DROGAS COLINÉRGICAS E
ANTICOLINÉRGICAS
1. Aspectos anátomo-funcionais do SNA
2. Histórico
3. Definição
4. Síntese e Liberação da ACh
5. Classificação
- Tipo de Receptor
- Mecanismo de Ação das Drogas
6. Drogas Colinérgicas e Anticolinérgicas
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
www.univ.trieste.it/~brain/ NeuroBiol/SNA.jpg
SNA - Divisão Anatômica
SNC
SNP
Ó
R
G
Ã
O
C
T
SNS
L
S
E
F
E
T
O
R
SNPerif. - Receptores e Neurotransmissores
Rec. Musc
SNC
ACh
ACh
SNP
Rec. Nicot
Nor
Rec. Adren (a, b)
Rec. Musc
ACh
SNS
ACh
ACh
ACh
Rec. Nicot
SE Somático
ACh
Rec. Nicot
HISTÓRICO
• Descoberta fisiológica da ACh: glândulas supra-renais
• 1900 - Reid Hunt:  PA  colina
• 1906 - Taveau e Hunt: ACh  100.000 vezes mais
ativa na diminuição da PA
• 1914 - Dale: receptores colinérgicos
: digilander.iol.it/fungocenter/ fungocenter/amanita1.htm
Amanita muscaria
:www.monticello.org/grounds/inbloom/ Nicotiana_tabacum.html
Nicotiana tabacum
COLINÉRGICOS
ANTICOLINÉRGICOS
Drogas que mimetizam
os efeitos da ACh
Drogas que
antagonizam os
efeitos da ACh
SÍNTESE E LIBERAÇÃO DA
ACETILCOLINA
colina
Transportador de colina
Síntese
da
Acetilcolina
colina
AcCoa
CAT
ACh
CoA
Transportador
Acetilcolina
ACh
ACh
exocitose
ACh
PA
despolarização
Ca2+
Sinapse ColinérgicaLiberação da ACh
Ca2+
ACh
(+)
exocitose
ACh
Destino da
ACh
Acetilcolina
ACh
exocitose
ACh
Colina
+
acetato
AChE
Rec. Musc.
Coração
TGI
Glânds
Rec. Musc.
ACh
Rec.
Nicot.
RECEPTORES COLINÉRGICOS
SUBTIPOS DE RECEPTORES
MUSCARÍNICOS
Ações da Acetilcolina
Receptores Muscarínicos
M1
M1
Gq
ACh
ACh
SNC
Estômago
ACh
ACh
PLC
2+
DAG
IP3
Ca
Excitação
Secreção HCl
Ações da Acetilcolina
Receptores Muscarínicos
M2
M2
M2
ACh
ACh
Coração
Pré-sinapse
Gi AC
ACh
ACh
(-)
AMPc
Ca2+
cond.K+
Hiperpolarização
Inibição neural
Inibição cardíaca
Ações da Acetilcolina
Receptores Muscarínicos
M3
M3
ACh
ACh
Glândulas
Músc. Liso
Cél. endotelial
Gq
PLC
ACh
ACh
DAG
IP3
Ca2+
Secreção
Contração
Síntese NO
RECEPTOR
M1
TECIDO
GÂNGLIOS
AUTÔNOMOS
RESPOSTAS
DESPOLARIZAÇÃO
MECANISMOS
MOLECULARES
IP3 /DAG
2+
Ca
SNC
DESPOLARIZAÇÃO
M2
CORAÇÃO
DURAÇÃO DE AÇÃO
AMPc
VELOCIDADE DE CONDUÇÃO
K+
FORÇA CONTRÀTIL
M3
M4
M5
MÚSCULO
LISO
GLÂNDULAS
SECRETORAS
CONTRAÇÂO
IP3 /DAG
2+
Ca
SECREÇÂO
AMPc
IP3 /DAG
K+
2+
Ca
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS
• COLINÉRGICOS: 1) DIRETOS - muscarinícos
- nicotínicos
2) INDIRETOS - anticolinesterásicos
• ANTICOLINÉRGICOS: 1) DIRETOS - antimuscarínicos
COLINÉRGICOS DIRETOS
AGONISTAS MUSCARÍNICOS
1) Ésteres de colina: - acetilcolina
- metacolina
- betanecol
- carbacol
2) Alcalóides: - pilocarpina
- muscarina
ACETILCOLINA E ÉSTERES
DE COLINA
RELAÇÃO ESTRUTURA ATIVIDADE
ACETILCOLINA
CH3
O
+
CH3 C
O
GRUPO ÉSTER
CH2 CH2
N
CH3
CH3
GRUPO AMÔNIO
QUATERNÁRIO
Acetilcolina
H3C
O
CH3
C
N+
CH3
O
CH3
Grupo éster
Grupo amônio
quaternário
 grupos substituintes
hidrólise pela
colinesterase afinidade por receptores nicotínicos
CH3
0
CH3 C
+
O
CH
CH2
N
CH3
CH3
CH3
METILCOLINA
CH3
O
+
NH2
C
O
CH2
CH2
CARBACOL
N
CH3
CH3
O
CH3
+
NH2
C
O
CH
CH2
CH3
BETANECOL
N
CH3
CH3
ALCALÓIDES
RELAÇÃO ESTRUTURA ATIVIDADE
H5C2
CH
O
CH
C
