UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Antonio José Rezende da Silva Marcelo Aparecido Bridi GESTÃO AMBIENTAL Equipav S/A Açúcar e Álcool Promissão – SP LINS – SP 2008 ANTONIO JOSÉ REZENDE DA SILVA MARCELO APARECIDO BRIDI GESTÃO AMBIENTAL Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima. LINS – SP 2008 Silva, Antonio José Rezende; Bridi, Marcelo Aparecido. S578g Gestão ambiental: Equipav S/A Açúcar e Álcool / Antonio José Rezende; Marcelo Aparecido Bridi. – – Lins, 2008. 75p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2008 Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Ana Beatriz Lima 1. Gestão Ambiental. 2. Reaproveitamento. 3. Resíduos. 4. Processo Produtivo. CDU 658 ANTONIO JOSÉ REZENDE DA SILVA MARCELO APARECIDO BRIDI GESTÃO AMBIENTAL Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: ____/____/2008 Banca Examinadora: Profª Orientadora: Jovira Maria Sarraceni Titulação: Especialista em Gestão de Negócio pela Instituição Toledo de Ensino – Araçatuba - SP Assinatura: ______________________ 1 Profº (a): ______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ Assinatura: ______________________ 2 Profº (a): ______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ Assinatura:______________________ DEDICATÓRIA A Deus por dar sabedoria e paciência ao longo dessa caminhada, pela realização desse tão esperado sonho... Obrigado Senhor!!! Aos meus Pais, Valdemir (in memória) e Neusa que me incentivaram e apoiaram para a conclusão do curso, sei que isto é uma vitória para eles também. A minha esposa Luciana e meu filho Lucas, que fazem do meu mundo melhor. As alegrias de hoje são suas, pois seus amores, estímulos e carinho foram as armas para essa vitória. Aos meus amigos e professores, que sempre me apoiaram e estiveram comigo até aqui. Adoro vocês. Marcelo A Deus, que está sempre em primeiro lugar, que me capacita e realiza em mim a cada dia o milagre da vida. A minha família: Solange, Isadora e João Pedro, as quais amo de paixão e tiveram fundamental importância para a realização do término dessa etapa. Aos nossos mestres, que no decorrer desse curso não mediram esforços nem dedicação para nos ensinar e motivar na busca do conhecimento Antonio Rezende AGRADECIMENTOS A Deus, Que esteve ao nosso lado durante toda essa jornada, transmitindo-nos muita força e sabedoria, e que nos momentos mais difíceis nos manteve no caminho certo... Agradecemos por esta tão sofrida vitória, pois sabemos que sem suas mãos poderosas sobre nós, nada disso seria possível. A empresa, Que se mostrou receptiva e ofereceu todo apoio necessário para a conclusão desse trabalho. Nossa imensa gratidão pela grande colaboração à nossa formação acadêmica e profissional, proporcionando-nos a oportunidade de ver concretizado o nosso ideal Em especial ao grande profissional e amigo Mauro Caldereiro. A nossa orientadora Professora Jovira Maria Sarraceni, Pela compreensão, e por nos mostrar o caminho do sucesso. Sua atenção foi o maior prêmio que recebemos. A Professora Esp. Ana Beatriz Lima, Pela paciência e colaboração para o desenvolvimento deste trabalho. Aos Mestres, Vocês nos guiaram para além das teorias, das filosofias e das técnicas, mostraram-nos como alcançar os nossos objetivos. Suas lições incluíram compreensão, amizade e mais do que isso, vocês nos deram a consciência do valor de nossa profissão. Ao Unisalesiano, Pela estrutura física e intelectual oferecida para a conquista desse sonho. Às nossas famílias e os nossos amigos, Que ouviram os nossos desabafos, que presenciaram e respeitaram o nosso silêncio, que partilharam este longo passar de anos, de páginas, de livros e cadernos, que nos acompanharam, choraram, riram, sentiram, participaram aconselharam, dividiram as suas companhias, os seus sorrisos, as suas palavras e mesmo as ausências foram expressões de amor profundo... Obrigado a todos que participaram de nossas vidas nesse período, e que de uma maneira ou de outra, acreditaram em nós e confiaram suas amizades. Deus abençoe a todos. RESUMO A gestão ambiental é de fundamental importância para todas as organizações. No mundo moderno as empresas precisarão adaptar-se ao um novo conceito para novas práticas de gestão ambiental. A inclusão da proteção do ambiente entre os objetivos estratégicos da organização amplia substancialmente todo o conceito de administração, pois essas práticas difundiram-se rapidamente e em breve vários pioneiros dos negócios desenvolverão sistemas abrangentes de administração voltada ao meio ambiente. A competitividade esta crescendo e é um fator fundamental para saúde da empresa, pois estimula a inovar com o que é valorizado no mercado, e pode-se notar que muitas empresas estão adotando a gestão ambiental como alternativa competitiva e não só pela pressão imposta pelo governo e sociedade, e sim pela preocupação de estar se destacando e ganhando mercado com crescente instabilidade ao longo do tempo. A principal alternativa encontrada pelas empresas foi o reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo, que além de minimizar o impacto ao meio ambiente, convertendo-se em recursos competitivos, também destaca a redução de custo de produção com a utilização desses mesmos resíduos. O trabalho será realizado na Equipav S/A Álcool em Promissão. No decorrer deste trabalho serão descritos vários aspectos positivos, com o reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo, promovido pelo departamento de gestão ambiental. Palavras-chave: Gestão ambiental. Reaproveitamento. Resíduos. Processo Produtivo. ABSTRACT Environmental management is of fundamental importance for all organizations. In the modern world companies need to adapt to a new concept to new environmental management practices. The inclusion of environmental protection among the strategic objectives of the organization expands substantially the whole concept of administration, because this practice is spread quickly and soon several pioneers of business develop comprehensive systems of administration turned to the environment. The growing competitiveness and this is an essential factor for health of the company, because stimulates innovation and what is valued in the market, and you may notice that many companies are adopting environmental management as competitive alternative, not only by the pressure imposed by the government and society, but by the need to be highlighting it and gaining market with growing instability over time. The main alternative was found by business reuse of wastes from the production process, as well as minimize the impact to the environment, becoming competitive in resources, it also highlights the reduction of cost of production with the use of such waste. The work will be done in Equipav S / A in Promissão alcohol. In the course of this work will be described several positive aspects, with the reuse of wastes from the production process, promoted by the department of environmental management. Keywords: Environmental management. Reuse. Waste. Production Process. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Inicio do grupo Equipav ............................................................. 15 Figura 2: Foto aérea da Usina Equipav .................................................... 18 Figura 3: Foto área Industrial ................................................................... 19 Figura 4: Extração torta de filtro ............................................................... 46 Figura 5: Extração torta de filtro ............................................................... 46 Figura 6: Extração de fuligem ................................................................... 47 Figura 7: Descarga de fuligem na área de compostagem ........................ 48 Figura 8: Área de compostagem .............................................................. 48 Figura 9: Compostadeira .......................................................................... 49 Figura 10: Material Composto .................................................................... 49 Figura 11: Carregamento ........................................................................... 50 Figura 12: Aplicação no campo .................................................................. 50 Figura 13: Vista da aplicação de torta em áreas de soqueiras de cana ..... 51 Figura 14: Aplicação de torta em áreas de reforma de canaviais ............... 52 Figura 15: Aplicação de Vinhaça ................................................................ 53 Figura 16: Aplicação de Vinhaça ................................................................ 53 Figura 17: Turbomaq equipamento para aplicação de vinhaça .................. 54 Figura 18: Bagaço da cana sendo eliminado ............................................. 55 Figura 19: Esteiras transportadoras de bagaço.......................................... 55 Figura 20: Estoque de bagaço ................................................................... 56 Figura 21: Vista interna do sistema de geração de energia ....................... 59 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Dados de Produção de Vapor e Energia Elétrica ...................... 58 LISTA DE SIGLAS °C - Graus Celsius ABNT - Associação Brasileira de Normas e Técnicas ADC - Associação Desportiva Classista APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BVQI - Bureau Veritas Quality International CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CIPA - Campanha Interna de Prevenção de Acidentes Cm² - Centímetro Quadrado CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas CNUMAD - Conferencia das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento DPRN - Departamento Estadual de Recursos Naturais ECO - Ecologia EPA - Agencia de Proteção Ambiental EUA - Estados Unidos da América IBASE - Instituto Brasileiro de Analises Sociais e Ecumênicas IE - Inscrição Estadual ISO - Internacional Organization for Standardization Kg - Kilograma Kgf - Kilograma Força M³ - Metro cúbico Mg - Miligrama MW - Mega Watts NBR - Norma Brasileira de Regulamentação ONGs - Organizações não Governamentais ONU - Organizações das Nações Unidas PQE - Programa de Qualidade na Escola RH - Recursos Humanos SA - Sociação Anônima SEPATR - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural SGA - Sistema de Gestão Ambiental SP - São Paulo TC - Comitê Técnico SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13 CAPÍTULO I – A EMPRESA ..................................................................... 15 1 A EMPRESA ................................................................................... 15 1.1 Histórico ........................................................................................... 15 1.2 Organização Administrativa ............................................................. 20 1.3 Controlpav Participação e Administração ........................................ 20 1.4 Departamentos do Grupo Equipav S/A............................................ 21 1.5 Departamento de Gerência Geral Agrícola ...................................... 21 1.6 Departamento de Colheita (manual e mecanizada)......................... 21 1.7 Departamento de Tratos Culturais ................................................... 22 1.8 Departamento de Manutenção Automotiva ..................................... 