novatitude
BOLETIM INFORMATIVO DO INSTITUTO ESTRE DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Nº 11 novembro/dezembro 2012
EXPANSÃO
Instituto Estre amplia
espaços e expande sua
atuação
Pág. 4
V ENCONTRO DE
EDUCADORES
Clóvis de Barros Filho fala
sobre consumo sustentável
Págs. 6 e 7
ESPETÁCULO TEATRAL
DO MÊS DA CRIANÇA
SUPERA EXPECTATIVAS
Mais de 12 mil alunos
da Educação Infantil
participaram das
apresentações neste ano
Págs. 10 e 11
nota
editorial
Os acontecimentos relatados nesta edição confirmam
nosso propósito de que o trabalho desenvolvido pelo
Instituto Estre seja uma referência para aqueles que se
envolvem com Educação Ambiental no país.
Um número cada vez maior de pessoas tem
demonstrado interesse em participar das atividades que
propomos e, para atender a essa crescente demanda,
passamos a atuar em outras localidades, assim como
ampliamos os espaços já existentes.
Seguindo nessa direção de fazer cada vez mais e,
ao mesmo tempo, aprimorar o desempenho, estivemos
novamente, a convite do Grupo de Institutos, Fundações
e Empresas (GIFE), na 53ª Conferência Anual do Council
on Foundation e na 23ª Conferência Anual do European
Foundation Centre, onde pudemos participar de
importantes debates a respeito do futuro do investimento
social privado no mundo.
As parcerias continuam nos proporcionando outras
oportunidades de estimular reflexões sobre os temas
abordados nas oficinas pedagógicas, consumo e geração
de resíduos. Junto com a empresa Votorantim Metais
pudemos levar formação para os educadores da cidade
de Alumínio (SP). No 7º Congresso GIFE, contribuímos
com a realização de atividades interativas e com a
Oca (Laboratório de Política e Educação Ambiental da
ESALQ/USP) participamos do maior fórum de Educação
Ambiental do Brasil.
Até o final deste ano, teremos recebido mais de
30.000 estudantes e 2.500 professores, nas atividades
de nossos programas.
Instituto Estre realiza formação em
parceria com a Votorantim Metais
Com o propósito de ampliar o conhecimento de professores e diretores das escolas
públicas de Alumínio (SP) sobre assuntos da área socioambiental, o Instituto Estre
promoveu, a convite da empresa Votorantim Metais – Companhia Brasileira de Alumínio
(VM-CBA), um curso com foco em consumo, geração de resíduos e os impactos desses
processos na natureza.
Ocorrida no dia 22 de fevereiro, no Centro de Vivência Ambiental de Alumínio
(CVA), a formação reuniu aproximadamente 100 pessoas, que foram divididas em duas
turmas, de manhã e à tarde. Os participantes conheceram as propostas de atividades
contidas no Programa de Oficinas Pedagógicas do Instituto Estre, assim como o trabalho
da Cooperativa de Reciclagem de Alumínio (Cooperal), que foi reestruturada e vem
apresentando excelentes resultados.
A iniciativa fez parte do Projeto Crescer, desenvolvido pela VM-CBA em parceria
com o Instituto Votorantim, cujos objetivos são o fortalecimento das políticas públicas,
desenvolvimento das organizações sociais, inclusão produtiva das famílias e expansão
Estamos muito felizes em compartilhar esses
também todos aqueles que nos acompanham.
Wilson Quintella Filho
7º
Congresso GIFE
Entre os dias 26 e 30 de março, o Instituto abordou os temas de consumo e geração de em suas travessias e com quais critérios escolhem
Estre participou da sétima edição do congresso resíduos por meio de atividades interativas, neste seus caminhos.
A contação de história abriu ainda duas
organizado pelo Grupo de Institutos, Fundações ano. A atriz e escritora Kiara Terra foi convidada a
e Empresas (GIFE), principal encontro sobre conduzir contação de histórias que, em diversos importantes discussões sobre o papel do
investimento social privado do país, realizado a momentos, inspirou reflexões e divertiu os investimento social na educação e na construção de
participantes.
cidades sustentáveis. As atividades conquistaram
cada dois anos em diferentes capitais brasileiras.
No espaço cultural criado pelo Instituto, na área bastante adesão e se constituíram num verdadeiro
de
exposição
do congresso, o público interagiu intercâmbio de impressões entre os visitantes. A
governos, da sociedade civil organizada, academia
e investidores sociais, 115 palestrantes em 60 com a história, durante os intervalos do evento. interatividade foi, aliás, o destaque desta versão,
mesas, paralelas e oficiais, com diferentes recortes Em diferentes intervenções, as pessoas foram que se configurou na maior dentre todas as edições
Estiveram presentes mais de mil lideranças de
e formatos: open space, palestras, debates, noite estimuladas a fazer ou responder perguntas feitas já realizadas do evento.
por outras, com base em suas experiências nos
cultural, reuniões, arenas, entre outros.
