Lançamento do exame da OCDE sobre Desenvolvimento Territorial em Portugal Conferência Regional Policy around the world Alfandega do Porto, 29 de Setembro de 2008 Começo por agradecer, na sua pessoa - Senhor Ministro -, o convite que me foi dirigido para participar nesta sessão, que interpreto não apenas como um acto de amizade e gentileza, mas também como reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Delegação Permanente junto da OCDE, através do entusiasmo e da dedicação de todos os que ali se encontram. Ficamos a partir de hoje com uma análise rigorosa, feita pela OCDE, das nossas iniciativas mais recentes na consolidação das políticas de desenvolvimento regional e nas de ordenamento do território. Sem entrar em detalhes, até porque terão ocasião de verificar os conteúdos dessa análise mais em pormenor na sessão de trabalho que se segue, gostaria apenas de realçar a mensagem positiva que o relatório transmite sobre os desafios e as potencialidades da competitividade regional em Portugal. Se este trabalho pode ser considerado como importante para o desenvolvimento regional em Portugal, ele é também uma das peças que constituem o edifício mais completo de toda a relação de trabalho existente entre as autoridades portuguesas e a OCDE. Em Portugal, a OCDE é reconhecida geralmente como um organismo internacional de excelência, e assim devo relembrar todo o trabalho que tem sido desenvolvido em conjunto e nos mais diversos domínios, que procura contribuir para uma adequada formulação das nossas politicas. Se a OCDE ganhou um estatuto mundial em termos de análise da situação económica, hoje em dia verifica-se uma evolução do seu trabalho para uma abordagem mais aprofundada de reformas estruturais, como é exemplo a publicação anual do relatório “Going for Growth”. Questões como a Inovação e a economia política das Reformas estão agora na agenda da OCDE. Noutro domínio - a educação - o PISA, que é o mais importante Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes, já ultrapassou as fronteiras dos 30 países Membros. Este Programa constitui mais um dos instrumentos que a OCDE disponibiliza, como auxilio na melhoria do desempenho de cada país membro, apoiando-se no benchmarking. Procura-se agora desenvolver um Programa Internacional para a avaliação das competências em adultos (PIAAC), que deve ter o seu primeiro resultado publicado em 2010. Portugal, desde sempre tem apostado numa relação intensa com a OCDE (sendo importante relembrar que o nosso país é membro fundador). Particularmente nos anos mais recentes essa colaboração aprofundou-se e diversificou-se. Os estudos realizados sobre a Simplificação Administrativa e o e-Government ou sobre a Integração dos imigrantes no mercado de trabalho são exemplos recentes desta colaboração. Ao nível dos programas regulares de avaliação de Políticas nacionais, e para além do tradicional exame à política económica, apresentado pelo Secretário Geral há poucos meses em Lisboa, e deste exame sobre políticas de desenvolvimento territorial, realizaram-se ainda a avaliação do Ensino Superior (no Programa de Exames das Políticas Nacionais de Educação), a avaliação das políticas de Ajuda ao Desenvolvimento, e estão já programados os exames da política Energética (a realizar pela Agência Internacional de Energia – Organização umbilicalmente ligada à OCDE), ainda em 2008 e o da política de Ambiente previsto para 2009/2010. Há que realçar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos pela OCDE, onde as avaliações feitas pelo Secretariado são acompanhadas por peritos nacionais dos países convidados como avaliadores. Todo o processo é discutido e aprovado em reuniões plenárias, com a participação de todos os países membros. Esta validação pelos “pares” contribui para credibilizar as recomendações, e ajuda os países a avançar, evidentemente, com a total liberdade de escolherem a forma que melhor se adequa às suas realidades. A OCDE, embora no futuro possa e deva ter um papel mais relevante na arquitectura mundial nesta fase da globalização, já hoje tem voz activa nos mais importantes temas. O acompanhamento da grave crise financeira internacional, o apoio às negociações de Doha, a análise da economia das mudanças climáticas, a forte presença na cooperação para o desenvolvimento, a abertura a países não membros como são especialmente os casos da China, Índia, Brasil, Africa do Sul e Indonésia, a negociação de futuros alargamentos, com Rússia, Chile, Israel, Estónia e Eslovénia, constituem alguns exemplos do que de muito significativo para a economia mundial se passa a partir da sede parisiense da Organização. Portugal, como todos os outros Países Membros, tem a responsabilidade, e até a obrigação, de continuar a participar duma forma reforçada nos trabalhos da OCDE, numa filosofia de troca de experiências, na procura das melhores práticas disponíveis, beneficiando do “conselho” sempre qualificado que resulta das suas avaliações mas também contribuindo, através das suas experiências bem sucedidas para o avanço da Organização. Muito obrigado