22 1.9 Departamento de Gerencia Industrial .............................................. 22 1.10 Departamento de Gerência Geral Administrativa ............................ 23 1.11 Departamento de Qualidade ............................................................ 23 1.12 Departamento Contábil e Financeiro ............................................... 24 1.13 Departamento de Administração de Materiais ................................. 24 1.14 Departamento de Comercialização.................................................. 25 1.15 Departamento de Informática .......................................................... 25 1.16 Departamento de Proteção ao Meio Ambiente ................................ 25 1.17 Departamento de Recursos Humanos............................................. 26 1.18 Cliente ............................................................................................. 26 1.19 Concorrentes ................................................................................... 27 1.20 Motivação para Seus Colaboradores............................................... 27 1.21 Projeto de Expansão ....................................................................... 27 1.22 Cultura e Lazer ................................................................................ 28 1.23 Treinamento .................................................................................... 29 1.24 Assistência Social ............................................................................ 30 1.25 Refeitório ......................................................................................... 30 1.26 Capital Humano ............................................................................... 30 1.27 Projeto de alfabetização gratuito para os colaboradores ................. 31 1.28 Projeto de qualidade na escola ....................................................... 31 1.29 Projetos ambientais ......................................................................... 31 CAPTÍTULO II - EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL 2 INTRODUÇÃO................................................................................. 33 2.1 História da responsabilidade ambiental ........................................... 34 2.2 A questão ambiental e os resíduos industriais ................................ 37 2.3 Resíduos ......................................................................................... 38 2.4 Classificação dos resíduos .............................................................. 39 2.5 Conceito de normas ISO ................................................................. 41 2.6 Norma ISO 14000 de sistema de gestão ambiental ........................ 41 2.7 O impacto da ISO 14000 nos negócios ........................................... 42 CAPÍTULO III - PESQUISA 3 INTRODUÇÃO................................................................................. 44 3.1 Apresentação da Pesquisa .............................................................. 45 3.1.1 Torta de Filtro .................................................................................. 45 3.1.1.2 Fuligem .......................................................................................... 47 3.1.2 Vinhaça ............................................................................................ 52 3.1.3 Bagaço ............................................................................................ 54 3.1.3.1 Geração de Energia ....................................................................... 56 3.2 Entrevista com os Profissionais ....................................................... 59 3.2.1 Gerente ............................................................................................ 59 3.2.2 Técnico ............................................................................................ 60 3.3 Discussão ........................................................................................ 61 3.4 Parecer Final sobre o Caso ............................................................. 62 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .............................................................. 63 CONCLUSÃO ............................................................................................ 64 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 66 APÊNDICES .............................................................................................. 68 13 INTRODUÇÃO A gestão ambiental designa ações e espaços que enfatizam os aspectos ambientais. As organizações podem ser definidas como um conjunto de programas políticas e administrativas que gera operações nos campos da saúde e segurança das pessoas. Protege o meio ambiente, diminuindo os impactos e danos ao planeta. Essa busca é, portanto, um processo de aprimoramento constante do Sistema de Gestão Ambiental de acordo com a Política Ambiental proposta ela alta direção e avalizada pela organização. Com esse objetivo, também podendo transformar a preocupação com o meio ambiente em lucro para a empresa tornando a mais competitiva no mercado. O objetivo maior da Gestão Ambiental deve ser a busca permanente da melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho, de qualquer organização. Muitas empresas têm visto neste cenário uma oportunidade de negócio. A incorporação de modelos sustentáveis de uso e exploração dos recursos passa a ser visto como um diferencial capaz de gerar vantagens competitivas. Deste modo, estas empresas têm procurado integrar os princípios e práticas do desenvolvimento sustentável em seu contexto de negócio, conciliando as dimensões econômica, social e ambiental da sustentabilidade no aproveitamento do potencial da biodiversidade. Com base em pesquisa exploratória pergunta-se: o reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo reduz o impacto ambiental e resulta em vantagem competitiva para empresa? Inicialmente, surgiu o seguinte pressuposto teórico que direcionou o trabalho: O conceito de reaproveitamento de resíduos pode se tornar beneficio para a empresa na questão ambiental, social e econômica e ser usado como diferencial competitivo. O trabalho está estruturado da seguinte maneira: 14 O capítulo I: descreve a empresa, desde sua fundação até os dias atuais. O capítulo II: aborda a evolução da gestão ambiental e sua contribuição para o meio ambiente, alguns tipos de resíduos. O capítulo III: apresenta os dados da pesquisa e suas considerações e os métodos e técnicas utilizados. A Proposta de Intervenção e as Considerações Finais concluem o trabalho. 15 CAPÍTULO I EQUIPAV S.A AÇÚCAR E ÁLCOOL 1 A EMPRESA 1.1 Histórico Na década de 60 em Campinas, um forte grupo empresarial brasileiro foi fundado: o Grupo Equipav. A perseverança e visão do futuro dos três sócios resultaram no empreendimento que hoje representa a vanguarda da construção pesada no Brasil. O Grupo Equipav foi crescendo e ampliando suas atividades e, com isso, novas empresas foram criadas, inicialmente, para suprir as necessidades da pavimentadora, mas com vocação para o desenvolvimento, o grupo foi além, investindo em diversas áreas do mercado, dentre elas, o setor sucroalcooleiro. Fonte: Equipav (década 60) Figura 1: Inicio Grupo Equipav No momento em que o Brasil passava por uma crise econômica em 16 relação ao preço do petróleo que disparou, o governo, através do programa Proálcool, incentivou as indústrias do setor na fabricação de combustíveis alternativos, o álcool combustível. Com 43 anos, o Grupo EQUIPAV tem como desafio construir uma nova história, pois hoje a economia exige uma consciência empresarial globalizada, ágil, integrada e comprometida. Atualmente, o grupo é composto por doze empresas que são diferenciadas pelo ramo de atividade e uma holding, denominada Controlpav Administração e Participação, que fica responsável pela administração e controle das demais empresas do Grupo. No ramo de construção civil estão as seguintes empresas: Equipav S.A. Pavimentação e Engenharia e Comércio, Empate Engenharia e Comércio Ltda., Concrepav S.A. Engenharia de Concreto, Sarpav Mineradora Ltda., Minecom Mineradora Ltda e Pav Mix industria e Comércio de Argamassa Ltda. Na área da agroindústria estão coligadas as empresas: Equipav S.A. Açúcar e Álcool, Agropav Agropecuária Ltda., Novagropav Agropecuária Ltda., Barrerinha Agropecuária Ltda., Fertipav Fertilizantes Agrícola Ltda. Geraldo Natividade Tarallo e Outros e a Tranpav Prestadora de Serviços Gerais Ltda. No setor de saneamento ambiental enquadra-se a Colepav, divisão da Equipav S.A. Pavimentação Engenharia e Comércio, que faz a coleta de lixo. O grupo Equipav gera, aproximadamente, mais de 6.500 empregos diretos e 15.000 indiretos, atingindo mais de quarenta municípios em quatro estados. Fundada na década de 1980, a Equipav S.A. Açúcar e Álcool iniciou suas atividades com instalação de uma destilaria autônoma em Promissão, localizada na rodovia Marechal Rondon, Km 455, no interior do estado de São Paulo, sob o CNPJ 43.932.102/005-81 e IE 564.005.959.112. Teve a capacidade inicial de 28 milhões de litros de álcool produzidos em 1982, alcançando sucessivos recordes, produzindo 160 milhões de litros em 1992. Em 1993, iniciou a produção de açúcar com capacidade de 250 mil sacas, passando no ano seguinte para 1 milhão de sacas e derivados que compõem a atual oferta de produtos. Atualmente, está produzindo 4 milhões de sacas ano. Atualmente empresa produz o açúcar cristal branco, açúcar VHP, ou seja, açúcar a granel que é destinado tanto ao mercado interno como externo. 17 Em 1997, a empresa passou a produzir levedura seca de cana de açúcar, sendo um de seus subprodutos mais comercializados externamente, auxiliando na produção de ração animal. Participando do desenvolvimento do país, diante da crise que passou a fazer parte da vida brasileira, a Equipav S.A. Açúcar e Álcool instalou, em suas dependências, uma usina termoelétrica com capacidade de 52 MW, suficiente para abastecer uma cidade de 260 mil habitantes, pois possui um turbo gerador de múltiplo estágio de 52 MVA a vapor de 480 C°., com combustão á base de bagaço de cana, um sistema de tratamento de água para reutilização e filtro lavador de gás com emissão do gás inferior a 130 mg. Essa capacidade gerada pela empresa ocorre nos sete meses de safra que coincide com menor índice pluviométrico, gerando uma maior necessidade de energia elétrica. As empresas que compõe a Equipav S.A. Açúcar e Álcool são: a) Agropav Agropecuária Ltda, responsável pelo fornecimento de 95% de toda cana moída pela Equipav, com quase 60 mil hectares de plantações; b) Barreirinha Agropecuária Ltda e Novagropav Agropecuária Ltda, as mais novas empresas do grupo, que também atuam no fornecimento de matérias prima para abastecimento da indústria; c) Fertipav Fertilizantes Agrícolas Ltda., que passou a produzir todo o adubo utilizado dentro das especificações agronômicas; d) Geraldo Natividade Tarallo e Outros, acionistas responsáveis pelas transações ocorridas. e) Transpav Prestadora de Serviço Gerais Ltda., responsável pelos serviços de corte e colheita do produto para usina. As empresas investiram em tecnologia buscando, entre outros avanços, o controle biológico de pragas sem defensivos químicos, o reaproveitamento da vinhaça irrigando 7.000 hectares e a rotação de