CH2
CH2
C
N
HC
O
CH3
CH
N
PILOCARPINA
CH
O
H2C
C
C OCH3
H2C
CH2
N
ARECOLINA
CH3
HO
H3C
CH2
CH
CH
CH
CH3
CH2
+
N
CH3
O
CH3
MUSCARINA
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
• VASODILATAÇÃO
•EFEITO CRONOTRÓPICO NEGATIVO
• EFEITO DROMOTRÓPICO NEGATIVO
• EFEITO INOTRÓPICO NEGATIVO
• AUMENTO DO TONO
• AUMENTO DA PERISTALSE
• AUMENTO DAS SECREÇÕES
• AUMENTO DA PERISTALSE
•CONTRAÇÃO DO MÚSCULO DETRUSOR DA BEXIGA
• AUMENTO DA PRESSÃO MICCIONAL
Principais Efeitos Agonistas Muscarínicos
Miose e cont. músculo ciliar   PIO,
 lacrimejamento
Bradicardia,  FC, vasodilatação   PA
Broncoconstrição,  secreções
Contração musculatura lisa visceral
(intestino, bexiga),  peristaltismo,
 secreções
Usos Clínicos Agonistas Muscarínicos
 Glaucoma
Pilocarpina (amina 3ária)
 Esvaziamento vesical
Carbacol, Betanecol
Efeitos Colaterais Agonistas Muscarínicos
 PA
Bradicardia
Cólicas do TGI
 secreção glandular
COLINÉRGICOS INDIRETOS
COLINÉRGICOS INDIRETOS
Anti-colinesterásicos
reversíveis :
- edrofônio
- carbamatos (fisiostigmina, neostigmina,...)
irreversíveis :
- organofosforados
inseticidas (diflos, ecotiofato, paration,...)
gases bélicos (sarin, soman, tabun, VX,...)
ANTICOLINESTERÁSICOS
REVERSÍVEIS: 1) Curta Duração - Edrofônio
2) Média Duração - Carbamatos
IRREVERSÍVEIS: inseticidas organofosforados
(diflos; ecotiopato)
MECANISMO DE HIDRÓLISE DA AchE
AChE
Local
esterático
Local
aniônico
N
Ex.: Acetilcolina
N
His
acetato
colina
Local
esterático
HO
Ser
COOGlu
MECANISMO DE AÇÃO DOS
ANTICOLINESTERÁSICOS REVERSÍVEIS
Ex.: fisostigmina
(derivado carbamato)
Grupo
carbamil
HO
Ser
Local
esterático
COOGlu
Local
aniônico
MECANISMO DE AÇÃO DOS
ANTICOLINESTERÁSICOS IRREVERSÍVEIS
Ex.: Diflos
(organofosforado)
P
HO
Ser
Local
esterático
fosforilado
Mecanismo de recuperação da
AChE pela pralidoxima
+
Principais Efeitos Anticolinesterásicos
Miose e cont. músculo ciliar   PIO,
 lacrimejamento
 FC,  força, vasodilatação   PA
Broncoconstrição,  secreções
Contração musculatura lisa visceral
(intestino, bexiga),  peristaltismo,
 secreções
Principais Efeitos Anticolinesterásicos
- SNC
Excitação inicial; convulsão; depressão
 inconsciência
- JNM
Fasciculações;  tensão de tremor  paralisia
 parada respiratória
- Gânglios
Estimulação  bloqueio
Usos Clínicos Anticolinesterásicos
 Glaucoma
fisiostigmina / ecotiofato
 Anestesia
neostigmina
(reversão de bloqueador neuromuscular)
 Miastenia gravis ( receptores JNM, fraqueza muscular,
falência da transmissão NM)
edrofônio / neostigmina / piridostigmina
 Veterinária  ectoparasiticidas e antihelmínticos
organofosforados
Exemplos de Organofosforados
-Tabun; Sarin; Soman; Agente VX
“Gases dos Nervos”
- DFP (Diisopropil fosfofluoridato) / Diflos
Potente inativador irreversível;
Inalação e absorção pela pele ; SNC
- Paration
Inseticida agrícola
Envenenamentos acidentais
Absorção pelas mucosas e pele
- Malation
Inseticida de rápida detoxicação
Pulverizações aéreas
Intoxicação por Organofosforados
- Causa: Exposição à inseticidas
Gases bélicos
- Efeitos: bradicardia intensa
dificuldades respiratórias
salivação
micção e diarréia incont.