Em parceria com o GIFE, o Instituto Estre debates, assim como pensaram sobre o que levam
Atuação em escola pública promove
melhorias em processos pedagógicos
Desde o ano passado, o Instituto Estre apoia a Parceiros da Educação, uma
associação sem fins lucrativos, certificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público), que promove e monitora parcerias entre empresas e escolas da
rede pública de ensino, com o principal objetivo de melhorar o aproveitamento escolar
dos alunos.
A atuação do Instituto, na Escola Estadual Deputado Augusto do Amaral, localizada
no bairro do Jaguaré, em São Paulo, consiste em dar apoio financeiro para aprimorar os
processos pedagógicos, como aquisição de materiais didáticos, formação de educadores
e aulas de reforço de Português e Matemática, assim como levar os conteúdos de seu
Programa de Educação Ambiental para a escola.
a empresa Oxil e a Estre Ambiental para se juntar a ele nessa parceria.
No início de agosto, a Oxil ofereceu à escola um coletor de materiais eletroeletrônicos,
que serão recolhidos periodicamente e levados para a manufatura reversa.
Ainda em agosto, educadores do Centro de Educação Ambiental (CEA) de Paulínia
foram à escola realizar uma oficina para professores sobre “Consumo crítico e resíduo.”
Entre os dias 4 e 6 de setembro, em visita ao CEA, 150 alunos participaram das oficinas
pedagógicas do Instituto e puderam conhecer como funciona um aterro sanitário.
expediente novatitude
Boletim informativo sobre as atividades do Instituto Estre de Responsabilidade Socioambiental – Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1.830 – Torre 1 – 2º andar –
Itaim Bibi – 04543-900 – São Paulo – SP – Presidente: Wilson Quintella Filho – Diretor-Executivo: Juscelino Dourado – Gerente de Educação Ambiental: Fernanda
Conferências internacionais
Desde o ano passado, o Instituto integra as
A 23ª Conferência do EFC, uma associação fundações no objetivo de alcançar a paz por meio da
internacional de fundações e fundos corporativos, foi justiça social e na construção de um futuro melhor
eventos internacionais: a Conferência Anual do
realizada em Belfast, na Irlanda do Norte, entre os para todos os povos do planeta.
Council on Foundation (COF) e a Conferência Anual
dias 6 e 8 de junho. Neste ano, a principal proposta
do European Foundation Centre (EFC).
A 53ª Conferência do COF, associação sem fins
lucrativos que reúne os maiores filantropos norteamericanos, ocorreu dessa vez entre os dias 29 de
abril e 1º de maio em Los Angeles (EUA). O evento
contou com a presença de especialistas nas temáticas
sociais e propiciou discussões diversas sobre
questões do investimento social privado tais como
Ilustrações: Mário Cau e Vitor Gorino – Produção Editorial e Gráfica: GOMA / Rapadura – Fotos: Simone Esaki
novatitude - novembro 2012
do encontro foi promover o debate sobre o papel das
representar o país em dois dos mais importantes
Analista de Educação Ambiental: Aline Abreu, Monica Barroso – Assistente de Educação Ambiental: Ricardo Moura – Educadores Ambientais: Catarine Nogueira,
Rodolfo Nascimento e Rodolfo Vescovi – Administração e Finanças: Marcos Goldfarb – Redação: Mônica Maciel e Ana Lúcia Piazza – Revisora: Elaine Ferrari –
desafios enfrentados atualmente no setor.
delegações brasileiras, organizadas pelo GIFE, para
Belizário – Gerente de Relações Institucionais: Adriana Norte – Coordenadores de Educação Ambiental: Alciana Paulino, Gabriel Guadalupe, William Souza –
Cintia Maciel, Elisa Ramos, Gleicon Analha, Heloize Montowski, Jose Kolya, Juliana Vitali, Lauren Bernucci, Lucimara Moriconi, Marri Natana, Reginaldo Silva,
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Investimento social privado em pauta no país e no mundo
socioeconômica e cultural da cidade.
Além dessas contribuições, outras iniciativas ocorreram neste ano. O Instituto contatou
resultados e esperamos que eles inspirem e mobilizem
eventos internacionais
modelos de parceria de sucesso, novas formas de
captação de recursos e casos de países estrangeiros.
Os trabalhos sugeriram reflexões e respostas para os
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educação ambiental
Instituto Estre amplia espaços e expande sua atuação
Centro de educação ambiental ganha novos espaços
No dia 16 de agosto, foram inaugurados novos
As mudanças no espaço ocorreram em
ciências mais importantes do país. Representando
espaços no Centro de Educação Ambiental (CEA)
função da demanda crescente. Com isso
duas cidades, um lixão e um aterro sanitário, ela
do Instituto Estre. O evento contou com a presença
será possível envolver um número maior
permite interações que mostram claramente a
de Wilson Quintella Filho, presidente da Estre,
de participantes no Programa de Oficinas
diferença entre essas duas opções de disposição
Juscelino Dourado, diretor do Instituto Estre, e Tião
Pedagógicas, que atenderá, a partir de agora,
de resíduos e as vantagens ambientais e sociais
Santos, presidente da Cooperativa dos Catadores
17 mil estudantes por ano.
do aterro sanitário. Além disso, a maquete traz a
do Jardim Gramacho.
