Teoria da personalidade ACP:
SELF
INCONGRUÊNCIA
DESAJUSTE PSICOLÓGICO
Márcia E. Soares Bezerra
Uma parte do campo da percepção total
tornar-se gradualmente diferenciada como Self (P8)
Organismo
Self
Campo
fenomenológico
Gênese: criança, paulatinamente, começa a perceber os
objetos de seu ambiente e a ligar significados a esses
objetos / Consciência de ser, de funcionar.
O SELF
Self ou autoconceito é a parte do campo
fenomenológico que gradualmente torna-se
diferenciada.
Padrão conceitual organizado, fluido e
coerente de percepções, de características e
relações do eu,
juntamente com valores
ligados a esses conceitos.
Características do SELF:
- Encontra-se em fluxo contínuo;
- Esta configuração experiencial acha-se
disponível à consciência;
- É também abrangido pela tendência ao
desenvolvimento: tendência à atualização
ou realização do self;
- É o elemento regulador, orientador do
comportamento.
Interação com o ambiente
Interação avaliativa com os outros,
principalmente pessoas socialmente significativas
(pessoas-critério) (P9)
ESTRUTURA DE SELF
Como o self está ligado a valores, muito deles não
são experienciados de forma direta, mas introjetados
dos outros, principalmente de pessoas socialmente
significativas
O afeto dispensado por elas é
de certa forma condicional
Amada e
acolhida
pelo outro
Para manter sua necessidade básica de apreço
e consideração positiva
A criança passa a introjetar os valores dessas pessoas,
incluindo-os em seu autoconceito, mesmo que eles não
provenham de suas próprias experiências organísmicas.
Criança
posturas e concepções rígidas
introjeção de valores dos outros
falseamento e distorção
daquilo que ela experimenta
Conflito entre o que ela experiencia
e o seu autoconceito (self)
Atribui a certos comportamentos um valor positivo que,
a nível organísmico, experimenta como negativo ou
desagradável.
Desenvolvimento da
noção do eu
(self/criança)
Necessidade de
Consideração positiva
Satisfação dessa necessidade: inferências relativas ao
campo de experiência do outro (gestos, tom de voz,..)
Consideração for
condicional
(condições de valia)
Poderosa força motriz que
guia o comportamento
da pessoa.
À medida que ocorrem, as experiências podem ser
(P11):
a) Simbolizadas (alguma relação com o self/
aceitas na consciência);
b) Ignoradas por não ter relação com a
estrutura de self; não satisfazem nenhuma
necessidade relacionada ao self
c) Negadas ou distorcidas porque são
incoerentes com a estrutura de self.
Ex: Cliente com conceito do self muito negativo:
“Quando as pessoas me dizem que sou inteligente,
simplesmente não acredito. Eu... Acho que não
quero acreditar. Não sei porque não quero acreditar
... Eu simplesmente não quero. Isso deveria me dar
confiança, mas não dá. Acho que elas não sabem
de nada” (p.573).
Avaliações depreciativas podem ser aceitas:
combinam com o conceito do self
Avaliações contraditórias são negadas pela seleção e
ênfase de outras percepções.
Distorção das experiências ameaçadoras ao self
Experiência organísmica
Ex: raiva intensa do controle sutil
exercido pelos pais
SELF: alguém que sente gratidão pelos pais por ser
criado num lar excessivamente solícito
Experiencia alterações fisiológicas que
acompanham a raiva
Não simbolizadas ou
simbolizadas de forma
distorcida
“Terrível dor de cabeça”
Organismo e Self: Congruência e
Incongruência
Uma pessoa é congruente quando as experiências
simbolizadas que constituem o seu self espelham
fielmente as experiências do organismo. As
experiências organísmicas são aceitas sem ameaça
ou angústia. Se está apto a pensar realisticamente.
A incongruência entre o Self e o Organismo faz com
que os indivíduos se sintam ameaçados ou
ansiosos. Comportam-se defensivamente e seu
pensamento se torna restrito e rígido.
A Dinâmica da Personalidade
 Se o Self e a experiência total do Organismo são
relativamente congruentes, a tendência atualizante
fica relativamente unificada. Em caso de
incongruência, a tendência geral de realização do
Organismo poderá chocar-se contra o
subsistema daquele motivo – a tendência para
realizar o Self.
A Pessoa dividida tende a tensão, se sente
pouco a vontade, de mau humor.