cultura objetivando a redução de custo. Porém, um de seu maior patrimônio é o capital humano. São cerca de 5.500 funcionários envolvidos diretamente com todo o processo. Baseado na NBR. ISO 9002/1994, a Equipav S.A. Açúcar e Álcool iniciou o processo de implantação do sistema de qualidade, incluindo as áreas 18 administrativas, agrícola e industrial, onde todos têm suas responsabilidades definidas e documentadas através do sistema. Em 18 de outubro de 1996, o sistema foi certificado pelo BVQI sociedade certificadora, com escopo produção e comercialização de açúcar cristal, cana-de-açúcar e álcool etílico a granel, tornando então a primeira usina a ser certificada com essa abrangência. Com a decisão de certificação por etapas, em 22 de julho de 1997, o sistema recebeu o certificado relacionado ás atividades agrícolas, preparo do solo, plantio, colheita, tratos culturais, carregamento e transporte, sendo novamente a primeira usina a ser certificada em sua totalidade. O sistema de qualidade Equipav vem sendo aprimorado e direcionado a atender os requisitos da NBR ISO 9001/2000. Em auditoria realizada no sistema de gestão da qualidade Equipav, relacionado á indústria, foi recertificado com a alteração no escopo, passando para a produção e comercialização de açúcar cristal, álcool etílico a granel e levedura seca de cana-de-açúcar. Fonte: Equipav (2008) Figura 2: Foto aérea da Usina Equipav 19 Fonte: Equipav (2008) Figura 3: Foto área industrial Com quarenta e três anos, o Grupo Equipav tem como desafio construir uma nova história, pois hoje a economia exige uma consciência empresarial globalizada, ágil, integrada e comprometida, e, para que isso ocorra possui departamentos com especialistas para treinar, monitorar e acompanhar todas as operações que envolvam o meio ambiente. Além disso, o Grupo Equipav participa de projetos e desenvolve seus próprios recursos de revitalização do meio ambiente, como o reflorestamento, cuidados com as nascentes e afluentes, treinamento ambiental, tratamento de águas e políticas de proteção ao meio ambiente, promovendo o adequado tratamento dos resíduos gerados pelo processo produtivos. Desse modo, o grupo não limitará esforços e recursos na busca do aprimoramento de serviços e produtos, visando despertar orgulho em seus clientes, parceiros e colaboradores, através de uma gestão integrada, em que todos se beneficiam do sucesso, garantindo aos acionistas o retorno de seus investimentos de forma sustentada, segura e otimizada. 20 1.2 Organização Administrativa Embora o grupo seja familiar, existe um profissional responsável pelos negócios de cada empresa, que em conjunto com os direitos pré-estabelecidos pelos acionistas são responsáveis pelas decisões da empresa, tendo autonomia para responder administrativamente e judicialmente, mediante procuração. As áreas administrativas, agrícolas, industrial e automotiva são subordinadas à diretoria, tendo como suporte, as áreas de gerencia de gestão da qualidade e gerência geral do meio ambiente. 1.3 Controlpav Participação e Administração Visando consolidar, administrar e ainda prestar serviços para todas as empresas do grupo, foi constituída em dezembro de 1989, na cidade de Campinas, a holding Controlpav Participação e Administração. Seus objetivos indicavam que, ao contrário de muitas holding familiares, a Controlpav Participação e Administração vinha para ficar. Com o controle acionário das empresas na holding, formou-se um forte grupo econômico e todas as decisões de caráter relevante bem como o planejamento estratégico, as metas do conselho deliberativo e do quadro de executivos passaram a ser efetuados na mesma. Além disso, da primeira para a segunda geração, inicio-se a sucessão de comando, profissionalizando-se o quadro de funcionários em todos os níveis, incluindo gerencias e diretores, com novos membros do conselho deliberativo e a implantação da nova estrutura administrativa. Durante dois anos, os novos dirigentes trabalharam nas diversas áreas das empresas com objetivo de conhecer todas as atividades operacionais e, após este período, fixaram seus trabalhos na Controlpav. O departamento de controladoria funciona na holding atuando em todas as empresas do grupo e também presta assessoria, sendo de suma importância para controle das informações. 21 1.4 Departamentos do Grupo Equipav S.A. Para melhor desempenhar suas atividades, o grupo Equipav S.A. Açúcar e Álcool possui os seguintes departamentos: 1.5 Departamento de Gerência geral agrícola A gerência geral agrícola é responsável por todo planejamento que envolve a parte agrícola da empresa, sendo composta pelos departamentos de controle agrícola, plantio e carregamento de cana-de-açúcar, controle biológico de controle de pragas, irrigação e rotação de cultura. O departamento investiu em tecnologia onde permitiu o controle de pragas sem defensivos químicos e o reaproveitamento da vinhaça, como adubo natural não poluente. A Agropav agropecuária é responsável por 95% de toda cana moída pela Equipav S.A. Açúcar e Álcool. Possui 2000 diferentes variedades de canade-açúcar, utilizando o controle biológico de pragas. Possui uma grande frota automotiva para viabilizar o suprimento da cana à usina. O desenvolvimento agrícola fica sob responsabilidade da Agropav, que se responsabiliza pelo monitoramento dos canaviais, das terras utilizadas para o cultivo e das vias utilizadas para o escoamento da produção. 1.6 Departamento de Colheita (manual e mecanizada) O departamento de colheita investe no aprimoramento profissional do pessoal, ministra cursos aos seus colaboradores, visando melhorias na entrega da matéria-prima referente à qualidade do corte, carregamento, transporte, índices de impureza mineral, vegetal, queima de cana, entre outros. 22 1.7 Departamento de Tratos Culturais Responsável pela aplicação de adubos, herbicida, controle químico das plantas invasoras que não foram controladas pelos herbicidas e a aplicação de vinhaça. O objetivo principal é a redução da concorrência das plantas invasoras nos canaviais a níveis que não prejudicam a cultura da cana, contando com a ajuda dos herbicidas, que são os insumos que controlam as plantas invasoras sem prejudicar a cana-de-açúcar. 1.8 Departamento de Manutenção Automotiva Na área de Manutenção Automotiva, o Grupo Equipav possui aproximadamente, 200 profissionais ligados diretamente a esse trabalho. O departamento conta com 05 setores distintos, controle de manutenção, caminhões e componentes, tratores e máquinas, caldeiraria, funilaria e solda, seção de lavagem, lubrificação e borracharia. Estes departamentos desenvolvem um importantíssimo trabalho voltado a diminuição de gastos aliado a uma melhor disponibilização dos seus equipamentos. Neste setor, a Manutenção Preventiva é realizada através de troca de componentes antes da quebra dos mesmos, mediante a programação estabelecida por prazos de troca recomendados por fabricantes dos componentes e máquinas. 1.9 Departamento de Gerência geral industrial A gerência geral industrial fica responsável pelas atividades de industrialização da cana, desde sua chegada na empresa até os produtos finais, e coordena e prepara o plano anual de safra e entressafra para produção. 23 Também cabe a esse departamento desenvolver a produção de álcool etílico anidro, etílico hidratado carburante, etílico hidratado industrial, açúcar cristal demerara e cristal branco, além dos subprodutos como bagaço de canade-açúcar, xarope de cana e óleo fúsel e, também, a produção de levedura de cana-de-açúcar para ração animal. A produção de álcool é de 1.200.000 litros/dia e a produção de açúcar são de 30.000 sacas de 50 quilos/dia. A energia elétrica consumida na produção é gerada pela própria usina, usando como fonte o bagaço da cana. É gerado 9 MW/hora. Para isso foi desenvolvido um projeto que exigiu R$ 50 milhões em investimentos, sendo 31 milhões financiados pelo BNDES. Essa energia foi comercializada pelo Unibanco e pela Eletropaulo num contrato de 10 anos que viabilizou o projeto. Apesar de gerenciar um projeto com este potencial, o departamento não esqueceu o respeito ao meio ambiente. 1.10 Departamento de Gerência geral administrativa A gerência geral administrativa engloba o gerenciamento dos departamentos de diretoria, comercial, jurídica, financeiro, contabilidade, faturamento, informática, administração de materiais, recursos humanos, controle de qualidade, segurança patrimonial e meio ambiente. 1.11 Departamento de Controle de qualidade A gestão da qualidade da Equipav S.A Açúcar e Álcool tem o objetivo de estabelecer a metodologia necessária para a edição, implementação e revisão de procedimentos. Todo sistema que envolve as áreas administrativas, agrícola e industrial está inserido no controle de qualidade, no qual existem, para cada um, os procedimentos que são medidos pelos índices de qualidade das auditorias 24 internas, ocorrendo uma interligação em todo o processo. O sistema de qualidade oferece condições técnicas e teóricas para todo o processo, bem como dar suporte para a ISO 14000, Sistema de Gestão Ambiental, ou seja, qualidade total. 1.12 Departamento Contábil e Financeiro A contabilidade controla o patrimônio de forma monetária e quantitativa através dos sistemas de escrituração, demonstração financeira e análise contábil, também registra e classifica os atos e fatos administrativos praticados pelos administradores. O financeiro tem a responsabilidade de planejar, acompanhar, receber e pagar os compromissos da empresa, obedecendo aos trâmites legais, contábeis e gerenciais. Atualmente o processo de análise e decisão destes departamentos foi centralizado na Contropav, na cidade de Campinas, cabendo a empresa apenas a execução dos serviços. 1.13 Departamento de Administração de materiais A administração de materiais é responsável pela aquisição, armazenamento e administração de materiais e produtos para suprir as necessidades da empresa e exige o controle da qualidade sobre os produtos adquiridos. A aceitação dos produtos ou serviço é dada quando as exigências da especificação forem comprovadas em medições ou ensaios realizados e aceitos pelas partes. Em caso de assistência técnica, deve ser integrante da garantia do produto ou serviço, ser prestada com rapidez e por técnicos. Os usuários, quando precisam de material, digitam no sistema a solicitação de material. O sistema verifica se tem o produto no estoque; caso 25 não tenha, alimenta automaticamente o pedido de compra do material. 1.14 Departamento de Comercialização Planejamento de produção de açúcar, álcool, levedura e energia são realizados pelo departamento de comercialização juntamente com o industrial. No caso da produção de álcool, é definido quanto será produzido de álcool anidro, que serve para misturar na gasolina; álcool hidratado carburante, que é utilizado como combustível, e álcool hidratado industrial, que é vendido para as indústrias. A levedura é destinada totalmente à exportação. Para a coogeração de energia, existe um contrato com a Eletropaulo, com fornecimento por dez anos. Hoje, a produção de açúcar é destinada, aproximadamente, 70% para o mercado externo e 30% para o interno. 