff = 375 MPa, Ef = 20,5 GPa e espessura 1,27 mm (uma camada). Os pilares de seção quadrada 300 x 300 mm constituíram a série CS, e os de seção retangular 300 x 450 mm constituíram a série CR (figura 4.8). SEÇÃO TRANSVERSAL 300 240 300 30 30 240 300 0 10 30 0 10 30 300 240 195 195 SEÇÃO LONGITUDINAL chapa de aço 180 32 180 180 900 180 180 180 900 32 chapa de aço solda 180 180 solda 180 180 40 40 chapa de aço chapa de aço Figura 4.8 – configuração dos pilares ensaiados por WANG e RESTREPO (2001) Todos os pilares ensaiados possuíam armadura longitudinal (fy = 439 MPa e Es = 200 GPa) igual a 4 φ 20mm para a série CS e 6 φ 20mm para a série CR, e armadura transversal (fy = 365 MPa e Es = 203 GPa) igual a φ 10mm c/ 180mm , Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP 97 incluindo os CPs não confinados, que apresentaram σc = 18,9 MPa para εc = 0,2 % . As seções também tiveram seus cantos arredondados com raio igual a 30 mm . Os resultados dos ensaios são mostrados nas figuras 4.9 e 4.10 . 4500 4000 carga axial (KN) 3500 3000 Lx = 30 cm; Ly = 30 cm; raio = 3 cm As longitudinal = 4 φ 20 (fy=439 Mpa) As transversal = φ 10 c/ 18 (fy=365 MPa) fc = 18,9 MPa ff = 375 MPa t f = 7,62 mm Ef = 20,5 GPa 2500 2000 1500 série CS0 (não confinado) série CS2 (2 camadas de GFRP) 1000 série CS6 (6 camadas de GFRP) 500 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,05 Figura 4.9 – desempenho dos pilares de seção quadrada confinados com GFRP (WANG e RESTREPO, 2001) 5000 4500 4000 carga axial (KN) 3500 3000 2500 Lx = 45 cm; Ly = 30 cm; raio = 3 cm As longitudinal = 6 φ 20 (fy=439 Mpa) As transversal = φ 10 c/ 18 (fy=365 MPa) fc = 18,9 MPa ff = 375 MPa t f = 7,62 mm Ef = 20,5 GPa 2000 1500 1000 CR0 (não confinado) CR2 (2 camadas de GFRP) 500 CR6 (6 camadas de GFRP) deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 Figura 4.10 – desempenho dos pilares de seção retangular confinados com GFRP (WANG e RESTREPO, 2001) Capítulo 5 – Análise dos resultados 98 Capítulo 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5.1 -Comparação dos resultados experimentais com os modelos de confinamento Neste capítulo, os resultados obtidos dos ensaios e que foram mostrados no capítulo 4 serão comentados e comparados aos modelos de confinamento, dando ênfase às principais características observadas através da análise dos comportamentos teórico e experimental. 5.1.1 – Pilares de seção circular Foram escolhidos 3 modelos de confinamento para serem comparados aos resultados dos ensaios de AIRE et al. , sendo eles: SAMAAN et al, SPOELSTRA & MONTI e FAM & RIZKALLA. Temos portanto um modelo empírico e os dois últimos considerados modelos analíticos. As comparações serão feitas graficamente, sendo em seguida apresentadas as análises e comentários. 5.1.1.1 – Comportamento tensão x deformação Capítulo 5 – Análise dos resultados 99 160 Saadatmanesh et al. (1994) Samaan et al. Spoelstra & Monti Fam & Rizkalla (1998) (1999) (2001) 140 120 tensão (MP a) 100 80 60 40 20 deformação axial (%) 1 camada 3 camadas 6 camadas Figura 5.1 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de não confinado (CEB) prova C30-G1 a G6 (Aire et al, 2001) 9,12% 8,11% 7,09% 6,08% 5,07% 4,05% 3,04% 2,03% 1,01% 0,00% 9,12% 8,11% 7,09% 6,08% 5,07% 4,05% 3,04% 2,03% 1,01% 0,00% 9,12% 8,11% 7,09% 6,08% 5,07% 4,05% 3,04% 2,03% 1,01% 0,00% 9,12% 8,11% 7,09% 6,08% 5,07% 4,05% 3,04% 2,03% 1,01% 0,00% 0 Capítulo 5 – Análise dos resultados 100 140 120 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) tensão (MPa) 100 6 camadas (Samaan et al.) C30-G1 80 C30-G3 C30-G6 60 não confinado (ensaio) 40 não confinado (CEB) 20 0 -0,06 deformação radial (mm/mm) -0,04 -0,02 deformação axial (mm/mm) 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 Figura 5.2 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al., 2001 (C30-G1 a G6) 140 120 1 camada (Spoelstra & Monti) 100 tensão (MPa) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 6 camadas (Spoelstra & Monti) 80 C30-G1 C30-G3 60 C30-G6 não confinado (ensaio) 40 não confinado (CEB) 20 0 -0,06 deformação radial (mm/mm) -0,04 -0,02 deformação axial (mm/mm) 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 Figura 5.3 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 101 160 140 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 120 6 camadas (Fam & Rizkalla) tensão (MPa) 100 C30-G1 C30-G3 80 C30-G6 não confinado (ensaio) 60 não confinado (CEB) 40 20 0 -0,06 deformação radial (mm/mm) -0,04 -0,02 deformação axial (mm/mm) 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 Figura 5.4 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 102 160 Saadatmanesh et al. (1994) Samaan et al. Spoelstra & Monti Fam & Rizkalla (1998) (1999) (2001) 140 120 80 60 40 20 3,65% 3,24% 2,84% 2,43% 2,03% 1,62% 1,22% 0,81% 0,41% 0,00% 3,65% 3,24% 2,84% 2,43% 2,03% 1,62% 1,22% 0,81% 0,41% 0,00% 3,65% 3,24% 2,84% 2,43% 2,03% 1,62% 1,22% 0,81% 0,41% 0,00% 3,65% 3,24% 2,84% 2,43% 2,03% 1,62% 1,22% 0,81% 0,41% 0 0,00% tensão (MPa) 100 deformação axial (%) 1 camada 3 camadas 6 camadas não confinado (CEB) Figura 5.5 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al., 2001) Capítulo 5 – Análise dos resultados 103 160 140 120 tensão (MPa) 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 100 6 camadas (Samaan et al.) 80 C30-C1 C30-C3 60 C30-C6 não confinado (ensaio) 40 não confinado (CEB) 20 0 -0,03 deformação radial (mm/mm) -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.6 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) 160 140 1 camada (Spoelstra & Monti) 120 3 camadas (Spoelstra & Monti) tensão (MPa) 100 6 camadas (Spoelstra & Monti) C30-C1 80 C30-C3 60 C30-C6 não confinado (ensaio) 40 não confinado (CEB) 20 0 -0,03 deformação radial (mm/mm) -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.7 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 104 160 140 120 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) tensão (MPa) 100 80 C30-C1 C30-C3 60 C30-C6 não confinado (ensaio) não confinado (CEB) 40 20 0 -0,03 deformação radial (mm/mm) -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.8 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 105 300 Saadatmanesh et al. (1994) Spoelstra & Monti Samaan et al. Fam & Rizkalla (1999) (1998) (2001) 250 150 100 50 deformação axial (%) 1 camada 3 camadas 6 camadas 9 camadas 12 camadas não confinado (CEB) Figura 5.9 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al., 2001) 5,47% 4,86% 4,26% 3,65% 3,04% 2,43% 1,82% 1,22% 0,61% 0,00% 5,47% 4,86% 4,26% 3,65% 3,04% 2,43% 1,82% 1,22% 0,61% 0,00% 5,47% 4,86% 4,26% 3,65% 3,04% 2,43% 1,82% 1,22% 0,61% 0,00% 5,47% 4,86% 4,26% 3,65% 3,04% 2,43% 1,82% 1,22% 0,61% 0 0,00% tensão (MPa) 200 Capítulo 5 – Análise dos resultados 106 250 225 200 tensão (MPa) 175 150 125 100 75 50 25 deformação lateral (mm/mm) 0 -0,06 -0,05 -0,04 -0,03 -0,02 deformação axial (mm/mm) -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 (a) 200 180 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 6 camadas (Samaan et al.) 9 camadas (Samaan et al.) 12 camadas (Samaan et al.) C60-G1 160 tensão (MPa) 140 120 C60-G3 100 C60-G6 80 C60-G9 C60-G12 60 não confinado (ensaio) não confinado (CEB) 40 20 0 -0,015 deformação lateral (mm/mm) -0,01 -0,005 deformação axial (mm/mm) 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 (b) Figura 5.10 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 107 250 225 200 175 tensão (MPa) 150 125 100 75 50 25 deformação lateral (mm/mm) 0 -0,06 -0,05 -0,04 -0,03 -0,02 deformação axial (mm/mm) -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 (a) 200 1 camada (Spoelstra & 3 camadas (Spoelstra & 6 camadas (Spoelstra & 9 camadas (Spoelstra & 12 camadas (Spoelstra & C60-G1 180 160 tensão (MPa) 140 120 Monti) Monti) Monti) Monti) Monti) C60-G3 100 C60-G6 80 C60-G9 60 C60-G12 40 não confinado (ensaio) não confinado (CEB) 20 0 -0,015 deformação lateral (mm/mm) -0,01 -0,005 deformação axial (mm/mm) 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 (b) Figura 5.11 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 108 250 225 200 tensão (MPa) 175 150 125 100 75 50 25 0 -0,06 deformação lateral (mm/mm) -0,05 -0,04 -0,03 -0,02 deformação axial (mm/mm) -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 (a) 200 180 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 9 camadas (Fam & Rizkalla) 12 camadas (Fam & Rizkalla) C60-G1 160 tensão (MPa) 140 120 100 C60-G3 C60-G6 80 C60-G9 C60-G12 60 não confinado (ensaio) não confinado (CEB) 40 20 deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm) 0 -0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 (b) Figura 5.12 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 109 300 Saadatmanesh et al. (1994) Spoelstra & Monti Samaan et al. Fam & Rizkalla (1999) (1998) (2001) 250 150 100 50 2,74% 2,43% 2,13% 1,82% 1,52% 1,22% 0,91% 0,61% 0,30% 0,00% 2,74% 2,43% 2,13% 1,82% 1,52% 1,22% 0,91% 0,61% 0,30% 0,00% 2,74% 2,43% 2,13% 1,82% 1,52% 1,22% 0,91% 0,61% 0,30% 0,00% 2,74% 2,43% 2,13% 1,82% 1,52% 1,22% 0,91% 0,61% 0,30% 0 0,00% tensão (MPa) 200 deformação axial (%) 1 camada 3 camadas 6 camadas 9 camadas 12 camadas não confinado (CEB) Figura 5.13 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al., 2001) Capítulo 5 – Análise dos resultados 110 300 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 6 camadas (Samaan et al.) 9 camadas (Samaan et al.) 12 camadas (Samaan et al.) C60-C1 250 tensão (MPa) 200 150 C60-C3 C60-C6 C60-C9 100 C60-C12 não confinado (ensaio) não confinado (CEB) 50 0 -0,03 deformação lateral (mm/mm) -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 Figura 5.14 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) 300 1 camada (Spoelstra & 3 camadas (Spoelstra & 6 camadas (Spoelstra & 9 camadas (Spoelstra & 12 camadas (Spoelstra & C60-C1 250 tensão (MPa) 200 Monti) Monti) Monti) Monti) Monti) C60-C3 150 C60-C6 C60-C9 100 C60-C12 não confinado (ensaio) não confinado (CEB) 50 deformação lateral (mm/mm) 0 -0,03 -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 Figura 5.15 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 111 300 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 9 