Experiência
Experiência
Experiência
Self
Experiência
Experiência
Organismo
 Para proteger a integridade do Self, as
experiências ameaçadoras não são simbolizadas,
ou então são simbolizadas de modo distorcido.
Nem sempre o intelecto dá conta daquilo que é experimentado
diretamente pelo indivíduo. Essas experiências encontram-se
no nível do pré-reflexivo, do vivido.
Segundo Rogers o objeto ou situação da ameaça
pode ser percebido inconscientemente, ou
subceptado (registro organísmico prévio à
simbolização).
SUBCEPÇÃO: capacidade do indivíduo de
discriminar entre estímulos ameaçadores e de
reagir de acordo com isso, mesmo que não seja
capaz de reconhecer conscientemente os
estímulos a que está reagindo.
A Subcepção do objeto ou situação
ameaçadora pode produzir reações viscerais,
como palpitações experimentadas
conscientemente, como sensações de
ansiedade, sem que a pessoa saiba identificar
a causa do distúrbio.
ANSIEDADE
Tensão pelo conceito
organizado do self quando
“subcepções” indicam que
a simbolização de certas
experiências seria
destrutiva para a
organização.
Maior parte
dos compts.
adotados (P12)
Alguns casos:
necessidades não
simbolizadas pela
incoerência com a
estrutura de self (P13)
Estrutura de self
comportamento
Não é “dono”.
Desorganização da Personalidade
Alto grau de incongruência entre o self e a experiência
Experiências não são organizadas na estrutura do self
Comportamento do indivíduo torna-se confuso e dividido
Tensão psicológica
básica ou potencial
Responsáveis
nem sempre
aparentes
Desajuste psicológico, comportamento neurótico
ou desorganização da personalidade
Experiência incoerente com a organização do Self
(P16)
Ameaça
Rigidez
perceptiva
Mais rigidamente
estrutura do Self é
organizada para
preservar-se.
Teoria de Richard Hogan (1948):
comportamento defensivo
Abertura à
experiência
Ameaça
Experiências percebidas
incoerentes com o Self
Ansiedade
Aumenta a
Suscetibilidade à
ameaça
Defesa
(percepções
recorrentes)
Negação/ distorção
incongruência
Rigidez Perceptual
Necessidade de
deformar certos
dados da experiência
Simbolização incorreta ou
discriminação perceptual
insuficiente.
O homem que se abre a si mesmo
“transforma-se, se enriquece” (Heidegger)
Liberdade Experiencial
Condição em que a pessoa se sente livre para reconhecer e
elaborar suas experiências e sentimentos pessoais sem que se
sinta obrigada a negar ou deformar suas opiniões ou atitudes
intimas para manter a afeição e o respeito de
pessoas socialmente significativa para ela.
O processo de desorganização psíquica
Desacordo entre o
Eu e a experiência
Em conseqüência
de alguma experiência
crítica, é desvendado de
maneira súbita e irrefutável
Experiência corretamente
simbolizada - Choque e a
desorganização psíquica
se produz.
Processo de defesa
impotente
Inicialmente o desacordo é
experimentado no nível da
“subcepção” (ansiedade)
A intensidade da angústia é
proporcional á extensão do
eu afetado
Reorganização ou Ajustamento Psicológico (P15)
 Como pode ser melhorada essa situação?
 Como integrar Self e experiência organísmica?
Conceito de Self
Redução da tensão interna;
integração; aberta;
sensação de autonomia;
confiança; espontaneidade;
consideração de si e do
outro.
Flexível, aberto, aceita
e simboliza
experiências antes
negadas ou distorcidas.
“Sob determinadas condições que incluem,
fundamentalmente, a ausência da ameaça à
estrutura pessoal, as experiências que estejam
em desacordo com ela podem ser percebidas e
examinadas, e a estrutura do Self revista para
assimilar e incluir tais experiências” (ROGERS,
1951, p. 587)
Expansão do Self
Segurança na exploração da
experiência/campo
fenomenológico
Aceitação
“À medida que a pessoa percebe e aceita
em sua estrutura de Self uma maior
parcela de suas experiências
organísmicas, verifica que está
substituindo seu sistema atual de valores
– baseado amplamente em introjeções,
que foram deformadamente simbolizadas –
por um processo contínuo de avaliação”
(Rogers, 1951, p. 593)
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