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L
NOVO SUBGEIVERO
E NdVAS ESPECiESDE ANOFELINAS ,$j
NEOTROPICASL(DIPTERA. CULZCIDAE)
(Nota previa)
POR
FLA\‘IO
da FONSECA
c9: A. da SILVA
RAMOS
.
Rtzveado a cole@o de anofelinas da Sec@o de Pesquisas do Serviqo de
Profilaxia da kfalaria do Departamento de Saude do Esta&
de S. Pau]o, foram
encontradosdois exemplares machos rotulados -4nopheZes (ArribaJza&a)
u
‘ lZedio-
Pzcflctot~ (LUTZ in Throb., 1903), OS quais, coincidindo embora corn esta especie
por certos caracteres, revelaram a urn estudo mais aprofundado diferensas t&
acentuadas que logo evidenciaram a existencia de urn now
grupamento
siste-
matico, comportando varias especies.
DC fato, Anopheles (Arribalzagia)
wzdiopunctatus (LUTZ)
6 a unica ano..
felina q;le apresenta na terminalia., apensas i face ventral do 9.O esternito, duas
longas forma@es, corn o asp&o
de laminas de sabre de cawalaria, as quais
tornam a especie absolutamente inconfundivel.
A existencia, deste esclerito C
bastante para afastar AnopMes wzediopzmct&u ngo s6 do subgenero Arribnlmgia
,
coma de qualquer outro subgenero (e Grupos e Series dos A.A.)
da tribu
Anophelini.
A especie em quest50 60
pode tambem ser incluida em Cydde-
pteron THEOBALD,por ter este subgenero, al&
ji
caido em sinonimia de Aflo-
phcles, coma 0 demonstrou Root, coma especie tipo A. grabhtni
THEoBALD.
encontro de outras especies, apresentando na terminalia o mesmo ape=
dice do 9.O esternito que caracterizava A. mediopunctatzcs,deixa patente a exk0
tencia de um grupo de A6nopheZesperfeitamente distintos, que ngo se Pode inc*uir
a
subgeneroalmm dos atualmente adrnitidos, grupo Para 0 ‘Va* ProPomos a
designas
de
I
. i.
,
*
Memorias do Instituto
384
Butantan --
Shannoniella,
*
Diagnose -
Terminalia
Tomo XIII
subg. IL
dos machos provida de urn par de escleritos corn
forma de lamina de sabre apensos a face ventral do 9.O esternito (Fig. l,h ; Fig.
2,h).
Yesa lateral corn urn mpinho basal e urn interno.
Especie tip0 :
sp.n.
Anopheles (.khannoniella) lim&
Anopheles (Shamoniella)
D -scriQo da terminalia
do holotipo 6
lifnai, sp. n.
(Fig.
1) :
Urn unico espinho basal (Fig.
PeGa Zateral -
l,a),
forte, emergindo de
eleva$o conica, af ilando-se gradativamente e terminando bruscamente em poma
fina, curta e recurvada. Espinho interno (Fig. 1,b) longo e lax-go, de concantidade interna, menos quitinizado do que o basal, afilando-se aos poucos at& a
extremidade. Na face oposta, ventral, portanto, existe urn espinho longo e fino,
tal coma o figurado na face dorsal por Bonne para A. (Sh.)
?wdiopunctatws.
Escamas c pilos recobrem em parte a restante superficie, vendo-se proximos da
extremidade apical, sinais de implanta@o de cerdas longas, fcaturadas na fact
dorsal do holotipo, mas ainda visiveis na face ventral.
Piqa mais longa do que a peca lateral e de largura mais ou menos uniforme
a partir do l/4 basal, terminando no espinho habitual.
Lobe dorsal da pinceta (Fig.
1,~) de asp&o
muito diverso do da especie
seguinte, bcm coma do de A. (Sh.) mediopunctatw, Segundo a figura em separado de Bonne. Representa uma faixa quitinosa muito larga, cujo bordo interno
6 recoberto por longas cerdas desde a base at6 o spice. Do lado externd, corn
pequena diferensa de nivel, duas cerdas mais rigidas, nascendo em tuberculos
poucos elevados.
No spice uma cerda espiniforme, larga, terminando em ponta
aguda, de curvatura muito menos pronunciada do que a das outras especies do
subgenero.
Lobe ventral da pinceta (Fig. 1,d) de aspect0 identico ao da especie seguinte.
Mesosolna (Fig.
1,e) alongado fino, muito mais long0 do que o da especie
seguinte, medindo 190 p, apresentando no spice apenas dois foliolos (Fig. l,f)
de 90 p, OS quais, devido ao .maior comprimento do mesosoma, parecem mais
curtos do que as de A. (Sh.) costai, sp. n.. Diferem OS foliolos dos dessa
especic, bem coma dos da especie A. (Sk) mediopzwctatzcs,Segundo as figuras
de Souza Pinto e Bonne, pelo fato de serem serrilhados da base at& o meio,
apresentando cerca de cinco farpas.