camadas (Fam & Rizkalla) 12 camadas (Fam & Rizkalla) C60-C1 250 tensão (MPa) 200 C60-C3 150 C60-C6 C60-C9 100 C60-C12 não confinado (ensaio) não confinado (CEB) 50 0 -0,03 deformação lateral (mm/mm) -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 Figura 5.16 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) Comentários sobre os resultados experimentais: Os resultados mostraram que: A ruptura no elemento confinante deu-se de forma prematura, em média de 56% (εl,max / εfu = 0,56) para as fibras de carbono contra 21% registrado para as fibras de vidro, não havendo uma diferença expressiva entre os valores de εl,max independente do número de camadas; O ponto de mudança de inclinação da curva tensão x deformação em geral é o mesmo para a série C-30 independente do número de camadas, o mesmo não acontecendo para os CPs da série C-60 (concreto de alto desempenho); O ganho de resistência percentual foi maior para a série C-30 em relação à serie C-60, para a mesma quantidade de camadas; As curvas mostraram um esperado aspecto bi-linear, com a ocorrência de trechos descendentes para os CPs confinados com fibras de vidro; Capítulo 5 – Análise dos resultados 112 O ganho de ductilidade, expresso pela relação εcc / εco foi mais expressivo para a série C-30 em relação aos CPs da série C-60; Todas as curvas acompanharam o trecho ascendente do comportamento tensão x deformação do concreto não confinado, evidenciando que praticamente não há uma pressão de confinamento durante a fase elástica do concreto, seja para qualquer espessura de compósito considerada, em virtude de o concreto apresentar deformações laterais muito reduzidas; Comentários sobre os modelos de confinamento: SAMAAN et al: o modelo obteve um bom desempenho na série C-30 (fig. 5.2 e 5.6), porém subestimou os valores de tensão na série C-60 (fig. 5.10 e 5.14), independente do tipo do FRP. Observa-se que o critério de interrupção do modelo não está vinculado à deformação última do compósito. Segundo o modelo, os valores de εcc aumentam com o aumento de ρf , ao contrário dos valores últimos de deformação lateral; SPOELSTRA e MONTI: graficamente, este modelo analítico não é exatamente do tipo bi-linear, apresentando um formato curvo, diferentemente do observado nos resultados experimentais. Diferentemente do modelo anterior, a interrupção da curva acontece exatamente na deformação última do elemento confinante. Mostrou-se ser um modelo equilibrado, tanto na série C-30 quanto na série C-60, obtendo melhores resultados para εc < 0,01. FAM e RIZKALLA: típico modelo bi-linear . Juntamente com o modelo de Spoelstra, foi capaz de prever trechos descendentes do comportamento analisado, comprovados pelos resultados experimentais, como nas séries C30-G1 (fig. 5.4) e C60-G1 (fig. 5.12), de uma forma mais intensa que o modelo anterior. Notou-se um excelente ajuste na série C30-G1 a G6 (fig. 5.4), sendo a pior performance relacionada à série C60-G1 a G12 (fig. 5.12), onde igualmente ao modelo de Samaan et al gerou valores de tensões muito inferiores às registradas nos ensaios. Capítulo 5 – Análise dos resultados 113 SAADATMANESH et at.: mesmo ser ter sido comparado diretamente aos resultados experimentais, ele mostrou claramente superestimar valores de tensão para εc < 0,01 quando comparado aos demais modelos. Este fato foi mais intenso na série C30-C1 a C6 (fig. 5.5). Embora o modelo considere uma pressão de confinamento constante ao longo do percurso, é capaz de fornecer valores de fcc muito próximos aos dos modelos de Spoelstra e Rizkalla. 5.1.1.2 – Comportamento tensão axial x tensão lateral Através destes gráficos será possível analisar o comportamento dos pilares confinados com base nas tensões laterais, que será comparado ao critério de ruptura do concreto no estrado triaxial, comentado no capítulo 3, item 3.5 . Ao contrário dos gráficos anteriores, os resultados experimentais não foram plotados juntamente com os fornecidos pelos modelos de confinamento, evitando assim uma maior dificuldade de análise, tendo em vista o comportamento muito semelhante dos resultados teóricos e experimentais. Capítulo 5 – Análise dos resultados 114 100 90 80 tensão axial (MPa) 70 60 ruptura (CEB) 50 C30-G1 40 C30-G3 30 C30-G6 20 10 tensão radial (MPa) 0 0 2 4 6 8 10 12 Figura 5.17 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.) comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 140 120 tensão axial (MPa) 100 80 ruptura (CEB) 60 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 40 6 camadas (Samaan et al.) 20 tensão radial (MPa) 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Figura 5.18 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 115 200 180 160 tensão axial (MPa) 140 120 100 ruptura (CEB) 80 1 camada (Spoelstra & Monti) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 60 6 camadas (Spoelstra & Monti) 40 20 tensão radial (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 5.19 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C30-G1 a G6, comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 200 180 160 tensão axial (MPa) 140 120 100 ruptura (CEB) 80 1 camada (Fam & Rizkalla) 60 3 camadas (Fam & Rizkalla) 40 6 camadas (Fam & Rizkalla) 20 tensão radial (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 5.20 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente ao corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 116 160 140 tensão axial (MPa) 120 100 ruptura (CEB) 80 C30-C1 60 C30-C3 C30-C6 40 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 Figura 5.21 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 140 120 tensão axial (MPa) 100 80 ruptura (CEB) 60 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 40 6 camadas (Samaan et al.) 20 tensão lateral (MPa) 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Figura 5.22 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 117 200 180 160 tensão axial (MPa) 140 120 100 ruptura (CEB) 80 1 camada (Spoelstra & Monti) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 60 6 camadas (Spoelstra & Monti) 40 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 5.23 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 200 180 160 tensão axial (MPa) 140 120 100 ruptura (CEB) 80 1 camada (Fam & Rizkalla) 60 3 camadas (Fam & Rizkalla) 40 6 camadas (Fam & Rizkalla) 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 5.24 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 118 180 160 140 tensão axial (MPa) 120 ruptura (CEB) 100 C60-G1 C60-G3 80 C60-G6 C60-G9 60 C60-G12 40 20 tensão lateral (MPa) 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Figura 5.25 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 220 200 180 tensão axial (MPa) 160 140 120 ruptura (CEB) 100 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 80 6 camadas (Samaan et al.) 60 9 camadas (Samaan et al.) 12 camadas (Samaanet al.) 40 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 5.26 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 119 350 300 tensão axial (MPa) 250 200 ruptura (CEB) 1 camada (Spoelstra & Monti) 150 3 camadas (Spoelstra & Monti) 6 camadas (Spoelstra & Monti) 100 9 camadas (Spoelstra & Monti) 12 camadas (Spoesltra & Monti) 50 tensão lateral (MPa) 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Figura 5.27 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 350 300 tensão axial (MPa) 250 200 ruptura (CEB) 1 camada (Fam & Rizkalla) 150 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 9 camadas (Fam & Rizkalla) 100 12 camadas (Fam & Rizkalla) 50 tensão lateral (MPa) 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Figura 5.28 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 120 240 220 200 180 tensão axial (MPa) 160 ruptura (CEB) 140 C60-C1 120 C60-C3 100 C60-C6 80 C60-C9 60 C60-C12 40 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Figura 5.29 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 200 180 160 tensão axial (MPa) 140 120 100 ruptura (CEB) 1 camada (Samaan et al.) 80 3 camadas (Samaan et al.) 6 camadas (Samaan et al.) 60 9 camadas (Samaan et al.) 40 12 camadas (Samaanet al.) 20 tensão lateral (MPa) 0 0 5 10 15 20 25 30 Figura 5.30 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 121 300 250 tensão axial (MPa) 200 150 ruptura (CEB) 1 camada (Spoelstra & Monti) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 100 6 camadas (Spoelstra & Monti) 9 camadas (Spoelstra & Monti) 12 camadas (Spoesltra & Monti) 50 tensão lateral (MPa) 0 0 10 20 30 40 50 60 70 Figura 5.31 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) 300 250 tensão axial (MPa) 200 ruptura (CEB) 150 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 100 9 camadas (Fam & Rizkalla) 12 camadas (Fam & Rizkalla) 50 tensão lateral (MPa) 0 0 10 20 30 40 50 60 70 Figura 5.32 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB) Capítulo 5 – Análise dos resultados 122 Comentários sobre os resultados experimentais: Com relação à série C-30, os resultados mostraram um comportamento esperado, ficando o concreto confinado com fibra de vidro mais próximo do limite da ruptura em comparação ao confinamento com fibra de carbono (fig. 5.17 e 5.21). Observa-se que os níveis de tensões laterais só começam a aumentar consideravelmente quando σc ≅ fc . A partir deste ponto, uma nítida relação linear entre σc e σl é notada. Com relação à série C-60, ou seja, com concreto de alta resistência ( fc = 69 MPa) , notou-se um excedente de tensão axial em torno de 20% quando comparado ao modelo teórico do CEB, para a mesma pressão de confinamento (fig. 5.25 e 5.29). Esta fato também está relacionado à observação feita na análise do comportamento tensão x deformação destacando o fato de o ponto de inclinação da rampa não acontecer em torno de fc para as várias espessuras consideradas. Segundo AIRE et al, o modo de ruptura foi caracterizado pela ruptura por tração do compósito, e não no concreto. Comentários sobre os modelos de confinamento: SAMAAN et al.: dentre os modelos, foi o que apresentou um comportamento mais linear referente à relação σc / σl , principalmente com o confinamento por firbras de vidro (fig. 5.18 e 5.26). A precisão junto aos