1.15 Departamento de informática O departamento de informática da Equipav S.A açúcar e álcool é vinculado à central de Campinas. É responsável pela utilização dos recursos de informática, aquisição de software e hardware, assim como para as atividades de suporte e segurança da informação. Coloca regras em relação à autoridade, responsabilidade, disciplina e regras aos usuários da informação. O desenvolvimento e a implementação de projetos suprem necessidades da empresa quanto ao desenvolvimento e implantação de novos projetos internamente. O acesso aos servidores é controlado pelo preenchimento da ficha de cadastro e assinatura do usuário; quando ocorre o desligamento do usuário, este deve ser excluído. 1.16 Departamento de Proteção ao meio ambiente 26 Responsável pela garantia e satisfação das partes em todas as atividades jurídicas apresentadas. Resguarda interesses da empresa, acompanha todos os processos quanto a ações trabalhistas, civil e criminal. O principal objetivo deste departamento é preservar o meio ambiente. Elabora inspeções, coordena trabalhos, como palestras sobre reflorestamentos e não ao desmatamento, além de avaliar o grau de risco da empresa, prepara o plano de queimada, reflorestamento das matas ciliares, repovoa com peixes os lagos e rios, a fim de estar de acordo com a parte legal junto aos órgãos DPRN e Cetesb. 1.17 Departamento de Recursos Humanos O objetivo principal é estabelecer critérios e regras básicas que constituem as normas da empresa para administrar o pessoal e disciplinar as relações de trabalho. Responsável também pelo recrutamento e seleção, contratação, registro, treinamento, assistência social e ocupacional, segurança, cálculo de folha de pagamento, rescisões de empregos e critérios que avaliam o desempenho de cada um. Estabelece sistemática de administração do serviço de cargos e salários e outras tarefas pertinentes. 1.18 Clientes A Equipav S.A Açúcar e Álcool realiza contatos com seus clientes internos e externos. Realiza visitas constantes, pesquisa de satisfação em relação aos produtos e serviços oferecidos e está em constante contato com seus clientes. O contato com os clientes externos é realizado por telefone. Indica aos seus clientes a possibilidade da alta e falta do produto oferecido pela empresa. Fornece também informações do mercado. 27 A Equipav S.A Açúcar e Álcool tem como principais clientes no mercado interno a Bauducco, Marilan, Yoki alimentos, Dori, Perdigão e Yank’s alimentos. No mercado externo: Tate & Lyle, Sucre Export London Ltd, Coimex trading Ltd, Cargill internation S.A, Ed. 1.19 Concorrentes Seus principais concorrentes, hoje, são as usinas que estão se instalando na região, usinas essas que na sua maioria já são conhecidas dentro do meio sucroalcooleiro. Outro ponto fortíssimo de concorrência é o mercado externo, que, além de estarem altamente exigentes com relação à qualidade de nossos produtos, querem preços cada vez menores.. 1.20 Motivação para seus colaboradores A Usina Equipav S.A tem um sistema de motivação muito interessante para seus colaboradores com prêmios de participação para todos os seus empregados pelo menos uma vez por ano, os índices para alcançar esses objetivos são extraídos dos seus próprios departamentos. Também existe um benefício da compra de remédios em farmácias credenciadas da região; benefícios que podem chegar em até 30% de desconto do remédio. Nas dependências da empresa, há também um tratamento odontológico aos seus colaboradores, sendo o mesmo sem custo algum para o beneficiário. Adicionalmente, possui, em suas dependências uma assistência social onde seus colaboradores possam, quando assim for necessário, passar por consultas médicas. 1.21 Projeto de Expansão 28 A Equipav a partir de 2006 iniciou um novo e grande desafio no que se refere à expansão de sua empresa. Com a aquisição/construção de uma nova moenda, a Equipav saí de uma moagem diária de 15.500 ton para aproximadamente 23.000 ton diárias, um aumento considerável. Seguindo os passos de alguns de seus concorrentes, a empresa está em fase de construção de uma nova unidade, na cidade de Brejo Alegre, região de Birigui. Nesta unidade já estão sendo executadas às atividades de preparo e plantio de cana. O objetivo inicial do projeto é que, em 2008, a usina estivesse moendo a cana na nova unidade, observando que o ciclo da colheita é de 15 a 18 meses. Porém, a primeira colheita foi encaminhada para moagem na Equipav, pois planta nova ainda não estava concluída. Essa nova unidade que, recentemente, ganhou o nome de BIOPAV, está também com uma política muito forte, não abrindo mão de seus valores, que são voltados principalmente para a alta qualidade dos produtos. Não se pode esquecer do capital humano que possui, que, com certeza, vão se expandir com essa nova unidade que se inicia, gerando assim muito mais emprego para a região, e também fortalecendo ainda mais o Grupo Equipav, no setor sucroalcooleiro. 1.22 Cultura e Lazer A Associação Desportiva Classista (ADC) dos funcionários do Grupo Equipav – Promissão é encarregada de proporcionar lazer e práticas esportivas aos profissionais da unidade. A Associação administra o ginásio de esportes, que tem três quadras poliesportivas (duas descobertas e uma coberta), um mini campo para a prática de futebol, duas piscinas (uma infantil e outra adulta), playground, sala de ginástica, lanchonete, salão de festas para 200 pessoas e quatro vestiários. A arquibancada da quadra coberta tem capacidade para 3,5 mil pessoas. Quando o recinto não está sendo utilizado pela ADC e é requisitado, permite que seja utilizado pela municipalidade, escolas e associações civis organizadas. 29 Escolinhas – A ADC mantém uma escolinha de futebol para as categorias infanto-juvenil e juniores, aberta a comunidade. O voleibol feminino também é ensinado aos funcionários, seus filhos e também as pessoas da comunidade. Para participar, as crianças devem freqüentar a escola regular e algum templo religioso. A prioridade, quando se trata de pessoas da comunidade, é para as crianças de famílias de baixíssima renda. Academia – A ADC também proporciona aos funcionários aulas de natação e oferecem academia de ginástica, ambas modalidades no ginásio da associação. Para acompanhar os praticantes de esportes, a ADC contratou três professores de Educação Física. Na Associação Desportista Classista dos Funcionários do Grupo Equipav, atendemos todos associados e seus dependentes com quadras e campos para praticas (futebol, vôlei, basquete e outros) academia, piscinas (adulto e infantil). Todas estas atividades são monitoradas por professores credenciados e treinados. Ainda há barracão para festas, lanchonete, convênio para farmácia e eventos sociais. 1.23 Treinamento Procedimento interno do RH: a) Cumprimento convenções da Legislação internacionais Trabalhista da e atendimento as Organização Internacional do Trabalho; b) Cumprimento dos acordos de categoria e das normas e determinações do Ministério do Trabalho; c) Serviço especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural – SEPATR em conexão ao sistema de segurança da área industrial (CIPA); d) Mais de 950 treinamentos por ano; e) Biblioteca com grande acervo; f) Instrutores internos e externos; g) Auditório para 330 pessoas; 30 h) Unidade Móvel de treinamento; 1.24 Assistência Social a) Orientação previdenciária; b) Assistente Social – 400 atendimento/mês; c) Médicos – 800 atendimento/mês; d) Dentista – 200 atendimento/mês, Convênios médicos/3400 colaboradores; e) Material escolar – 2300 conjuntos/ano; f) Soro reidratante – 2500/dia para colaboradores Rurais; g) Refeições – 900/dia. 1.25 Refeitório a) Vales refeição – 750/dia; b) Cestas Básicas – 700/mês; c) Enfermeira do Trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho; d) Cinco Ambulâncias – 24horas; e) Tele curso – Ensino Fundamental e Médio – 100 alunos/ano com 20 formandos/ano; f) Auxilio a 14 creches e uma APAE nos municípios que temos colaboradores; g) Dois alojamentos com capacidade para 45 pessoas. 1.26 Capital Humano O Grupo EQUIPAV gera mais de 5200 empregos diretos e mais de 31 13000 indiretos, atingindo mais de 40 municípios em 4 estados. Oferece apoio nas áreas de saúde, educacional, assistência social e lazer aos colaboradores e seus mais de 15000 dependentes, buscando o bem estar social e qualidade de vida para os seus. 1.27 Projeto de alfabetização Gratuito para os Colaboradores Objetivo: proporcionar aos educando a iniciação ao ensino básico: ler, escrever e efetuar operações matemáticas; - despertar a consciência dos seus direitos e deveres, bem como das suas responsabilidades diante da sociedade; desenvolver a capacidade de avaliar criticamente os acontecimentos e, ate mesmo de interferir neles; - auxiliar os educando a superar os desafios do mundo atual, sinalizado basicamente por símbolos e códigos. 1.28 Projeto de Qualidade na Escola É o Programa Qualidade na Escola ––PQE - que tem como missão transformar a vida escolar de 3500 crianças de 7 a 11 anos de idade através da aplicação de uma metodologia que coloca o aluno como personagem principal do processo educacional. 1.29 Projetos Ambientais a) Aquisição de novos equipamentos com tecnologia e desempenho superiores aos que estão em operação .(caldeiras e sistema de controle para lançamento de particulado na atmosfera); b) redução do uso de recursos hídricos (investimento em torres de resfriamento d´água, circuito fechado.possibilitando o reuso d´água, 32 melhoria nos processos, aproveitamento das águas no processo de.fertirrigação); c) aproveitamento de subprodutos eliminando passivos ambientais e gerando divisas: bagaço da cana-de-açúcar.para produzir vapor e gerar energia elétrica, resíduo do processo de fermentação para produção de.levedura seca para alimentação animal, resíduo da destilação do álcool, vinhaça aplicada no solo em dosagem..adequada contribuindo na reposição de nutrientes, resíduo do processo de decantação do caldo, torta de filtro.incorporada no solo, resíduo do.sistema de lavagem da fuligem que será misturado com as cinzas das caldeiras.e incorporados no solo. (parágrafo que será detalhado no capitulo três). d) ampliação da adutora de vinhaça em aproximadamente 22 km com estação de bombeamento e equipamentos para aplicação; e) aquisição de máquinas para colheita mecânica e conseqüente redução da queima da palha da cana; f) políticas para reuso de material ou descarte que possibilite a reciclagem dos resíduos; g) conservação das áreas de Preservação Permanentes; h) recomposição da vegetação da mata ciliar em vários projetos com a manutenção do plantio de aproximadamente 180.000 mudas de espécies nativas da região. 33 CAPÍTULO II EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL 2 INTRODUÇÃO Segundo Donaire (1999), no principio as organizações precisavam preocupar-se apenas com a eficiência dos sistemas produtivos; gerar um lucro cada vez maior, padronizar cada dia mais o desempenho dos funcionários, essa visão industrial que as organizações idealizavam, foi tornando-se, ao longo dos anos, cada vez mais enfraquecida. O autor afirma que os administradores começaram a ver que suas organizações não se baseavam somente, nas responsabilidades referentes a resolver problemas econômicos fundamentais (o que produzir como produzir e para quem produzir) têm presenciado o surgimento de novos papéis que devem ser desempenhados, como resultado das alterações no ambiente em que operam. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo na Suécia em 1972, a questão ambiental foi inserida no meio das organizações de forma definitiva. Mesmo sendo considerada no inicio somente, uma restrição regulatória imposta pelo governo, já que a partir da conferência, muitas normas e obrigações foram exigidas, tanto pelos órgãos reguladores, como pela própria sociedade. Mas a Conferência de Estocolmo foi somente o ponto de partida para a grande evolução comportamental que estava por surgir. A partir desse momento as práticas ambientais teriam que fazer parte das responsabilidades sociais das empresas. As Nações entram com força nessa evolução em 1992 com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), denominada informalmente como ECO-92. A conferência representou o auge do movimento a favor da sustentabilidade ambiental. Segundo Kinlaw (1998), O termo "desempenho sustentável" descreve como as organizações devem conduzir seus negócios para continuar 34 conduzindo os mesmos negócios futuro adentro. Se o objetivo primeiro das organizações é permanecer vivas, então o desempenho sustentável descreve o que é necessário para permanecer vivas na nova era ambiental. Se desempenho de qualidade tornou-se o lema desta década, desempenho sustentável (ou algo similar) irá se tornar o lema da próxima década. Nesse contexto vislumbra-se um cenário futuro, cada dia mais presente, onde a gestão ambiental empresarial tornou-se sinônimo de produtividade e sobre tudo, de competitividade. Se outrora a poluição era compreendida como aquele indesejável mal necessário ao desenvolvimento, agora a poluição é entendida como recurso produtivo desperdiçado. Entende-se por Gestão Ambiental o conjunto de princípios, estratégias e diretrizes de ações e procedimentos para proteger a integridade dos meios físico e biótico, bem como a dos grupos sociais que deles dependem. Agencia Ambiental (2005). 2.1 História Da Responsabilidade Social Abordagem da atuação social empresarial surgiu no século XX com o filantropismo. Em seguida, com o esgotamento do modelo industrial e o desenvolvimento da sociedade pósindustrial, o conceito evoluiu, passando a incorporar os anseios dos agentes sociais no plano de negócios das corporações (TENÓRIO, 2004. p. 13). Para Tenório (2004), os primeiros estudos teóricos sobre a responsabilidade social empresarial, desenvolvidos a partir dos pressupostos conceituais da sociedade pós-industrial, surgem em 1950. O conceito contemporâneo da responsabilidade social empresarial está associado aos valores requeridos pela sociedade pós-industrial. Nessa nova concepção do conceito, há o entendimento de que as empresas estão inseridas num ambiente complexo, onde suas atividades influenciam e têm impacto sobre diversos agentes sociais, comunidade e sociedade. Conseqüentemente, a orientação do negócio visando atender apenas os interesses dos acionistas torna-se insuficiente, sendo necessária a 35 incorporação de objetivos sociais no plano de negócios, como forma de integrar as empresas a sociedade. Entretanto, é a partir da década de 1970 que os trabalhos desenvolvidos a respeito do tema ganham destaque. Segundo o mesmo autor, além do filantropismo, desenvolveram-se conceitos como voluntariado empresarial, cidadania corporativa, responsabilidade social corporativa e, por último, desenvolvimento sustentável. De acordo com Oliveira (2005), Responsabilidade Social não significa a mesma coisa para todos. Para alguns representa a idéia de obrigação legal, para outros significa um comportamento ético, outros acreditam no sentido de socialmente consciente. Portanto, não existe ainda um conceito formal de Responsabilidade Social, permanecendo diversos pontos de vista particulares sobre o tema. Conforme Kraemer (2005), em 1998 foi criado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social pelo empresário Oded Grajew. O Instituto serve como uma ligação entre os empresários e da responsabilidade social. Seu objetivo é disseminar a prática da responsabilidade social empresarial por meio de publicações, experiências, programas e eventos para os interessados nas ações sociais. A visão clássica da responsabilidade social empresarial, conforme Tenório (2004), incorporava os princípios liberais, influenciando a forma de atuação social das empresas e definindo as principais responsabilidades das empresas em relação aos agentes sociais na época. Para o mesmo autor, a responsabilidade social surge de um compromisso da organização com a sociedade, em que sua participação vai mais além do que apenas gerar empregos, impostos e lucros. O equilíbrio da empresa dentro do ecossistema social depende basicamente de uma atuação responsável e ética em todas as frentes, em harmonia com o equilíbrio ecológico, com o crescimento econômico e o desenvolvimento social se tornando uma ferramenta para a sustentabilidade da sociedade e dos negócios. Algumas empresas buscam identificar a melhor maneira de praticar sua responsabilidade, desenvolvendo ou participando de projetos sociais, afim de que esse envolvimento tenha uma identificação com a sociedade e seu público 36 (interno e externo), conseguindo um diferencial para seus produtos e uma boa imagem institucional. Os certificados sociais são os diferenciais das empresas socialmente responsáveis o que distingue de outras empresas ainda não certificadas. Quando a certificação se converte em informação para o consumidor, esse irá valorar de forma distinta de outros produtos de iguais aparências, além de decidir a favor ou contra uma outra empresa. Dessa forma, Torres (2002) diz que para conquistar um diferencial e obter a credibilidade e aceitação da sociedade e das diversas partes interessadas dentro do universo empresarial, além de novas práticas sociais, as corporações têm buscado certificações, selos e standards internacionais na área social. Entre os exemplos brasileiros mais significativos, estão o 'Selo Empresa Amiga da Criança', conferido pela Fundação Abrinq; o 'Selo Empresa-Cidadã', que é uma premiação da Câmara Municipal da Cidade de São Paulo; e o 'Selo Balanço Social Ibase/Betinho', do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas desde 1998. Neste sentido, Vassallo (2000) diz que não existe uma fórmula geral de Responsabilidade Social quando se trata de negócios. Mas alguns passos básicos podem ajudar muito na implantação de uma estratégia de boa cidadania corporativa. A seguir, alguns deles: a) desenvolva uma missão, uma visão e um conjunto de valores a serem seguidos. b) Para que a responsabilidade social seja uma parte integrante de cada processo decisório, é preciso que ela faça parte do DNA da companhia – seu quadro de missões, visões e valores. Isso leva a um comprometimento explícito das lideranças e dos funcionários com questões como ética nos negócios e respeito a acionistas, clientes, fornecedores, comunidades e meio ambiente. c) coloque seus valores em prática – é básico. De nada adianta ter um maravilhoso quadro de valores na parede do escritório se eles não são exercitados e praticados a cada decisão tomada. d) Promova a gestão executiva responsável – esse é um exercício diário e permanente. É preciso fazer com que cada executivo leve 37 em consideração os interesses dos seus partícipes antes de tomar qualquer decisão estratégica. e) Comunique, eduque e treine – as pessoas só conseguirão colocar valores de cidadania corporativa em prática se os conhecerem e souberem como aplicá-los no dia-a-dia. f) Publique balanços sociais e ambientais – elaborados por especialistas e auditores externos, eles garantem uma visão crítica de como acionistas, funcionários, organizações comunitárias e ambientalistas enxergam a atuação da empresa. g) Use sua influência de forma positiva – o mundo corporativo é formado por uma grande rede de relacionamentos. Use os valores cidadãos de sua empresa para influenciar a atuação de fornecedores, clientes e companhias do mesmo setor. 2.2 A Questão Ambiental e os Resíduos Industriais A compreensão da problemática do lixo e a busca de sua resolução pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. Uma ação na origem do problema exige reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto material, mas quanto ao seu significado simbólico, seu papel e sua contextualização cultural, e também sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos. As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias mais antigas, que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevado risco de acidentes ambientais, sendo, portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para controlar a emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito irregular de resíduos. 38 2.3 Resíduos Segundo Leripio (2004), esta é a sociedade do lixo, cercados totalmente por ele, mas só recentemente acordou-se para este triste aspecto da realidade. Ele diz ainda que, nos últimos 20 anos, a população mundial cresceu menos que o volume de lixo por ela produzido. Enquanto de 1970 a 1990 a população do planeta aumentou em 18%, a quantidade de lixo sobre a Terra passou a ser 25% maior. Nos Estados Unidos, de acordo com Leripio (2004), o grande volume de lixo gerado pela sociedade está fundamentado no famoso american way of life que associa a qualidade de vida ao consumo de bens materiais. Este padrão de vida alimenta o consumismo, incentiva a produção de bens descartáveis e difunde a utilização de materiais artificiais. Na Europa, a situação dos resíduos é caracterizada por uma forte preocupação em relação à recuperação e ao reaproveitamento energético. A dificuldade de geração de energia, devida aos escassos recursos disponíveis e aliada a um alto consumo energético, favorece a estratégia de reciclagem dos materiais e seu aproveitamento térmico. O autor acima menciona que na indústria do alumínio, por exemplo, 99% dos resíduos da produção são reutilizados, enquanto a indústria de plástico chega a 88% de reaproveitamento de suas sobras. Do total de resíduos municipais europeus, cerca de 24% são destinados à incineração, sendo 16% com reaproveitamento energético. Na China, país de extensão territorial considerável e com grande contingente populacional concentrado nas cidades, o povo considera os resíduos orgânicos como uma responsabilidade do cidadão, ou melhor, do gerador. Este tipo de valor cultural facilita a introdução de métodos mais racionais de controle dos resíduos sólidos, com participação ativa da população. Há um envolvimento individual do cidadão chinês com vistas à reintegração dos resíduos à cadeia natural da vida do planeta. A massa dos resíduos sólidos urbanos é composta predominantemente de material orgânico que é utilizado na agricultura. Assim, o resíduo não é visto como um problema, mas sim como uma solução para a fertilização dos solos, o 39 que estimula a formação de uma extensa rede de compostagem e biodigestão de resíduos. Esta diferença de tratamento fundamenta-se em valores culturais totalmente diferenciados dos ocidentais, que originaram outro paradigma para tratamento da questão. Resíduos é o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólidos, gasoso e líquido. 2.4 Classificação Dos Resíduos Os resíduos podem ser classificados das seguintes formas: Quanto às características físicas: a) Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças. b) Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, e outros. Quanto à composição química: a) Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim. b) Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro e outros), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, e outros. 