Animais de Laboratório Identificação dos Genes de Pigmentação Erick Introdução: O camundongo, ao longo dos anos, tem sido o animal mais utilizado na pesquisa científica. E como se sabe, o background genético dos animais de laboratório pode ser um fator crucial para o sucesso de um experimento. Para os animais inbred, portanto é de extrema importância, o monitoramento genético das linhagens. Este monitoramento pode ser feito através de diversas técnicas, como o PCR, análise de histocompatibilidade, análise de particularidades fisiológicas e patológicas de certas linhagens, e identificação de genes através da pelagem. Dentre estas técnicas, a de identificação dos genes de pigmentação possui vantagens para uma instituição pública: não onera o biotério, pois é um método simples e barato, e se ajusta dentro da rotina normal de criação dos animais, não necessitando outros materiais. Porém, tem como fator limitante, atender somente o controle das linhagens albinas e explorar um pequeno número de loci. Objetivo: Testar a isogenicidade das linhagens albinas de camundongos através da verificação da expressão de genes na pelagem da prole destes camundongos com outros de linhagens de referência. Perfil Genético: O conceito de um perfil genético é baseado no fato de que cada linhagem de camundongos possui localizado em seus cromossomos um grupo único de genes que os distinguem de outras linhagens. O desenvolvimento e subsequente manutenção de uma linhagem inbred por um sistema estrito de criação irá produzir uma linhagem de camundongos que apresenta um conjunto idêntico de pares de genes. Pigmentação de Pelagem: Presentemente, são conhecidos cerca de 127 genes que influem na pigmentação da pelagem, mesmo que o gene em questão não seja um gene de pigmentação (ex. bcl2). Para este trabalho, 4 genes se destacam em importância: Símbolo: a Cromossomo 2 Nome: nonagouti Alelos: a (não agouti), A (agouti) Atua nos folículos capilares afetando a distribuição e quantidade de pigmentos Símbolo: Tyrp1 Cromossomo 4 Nome: tyrosinase-related protein 1 Alelos: b (marrom), B (preto) Influi na produção de melanina controlando a cor do pelo Símbolo: Tyr Cromossomo 7 Nome: Tyrosinase Alelos: c (albino), C (não albino) A homozigose c/c é dominante sobre os outros genes. Símbolo: Myo5a Cromossomo 9 Nome: myosin Va Alelos: d (diluído), D (não diluído) Pode causar uma estrutura dos melanócitos anormal. Metodologia: O teste consiste na realização de cruzamentos entre um camundongo albino da linhagem que se deseja avaliar com um camundongo pigmentado de uma linhagem de referência. As linhagens albinas utilizadas neste trabalho foram: Balb/c, A e A/J. Estas estão entre as linhagens albinas mais utilizadas em pesquisas científicas, portanto muitos laboratórios possuem uma criação destes animais. Por isso essas linhagens foram escolhidas. As linhagens de referência usadas foram a DBA/2 e C57BL/6. Estas também muito comuns na pesquisa científica e fáceis de se obter para ocasião do teste. Como já se sabe quais são os alelos para os genes em questão que cada linhagem possuí, é possível prever a cor da pigmentação dos filhotes. Os cruzamentos realizados estão especificados nos resultados. A e A/J Balb/C C57BL/6 DBA/2 Resultados: O Cruzamento entre uma linhagem albina e a linhagem de referência, causa a heterozigose do gene Tyr. Os genes que estavam ‘escondidos’ nos camundongos albinos, podem ser avaliados na cor da pelagem da prole. Os resultados que obtivemos foram de acordo com o esperado para o genótipo da prole: Cruzamento Balb/C e DBA/2 – Filhotes Marrom Agouti Balb/C x DBA/2 A e A/J x DBA/2 A x C57BL/6