resultados dos ensaios é uma conseqüência do comportamento σc x εc . SPOELSTRA & MONTI e FAM & RIZKALLA: pelo fato de os modelos terem se baseado na equação de MANDER et al, o aspecto das curvas é muito semelhante ao comportamento descrito no capítulo 3 (item 3.5) e verificado na figura 3.8. Capítulo 5 – Análise dos resultados 123 5.1.1.3 - Evolução do coeficiente de Poisson 2,4 2,2 2 coefici ente de Poi sson 1,8 1,6 1 camada (Samaan et al.) 1,4 3 camadas (Samaan et al.) 1,2 6 camadas (Samaan et al.) C30-G1 1 C30-G3 0,8 C30-G6 0,6 0,4 0,2 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 Figura 5.33 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) Coefi ciente de Poisson 2,4 2,2 1 camada (Spoelstra & Monti) 2 3 camadas (Spoelstra & Monti) 1,8 6 camadas (Spoelstra & Monti) C30-G1 1,6 C30-G3 1,4 C30-G6 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 Deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 Figura 5.34 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 124 2,4 2,2 2 Coeficiente de Poisson 1,8 1 camada (Fam & Rizkalla) 1,6 3 camadas (Fam & Rizkalla) 1,4 6 camadas (Fam & Rizkalla) 1,2 C30-G1 1 C30-G3 0,8 C30-G6 0,6 0,4 0,2 Deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 Figura 5.35 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) 1,4 1,2 coeficiente de Poisson 1 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 0,8 6 camadas (Samaan et al.) C30-C1 0,6 C30-C3 C30-C6 0,4 0,2 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.36 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 125 1,4 1 camada (Spoelstra & Monti) 1,2 3 camadas (Spoelstra & Monti) 6 camadas (Spoelstra & Monti) Coeficiente de Poisson 1 C30-C1 C30-C3 0,8 C30-C6 0,6 0,4 0,2 Deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.37 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) 1,4 1,2 1 camada (Fam & Rizkalla) Coeficiente de Poisson 1 3 camadas (Fam & Rizkalla) 0,8 6 camadas (Fam & Rizkalla) C30-C1 0,6 C30-C3 C30-C6 0,4 0,2 Deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.38 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 126 3 2,5 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 6 camadas (Samaan et al.) 9 camadas (Samaan et al.) 12 camadas (Samaan et al.) C60-G1 coeficiente de Poisson C60-G3 C60-G6 2 C60-G9 C60-G12 1,5 1 0,5 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 5.39 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) 3 2,5 1 camada (Spoelstra & Monti) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 6 camadas (Spoelstra & Monti) 9 camadas (Spoelstra & Monti) 12 camadas (Spoelstra & Monti) coeficiente de Poisson C60-G1 C60-G3 2 C60-G6 C60-G9 C60-G12 1,5 1 0,5 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 5.40 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 127 3 2,5 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 9 camadas (Fam & Rizkalla) 12 camadas (Fam & Rizkalla) coeficiente de Poisson C60-G1 C60-G3 2 C60-G6 C60-G9 C60-G12 1,5 1 0,5 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 5.41 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) 1,8 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 6 camadas (Samaan et al.) 9 camadas (Samaan et al.) 12 camadas (Samaan et al.) C60-C1 1,6 coeficiente de Poisson 1,4 1,2 C60-C3 1 C60-C6 C60-C9 0,8 C60-C12 0,6 0,4 0,2 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 5.42 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12 Capítulo 5 – Análise dos resultados 128 1,8 1,6 1 camada (Spoelstra & 3 camadas (Spoelstra & 6 camadas (Spoelstra & 9 camadas (Spoelstra & 12 camadas (Spoelstra & C60-C1 coeficiente de Poisson 1,4 1,2 1 Monti) Monti) Monti) Monti) Monti) C60-C3 0,8 C60-C6 0,6 C60-C9 C60-C12 0,4 0,2 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 5.43 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) 1,8 1,6 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 9 camadas (Fam & Rizkalla) 12 camadas (Fam & Rizkalla) C60-C1 coeficiente de Poisson 1,4 1,2 1 0,8 C60-C3 C60-C6 0,6 C60-C9 C60-C12 0,4 0,2 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 5.44 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 129 Comentários sobre os resultados experimentais: Os resultados mostraram-se compatíveis com o comportamento descrito na análise teórica (fig. 3.1) . Quanto menor a taxa de fibra ρf maior será o valor alcançado pelo coeficiente de Poisson. Uma única exceção foi registrada nos corpos de prova C60-G9 e G12 (fig. 5.39), onde o CP confinado com 12 camadas de GFRP apresentou resultados um pouco superiores em relação ao CP confinado com 9 camadas. Valores maiores são obtidos para as fibras de vidro em virtude de apresentarem módulo de elasticidade com relação às fibras de carbono. Comentários sobre os modelos de confinamento: SAMAAN et al. : foi o modelo que mais traduziu o comportamento teórico, destacando-se os pontos de máximo alcançados para os vários níveis de confinamento. Entretanto, mostrou-se impreciso quando se trata de pequenas espessuras do elemento confinante. De acordo com o modelo, uma redução do coeficiente de Poisson ocorre nos estágios iniciais de carregamento, devido à restrição da deformação lateral que é proporcional à rigidez do confinamento. SPOELSTRA e MONTI: obteve um melhor desempenho com a série C30, principalmente para os CPs confinados com fibras de carbono, sendo o caso de melhor ajuste dentre todos os gráficos apresentados (fig. 5.37). Por ser o único modelo iterativo na determinação da deformação lateral, ele fornece valores muito menores que νco no trecho inicial, para posterior correção. Mesmo impondo um valor inicial de εl = εc νco , a compatibilidade de deformações resultará em um valor inferior para εl . FAM e RIZKALLA: o aspecto linear observado da variação do coeficiente de Poisson é conseqüência direta da expressão utilizada pelos autores (eq. 3.69 e 3.70) para a atualização da pressão de confinamento ao longo do percurso. Obteve melhores resultados nos CPs de concreto de alta resistência confinados por fibras de carbono (fig. 5.44). Quanto maior a restrição às deformações laterais, melhores serão os resultados deste modelo. Capítulo 5 – Análise dos resultados 130 5.1.1.4 – Variação da deformação volumétrica 0,05 0,04 def. volumétrica (mm3/mm3) 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 0,03 6 camadas (Samaan et al.) 0,02 C30-G1 C30-G3 0,01 C30-G6 0 deformação axial (mm/mm) -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 Figura 5.45 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) 0,05 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,04 1 camada (Spoelstra & Monti) 0,03 3 camadas (Spoelstra & Monti) 6 camadas (Spoelstra & Monti) 0,02 C30-G1 C30-G3 0,01 C30-G6 0 deformação axial (mm/mm) -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 Figura 5.46 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 131 0,05 0,04 def. volumétrica (mm3/mm3) 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 0,03 6 camadas (Fam & Rizkalla) C30-G1 0,02 C30-G3 C30-G6 0,01 0 deformação axial (mm/mm) -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 Figura 5.47 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6) 0,015 0,01 def. volumétrica (mm3/mm3) 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 0,005 6 camadas (Samaan et al.) 0 C30-C1 C30-C3 -0,005 C30-C6 -0,01 deformação axial (mm/mm) -0,015 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.48 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 132 0,015 0,01 def. volumétrica (mm3/mm3) 1 camada (Spoelstra & Monti) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 0,005 6 camadas (Spoelstra & Monti) C30-C1 0 C30-C3 C30-C6 -0,005 -0,01 deformação axial (mm/mm) -0,015 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.49 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) 0,015 0,01 def. volumétrica (mm3/mm3) 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 0,005 6 camadas (Fam & Rizkalla) C30-C1 0 C30-C3 C30-C6 -0,005 -0,01 deformação axial (mm/mm) -0,015 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Figura 5.50 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6) Capítulo 5 – Análise dos resultados 133 0,08 0,07 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0 -0,01 deformação axial (mm/mm) -0,02 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 (a) 0,012 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 6 camadas (Samaan et al.) 9 camadas (Samaan et al.) 12 camadas (Samaan et al.) C60-G1 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,009 0,006 C60-G3 C60-G6 C60-G9 0,003 C60-G12 0 deformação axial (mm/mm) -0,003 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018 (b) Figura 5.51 a, b – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 134 0,08 0,07 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0 -0,01 deformação axial (mm/mm) -0,02 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 (a) 0,012 1 camada (Spoelstra & Monti) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 6 camadas (Spoelstra & Monti) 9 camadas (Spoelstra & Monti) 12 camadas (Spoelstra & Monti) C60-G1 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,009 0,006 0,003 C60-G3 C60-G6 C60-G9 0 C60-G12 deformação axial (mm/mm) -0,003 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018 (b) Figura 5.52 a, b –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 135 0,08 0,07 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0 -0,01 deformação axial (mm/mm) -0,02 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 (a) 0,012 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 9 camadas (Fam & Rizkalla) 12 camadas (Fam & Rizkalla) C60-G1 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,009 0,006 C60-G3 C60-G6 0,003 C60-G9 C60-G12 0 deformação axial (mm/mm) -0,003 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018 (b) Figura 5.53 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 136 0,03 0,025 1 camada (Samaan et al.) 3 camadas (Samaan et al.) 6 camadas (Samaan et al.) 9 camadas (Samaan et al.) 12 camadas (Samaan et al.) C60-C1 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,02 0,015 0,01 0,005 C60-C3 C60-C6 0 C60-C9 C60-C12 -0,005 -0,01 -0,015 