40 Quanto à origem: a) Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos. b) Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, e outros. c) Serviços públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, e outros. d) Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos características, de merece raios um X). Em cuidado função especial de suas em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário. e) Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países. f) Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, e outros. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta 41 categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento. g) Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicas adequados. h) Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita e outros. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. i) Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento. 2.5 Normas ISO A ISO é uma organização mundial para normatização (Internacional Organization for Standardization) localizada em Genebra na Suíça, foi fundada em 1947. A finalidade da ISO é desenvolver e promover normas e padrões mundiais que traduzam o consenso dos diferentes países do mundo de forma a facilitar o comércio internacional. A ISO tem cento e dezenove (119) países membros. A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT é o representante brasileiro. Sendo que ela trabalha com cento e oitenta (180) comitês técnicos (TC) e centenas de sub-comitês e grupos de trabalho. 2.6 Norma Iso 14000 De Sistema De Gestão Ambiental 42 Conforme Oliveira (2005), a ISO 14000 é uma série de padrões, internacionalmente reconhecidos, por estruturar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) de uma organização e o gerenciamento do desempenho ambiental. As empresas ao implantar um SGA devem investir tempo para o planejamento, já que as atividades não são simples. As atividades são de uma complexidade onde a administração da organização precisa envolver todos em seu processo. Segundo o mesmo autor, a ISO 14000 teve início na conferência das Nações Unidas, realizada em Estocolmo (Suécia), no ano de 1972, mas somente teve relevância e passou a ser tratada com maior importância a partir da Conferência das Nações Unidas realizada no Rio de Janeiro em 1992. A ISO 14000 tirou a sua base na publicação pela Bristish Standard Institution da norma BS-7750, uma norma sobre gerenciamento ambiental. Ainda, segundo Oliveira (2005), a ISO 14000 tem como uma das prioridades a proteção dos empregados, através do cumprimento de toda a legislação e regulamentos. A comunicação entre os stakeholders é de essencial importância para a administração, estabelecendo metas e objetivos, onde implanta uma visão do ambiente como uma forma sistemática, melhorando, portanto a sua performance. Conforme Oliveira (2005), as normas ISO 14000 foram desenvolvidas pelo comitê técnico TC-207 da ISO, este comitê é formado por representantes dos países membros. O comitê técnico teve como base na elaboração das normas ISO 14000 à experiência adquirida na elaboração das normas ISO 9000. No Brasil, elas foram desenvolvidas e traduzidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 2.7 O Impacto da ISO 14000 nos negócios A conscientização com os aspectos ambientais da sociedade onde a empresa está inserida, faz com que as organizações que implantam a ISO em suas administrações, tenham uma vantagem competitiva em relação aos demais concorrentes, pois o consumidor enxergará essa organização não 43 somente uma prestadora de serviços comum, mas sim como uma empresa que está interagindo com o interesse da sociedade. Se o consumidor pode escolher entre duas empresas com preço e qualidade similar, certamente ele dará prioridade a empresa que tem com o meio ambiente uma relação não danosa. Com uma visão voltada para o futuro, os legisladores estão criando leis mais rígidas, imputando sanções aos infratores, obrigando as empresas a encarar com seriedade e responsabilidade a variável ambiental em sua estratégia operacional. As seguradoras já passam a avaliar os riscos de acidentes ambientais na estipulação de prêmios de seguros. Conforme Oliveira (2005), a ISO 14000 permite a empresa demonstrar para seus consumidores que tem uma preocupação com o meio ambiente. A normatização é de cunho voluntário, sendo desta forma o mercado o grande exigente para a sua utilização. A certificação ISO 14000 tem validade por 3 (três) anos. Após esse prazo deverá passar por novas avaliações. A cada 6 (seis) meses, o sistema é auditado para que se verifique a continuidade dos requisitos da norma. O descumprimento pela empresa dos requisitos normativos acarretara na não revalidação da certificação. Em função disso, Oliveira (2005) descreve os principais objetivos para que as empresas estejam implantando sistemas de gerenciamento ambiental, sendo eles: a) redução de riscos com multas, indenizações e outros; b) melhoria da imagem da empresa em relação a performance ambiental; c) melhoria da imagem da empresa quanto ao cumprimento da legislação ambiental; d) prevenção da poluição; e) redução dos custos com a disposição de efluentes através do seu tratamento; f) redução dos custos com seguro; g) melhoria do sistema de gerenciamento da empresa. 44 CAPÍTULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO Com o objetivo de demonstrar a viabilidade do reaproveitamento de resíduos do processo produtivo, trazendo beneficio ao meio ambiente e resultando em vantagem competitiva para a empresa, foi realizada no período de 02 de Janeiro a 30 de setembro de 2008, abordando um estudo de caso sobre gestão ambiental na usina Equipav S/A Açúcar e Álcool, localizada na cidade de Promissão, na fazenda Água Branca. O tema abordado foi gestão ambiental com ênfase em reaproveitamento dos resíduos no processo produtivo além de apontar os importantes tratamentos dados aos resíduos. Destacando a importância da gestão ambiental na empresa como diferencial competitivo e a preocupação com o meio ambiente, aliviando a degradação e o impacto ambiental em tratamentos específicos para cada subproduto abordado. Os métodos utilizados foram: a) Estudo de Caso: foi realizado estudo de caso, na Equipav S/A – Açúcar e Álcool, analisando a reutilização dos resíduos do processo produtivo e sua contribuição para a gestão ambiental tornando a empresa mais competitiva. b) Método de Observação Sistemática: será observado, analisada e acompanhada a rotina na reutilização dos resíduos do processo produtivo. c) Método Histórico: será verificada a evolução da empresa em relação a preocupação ambiental. As técnicas utilizadas foram: a) Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A) b) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B) c) Roteiro de Histórico da Equipav S/A Açúcar e Álcool (Apêndice C) 45 d) Roteiro de entrevista ao Engenheiro de Gestão Ambiental (Apêndice D) e) Roteiro de entrevista para o técnico de Gestão Ambiental (Apêndice E) 3.1 Apresentação da Pesquisa No estudo feito no período foi analisado alguns principais tipos de resíduos emitidos na produção de álcool e açúcar, os métodos utilizados de reaproveitamento para que esses resíduos venham trazer beneficio para a empresa levando a mesma a ter um custo produtivo menor e conseqüentemente podendo ser mais competitiva no mercado e não agredindo o meio ambiente. Resíduos que foram analisados: a) Torta de Filtro e fuligem b) Vinhaça c) Bagaço 3.1.1 Torta de filtro A torta de filtro é o resíduo do processo de clarificação do caldo de cana, mais propriamente dos decantadores de caldo, de onde é removido um lodo que misturado com o bagacilho é enviado para os filtros rotativos a vácuo, visando recuperar a sacarose contida neste lodo. Este filtro proporciona lavagem da torta e recuperação da sacarose contida neste caldo filtrado, resultando ainda desta operação a torta de filtro, que é recolhida em moegas e retirada da Usina através de caminhões basculantes, sendo distribuída em áreas de reforma dos canaviais. A produção estimada de torta no processo industrial é de 35 Kg/t de cana moída. A dose aplicada nos sulcos de plantio de cana será de 25 t/ha. 46 Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 4: extração de torta de filtro Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 5: Extração de torta de filtro 3.1.1.2 Fuligem 47 O resíduo da lavagem dos gases da chaminé (fuligem) é enviado aos filtros através de dutos, e transportada para área de compostagem, carregados por caminhões basculantes onde é misturado à torta dos filtros, para distribuição na lavoura, já que é rico em potássio, constituinte inorgânico utilizável pela planta. Resumindo, estes resíduos, por suas características orgânicas e minerais, conferem um efeito condicionador de solos, contribuindo para a redução do consumo de fertilizantes minerais, melhorando o solo. Através deste sistema também se evita a disposição inadequada destes resíduos que possa causar problemas como a poluição dos cursos d'água. Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 6: Extração de Fuligem 48 Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 7: Descarga fuligem em área de compostagem Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 8: Área de compostagem 49 Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 9: Compostadeira Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 10: Material composto 50 Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 11: Carregamento O resíduo será disposto em áreas de reforma de cana, em sistema de rodízio, conforme apresentado: Fonte: Equipav S/A Açúcar e Álcool (2008) Figura 12: Aplicação no Campo 51 A aplicação deste produto na lavoura se faz de duas maneiras: a) Retirada da indústria e aplicação direta na lavoura de cana, esparramando-se em área total através de caminhão com caçambas para 18 toneladas e aplicadores para lançar a torta. Neste caso a torta vai ser incorporada ao solo com grade, quando a área for reforma e com o cultivador quando a cana for soqueira para outro corte, sendo que a dosagem nestes casos é de 40 toneladas por hectare. b) Retirada da indústria e colocada em depósito próximo a usina, onde a mesma vai passar pelo processo de fermentação quando então será remanejada (transportada) para pequenos depósitos feitos em cada área, destinada para aplicação no sulco de plantio. Neste sistema usamse tratores com carretas aplicadoras de torta diretamente dentro do sulco de plantio e na dosagem de 15 toneladas por hectare. Fonte: Equipav (2008) Figura 13: Vista da aplicação de torta em áreas de soqueiras de cana. 52 Fonte: Equipav S/A Açúcar e Álcool (2008) Figura 14: Aplicação de torta em áreas de reforma de canaviais. 