O CEA passa a ter mais uma sala para a
Unidade de Valorização de Resíduos, máquina
Construído em uma área próxima ao Centro de
realização das oficinas, os banheiros foram
importada da Finlândia que produz combustível
Gerenciamento de Resíduos da Estre Ambiental,
ampliados e uma área foi construída para que
derivado de resíduos, e todas as tecnologias
em Paulínia (SP), o CEA conta com ambientes
os estudantes de 6 a 9 anos possam lanchar no
presentes nos aterros sanitários da Estre, como a
especialmente criados para receber estudantes
período em que participam das atividades.
captação de gás metano e drenagem de chorume.
e professores da Educação Básica e do Ensino
O local ganhou também uma nova maquete
Superior, além de pesquisadores, técnicos e
pedagógica, projetada por Aníbal Fonseca,
demais pessoas interessadas.
responsável pela criação dos museus de
Programa de Educação Ambiental adquire alcance nacional
Com a proposta de expandir o trabalho que vem
Instituto abordam as relações entre consumo e
sendo realizado com êxito há cinco anos, o Instituto
resíduos e seus impactos na natureza. A seguir,
Estre está levando seu Programa de Educação
os professores e alunos participantes visitam o
Ambiental para outras localidades. A cidade de
Centro de Gerenciamento de Resíduos (CGR)
Fazenda Rio Grande, na região metropolitana
Iguaçu, da Estre Ambiental, para conhecer
de Curitiba (PR), foi a primeira a fazer parte da
como funciona um aterro sanitário.
expansão, no início deste ano. A partir do segundo
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Em Tremembé e Itaboraí, a comunidade
semestre, Tremembé (SP) e Itaboraí (RJ) também
escolar
também
tem
oportunidade
de
foram incluídas. As secretarias de educação e
realizar estudos do meio nas Unidades de
escolas dessas cidades e região já podem contar
Gerenciamento de Resíduos da Estre existentes
com as atividades do programa.
nessas cidades. Além disso, atividades previstas
Em Fazenda Rio Grande, as ações são
em diversas instituições permitirão que as
desenvolvidas em duas etapas. Em uma oficina,
reflexões promovidas pelo Instituto alcancem
realizada na escola, os educadores ambientais do
outros públicos.
novatitude - novembro 2012
conhecimento
Ações com foco em sustentabilidade contam
com participação do instituto
Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente
A convite da Secretaria de Educação do Estado quarta edição da CNIJMA tem como tema “Vamos socioambientais,
respeitando
e
valorizando
de São Paulo, o Instituto Estre integra a Comissão Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis: a opinião e a atuação dos adolescentes e jovens.
Organizadora Estadual (COE) da IV Conferência educando-nos para pensar e agir em tempos de
(CNIJMA). A COE é uma comissão colaborativa
responsável
por
disseminar
informações
A
conferência
mobiliza
Nas conferências anteriores, as escolas
exercitaram sua capacidade de unir os desafios
Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente mudanças socioambientais globais”.
escolas
e globais aos locais, definindo responsabilidades
e comunidades escolares do Ensino Fundamental pessoais e coletivas para enfrentá-los. Agora, entre
coordenar ações referentes a todas as etapas de todo o país. Constitui-se em um processo 2012 e 2013, elas são convidadas a partir para a
preparatórias, que ocorrem no estado, para a pedagógico que traz a dimensão política da ação enfrentando um duplo desafio: educar para
realização da Conferência em âmbito nacional.
questão ambiental para os debates realizados, a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que se
Promovida pelo Ministério da Educação em na construção coletiva de conhecimento e transformam em um espaço educador sustentável.
parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a no empenho nas resoluções de problemas
Fórum Brasileiro de Educação Ambiental
O Instituto Estre esteve presente no VII Fórum
Com o tema “Educação Ambiental: Rumo da USP, na cidade de Piracicaba (SP), no ano
Brasileiro de Educação Ambiental que ocorreu entre à Rio + 20 e às sociedades sustentáveis”, sua passado.
os dias 28 e 31 de março de 2012, na cidade de ampla programação criou oportunidade de
Salvador (BA).
propostas
do
programa
foram
diálogos e expressão de diversos segmentos da apresentadas aos participantes, que puderam
conferir seus resultados práticos. Por meio de
Considerado o evento de Educação Ambiental sociedade.