deformação axial (mm/mm) -0,02 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 Figura 5.54 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) 0,025 1 camada (Spoelstra & Monti) 3 camadas (Spoelstra & Monti) 6 camadas (Spoelstra & Monti) 9 camadas (Spoelstra & Monti) 12 camadas (Spoelstra & Monti) C60-C1 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,02 0,015 0,01 C60-C3 0,005 C60-C6 C60-C9 0 C60-C12 deformação axial (mm/mm) -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 Figura 5.55 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) Capítulo 5 – Análise dos resultados 137 0,012 0,01 1 camada (Fam & Rizkalla) 3 camadas (Fam & Rizkalla) 6 camadas (Fam & Rizkalla) 9 camadas (Fam & Rizkalla) 12 camadas (Fam & Rizkalla) C60-C1 def. volumétrica (mm3/mm3) 0,008 0,006 0,004 0,002 C60-C3 C60-C6 0 C60-C9 C60-C12 -0,002 -0,004 deformação axial (mm/mm) -0,006 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 Figura 5.56 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) Comentários sobre os resultados experimentais: O aspecto das curvas é o esperado. Inicialmente o concreto perde volume para uma posterior recuperação, apresentando um aumento em sua massa aparente. Entretanto, os resultados referentes a C30-G6 (fig. 5.45) e C30-C6 (fig. 5.48) indicaram uma redução contínua de volume. As 6 camadas de FRP impediram a expansão volumétrica do concreto de resistência normal. Comentários sobre os modelos de confinamento: SAMAAN et al. e SPOELSTRA & MONTI: ambos os modelos mostraram muita semelhança para estimar a variação da deformação volumétrica, sendo que o segundo prevê uma expansão mais rápida para todos os níveis de confinamento. Destaque para os ensaios da série C60-G1 a G12 (fig. 5.51) e C30-C1 a C6 (fig. 5.49). Capítulo 5 – Análise dos resultados 138 FAM e RIZKALLA: seguindo as análises feitas com relação ao coeficiente de Poisson, o modelo prevê uma grande contração da massa de concreto até εc ≅ 0,02. É mais indicado para confinamentos com CFRP , pelo fato de as fibras de carbono restringirem a expansão da massa do concreto de uma forma mais eficiente (fig. 5.50 e 5.56). 5.1.2 – Pilares de seção retangular Embora a divulgação de resultados de ensaios de pilares de seção retangular na literatura seja muito limitada comparada aos de seção circular, algumas observações serão feitas referente aos experimentos mostrados no capítulo 4. 5.1.2.1 – Comportamento tensão x deformação Os resultados de WANG e RESTREPO foram mostrados em função da carga aplicada (fig. 4.9 e 4.10), e não em termos de tensão axial no concreto. Com a finalidade de se obter uma melhor comparação com os modelos de confinamento, subtraiu-se a parcela de carga referente à armadura longitudinal ( fy As ) e o resultado foi dividido pela área da seção descontada a área da armadura (Acc) , obtendo-se a curva tensão x deformação no concreto, representada pelas figuras 5.57 e 5.58. Os autores apresentaram um modelo de confinamento, cuja determinação de fcc foi mostrada no item 3.6 do capítulo 3 . Para a construção de toda a curva, foram utilizadas as equações de POPOVICS e de MANDER et al. . Um critério simplificado utilizado para corrigir o valor da pressão de confinamento ao longo de todo o processo foi fixar o coeficiente de Poisson igual a 0,5 conhecido, calcula-se εl e conseqüentemente tem-se interrompido quando tem-se εl . Para um εc fl . O procedimento é = εfu . Um método alternativo é aqui proposto como sendo uma adaptação do modelo analítico de SPOELSTRA e MONTI também para as seções retangulares, onde adotou-se como hipótese uma uniformidade da deformação lateral em todos os lados do pilar. Capítulo 5 – Análise dos resultados 139 45 40 35 tensão (MPa) 30 25 20 15 não confinado (CEB) Wang & Restrepo 10 Spoelstra & Monti (adaptado) ensaio - Wang & Restrepo (2001) 5 def. lateral (mm/mm) 0 -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 Figura 5.57 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção quadrada, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001 35 30 tensão (MPa) 25 20 15 não confinado (CEB) Wang & Restrepo 10 Spoelstra & Monti (adaptado) ensaio - Wang & Restrepo (2001) 5 def. lateral (mm/mm) 0 -0,02 -0,01 deformação axial (mm/mm) 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 Figura 5.58 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção retangular, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001) Capítulo 5 – Análise dos resultados 140 Analisando o comportamento das curvas, nota-se que os dois modelos apresentaram uma boa performance com relação ao comportamento tensão x deformação . Após várias simulações feitas através de um programa computacional elaborado, verificou-se que ambos os modelos podem subestimar os valores de resistência, não atingindo o valor teórico da carga última. Esta divergência aumenta com o aumento de fc , diminuição de Ke e diminuição de tf . De um modo geral, para valores de fc até 30 MPa, Lx / Ly ≤ 1,5 , e ρf > 0,5 % obtém-se resultados satisfatórios. Vale a pena salientar que após intensa pesquisa bibliográfica não foi encontrado nenhum método analítico direcionado às seções retangulares confinadas com material compósito, independente de sua geometria e propriedades dos materiais considerados ( concreto e compósito) . 5.1.2.2 - Evolução do coeficiente de Poisson Os resultados dos ensaios mostraram um comportamento esperado, não sendo notada uma grande diferença com relação às seções quadradas e retangulares. Enquanto que através do modelo de WANG e RESTREPO não é possível de se estimar a evolução do coeficiente de Poisson bem como a da deformação volumétrica do concreto, o modelo adaptado ao de SPOELSTRA e MONTI mostrou uma boa compatibilidade com os resultados experimentais, que podem ser observados nas figuras 5.59 e 5.60 . Capítulo 5 – Análise dos resultados 141 0,7 0,6 coeficiente de Poisson 0,5 0,4 0,3 Wang & Restrepo 0,2 Spoelstra & Monti (adaptado) ensaio - Wang & Restrepo (2001) 0,1 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 Figura 5.59 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial referente a um pilar de seção quadrada, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001) 0,7 0,6 coeficiente de Poisson 0,5 0,4 0,3 Wang & Restrepo Spoelstra & Monti (adaptado) 0,2 ensaio - Wang & Restrepo (2001) 0,1 deformação axial (mm/mm) 0 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 Figura 5.60 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial referente a um pilar de seção retangular, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001) Capítulo 5 – Análise dos resultados 142 5.2 – Fatores que podem influenciar nos resultados experimentais Abaixo estão relacionados os fatores que, em maior ou menor grau, exercem uma influência no desempenho do reforço por confinamento. São eles: Tipo de resina: como descrito no capítulo 2, a resina pode alterar de maneira decisiva as propriedades mecânicas do compósito com relação às das fibras. Muitos resultados teóricos são obtidos levando-se em consideração apenas as propriedades individuais das fibras, incluindo a espessura; Confinamento extra introduzido pelo cursor das máquinas de ensaio nas extremidades dos CPs: em alguns casos, o atrito imprimido pelo prato da máquina de ensaio junto ao concreto pode dificultar sua deformação lateral. O emprego de dispositivos anti-aderentes podem reduzir este efeito, como por exemplo a aplicação de uma camada de teflon; Comprimento de sobreposição do tecido de FRP (overlap): nesta região, o valor do transpasse da fibra deve ser o suficiente para não permitir uma ruptura por cisalhamento ou impedir o descolamento na interface dos tecidos, fato que levaria à ruptura por flambagem do compósito (buckling); Estado biaxial de tensões no compósito: mesmo o carregamento sendo aplicado apenas no concreto, uma pequena parcela desta carga é transferida por atrito ao compósito, gerando tensões de compressão na direção ortogonal às fibras; Imprecisão na avaliação das propriedades dos materiais: a determinação da resistência do concreto não confinado bem como as propriedades mecânicas do compósito devem ser feitas por meio de ensaios com rigoroso controle tecnológico; Capítulo 5 – Análise dos resultados 143 5.3 - Análise qualitativa da performance dos modelos de confinamento LORENZIS (2001) apresentou um estudo onde comparou o desempenho dos modelos de confinamento mediante resultados de ensaios experimentais encontrados na literatura. A análise se baseou na determinação dos valores últimos de tensão fcc e de deformação εcc , sendo os resultados divididos em dois grupos: a utilização de mantas flexíveis (tecido de FRP) e o confinamento por meio de tubos de fibra de vidro e carbono. No período de elaboração desta dissertação, vários resultados de ensaios foram sendo colhidos na revisão de literatura. A maioria já constara no trabalho de LORENZIS (2001), sendo incorporados as novos valores encontrados. Estes resultados constam nas tabelas A.1 a A.7 no anexo deste trabalho. Procedeu-se então a uma avaliação comparativa, considerando agora a separação dos resultados entre confinamento com fibras de vidro e carbono, além da consideração da forma de confinamento (tecido ou tubo), com a inclusão do mais recente modelo encontrado na literatura (FAM e RIZKALLA, 2001). Avaliou-se também neste trabalho, não só o desempenho com relação aos valores últimos mas também uma verificação em uma faixa mais aceitável para a elaboração dos projetos de reforço estrutural, considerando εc ≅ 0,5 %. Em virtude da ruptura prematura do compósito (tabela 5.1) observada nos resultados experimentais para CPs confinados com tecidos, a comparação junto aos modelos também foi feita limitando-se a deformação lateral em 40% da deformação última da fibra. Tabela 5.1 – valores médios para εl,max / εfu observados nos resultados experimentais FRP - tecido FRP - tubo vidro carbono vidro carbono 0,35 0,44 1,05 1,26 Os resultados dos estudos comparativos são mostrados a seguir. Capítulo 5 – Análise dos resultados 59,4% 144 GFRP - tecido (wrap) 30,5% Fardis e Saadatm. et Miyauchi et Saaman et Toutanji et Saafi et al. Spoelstra e Xiao e Wu