3.1.2 Vinhaça (Fertirrigação) A aplicação da vinhaça no solo é uma medida mitigadora que se incorporou à atividade agroindustrial do setor sucroalcooleiro, devido principalmente às propriedades de fertilização do solo, substituindo total ou parcialmente a adubação mineral da cultura canavieira, reduzindo os custos com fertilizantes e aumentando os ganhos de produtividade. A aplicação de vinhaça se faz na soqueira de cana através do uso de moto-bombas e aspersores que captam a vinhaça de canais de irrigação ou de tanques acoplados a caminhões que a transportam. No sistema de canais a vinhaça é bombeada da usina para a lavoura distribuída por canais em desnível, e por diversas áreas, perfazendo uma área de 8.500 hectares disponíveis para irrigação com vinhaça, e também, utilizando-se de parte do sistema para aplicação de águas residuais. 53 Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 15: Aplicação de Vinhaça (a) Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 16: Aplicação de Vinhaça (b) 54 Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 17: Turbomaq equipamento para aplicação de vinhaça 3.1.3 Bagaço Originado da extração do caldo nas moendas, este resíduo é reutilizado para a queima nas caldeiras para a produção de vapor e, conseqüentemente, energia para a indústria. A quantidade de bagaço gerado depende do teor de fibra na cana. Em média estima-se 330 kg de bagaço por toneladas de cana, com um teor de umidade de 50%. 55 Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 18: Bagaço da cana sendo eliminado Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 19: Esteiras transportadoras de bagaço 56 A utilização deste resíduo para queima nas caldeiras é contínua, sendo ele transportado por esteiras da moenda até a entrada da fornalha. O excedente é armazenado no pátio de bagaço, sendo aí manipulado por pácarregadeira, para retornar às esteiras suprindo deficiências na alimentação das caldeiras. A sobra de bagaço da safra é guardada em pátio ao ar livre, coberto com lona plástica para ser utilizado na próxima safra. Fonte: Elaborada pelos autores (2008) Figura 20: Estoque de bagaço 3.1.3.1 Geração de Energia O bagaço da cana, extraído juntamente com o caldo nas moendas, tem papel de destaque no processo produtivo. É o combustível que produz toda a energia utilizada pelo sistema, seja ela mecânica, usada no preparo e na extração de caldo, térmica, usada na obtenção do açúcar e do álcool, ou elétrica, usada para venda e consumo próprio. Todo bagaço produzido nas moendas é transportado até as caldeiras produtoras de vapor por um conjunto de esteiras de borracha e esteiras 57 metálicas, denominadas esteiras transportadoras de bagaço. Seus comprimentos, velocidade de arraste e largura são definidos com o objetivo de dar maior flexibilidade e confiabilidade operacional ao sistema, pois a quebra, parada ou desgaste excessivo de alguma delas determina a interrupção de todo o processo produtivo. As esteiras são posicionadas estrategicamente de modo a interligar as moendas às caldeiras e ao depósito de sobra de bagaço, tendo por objetivo abastecer as caldeiras, conduzir a sobra para estocagem, carregar caminhões, e ainda, em caso de parada das moendas, reconduzir o bagaço da área de armazenamento para a alimentação das caldeiras. Com volume específico que varia de 200 a 300 kg/m³, o bagaço ocupa grandes áreas de depósito, o que dificulta sua movimentação. O processo de estocagem, distribuição, carga de caminhões e realimentação das esteiras de bagaço é realizado por pá-carregadeira ou por tratores dotados de garra hidráulica. O bagaço originado na moenda é utilizado como combustível na caldeira para produção de vapor. As caldeiras com pressões de 65 kgf/cm² e 480°C são utilizadas para gerar o vapor para o acionamento do turbo gerador de extração e condensação, responsável pela maior parte de energia elétrica gerada pela usina. Após o acionamento deste gerador, parte do vapor resultante é condensado e parte é incorporado ao vapor das caldeiras de 21 kg/cm². O vapor a esta pressão é utilizado para o acionamento das turbinas de outros dois geradores que utilizam vapor de 21 kg/cm². O vapor direto é também chamado de vapor vivo, isto é, com pressões de 21 kgf/cm² e 300°C são utilizados para alimentação das turbinas do sistema de preparo da cana, extração do caldo e para acionamento das turbinas dos geradores. O vapor direto também chamado de vapor vivo, isto é com pressões de 65 kgf/cm² e 480°C e 21 kgf/cm² e 300°C, é utilizado para a produção de energia mecânica para mover as turbinas dos geradores, das moendas e das turbo-bombas. Nos turbo-geradores a energia mecânica é convertida em energia elétrica para uso da fábrica, só havendo necessidade de compra de 58 energia elétrica da concessionária na entressafra para os serviços de manutenção. O vapor direto utilizado anteriormente é reutilizado, passando a se denominar vapor de escape, com pressão de 1,3 a 1,5 kgf/cm², como energia térmica para aquecimento e pré-evaporação. A Tabela 1 apresenta as necessidades de vapor para o processo industrial para as situações estudada em 2005 com projeção para 2010. Com base nestes dados é estabelecida a capacidade do setor de geração de energia, cujo balanço energético tem que ser adequado de tal forma que não se desperdice vapor de escape. Tabela 1: Dados de produção de vapor e de energia elétrica. Características SAFRA (2005) SAFRA (2010) Moagem de referência (t. cana/h) 556 880 Produção nominal de vapor (t. vapor/h) 606 606 Produção efetiva de vapor (t. vapor/h) 295 485 Consumo de bagaço (t. bagaço/h) 137,59 222,25 Sobra de Bagaço (t/h) 400,33 664 2,14 218 - Energia produzida (MW) 42,01 43,05 - Energia consumida (MW) 27,01 43,05 - Energia vendida (MW) 15,00 23,13 Taxa vapor/bagaço (t.vapor / ton. bagaço) Geração de energia elétrica: Fonte: Elaborado pelos autores, 2008 59 Fonte: Equipav S/A Açúcar e Álcool (2008) Figura 21: Vista interna do sistema de geração de energia 3.2 Entrevistas com os profissionais 3.2.1 Gerente O gerente é do sexo masculino, residente na cidade de Promissão (SP), formado em direito, trabalha na empresa há 28 anos. Passou pelos departamentos administrativos, recursos humanos, jurídico e ambiental. Eis o seu relato: O principal investimento no tratamento dos resíduos é não provocar dano ao meio ambiente, possibilitando a reutilização destes resíduos como subprodutos. Como bagaço para geração de energia; torta de filtro, fuligem e vinhaça para adubo orgânico. Com isso podemos dizer, que os resultados são significativos principalmente por não degradar o ambiente e possibilitar o aproveitamento contribuindo para redução dos custos operacionais. Esses 60 mesmos resíduos eram antes depositados em áreas livres. Nossa definição na empresa: tratamos os custos com a gestão ambiental como investimento, pois, todo recurso investido contribuem significativamente. A minimização com este investimento ocorre com a perpetuação das atividades da empresa, provocando menor impacto ao meio ambiente e à comunidade. Antes dos colaboradores iniciarem suas atividades na empresa passam por integração. É apresentada a ele a estrutura existente na empresa que tem responsabilidade de gerenciar as questões ambientais e recebe instruções sobre a empresa, segurança no trabalho, meio ambiente, qualidade e serviço social. Os principais tipos de resíduos aproveitados no processo produtivo são: torta de filtro, fuligem da caldeira para compostagem e adubação orgânica e vinhaça para fertirrigação. A imagem da empresa melhorou socioambiental e tem com como a responsabilidade principal benefício o reconhecimento da sociedade e a não ocorrência de infrações ambientais. 3.2.2 Técnico O técnico (Engenharia. Ambiental Jr.) é do sexo masculino, residente na cidade de Lins (SP), formado em engenharia ambiental, trabalha na empresa há 1 ano, possui experiência como consultor líder em projetos de sustentabilidade ambiental. Eis o seu relato: Atuo na avaliação de riscos e no gerenciamento ambiental e assessoro de laudos e práticas de educação ambiental. A divulgação da gestão ambiental se da através das reuniões gerenciais e diretorias, revista do grupo junto às as ONGs quando das realizações de eventos. Ex: semana da árvore, dia mundial do meio ambiente e dia mundial da água, e também matérias em revistas folders faixas e 61 mídias. Atualmente estamos elaborando um procedimento, o qual está em consenso. Assim que aprovado faremos treinamento com o pessoal da coleta e colaboradores específicos. Os investimentos para a prática de preservação ao meio ambiente são em novos equipamentos, monitoramento de solo, águas superficial, águas subterrânea, fauna e flora e descartes corretos dos resíduos. Para a diminuição da prática da queima de cana existe um plano de eliminação de queima e também a empresa assinou Protocolo Agro ambiental – Etanol Verde. O protocolo de Kyoto é responsável por estabelecer metas de redução das emissões de gases de efeito estufa e têm extrema importância no combate ao aquecimento global, estimulando (com parceria da ONU) a venda de crédito de carbono. 3.3 Discussão De acordo com Carlos (2007), a perda de identificação com a terra e com os ambientes naturais nos centros urbanos e o crescente envolvimento das pessoas com a tecnologia acabaram separando o homem de seu ambiente. Obviamente, trata-se de uma separação ilusória, pois a humanidade segue dependendo profundamente da disponibilidade e qualidade de recursos naturais, tanto para sua sobrevivência física quanto para a manutenção de seus sistemas econômicos e sociais. De acordo com Donaire (1999), o plano nacional de desenvolvimento de 1975/79 define uma prioridade para o controle da poluição industrial através de normas e política de localização industrial. Como conseqüências ocorreram mudanças no ambiente de negócios onde organizações atuam, começaram as modificações em sua organização produtiva. Investir na proteção e conservação ao meio ambiente torna-se condição para bons negócios e sobrevivência da empresa no mercado. No caso estudado, percebe-se uma preocupação da empresa em desenvolver projetos avançados de 62 reaproveitamento de resíduos, objetivando não apenas os seus ganhos financeiros, como também a qualidade de vida da região onde atua. 3.4 Parecer final sobre o caso A Equipav é uma empresa voltada para o bem estar de seus colaboradores e apresenta um departamento gestão ambiental voltado para ações que priorizam a conservação do meio ambiente reaproveitando os resíduos do processo produtivo, garantindo a redução de custo no cultivo de sua matéria prima, minimizando a degradação do meio ambiente, melhorando sua imagem perante o mercado, aumentando a competitividade. Para isso ela investe em novos equipamentos assegurando o desenvolvimento tecnológico. Desenvolveu um plano de eliminação de queima, respeitando as normas e regulamentos de proteção ao meio ambiente. 