hipotensão
sudorese
miose
Cólicas
 excitação, convulsão, fasciculações e
parada respiratória
Intoxicação por Organofosforados
Procedimentos:
- Ventilação artificial
- Procedimento farmacológico: antagonista muscarínico
- Recuperação da enzima com pralidoxima
- Reforço adrenérgico
- Anticonvulsivante
ANTICOLINÉRGICOS DIRETOS
HISTÓRICO
• Idade Média: Envenenamento
•1831 - Mein: Isolamento da atropina
• 1867 - Bezold e Bloebaum: Bloqueio dos efeitos
cardíacos
• 1872 - Heidenhain: Inibição da secreção salivar
FONTES
Atropa belladonna
Hyoscyamus niger
Datura stramonium
Scopolia carniolica
ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS
1) Alcalóides (atropina, escopolamina)
2) Antagonista com estrutura quaternária
(Ipratrópio, tiotrópio)
3) Antagonistas com estrutura de amina terciária
(tropicamida e ciclopentolato)
4) Antagonistas seletivos (pirenzepina)
ANTICOLINÉRGICOS DIRETOS
Antagonistas muscarínicos :
Atropina (Atropa belladonna)
Hioscina = escopolamina
Pirenzepina
aminas 3árias
Tropicamida
Ciclopentolato
Benztropina
Ipratrópio
 amina 4ária
RELAÇÃO ESTRUTURA ATIVIDADE
CH3
N
O
O
CH2OH
C
CH
CH3
N
ATROPINA
O
O
O
CH2OH
C
CH
ESCOPOLAMINA
MECANISMO DE AÇÃO
ATROPINA
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
• TAQUICARDIA
• SONOLÊNCIA
• AMNÉSIA
• EUFORIA
• MIDRÍASE
• CICLOPLEGIA
• BRONCODILATAÇÃO
• INIBIÇÃO DA MOTILIDADE
GASTRINTESTINAL
• RESSECAMENTO
DA BOCA E PELE
Principais Efeitos Antagonistas Muscarínico
Midríase (dilatação das pupilas)
Cicloplegia (paralisia da acomodação)
Taquicardia
Broncodilatação,  secreções
Relaxamento musculatura lisa visceral
(intestino, bexiga),  peristaltismo,
 secreções
Uso Clínico Antagonistas Muscarínicos
 Dilatação da pupila
tropicamida, ciclopentolato
 Tratamento de bradicardia sinusal
atropina
 Asma
ipratrópio
 Pré anestesia
atropina, hioscina
Uso Clínico Antagonistas Muscarínicos
  secreção ácida gástrica
pirenzepina
Relaxamento musculatura lisa
hioscina, diciclomina
 cinetose
hioscina
 Parkinsonismo
benztropina
Efeitos colaterais
Antagonistas Muscarínicos
 PIO e ciclopegia
Retenção urinária e constipação
Taquicardia
Inibição das secreções
Intoxicação por Atropa
belladona
Taquicardia
 temperatura corporal
Boca seca
Midríase e visão embaçada
Constipação e retenção urinária
SNC  excitação, irritabilidade, hiperatividade, convulsão
alucinações e delírio
coma
Morte por parada respiratória
Tratamento
Impedir absorção intestinal
Fisiostigmina (doses repetidas a cada 2 horas)
Diazepam (sedação e controle das convulsões)
Ventilação artificial
Compressas com gelo ou álcool
ANTICOLINÉRGICOS INDIRETOS
Hemicolínio
Drogas que interferem
(-)
com a Síntese e
Liberação de Ach
AcCoa
CoA
(-)
vesamicol
CAT
colina
colina
ACh
ACh
ACh
(-)
ACh
Toxina
botulínica
Receptor nicotínico
(Ach)
Nicotiana tabacum
Curandeiros indígenas enaltecer seus poderes
Jean Nicot - cura de úlcera na perna
Jean Nicot - Enxaqueca da Rainha
Maria Catarina de Médicis
Batizada de Nicotiana em
homenagem a Jean Nicot
Sobrenome tem duas origens
Trinidad Tobagum - terras descobertas
por Colombo
Tabacum - Instrumento utilizado por
nativos para aspirar fumaça
Estimulantes ganglionares







Nicotina
Sistema cardiovascular
Vasoconstrição, taquicardia e  PA
SNC
 estimula CNS (euforia)
Estimula vômito
 Aminoácidos excitatórios (prazer)
Estimulantes ganglionares






Nicotina
TGI
 gânglios parassimpáticos
 motilidade
Diarréia
½ vida após inalação 2 hs
Glândulas
Olhos
simpático
Mm ciliar parassimpático
Iris
parassimpático
parassimpático
simpático
bexiga
TGI
parassimpático
parassimpático
Efeitos Bloqueadores Ganglionares
ciclopegia
OLHOS
CORAÇÃO
TGI
ARTERÍOLAS
GLs. SALIVAR
SUDORÍPARA
BEXIGA
midríase
taquicardia
Motilidade e
Secreções
Vasodilatação e hipotensão
(postural)
Xerostomia
ANHIDROSE
Retenção
urinária
Como foi visto, essa é uma parte da
Farmacologia muito vasta e de importância
fundamental, tanto clinicamente quanto na
área da pesquisa, onde estudos muito atuais
tem focado seu emprego em doenças como
o Alzheimer, dentre outras.
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Aula - Colinérgicos e Anticolinérgicos