al. al. al. al. Monti Khalili (Newman) Fam e Rizkalla 19,5% 22,1% 22,1% 27,8% 19,4% 17,9% 22,1% 20,9% 18,5% 18,3% 20,3% 20,0% 30,3% 29,3% 18,2% 18,5% 19,3% Fardis e Khalili (Richart) 33,8% 36,4% 36,9% εl,max = εfu εl,max = 0,4 εfu Kono et al. Figura 5.61 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de vidro CFRP - tecido (wrap) Fardis e Khalili (Richart) 27,5% 41,9% 36,1% 18,3% 20,5% 18,8% 15,4% 12,6% 18,4% 23,4% 29,9% 14,3% 20,2% 13,2% 19,6% 13,7% 13,7% 16,4% 23,7% 23,9% 33,3% 33,3% εl,max = εfu εl,max = 0,4 εfu Fardis e Saadatm. et Miyauchi et Saaman et Toutanji et Saafi et al. Spoelstra e Xiao e Wu al. al. al. al. Monti Khalili (Newman) Fam e Rizkalla Kono et al. Figura 5.62 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de carbono Capítulo 5 – Análise dos resultados Saadatm. et al. Miyauchi et al. 160,8% Saaman et al. Toutanji et al. Saafi et al. Spoelstra e Monti Xiao e Wu Fam e Rizkalla 63,3% 70,7% 85,7% 68,2% 65,0% 96,8% 102,6% 141,4% 164,4% 51,2% 42,7% 57,7% 50,0% 48,4% 70,3% 119,0% εl,max = 0,4 εfu Fardis e Khalili 210,1% 203,6% GFRP - tecido (wrap) εl,max = εfu 217,1% 145 Kono et al. Figura 5.63 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de vidro CFRP - tecido (wrap) Fardis e Khalili Miyauchi et al. Saaman et al. Toutanji et al. Saafi et al. Spoelstra e Monti Fam e Rizkalla 34,7% 37,7% 33,7% Xiao e Wu 56,6% 113,3% 92,7% 37,3% 33,7% 75,1% 33,6% 31,3% 69,9% Saadatm. et al. 28,8% 33,3% 28,7% 54,2% 51,5% 90,6% εl,max = 0,4 εfu 109,1% 143,7% εl,max = εfu Kono et al. Figura 5.64 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de carbono Capítulo 5 – Análise dos resultados 146 FRP - tubo FIBRA DE VIDRO 21,3% 10,7% 14,8% 21,0% 19,8% 11,7% 5,7% 2,6% 9,5% 20,9% 24,9% 31,5% 8,4% 19,6% 15,0% 24,1% 14,9% 22,9% 22,1% 24,3% 35,8% 36,8% FIBRA DE CARBONO Fardis e Khalili (Richart) Fardis e Saadatm. et Miyauchi et Saaman et Toutanji et al. al. al. al. Khalili (Newman) Saafi et al. Spoelstra e Xiao e Wu Monti Fam e Rizkalla Kono et al. Figura 5.65 – erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP FRP - tubo Fardis e Khalili Saadatm. et al. 25,4% 42,8% 32,8% 41,9% 20,9% 36,7% 38,2% 18,6% 38,8% 9,2% 7,2% 19,2% 35,5% 42,6% 49,4% 49,3% 47,3% 41,4% FIBRA DE CARBONO 42,2% 65,8% FIBRA DE VIDRO Miyauchi et al. Saaman et Toutanji et Saafi et al. Spoelstra e Xiao e Wu al. al. Monti Fam e Rizkalla Kono et al. Figura 5.66 – erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP Capítulo 5 – Análise dos resultados 147 Com base nos resultados mostrados nas figuras 5.61 a 5.66, é apresentado um resumo geral da performance dos modelos analíticos e empíricos considerados, através das tabelas 5.2 e 5.3 e figuras 5.67 e 5.68 . Tabela 5.2 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de fcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP critério Fardis e Fardis e Saadat. et Miyauchi Saaman et Toutanji et Spoelstra e Fam e Saafi et al. Xiao e Wu Kono et al. Khalili Khalili al. et al. al. al. Monti Rizkalla no. de CPs (Richart) (Newman) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) tecido de GFRP 19,3 18,5 18,2 20,3 20 18,5 22,1 17,9 59,4 22,1 19,5 34 tecido de CFRP 16,4 13,7 13,7 19,6 20,2 14,3 23,4 15,4 41,9 20,5 27,5 120 tubo de GFRP 36,8 35,8 24,3 24,1 8,4 31,5 9,5 19,8 24,9 20,9 21,3 28 3 tubo de CFRP 22,1 22,9 14,9 15 2,6 19,6 5,7 11,7 21 10,7 14,8 média ponderada 20,11 18,08 16,15 20,34 18,09 17,76 20,77 16,47 42,20 20,70 24,89 erro (%) 0% 10% 20% 1o. - Saadatmanesh et al. 16,15% 2o. - Spoelstra e Monti 16,47% 3o. - Toutanji et al. 17,76% 4o. - Fardis e Khalili (Newman) 18,08% 5o. - Saaman et al. 18,09% 6o. - Fardis e Khalili (Richart) 20,11% 7o. - Miyauchi et al. 20,34% 8o. - Fam e Rizkalla 20,70% 9o. - Saafi et al. 20,77% 10o. - Kono et al. 11o. - Xiao e Wu 30% 40% 50% 24,89% 42,20% Figura 5.67 – classificação dos modelos na determinação de fcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP Capítulo 5 – Análise dos resultados 148 Tabela 5.3 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de εcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP Fardis e Khalili Saadat. et Miyauchi Saaman et Toutanji et Spoelstra e Fam e Saafi et al. Xiao e Wu Kono et al. al. et al. al. al. Monti Rizkalla erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) tecido de GFRP 70,3 50 42,7 119 96,8 102,6 65 68,2 85,7 63,3 34 tecido de CFRP 54,2 33,3 31,3 90,6 33,6 33,7 37,3 33,7 37,7 56,6 120 tubo de GFRP 47,3 49,3 49,4 42,6 38,8 38,2 25,4 36,7 42,8 65,8 28 tubo de CFRP 41,4 7,2 9,2 35,5 19,2 18,6 20,9 41,9 32,8 42,2 3 média ponderada 55,91 38,37 35,78 87,66 45,77 46,80 40,32 40,63 47,21 58,99 critério n erro (%) 0% 1o. - Miyauchi et al. 2o. - Saadatmanesh et al. 20% 40% 60% 38,37% 40,32% 4o. - Xiao e Wu 40,63% 45,77% 6o. - Saafi et al. 46,80% 7o. - Fam e Rizkalla 47,21% 8o. - Fardis e Khalili 9o. - Kono et al. 100% 35,78% 3o. - Spoelstra e Monti 5o. - Toutanji et al. 80% 55,91% 58,99% 10o. - Saaman et al. 87,66% Figura 5.68 – classificação dos modelos na determinação de εcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP Conforme dito anteriormente, a consideração dos resultados para εc = 0,5% através da observação de alguns gráficos publicados na literatura deu origem à tabela 5.4, sendo a performance dos modelos mostrada nas figuras 5.69 e 5.70 . Capítulo 5 – Análise dos resultados 149 Tabela 5.4 – comparação dos valores teóricos de σc com os resultados experimentais, para uma deformação axial εc = 0,5% Valores de Identificação do ensaio Autor Aire et al., 2001 Saafi et al., 1999 Silva, V. D. e Santos, J. M. C., 2001 no. CP Fardis e Khalili Fardis e Khalili Saadatmanesh Miyauchi et al. ensaio et al. (Richart) (Newman) σc σc (MPa) (MPa) σc σc σc σ c para Saaman et al. σc ε c = 0,5% Toutanji et al. σc Saafi et al. σc Spoelstra e Monti σc Xiao e Wu σc Fam e Rizkalla σc erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) (MPa) erro (%) 22,6 15,8 16,6 27,4 17,3 10,4 4,1 15,5 20,8 25,6 29,5 4,2 10,3 18,7 23,5 0,9 4,2 1,1 5,7 5,4 6,9 13,1 6,6 0,0 10,3 51,2 60,9 67,8 42,2 51,5 57,5 100,1 109,5 115,2 119,4 68,3 85,7 95,2 100,5 104,4 42,5 47,9 51,6 45,7 51,9 60,5 35,2 39,4 42,1 40,7 21,9 26,9 35,6 11,1 17,0 17,3 8,8 0,5 4,0 8,9 13,8 8,5 0,8 7,8 11,5 2,5 0,6 8,4 3,4 4,2 12,5 12,1 12,9 9,6 19,4 47,6 56,1 61,6 34,5 47,9 53,4 80,3 90,9 97,0 101,7 9,9 57,5 73,7 80,9 85,4 41,4 45,8 48,5 44,1 48,7 55,5 35,4 38,3 40,1 39,2 13,3 16,9 23,2 9,2 8,9 9,0 12,7 17,4 19,2 22,4 83,5 27,2 23,2 25,8 27,6 5,0 3,8 1,9 6,8 2,2 3,2 12,7 9,7 4,4 15,0 44,0 54,1 60,4 33,8 44,3 50,7 80,7 91,7 97,3 101,2 27,4 56,6 73,5 81,3 86,1 37,6 43,1 46,5 40,9 46,8 54,5 32,0 35,9 38,4 37,1 4,8 12,7 20,8 11,1 0,7 3,5 12,3 16,6 18,9 22,7 54,3 28,4 23,4 25,4 27,0 13,8 9,5 2,3 13,5 6,0 1,3 1,9 2,9 0,0 8,8 C30-C1 C30-C3 C30-C6 C30-G1 C30-G3 C30-G6 C60-C3 C60-C6 C60-C9 C60-C12 C60-G1 C60-G3 C60-G6 C60-G9 C60-G12 SA1 SA2 SA3 SA4 SA5 SA6 AC1 AC2 AC3 AC4 42 48 50 38 44 49 92 110 120 131 60 79 96 109 118 43,6 47,6 47,6 47,3 49,8 53,8 31,4 34,9 38,4 34,1 61,2 78,6 96,9 80 98,3 114,6 106,5 123,9 136,8 146,3 136,7 146,3 158,9 167,6 173,7 49,6 59,8 70,4 46,4 56,8 77,4 44 53,7 61,7 42,8 45,7 63,8 93,8 110,5 123,4 133,9 15,8 12,6 14,0 11,7 127,8 85,2 65,5 53,8 47,2 13,8 25,6 47,9 1,9 14,1 43,9 40,1 53,9 60,7 25,5 65 79,1 93,8 86,7 99,2 110,4 110 123,2 133,4 141,1 151,4 153,3 158,1 162,7 166,5 52,7 61,5 70,2 49,1 58,2 75,4 46,3 54,4 61 44,5 54,8 64,8 87,6 128,2 125,5 125,3 19,6 12,0 11,2 7,7 152,3 94,1 64,7 49,3 41,1 20,9 29,2 47,5 3,8 16,9 40,1 47,5 55,9 58,9 30,5 68,6 85,9 96,1 68,3 85,6 95,9 121,6 135,2 142,2 146,3 100,2 121,2 134,8 141,8 146 56,7 67,9 75,3 56,8 68,1 81 50,1 58,9 64,1 52,6 63,3 79,0 92,2 79,7 94,5 95,7 32,2 22,9 18,5 11,7 67,0 53,4 40,4 30,1 23,7 30,0 42,6 58,2 20,1 36,7 50,6 59,6 68,8 66,9 54,3 48,2 54,6 61,8 48,2 54,4 61,5 84 92,5 99,6 106 76,4 83,9 92,2 99,2 105,5 40 43,3 46,6 40 43,4 50,2 33,2 36,1 38,4 33,9 14,8 13,8 23,6 26,8 23,6 25,5 8,7 15,9 17,0 19,1 27,3 6,2 4,0 9,0 10,6 8,3 9,0 2,1 15,4 12,9 6,7 5,7 3,4 0,0 0,6 43,4 48,9 56,8 42,6 46,5 52,1 67,5 75,0 82,2 88,9 61,5 65,2 70,5 75,5 80,3 37,8 40,6 43,7 38,4 42,1 51,8 32,9 35,6 38,2 34,9 3,3 1,9 13,6 12,1 5,7 6,3 26,6 31,8 31,5 32,1 2,5 17,5 26,6 30,7 31,9 13,3 14,7 8,2 18,8 15,5 3,7 4,8 2,0 0,5 2,3 56,7 62,6 66,3 52,1 57,0 60,8 98,5 105,3 108,0 110,4 82,8 89,9 95,8 99,0 101,5 47,7 51,1 53,4 49,8 53,5 57,3 39,5 41,9 43,3 42,6 35,0 30,4 32,6 37,1 29,5 24,1 7,1 4,3 10,0 15,7 38,0 13,8 0,2 9,2 14,0 9,4 7,4 12,2 5,3 7,4 6,5 25,8 20,1 12,8 24,9 51,5 55,6 58,3 48,4 51,6 54,1 88,2 92,9 95,1 97,5 77,7 82,3 86,1 88,6 90,3 43,2 45,6 47,1 44,6 47,1 50,1 35,5 37,2 38,4 37,6 AC5 43,7 54,2 24,0 54,3 24,3 61,5 40,7 37,1 15,1 39,5 9,6 45,0 3,0 39,6 9,4 45,8 4,8 42,7 2,3 41,7 4,6 AC6 AC7 AC8 AC9 45,6 30,5 33 36,1 63,2 42,2 46 50,1 38,6 38,4 39,4 38,8 61,8 45,7 49,2 52,5 35,5 49,8 49,1 45,4 66,5 40,3 47,2 52 45,8 32,1 43,0 44,0 39,8 31 32,5 33,8 12,7 1,6 1,5 6,4 43,9 31,1 32,0 32,8 3,7 2,0 3,0 9,1 46,2 34,9 36,9 38,1 1,3 14,4 11,8 5,5 40,5 32,4 33,7 34,6 11,2 6,2 2,1 4,2 49,1 27,7 31,0 33,1 7,7 9,2 6,1 8,3 45,5 27,0 31,7 33,7 0,2 11,5 3,9 6,6 44,7 24,7 27,9 30,0 2,0 19,0 15,5 16,9 Capítulo 5 – Análise dos resultados 150 78,5% 84,1% FRP - tecido FIBRA DE VIDRO 50,4% Fardis e Khalili (Richart) Fardis e Khalili (Newman) Saadatm. Miyauchi et Saaman et et al. al. al. Toutanji et al. Saafi et al. Spoelstra e Xiao e Wu Monti 9,9% 20,5% 13,0% 21,5% 13,3% 10,1% 13,2% 14,0% 17,1% 18,0% 12,6% 13,4% 11,6% 13,0% 38,5% 39,2% 54,9% FIBRA DE CARBONO Fam e Rizkalla Figura 5.69 – erro absoluto médio dos valores teóricos de σc em comparação com os resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%, considerando-se tecidos de FRP FRP - tubo FIBRA DE VIDRO Fardis e Khalili (Richart) Fardis e Khalili (Newman) Saadatm. Miyauchi et Saaman et et al. al. al. Toutanji et al. Saafi et al. Spoelstra e Xiao e Wu Monti 7,0% 8,5% 4,0% 3,6% 6,7% 3,9% 6,0% 2,1% 6,4% 9,6% 12,7% 11,7% 6,5% 12,1% 35,8% 20,3% 19,9% 29,1% 32,5% 43,6% FIBRA DE CARBONO Fam e Rizkalla Figura 5.70 – erro absoluto médio dos valores teóricos de σc em comparação com os resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%, considerando-se tubos de FRP Capítulo 5 – Análise dos resultados 151 Analisando