63 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Após o estudo elaborado na empresa, verificou-se a viabilidade do reaproveitamento dos resíduos do processo de produção. Ficou claro que e um investimento viável, pois além de proporcionar redução de custo também minimiza os impactos ambientais inerentes ao processo produtivo. Percebe-se a substancial importância do acompanhamento quanto à dosagem dos produtos e calibração dos equipamentos que são utilizados para aplicação dos resíduos no solo, processo que recebe uma atenção especial da empresa. Esta etapa tem o objetivo de confirmar que a disposição dos resíduos no solo não está provocando alterações físico-químicas no mesmo e na água subterrânea, garantindo o equilíbrio do meio ambiente. A empresa está atenta para atender a legislação sob a LEI 10771 (lei da quima) que prevê redução de lançamento de CO² na atmosfera que acontece na queima da cana, esta lei prevê que até 2014 deve-se colher somente cana crua, que se da através da colheita mecanizada, para cada maquina em atividade substitui em média 100 pessoas, que hoje são lançados no mercado aos montes sem qualificação profissional. Desses, a estimativa de recolocação e muito pequena, a Equipav desenvolveu um programa interno que qualificam algumas dessas pessoas para assumirem outros postos, mas não sendo suficiente para recolocar a todos. Existe uma preocupação social da empresa para realocar esses funcionários em outras funções, com tudo este trabalho não supre a demanda, que por sua vez acabam demitidos, sem perspectiva de novos empregos por conta de sua baixa qualificação profissional. Neste contexto, sugere-se a implantação de centros de formação profissional, em parcerias com prefeituras sindicatos e comercio locais, a fim de desenvolver profissionais liberais, capacitando-os para o mercado de trabalho promovendo seu alto sustento. A realização destes centros de formação surge como alternativa rica em possibilidades de melhorias para a região. O meio ambiente ganha com menor emissão de CO² na atmosfera, a sociedade ganha com surgimento de oportunidades de sobrevivência e a empresa aumenta seu prestigio no mercado, cumprindo com sua responsabilidade social e ambiental. 64 CONCLUSÃO A melhor estratégia é tarefa permanente das empresas que buscam as melhores posições no mercado e que os ajudam a permanecer entre as primeiras. Principalmente nos dias de hoje em que tudo é válido para se sobressair dentre as demais, em um cenário que muda constantemente com inovações e tecnologias de ponta que fazem o diferencial. Dentro dessa realidade, as organizações se preocupavam apenas com a lucratividade, e seus esforços eram focados apenas na produção de seus produtos e sua rápida comercialização. Baseados em o que, como e para quem produzir, as organizações pareceram permanecer inertes no que diz respeito às fontes renováveis. Por muitos anos se descuidaram ou simplesmente ignoraram um tesouro valioso para a humanidade. Felizmente, com uma visão moderna, as empresas focam hoje o meio ambiente como fonte renovável com capacidade já debilitada em suprir as necessidades básicas da civilização. Por conta disso, surgiu uma nova concepção de industrialização. Uma conscientização moderna que tem uma ótica voltada para o meio ambiente em que operam. A sociedade observa atentamente o comportamento das empresas e as obriga a cumprirem regras no que diz respeito ao fator ecológico. E se tornou fator mundial, uma preocupação global, que além de se tornar um fator competitivo par as empresas, a preocupação ambiental trouxe vários benefícios. De um lado, as empresas que adotaram essa nova consciência ecológica, passam a ter uma imagem melhorada perante a sociedade, aumentando seu poder de competitividade, e ainda transformando lixo industrial (resíduos) em lucratividade ou redução de custo no reaproveitamento de suas sobras industriais. A sociedade que passa a ter uma qualidade de vida melhorada em função da consciência ecológica das novas administrações e principalmente o meio ambiente, que por sua vez, deixa de receber, todos os dias, toneladas de lixo industrial, degradando a fauna, a flora, o ar e os mananciais. 65 O trabalho vem mostrar a viabilidade de investimento na questão ambiental, que a diminuição do impacto ambiental já é uma grande vantagem para todos, mas, além disso, existe um fator financeiro agradável, onde empresas transformam resíduos industriais em receita, reutilizando-os de alguma forma, minimizando os custos de produção. 66 REFERÊNCIAS AMAZONIA. Revista Brasil Responsável, São Paulo: Escala nº19 – 2008. CARLOS, Nobre e o sonho do desenvolvimento tropical: Revista National Geografhic Brasil, São Paulo nº91 – 2007. CHINA, Índia e Brasil devem ter acesso a energia limpa a um custo baixo. Só assim a onda verde vai surtir o efeito desejado. Revista Exame, São Paulo: Abril ed. 893 nº9 – 2007. COSTA A. R P; FERNANDES L. A. Responsabilidade Ambiental: Monografia Apresentada ao Salesiano Centro universitário Salesiano Auxilium 2007. DONAIRE D. Gestão ambiental na Empresa: Meio Ambiente; 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. DONAIRE, Denis. A internalização da gestão Ambiental na empresa. Revista de Administração USP, São Paulo, v.31, n.1, p. 44-51, jan./mar.1996. JAMES B. Lixo e Reciclagem: RECICLAGEM, Scipiono, 5ª ed. São Paulo 2005. ANUÁRIO ANALÍSE. Gestão Ambiental: 2007. Praticas Ambientais. KINLAW, Denis C. Empresa competitiva & ecológica: desempenho sustentado na era ambiental. São Paulo: Makron Books, 1997. KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. A questão ambiental e os resíduos industriais. Acessado em 20 agosto 2008. On-line. Disponível na Internet http://www.remade.com.br/pt/revista_materia.php?edicao=114&id=1275 LERIPIO, A. A. Gerenciamento de resíduos. Disponível http://www.eps.ufsc.br/~lgqa/Coferecidos.html Acesso em: 12 dez. 2004. em: 67 OLIVEIRA, Marcos Antonio Lima de. Conceitos ISO 14000. Disponível em: http://jasconsultoria.vilabol.uol.com.br/artigoConceitosISO14000.htm.Acessado em: 15 setembro, O PLANETA pede socorro. Revista Veja, São Paulo: Abril ed. 1765 nº33 – 2002 PEREIRA C.A. S; Antonio R.L Monografia Apresentada ao Salesiano Centro Universitário Salesiano Auxilium 2006: Gestão Ambiental. SALVAR a terra, colmo essa idéia triunfou. Revista Veja, São Paulo: Abril ed. 2031 nº42 – 2007. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL SGA'S. Disponível na Internet http: //www.agenciaambiental.gov.br. Acessado em: 20 agosto 2008. TENÓRIO, Guilherme Fernando et al. Responsabilidade social empresarial: teoria e prática. Rio de Janeiro: FGV, 2004. TORRES, C. Quando o social é a diferença. Acessado em 10 agosto 2008 OnLine. Disponível na internet http://www.base.br/paginas/diferenca.html. UMA VITÓTIA DA ECOLOGIA NA CHIN, Revista Exame, São Paulo: Abril ed. 876 nº18 – 2006. VASSALLO, C. Um novo modelo de negócios. Guia de boa cidadania corporativa. Revista Exame. São Paulo, n. 728, p.08-11, 2000. 68 APÊNDICES 69 APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso 1 INTODUÇÃO Apresentação e características da empresa: localização, histórico, ramo de atividade, reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo na gestão ambiental. 2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO a) Descrição dos métodos utilizados para o reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo e sua importância na gestão ambiental. b) Depoimentos dos responsáveis nos departamentos envolvidos, tais como: gerente ambiental, gerente industrial. 3 DISCUSSÃO Comparar teoria existente sobre a gestão ambiental com a prática adotada na empresa Equipav S/A – Açúcar e Álcool. 4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS. SOBRE 70 APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática I – DADOS DE INDENTIFICAÇÃO Empresa: ............................................................................................................... Localização: .......................................................................................................... Atividade e economia: ........................................................................................... II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Histórico da Empresa 2 Orientação 3 Meio Ambiente 4 Resíduos 71 APÊNDICE C – Roteiro de Histórico I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: ............................................................................................................... Localização: .......................................................................................................... Atividade econômica: ............................................................................................ II – ASPECTOS A SEREM APRESENTADOS 1 Fundação 2 Números de funcionários 3 Ramo de atividade 4 Fundadores 72 APÊNDICE D – Roteiro de entrevista Engenheiro Gestão Ambiental I – IDENTIFICAÇÃO Tempo na empresa: .............................................................................................. Cargo / função: ..................................................................................................... Formação: ............................................................................................................. Experiência Profissional: ....................................................................................... II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Quais os benefícios com o investimento no tratamento dos resíduos? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Os resultados deste investimento são significativos? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Quais os custos com a Gestão Ambiental? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 4 Como a empresa os minimiza? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Como os colaboradores são orientados sobre a Gestão Ambiental? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 6 Há algum programa de treinamento sobre a Gestão Ambiental? 73 ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Como funciona o processo de integração dos novos colaboradores? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 6 Quais os tipos de resíduos que são aproveitados no processo produtivo? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 7 Em que melhorou a imagem na empresa após preocupação com o meio ambiente? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 8 O que era feito anteriormente com os resíduos do processo produtivo? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 74 APÊNDICE E – Roteiro de entrevista Técnico Gestão Ambiental I – IDENTIFICAÇÃO Tempo na empresa: .............................................................................................. Cargo / função: ..................................................................................................... Formação: ............................................................................................................. Experiência Profissional: ....................................................................................... II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Quais responsabilidades do Técnico de Gestão Ambiental? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 1 Existe divulgação da Gestão Ambiental na Empresa? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Como e feita? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Existe um procedimento que assegure o reaproveitamento dos resíduos? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 4 Como é monitorado tal procedimento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Quais os principais pontos desenvolvidos pela empresa na intenção de preservar o meio ambiente? 75 ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 6 O que a empresa está fazendo para controlar a queima da cana? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 7 Qual a importância do protocolo que Kioto? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ...............................................................................................................................