mais importante do país, o fórum incentiva e
As
“Escolas
Sustentáveis
–
Construindo dinâmicas e exercícios de construção coletiva de
difunde a cultura de organização em padrão rede espaços educadores a partir da Educação conceitos, os educadores ambientais do Instituto
proporcionando experiências e conhecimentos que Ambiental” foi o título do minicurso realizado Estre e da Oca estimularam uma reflexão sobre
fortaleçam sua compreensão e prática. Além disso, pelo Instituto Estre no evento. Os conteúdos a escola, em direção à ideia de um espaço
reúne os educadores ambientais que compõem a ministrados tiveram como ponto de partida o educador sustentável, que incorpora a educação
Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), Programa Escolas Sustentáveis, desenvolvido ambiental e a cidadania em sua gestão,
fomentando a reflexão crítica para as pessoas pelo Instituto em parceria com o Laboratório de edificação e currículo.
que nela atuam com base na sociedade civil, no Educação e Política Ambiental (Oca) da Escola
mercado e no Estado.
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ)
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Ficha Técnica
educação ambiental
V Encontro de Professores: o que consumo sustentável quer dizer?
Este foi o tema do V Encontro de
coisas como elas são. “Quanto ao seu aspecto
Professores, realizado no Centro de Educação
ambiental, não parece haver muita celeuma ou
Ambiental do Instituto Estre em março deste
complexidade, pois ninguém em sã consciência
ano.
A palestra ministrada aos convidados
iria defender a destruição do planeta. O
nesta quinta edição do evento foi conduzida
problema é que isso vem acompanhado de
por Clóvis de Barros Filho, autor de várias
dois outros elementos, o social e o econômico”
publicações sobre Ética e Comunicação,
ressaltou. E, nesse sentido, nem tudo no mundo
doutor em Direito pela Universidade de Paris e
deve ser conservado, sustentado.
Assim, ainda que muito aplaudida no campo
doutor em Comunicação pela Universidade de
ambiental, a sustentabilidade pode ser nefasta,
São Paulo.
De forma descontraída e com exemplos
conservadora, retrógrada e impeditiva de justiça
bem-humorados, Clóvis garantiu um clima
social em outros segmentos. Por isso ela não é
muito agradável em toda a palestra. Comentou
dogma e nem execrável. É simplesmente um
que o próprio título de sua fala o autorizava a
valor, que está aí para o nosso exame e para
nos ajudar a conviver melhor.
de conviver. “Consumo sustentável é uma questão
ética por excelência, afinal de contas tem a ver
com a melhor forma de conviver. Ora, ética é
coisa humana, gatos não têm ética. Só existe
ética quando há a possibilidade de fazer diferente,
só aí é pertinente uma discussão sobre o melhor
caminho”, ressaltou.
Para ele, a principal tarefa da escola é,
certamente,
preparar
seus
educandos
para
escolher o melhor caminho. Não se pode viver sem
escolher, nem escolher sem identificar o caminho
Num segundo momento, para introduzir
o consumo em sua abordagem, Clóvis falou
sobre o fato de que regemos nossas vidas
por um esforço de conservação da própria
potência.
Em
outras
palavras,
lutamos
pela alegria e para evitar a tristeza. Vamos
observando as experiências passadas e, de
certa maneira, registrando o que aconteceu em
termos afetivos, numa espécie de tabela com
o que nos alegrou e o que nos entristeceu. O
grande problema, em sua opinião, é que as
lado, só é possível atribuir valor às possibilidades
lugar tratou do termo sustentável para, em
de vida se houver uma referência.
seguida, falar sobre consumo.
de qualquer conduta, dúvida ou dilema existencial.
coisas são como só poderiam ser, tudo é,
Alguns filósofos denominam essas referências
necessariamente, do jeito que é. Um gato, por
de virtudes. O mundo do trabalho, das empresas
exemplo, já nasce com aquilo de que necessita
lança mão das virtudes da filosofia e as chama de
para viver como gato, de tal maneira que não
valores.
precisa aprender a viver. É por isso que gato não
“Mas os valores são complexos e contraditórios
inventa, não improvisa, nem inova ou empreende.
entre si. E essa complexidade da vida é a condição
O homem, por outro lado, quando compara a
da sua liberdade, porque se os valores fossem
própria vida com o resto da natureza, tem a nítida
coerentes entre si e fizessem um decálogo
impressão de que com ele não é assim. A cada
indiscutível, todos seríamos escravos disso e não
passo faz escolhas, decide e delibera. Cabe a ele
haveria nenhuma alternativa existencial” afirmou
aprender a viver.
Clóvis. Para ele, o importante é investigar em
“E é exatamente essa a perspectiva que
insere nossa temática no quadro geral da ética”
6
que condições um valor é contributivo para a
convivência.
afirmou o palestrante. A ética sempre foi o esforço
A sustentabilidade, por exemplo, é um valor
que o homem fez sozinho, com os outros e ao
como qualquer outro. Existe em sua perspectiva
longo da história para identificar a melhor forma
uma ideia clara de conservação, de manter as
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com ele na vitrine. E para ter esta alegria sustentável, eu
comprarei o produto.