os resultados obtidos, algumas observações podem ser feitas, de acordo com os itens abaixo relacionados: Confinamento com FRP – tecido: de um modo geral os resultados mostraram um maior percentual de erro com a utilização dos compósitos flexíveis quando comparados com os tubos, mesmo com a limitação da deformação lateral. Com relação à determinação de fcc, não houve uma diferença significativa na utilização de GFRP e CFRP o mesmo não acontecendo para a determinação de εcc , onde notou-se erros extremamente grandes, sobretudo com a utilização de fibras de vidro. Confinamento com FRP – tubo: o confinamento com tubo de fibra de carbono mostrou ser o mais ajustado com os valores teóricos, obtendo erros abaixo de 10% na determinação de fcc e εcc em alguns modelos. Entretanto, um maior número de resultados de ensaios com tubos de CFRP é necessário para confirmar com maior precisão esta performance. Foram considerados 28 ensaios com tubo de GFRP contra apenas 3 de CFRP. Modelos de confinamento com σl constante: estes modelos desenvolvidos originalmente para o aço apresentaram uma boa performance na determinação de fcc e εcc quando comparados aos desenvolvidos para o confinamento passivo. Destaque para o modelo de SAADATMANESH et al. , ou se prefirir, MANDER et al. , que obteve o menor índice de erro para a determinação de fcc e o segundo menor para εcc. Entretanto, a situação é totalmente inversa para εc = 0,5% , obtendo um pior desempenho para a utilização de tecidos em relação aos tubos. Ou seja, como na prática é totalmente inviável um dimensionamento próximo a fcc devido o ocorrência de grandes deformações axiais ( às vezes até 5%), definitivamente estes modelos não devem ser usados nos reforços de pilares. Alguns autores propõem uma seqüência de dimensionamento com estes modelos partindo de uma pressão de confinamento máxima conhecida, em seguida da aplicação direta da equação de MANDER et al. Isto quer dizer que a solução do problema, que é a obtenção de uma tensão σc > fc desejada no concreto confinado, deu-se no “ponto máximo da curva”. Nota-se que, procedendo desta forma, obtém-se teoricamente o dimensionamento Capítulo 5 – Análise dos resultados 152 mais econômico, pois estaríamos utilizando a colaboração total do elemento confinante empregado, além de não ser notado grandes diferenças comparadas aos modelos de confinamento passivo, utilizando-se também da total colaboração do compósito. Até agora tudo parece caminhar muito bem. Mas, com que valor de εc tudo isto acontece? Os problemas aparecem quando procuramos atender à mesma condição inicial (que é a determinação da mesma tensão σc) só que para um valor de εc menor, ou seja, controlado, a fim de se evitar outros tipos de problema na minha estrutura decorrentes de grandes deformações permitidas. Desta forma, devemos utilizar as equações que nos darão o comportamento tensão x deformação do pilar, como por exemplo as equações de POPOVICS, obtendo a solução através de um procedimento iterativo com o aumento do número de camadas do compósito de FRP. Desta forma, dependendo das propriedades dos materiais empregados (concreto e compósito) e do aumento de resistência desejada, estes modelos superestimarão o valor da resistência do pilar, resultando num dimensionamento inseguro. Modelos de confinamento passivo: De uma forma geral, os modelos mostraram-se bem eficientes para εc = 0,5%. Para maiores valores de deformação, destacaram-se os modelos de SAMAAN et al. e SPOELSTRA & MONTI na determinação de tensões axiais, e este último juntamente com o modelo de MIYAUCHI et al. na determinação de deformações axiais. Considerando os resultados para o confinamento com fibra de vidro e carbono, o modelo de SPOELSTRA & MONTI mostrou um maior equilíbrio, podendo ser utilizado para qualquer tipo de confinamento, além de, entre os três ser o único capaz de apontar uma diminuição na resistência do concreto confinado mesmo com o aumento da pressão de confinamento. Capítulo 6 – Conclusões 153 Capítulo 6 CONCLUSÕES As principais conclusões obtidas com a realização deste trabalho foram: O reforço de pilares visando o aumento de resistência e ductilidade por meio do envolvimento de sua seção transversal com compósitos de fibra de vidro e carbono mostrou-se muito eficiente para os pilares curtos de seção circular. Com relação aos pilares de seção retangular, o efeito do confinamento mostrou ser dependente da geometria da seção, obtendo-se resultados satisfatórios para as seções com relação entre os lados até 1,5 podendo ser aumentada para 2,0 desde que tenham suas quinas arredondadas com raio ≥ 3 cm ; Os pilares reforçados por compósitos de fibra de vidro apresentaram um maior ganho de ductilidade, sendo mais recomendados para situações onde os pilares requerem um maior poder de absorção de energia, como nos casos de abalos sísmicos; Com relação aos modelos teóricos desenvolvidos para estudar o comportamento dos pilares confinados por FRP, não se deve eleger simplesmente o melhor modelo. Estudos comparativos da performance destes modelos mostraram que apesar de alguns se destacarem em relação aos demais, não foi identificado um Capítulo 6 – Conclusões 154 único modelo que melhor representasse o comportamento do concreto confinado considerando quaisquer características dos materiais, quer seja utilizando um compósito de fibra de vidro ou carbono, apresentando pequena ou grande espessura, na forma de tecido ou de tubo, aplicado em concretos normais e de alta resistência. Portanto, familiarizar-se com eles pode resultar no dimensionamento de um reforço mais eficiente e conseqüentemente mais seguro e econômico; Estudos devem ser estendidos para controlar melhor as ações ou mecanismos responsáveis pela ruptura prematura dos compósitos flexíveis, visando a uma diminuição dos coeficientes de segurança e evitando o excedente do material, o que diminuiria os custos de aplicação e aumentaria a viabilidade da utilização desta nova técnica comparada aos procedimentos tradicionais de reforço; Os estudos referentes aos pilares de seção retangular devem ser mais aprofundados, a fim de que esta técnica também possa ser estendida aos pilares com maior relação entre seus lados, talvez por meio de inserções laterais de barras de FRP no formato de uma malha com o objetivo de se criar pontos de restrição de deformação lateral, similares aos grampos de aço utilizados como armaduras transversais. Modelos adaptados aos originalmente elaborados para seções circulares podem apresentar um campo de validade limitado, principalmente devido ao fato de a maioria ter sido baseada em ensaios de cilindros de concreto submetidos ao estado triaxial de tensões, quer seja por confinamento passivo ou não; Anexo 155 ANEXO O anexo deste trabalho é composto das tabelas A.1 a A.7 referentes aos resultados de ensaios experimentais de cilindros de concreto confinados com compósitos de fibras de vidro, carbono e aramida. A partir dos resultados destes ensaios originou-se os gráficos mostrados nas figuras 5.61 a 5.70 e tabelas 5.1 a 5.3 . Anexo 156 Tabela A.1 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001) Identificação do ensaio Autor Ahmad et al., 1991 Nanni and Bradford, 1995 Harmon et al., 1992 Picher et al., 1996 Tipo de D fibra (mm) Propriedades do compósito tf Ef ff Concreto Confinamento fc ε co (%) (MPa) (%) (MPa) ε fu E co (MPa) fl fl fc Resultados do ensaio (%) ε cc ε co εl,máx ε l ,máx (MPa) f cc fc (%) ε fu f cc ε cc H (mm) (mm) (MPa) (MPa) 102 203 1 48300 2070 4,286 38,99 0,22 N.D. 40,59 1,04 115,30 2,96 1,130 5,14 N.D. N.D. 102 203 1 48300 2070 4,286 50,51 0,24 N.D. 40,59 0,80 135,10 2,67 1,240 5,17 N.D. N.D. AH3 102 203 1 48300 2070 4,286 64,20 0,27 N.D. 40,59 0,63 145,59 2,27 1,230 4,56 N.D. N.D. NB1 150 300 0,3 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 2,33 0,06 46,00 1,27 2,292 N.D. N.D. N.D. NB2 150 300 0,3 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 2,33 0,06 41,20 1,13 1,889 N.D. N.D. N.D. NB3 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 60,52 1,67 3,079 N.D. N.D. N.D. NB4 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 59,23 1,63 3,405 N.D. N.D. N.D. NB5 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 59,77 1,65 2,744 N.D. N.D. N.D. NB6 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 60,16 1,66 2,887 N.D. N.D. N.D. NB7 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 69,02 1,90 3,100 N.D. N.D. N.D. 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 55,75 1,54 2,489 N.D. N.D. N.D. NB9 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 56,41 1,55 2,968 N.D. N.D. N.D. NB10 150 300 1,2 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 9,33 0,26 84,88 2,34 3,145 N.D. N.D. N.D. NB11 150 300 1,2 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 9,33 0,26 84,33 2,32 4,150 N.D. N.D. N.D. NB12 150 300 1,2 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 9,33 0,26 79,64 2,19 4,100 N.D. N.D. N.D. NB13 150 300 2,4 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 18,67 0,51 106,87 2,94 5,242 N.D. N.D. N.D. NB14 150 300 2,4 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 18,67 0,51 104,94 2,89 5,453 N.D. N.D. N.D. NB15 150 300 2,4 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 18,67 0,51 107,91 2,97 4,509 N.D. N.D. N.D. HA1 51 102 0,089 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 12,22 0,30 86,00 2,10 1,150 5,00 1,130 0,76 HA2 51 102 0,179 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 24,57 0,60 120,50 2,94 1,570 6,83 1,000 0,67 HA3 51 102 0,344 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 47,22 1,15 158,40 3,86 2,500 10,87 0,750 0,50 51 102 0,689 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 94,57 2,31 241,00 5,88 3,600 15,65 0,250 0,17 HA5 51 102 0,179 235000 3500 1,489 103,00 0,40 N.D. 24,57 0,24 131,10 1,27 1,100 2,75 0,200 0,13 HA6 51 102 0,344 235000 3500 1,489 103,00 0,40 N.D. 47,22 0,46 193,20 1,88 2,050 5,13 0,725 0,49 HA7 51 102 0,689 235000 3500 1,489 103,00 0,40 N.D. 94,57 0,92 303,60 2,95 3,450 8,63 0,550 0,37 153 305 0,36 83000 1266 1,525 39,70 0,25 N.D. 5,96 0,15 55,98 1,41 1,070 4,28 0,840 0,55 no. CP Elemento confinante Geometria AH1 AH2 