2
.a
F. DA FONSECA & A. S. RAMOS-
Anofdinas neotropicas
385
Lobe am4 (Fig. 1,g) mem’branoso,conico.
._ I
(Fig. 1,i) em forma de expans5o eliptica, interrompido no ’ “‘<,
bordo proximal, onde apresentaforte reintrancia.
9.O ester&o
Apofises do 9.O esternito (Fig. 1,h) bem menores do que as da especic
/ seguinte, medem apenas150 p, divergindo tambem mais acentuadamentk
e desde
a sua origem, ao passoque em A. (‘5%) cost&, sp. n., OSdois estiletescaminham
a principio para&lamentepara divergir na metade apical. A base das apofises
i larga, medindoc&a de 40 p e o spice 6 rombo.
Holotipo $ capturadoem S. Vicente, S. Paulo, Brasil, em agostode 1939.
Anopheles (Shannoniella)
Descri@io da terminalia do holotipo 8
costai, sp. n.
(Fig.
2) :
Peta lateral corn urn unico espinho basal (Fig.
que o do’ A. (Sk)
2,a)
bem mais long0 do
mediopunctatus, Segundo o desenho de Bo’me, nascendo de
Espinho interno
tuberculo saliente, de ponta afilada o encurvado para f&a.
(Fig, 2,b), de ponta afilada, na uni5o do terqo proximal corn OS dois terqos
distais da peqa lateral. N5o existe espinho basal adicional, fraco, tal coma o
referido e desenhado par Bonne, espinho este que Souza Pinto n?io reproduz em
sua figura, sendo possivel que no desenho de Bonne tenha havido reprodu$io
de urn espinho de situa@o identica, porkm, colocado na face ventral.
Al&,
-
a
compara+o da figura de Bonne corn a de Souza Pinto parece antes indicar que
essespesquisadorestiveram em mZo especies diferentes. Apice da peqa lateral
corn varias cerdas longas, das quais uma maior. Escamas e cerdas fracas abundantes em toda a superficie restante da pega lateral.
Lobe dorsal ~!a:jhcetq (Fig. 2,~) em forma de cone truncado, tripartido
na extremidade distal, dando urn ramo interno provido de urn feixe de cerdas
achqtidas e flexiveis; urn ramo medio portador de uma cerda espiniforme, forte,
encurvada primeiro para f&-a‘ e depois para cima, terminada em ponta fina ; urn
ramo externo, mais curto, apenas esboqado, do qual parte uma cerda rigida muito
mais fraca do que a do ramo medio; pouco abaixo desta cerda nasce, no bordo
externo do cone, uma outra de comprimento mais ou menos igual. A simples compara@o desta pep corn a figurada em separado por Bonne demonstra a diversidade especifica de A. (‘Sh.) Zinmi, sp.n. e A. (Sh.) costai, sp.n.
Lobe ventral da pinceta (Fig. 2,d) corn expansso membranosaalongada
e de extremidade dilatada corn [email protected] fina dirigida para f&a.
Mesosoma (Fig. 2,e) estreito, terminando em dois longos foliolos (Fig.
1,f) Go serrilhados, de !Jo u, quasi atingindo o comprimento do mesosoma, que
3
.
Memorias do Instituto
386
*C
e de 120 v no holotipo.
Butantan *-L Tomo XIII
*.
Tais foliolos parecem ser bem mais’ longos do que OS
figurados por Souza. Pinto e Bonne para A. (S/z.) wediopuncta-tus. . .
Lobe mat (Fig. 2,g) membranoso, corn pilosidade fraca.
Apofises do 9.” ester&to (Fig. 2,h)..
_
Como forma@0 caracteristica do sub-
genero erigido na presente nota previa, existem, apensos 5 face ‘ventral
do 9.O
esternito (Fig. 2,;) constituindo, portanto, a mais inferior de todas as formac6es
da terminalia, em rela@o ao plano do microscopio, dois escleritos desconhecidos
em qualquer outra subdivis5o de Anophelini. Tais forma@es constituem realmente
apendices do 9.O esternito e Go do 9. O tergito coma o diz Bonne, nem da peGa latera1 coma o afirrna e figura Souza Pinto, nem representam espinhos bas& coma
o diz Costa Lima, o qual, alias, n5o poude examinar a genitalia de A. (‘Sk)
punctatzu, coma sucedeu aos outros autores citados.
medio-
Em AnopheEes (Slzanno-
nit%) costai, sp.n., estas apofises apresentam o aspect0 de chifres de antilope
e Go extremamente longas, medindo 280 p de comprimento, encurvando-se fortemente para fora e afilando-se no spice, reproduzindo, enfim, corn grande semeIhansa, o aspect0 das pingas corn encurvamento invertido, compara@o ja feita
para A. (Sh.) nzediopunctatus por Souza Pinto.
Holotipo
$ capturado em S. Vicente, S. Paulo, Brasil, em junho de 1934.