Esta perspectiva mostra que o consumo é marcado
por uma falácia visceral, de princípio, que é a ilusão da
permanência dos afetos. “Estamos sempre acreditando
que o novo produto, este sim, nos alegrará por muito
tempo e, por mais que o mundo insista em nos corrigir,
estaremos sempre expostos a nos equivocar e a comprar
novamente, acreditando que alguma coisa continuará
nos alegrando no futuro”, complementou. A esperança
é, portanto, o afeto do consumo por excelência.
Além disso, nos dias de hoje, somos definidos pelo
que consumimos. “O consumo faz parte da própria
identidade de cada um de nós”, comentou Clóvis. Por
meio dele também se consegue pertencer a certas
tribos, grupos, nichos, espaços e coletivos. “Não se
trata de uma carta pessoal de boas intenções, mas de
um verdadeiro processo de inscrição na sociedade, na
qual você existe e se deixa definir pelo que consome”,
reforçou.
E seguiu observando que “a redução e a seletividade
valores ambientais, irão esbarrar num obstáculo difícil
de ser vencido: os critérios sociais de definição das
pessoas pela identidade não são os ambientais”. Para
A filosofia busca, justamente, as referências
Começou dizendo que na natureza as
porque ele é meu, a alegria que estou sentindo agora
progressiva das práticas de consumo, com vistas a
de maior valor, a conduta que vale mais. Por outro
dividir o assunto em duas partes. Em primeiro
Vou levar esse produto para casa e sentirei, doravante,
que as práticas mudem é preciso mudar o que quer dizer
Projeto: PENSANDO O MEIO AMBIENTE
Escola: EMEB Horácio de Salles Cunha
– Campinas
Professoras responsáveis: Sandra Fachineti,
Maria Clarice S. Villac e Leila Rangel.
Descritivo: O projeto fez parte de um
trabalho mais amplo, desenvolvido pela
disciplina de Ciências, com os alunos
do 6º ao 9º ano da escola. Teve início
com o plantio de 45 mudas de árvores.
Cada ano escolar ficou responsável por
trabalhar diferentes temas – compostagem
e armadilha para mosquito da dengue;
germinação de sementes, visita ao aterro
e lixo eletrônico; cuidados com as mudas
plantadas e construção de uma horta. Os
alunos participaram também do Programa
de Oficinas Pedagógicas do Instituto
Estre, cujos conteúdos permitiram a
interdisciplinaridade, envolvendo ainda as
disciplinas de Português e Artes.
Projeto: JOGO DA SUSTENTABILIDADE
Escola: Escola de Educação Infantil
e Ensino Fundamental – Valinhos
Professor responsável: Alberto Samu
Descritivo: O projeto consistiu na
realização de uma oficina para professores
e funcionários da escola. Em formato de
jogo, a atividade teve início com a indução
de uma viagem imaginária ao futuro,
quando a vida na terra havia se tornado
insustentável. Depois de ter estudado
anos com uma civilização mais avançada,
os participantes constituem uma equipe
que recebe a missão de instalar uma nova
ordem com base na sustentabilidade que
aprenderam. Ao longo da brincadeira,
os integrantes demonstraram os
conhecimentos que já possuíam sobre o
tema e novos conceitos foram trabalhados,
resultando na elaboração de um plano de
ação para ser implantado na escola.
Projeto: NÃO QUEREMOS MEIO
AMBIENTE, QUEREMOS AMBIENTE
INTEIRO
Escola: Escola Infantil Paraíso – Campinas
Professora responsável: Gabriela da Silva
Santos
Descritivo: Discutir a importância da
valorização do meio ambiente e instigar as
crianças a adotar atitudes de cuidado com
o meio em que vivem foram os principais
objetivos do projeto, realizado com alunos
de 5 anos, em várias etapas. As crianças
criaram um mural com suas próprias
sugestões de boas atitudes; elaboraram
um manual com frases e imagens sobre a
importância da conservação dos recursos
naturais e da separação do lixo domiciliar;
listaram os locais que poderiam ser
melhorados na escola e confeccionaram
um cartaz sobre como separar o lixo de
maneira adequada. Para finalizar, com um
novo mural, mostraram às pessoas que é
preciso cuidar de todos os ambientes.
Projeto: O QUE EU POSSO FAZER PELO
MEIO AMBIENTE?
Escola: Programa Formare – Campinas
Responsável: Paulo Lima
Descritivo: O projeto teve como objetivo
desenvolver ações em que os alunos
pudessem vivenciar as questões
ambientais apresentadas em sala de aula:
1. Combater o desperdício de alimentos
– O grupo visitou o CEASA, entrevistou
pessoas, ensinou a fazer suco com casca
de abacaxi e diminuiu o desperdício
nas refeições. 2. Adotar uma praça –
Mudas doadas pelo Instituto Estre foram
plantadas em uma praça. 3. Reciclagem
de óleo de cozinha – Com a colaboração
de um projeto já existente, os alunos
aumentaram os postos de coleta.