NB8 HA4 PI1 Tecido Tecido Tecido Tecido Vidro Vidro Carbono Carbono Anexo 157 Tabela A.2 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001) Identificação do ensaio Autor Watanabe et al., 1997 Kono et al., 1998 Propriedades do compósito ε fu Concreto ε co Confinamento Resultados do ensaio ε cc εl,máx ε l ,máx (mm) (MPa) (MPa) (%) (MPa) (%) (MPa) (MPa) fl fc (MPa) f cc fc (%) ε cc ε co (%) ε fu WA1 100 200 0,1675 223400 2728,5 1,221 30,20 0,25 22200 9,14 0,30 46,60 1,54 1,511 6,04 1,000 0,82 WA2 100 200 0,5025 223400 2728,5 1,221 30,20 0,25 22200 27,42 0,91 87,20 2,89 3,108 12,43 0,833 0,68 WA3 100 200 0,67 223400 2728,5 1,221 30,20 0,25 22200 36,56 1,21 104,60 3,46 4,151 16,60 0,667 0,55 100 200 0,14 611600 1562,7 0,256 30,20 0,25 22200 4,38 0,14 41,70 1,38 0,575 2,30 0,250 0,98 100 200 0,28 611600 1562,7 0,256 30,20 0,25 22200 8,75 0,29 56,00 1,85 0,876 3,50 0,167 0,65 WA6 100 200 0,42 611600 1562,7 0,256 30,20 0,25 22200 13,13 0,43 63,30 2,10 1,298 5,19 0,210 0,82 WA7 100 200 0,145 90600 2654,3 2,930 30,20 0,25 22200 7,70 0,25 39,00 1,29 1,582 6,33 N.D. N.D. 100 200 0,29 90600 2654,3 2,930 30,20 0,25 22200 15,39 0,51 68,50 2,27 4,745 18,98 N.D. N.D. WA9 100 200 0,435 90600 2654,3 2,930 30,20 0,25 22200 23,09 0,76 92,10 3,05 5,554 22,22 N.D. N.D. MI1 150 300 0,11 230500 3481 1,510 45,20 0,22 N.D. 5,11 0,11 59,40 1,31 0,945 4,32 N.D. N.D. MI2 150 300 0,22 230500 3481 1,510 45,20 0,22 N.D. 10,21 0,23 79,40 1,76 1,245 5,68 N.D. N.D. MI3 150 300 0,11 230500 3481 1,510 31,20 0,20 N.D. 5,11 0,16 52,40 1,68 1,213 6,22 N.D. N.D. MI4 150 300 0,22 230500 3481 1,510 31,20 0,20 N.D. 10,21 0,33 67,40 2,16 1,554 7,97 N.D. N.D. MI5 150 300 0,33 230500 3481 1,510 31,20 0,20 N.D. 15,32 0,49 81,70 2,62 2,013 10,32 N.D. N.D. 100 200 0,11 230500 3481 1,510 51,90 0,19 N.D. 7,66 0,15 75,20 1,45 0,956 4,98 N.D. N.D. MI7 100 200 0,22 230500 3481 1,510 51,90 0,19 N.D. 15,32 0,30 104,60 2,02 1,275 6,64 N.D. N.D. MI8 100 200 0,11 230500 3481 1,510 33,70 0,19 N.D. 7,66 0,23 69,60 2,07 1,406 7,40 N.D. N.D. MI9 100 200 0,22 230500 3481 1,510 33,70 0,19 N.D. 15,32 0,45 88,00 2,61 1,488 7,83 N.D. N.D. MI10 150 300 0,11 230500 3481 1,510 45,20 0,22 N.D. 5,11 0,11 59,40 1,31 0,945 4,32 N.D. N.D. KO1 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,30 0,17 28425 12,76 0,37 57,40 1,67 0,785 4,62 0,840 0,52 KO2 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,30 0,17 28425 12,76 0,37 64,90 1,89 1,110 6,53 0,920 0,57 KO3 100 200 0,167 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 12,76 0,40 58,20 1,80 N.D. N.D. N.D. N.D. 100 200 0,167 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 12,76 0,40 61,80 1,91 1,070 4,57 0,960 0,59 KO5 100 200 0,167 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 12,76 0,40 57,70 1,79 1,070 4,57 0,630 0,39 KO6 100 200 0,334 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 25,52 0,79 58,20 1,80 N.D. N.D. N.D. N.D. KO7 100 200 0,334 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 25,52 0,79 61,80 1,91 N.D. N.D. N.D. N.D. no. CP Elemento confinante WA5 MI6 KO4 Tipo de D fibra (mm) Carbono WA4 Tecido Aramida WA8 Miyauchi et al., 1997 Geometria Tecido Tecido Carbono Carbono H (mm) tf Ef ff fc E co fl f cc Anexo 158 Tabela A.3 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001) Identificação do ensaio Autor Kono et al., 1998 Toutanji, 1999 no. CP Elemento confinante Shahawy et al., 2000 Micelli et ali, 2001 Tipo de D fibra (mm) Propriedades do compósito tf Ef ff H (mm) (mm) (MPa) (MPa) Concreto Confinamento fc ε co (%) (MPa) (%) (MPa) ε fu E co (MPa) fl fl fc Resultados do ensaio f cc (%) ε cc ε co εl,máx ε l ,máx (MPa) f cc fc (%) ε fu ε cc KO8 100 200 0,334 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 25,52 0,79 80,20 2,48 1,750 7,48 0,890 0,55 KO9 100 200 0,501 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 38,28 1,19 86,90 2,69 1,650 7,05 0,770 0,47 KO10 100 200 0,501 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 38,28 1,19 90,10 2,79 1,590 6,79 0,670 0,41 KO11 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 12,76 0,37 57,80 1,66 0,935 4,08 0,910 0,56 KO12 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 12,76 0,37 55,60 1,60 1,050 4,59 0,890 0,55 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 12,76 0,37 50,70 1,46 0,982 4,29 0,610 0,38 KO14 100 200 0,334 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 25,52 0,73 82,70 2,38 2,060 9,00 0,660 0,41 KO15 100 200 0,334 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 25,52 0,73 81,40 2,34 N.D. N.D. 0,880 0,54 KO13 Tecido Carbono KO16 100 200 0,501 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 38,28 1,10 103,30 2,97 2,360 10,31 0,910 0,56 KO17 100 200 0,501 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 38,28 1,10 110,10 3,16 2,490 10,87 0,800 0,49 76 305 0,236 72600 1518 2,091 30,93 0,19 N.D. 9,43 0,30 60,82 1,97 1,530 8,05 1,630 0,78 76 305 0,22 230500 3485 1,512 30,93 0,19 N.D. 20,18 0,65 95,02 3,07 2,450 12,89 1,250 0,83 76 305 0,33 372800 2940 0,789 30,93 0,19 N.D. 25,53 0,83 94,01 3,04 1,550 8,16 0,550 0,70 150 300 0,117 220000 2600 1,182 34,90 0,21 N.D. 4,06 0,12 46,10 1,32 0,900 4,29 1,260 1,07 150 300 0,235 500000 1100 0,220 34,90 0,21 N.D. 3,45 0,10 45,80 1,31 0,600 2,86 0,310 1,41 SH1 153 305 0,36 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 10,71 0,55 33,80 1,74 1,590 7,95 0,730 0,27 SH2 153 305 0,66 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 19,63 1,01 46,40 2,39 2,210 11,05 0,630 0,23 SH3 153 305 0,9 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 26,76 1,38 62,60 3,23 2,580 12,90 0,570 0,21 SH4 153 305 1,08 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 32,12 1,66 75,70 3,90 3,560 17,80 0,580 0,21 153 305 1,25 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 37,17 1,92 80,20 4,13 3,420 17,10 0,580 0,21 SH6 153 305 0,36 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 10,71 0,22 59,10 1,21 0,620 3,10 0,600 0,22 SH7 153 305 0,66 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 19,63 0,40 76,50 1,56 0,970 4,85 0,600 0,22 SH8 153 305 0,9 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 26,76 0,55 98,80 2,02 1,260 6,30 0,630 0,23 SH9 153 305 1,08 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 32,12 0,66 112,70 2,30 1,900 9,50 0,600 0,22 MC1 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 54,00 1,69 0,850 5,86 1,010 0,48 MC2 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 48,00 1,50 1,320 9,10 0,990 0,47 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 54,00 1,69 1,494 10,30 1,500 0,71 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 50,00 1,56 1,330 9,17 1,490 0,71 TO1 TO2 Vidro Tecido TO3 Matthys et al., 1999 Geometria MA1 MA2 SH5 MC3 MC4 Tecido Tecido Tecido Carbono Carbono Carbono Vidro Anexo 159 Tabela A.4 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001) Identificação do ensaio Autor Micelli et ali, 2001 Rousakis, 2001 Geometria Propriedades do compósito ε fu Concreto ε co Confinamento Resultados do ensaio ε cc εl,máx ε l ,máx (mm) (MPa) (MPa) (%) (MPa) (%) (MPa) (MPa) fl fc (MPa) f cc fc (%) ε cc ε co (%) ε fu MC5 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 60,00 1,62 1,080 5,68 1,070 0,64 MC6 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 62,00 1,68 0,900 4,74 1,270 0,76 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 59,00 1,59 0,990 5,21 1,350 0,81 MC8 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 57,00 1,54 1,090 5,74 1,090 0,65 RO1 150 300 0,169 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 4,56 0,18 44,13 1,75 1,530 4,78 0,640 0,37 RO2 150 300 0,169 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 4,56 0,18 41,56 1,65 1,440 4,50 0,690 0,40 RO3 150 300 0,169 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 4,56 0,18 38,75 1,54 1,140 3,56 0,550 0,32 RO4 150 300 0,338 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 9,12 0,36 60,09 2,39 1,880 5,88 0,640 0,37 RO5 150 300 0,338 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 9,12 0,36 55,93 2,22 2,100 6,56 0,550 0,32 RO6 150 300 0,338 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 9,12 0,36 61,61 2,45 2,070 6,47 0,570 0,33 RO7 150 300 0,507 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 13,68 0,54 67,00 2,66 2,450 7,66 0,450 0,26 RO8 150 300 0,507 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 13,68 0,54 67,27 2,67 2,380 7,44 0,360 0,21 RO9 150 300 0,507 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16820 13,68 0,54 70,18 2,79 2,440 7,63 0,430 0,25 RO10 150 300 0,169 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 4,56 0,10 72,26 1,52 1,040 3,35 0,770 0,45 RO11 150 300 0,169 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 4,56 0,10 64,40 1,36 0,700 2,26 0,480 0,28 150 300 0,169 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 4,56 0,10 66,19 1,40 0,820 2,65 0,620 0,36 RO13 150 300 0,338 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 9,12 0,19 82,36 1,74 1,320 4,26 0,560 0,33 RO14 150 300 0,338 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 9,12 0,19 82,35 1,74 1,350 4,35 0,540 0,32 RO15 150 300 0,338 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 9,12 0,19 79,11 1,67 1,290 4,16 0,510 0,30 RO16 150 300 0,507 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 13,68 0,29 96,29 2,03 1,580 5,10 0,440 0,26 RO17 150 300 0,507 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 13,68 0,29 95,22 2,01 1,690 5,45 0,580 0,34 RO18 150 300 0,507 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 13,68 0,29 103,97 2,19 1,780 5,74 0,610 0,36 RO19 150 300 0,169 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 4,56 0,09 78,65 1,52 0,750 2,59 0,540 0,32 RO20 150 300 0,169 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 4,56 0,09 79,18 1,53 0,680 2,34 0,520 0,30 RO21 150 300 0,169 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 4,56 0,09 72,76 1,40 0,660 2,28 0,398 0,23 RO22 150 300 0,338 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 9,12 0,18 95,40 1,84 1,020 3,52 0,527 0,31 no. CP MC7 RO12 Elemento confinante Tecido Tecido Tipo de D fibra (mm) Carbono Carbono H (mm) tf Ef ff fc E co fl f cc Anexo 160 Tabela A.5 