Verificadas as diferenw
indiscutiveis entre a terminaba das especies novas
da present@ nota de urn lado e a descri@o original da terminalia de A.
(Sh.)
mediopunctatus apresentada por Bonne do outro, restaria provar que a descri@o
de Bonne corresponde realmente ao verdadeiro mediopunctatus. Pela compara@o
da descri+o da 9 apresentada no tratado de Bonne e Bonne-Wepster corn a
figura de. Theobald, depreende-se, ao contrario, que a especie do Surinam difere
da de Theobald pela rela+) entre o comprimento das celulas e OS respectivos
peciolos ; alem dessa diferenqa, assinala o proprio trabalho de Bonne e BonneWepster marca$io diversa para OS articulos 3 e 4 dos tarsos posteriores dos
exemplares do Brasil e Trinidad
de urn lado e do Surinam de outro,
Tais divergencias nos lovaram admitir, provisoriamente, a diversidade das
especies de Bonne-Bonne-Wepster e de Theobald, o que so o exame da terminalia
do holotipo, depositado no Museu Britanico por Theobald, podera decidir de
modo definitivo.
A confirmar-se
esta hipotese, proporiamos para a especie do
Surinam o nome de Anopheles (ShamwnieZZa) bonnei, sp.n.
Embora r-60 pretendendo nesta nota previa descrever a colora@o dos adultos,
propomos, a titulo provisorio, para que seja possivel distingui-los
tagem da terminalia, a seguinte chave de especies:
sem a mon-
F. DA FONSECA& A. S. RAMOS1 -
Anofelinas neotropicas
387
5.O articulo dos tarsos posteriores corn urn anel negro basal. . . . . . . . . . . .
A. (Sk) costti, sp.n.
5 .O articulo dos tarsos posteriores todo branco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
i3 -
4.O articulo dos tarsos posteriorcs corn dois aneis negros e 3.O articulo dos
mesmos tarsos corn tres . . . . . . . . . . . . . . A. (Sh.) nzediopunctatus (LUTZ).
4.O articula dos tarsos posteriores corn urn so anel negro e 3.O articulo
corn dois . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3 --
Articulos estreitos dos palpos do $ de cbr amarela predominant,: . . . . . . . .
A. (Sh.) limai, sp.n.
Articulos estreitos dos palpos do $ d2 car negra predominante . . . . . . . . ‘. .
.
-4. (Sh.) bowtei, sp. n,
Em proximo trabalho apresentaremos a descri@o completa dos adulzos,
bem coma OS desenhos e microfotografias das azas, patas e de certos detalhes
da terminalia.
0 nome subgenerico C dado em homenagem ao grande estudioso das anofelinas neotropicas’ R. C. Shannon, sendo formada a nova combina@o por estarem
ocupadas outras, coma Shannonia, Shawzoniopsis e Slzannonom~~a. As especic;
s50 dedicadas, respectivamente, a Costa Lima, a, quem tivemos ocasiZo de consultar sobre a oportunidade da crea@o do novo sub-genero e a Arthur Costa
Filho, Ureter do Service de Profilaxia da Malaria, do Estado de S. Paulo,
grande animador de trabalhos de pesquisa malariologica, sob cuja orienta+o foi
organizada a cole$io na qua1 se encontravam duas das novas especies descritas.
ABSTRACT
A new subgenus, Shannoniella, subg. n., with Anopheles (Slzannoniella)
Zimai, sp.n., as type species is proposed including also A. (Sha~znoniella) coztai,
sp.n., and A. (Shannoniellu) mediopunctatus (LUTZ iu Theobald, 1903) [sin.:
Cyclolepteron mediopunctatus LUTZ in Theobald, 1903 ; Awoplzeles mediopunctatuz ( THEOB.) : Anopheles rockefelleri PERYASS~, 1923, etc.].
The differences observed between the descriptions of Bonne and Bonn.+
Wepster on one hand, and that of Theo’bald on the other, result in proposing
temporarely the name of Anoplzeles (Shrrnnoniclla) bonnei, sp.n. for Bonne’s
species.
The most important character of Shannoniclla, subg. n. is the presence of
two large, horn-like appendages of the 9th stern& (Figs. 1 and 2,h).
(Trabalho de colaboraCHo do Service de Profilaxia da Malaria do Estado de S. Paulo e da Secq50 de Protozoologia e Parasitologia do Instituto Butantan, apresentado
/
I
para publicacBo em janeiro de 1940 e dado A publicidade
em marGo de 1940. Lido em sess%orealizada pela Sociedade Brasileira de EntomoIogia a 29 de Janeiro
t
de 1940).
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.JT,
-_ -_
- ..
,’ii
5
F. D_I FONSECA & A. DA SILVA RAMOS
novas especies de anofelinas
NOZJO subgcnero e
neotropicas.
-
Fig.
1
&fern.
Inst. Butantan
\‘ol. SIiI -
1939
.
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(March 1940):384. Orthotype