4. Desperdício de copo descartável
– Foram distribuídas canecas
personalizadas para ser utilizadas pelos
alunos durante as aulas. 5. Reciclagem
de garrafa PET – O grupo fez vários
trabalhos artesanais, identificando formas
de reciclagem desse material.
consumir, pois não se compra um produto apenas por
experiências com o mundo são sempre inéditas,
e “quando você se serve de uma experiência
passada, sua validade para garantir uma alegria
é muito discutível, pois aquilo que o alegrou
ontem pode não alegrar hoje, porque hoje você
é outro”.
Nesse sentido, existe a insustentabilidade
na questão do consumo em relação ao
consumidor. Para ilustrar essa ideia, Clóvis
descreveu o que ocorre num momento de
compra, quando se está, por exemplo, diante
da vitrine de um shopping. “Você olha para
um produto, ele o alegra e, imediatamente, de
forma mecânica, qual é a inferência que se faz?
sua funcionalidade.
Dessa maneira, Clóvis acredita que o trabalho
de conscientização deva começar por um processo
educativo escolar, em que as questões de consumo
tenham um espaço específico e estejam presentes nas
mais diversas discussões. Assim, ao mesmo tempo em
que recebem o bombardeio do adestramento publicitário,
“as pessoas podem ter, correlatamente, a consciência
do que aquilo tudo quer dizer, pois, desde criança vamos
aprendendo rápido que consumir é existir na sociedade
e enquanto isso não for discutido criticamente, cada vez
mais essa associação será definitiva”, finalizou.
Após a palestra, professores convidados relataram
seus projetos sobre práticas de Educação Ambiental nas
escolas. Confira no quadro ao lado.
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nota
educação ambiental
VI Workshop para Professores
Educação Ambiental: das políticas públicas à sala de aula.
A sexta edição do Workshop para
Professores, evento que integra as ações do
por ser a porta de entrada quando se fala de
contemporaneidade, não está dando as respostas
muito clara. “Nossos destinos enquanto humanos
O projeto político pedagógico de cada
consumo.
que a humanidade precisa para saber julgar e
não se resolvem apenas na nossa cidade, no
escola não pode ser só um papel para mostrar
enfrentar os problemas socioambientais com base
nosso município, mas nas esferas planetárias.
à secretaria de educação ou para se conseguir
no cotidiano.
Sendo assim, nossa potência de agir tem que estar
verba. Assim como o plano diretor de um
presente em todos esses âmbitos.”
município não pode ser apenas uma obrigação
Núcleo de Estudos em Educação Ambiental
“Tornamo-nos consumidores contumazes e,
do Instituto Estre, foi realizada desta vez no
se perguntarmos à maioria das pessoas o que
município de Fazenda Rio Grande, no Paraná.
é felicidade, de uma forma ou de outra, elas
Na leitura da crise ambiental, essas questões
O encontro, ocorrido no dia 25 de maio,
responderão que é consumo”, comentou. Seguiu
devem ser revisitadas para que se pense em
Além disso, não é possível enfrentarmos
burocrática. Deve resultar da pactuação entre
reuniu cerca de cem convidados e marcou o
citando que, no livro Felicidade Paradoxal, o
maneiras de construir uma pedagogia e uma política
sozinhos uma problemática que vem sendo
os humanos que moram naquele município,
início das atividades do Programa de Oficinas
autor Gilles Lipovetsky diz que quase 90 por
pública que resgatem valores como comunidade,
construída há 500 anos e que é uma opção de
sobre como serão enfrentados os desafios
Pedagógicas do Instituto Estre no estado.
cento da população tende a relacionar felicidade
diálogo, felicidade, identidade e pertencimento.
modelo civilizatório. “É preciso apoio de política
da inclusão social e da degradação do meio
O público presente pôde conferir a palestra
com consumo, e, paradoxalmente, na medida
“É preciso trazer para o cotidiano elementos que
pública, o que significa uma secretaria de
ambiente.
ministrada pelo coordenador do Laboratório de
em que consomem mais, as pessoas não se
façam nos identificarmos com a nossa cultura, nossa
educação olhando com profundidade para essas
Para Sorrentino, precisamos construir
Educação e Políticas Ambientais da ESALQ /
tornam mais felizes.
USP, Marcos Sorrentino.