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001) Identificação do ensaio Autor Rousakis, 2001 no. CP Elemento confinante Geometria Tipo de D fibra (mm) Propriedades do compósito tf Ef ff H (mm) (mm) (MPa) (MPa) Concreto ε co Confinamento Resultados do ensaio fc (MPa) (%) (MPa) fl (MPa) fl fc f cc (MPa) f cc fc (%) ε cc ε co εl,máx ε l ,máx (%) (%) ε fu ε fu E co ε cc RO23 150 300 0,338 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 9,12 0,18 90,30 1,74 1,020 3,52 0,513 0,30 RO24 150 300 0,338 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 9,12 0,18 90,65 1,75 1,000 3,45 0,364 0,21 RO25 150 300 0,507 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 13,68 0,26 110,54 2,13 1,290 4,45 0,438 0,26 RO26 150 300 0,507 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 13,68 0,26 103,62 2,00 1,200 4,14 0,310 0,18 RO27 150 300 0,507 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 13,68 0,26 117,23 2,26 1,500 5,17 0,543 0,32 RO28 150 300 0,845 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 22,80 0,44 112,66 2,17 1,590 5,48 0,289 0,17 RO29 150 300 0,845 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 22,80 0,44 126,69 2,44 1,520 5,24 3,490 2,04 RO30 150 300 0,845 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 22,80 0,44 137,93 2,66 1,770 6,10 0,520 0,30 RO31 150 300 0,169 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 4,56 0,06 87,29 1,24 0,710 2,03 0,556 0,33 RO32 150 300 0,169 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 4,56 0,06 84,03 1,19 0,650 1,86 0,529 0,31 RO33 150 300 0,169 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 4,56 0,06 83,22 1,18 0,760 2,17 0,663 0,39 RO34 150 300 0,338 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 9,12 0,13 94,06 1,33 0,800 2,29 0,388 0,23 RO35 150 300 0,338 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 9,12 0,13 98,13 1,39 0,920 2,63 0,568 0,33 150 300 0,338 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 9,12 0,13 107,20 1,52 0,980 2,80 0,598 0,35 RO37 150 300 0,507 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 13,68 0,19 114,12 1,62 1,160 3,31 0,388 0,23 RO38 150 300 0,507 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 13,68 0,19 108,07 1,53 1,100 3,14 0,387 0,23 RO39 150 300 0,507 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 13,68 0,19 110,38 1,57 1,220 3,49 0,421 0,25 RO40 150 300 0,169 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 4,56 0,06 94,08 1,15 0,440 1,42 0,278 0,16 RO41 150 300 0,169 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 4,56 0,06 97,60 1,19 0,510 1,65 0,333 0,19 RO42 150 300 0,169 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 4,56 0,06 95,83 1,17 0,480 1,55 0,455 0,27 RO43 150 300 0,338 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 9,12 0,11 97,43 1,19 0,440 1,42 0,155 0,09 RO44 150 300 0,338 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 9,12 0,11 98,85 1,20 0,440 1,42 0,140 0,08 RO45 150 300 0,338 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 9,12 0,11 98,24 1,20 0,470 1,52 0,095 0,06 RO46 150 300 0,507 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 13,68 0,17 124,20 1,51 1,020 3,29 0,534 0,31 RO47 150 300 0,507 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 13,68 0,17 129,58 1,58 0,980 3,16 0,443 0,26 RO48 150 300 0,507 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 13,68 0,17 120,36 1,47 0,850 2,74 0,389 0,23 RO36 Tecido Carbono Anexo 161 Tabela A.6 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001) Identificação do ensaio Autor Tipo de D fibra (mm) Concreto Confinamento fc ε co (%) (MPa) (%) (MPa) ε fu E co (MPa) fl fl fc Resultados do ensaio f cc (%) ε cc ε co εl,máx ε l ,máx (MPa) f cc fc (%) ε fu ε cc (MPa) (MPa) 152 435 0,8 32000 450 1,406 35,00 0,25 30000 4,74 0,14 52,80 1,51 1,900 7,60 1,700 1,21 152 435 1,6 34000 505 1,485 35,00 0,25 30000 10,63 0,30 66,00 1,89 2,470 9,88 1,650 1,11 152 435 2,4 36000 560 1,556 35,00 0,25 30000 17,68 0,51 83,00 2,37 3,000 12,00 1,700 1,09 152 435 0,11 367000 3300 0,899 35,00 0,25 30000 4,78 0,14 55,00 1,57 1,000 4,00 1,300 1,45 152 435 0,23 390000 3550 0,910 35,00 0,25 30000 10,74 0,31 68,00 1,94 1,600 6,40 1,200 1,32 SA6 152 435 0,55 415000 3700 0,892 35,00 0,25 30000 26,78 0,77 97,00 2,77 2,220 8,88 0,900 1,01 MS1 153 305 1,44 37233 524 1,407 30,86 N.D. N.D. 9,86 0,32 53,66 1,74 3,060 N.D. 1,230 0,87 MS2 153 305 1,44 37233 524 1,407 30,86 N.D. N.D. 9,86 0,32 56,50 1,83 3,270 N.D. 1,770 1,26 MS3 153 305 1,44 37233 524 1,407 29,64 N.D. N.D. 9,86 0,33 67,12 2,26 2,900 N.D. 1,770 1,26 MS4 153 305 1,44 37233 524 1,407 29,64 N.D. N.D. 9,86 0,33 55,29 1,87 3,760 N.D. 1,560 1,11 MS5 153 305 1,44 37233 524 1,407 29,64 N.D. N.D. 9,86 0,33 60,23 2,03 3,800 N.D. 1,820 1,29 MS6 153 305 1,44 37233 524 1,407 31,97 N.D. N.D. 9,86 0,31 59,06 1,85 3,430 N.D. 1,920 1,36 MS7 153 305 1,44 37233 524 1,407 31,97 N.D. N.D. 9,86 0,31 60,79 1,90 3,430 N.D. 1,820 1,29 MS8 153 305 2,2 40336 579 1,435 30,86 N.D. N.D. 16,65 0,54 72,92 2,36 4,070 N.D. 1,490 1,04 MS9 153 305 2,2 40336 579 1,435 30,86 N.D. N.D. 16,65 0,54 65,67 2,13 2,940 N.D. 1,150 0,80 MS10 153 305 2,2 40336 579 1,435 30,86 N.D. N.D. 16,65 0,54 77,99 2,53 4,410 N.D. 1,680 1,17 MS11 153 305 2,2 40336 579 1,435 29,64 N.D. N.D. 16,65 0,56 74,56 2,52 4,310 N.D. 1,590 1,11 153 305 2,2 40336 579 1,435 29,64 N.D. N.D. 16,65 0,56 93,02 3,14 4,280 N.D. 1,880 1,31 MS13 153 305 2,2 40336 579 1,435 29,64 N.D. N.D. 16,65 0,56 71,74 2,42 3,920 N.D. 1,490 1,04 MS14 153 305 2,2 40336 579 1,435 31,97 N.D. N.D. 16,65 0,52 77,35 2,42 3,790 N.D. 1,460 1,02 MS15 153 305 2,2 40336 579 1,435 31,97 N.D. N.D. 16,65 0,52 77,08 2,41 3,770 N.D. 1,350 0,94 MS16 153 305 2,97 40749 641 1,573 30,86 N.D. N.D. 24,89 0,81 85,72 2,78 4,350 N.D. 1,370 0,87 MS17 153 305 2,97 40749 641 1,573 30,86 N.D. N.D. 24,89 0,81 86,76 2,81 4,690 N.D. 1,550 0,99 MS18 153 305 2,97 40749 641 1,573 29,64 N.D. N.D. 24,89 0,84 86,22 2,91 4,600 N.D. 1,260 0,80 MS19 153 305 2,97 40749 641 1,573 29,64 N.D. N.D. 24,89 0,84 114,66 3,87 5,330 N.D. 1,940 1,23 MS20 153 305 2,97 40749 641 1,573 29,64 N.D. N.D. 24,89 0,84 87,44 2,95 4,140 N.D. 1,450 0,92 MS21 153 305 2,97 40749 641 1,573 31,97 N.D. N.D. 24,89 0,78 86,11 2,69 4,220 N.D. 1,300 0,83 MS22 153 305 2,97 40749 641 1,573 31,97 N.D. N.D. 24,89 0,78 83,99 2,63 4,300 N.D. 1,290 0,82 Vidro SA2 SA3 SA4 Tubo Carbono SA5 Mirmiran and Shahawy, 1997 Ef ff (mm) SA1 Saafi et al., 1999 Propriedades do compósito tf H (mm) no. CP Elemento confinante Geometria MS12 Tubo Vidro Anexo 162 Tabela A.7 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP Identificação do ensaio Concreto Confinamento fc ε co (%) (MPa) (%) (MPa) Resultados do ensaio (%) ε cc ε co εl,máx 1,55 1,350 6,75 1,200 0,73 1,17 1,030 5,15 N.D. N.D. 81,00 2,19 1,100 N.D. 1,650 0,95 0,14 46,00 1,10 1,100 4,58 0,950 0,58 18,25 0,43 77,00 1,83 2,260 9,42 1,05 0,65 N.D. 36,50 0,87 108,00 2,57 3,230 13,46 1,06 0,65 0,24 N.D. 5,96 0,14 41,00 0,98 0,730 3,04 0,55 0,12 42,00 0,24 N.D. 17,88 0,43 61,00 1,45 1,740 7,25 1,3 0,28 4,615 42,00 0,24 N.D. 35,76 0,85 85,00 2,02 2,500 10,42 1,1 0,24 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 6,08 0,09 94,00 1,36 0,280 1,17 0,09 0,06 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 18,25 0,26 99,00 1,43 1,010 4,21 1,03 0,63 0,702 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 36,50 0,53 156,00 2,26 1,600 6,67 1,08 0,66 300 1,053 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 54,76 0,79 199,00 2,88 2,210 9,21 1,19 0,73 150 300 1,404 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 73,01 1,06 217,00 3,14 1,960 8,17 0,84 0,52 C60-G1 150 300 0,149 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 5,96 0,09 79,00 1,14 0,470 1,96 0,62 0,13 C60-G3 150 300 0,447 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 17,88 0,26 81,00 1,17 0,780 3,25 0,74 0,16 150 300 0,894 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 35,76 0,52 107,00 1,55 1,240 5,17 1,1 0,24 C60-G9 150 300 1,341 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 53,64 0,78 137,00 1,99 1,420 5,92 1,05 0,23 C60-G12 150 300 1,788 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 71,52 1,04 170,00 2,46 1,420 5,92 1,11 0,24 AC1 150 600 0,111 240000 3700 1,542 28,20 N.D. N.D. 5,48 0,19 31,40 1,11 0,390 N.D. 0,26 0,17 AC2 150 600 0,222 240000 3700 1,542 28,20 N.D. N.D. 10,95 0,39 57,40 2,04 2,050 N.D. 1,18 0,77 AC3 150 600 0,333 240000 3700 1,542 28,20 N.D. N.D. 16,43 0,58 69,50 2,46 2,590 N.D. 1,14 0,74 150 600 0,167 390000 3000 0,769 28,20 N.D. N.D. 6,68 0,24 41,50 1,47 0,750 N.D. 0,37 0,48 150 600 0,334 390000 3000 0,769 28,20 N.D. N.D. 13,36 0,47 65,60 2,33 1,810 N.D. 0,69 0,90 AC6 150 600 0,501 390000 3000 0,769 28,20 N.D. N.D. 20,04 0,71 79,40 2,82 1,690 N.D. 0,64 0,83 AC7 150 600 0,094 65000 1700 2,615 28,20 N.D. N.D. 2,13 0,08 31,50 1,12 0,970 N.D. 0,9 0,34 150 600 0,188 65000 1700 2,615 28,20 N.D. N.D. 4,26 0,15 35,80 1,27 0,550 N.D. 0,42 0,16 150 600 0,282 65000 1700 2,615 28,20 N.D. N.D. 6,39 0,23 50,70 1,80 1,140 N.D. 0,99 0,38 Ef E co (MPa) fl fl fc (MPa) f cc f cc fc (MPa) 168 336 3,73 33400 548 1,641 58,00 0,20 N.D. 24,33 0,42 90,00 219 438 3,7 33400 548 1,641 58,00 0,20 N.D. 18,52 0,32 68,00 FR3 100 200 3,08 23000 398 1,730 37,00 N.D. N.D. 24,52 0,66 C30-C1 150 300 0,117 240000 3900 1,625 42,00 0,24 N.D. 6,08 150 300 0,351 240000 3900 1,625 42,00 0,24 N.D. C30-C6 150 300 0,702 240000 3900 1,625 42,00 0,24 C30-G1 150 300 0,149 65000 3000 4,615 42,00 150 300 0,447 65000 3000 4,615 C30-G6 150 300 0,894 65000 3000 C60-C1 150 300 0,117 240000 C60-C3 150 300 0,351 150 300 C60-C9 150 C60-C12 FR1 FR2 Tubo Vidro C30-G3 Tecido Carbono AC4 AC8 AC9 Carbono Vidro C60-G6 AC5 Vidro Carbono C30-C3 C60-C6 Tipo de D fibra (mm) ε fu (MPa) Fam and Rizkalla, 2000 Elemento confinante ff (mm) no. CP Silva, V. D. e Santos, J. M. C., 2001 Propriedades do compósito tf H (mm) Autor Aire et al., 2001 Geometria Tecido Vidro ε cc (%) ε l ,máx ε fu Referências bibliográficas 163 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AIRE, C.; GETTU, R.; CASAS, J. R. Study of the Compressive Behavior of Concrete Confined by Fiber Reinforced Composites. 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