Marcos
observou
também
que,
gente, nossa realidade, uma vez que, geralmente,
questões, não apenas trocando disciplinas ou
o valor dentro de nós, mas o construiremos
na
nos identificamos mais com o que está fora” afirmou
conteúdos dentro da grade curricular para que as
na exata medida em que houver forças na
Sorrentino. A esses valores, soma-se ainda outro
Sorrentino falou o que pensa sobre a crise
atualidade, as pessoas entram nas relações
pessoas ouçam falar de meio ambiente”. Para ele,
sociedade remando na mesma direção. Ele
ambiental, comentando aspectos do processo
humanas numa perspectiva descartável. Cada
apoio de política pública implica revisão radical da
acredita que quando se fala de educação
educador da pedagogia da sala de aula, do
vez mais elas se dedicam à internet e a todas as
grade curricular, do cotidiano da escola. Construir
ambiental é essencial uma postura de
cotidiano escolar, até o campo da formulação
comunidades virtuais por receio de se dedicar a
uma escola sustentável não é somente fazer
observação, de encantamento e reverência à
das políticas públicas.
comunidade real.
uma horta escolar ou um prédio que economize
vida. Assim como a criticidade e a compreensão
Para ele, a crise ambiental não se limita
Para ilustrar sua ideia, comentou que
energia. Sustentabilidade com base no cotidiano
da importância da ação cidadã é fundamental
a poluição, lixo, corte de árvores, degradação
o sociólogo Zygmunt Bauman fala que as
escolar significa olhar para esse conjunto de
para a transformação das questões sociais
da Amazônia ou aquecimento global, porque
comunidades modernas podem ser explicitadas
questões e de temas e criar, pactuar com todos os
e ambientais que precisam e devem ser
todas essas são manifestações de um
em dois tipos: a virtual e a de condomínio.
membros da comunidade escolar um programa de
superadas.
comportamento humano que tem raízes muito
Condomínio tem bem pouco de comunidade
enfrentamento.
profundas. É necessário pensar uma solução
porque, na maior parte dos casos, é mais uma
para a problemática ambiental que não esteja
forma de nos proteger dos de fora do que de
pautada apenas pelas emergências mais
solidariedade com os de dentro. Nas comunidades
evidentes.
virtuais, as pessoas têm centenas de amigos,
Nesse sentido, por exemplo, embora o
mas enquanto esses não as incomodam, pois
lixo seja muito importante como tema gerador,
se o fizerem podem ser facilmente descartados.
porque é visível, palpável, está no cotidiano
Em ambas as modalidades o sentido originário
e no repertório das pessoas, precisa ser
de comunidade, que é o de solidariedade, de
abordado de forma mais ampla. Ao se trabalhar
partilha e de apoio mútuo, vem sendo esgarçado
com as questões do reduzir, reutilizar e reciclar,
nos últimos tempos.
a redução, em especial, deve ser destacada,
Essa
construção,
muito
presente
Oficinas e formações
têm início no Paraná
As Oficinas Pedagógicas, principal
realização do Programa de Educação
Ambiental do Instituto Estre, passaram
a ser desenvolvidas no Paraná logo
que o programa teve início no estado.
Direcionadas a educadores e estudantes da
Educação Básica ou outras organizações
que tenham como público-alvo crianças
e jovens, as oficinas abordam a relação
entre consumo e produção de resíduos,
apontando os impactos desses processos
na natureza e na vida das pessoas.
Aos
professores
participantes,
o
programa oferece material de apoio com
subsídios teóricos e práticos, assim como
um encontro de formação, em que são
apresentadas ferramentas que auxiliam a
introduzir as oficinas no cotidiano escolar
e integrar as atividades sugeridas aos
conteúdos curriculares.
As primeiras formações, organizadas
em Fazenda Rio Grande e Curitiba, em
parceria com as secretarias municipais de
Educação dessas cidades, envolveram
mais de 120 professores de diferentes
escolas.
Os
participantes
avaliaram
positivamente os encontros e expressaram
o desejo de que eles se repitam em outras
oportunidades.
na
conceito, que é a potência de agir, ”porque vivemos
numa sociedade que nos despontencializa para a
ação”, ressaltou.
Segundo Sorrentino, cada vez mais pessoas
têm percebido que é necessário se enraizar no
local para construir sentimentos de pertença e de
defesa desse local, ao mesmo tempo em que uma
identidade planetária vem sendo construída dentro
delas, pois começam a se entender como cidadãos
e cidadãs do planeta. A questão ecológica, mais
do que qualquer outra, trouxe essa visão de forma
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educação ambiental
Mês da Criança: de quem são essas pegadas?
Com humor e muita música, crianças aprendem sobre as marcas que
deixamos no planeta.
Mais de 12 mil alunos da Educação Infantil participaram das apresentações neste ano
Retratando o ambiente escolar, com
um cenário bastante original, De Quem São
Essas Pegadas? narra um dia de aula em que
o professor Tedesco questiona seus alunos
sobre as marcas que as pessoas deixam no
planeta com seus estilos de vida.
O teatro sempre foi a linguagem escolhida pelo Instituto Estre para falar
sobre Educação Ambiental com crianças de 3 a 5 anos. Novos enredos e
personagens são criados, a cada ano, para que os alunos da Educação
Infantil conheçam, de forma lúdica e divertida, os impactos que o consumo e
a geração de resíduos causam na natureza e na vida das pessoas.
As apresentações teatrais, promovidas pelo Instituto em comemoração
ao Dia das Crianças, ganharam ainda mais espaço, desde o ano passado,
sendo itinerantes e encenadas durante todo o mês de outubro.
Mais de 11 mil crianças assistiram à peça deste ano, realizada em
duas sessões diárias, nas cidades de Americana, Campinas, Cosmópolis,
Hortolândia, Nova Odessa, Sumaré, Paulínia e Valinhos.
Repleta de brincadeiras e canções que
convidam as crianças a refletir junto com os
personagens, a história estimula atuações
mais participativas, propõe alternativas para
o consumo e descarte, assim como práticas
mais sustentáveis que podem ser implantadas
pelas próprias crianças e seus professores nas
escolas.
Segundo Silvana S. Santili, professora
da Educação Infantil na escola Arcor Íris, de
Sumaré, “as propostas da peça vieram a calhar
e me deixaram ainda mais motivada para
realizar com os alunos um projeto de horta
suspensa, com garrafas PET. Foi muito legal”,
concluiu.
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reflexão
O consumo ajuda a pensar a sociedade
por Fernanda Belizário e Juscelino Dourado*
Durante alguns anos, o Instituto Estre
é o consumidor que define o preço dos
moro diz muito sobre mim, o celular que
tem conduzido formações para professores
produtos, nem é ele que define se uma
eu tenho, as viagens que faço ou tenho
da Educação Básica a respeito do tema
minissaia é adequada para vestir uma
desejo de fazer, o meu corte de cabelo,
consumo de bens e geração de resíduos.
mulher de 50 anos ou se é possível ir
enfim, cada ato de consumo cria um código
Nessas formações, os participantes são
trabalhar de bermuda ou biquíni. Essa
de pertencimento a alguns grupos (seja
encorajados a iniciar discussão a respeito
determinação é dada socialmente, na
separação por classes sociais, seja por
do que entendem por consumo.
coletividade, e difere tanto quanto uma
faixas etárias, movimentos culturais, étnicos
Os comentários geralmente oscilam
cultura difere da outra. Começamos daí a
etc.) e diferenciação em relação a outros
entre duas visões diferentes: a primeira
pensar que o consumo não é um ato tão
grupos. Em outras palavras, o consumo é
delas fala de um consumo necessário,
individual assim.
um marcador de diferenciação social.
aquele que se define pela satisfação de
Esses valores da cultura acabam
Sendo o consumo um processo que
nossas necessidades básicas; a segunda
por determinar quais são as nossas
está no cerne da nossa sociedade e um
refere-se ao consumo como um malefício,
necessidades
tanto
processo que nos define enquanto seres
o consumismo como uma distorção da
as
as
sociais, a sua problematização está além
satisfação das necessidades. Em ambos os
necessidades
possa
das ações de impedir, evitar ou diminuir o
casos, o consumo é tratado como um ato
parecer que as necessidades básicas
consumo. Está, ao contrário, na reflexão
individual, ideias muito próximas de teorias
são exclusivamente informadas por um
sobre como e até quando vamos tê-
econômicas tradicionais ao afirmar que a
critério biológico (a fome, a sede, o frio),
lo como um classificador social. Como
escolha do consumidor é livre e soberana,
como somos seres imersos em cultura,
poderemos construir um novo projeto de
sendo, portanto o consumo um assunto
é ela que dirá o que pode e não pode ser
sociedade que dê conta de lidar com todas
privado, de preferências individuais e foro
comido, o que pode ser bebido, como nos
as consequências ambientais, econômicas,
íntimo.
protegeremos do frio etc.
culturais e sociais que trazem como herança
Quando
caminhamos
com
mais
de
consideradas
consumo,
básicas
sociais.
como
Embora
O consumo identifica e classifica. Em
um passivo cada vez maior baseado no
o
nossos tempos, a chamada sociedade de
consumo de bens e descarte de resíduos.
consumidor, começam a aparecer alguns
consumo, diferencia-se não pela quantidade
Fica para refletir: onde começam e onde
dilemas.
profundidade
na
reflexão
sobre
em
que consumimos, mas pela importância
terminam as responsabilidades individuais
sociedade, suas escolhas de consumo se
que o consumo assume em nossas vidas.
e coletivas?
baseiam em uma escala de valores (tem
Por meio do consumo, criamos códigos
roupas que são mais adequadas do que
que permitem a nós mesmos e a outros
outras, tem produtos que são melhores
reconhecerem quem somos: a roupa que
do que outros). Essa escala de valores
eu visto diz muito sobre minha idade, classe
não é determinada pelo consumidor, não
social, meu estilo de vida. O bairro em que
Este
consumidor
vive
*Fernanda Belizário é gerente
*Juscelino Dourado é diretor-
Responsabilidade Socioambiental
Responsabilidade Socioambiental
de Educação do Instituto Estre de
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executivo do Instituto Estre de
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